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Escola Profissional de Rio Maior
Revista 23
De olhos postos no futuro
Roboparty 2015 Desporto Escolar Prémios de Mérito Entrevistas Visitas de Estudo Internacionais O¿cina de Formação para Formadores
Com um muito obrigado, apresentamos as empresas que acolheram os nossos alunos em estágio [10º e 12º anos] - 2015
A. Santos Eletricidade, Lda. AC Manutenção e Comércio de Veículos S.A. Acordo - Comércio de Equipamentos Eléctricos, Lda. AF Neves Eletricidade AH Bombeiros Voluntário Alferpac - Projetos, Assistência e Obras Públicas, Lda. António Filipe Neto, Lda. Arcofrigo, Lda. Auto Francisco Mata, Lda. AUTOFRAN - C Sistemas, Lda. Azambuja Saúde Bielco Equipamentos para Veiculos Industriais, Lda. C. Hospitalar de São Francisco Cantinho Cegonha - Creche Centro Educ. Especial O Ninho Cisterluso COOPERATIVA AGRÍCOLA SCRL ECF Emílio Costa Filho, Lda. Electro 21 Electro Albino Electro Albino & Filho, Lda. Electromarvila, Lda. En¿s - Gest. Expl. Unid. Saúde Futur Solutions, Lda. Gabinete Técnico de Projectos Hernâni Santos, Lda. GALERIAS DE RIO MAIOR Galtrailer - Indústria e Comércio, Lda. GINA MORAIS - Pronto a Vestir Green Report, Lda. Hidroarruda Unipessoal, Lda. Hospital Beatriz Ângelo Hospital Privado SCALMED Hospital S. José CHLC EPE Hospital Santo André CHL IMPÉRIO DA CRIANÇA Instalmaior Instituto Médico Scalabitano INTERMARCHÉ - Alcanena
INTERMARCHÉ - Rio Maior Irmãos Silva, Lda. Joana Pronto a Vestir, Lda. João Américo Soares Levezinho Jodel - Produto Quimicos, SA. Keepon LS Electricidade M.P.L. Alarmes e Segurança, Lda. Machado & Malhó Magiclux Maior Energia, Lda. Maiorlux Renováveis, Lda. Manuel da Conceição Graça, Lda. MATELMOR - Comércio e Montagem de Material Eléctrico, Lda. MELIS Montagens Elétricas, Lda. MFS Moura Fábrica Solar, Lda. Montepio Rainha D. Leonor MUNIAUTO – Comércio de Pneus NOAH - Roupa de Senhora OLITREM - Indústria de Refrigeração Pani¿cadora COSTA & FERREIRA PANPOR - Produtos Alimentares, SA. Paulo Frazão Frio, Lda. PIP-RIO Intervenção Precoce Pluriclima, Lda. Pronto a Vestir J. CAMEIRO Reciprémio Ricardo Ferreira Laurentino Santa Casa da Misericórdia Schmitz Cargo Bull Segurant Equipamentos de Segurança, Lda. Sepsancho Equipamentos Pecuários e Construção, S.A. SIBELCO Portuguesa, S.A. Sifucel Silicas, Lda. Sinergética, Lda. SP IN - Papelaria & Serviços UNICER - Bebidas SA.VacMinerais (Citrol)
Editorial Os pilares que fazem da EPRM uma Escola de referência A Escola ProĮssional de Rio Maior (EPRM) tem vindo a trilhar caminhos de sucesso, o que se deve ao facto de os seus colaboradores virem, progressivamente, a aceitar o repto para que adotem uma cultura de melhoria conơnua e busquem incessantemente caracterísƟcas diferenciadoras relaƟvamente à demais concorrência. No cimo das preocupações está a oferta, aos seus clientes, os alunos, de educação e formação proĮssional de qualidade, que se traduza numa excelente preparação para o ingresso no mercado de trabalho, de modo a que possam vir a assumir-se como quadros técnicos intermédios competentes, capazes de trazer valor acrescentado às organizações que vierem a integrar, contribuindo para o aumento da compeƟƟvidade e da produƟvidade das mesmas e, em úlƟma instância, do nosso país. Simultaneamente, não queremos defraudar as expetaƟvas daqueles que nos procuram e que ambicionam prosseguir estudos para o Ensino Superior. Um contributo determinante para a credibilidade da educação e formação da EPRM tem sido a políƟca de parcerias. A Escola possui celebrados mais de oitocentos protocolos exclusivamente para a realização de estágios curriculares. Mas, além destes, possui diversas parcerias com empresas de renome que, além de estágios curriculares de qualidade, garantem a cedência de equipamentos/recursos em condições vantajosas; cedência de colaboradores para lecionarem determinados módulos e/ou disciplinas; apoio na realização de workshops; promoção da empregabilidade, entre outras formas de cooperação. No entanto, procuramos não nos focar apenas na formação proĮssional. Ao invés, a ação da EPRM centra-se na formação integral do indivíduo, educando para que os jovens que nos procuram sejam capazes de vir a exercer uma cidadania adulta e responsável, isto é, procuramos fomentar uma educação inclusiva e potenciadora da tolerância e do pensamento críƟco. Procuramos fazê-lo promovendo as chamadas soft skills e iniciaƟvas open mind, certos de que as empresas cada vez mais procuram colaboradores cujo currículo não se cinja meramente à vertente académica. Certos de que as empresas, hoje, valorizam muito o trabalho em equipa, a capacidade de resolver problemas do quoƟdiano, a maturidade, a responsabilidade, a capacidade de se expor em público, entre outros, promovemos diversas aƟvidades que, esperamos, desenvolvam este Ɵpo de caracterísƟcas. A ơtulo de exemplo, no presente ano leƟvo, numa parceria com a Associação Jovem de Rio Maior, “ATUAAÇÃO”, promovemos uma competição que pretendeu fomentar a capacidade de argumentar, de fundamentar opiniões e de debater ideias com os outros. Quando se lança um projