Revista EPRM nº 22

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ESCOLA PROFISSIONAL DE RIO MAIOR

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Com um muito obrigado, apresentamos as empresas que acolhem os nossos alunos em estágio, no ano de 2014 2ab Comércio e Serviços de Eq., Lda. A. Santos Eletricidade, Lda. ABRANSOL, Lda. Acordo, Lda. Adega CooperaƟva do Cartaxo Administração do Porto Sines Agência DesƟnos Sem Limites Alferpac, Lda. António Fernando Neves, Lda. António Filipe Neto, Lda. António Ramos & Costa Arcofrigo Ar Cond Vent., Lda. Auto Francisco Mata, Lda. AUTOFRAN - Controlo de Sistemas, Lda. Barroscar, Lda. BENECAR Automóveis, S.A. Bielco Eq para Veiculos Industriais, Lda. C Hospitalar Oeste Norte Calcidrata Industrias de Cal S.A. Caldas Internacional Hotel Câmara Municipal de RIO MAIOR Campo Aventura, Lda. Carnes Valinho S.A. Casa da Amieira - Hotel de Charme Centro Ciência Viva do Alviela Centro de Dia Casa do Povo Centro Social S. Domingos Cisterluso Equip Transportes Colégio O Brinquinho CooperaƟva Terrachã DESMOR E. M. Dimatur - Comércio Internacional, Lda. DLB Transportes, Lda. Ecopower, Lda. Electro 21 – Soc Comercial Reparações, Lda. Electro Albino & Filho, Lda. Electromarvila EM CAMPO Animação TurísƟca Unip, Lda. Enoport Produção de Bebidas S.A EPD European Project Develop EuroED Máquinas & Ferramentas, Lda. Factor Espaço, Lda. Farpedra Calcários, Lda. Font Salem Portugal S.A. Fravizel Eq. Metalomecânicos, Lda. Future SoluƟons Galtrailer - Indústria e Comércio, Lda. Generis FarmacêuƟcas S.A. GPS Transportes - Rodoviária Tejo S.A. Guardavento, Lda. Hidroarruda, Unipessoal, Lda. Hosp Privado de Santarém

Hotel Paulo VI ICNF, I.P. INDUCOL – Ind Peteleria Cruz Costa, S.A. Ivo Cutelarias, Lda. J. J. Louro Jodel - Produtos Químicos S.A. Junta de Freguesia de Alcobertas Lar O Bom Amigo LUSICAL Companhia Lusitana de Cal, S.A. Magic Lux Cert EnergéƟca Maior Energia, Lda. Maiorlux Renováveis, Lda. Maria Conceição R Inez Unip. MATELMOR, Lda. MD Clínica Dentária Montepio Rainha D. Leonor MPL Alarmes de Segurança Nobre Alimentação S.A. Olitrem - Indústria de Refrigeração S.A. Oralmed Clínica Dentária PANPOR - Produtos Alimentares S.A. PARAPEDRA, Soc. Transf. de Pedras S.A. Pluriplano, Lda. RAÇÕES PROGADO Centro Sul S.A. Refer Rocaldas - Auto PenaĮel, Lda. Rodoviária de Lisboa Rodoviária do Tejo S.A. Ruipedra S.A. Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior Schaeŋer Portugal S.A. Schmitz - Cargobull Portugal Unip., Lda. Seabra Service S.A. Segurant Alarmes e DomóƟca, Lda. Sepsancho - Eq. Pecuários e Construção S.A. SIBELCO Portuguesa S.A. Sidul Açucares Unip., Lda. SIFUCEL Sílicas S.A. SIMLIS, Lda. Solancis Soc. Exploradora de Pedreiras S.A. Solar D’Azinheira UCCI SOTRAPEX - Lda Sumol Compal Targa Transportes - Grupo Frazão Tecnovia - Sociedade de Empreitadas S.A. TIEL Transp. Ideal Evendros Unicer Bebidas S.A. UƟltejo Equip. Hotelaria, Lda. Viagens Lucas, Lda. Vitalis Gmbh DE Your Savings Energy Consult


Editorial A importância das “soft skills” no currículo dos jovens A EPRM tem vindo a apostar na promoção de experiências “open mind” junto dos seus alunos, seja através de visitas de estudo internacionais, seja através de estágios transnacionais, ou ainda através da participação em concursos que promovam a literacia financeira, o empreendedorismo, a criaƟvidade e a inovação. Além disso, todas estas iniciativas têm um reflexo muito posiƟvo na dinâmica interna da escola e um impacto notável ao nível da moƟvação, da autoconĮança e da autoesƟma que provocam em toda a comunidade escolar. Numa outra vertente, estes projetos funcionam, ainda, como promotores da taxa de sucesso escolar e dão um contributo visível para a redução das taxas de absenƟsmo e de abandono. Para além disso, todo este tipo de projetos dá um incomensurável contributo para, junto dos jovens, promoverem o desenvolvimento de competências que de outra forma não seria possível despoletar, pois nenhuma disciplina do plano curricular permite o desenvolvimento deste tipo de competências. E porque todas estas ações não seriam possíveis sem eles, não poderia deixar de agradecer, de forma senƟda, a todos os colaboradores da Escola, sejam eles formadores, técnicos ou funcionários auxiliares e administraƟvos e aos parceiros que nos emprestam a sua credibilidade e presƟgiam a nossa ação no âmbito da formação. É a eles que se deve todo este sucesso, graças ao empenho e à abnegação que têm em prol do projeto EPRM. Fica a sensação de que muitos são aqueles que dão mais do que se lhes pede. Muitos são os que “vestem a camisola” desta casa. Bem hajam! Tal como referido na edição do semanário Expresso de quinze de fevereiro, a forma como as empresas recrutam, mudou. Se durante longos anos a prioridade nas contratações recaía sobre proĮssionais tecnicamente bem preparados, hoje as empresas valorizam um equilíbrio o mais perfeito possível entre a competência técnica e as competências de natureza comportamental. A esta combinação de competências, os especialistas chamam “qualiĮcações invisíveis”. As “soft skills” estão relacionadas com as atitudes e comportamentos das pessoas, em interação com outras e desenvolvem-se através da emancipação dos jovens, sobretudo

como cidadãos, que ganham, além das competências resultantes da educação dita formal, outro Ɵpo de qualiĮcações, como falar em público e ter capacidade de argumentação. Segundo os especialistas, os jovens devem valorizar a importância das “soŌ skills” enquanto elemento catalisador da empregabilidade. Nesse senƟdo, apelo aos alunos da EPRM que ousem, cada vez mais, “sair da sua zona de conforto” e procurem envolver-se em projetos que fomentem o empreendedorismo, a economia verde, a cidadania, o voluntariado, etc., pois as competências associadas às “qualiĮcações invisíveis” podem fazer toda a diferença no momento em que um recrutador tem de optar entre dois candidatos. Caros alunos da EPRM, jovens do século XXI, estejam atentos! Deixo-vos o desaĮo da excelência, da mudança e do empreendedorismo e apelo aos valores de cidadania e cooperação e ao seu contributo na construção de uma sociedade melhor, aquela em que terão de viver … ao longo deste século XXI! Luciano Vitorino, Diretor Pedagógico

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DESTAQUES

dEstaques

Sumário

Entrevista Editorial

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Entrevista

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Ensino ProÀssional

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A nossa Escola

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Em formação

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Joaquim Azevedo à conversa com os alunos da EPRM

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A nossa Escola EPRM – Estágios Transnacionais Leonardo da Vinci

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A nossa Escola Geotermia - Visita de Estudo aos Açores

Ficha Técnica PROPRIEDADE: EPRM- Escola Profissional de Rio Maior, Lda., EM| DIRETOR: Luciano Vitorino | COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho | Inês Sequeira | PAGINAÇÃO: Inês Sequeira | CAPA: Inês Sequeira | COLABORADORES: Ana Rita Loureiro, Cláudia Solange Gomes, Cristóvão Oliveira, Helena Coelho, Inês Sequeira, João Inez Almeida, João Paulo Colaço, José Oliveira, Luciano Vitorino, Luís Gonçalves, Luís Santos, Marco Henriques, Maria João Maia, Patrícia Vaqueiro, Selma Santos | *os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.

GRÁFICA: rioGráÀca - Tip. Santos & Marques, Lda.| TIRAGEM: 1500 Exemplares | ISSN: 1646-9801 DEPÓSITO LEGAL: 275902/8 | DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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A nossa Escola Quantas Estrelas Tem a Tua Liberdade? AƟvidade Serra da Estrela

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ENTREVISTA

Joaquim Azevedo

Perfil Joaquim Azevedo (1955), é natural

[EPRM]O nome do Professor Doutorr Joaquim de Santa Maria da Feira e vive no Porto. énese do Azevedo é habitualmente associado à génese É licenciado em História e doutorado em movimento das nossas escolas proĮssionais, onais, Ciências da Educação pela Universidade de Lisboa. a. sendo por vezes considerado como “pai”” do colar Foi dirigente estudantil (1973-77), diretor escolar ensino proĮssional em Portugal. Pode-nos os (1978-1983), técnico de planeamento regional em educação, na CCDR-N falar um pouco sobre a criação do sistemaa (1983-1988), diretor-geral do Ministério da Educação, no GETAP (1988-1992), Secretário de ensino proĮssional em Portugal?

de Estado dos Ensino Básico e Secundário do XII Governo ConsƟtucional (1992-1993), [JA] Foi há uns anos, cerca de vinte e cinco. Presidente do Conselho de Administração da Fundação Manuel Leão (1996-2014), Diretor O contexto atual dos anos 80 não incluía da Faculdade de Educação da Universidade Católica (2002-2013). Representou Portugal em outra opção além do ensino secundário vários organismos internacionais como a OCDE (CERI) e a UNESCO. regular e o ensino técnico e proĮssional Atualmente é invesƟgador no Centro de Estudos do Desenvolvimento Humano (UCP) e é que exisƟa antes do 25 de abril de 1974 professor catedráƟco na Universidade Católica. É autor de várias publicações, livros e arƟgos, havia sido exƟnto. Os jovens acabavam o que se podem consultar na base de dados Academia.edu, no site www.joaquimazevedo. 9º ano e não Ɵnham opção, só havia um com e no repositório VeritaƟ da UCP. É diretor de várias publicações, entre elas a Revista m tipo de curso. Então, a ideia foi criar um Portuguesa de Investigação Educacional e da Revista EDUCAcise - International ns percurso diferente que permiƟsse aos jovens EducaƟonal Journal. É ainda membro cooptado do Conselho Nacional de Educação, terem outras opções, pois a que existia não dirige a Comissão de Políticas Públicas e Desenvolvimento do Sistema o que era opção, era obrigação de seguir um curso EducaƟvo, pertencendo à Comissão Coordenadora do CNE. O seu úlƟmo apenas conduzia à universidade, sendo quee muitos livro é Liberdade e PolíƟca Pública de Educação. Ensaio sobre deles eram muito teóricos e desligados daa realidade. um novo compromisso social pela educação” (2011). nais como uma Assim, decidimos lançar as escolas proĮssionais É ainda membro da Comissão Nacional modalidade diferente, não era só criar mais uma oportunidade JusƟça e Paz. ferente. Decidimos para os jovens, mas sim uma oportunidade diferente. o chamado regular. regular criar estas escolas fora do sistema de ensino porque o que estava em causa, no fundo, era a formação Não foi criada ao mesmo tempo nem como se fosse uma magna, o desenvolvimento magno de cada um dos alunos. Nós escola secundária, foi criada ao lado com escolas próprias, com podíamos qualiĮcá-los tecnicamente, o que é posiƟvo, ter cursos caracterísƟcas próprias, mas foi nesse contexto que criámos as mais práƟcos, mas o objeƟvo é desenvolvermo-nos enquanto escolas proĮssionais a parƟr de 1988, 89 e década de 90. pessoas, realizarmo-nos mais, ou seja, um desenvolvimento integral do indivíduo.

[EPRM] Que desaĮos esƟveram na sua origem? [JA] O principal desaĮo foi criar novas oportunidades para

os jovens, qualiĮcando-os para que estes pudessem entrar no mercado de trabalho e com qualiĮcações adequadas às necessidades das empresas. [EPRM] Que enquadramento políƟco levou à sua criação, após um período de ausência deste tipo de oferta educaƟva – formaƟva? [JA] Esse período de ausência favoreceu a possibilidade de se criar algo diferente. Houve uma experiência entre 1983 e 1989 que foi a criação do chamado ensino técnico-proĮssional que foi lançado nessa altura e houve uma experimentação que nos permiƟu concluir que não era a melhor solução. Então, idealizámos este Ɵpo de escola que passou não só por criar um ensino proĮssional, mas fazê-lo numa escola diferente, que Ɵvesse caracterísƟcas diferentes, escolas pequenas, escolas mais próximas dos alunos, escolas onde fosse possível acompanhar os alunos individualmente: um modelo de escola diferente

[EPRM] Estando umbilicalmente ligado à criação do modelo e dos instrumentos que serviram de base às primeiras experiências no terreno, que avaliação faz do percurso do ensino proĮssional em Portugal pós-25 de abril, e ao longo de mais de três décadas? [JA] O balanço é bastante posiƟvo, creio que passados estes vinte e cinco anos as escolas proĮssionais qualiĮcaram muitos milhares de jovens, vocês são uma parte, são muitos milhares, quase um milhão e, atualmente, as escolas proĮssionais estão bem. O ensino proĮssional passou também a exisƟr nas escolas secundárias, além das escolas proĮssionais, e isso tem vantagens e tem inconvenientes, mas o ensino proĮssional está bem e o ensino proĮssional das escolas proĮssionais tem 43 mil jovens em formação e, portanto, parece-me bem e foi uma daquelas coisas em que nós apostámos com muita determinação e apostámos bem pois, passados estes vinte e cinco anos, se Ɵvesse que o fazer de novo, não hesitaria. Foi uma aposta ganha

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ENTREVISTA

e vocês são a melhor prova disso.

(Aluno) Sim, nós nas escolas proĮssionais temos um nível de formação superior às escolas secundárias… Além disso têm, não só, a formação académica geral, que vos confere o 12º ano de escolaridade, mas também a formação técnica porque também podem ir para o ensino superior, se assim o pretenderem. Nada vos impede de conƟnuarem estudos; acabam por ter as duas possibilidades que os outros não têm. Os alunos do ensino regular só têm a possibilidade de irem para o ensino superior, se não forem, Įcam sem outra possibilidade; vão fazer o quê?

[EPRM] Aproveitando a sua ampla experiência nos domínios do ensino e da investigação no âmbito da educação e da formação proĮssional de jovens, como perspeƟva o futuro do ensino proĮssional e das escolas proĮssionais em Portugal? [JA] Creio que o ensino proĮssional vai manter-se e ninguém tem coragem ao Įm de vinte e cinco anos de aĮrmar que não é viável, mas creio que se vai manter e conƟnuar em expansão e somando os alunos das escolas secundárias e das escolas proĮssionais, são muitos os alunos, mais de 100 mil jovens, que estão a estudar no ensino proĮssional neste ano leƟvo e, portanto, este tem capacidade para conƟnuar a ser muito bem visto. Agora, era bom que fosse revisto nos casos em que não é bem acolhido porque há escolas secundárias que foram obrigadas a oferecer cursos proĮssionais e que não têm uma matriz adequada ao ensino proĮssional. Há escolas, os chamados anƟgos liceus, a quem o ministério obrigou a abrir cursos proĮssionais. Estas escolas cumpriram as orientações do ministério, mas não sabem o que são nem os procedimentos a seguir. Naturalmente que há escolas que têm boas condições e que se adaptaram bem a esta nova realidade e que hoje estão a produzir bons resultados, mas depois há outras que não o souberam fazer e onde o ensino proĮssional é mal visto. Exemplo disso é o facto de estas escolas encaminharem os alunos que concluem o 9º ano com fraco aproveitamento para estes cursos como se fosse uma má alternaƟva. Estas escolas colocam um rótulo negaƟvo no ensino proĮssional, ao passo que as escolas proĮssionais e até mesmo as secundárias que se adaptaram bem a esta realidade encaram os cursos proĮssionais como uma vocação/opção dos alunos que seguem esta via.

[EPRM] Como se poderão ultrapassar os dilemas colocados pelo enquadramento das novas políticas públicas de austeridade e pelos contextos de crise que ainda atravessamos? 6 | Revista EPRM # 22

[JA] Os estrangulamentos Įnanceiros estão a exisƟr em todos os setores e obrigam-nos a fazer uma gestão mais eĮciente dos orçamentos e, no caso do ensino secundário em geral, gasta-se muito dinheiro de forma incorreta. Considero que Portugal tem muitos recursos afetos à educação mesmo com esta recente diminuição/cortes. Eu trabalho noutros locais do mundo, como por exemplo, Moçambique ou mesmo na América LaƟna e não é comparável os recursos que afetamos à educação com os que esses países têm. Nós temos muitos recursos, pessoas, instalações e equipamentos que poucos países do mundo têm. É preciso andar pelo resto do mundo para nos conhecermos melhor. Só quando saímos é que temos a noção daquilo que temos no campo da educação. Precisamos é de usar esses recursos de forma mais eĮcaz, com mais intencionalidade, dirigindo os alunos para o sucesso e não para o insucesso, aplicando melhor esses recursos. Eu vejo com alguma preocupação sempre que há cortes na educação e não há cortes noutras áreas. Eu penso que se deveria dar prioridade à educação e cortar mais noutras áreas que não são tão importantes para o país.

[EPRM] Desempenhou, ao longo do seu percurso pessoal


ENTREVISTA

solidez ao projeto. O meu percurso profissional esteve relacionado com necessidades e prioridades que foram acontecendo no país. Eu Įz o meu curso e fui dar aulas e o que aconteceu a seguir foi sempre por solicitação, nunca tracei muito o meu rumo. Nunca esƟve a defender os meus interesses. As situações foram surgindo de acordo com a conjuntura do país. Andei muito ao serviço de quem solicitou a minha intervenção neste ou naquele projeto. Não estando afeto a nenhum parƟdo políƟco, a minha lógica é de serviço àquilo que é comum em questões que o país precisa de melhorar.

[EPRM] Que contributos trouxe o desempenho dessas funções para a sua maneira de ver o mundo? Para as suas crenças e os seus princípios e valores?

e proĮssional, diversas funções no campo da educação e do ensino (escola e proĮssional), tendo sido Diretor de Escola, Diretor Geral de Educação, Secretário de Estado, Alto Representante junto da UNESCO e da OCDE, membro do Conselho Nacional de Educação, entre outros, todas elas com forte incidência na deĮnição e promoção de políƟcas públicas. Se pudesse regressar a algumas dessas funções, voltaria a fazer, ou a decidir, no mesmo senƟdo ou não? O que não voltaria a fazer? O que alterava? [JA] Sim, sem dúvida. As opções que Įz e o que ajudei a criar ao longo destes anos foram muito amadurecidas e cuidadas e se voltasse atrás faria tudo como fiz. Mesmo as escolas proĮssionais quando arrancaram foi necessário, nos primeiros três anos, colocar muita pressão para que as escolas abrissem porque era a melhor estratégia para nos defendermos do governo que viesse a seguir e as quisesse fechar. Se fossem duas ou três é óbvio que fechavam, mas assim criámos mais de cem escolas nos primeiros dois anos e estas manƟveramse Įrmes. Além disso, usámos outras estratégias: dialogámos com todos os parƟdos políƟcos para termos apoio políƟco de diversas áreas e envolvemo-los na criação das escolas e isso foi importante na altura, e ainda hoje, pois ajudou a conferir muita

[JA] O desempenho dessas funções trouxe-me bastantes contributos. Estou grato por me tenham convidado para exercer essas funções porque aprendi imenso. Foram oportunidades únicas que me permiƟram apreender bastantes conhecimentos e aprender que, quanto mais se sabe mais se aprende a ser humilde, porque se compreende melhor a complexidade das coisas. Se eu olhar para algo e só conhecer uma perspeƟva, eu penso que domino o mundo e que sei tudo, mas quando começamos a perceber as coisas e a ver como realmente elas são, a nossa capacidade de falar de determinados assuntos e de os perceber é diminuta. Precisamos do outro, precisamos que todos convirjam para determinados objeƟvos comuns e é uma fonte enorme de aprendizagem, da humildade e das limitações. Por exemplo, a minha passagem pelo Governo foi uma experiência de aprendizagem das limitações pois a ideia comum é que quando se vai para um cargo no governo é que vamos “fazer e acontecer” que vamos conseguir “isto e aquilo”. É o contrário, pois é sempre muito diİcil implementar qualquer coisa, de levar por diante certos projetos, certos objeƟvos e sobretudo, tem muitas limitações. Existem muitos interesses, muitas corporações, é preciso negociar cada coisa com muito cuidado e é uma experiência de grande limitação, mas eu considero isso muito posiƟvo. São fontes de aprendizagem, nós somos servidores públicos e é nessa postura que se deve colocar qualquer pessoa que trabalha em funções públicas, como servidor público. A execução destas funções /cargos ajudou-me a tomar consciência das limitações, das possibilidades e, ao mesmo tempo, eu como poucas pessoas em Portugal, Ɵve excelentes oportunidades que poucos Ɵveram. Fui diretor de uma escola, depois fui diretor geral do Ministério da Educação, fui membro do Governo, depois dirigi esta Universidade durante seis anos, esƟve envolvido em projetos internacionais, parƟcipei e esƟve Revista EPRM # 22 | 7


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envolvido num projeto de escolas proĮssionais em Moçambique: tudo “de graça”, pro bono e estas experiências permiƟram-me aprender muito. Tenho uma fonte de aprendizagem que pouca gente tem Ɵdo; todas estas experiências dão possibilidade de compreender o ser humano, o que é o mundo, o que é melhorar a vida das pessoas. A educação é o instrumento mais poderoso que existe para ajudar as pessoas a desenvolverem-se. Aliás, a palavra desenvolvimento é isso, uma coisa que está envolvida e que se desenvolve, que se abre, é ajudar a desenrolar uma espécie de novelo que é o desenvolvimento. A educação é a melhor forma de desenvolvimento: começa com os pais, conƟnua na escola e outros meios que ajudam cada criança, cada jovem, cada adulto a ser aquilo que é.

[EPRM] Foi igualmente dirigente estudanƟl, numa época de grandes alterações na sociedade portuguesa, em plena transição para o sistema democráƟco, [para além de ter escrito imenso sobre as políƟcas educaƟvas para os jovens (ensino secundário), tendo chamado às escolas “Avenidas de Liberdade” (1994), em oposição aos que apelidavam as escolas de serem “ruelas da má fama”]. Em que medida esta experiência inŇuenciou a sua visão da adolescência e da juventude? Que avaliação faz das políƟcas públicas orientadas para este setor?

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[JA] Foi muito importante, sobretudo porque foi antes

do 25 de abril, quando começou o despertar para a necessidade de termos um país democráƟco, livre. É diİcil imaginar o que era o país, o não podermos estar uns com os outros, o não podermos estar num café, o não podermos estar juntos e conversar sobre as coisas: não era possível, não se podia. E se esƟvéssemos num café a conversar e a expressar a nossa opinião podíamos ser presos naquele momento. Éramos imediatamente identificados, perseguidos e, eu próprio, também acabei por ser preso. Mas, apesar de tudo, estas privações ajudam-nos a valorizar a liberdade porque, hoje em dia, é um bem que está automaƟzado para quem agora nasce e cresce. Mas a liberdade é, de facto, uma conquista conơnua, permanente e ainda hoje nós temos de lutar muito pela liberdade, perdemos muita liberdade, os cidadãos estão a perder muita liberdade e é preciso estar sempre a refazer esse percurso, a querer sempre refazer a liberdade, a ganhar mais liberdade. E eu considero que esse tempo antes do 25 de abril ajudou-nos muito a envolvermo-nos, a empenharmonos, a mantermo-nos aƟvos e também na democracia, porque sem haver um regime em que há liberdade de expressão e onde os parƟdos podem exisƟr e cada um ter a sua opinião é fundamental, além de haver eleições livres; isso é decisivo, e não


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exisƟa. Tudo isso me fez envolver nas coisas e desde essa altura esƟve sempre envolvido. E hoje, passados estes quarenta anos do 25 de abril, nós conƟnuamos a precisar de mais liberdade e conƟnuamos a precisar de mais democracia. As civilizações são processos que se têm de conquistar; cada geração tem de conquistar sempre a liberdade e a democracia se não, as coisas deĮnham e podem morrer.

[EPRM] Que avaliação faz das políƟcas públicas orientadas para este setor? [JA] Faço um balanço posiƟvo destes quarenta anos. Penso que se traçou um caminho muito importante que foi trazer a população portuguesa toda para a escola, e isso conseguiuse. Hoje nós temos os cidadãos até aos 16, 17 anos todos escolarizados e isso foi uma conquista muito diİcil e muito longa, que demorou estes anos todos, mas conseguiu-se. Mas há uma coisa que não soubemos fazer bem, que foi lidar com eles todos dentro da escola, isto é, nós levámo-los até lá, construímos escolas, contratámos professores, pusemos um sistema de pé e isso foi bem-sucedido. Agora, há uma coisa que deveríamos saber fazer a seguir e não estamos a fazer bem, isto é, estão lá todos incluindo os que não querem estudar, os que rejeitam a escola ou os que a escola rejeita também. Estão lá todos, mas então o que é que vamos fazer para que todos possam ter um lugar na escola, para que possam estar interessados e moƟvados? Uma das coisas que nós Įzemos ao criar as escolas proĮssionais foi dar espaço a que muitos mais jovens pudessem senƟr-se bem dentro do sistema escolar: aprender com gosto, estarem empenhados em cursos diferentes dos outros e por isso é que foi importante. Neste momento estamos a necessitar de outra coisa destas, outro Ɵpo de cursos, outro Ɵpo de aprendizagens que também sirvam outros alunos que estão nas escolas hoje, mas estão obrigados.

apoiadas pela União Europeia, conĮguram um contributo interessante para a capacitação dos jovens? [JA] Esses programas são muito úteis e importantes porque estas aƟvidades é que nos ligam em termos efeƟvos pois permitem que as pessoas estabeleçam novos conhecimentos em diferentes países e vão criando ligações e redes e isso é muito importante.

Penso que é uma das coisas boas que tem hoje esta ligação mundial que nós temos uns com os outros; dá-nos a perceção de que habitamos todos na mesma casa e que devemos cuidar dela em conjunto. Considero esses programas muito posiƟvos, para os jovens e para todos. Para se conhecer Portugal tem que se sair do país pois é importante para ganhar visão, ganhar mundo, ganhar capacidade de olhar, de perceber as coisas e de as interrogar. [EPRM] Pensa que as oportunidades são inevitavelmente orientadas para o exterior, valorizando sobretudo a emigração, enquanto solução e face visível da mobilidade pessoal e proĮssional para muitos jovens? [JA] O facto de ter de se sair do país parece-me, atualmente, algo bastante natural porque as empresas e a economia têm uma faceta cada vez mais internacional. A realidade portuguesa não está separada da realidade da Europa, África, América dependendo das áreas dos negócios e, portanto, como as empresas deixaram de estar isoladas, a economia é uma economia muito aberta e isso faz com que algo que se faça cá, tenha repercussões além-fronteiras. Nós se queremos, por

[EPRM] Estudou igualmente as diferenças entre os diversos sistemas de ensino na Europa e no Mundo. Tem, portanto, uma visão privilegiada sobre as dimensões e a inŇuência que as políƟcas públicas têm sobre a vida dos jovens, os desaĮos que lhes são colocados e as expetativas que são criadas nesses domínios. Considera que as oportunidades de mobilidade transnacional, Revista EPRM # 22 | 9


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exemplo, ser muito bons na pasta de papel ou na corƟça ou na área da fruta, temos que nos posicionar e perceber para onde é que as coisas estão a evoluir num contexto negocial internacional. E para que isso aconteça é muito importante ter portugueses colocados em diferentes partes do mundo e não há mal nenhum que as pessoas saiam para trabalhar e aprender. Agora o que é pena é que saiam porque não têm cá nenhuma oportunidade, mas ao mesmo tempo é uma oportunidade excelente para aprender coisas, de conhecer e depois, mais tarde, podem vir e trazer muito conhecimento e ligar até negócios portugueses a outros do mundo. Não é só um aspeto negaƟvo, mas é pena que aconteça porque o país está numa situação de crise e isso não é nada favorável e há muita gente que sai em condições que não deveria sair.

[EPRM] Nos últimos tempos têm vindo a público, com maior incidência, preocupações associadas à necessidade de encontrar novas políƟcas de apoio à natalidade e à sustentabilidade do sistema poliƟco e económico português. Dado possuir uma visão bem clara sobre os principais indicadores do nosso país, acha que existem moƟvos de preocupação? Está, ou estará, a sustentabilidade do Estado posta em causa? E, caso assim seja, como pensa que se poderia contrariar esta realidade? [JA] A situação é muito dramáƟca e um país que não tem crianças, que não tem vida, é um país que não tem futuro, que está muito condenado. Nós estamos aqui no país e pensamos no nosso futuro e numa altura em que estamos a procurar sair desta crise estamos a olhar para o futuro e a dizer “vamos sair desta crise, mas cada vez vamos ser menos, vamos ter mais diĮculdades, não vamos ter capacidade de gerar riqueza, vamos ter cada vez mais idosos” e cada vez vai ser mais problemáƟca a existência desses idosos porque o país não tem recursos. E a questão é: então nós vamos sair desta crise e entrar noutra? E isto depende de termos ou não termos crianças, de apostarmos ou não na natalidade. Como é que se pode criar um país mais amigo das crianças? Penso que esta é uma pergunta à qual nós vamos ter de responder nos próximos anos porque, neste momento, o país não oferece condições para que os casais tenham Įlhos.

Este problema já existe há vários anos e não se tem olhado para ele e a sensibilidade políƟca está muito condicionada pelo curto prazo: - o que é que se vai fazer agora? - o que é que se vai fazer para ter resultados amanhã? - o que é que se pode fazer para daqui a dois anos conseguir isto ou aquilo? E este problema não se resolve a curto prazo. 10 | Revista EPRM # 22

Nós estamos a perder cada vez mais população. A situação é grave e é preciso invesƟr na resolução desta questão, mas este é um invesƟmento que não terá um efeito a curto prazo e os parƟdos políƟcos tendem a estar muito condicionados pela resposta ao mais imediato, mas começa a ser escandaloso e sobretudo preocupante que Portugal seja o campeão do mundo em incapacidade de ter crianças quando na década de 60 estávamos na situação inversa. No entanto, alguns jovens casais emigrantes que residem em países que incenƟvam à natalidade, França, Inglaterra e sobretudo os países nórdicos, acabam por ter crianças. Neste momento, não só temos uma situação económica diİcil, como não temos pessoas, não temos crianças e, portanto, isto provoca um efeito de “apoucamento”, pois parece que cada vez nos estamos a tornar mais pequenos, incapazes e, por isso, é que não basta o país renascer economicamente porque nós podemos ter uma economia mais compeƟƟva, mas depois não temos capacidade de sustentar o país. Os poucos que temos a


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anualmente jovens oriundos da região e zonas limítrofes, que buscam respostas e soluções para os seus anseios e expetaƟvas pessoais e proĮssionais. Que mensagem deixaria aos jovens que ingressam agora no ensino proĮssional? [JA] A primeira coisa que eu aconselho aos jovens que me visitam é que tenham sempre como prioridade o trabalho, porque sem muito trabalho e muita dedicação não se consegue nada. Pensarem bem o que é que gostam e dedicarem-se muito, aprenderem as coisas, terem gosto, pois não sabem se mais tarde vão exercer uma aƟvidade proĮssional na área de formação. O mercado de trabalho é cada vez mais exigente ao nível da transversalidade de competências. Embora a formação técnica seja um fator de relevo, as empresas procuram também outras competências; domínio de línguas estrangeiras, boa capacidade de expressão e comunicação. É fundamental invesƟr bastante nestas competências, trabalhar muito, ler muito, compreender o mundo em que se vive. Uma forma de compreender o mundo é através da leitura de ĮlosoĮa e de poesia que nos apresentam uma forma desconstruída de entender o mundo em que vivemos.

[ a nossa[escola a nossa – projectos escola – projectos e actividades] e actividades]

trabalhar não pagam a quanƟdade de idosos que o país tem e que Įcam dependentes dos sistemas de Segurança Social e de Saúde que são muito dispendiosos. O país precisa de pensar bem esta questão: - como é que nós queremos evoluir tendo crianças, tendo adultos e tendo idosos? Como é que se pode fazer um balanço equilibrado entre as várias componentes e precisamos de mais crianças nas nossas cidades, nos nossos locais de vida? As crianças é que são a vida das sociedades. Sem dúvida que a sustentabilidade do país está em causa por força dessa equação entre a pirâmide inverƟda: nós temos muito poucos jovens e muito poucos a trabalhar para apoiar uma sociedade e uma economia que tem muitos idosos que dependem de sistemas muito dispendiosos e a sociedade também deveria estar organizada para que isso fosse uma harmonia natural e não um drama, porque, apesar de tudo, é bom que as sociedades tenham pessoas idosas.

[EPRM] A Escola Profissional de Rio Maior acolhe

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ENTREVISTA

Ana Filomena

[EPRM] Como Vereadora da Educação da Câmara Municipal de Rio Maior, como vê a atual situação do sistema de educação do nosso país? [AFF] Em primeiro lugar gostaria de afirmar que tenho muito gosto em estar convosco, que representam a Escola ProĮssional. Em relação ao sistema de formação proĮssional considero que a formação de um técnico é feita através da aquisição de competências teóricas e práƟcas aprendidas também em contexto de trabalho. E só se consegue ser um bom proĮssional se desde cedo tomarmos contacto com essa realidade; não é por acaso que atualmente a União Europeia e um grande número de mulƟnacionais estão a apoiar o ensino proĮssional em contexto de trabalho. Até há poucos anos em Portugal e também noutros países, a formação académica e a proĮssional adquiriam-se exclusivamente em contexto escolar. Claro que a escola nos dá muitos conhecimentos, ensina-nos a pensar, dá-nos ferramentas essenciais, razão pela qual não foi nem é abandonada. Porém, acrescentou-se-lhe a aprendizagem em contexto de trabalho, para arƟculação entre os conteúdos escolares e os técnicos de Ɵpo laboral. Há uma iniciação no mundo do trabalho. RelaƟvamente ao ensino regular e porque não está diretamente ligado ao mercado de trabalho, as deĮnições e objeƟvos são mais abrangentes.

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Perfil Mãe de dois Įlhos: um rapaz de 16 anos e uma rapariga de 13 anos; Professora de Geografia do quadro da EB Marinhas do Sal;

AƟvidades anteriores: -Coordenadora EducaƟva da Lezíria e Médio Tejo; - Coordenadora Adjunta do Centro de Área EducaƟva da Lezíria e Médio Tejo; - Professora de Apoio EducaƟvo; - Coordenadora da Equipa de Coordenação dos Apoios Educativos de Santarém; - Formadora certificada pelo Conselho Científico-Pedagógico de Formação conơnua; - Professora da Equipa de Educação Especial de Santarém; - Estagiária em Estrasburgo no âmbito do protocolo de colaboração entre o ISPA e a Universidade de Ciências Sociais e Humanas de Estrasburgo.

O ensino proĮssional é focalizado na aprendizagem de uma proĮssão e na formação de técnicos, que se desejam bons, tendo a escola por obrigação dar conhecimentos teóricos, sempre que possível aplicados à prática e, acima de tudo, ensinar a pensar, a ser autónomos, a fazer as vossas escolhas.


ENTREVISTA

Também é, em meu entender, dever da escola ensinar quais os deveres dos alunos enquanto cidadãos. A escola é transmissora de conhecimentos mas nunca se pode sobrepor à família. A formação de cada pessoa começa no dia em que nasce, no contacto com a família, com o meio envolvente e isso tem sido a grande confusão, na minha perspeƟva, em relação à escola. A escola chamou a si, por várias razões da vida atual das populações, responsabilidades muito diversas. Porque os pais passam um grande número de horas fora de casa, os Įlhos vão desde muito cedo para os infantários e a escola acaba por assumir o papel que era da família, baralhando um pouco as competências e a própria visão que têm da escola.

A escola nunca se pode sobrepor à família, ao seu papel educador, ao papel da transmissão de valores de uma família e da comunidade em geral. Porque não aprendemos só na escola, é a nossa integração na sociedade que faz de nós aquilo que somos, não são só as salas de aulas, as disciplinas, são também os recreios, o trajeto de autocarro, a ida ao café, as amizades, os namoros, etc. É isso que nos constrói, e faz de nós o que cada um é. [EPRM] Na sua opinião, que estratégias devem ser respeitadas para uma afirmação e uma valorização nacional do ensino proĮssional? [AFF]Tal como já disse, é fundamental que seja sempre respeitada a integração do aluno no mercado de trabalho. O ensino proĮssional só pode ter sucesso e consequentemente os alunos que o frequentam se, desde muito cedo, integrarem esse mercado de trabalho. Quanto mais cedo tomarem contacto com a realidade, fora de portas da escola, tanto melhor, sendo também melhor para as empresas. Porque, cada vez mais e numa óƟca empresarial, as empresas têm bem deĮnidos os seus objeƟvos.

Pretendem que os proĮssionais desempenhem a sua função como tal, que saibam quais as suas competências, sem perdas de tempo, exigem que saibam cumprir e relacionar-se com os outros, compreendam os seus deveres como proĮssionais e que muitas vezes antes de iniciarem uma tarefa, o seu desempenho técnico tem de ser preparado fora das horas de trabalho. Eu própria já Ɵve o privilégio de estar numa formação em Bruxelas, há um ano, onde se encontravam algumas mulƟnacionais e o grande apelo dessas, era exatamente a abertura das escolas proĮssionais e do ensino regular também à formação e na moƟvação dos alunos para a frequência de um ensino técnico, práƟco, um ensino virado para o tecido produƟvo com tudo o que envolve.

[EPRM] Historicamente, o ensino proĮssional sempre foi visto como um percurso escolar de menor valor social. Considera que atualmente esse problema está ultrapassado? [AFF] Historicamente foi desvalorizado e isso teve a ver com uma determinada conjuntura. De facto, o ensino proĮssional não pode ser desvalorizado porque é essencial para o crescimento económico de um país. Sem técnicos e sem proĮssões, sem pessoas que saibam fazer, nada pode avançar. Ao longo da minha vida enquanto pessoa, durante os meus vinte e quatro anos de proĮssão, tenho Ɵdo vários contactos e nunca senƟ que houvesse uma desvalorização do ensino proĮssional. Em determinadas épocas podia ser entendido como uma desvalorização, no entanto, desde sempre que as pessoas que enveredaram pelo ensino proĮssional Ɵveram sempre futuro, foram sempre pessoas respeitadas, sempre vingaram. Não me parece que vocês se possam senƟr despresƟgiados. Isso seria um erro porque todos nós temos o nosso lugar na sociedade e saber fazer é muito importante. No fundo todos estão a trabalhar para fazer a vossa “enxada”.

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ENTREVISTA

[EPRM] Qual é a sua opinião sobre a imagem que a comunidade tem em relação à EPRM e à sua oferta formaƟva?

Parece-me que a comunidade local tem uma boa opinião relaƟvamente à Escola ProĮssional de Rio Maior e o reŇexo está exatamente no número de alunos que têm conseguido ter, na visibilidade que a escola tem na comunidade e nos índices de empregabilidade que tem. Isso diz tudo. [AFF]

[EPRM] O principal trunfo da EPRM é a sua vasta experiência na colocação de jovens em formação em contexto real de trabalho. Na sua opinião, qual é a importância que deve ser dada aos parceiros sociais e à interação da EPRM com as empresas? [AFF] Como já referi, a formação em contexto real de trabalho é fundamental; por isso, terá que exisƟr sempre uma relação muito estreita da escola com os parceiros sociais. No entanto, não me choca perceber que os parceiros locais não são suĮcientes para os voos que a direção desta escola pretende oferecer aos seus alunos. Cada vez mais, vivemos num mundo global. Rio Maior não se conĮna ao espaço de Rio Maior enquanto concelho, e eu penso que abrir as portas aos jovens é cada vez mais importante. Não são só as empresas locais, nós hoje estamos a viver em Rio Maior, a trabalhar em Rio Maior e vocês podem pensar que vão ter um emprego em Rio Maior, mas bem pode surgir uma oportunidade noutro local e devem estar preparados para a receber. Quanto mais cedo tomarem contacto com outras realidades, melhor será. O mundo é dos jovens e os parceiros abrem-vos portas que devem ser agarradas, sem disƟnção entre pequenas e grandes

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empresas, pois cada uma tem a sua especiĮcidade, são uma graduação no vosso processo de formação contribuindo para a vossa construção proĮssional.

[EPRM] Que projetos/ações entende serem prioritários para que a EPRM conƟnue a ser uma prioridade para os jovens e uma solução para a qualiĮcação dos quadros técnicos com a qualiĮcação desejada? [AFF] Para a resposta a esta pergunta tomaria a ousadia de referir uma empresa que esteve presente também em Bruxelas, a Siemens, que já abriu na Holanda as portas aos jovens ainda numa fase muito elementar do seu percurso escolar. Essa empresa vai mesmo ao ensino primário moƟvar as crianças para a aprendizagem de uma profissão. Portanto, é necessário tentar chamar à escola pólos dessas empresas, fazer parcerias para que elas vão à escola ou criar canais de comunicação diretos com as próprias. Os projetos em que a escola está envolvida são uma mais-valia, pois cada contacto que os alunos estabelecem com outros jovens enriquece-os, ainda que pensemos, na altura, que é insigniĮcante ou pouco aprendemos. O importante é estar disponível para aprender, estar bem com a vida, ser responsáveis, mesmo sem o formalismo do processo insƟtucional. Cabe à escola também, o acompanhamento de todas as alterações exteriores, por forma a proporcionar


ENTREVISTA

ofertas atualizadas e um mercado de trabalho mais amplo.

[EPRM] Atendendo à sua formação académica e à sua experiência da vida escolar, no que diz respeito à formação e qualiĮcação proĮssional de jovens, quais são as principais competências que a escola deve valorizar? [AFF] Dependendo dos cursos, deverá ser salientada a formação técnica, o senƟdo de responsabilidade associados ao gosto pelo saber fazer. Atendendo à minha vida proĮssional, considero que saber ler e escrever um texto é fundamental, porque qualquer proĮssão requer destreza intelectual e essa consegue-se através da leitura, da escrita e da interpretação. O saber fazer, o saber manusear técnicas e instrumentos são fundamentais a uma proĮssão, como também o domínio das línguas estrangeiras. O facto de estarem numa escola proĮssional não vos impede de serem tão bons ou melhores que os outros, o importante é conquistar o vosso lugar na sociedade e serem bons proĮssionais.

[EPRM]Que mensagem gostaria de transmitir à comunidade escolar da EPRM? [AFF] A mensagem que gostaria de vos deixar é a mesma que deixaria a qualquer jovem. Devem aproveitar a vossa juventude, usufruir de tudo o que ela tem de bom, recolher da escola o que ela tem para vos dar, até as chamadas de atenção dos professores, que vos pedem imenso trabalho, as aulas são uma chaƟce, mas acreditem que é tudo em vosso beneİcio. É a mensagem que vos passo, que a escola é muito importante e ela está empenhada em preparar o vosso futuro. Revista EPRM # 22 | 15


ENSINO PROFISSIONAL

Da motivação à empregabilidade: Novidades na componente de Formação em Contexto de Trabalho teórica 2 , propostas que têm sido acompanhadas, ao longo do tempo, por um claro esforço de melhoria. Para além de permiƟr uma experiência laboral efetiva, o estágio fomenta o trabalho em equipa e remete o(a) aluno(a) para uma perspetiva mais concreta sobre o mercado de trabalho, uma "vantagem" em termos formaƟvos, que deve ser construído a partir de objetivos claros, associados a um determinado grau de responsabilidade e a uma relaƟva autonomia funcional. Para a EPRM, esta tem sido uma forma de cooperação benéĮca, que conƟnua a promover transferências posiƟvas para A cooperação entre as escolas e as empresas é uma prática salutar, sobretudo do ponto de vista da formação prática em contexto de trabalho (estágio), que nas suas múlƟplas formas de contacto com o mundo do trabalho, assume diversas formas de concreƟzação (treino supervisionado no posto de trabalho; experiências de trabalho por períodos de duração variável, simulação de atividades profissionais relevantes para o perĮl de saída do curso, estágio em empresas, entre outras).

A função do estágio na EPRM A Escola ProĮssional de Rio Maior (EPRM) sempre elegeu o estágio como a principal modalidade de formação em contexto de trabalho, um momento de formação que permite a experimentação e a mobilização de conhecimentos adquiridos num determinado ramo ou área de atividade, transportados posteriormente para a práƟca diária sob a forma de competência (ou saber em uso1) e uma forma de aquisição de saberes (ser, estar e fazer) complementares da formação 1-Malglaive, G (1995) – Ensinar Adultos. Porto: Porto Editora

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a escola e para a «economia local», cujo modo de realização é habitualmente objeto de acompanhamento e avaliação. Neste senƟdo, e reforçando as práƟcas tornadas possíveis pelo envolvimento da escola no projeto Transvet (Leonardo Da Vinci), nomeadamente através do contacto com diversas modalidades de formação prática sinalizadas pelas várias parcerias transnacionais, bem como, pela possibilidade de 2-Situação habitualmente designada, no campo da formação, por alternância.


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tempos, de modo a renovar a tradicional estrutura dos estágios, que consta da tabela 1.

Tabela 1 – FCT Modelo Anterior realização de um conjunto de visitas de estudo a escolas portuguesas com propostas interessantes nestes domínios, foi sendo possível à Escola ProĮssional de Rio Maior avançar com um conjunto de propostas de mudança no modo como se vêm desenvolvendo os estágios. Por feliz coincidência, em Įnais do passado ano, foi publicada legislação3 que reforçou, em parte, a autonomia pedagógica e a organização dos estabelecimentos de ensino proĮssional secundário no que respeita à gestão da componente curricular, situação que acabou por viabilizar a introdução de alterações substanciais na estrutura e no modo como se realiza o estágio, dando assim resposta às expetaƟvas criadas com o projeto Transvet, para além de se permiƟr a introdução de estratégias de melhoria. Das alterações registadas em termos de Matriz Curricular, destaca-se a possibilidade de subsƟtuição da disciplina de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) por uma disciplina com conteúdos e propostas a deĮnir pela escola (oferta própria); a diminuição da carga horária, em 80 horas, da Componente Técnica e a autonomia conferida às escolas relaƟvamente à componente de Formação em Contexto de Trabalho (FCT), dando-lhes liberdade para a escolha de uma carga horária entre 600 e 840 horas, a distribuir ao longo do curso. Sensível a este Ɵpo de propostas, foi possível à escola reunir uma equipa de trabalho que teve a seu cargo a elaboração de uma proposta de reformulação da FCT, de acordo com as problemáƟcas idenƟĮcadas e com as possibilidades entretanto criadas. Neste domínio, teve-se em conta, sobretudo, as evidências reƟradas de anteriores momentos de avaliação, com enfoque na necessidade de promover e reforçar a empregabilidade dos alunos, bem como, acautelar eventuais focos de desmoƟvação. A par destas caracterísƟcas, foi igualmente possível contemplar algumas das boas práƟcas idenƟĮcadas ao longo dos úlƟmos

3 - Decreto-Lei N.º 91/2013, de 10 de Julho, 1ª alteração ao Decreto-lei N.º 139/2012, de 5 de Julho

As evidências de um novo modelo de estágio O novo modelo de funcionamento dos estágios assenta em dois pressupostos iniciais: i) promover a moƟvação dos alunos na fase inicial da formação, atenuando diĮculdades na compreensão do respeƟvo papel e perĮl proĮssional do curso e salvaguardando o contacto com as práƟcas associadas à área e ao respeƟvo setor empresarial; ii) promover a ligação efeƟva entre os alunos e o mercado de emprego, especialmente no Įnal do curso, favorecendo o prolongamento do estágio e o estreitamento de relações entre a escola, o aluno e a empresa, de modo a que o curso seja encerrado sem necessidade de o aluno(a) regressar à escola. Perante este Ɵpo de propostas, foi possível à equipa de trabalho deĮnir uma proposta de alteração do modo de realização dos estágios, que após aprovação pela Direção Pedagógica, foi objeto de experimentação ao longo do ano (tabela 2).

Tabela 2 – FCT Modelo Atual Ainda sob a forma de proposta, com forte componente experimental, parece-nos já evidente algum potencial ligado às alterações introduzidas. Trata-se de uma situação que será avaliada ao longo dos próximos tempos, e que será objeto de melhoria de acordo com as propostas recolhidas junto dos vários elementos com parƟcipação aƟva neste processo (professores, tutores, alunos e familiares). Por outro lado, o facto de estar igualmente associada ao projeto Transvet permiƟrá a recolha de propostas provenientes de outras escolas e entidades com experiência nesta área, o que poderá ser uma mais-valia igualmente interessante. João Paulo Colaço

Técnico do GAT

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TRANSVET encerra período de cooperação transnacional: Seminário final será coordenado pela Escola Profissional de Rio Maior

Iniciado em 2012, chega este ano ao Įm o projeto Transvet, primeira incursão da Escola ProĮssional de Rio Maior (EPRM) no âmbito das parcerias de Aprendizagem Leonardo da Vinci. Enquanto experiência, e ao nível dos seus aspetos práƟcos, foi um projeto que acabou por deixar marcas bem evidentes na estrutura e nas estratégias seguidas pela EPRM, sobretudo no que respeita à componente de formação práƟca em contexto de trabalho. A mobilidade de técnicos ao longo de dois anos, num total de cinco parcerias orientadas claramente para a sinalização de boas práƟcas na formação proĮssional de jovens, nas suas metodologias, ferramentas e instrumentos de planiĮcação, acompanhamento e avaliação, permiƟu o contacto alargado com novas modalidades de trabalho e, por outro lado, a atribuição de valor acrescentado às práƟcas e metodologias delineadas pela EPRM, tendo em conta o contexto em que se insere. Para além destes aspetos, foi ainda possível realizar, em paralelo, um conjunto de visitas de estudo a escolas nacionais, idenƟĮcadas de acordo com a Ɵpologia dos seus estágios, o que permiƟu contactar com realidades diferenciadas de norte a sul do país, observandos situações, confrontando a realidade local com as propostas de outras enƟdades, inseridas em diferentes territórios e perante desaĮos igualmente diversiĮcados.

introduzir alterações substanciais no seu modelo de estágio, facto que, desde logo, se transformou numa evidência e num resultado muito interessante para um projeto de partenariado. Tal como previsto, o projeto irá terminar com um derradeiro encontro, a realizar em Rio Maior, entre os dias 26 a 30 de maio, sob coordenação da EPRM, envolvendo um amplo conjunto de visitas de contacto com boas práticas e com situações de formação em contexto de trabalho, encerrando com um seminário de disseminação, que pretende coroar todo este leque de aƟvidades desenvolvidas (ver caixa). O encerramento deste projeto incluirá ainda a produção de material de sistemaƟzação dos resultados obƟdos, exisƟndo neste momento uma nova proposta de candidatura que, a ser aprovada, poderá dar continuidade ao partenariado transnacional, agora na área do acompanhamento e da promoção da empregabilidade junto de alunos e ex-alunos do ensino proĮssional, uma proposta que poderá envolver novas parcerias e a produção de instrumentos de apoio no âmbito da formação ao longo da vida. Fazemos votos para que tal possa ser um novo contributo para o sucesso dos nossos alunos.

Nesta sequência, e durante todo este tempo, foi possível à EPRM recolher informação essencial para, mais tarde, ousar

João Paulo Colaço Técnico do GAT

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ENSINO PROFISSIONAL

Quem se importa? Empreendedorismo social passou pela EPRM A Escola ProĮssional de Rio Maior integrou, no início do ano leƟvo (entre os dias 23 e 25 de outubro de 2013), o conjunto de organizações que aceitaram parƟcipar na divulgação pública d o d o c u m e n tá r i o “quem se importa!”, com o patrocínio da Fundação EDP. Através desta proposta, foi possível sensibilizar os alunos da EPRM para as temáƟcas do empreendedorismo social, termo surgido em França que designa as pessoas corajosas e criaƟvas que estimulam o progresso económico mediante novas e melhores formas de agir. O documentário, exibido no Cineteatro de Rio Maior, deu visibilidade a empreendedores, um pouco por todo o mundo, pessoas brilhantes, que criaram organizações inovadoras capazes de mudar a sociedade em redor e causar impacto social; um retrato de pessoas reais que criaram soluções simples e eĮcazes para algumas das graves questões que afetam a sociedade global, permiƟndo, deste modo, um amplo debate sobre éƟca e cidadania, bem como, sobre o potencial de cada

indivíduo para promover mudanças locais e globais. Os empreendedores sociais retratados no Įlme parƟlham com o público a alegria que sentem por terem uma missão de vida, as suas visões de futuro e as suas soluções para um mundo sustentável e mais justo; os conceitos de empreendedorismo e de economia social são recentes, mas têm vindo a evoluir muito rapidamente. AƟvistas, agentes de mudança, líderes sociais, são apenas alguns dos nomes uƟlizados para deĮnir as pessoas que souberam entender as necessidades da sociedade, saindo da apaƟa e do imobilismo para agir em busca de soluções para as grandes questões. Apesar de tudo, não se pense que é preciso ser um empreendedor social para ajudar a construir soluções. Quando tomamos consciência dos problemas, quando alteramos hábitos e compreendemos o impacto das nossas ações, tendo em vista o bem coleƟvo, decerto q u e n o s p o d e re m o s “Se conseguirmos que 20 ou considerar colaboradores 30% desta geração de jovens se d e p r o c e s s o s d e tornem transformadores, vamos t ra n s fo r m a ç ã o l o c a l conseguir contrariar o sistema. e g l o b a l ( a l g o q u e E, para isso, os pais têm de estar esperamos possa ser uma atentos e perceber se o seu Įlho prática natural ao nível de 15 anos é, ou não, um agente dos percursos pessoais e aƟvo de mudança” proĮssionais dos alunos Bill Drayton da EPRM). João Paulo Colaço Técnico do GAT

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A NOSSA ESCOLA

EPRM – Estágios Transnacionais Leonardo da Vinci Uma experiência pessoal e profissional A Escola Profissional de Rio Maior orgulha-se de ser uma insƟtuição que se preocupa com o futuro dos seus alunos e, atenta aos estudos que indicam que os jovens que efetuaram um estágio transnacional têm maior facilidade e probabilidade de conseguir um emprego qualiĮcado, facultou-lhes a oportunidade de, numa outra realidade, alargarem os seus horizontes. Através de candidaturas ao programa Leonardo Da Vinci, vinte e um alunos da EPRM voaram rumo a Leipzig (Alemanha) e Barcelona (Espanha), para desenvolverem as suas competências no âmbito da práƟca em contexto de trabalho, parte integrante do plano curricular dos Cursos ProĮssionais (nível IV). Mais do que colocar em práƟca os conhecimentos escolares

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e lidar com novas realidades profissionais, os estágios transnacionais permitem aos jovens que os realizam o desenvolvimento de importantes competências pessoais, culturais e linguísticas, sendo altamente valorizados pelos empregadores em toda a Europa. Na EPRM, usualmente designamos estas experiências por vivências “open mind”. Desde que o projeto foi tornado público, a generalidade dos alunos recebeu a noơcia com grande entusiasmo e moƟvação. Agora, já consumada a experiência e validados os objeƟvos aƟngidos, a saƟsfação é ainda maior devido ao facto de terem exisƟdo imensos momentos posiƟvos durante os quarenta e um dias que consƟtuíram o período de estágio, que acreditamos, marcará, para sempre, a memória e a vida de cada um destes vinte e um jovens.


A NOSSA ESCOLA Prova de que a EPRM acompanha o percurso dos jovens que forma, mesmo depois de atribuída a qualiĮcação, este ano, pela primeira vez, fruto de uma outra candidatura apresentada pela EPRM e vocacionada para pessoas integradas no mercado de trabalho, foi dada oportunidade a dez ex-alunos de fazerem um estágio extra curricular de oito semanas, nas mesmas cidades. Esta experiência vale, sobretudo, pelo reforço das competências culturais e linguísƟcas, não enjeitando, contudo, eventuais possibilidades de ofertas de trabalho.

Leipzig – Manutenção Industrial + Frio e ClimaƟzação Entre 20 de janeiro e 1 de março de 2014, cinco alunos Įnalistas do Curso Profissional de Técnico de Frio e Climatização, seis alunos finalistas do Curso Profissional de Técnico de Manutenção Industrial/Eletromecânica e cinco ex-alunos Ɵveram oportunidade de pôr em práƟca as aprendizagens e as competências adquiridas em contexto de sala de aula/oĮcina, através do trabalho efetuado na empresa que os acolheu. No que diz respeito às experiências pessoais, culturais e linguísƟcas de que beneĮciaram, reĮra-se que os alunos foram muito bem recebidos no seio da empresa, sendo que as pessoas envolvidas no processo evidenciaram uma postura muito hospitaleira e proĮssional, o que proporcionou aos alunos um ambiente muito agradável, facilitador da integração, num cenário e numa realidade totalmente nova e fora da zona de conforto. Foram-lhes concedidos bilhetes coleƟvos para se poderem deslocar livremente nos transportes públicos da cidade, tais como, o comboio, o autocarro e o elétrico, o que lhes permiƟu explorar facilmente a cidade. Entre outros locais, visitaram o zoo da cidade, efetuaram paƟnagem no gelo e visitaram vários pontos turísƟcos da cidade de Leipzig como o centro comercial da estação de comboios, bares e ediİcios importantes como a Panorama Tower, entre outros.

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A NOSSA ESCOLA

de Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação e cinco ex-alunos, que estagiaram nesta cidade, capital da Catalunha, foram distribuídos por diferentes empresas das áreas da Gestão de Transportes, da Eletricidade e da Manutenção. A realização do estágio curricular em Barcelona deixou aos alunos algum tempo livre para conhecerem e explorarem os locais mais emblemáƟcos da cidade, tais como, a Sagrada Família, o Parque Guel, a Monumental, a Torre Agbar, a Cidade Olímpica, a Praça de Espanha, a Catedral de Barcelona, o Estádio Olímpico e Montjuic. Houve, ainda, a Todos estes dezasseis jovens obƟveram nota máxima por parte da enƟdade recetora. Aliás, reconhecendo a qualidade do trabalho executado pelos alunos, a empresa convidou alguns deles a darem formação a jovens de outras nacionalidades que estagiavam no mesmo local. Trata-se de um sinal inquesƟonável da qualidade da formação ministrada na EPRM.

Barcelona – Transportes + Eletrónica, Automação e Instrumentação Cinco alunos do 12.º ano do Curso ProĮssional de Técnico de Transportes, cinco alunos do 12.º ano do Curso ProĮssional

oportunidade de assisƟr a um jogo de futebol em pleno Camp Nou e, como não poderia deixar de ser, conhecer os bares e discotecas mais frequentados pelos jovens espanhóis, como por exemplo, o bar L’ Ovella Negra e as discotecas Nick Havana e Shôko. Também em Barcelona, reconhecendo a qualidade do trabalho executado pelos alunos, vários deles foram convidados a regressar no Įnal do curso, para ingressarem no mercado de trabalho catalão. Trata-se também de um sinal inquesƟonável da qualidade da formação ministrada na EPRM.

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A NOSSA ESCOLA

Em suma, há que reconhecer, por parte de toda a comunidade, o papel que a Escola ProĮssional de Rio Maior teve na candidatura e preparação destes estágios curriculares, pelas experiências que colocou ao dispor de todos os alunos das quatro turmas envolvidas na possibilidade de concreƟzarem uma aƟvidade desta envergadura. A EPRM envolveu-se na criação de todas as condições para tornar possível esta aventura, proporcionando não só novas realidades proĮssionais, como também permiƟndo

o desenvolvimento de importantes competências pessoais, culturais e linguísƟcas em países que, embora tão perto do nosso, possuem realidades tão diferentes. Este misto de estágios curriculares com visitas de estudo está incluído no conjunto de propostas educaƟvas colocadas ao serviço da escola e dos alunos, que permitem abordagens amplas e integradoras. Trata-se de uma oportunidade, por excelência, de combinar na práƟca o ato educaƟvo com os efeitos da parƟcipação, naquilo que a escola tem de melhor: o prazer de aprender pela experiência!

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Visita de estudo

GEOTERMIA Ilha de São Miguel – Açores “Eles não sabem, nem sonham, que o sonho comanda a vida, que sempre que um homem sonha, o mundo pula e avança, como bola colorida entre as mãos de uma criança.” António Gedeão Tudo começou como um sonho, duma proposta lançada por duas professoras aos 23 alunos do Curso Técnico de Energias Renováveis / Sistemas Solares. Do programa das disciplinas de Tecnologias e Processos e de Física e Química consta o tema da Geotermia. E por que não conhecer in loco este processo? Saber como é aproveitado? Rapidamente surgiu uma equipa de trabalho, liderada pela delegada de turma, com o objeƟvo de promover aƟvidades para angariar fundos que permiƟssem concreƟzar este sonho. Assim, surgiram ideias, tais como: entregas semanais de pequenas quanƟas resultantes de poupanças, pedido de patrocínios, realização de festas, venda de rifas, etc. 1.º Dia: 24 de março – Lagoa das Sete Cidades e Ponta Delgada Eram 3h da madrugada quando nos juntámos à porta da escola para parƟrmos nesta aventura! A comiƟva integrava 23 alunos, a Diretora de Curso, o Diretor de Turma e o Diretor Pedagógico. Entre o grupo realizaram-se 18 baƟsmos de voo, pelo que, o levantar do avião Įcará para sempre 24 | Revista EPRM # 22

gravado nas memórias. A ansiedade era muita, a curiosidade maior! Nem o sono quebrou estes exploradores! À chegada ơnhamos uma equipa de dois elementos fenomenais: o Sr. Luís Nunes (guia) e o Ricardo (motorista), que nos acompanharam e proporcionaram três dias maravilhosos! Depois de um pequeno lanche e as malas arrumadas no autocarro, parƟmos à descoberta! E que descoberta! A Ilha de São Miguel é lindíssima! O verde dos campos contrastava com o azul do mar e do céu. Por todo o lado se viam as hortenses com as primeiras folhas a brotar, o que criou a vontade de lá voltar quando esƟverem Ňoridas! Tufos de Ňores apareciam na margem da estrada e por todo o lado se viam vacas! Esta ilha de natureza vulcânica, sujeita a uma constante aƟvidade sísmica, apresenta um relevo montanhoso, sobretudo no seu interior. Por todo o lado se observavam recortes realizados por vales e ribeiras - únicos cursos de água. Embora o programa tivesse um percurso, o conhecimento do nosso guia sugeriu que alterássemos a rota devido à meteorologia. E, em virtude disso, seguimos em direção à famosa Lagoa das Sete Cidades! Embora o sol não desse todo o ar do seu encanto, a vista é simplesmente maravilhosa! A formação destas duas lagoas, com as suas cores contrastantes maravilhou-nos a todos! Seja pela lenda que envolve a sua formação ou por toda a magia que se sente no local, muitas foram as fotos Ɵradas. A visita prosseguiu e numa das muitas paragens, até houve tempo para GeoCaching! Toca a procurar a caixa escondida! Estradas a pique, bermas altas cobertas de Ňorestação…tanto


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para ver e registar. A apresentação de uma espécie de árvore transportada para a ilha há muitos anos atrás, devido às suas caraterísticas relacionadas com a resistência à humidade, originou jogos de palavras sendo a mesma “rebatizada” inúmeras vezes. No entanto, o seu nome é Criptoméria! Devido ao clima temperado oceânico, muitos são os produtos que se conseguem culƟvar! Os ananases são um deles! Fruto introduzido inicialmente como planta ornamental, pelas casas mais abastadas, só em 1864 a sua comercialização ganhou mais peso. Pouco a pouco foi ganhando o seu lugar e hoje é considerado um ex-libris da região. A tarde do primeiro dia foi dedicada à descoberta de Ponta Delgada! Inicialmente uma povoação de pescadores, sobe mais tarde a cidade no ano de 1546. Cidade plana e moderna, apresenta um conjunto de monumentos e igrejas onde se reŇete a devoção religiosa do seu povo. Salienta-se o Convento de Nossa Senhora da Esperança, onde pudemos ver a imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, alvo de enorme devoção na ilha. 2.º Dia: 25 de março – Central Geotérmica, Lagoa do Fogo, Lagoa das Furnas e Ribeira Grande O segundo dia incidiu sobre a parte técnica que se pretendia desenvolver, o móbil da visita de estudo: a Geotermia! O caminho fez-se subindo até ao Pico da Barrosa, parando em diversos miradouros para nos maravilharmos com as construções vulcânicas e as belezas da natureza! Heis-nos perto da Central Geotérmica Piloto de Pico Vermelho! Ao longe vislumbrámos fumo! Eram as inúmeras saídas de vapor causadas por aberturas na crusta terrestre, e que permitem visualizar este fenómeno que tanto tem de maravilhoso como de enigmáƟco. Ao sairmos do autocarro somos recebidos por um cheiro forte e desagradável, o cheiro do enxofre! Dois pequenos ediİcios e uma instalação enorme de tubos

espera por nós…. Numa sala, onde computadores apitam e linhas crescem nos ecrãs, um técnico controla as pressões e temperaturas dos poços, das tubagens de forma a garanƟr que os limites não sejam aƟngidos e tudo funciona na máxima segurança. De forma simples, mas muito proĮssional, ele explica-nos como todo o processo se desenvolve! Esta central geotérmica tem uma potência líquida de 10 MW e uma produção anual de 80 GWh, com um fator de recarga de 92%. A sua construção demorou cerca de 60 meses e aƟngiu um montante global de invesƟmento de cerca de 34 milhões de euros, coĮnanciados pelo Programa Operacional de Desenvolvimento Económico e Social dos Açores (PRODESA) em cerca de 28%. O projeto da central foi executado pela empresa mulƟnacional israelita Ormat. Posteriormente, deu-se a remodelação da Central Geotérmica do Pico Vermelho, que conduziu à construção e montagem de um grupo gerador com uma potência de 10 MW, além da interligação dos poços existentes PV2 e PV3, da execução e interligação de mais três poços de produção e de dois poços de injeção. A nova central é abastecida por cinco poços de produção cuja

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profundidade é de cerca de 1.800 metros e a temperatura máxima medida foi de 243ºC. A produção aƟngida em 2007 foi de 98,5 GWh, o que combinada com a produção da Central da Ribeira Grande, correspondeu, nesse ano, a 42% da energia elétrica produzida na ilha de S. Miguel. Atualmente, a Geotermia contribui em cerca de 70% na produção de energia elétrica uƟlizada na Ilha de São Miguel.

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Após paragem junto da Lagoa do Fogo, com o propósito de observar outras manifestações e uƟlizações da Geotermia, para além da produção de Energia Elétrica, a viagem prossegue com desƟno às Furnas, onde o calor emanado da crusta terrestre é aproveitado para cozinhar o famoso Cozido das Furnas! Depois de presenciarmos uma explicação sobre a confeção desta iguaria e antes de almoçarmos esse magníĮco pitéu, visitámos o Parque Terra Nostra, onde observámos mais uma uƟlização do calor que provém do interior da Terra! Neste local de paisagem idílica, existia um tanque onde a temperatura da água ronda os 37 a 40ºC que esperava por nós… Quem quis, teve oportunidade de se banhar nele. Depois de uma banhoca no Parque Terra Nostra e do almoço de cozido das Furnas, seguiuse um passeio a pé até a uma séria de


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nascentes de águas fervilhantes, onde pudemos contactar com diferentes Ɵpos de águas: quente, mornas, com gás e sem gás, todas elas produzidas pela mãe natureza! As plantações de chá da Gorreana foram a paragem seguinte! Na freguesia da Maia, concelho de Ribeira Grande, conhecemos a Fábrica de Chás Gorreana. A Gorreana detém o ơtulo de mais anƟga fábrica de chá da Europa, já que começou a produzi-lo em 1883. Com uma produção anual de cerca de 50 toneladas, o chá é hoje, também, um produto turísƟco da ilha. 3.º Dia: 26 de março – Aula na Universidade dos Açores A manhã do terceiro e úlƟmo dia foi toda ela preenchida com uma aula na Universidade dos Açores, ministrada pelo Professor António Trota, toda ela subordinada à temáƟca da Geotermia. Foram 2 horas de descobertas e de ideias que Įzeram algumas cabeças começar a pensar nos Projetos de ApƟdão ProĮssional! DisƟnguir renovável de sustentável foi uma das aventuras, mas com a parƟcipação de todos chegámos à deĮnição correta e não

é que a geotermia é renovável, sustentável e Įnita. Descobrimos que muito são os países que uƟlizam a geotermia em larga escala, mas em todos cresceu a esperança de que um dia também nós pertençamos a esse grupo, pois também em Portugal conƟnental temos fontes de geotermia, sendo Chaves e São Pedro do Sul os locais mais conhecidas. No regresso, apesar do visível cansaço estampado nos rostos de quem muito percorreu, estava patente a saƟsfação de quem conquistou horizontes considerados inaƟngíveis, os dos nossos alunos. A concreƟzação de iniciaƟvas como esta procuram sempre estimular importantes valores nos jovens, tais como, a responsabilidade, a partilha, a autonomia e as relações interpessoais, valores que muito prezamos na EPRM. Valeu a pena! Claúdia Solange Gomes

Formadora

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Quantas Estrelas Tem a Tua Liberdade?

Inserido no módulo 4 “Homem-Natureza: Uma Relação Sustentável?”, da disciplina de Área de Integração, vinte alunos do Curso Profissional de Técnico de Instalações Elétricas, com o apoio dos professores João Inez e João Paulo Colaço, planiĮcaram e executaram uma visita de estudo nos passados dias 19, 20, 21 e 22 de fevereiro, ao Parque Natural da Serra da Estrela em condições muito parƟculares e interessantes. O primeiro dia começou de madrugada, arrumando as bagagens com roupa quente, pois as previsões indicavam temperaturas próximas dos zero graus, não esquecendo o saco de cama, comida para todo o dia e ainda a bicicleta e o respeƟvo capacete, tudo pronto para estar às 8:00 horas da manhã na escola. Após arrumar as bagagens no autocarro e as bicicletas na carrinha, a parƟda para a estação de comboios de Santarém deu-se às 8:30 horas. Na chegada a Santarém foi tempo para tomar um

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café e comprar os bilhetes (Santarém – Covilhã, ida e volta); os funcionários da CP foram incansáveis e reservaram uma carruagem só para o grupo. Estação do Entroncamento, o nome diz tudo… “Trocar de linha!” Nós, as bagagens e as bicicletas!!! Após paragem em todas as capelinhas, estações e apeadeiros (Vale de Figueira/ Mato de Miranda/ Riachos-T.Novas-Golega/ Entroncamento/ Barquinha/ Tancos/ Almourol/ Praia do Ribatejo/ Santa Margarida/ Tramagal/ Abrantes/ Alferrarede/ Mouriscas-A/ Alvega-OrƟga/ Barragem de Belver/ Belver/ Barca da Amieira-Envendos/ Fratel/ Rodão/ Tojeirinha/ Sarnadas/ Retaxo/ Benquerencas/ Castelo Branco/ Alcains/ Lardosa/ Soalheira/ Castelo Novo/ Alpedrinha/ Vale de Prazeres/ FatelaPenamacor/ Alcaide/ Donas/ Fundão/ Alcaria/ Tortosendo), chegada à Covilhã!!! Ou seja, pedalar 26 km até à aldeia de Verdelhos (local do acantonamento), foram 13 km sempre a subir, uma fantásƟca descida de 7 km e mais uns 5 km em trilhos.


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Na chegada ao acantonamento, foi feita a receção de boas vindas, reconhecimento das instalações e da área envolvente. Ouvia-se a água correr num riacho e respirava-se o ar fresco da serra. Com uma organização ơpica da adolescência, ou seja, sem plano de organização, uns ajudaram na cozinha, outros nas cabanas, outros foram tomar banho até haver água quente… E eis que aparecem as primeiras lamúrias: “não tenho rede”, “não há mais água quente”, “não há luz e tomadas nas cabanas”… Cedo, os alunos perceberam que a “Serra” impunha as suas condições… Depois de um jantar composto por arroz de salsichas, feito com a ajuda dos professores, com rissóis e panados trazidos de casa, uns foram ao café da aldeia (cinco quilómetros de trilhos para cada lado) enquanto outros realizaram uma bela fogueira, que bem soube aos colegas quando regressaram cheios de frio e permiƟu que o grupo terminasse o dia em convívio contando as histórias e as aventuras do primeiro dia… Alvorada do segundo dia às 8:00 horas. O professor João Paulo

ensinou os alunos a procurar e a arranjar um cajado para o auxílio na caminhada, enquanto foi feita a distribuição das merendas (pão caseiro com queijo e Įambre e pão caseiro com chouriço e bacon). Reunião de grupo e “brieĮng” com o guia às 9:00 horas e úlƟmos preparaƟvos para o “Percurso Pedestre”. Com o leito do “Rio Beijames” a traçar o caminho, o grupo percorreu os caminhos rurais e respirou a pureza do ar serrano. O grupo observou como as pequenas habitações, currais e palheiros eram envolvidos e integrados na natureza, sendo por vezes quase impossível a sua idenƟĮcação e, como em pleno século XXI, ainda existe a lavoura com recurso a animais. Chegada a uma represa, o rio forma um lago de água cristalina de um lado e um espelho de água com uma cascata de dois metros do outro, quatro corajosos alunos aproveitaram para dar um mergulho. A beleza da paisagem rapidamente aqueceu a alma e o espírito. Após uma breve pausa para o almoço à beira rio, o grupo começou a subida da serra pelos trilhos indicados pelo guia. Ao

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princípio, alguns alunos quesƟonavam se iam mesmo conseguir subir tudo, aos poucos a paisagem do horizonte faziam esquecer os metros de alƟtude já percorridos! “Estamos no meio das nuvens”, diziam alguns…

Todos os alunos, embora inicialmente céticos, Įcaram maravilhados com a beleza da paisagem que os envolvia. De regresso ao acantonamento, o grupo foi cantando músicas populares portuguesas, umas mais matreiras que outras, mas ainda assim algo que não era de esperar de jovens de tão tenra idade. O facto de haver “jogo grande” para as compeƟções europeias às 18:00 horas, ajudou a uma maior organização dos alunos no Įm do percurso, para que grande parte pudesse ir ao café ver a bola e ajudou também na organização do jantar, pois às 21:00 horas estávamos todos à mesa a comer um belo atum com maionese e esparguete com ketchup, elaborado pelos alunos com o apoio dos professores. A noite acabou, mais uma vez,

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com o grupo reunido em volta da fogueira… Terceiro dia, o dia grande! Subida da serra de bicicleta. ObjeƟvo: ver neve e ver nevar! Alvorada às 8:00 horas, distribuição das merendas às 9:00 horas e parƟda para o percurso de bicicleta às 10:00 horas. Mais uma vez, o grupo cumpriu e às 10:00 horas estávamos todos prontos. Subida interminável! O Įm da cada subida era presenciado por outra subida, os mais atléƟcos e com roƟnas mais saudáveis, faziam a diferença, destacando-se na frente do grupo, outros quesƟonavam-se se alguma vez iam chegar lá acima! Ao Įm de mais de 1000 metros de alƟtude, os alunos iam chegando ao “Poço do Inferno”, local de paragem para descanso e almoço. Eis que começa a nevar! Foi o culminar de uma beleza extrema que a todos nos deixou perplexos. Nevou não mais de 30 minutos, o suĮciente para nos maravilhar e para nos deixar o suĮcientemente secos para o resto da jornada, pois ainda havia muito para subir! Subida interminável, parte dois! Agora os alunos, apesar de


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mais cansados, Ɵnham o espírito mais fresco, alguns Ɵnham alcançado um objetivo que pensavam não conseguir! A moƟvação era maior e já ninguém punha em causa a subida até à neve! À medida que a alƟtude aumentava, a temperatura baixava e era importante manter um ritmo certo de temperatura no corpo, quando os alunos esperavam uns pelos outros, deitavam-se no chão para melhor protegerem a temperatura corporal.

éramos. Tínhamos agora um espírito de missão, uma sensação única de sacriİcio e recompensa, a Natureza pôs-nos à prova e fez-nos ver o melhor em nós… Os objeƟvos da aƟvidade eram contactar com caracterísƟcas İsicas e humanas de uma zona protegida, de forte impacto natural e nacional, passível de observação de fauna e Ňora em ecossistemas inalterados, com evidências de integração harmoniosa entre a ação humana e os suportes materiais; reŇeƟr sobre o presente e futuro da relação homem vs natureza e do conceito de sustentabilidade; fomentar interações no seio do grupo, partilha, entreajuda, responsabilidade. O balanço é muito posiƟvo, e muito se deve aos alunos, não lhes foram impostas regras, eles semearam as próprias condições, o local, as datas, as aƟvidade. Nós professores, apenas fomos apresentando caminhos e soluções, eles geriram as suas liberdades.

A Escola e os Encarregados de Educação procuram promover o percurso escolar, o combate ao absenƟsmo e abandono, a

O Vale Glaciar da Serra da Estrela em todo o seu esplendor; ao fundo avistava-se Manteigas. O orgulho estava estampado em todos, a sensação de dever cumprido, a união do grupo. Todos, de certo modo, Ɵnham alcançado algo, Ɵnham embebido um pouco daquela natureza. No regresso ao acantonamento, jamais podíamos esquecer todas as sensações vividas, o sacrifício das subidas, a neve a cair nas nossas mãos como recompensa do esforço, a imponência do Poço do Inferno, a magnitude do Vale Glaciar, os blocos de neve que encontrámos para brincar e a inĮnidade da paisagem, fazem agora parte das nossas memórias… O dia terminou bem à portuguesa, com o prato ơpico “Feijocas” e não podia falta a fogueira… O quarto e úlƟmo dia, o do regresso… aquela descida fantásƟca de 7 km do primeiro dia era agora uma subida imensa, mas já não havia impossíveis, todos sabiam que iam conseguir e todos chegaram à estação de comboio da Covilhã, cumprindo os horários e os pressupostos estabelecidos. A viagem de regresso foi idênƟca à do primeiro dia, os alunos brincaram, contaram histórias, dormiram um pouco, realizaram todas as aƟvidade próprias da idade e, no Entroncamento, trocamos de linha, parecíamos quase os mesmos, mas não

melhoria do sucesso escolar e a formação de caráter e integridade de um modo diferente, só o futuro poderá dizer qual a mais-valia alcançada, mas hoje os alunos podem dizer: “Eu já… eu já lá esƟve, eu já consegui… João Inez Formador

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A ESCOLA PROFISSIONAL DE RIO MAIOR PREMIADA PELO PLANO NACIONAL DE LEITURA CONCURSO FAÇA LÁ UM POEMA, 2014 e atual. Assim, após acérrima discussão, o poema selecionado foi “O úlƟmo Assalto” da autoria de Ruben Aurélio, da turma 10.º B do Curso de Eletrónica, Automação e Instrumentação. Dando cumprimento ao regulamento do concurso, no dia 26 de fevereiro, o poema selecionado lá seguiu para quem de direito, para que mais uma vez, esse mesmo poema fosse analisado exausƟvamente. Assim, no dia 22 de março de 2014, durante as celebrações do Dia Mundial da Poesia, na sala Sophia de Mello Breyner da Fundação Centro Cultural de Belém, foram entregues os prémios aos vencedores do Concurso Faça Lá um Poema. Neste dia de celebrações a EPRM estava presente, encontrava-se no grupo de excelência de 18 alunos, selecionados de um grupo de 600 parƟcipantes de todos o país. A EPRM fez-se representar pelo aluno, autor do poema, Rúben Aurélio, acompanhado pela professora de Português. Após a leitura do seu poema, o Rúben recebeu o prémio merecido - “ Menção Honrosa”. Os seus colegas do ensino secundário, também premiados, eram de escolas do ensino regular e alunos do 12º ano, facto que deixa a EPRM, ainda mais orgulhosa. IniciaƟvas como esta são de louvar pois fazem uma equipa de proĮssionais de ensino acreditar que é possível fazer a diferença e moƟvar os alunos para a escola, mesmo quando tudo parece perdido. Dias como este são para recordar e para servirem de incenƟvo e alento. AĮnal é possível! Selma Santos Formadora

O Plano Nacional de Leitura continua determinadamente apostado no incenƟvo à leitura e à escrita de poesia e, sob esse pretexto, convidou todas as escolas, públicas e privadas, os Professores e os Alunos de todo o país, ConƟnente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira a parƟciparem, desaĮando os autores escondidos que há em cada um. Claro, e como não poderia deixar de ser, a Escola ProĮssional de Rio Maior respondeu ao desaĮo. Depois da receção dos vários poemas oriundos de várias turmas, as professoras de Português reuniram-se para tomarem a decisão final e selecionarem apenas um, aquele que melhor representaria o espírito poéƟco

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Global Enterprise Project 2014 Desafio Empreendedor

A Escola ProĮssional de Rio Maior (EPRM) foi mais uma vez anĮtriã de um programa promovido pela Junior Achievement Portugal (JAP) em parceria com a Siemens Portugal. Esta iniciativa, subordinada ao tema Worlds Apart – Quality of life in ciƟes| Scenario 2040, foi acompanhada pelos voluntários Dra. Margarida Alves, Dr. David Viera e Eng. Carlos Alves da Siemens Portugal e reuniu alunos entre os 15 e os 18 anos. A escola participou com trinta alunos, que foram selecionados nos Cursos Técnicos de Transporte, de Turismo Ambiental e Rural, de Manutenção Industrial, de Energias Renováveis, de Instalações Elétricas e de Eletrónica e Automação, acompanhados pelas professoras Anabela Figueiredo e Maria João Maia que trataram da coordenação do evento. Os alunos foram desafiados a projetar a sua cidade no futuro, nomeadamente no ano 2014 e a avançar com propostas que garantam a sustentabilidade da mesma propondo soluções a vários níveis para questões potencialmente problemáƟcas relacionadas com o ambiente, a água, a qualidade do ar, a qualidade do solo e a libertação de CO2. Esta competição desenvolvida pela Junior Achievement Portugal em parceria com a EPRM, permite aos alunos terem a oportunidade de trabalhar as suas ideias com voluntários da Siemens, empresa parceira da JAP, que irão apoiá-los como consultores em áreas fundamentais para desenvolverem o seu desaĮo, tais como: MarkeƟng, Vendas, Desenvolvimento de Produto, entre outras. Ao aplicar o princípio de “Learning by Doing” pretende-se

que os alunos desenvolvam competências interpessoais e empreendedoras, espírito de iniciativa, habilidade para trabalhar em equipa, tendo a capacidade de resolver problemas, aprender a trabalhar com prazos muito reduzidos e desenvolverem as suas competências ao nível da comunicação oral em inglês. Este evento decorreu na sextafeira, dia 21 de fevereiro, entre as 14.30h e as 17.30h e os alunos Ɵveram oportunidade de apresentar um “elevator pitch” em inglês da sua ideia perante um Júri, que os interpelou com questões enriquecedoras

relaƟvas ao seu serviço ou produto. A Escola ProĮssional de Rio Maior congratula-se de acolher mais uma vez este Ɵpo de DesaĮo Empreendedor. Na EPRM acreditamos que, promovendo a parƟcipação de alunos neste Ɵpo de eventos, estamos a contribuir para o desenvolvimento de outro Ɵpo de competências, para além das puramente académicas. Fomentando vivências “open mind” junto dos nossos alunos, também estamos a contribuir para uma formação/qualiĮcação mais equilibrada e completa. Maria João Maia Coordenadora de Projetos

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EPRM na RoboParty Robôs… “party”… ação!

Foi com este espírito que a EPRM se fez representar na RoboParty 2014, em Guimarães, nos dias 6, 7 e 8 de março, com três equipas e muita energia. Logo cedo, já com mesas reservadas e com algum “know how”, adquirido no ano anterior, colocámos “mãos à obra”. Rapidamente ơnhamos as três equipas, a Knight Rider II, o Curto Circuito II e a Les100ID, a montar a estrutura mecânica do robô e a soldar a placa eletrónica. A meio da tarde do primeiro dia, já se percebia que de três robôs autónomos se tratava. Lá andavam eles de um lado para o outro (os robôs, claro) a testar as programações realizadas pelas equipas. Principal problema? Baterias... Com tanto ensaio, tanta programação, tanto teste e tanta hora, elas lá iam “morrendo” e a capacidade de carga era muito inferior à velocidade com que elas se gastavam. No segundo dia, a “concorrência” nos ensaios, nas pistas de prova, já era elevada, sendo necessário Įcar na Įla cada vez que queríamos testar uma nova programação. Esse facto até teve pontos posiƟvos, pois conseguiamos analisar a concorrência e idealizar melhorias. Veio o terceiro dia, dia das provas. O verdadeiro desaĮo!

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Prova “seguidor de linha”. Apenas um robô parƟcipou nesta prova, pois era necessário um kit extra de sensores que apenas foi adquirido para um deles. O desaĮo era feito em esƟlo “duelo” com eliminação direta do mais fraco.

Primeiro duelo, superado! Arranque perfeito em sincronismo com a ordem de arranque e uma maior distância de pista percorrida. No entanto, ao segundo duelo fomos eliminados. Posteriormente, já em Rio Maior, veriĮcámos que se tratou de um problema com os sensores e não um problema com a programação. Próxima prova, a “prova de obstáculos”. No ano anterior, a equipa “Knight Rider” Įcou em segundo lugar, sendo que em primeiro Įcou uma equipa composta por estudantes universitários (da própria Universidade do Minho, Guimarães). Uma “promessa” Įcou desse ano: - “Esperem-nos para o próximo ano, vamos ganhar-vos”, disse Eusébio Almeida, um dos membros da equipa


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na RoboParty2013 e também agora na RoboParty2014. Após a realização da prova não conseguimos obter o primeiro lugar (Įcámos em 4º lugar), contudo a promessa foi cumprida, pois a equipa que nos ganhou no ano anterior Įcou, este ano, em 5º lugar. Depois do almoço do úlƟmo dia, surgiu a “prova de dança”. A prova consisƟa na elaboração de uma coreograĮa, completamente autónoma, com todos os robôs da mesa de trabalho (os três robôs da EPRM) e com uma música/tema com duração máxima de 90 segundos. Durante os úlƟmos dias que antecederam a RoboParty2014, foram realizadas na escola estruturas para “enfeitar” os robôs. Para a prova de dança, decidimos que o tema seria “A casa do Mickey Mouse”, pois prevíamos a existência de muitas crianças e muitos aĮccionados do Mickey em Guimarães. Foi, então, realizado com a colaboração da professora Ana Rita Loureiro, um Mickey num jardim, uma Casa do Mickey e um OrelhuƟl, tudo personagens do imaginário Mickey Mouse. E foi com estas três “personagens” que realizámos uma coreograĮa com o genérico da casa do Mickey. Vários comentários posiƟvos foram feitos em relação à qualidade e ao trabalho desenvolvido na construção das personagens e na dança.

Para manter a tradição foi desenvolvido um robô para impressionar, quer a organização, quer os parƟcipantes na RoboParty2014. Assim, criámos um robô com umas rodas de um diâmetro bastante superior, que era controlado por bluetooth. E nada conseguia parar o robô! Ao contrário dos outros, este subia colchões, obstáculos no chão, para além de que, quando “capotava”, nem isso o parava, pois conseguia reposicionar-se. O concurso RoboParty é um excelente “open mind” para a área da robóƟca e programação, pois incute o “bichinho” logo cedo, podendo criar, desta forma, excelentes técnicos de automação e robóƟca.

Mais uma vez, a EPRM fez-se notar e fez a diferença num concurso nacional! Cristovão Oliveira Formador

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Viajante (s)... Desde que assumi o cargo de Diretor Pedagógico da Escola ProĮssional de Rio Maior, em setembro de 2010, já apoiei e acompanhei delegações de alunos em várias visitas de estudo i nte r n a c i o n a i s . Aquilo a que alguns, mais bem-humorados, chamam de “ p a s s e i o s ”, e u vejo-as como abertura de horizontes (“open mind”), tanto para os alunos, como para os meus colaboradores. Penso, mesmo, que uma das razões do tão badalado atraso estrutural português deriva de nos termos enclausurado demasiado tempo dentro das fronteiras do nosso periférico país, longe dos principais centros de decisão europeus, onde tudo acontece. Este isolamento a que estivemos votados tem reŇexos visíveis ao nível das mentalidades. É fundamental revolucionar este estado de coisas. Temos de nos voltar para fora, para o mundo exterior. Temos de repetir as façanhas dos longínquos séculos XV e XVI, era da epopeia dos Descobrimentos Portugueses. Acredito que, enquanto povo, temos um potencial enorme, pois aprendemos depressa. Prova disso é o sucesso de alguns setores da economia que estão a ser o motor das exportações ou os inúmeros casos de portugueses com sucesso além-fronteiras. Parafraseando Júlio César, somos um povo com uma enorme capacidade de ir, ver e vencer (“veni, vidi, vici”). Sou um entusiasta de experiências internacionais porque acredito Įrmemente que estas permitem entrar em contacto com novas culturas, observar outros modelos organizacionais, melhorar as competências linguísticas, em suma, alargar horizontes. Defendo-o para mim, bem como, para todos os meus colaboradores e alunos. Diz-me a experiência que qualquer deslocação além-fronteiras é sempre uma oportunidade de enriquecer o conhecimento, uma oportunidade 36 | Revista EPRM # 22

de vislumbrar boas práƟcas. Vários são já os exemplos de implementação de melhorias na organização pedagógica da EPRM, fruto da perscrutação de outros modelos, observados lá fora e considerados interessantes e perƟnentes. Nos úlƟmos quatro anos, a EPRM criou condições para que fosse possível realizar três visitas de estudo a Madrid, uma a Barcelona, outra a Munique e, apesar de ser território português, uma aos Açores. Cinquenta e um alunos Ɵveram oportunidade de realizar estágios transnacionais em locais tão diversos como Consenza (Itália), Barcelona (Espanha), Leipzig (Alemanha) e ValeƩa (Malta). Além disso, fruto de projetos de diversa natureza em que a Escola se tem envolvido, um aluno visitou Bergen (Noruega), outro visitou Turim (Itália), quatro visitaram Praga (República Checa) e outros quatro visitaram Paris (França). Um outro projeto europeu em que a EPRM está envolvida e que terá o seu epílogo em Rio Maior, em Įnais de maio, permiƟu que sete colaboradores da EPRM participassem em ações realizadas na Croácia, na República Checa, na Noruega, na Escócia e em Espanha. Fruto do programa europeu de promoção de visitas de estudo individuais (study visit), quatro colaboradores parƟciparam em conferências em Hannover (Alemanha), na Suécia, na Estónia e na Turquia. A Escola ProĮssional de Rio Maior está cada vez mais internacional, fruto da qualidade de alunos e colaboradores. Essa qualidade tem feito de nós verdadeiros viajantes do empreendedorismo! Luciano Vitorino Diretor Pedagógico


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Reduzir, Reutilizar e Reciclar é proteger a Terra 3 R’s, apostando sobretudo na ReuƟlização e na Reciclagem, parƟcipando em projetos que envolvem materiais reciclados, nomeadamente na elaboração de um boneco de neve com recurso a garrafas e garrafões de plásƟco, que contribuiu para a iluminação de Natal da cidade de Rio Maior, e na construção de uma árvore feita com embalagens Tetra Pack, uma iniciaƟva promovida pela ABAE e que deu pelo nome “Sim, criar uma árvore dá frutos”. Assim, o objeƟvo de ambas as iniciaƟvas é incenƟvar a reuƟlização e a reciclagem e mostrar a sua importância para a sustentabilidade do planeta e, consequentemente, de todos os seus recursos necessários à vida humana. Uma outra iniciaƟva, desta feita relacionada com a energia, dá pelo nome “TWIST 2014”

A nossa “CASA” é bela e inigualável, é um planeta azul cujas gerações se têm habituado a explorar e se têm esquecido de respeitar, ignorando que o futuro da vida depende do futuro da Terra. Assim, urge sensibilizar todos aqueles que farão parte das gerações futuras para a preservação das espécies e dos recursos desta nossa ”CASA”. E como a escola tem um papel essencial na formação de cada um, não apenas enquanto proĮssionais mas também como seres individuais e sociais, deve também sensibilizar os alunos de hoje, enquanto cidadãos de amanhã, de modo a conduzi-los à adoção de medidas de proteção e preservação do planeta. É, pois, essa a missão do Eco Escolas, já existente na EPRM há seis anos, ao longo dos quais tem revelado uma forte preocupação com temas como a água, a Ňoresta, a biodiversidade, a energia e os resíduos. São precisamente estes úlƟmos que têm vindo a merecer especial destaque no decorrer do presente ano leƟvo, pelo que a políƟca dos 3 R’s tem sido uma constante. Esta políƟca consiste num conjunto de medidas adotadas em 1992, numa Conferência da Terra realizada no Rio de Janeiro e é válida para todo o Ɵpo de resíduos, defendendo a importância, ou melhor, a necessidade de REDUZIR, REUTILIZAR e RECICLAR. Como tal, o Eco Escolas tem procurado divulgar a políƟca dos

e consiste num projeto promovido pela EDP que pretende colocar em destaque temas como a eĮciência energéƟca, as alterações climáƟcas e o desenvolvimento sustentável. Cabe, portanto, ao Eco Escolas parƟcipar no projeto e promover as boas práƟcas para a poupança de energia em casa, na escola e na comunidade local, de modo a contribuir para um consumo racional de energia. Preservar o planeta é preservar formas de vida. Cabe a cada um de nós uma pequena parte desta tão grande e diİcil tarefa, mas o mais importante mesmo é não baixar os braços! Ana Rita Loureiro Formadora

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FabLabEDP challenge 2014

FabLab – FabricaƟon Laboratory é um laboratório onde tudo é possível de realizar. O conceito é: exisƟndo a ideia é possível construir tudo (em forma real ou protóƟpo). Para isso, um FabLab (conceito criado no MIT – Estados Unidos), possui máquinas e ferramentas que permitem transformar a ideia em formato digital (CAD) para um objeto real. Essas máquinas vão desde impressoras 3D, CNCs de grande dimensão, CNC de precisão, gravadoras/cortadoras Laser, corte de vinil, etc. Atualmente existem cerca de 350 FabLab espalhados pelo mundo. O FabLab EDP é um deles e localiza-se no Labelec da EDP em Lisboa (Sacavém). Anualmente o FabLabEDP lança um desaĮo aos alunos Įnalistas de cursos proĮssionais do país para projetar, desenvolver e criar uma ideia uƟlizando as máquinas e tecnologia descrita, esse desaĮo chama-se FabLabEDP Challenge. A EPRM está representada no Concurso FabLabEDP Challenge com três alunos de dois cursos, João Silva e Rodrigo Feitor de Manutenção e Eusébio Almeida de Eletrónica, que aceitaram o desaĮo de parƟciparem no concurso cujo prémio é um Estágio ProĮssional numa das empresas do grupo EDP, estágio esse

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vedado a alunos que terminam o 12º ano pela via do ensino regular. No ano passado uma equipa da EPRM venceu o concurso com o seu sistema SIPI – Sistema de Iluminação Pública Inteligente. O nosso sonho/objeƟvo é, este ano, repeƟrmos a sensação. O projeto deste ano consiste no sistema IF – Intelligent Flow, uma “torneira” economizadora de água, enquanto se “espera” a chegada da água quente. O projeto já está desenvolvido, quer mecânica quer eletronicamente, uma vez que a Įnal foi a 9 de maio. À data da edição desta revista ainda não nos é possível informar a classiĮcação obƟda. Também para o projeto os alunos criaram uma empresa Įcơcia, de modo a promoverem o produto e poderem realizar ações de markeƟng e uma apresentação mais real com aquilo que encontram, como empresários, na vida “lá fora”.

FabLabEDP Challenge 2014 mais que um concurso que visa incenƟvar os jovem a aprender fazendo é colocar em práƟca todos os conceitos teóricos adquiridos ao longo dos três anos do curso. Cristovão Oliveira Formador


A NOSSA ESCOLA

Outdoor EPRM

As boas práƟcas recomendam que no Įnal de um ano leƟvo alucinante, em que foram muitos os que cooperaram para a projeção, a visibilidade e a notoriedade da EPRM, se possa, de uma forma mais informal, confraternizar durante (pelo menos) um dia, para atenuar o stress acumulado nos úlƟmos meses. Desta forma, no passado dia 17 de julho de 2013, pelas 7h30m, diretores, funcionários e formadores desta insƟtuição rumaram até Sesimbra para dar início, pelo segundo ano consecutivo, à atividade outdoor que se iniciou com um peddy-paper, denominado Score 100, permiƟndo a todos os parƟcipantes conhecer de uma forma lúdica a vila de Sesimbra e os seus hábitos. Depois de muita animação e cansaço visível nos rostos dos participantes, chegou a hora de os mais corajosos mergulharem nas águas do mar, enquanto outros descansavam na explanada do Restaurante Porto Fino, onde decorreu o almoço convívio.

Da parte da tarde, deu-se início ao passeio de jipe pela maravilhosa Serra da Arrábida, com algumas paragens pelos Castelo de Sesimbra e praia do PorƟnho da Arrábida, seguindo-se a travessia do Parque Natural com o mesmo nome. O passeio conƟnuou para a localidade de Azeitão, onde se visitaram as célebres Caves José Maria da Fonseca, e se teve a oportunidade de parƟcipar na degustação dos seus conceituados vinhos, dando-se então por concluída a aƟvidade. Tratou-se de um dia muito alegre e diverƟdo em que o objeƟvo de invesƟr na moƟvação dos colaboradores e reforçar a coesão no seio da Escola, procurando criar um verdadeiro espírito de grupo, foi cumprido com êxito.

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EM FORMAÇÃO C.T. DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL/ ELETROMECÂNICA - 1º ANO

Falar de Manutenção é... falar de Técnica Falar de Manutenção é antes de mais, falar de técnica. E tal como a técnica tem um processo evoluƟvo, também a manutenção conheceu ao longo dos tempos, uma linha de melhoria de conceitos, de práƟcas, de métodos… Não é necessário recuar muito no tempo para facilmente idenƟĮcarmos quão profunda foi a modiĮcação operada na aƟvidade Manutenção. Os equipamentos do Įnal do séc. XIX, princípios do séc. XX, eram na sua maioria concebidos para aumentar a velocidade e o volume de produção ou para executar tarefas que as limitações humanas diĮcilmente poderiam executar. Conceitos como produƟvidade, qualidade e Įabilidade, só muito mais tarde seriam tomados em consideração e entraram nos dicionários técnicos e de gestão. Mesmo quando H. Ford iniciou, em 1908, a produção em série do famoso modelo T. (que iria durar até 1927, com pequeníssimas alterações), questões como planos de manutenção, revisões periódicas etc., não eram ainda conhecidas e muito menos práƟca comum. Na realidade, os equipamentos só eram intervencionados quando avariavam ou parƟam. A prevenção não fazia parte do dicionário do “mecânico” da época. A habilidade na reparação e na execução dos componentes avariados valorizava extraordinariamente o executante, numa ĮlosoĮa muito própria da época, em que a formação era conseguida à base da práƟca. Era mexendo que se aprendia. Com o evoluir da técnica, com a soĮsƟcação dos equipamentos e consequentemente com o seu custo de aquisição, a compeƟƟvidade das empresas começa a aumentar, e questões como a ProduƟvidade e os Custos de Produção passam a ser Ɵdos em consideração. Os custos de Manutenção passam a ter uma avaliação própria e a paragem dos equipamentos por avaria a pesar na economia das empresas. Equipamento parado era equipamento que não produzia. A Prevenção ganha uma nova dinâmica e ter os equipamentos sempre disponíveis passa a palavra de ordem. A Produção passa a ser a componente mais importante das empresas. Evitar a avaria através de operações prevenƟvas entra numa nova época. Reparar antes de parƟr em vez de reparar quando 40 | Revista EPRM # 22

partir, através de métodos de planeamento, distribuídos no tempo e repetidos de acordo com a experiência ou as sensibilidades do fabricante. No entanto, depressa se veriĮca que subsƟtuir componentes apenas porque o plano a isso obriga, quando os mesmos se encontram em perfeitas condições, leva a quesƟonar a eĮcácia do sistema, pelo menos na sua vertente económica. Os componentes apenas deveriam ser subsƟtuídos quando apresentassem sintomas de terem chegado ao Įm de vida, ou a avaria esƟvesse eminente. Um novo conceito de prevenção começa a desenhar-se. Na aeronáutica, por exemplo, as avarias podem ser extraordinariamente importantes e os seus impactos extremamente graves, não devendo portanto acontecer ou pelo menos ser reduzida a hipótese de acontecerem. Isto leva a que os custos de manutenção sejam muito elevados, o que deu um extraordinário impulso a este conceito. Os equipamentos passam a disponibilizar sistemas de avaliação e análise do funcionamento dos mesmos e as manutenções são efetuadas de acordo com as condições de operação e o estado dos componentes. Este conceito, no entanto, não deĮnia responsabilidades e continuavam a ser os serviços de manutenção a serem os principais responsáveis pelos equipamentos, mesmo quando a sua operação era efetuada por terceiros e nem sempre nas melhores condições. A Qualidade e a Fiabilidade dos equipamentos e componentes, largamente implementadas pela soĮsƟcação quer de materiais, quer dos processos de fabrico, a impossibilidade de em determinados casos de efetuarem reparações ou manutenções durante a operação dos equipamentos, (ex: viagens espaciais) relança o tema da operacionalidade dos equipamentos e da garanƟa do seu funcionamento. No entanto, importa salientar que cada vez mais, a função do Técnico de Manutenção deixou há muito de ser reparar avarias, para ser EVITAR QUE AS AVARIAS ACONTEÇAM. Este é o conceito que tem de ser seguido por todos os que escolheram esta forma de vida… José Oliveira Diretor de Curso


EM FORMAÇÃO C.T. DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO - 1º ANO

O mundo tecnológico

Atualmente encontramo-nos na era da tecnologia. Tudo o que nos rodeia é composto por sistemas eletrónicos. Basta para isso pensar no telemóvel que temos, computador, tablet, carro, eletrodomésƟcos, etc. Cada vez é mais diİcil encontrar alguém que nunca tenha mexido em nada eletrónico ou com algum nível de automaƟsmo. Caminhamos para uma era em que até esta própria revista será lida através de papel capaz de reproduzir pequenos vídeos (invenção de um português). O principal objeƟvo do mundo da eletrónica é facilitar e melhorar a condição de vida de todas as pessoas que a usufruem. Na EPRM, no curso de Eletrónica, Automação e Instrumentação, desaĮa-se os alunos a serem os cienƟstas do futuro, a pensarem e a desenvolverem sistemas com algum nível de inovação, composto quer por eletrónica, quer por automação. Para além da inovação, incute-se também o espírito de desenvolver produto capaz de suprimir uma determinada diĮculdade a um preço de mercado mais reduzido, contribuindo assim para que todas as pessoas (carteiras) possam aceder à eletrónica. Para além dos trabalhos teóricos e práƟcos, quesƟonando o pensamento dos alunos, estes também são desaĮados a parƟcipar em projetos nacionais e municipais. Um exemplo disso são os concursos que parƟcipam de modo a mostrarem as suas competências, ideias e modos de desenvolvimento, bem como, a interação com a população local, nomeadamente no apoio à iluminação e “inteligência” da árvore de natal no úlƟmo dezembro, onde desenvolveram uma árvore com iluminação automáƟca que poderia ser controlada através de um soŌware para o seu telemóvel ou tablet android com comunicação por

bluetooth. Convido a conhecerem o curso de Eletrónica e Automação e a desaĮarem os alunos a novos projetos e “ideias”. Principal objeƟvo? Pensar fora da caixa.

Cristóvão Oliveira Diretor de Curso

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EM FORMAÇÃO C.T. DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL

Turismo, um setor com elevada importância estratégica

O turismo pode ser considerado uma aƟvidade transversal, capaz de gerar impactos socioeconómicos, demográficos, físicos, ambientais e culturais importantes. Recaem sobre a atividade turística elevadas expetativas quanto aos seus contributos relevantes enquanto motor de desenvolvimento para a revitalização económica e a preservação do património natural e cultural, aĮrmando-se o turismo como um dos setores estratégicos para a inovação e compeƟƟvidade em geral. Um dos grandes desaĮos que se colocam ao setor do turismo em Portugal prende-se com a necessidade de o país ter de ser mais compeƟƟvo em relação a outros desƟnos, assim como, com a sazonalidade da procura, problemas estes que o esforço para diversiĮcar a oferta não tem conseguido combater e onde o fator inovação surge como uma variável-chave. Inovar signiĮca implementar novas soluções que criem valor para todos os envolvidos no processo. O World Economic Forum (WEF) indica, no “Relatório de Competitividade em Viagens & Turismo (2013) ”, que Portugal apresenta claras oportunidades de crescimento, principalmente no que toca aos recursos naturais disponíveis e, consequentemente, ao turismo sustentável associado a uma exploração consciente e adequada dos mesmos. Por outro lado, o mesmo ranking diz-nos que as principais falhas

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do país são a pouca eĮcácia do markeƟng e do targeƟng, as políƟcas de contratação e gestão do pessoal e a fraca formação disponibilizada às equipas que recebem e servem os turistas. Conscientes da importância deste setor para a economia regional e nacional, a Escola ProĮssional de Rio Maior, sempre atenta às variáveis que consƟtuem a sua envolvente, encontrou aqui mais uma vez oportunidade para poder contribuir para a formação de operacionais nesta área. Assim, no ano leƟvo 2013/2014 abriu mais uma vez o Curso de Turismo Ambiental e Rural para dar resposta às necessidades de um setor que, apesar do atual contexto económico de contração conƟnua a crescer e cujas receitas representam uma percentagem muito signiĮcaƟva do PIB (Produto Interno Bruto). Este ano foi a primeira vez que ocorreram estágios (Formação em Contexto de Trabalho) no primeiro ano do curso (10º), com o objeƟvo de proporcionar uma maior idenƟĮcação com o perĮl do curso e um primeiro contacto com o mercado de trabalho. Apesar de ser um estágio de curta duração, três semanas, o balanço global foi bastante posiƟvo e na generalidade dos casos o objeƟvo foi cumprido com sucesso.

Maria João Maia Diretora de Curso


EM FORMAÇÃO C.T. DE TRANSPORTES - 1º ANO

Fazer a diferença...

Prestes a “aterrar” o curso de Transportes de 2011, voltamos a “calibrar o motor” para mais um curso de Transportes, capaz de igualar o bom nível de formação dos nossos alunos que ora saem, mantendo a qualidade e os sinais importantes que a formação dos nossos técnicos devem alinhar com as exigências do mercado de trabalho e a aƟvidade de transportes. “Motor” de autocarro, comboio, avião ou barco, não importa! Estamos a calibrar, adaptar e evoluir para desaĮos, cada vez mais exigentes para os técnicos de transporte de agora e os que querem desaĮos a parƟr de 2016. Trabalhamos por isso, em mais uma parceria com a empresa TIEL, transportadora com “valor” e competência reconhecida nacional e internacionalmente, e que por certo dará um enquadramento mais preciso na formação dos novos alunos. Novos alunos, a quem se apresentam novos e bons desaĮos, e para os quais deverão ter em conta: 1. Período de revisão e alteração normativa, com nova regulamentação interna e integração sucessiva de normas da União Europeia na aƟvidade de transportes, que dão vantagem a quem as dominar de raiz e Įcar preparado para os desaĮos cada vez maiores em áreas como os tempos de condução, condições de transporte, equipamentos tecnológicos, requisitos legais de serviço…; 2. Contratualização 2.1. Para os Municípios a oportunidade de repensar redes de

transporte público de passageiros com técnicos de transportes qualiĮcados e habilitados, que vão querer ter, para defender a mobilidade dos seus munícipes; 2.2.Para os operadores de transporte, oportunidade de contar com técnicos que dominem novas técnicas de gestão de trafego e logísƟca, com instrumentos inovadores, capazes de trazer “ valor” a uma aƟvidade que cada vez mais terá uma concorrência feroz e onde só as melhores opções de um técnico de transportes fará a diferença; 3. As oportunidades criadas por uma mudança à vista no setor logísƟco e dos transportes em Portugal, onde se antevê as privaƟzações de operadores de transporte público (Metro, Carris, STCP, etc.) e onde se assiste a grandes mudanças logísƟcas, nomeadamente nas infraestruturas da plataforma do Porto de Sines, que também elas vão criar condições para técnicos qualiĮcados poderem fazer a diferença. Fazer a diferença é o que nos propomos, em cada momento que planeamos a formação dos nossos alunos e é essa diferença que tem pesado na sua integração e aceitação no mercado de trabalho e nas empresas onde ouvimos falar dos “nossos” técnicos a fazerem essa mesma diferença. Aposto em muitos dos alunos que iniciaram agora o Curso de Técnico de Transportes, porque muitos deles já fazem a diferença. Marco Henriques Diretor de Curso

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EM FORMAÇÃO C.T. DE AUXILIAR DE SAÚDE

Cuidar do outro... O curso Técnico Auxiliar de Saúde, como o próprio nome indicia, é destinado a jovens com interesse pela área da saúde e preocupa-se em realçar a importância das relações interpessoais, aliadas a todas as competências cogniƟvas e técnicas inerentes à proĮssão de Auxiliar de Saúde. Atualmente, um dos objeƟvos maiores no processo de saúde é a humanização dos cuidados e, cada vez mais, na nossa sociedade, exige-se e sente-se a necessidade de humanização. O Técnico Auxiliar de Saúde é o proĮssional que, sob a orientação de proĮssionais de saúde com formação superior, auxilia na prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logísƟco e administraƟvo das diferentes unidades e serviços de saúde. Sendo assim, o Técnico Auxiliar de Saúde é um proĮssional com formação adequada para poder aumentar a qualidade dos cuidados de saúde prestados e a humanização dos mesmos. Patrícia Vaqueiro Diretora de Curso

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PerspeƟvas… «Para nós enquanto alunas, o C. T. Auxiliar de Saúde é o ponto de partida para nós, como futuros profissionais de saúde, adquirirmos a capacidade de nos colocarmos no lugar do outro sem que este o diga, através de um simples olhar. Este curso prepara-nos para cuidar do outro, não só através de cuidados científicos e técnicos, como também, a parte emocional de cada utente – por meio do toque, saber ouvir e comunicar, não julgar e não pressupor que os nossos valores e crenças são semelhantes aos do utente. RelaƟvamente ao nosso 1º Estágio ProĮssional, que terá início no dia 20 de maio de 2014, esperamos colocar em práƟca todas as temáƟcas aprendidas nas sessões de formação e, através do contacto com o mundo real do trabalho, obter uma nova ou melhoria da própria perspeƟva do que consiste a área da saúde, uma vez que para ingressar nesta área é essencial ter gosto e apƟdão para a execução das tarefas relacionadas com o contexto do curso.» Micaela Reis e Tânia Agudo Alunas do C.T. de Auxiliar da Saúde


EM FORMAÇÃO C.T. DE INSTALAÇÕES ELÉTRICAS

Na direção da LUZ Dia após dia, o tempo passa e com ele novidades e acontecimentos vão surgindo a cada instante. Também no mundo da eletricidade existem alterações e inovações. Basta pensar como era a nossa vida há 100 anos. Luz elétrica? Produção de energia? Transporte de eletricidade? Televisão? Computadores? Carros? Aviões? Atualmente todo o mundo que nos rodeia tem eletricidade, quer na uƟlização, quer na produção. Todos sabemos a falta que nos faz a eletricidade quando ela não existe por simples breves períodos de tempo. No Curso Técnico de Instalações Elétricas na EPRM aprendemos a dominar e a tratar por “tu” a Eletricidade, as grandezas a ela associadas e os constituintes de uma instalação. As aprendizagens são obƟdas através de conhecimentos teóricos e aplicados na práƟca, tendo exemplos reais de aplicação. Na EPRM existe também uma casa de madeira onde os alunos colocam em práƟca, num contexto real de uma habitação, as aprendizagens técnicas obƟdas em sistemas individuais.

No ramo da indústria, no curso de Instalações Elétricas, é também treinada a automação industrial, praƟcando, fazendo pequenos automaƟsmos industriais e instalações de linhas de montagem e naves fabris. Como dizia um grande mestre educador de jovens (Badden Powell), devemos “aprender fazendo” e é isso que se procura incutir aos alunos, através de aulas técnicas com uma componente essencialmente prática onde, para além da execução, estes se preocupam com a conceção de projeto, seleção de materiais e opções que melhor se adequam à execução dos objeƟvos. Na ligação com o meio envolvente, os alunos do curso parƟcipam sempre nos projetos locais onde a sua ajuda é preciosa. Estou a referir-me, por exemplo, à construção do “Boneco de Neve” e da árvore de Natal na época natalícia. A iluminação e instalação Įcou ao cargo dos alunos do curso, tentando com este Ɵpo de projetos também caƟvar os alunos para uma componente de solidariedade, ajuda e trabalho cooperaƟvo com outras valências de um projeto num todo. Cristóvão Oliveira Diretor de Curso

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EM FORMAÇÃO C.T. DE ENERGIAS RENOVÁVEIS / SOLARES

ENERGIAS E NÓS É a Natureza quem nos oferece as mais diversas formas de energia que necessitamos para poder sobreviver! E cabe-vos, como Técnicos de Energias Renováveis, saber dar-lhes o melhor uso possível de forma a aumentar a qualidade de vida de todos nós! Já têm meio caminho percorrido nesta vossa formação e em breve terão a vossa primeira experiência como técnicos, ao realizarem o primeiro estágio proĮssional! Será a primeira de muitas aventuras, neste processo de aprendizagem que se pretende rico e moƟvador! As energias renováveis têm uma elevada importância nos dias de hoje, onde as necessidades energéƟcas aumentam diariamente e os recursos são cada vez mais uƟlizados! Conhecer e perceber os diferentes sistemas energéƟcos é fundamental, de forma a conseguir dar resposta a todas as solicitações. Mais que Técnicos na área de Energias – Sistemas Solares, é importante estar de mente aberta para todas as outras energias existentes como a eólica, a geotermia e das marés. Ser 46 | Revista EPRM # 22

polivalente e curioso, é garanƟa de conhecimento e interesse. Este ano pudestes contactar com mais um destes sistemas, de forma direta: a geotermia! Observastes a importância energéƟca, a nível de abastecimento e consequentemente aumento da qualidade de vida de uma ilha – Ilha de São Miguel, através da exploração, implementação e aproveitamento deste sistema. A cada dia serão necessários mais avanços e desenvolvimentos em técnicas de captação e tratamento das energias renováveis, e com eles mais Técnicos! Técnicos estes que deverão ter mente aberta e vontade de evoluir, pesquisando, procurando e tentando dar as respostas necessárias. Da pesquisa, ao estudo, planeamento, implementação e manutenção, todos são necessários! Só juntos poderão ir mais além e fazer mais do que já está feito! Acreditem em vós, nas vossas competências e capacidades e o Futuro será mais alegre e fácil de conquistar! Claúdia Solange Gomes Diretora de Curso


EM FORMAÇÃO C.T. DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO - 3º ANO

Na reta final...

Fazendo parte da oferta formaƟva da EPRM por diversos anos consecuƟvos, o curso proĮssional de Eletrónica, Automação e Instrumentação merece uma pequena reŇexão pela relaƟva importância que suscita no contexto industrial, económico e social da região envolvente e do país. Neste contexto, a eletrónica e os processos de automação industrial assumem uma importância signiĮcaƟva no processo de fabrico e nas linhas de produção, tornando mais compeƟƟvas as empresas que apostam nesta tecnologia e que já existem em várias zonas industriais do nosso meio. De uma forma geral, a eletrónica de automação tem por objeƟvos a obtenção, processamento e manuseio de informação, com o intuito de operar processos ou sistemas em subsƟtuição do homem. O curso pretende formar alunos com competências nas mais recentes áreas tecnológicas da automação, instrumentação e controlo, contribuindo para o processo de modernização e compeƟƟvidade da indústria local e nacional, sendo, portanto,

uma mais-valia interessante no currículo proĮssional de um aluno. A turma que iniciou o seu ciclo de formação em 2011 está agora prestes a terminar a sua jornada na EPRM e terá em mãos uma úlƟma “prova de fogo” que será determinante para a obtenção da qualiĮcação proĮssional.

Assim, como formador e diretor do curso pretendo que todos os alunos possam terminar esta úlƟma fase do seu percurso nesta escola (a conclusão das Provas de ApƟdão ProĮssional) de uma forma digna dos conhecimentos adquiridos e desejo sinceramente que consigam alcançar os objeƟvos a que se propuserem, quer seja na vertente proĮssional ou escolar. Luís Gonçalves Diretor de Curso

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EM FORMAÇÃO C.T. DE TRANSPORTES - 3º ANO

Mobilidade, Transportes e Logística diretamente cerca de 10 milhões de pessoas e é responsável por cerca de 5% do PIB. Muitas das empresas europeias que operam neste setor são líderes mundiais em infraestrutura, logísƟca, sistemas de gestão de tráfego e de fabricação de equipamentos de transporte. De acordo com os dados do INE, o modo rodoviário é o mais uƟlizado na União Europeia para o transporte de mercadorias, tendo representado quase 73% da tonelagem total transportada em 2011, seguindo-

Mais que nunca, a economia mundial gira hoje em torno do conceito da mobilidade. Para além da mobilidade de ideias e de conhecimento, facultada pela internet e pelas tecnologias de informação e comunicação, a mobilidade de bens e de pessoas que a massiĮcação dos transportes veio permiƟr, tornando as distâncias mais curtas, alterou formas de fazer comércio e estratégias de negócio, modiĮcou organizações, possibilitou o desenvolvimento de serviços internacionalizáveis, como o Turismo. Neste contexto, gerou-se um conjunto de novas oportunidades e desaĮos, contribuindo para o atual estádio de globalização e interligação das economias. As questões da mobilidade, principalmente da mobilidade sustentável, estão no centro das preocupações, sendo fundamentais para o cumprimento das metas da Estratégia Europa 2020, designadamente no que respeita à redução das emissões de gases com efeito de estufa, ao aumento do recurso às energias renováveis e ao aumento da eĮciência energéƟca. Dado que os transportes e logísƟca consƟtuem uma importante parcela dos custos das empresas, a aposta em meios e redes de transporte mais eĮcientes e inteligentes consƟtui um fator de acréscimo de compeƟƟvidade, podendo também ser uma importante fonte de atração de agentes económicos e de invesƟmentos. O setor dos transportes envolve os subsistemas rodoviário, ferroviário, maríƟmo, Ňuvial e aéreo. Assume um papel de relevo na qualidade de vida dos cidadãos, contribuindo para a coesão territorial e social e é, ao mesmo tempo, um poderoso motor do desenvolvimento empresarial e económico. Emprega

se os modos maríƟmo e ferroviário com 18,2% e 8,8% respeƟvamente, e Įnalmente, com menor expressão, o transporte aéreo de mercadorias, com apenas 0,1% do total. Em termos de transporte de passageiros, é de realçar a dinâmica de expansão que tem vindo a ser observada nos úlƟmos anos, em especial no transporte aéreo1. A Escola ProĮssional de Rio Maior, sempre atenta ao que se passa na sua envolvente, encontrou aqui uma oportunidade para contribuir, na formação de competências técnicas dos operacionais desta área. Por ser considerado um setor estratégico para a economia, a escola voltou este ano leƟvo a abrir mais um Curso Técnico de Transportes, o objeƟvo será o de conƟnuar a contribuir para o reforço de competências dos futuros proĮssionais da área dos Transportes. Este ano, termina o Curso Técnico de Transportes, ciclo de formação 2011/2014, altura de muito trabalho mas também de consolidação de conhecimentos a demonstrar na realização da Prova de ApƟdão ProĮssional (PAP). É de louvar o empenho e proĮssionalismo que a generalidade dos jovens colocam na realização deste projeto, que se pretende seja integrador de todos os conhecimentos adquiridos ao longo do ciclo de formação. Antes de terminar, não posso deixar de referir a importância dos dois estágios realizados e que muito contribuíram para a formação destes jovens. Para todos os que vão concluir, desejo-lhes os maiores sucessos. Maria João Maia Diretora de Curso

___________________________________________________ 1INE, EstaơsƟcas dos transportes – 2011, INE, 2012. Estratégia Nacional de InvesƟgação e Inovação para uma Especialização Inteligente-2014-2020

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EM FORMAÇÃO C.T. DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL/ ELETROMECÂNICA - 3º ANO

FUTURO: UM DESAFIO! Foram três anos de lutas, desilusões, triunfos, quedas e aprendizagens! O tempo passou e em breve o ơtulo de Técnicos de Manutenção ser-vos-á atribuído, mas isso não significa que a vossa aprendizagem parou! Todos os dias temos algo a aprender, todos os dias novos desaĮos aparecem…a tecnologia muda a cada momento e, tal como ela, terão que evoluir e ir muito mais além! Sempre que um obstáculo vos surgir pela frente, antes de pensarem que não conseguem, respirem fundo, arregacem as mangas e avaliem a situação! Verão que tudo é possível desde que a vontade esteja lá! A manutenção existe à nossa volta em todos os objetos que nos circundam, desde o mais simples ao mais complexo e com eles estarão os vossos desaĮos! Há três anos entraram como miúdos cheios de sonhos e ideias, cresceram e aos olhos de quem lida convosco tornaram-se melhores em tudo! Melhores indivíduos, melhores técnicos, melhores em equipa!

Mantenham esta vossa aƟtude e sei que o Mundo terá os Melhores Técnicos!

Os vossos caminhos bifurcar-se-ão a parƟr daqui, mas isso não signiĮca separação, mas sim crescimento! O futuro mostra-se incerto, por vezes um pouco enublado mas, se espreitarem bem, vão ver que por detrás deste cinzento existe um sol radioso à vossa espera! Será preciso desaĮarem, “sair da caixa”, da vossa zona de conforto….ARRISCAR! Vejam além do que está mesmo à frente e o sucesso virá ter convosco! Trabalho e esforço têm o seu prémio! Mais uma vez vos digo: - Eu acredito em vocês! Agarrem o futuro e façam dele o melhor possível! Claúdia Solange Gomes Diretora de Curso

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DESTAQUES C.T. DE FRIO E CLIMATIZAÇÃO

História de uma Viagem Conseguida Em setembro de 2011 assisƟmos à parƟda! Viagem de três anos prestes a chegar ao Įm! Vinte e três alunos, doze professores, sempre sob o olhar atento do Diretor, que lá do alto do seu gabinete de comando, supervisiona, orienta, incentiva e, sempre que necessário, corrige qualquer desvio ao rumo traçado inicialmente, de modo a ser possível aƟngir o objeƟvo a que nos propusemos no “eta”* previsto. Hoje estamos perto, muito perto mesmo. Pelo caminho Įcaram seis alunos. Não estavam preparados, mesmo depois de todos os esforços dos professores e Diretor, não conseguiram recuperar, desistiram, foi pena! Quando chegarmos, estarão lá, tristes por terem abandonado a viagem que os levaria para o caminho da excelência. Os resistentes, que com tormentas e noites mal dormidas se vão aguentando, chegarão sorridentes, certos que esta foi a primeira de muitas viagens que irão realizar pela vida fora, acertando sempre o rumo com o objeƟvo da excelência, para que esta se torne, cada vez mais, menos inanƟngível.

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Entrámos nesta reta Įnal em aceleração máxima e assim vamos conƟnuar, tudo tem que estar preparado e pronto a tempo da chegada ser uma festa! Qual administração, qual direção, quais professores, quais funcionários? Na EPRM mais parecem “lebres”, dão o seu melhor, vão ao limite, o seu rumo está traçado; é o caminho para a vitória, correm, correm, até Įcarem mesmo exaustos, mas a excelência é já ali, queremos lá chegar e estamos prestes a conseguir.

Um dia, disse aos meus alunos, em tom de brincadeira e com vista à moƟvação: “- somos os melhores”! Agora, quase três anos volvidos volto a aĮrmar que, com esta equipa, ganho qualquer “campeonato”, porque nos esforçamos todos os dias para sermos mesmo os melhores, não subsistam quaisquer dúvidas. Luís Santos Diretor de Curso * hora prevista de chegada


[Terça-Feira]

Concentração e receção de convidados junto ao edifício do Cineteatro de Rio Maior

Início das atividades na EPRM

19:00

17:30

Encerramento das atividades

Encontro com Pais e Encarregados de Educação

Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região: Agrupamento D. Afonso Henriques - Alcanede e Pernes E.B. Manique do Intendente E.B. Fernando Casimiro

ESCOLA ABERTA

EPRM

Pintura Criativa * HiperFM (direto) Promovido pela H2O em parceria com a EPRM Música Criativa - Ivo Santos Zumba - Sandra Rebelo

14:15 > 17:00 ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS

EPRM

ESCOLA ABERTA (Largada de balões, autocarro panorâmico da RodoTejo, TIEL) Abertura oficial das exposições técnicas dos alunos integradas nas Jornadas Profissionais

11:45 > 13:00

Auditório Cineteatro Municipal

Secretário Estado do Desenvolvimento Regional Dr. Manuel Castro Almeida Abertura da Sessão Apresentação da Revista nº 22 Entrega dos Prémios de Mérito Escolar Apresentação Pública do Projeto Leonardo da Vinci Encerramento da Sessão pela Srª Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, Drª Isaura Morais

Presença

SESSÃO DE ABERTURA OFICIAL das XXI Jornadas Profissionais

09:30 > 11:30

09:30

08:30

13 maio

19:00

17:30

[Quarta-Feira]

E.B. Fernando Casimiro E.B. Marinhas do Sal

Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região:

ESCOLA ABERTA

Início das atividades na EPRM

Encerramento das atividades

Encontro com Pais e Encarregados de Educação

C.T. Manutenção Industrial (3º ano)*C.T. Frio e Climatização “Melhoria Contínua” - Instituto Kaizen Eng. Luís Devesa”

* C.T. Eletrónica, Automação e Instrumentação (3º ano)*

“Estilos de vida saudáveis” Drª. Paula Barroso e Enf. Mónica Conceição

* C.T. Auxiliar de Saúde

“Distribuição de energia” EDP

* C.T. Energias Renováveis e C.T. Instalações Elétricas

“Turismo Natureza” Arq.ª Paisagista Ana Alves

* C.T. Turismo Ambiental e Rural

“Solução Automação e CNC” Eng.º Rui Órfão - Fagor Automation

* C.T. de Eletrónica, Automação e Instrumentação

“Uma experiência para a vida” Eng. Carlos Mendonça

* C.T. Manutenção Industrial

“Segurança e Transportes” Dr. Paulo Serpa e Dr. Carlos Esteves

* C.T. Transportes (1º e 3º ano)

ENCONTROS COM EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS

14:30 > 17:00

09:00

08:30

14 maio [Quinta-Feira]

Concentração e receção de convidados junto ao edificio do Cineteatro de Rio Maior

Início das atividades na EPRM

19:00

17:30

Encerramento das Atividades

LANCHE CONVÍVIO Toda a Comunidade Escolar

EPRM

* Combat - Tiago Oliveira

ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS Promovido pela H2O em parceria com a EPRM * Culinária Saudável - Igor Martinho

E.B. Marinhas do Sal Centro Escolar nº2

ESCOLA ABERTA Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região.

14:30 > 17:00

Auditório Cineteatro Municipal

Videoconferência Projeto IMOBY Rio Maior - Paris DESTINATÁRIOS: Toda a Comunidade Escolar

Momentos imprevistos 10ºB

CONVIDADOS: Luís Filipe Borges (Boinas) David Antunes (músico e entertainer)

SESSÃO “ CREATIVE MINDS”

10:00 > 13:00

09:30

08:30

15 maio



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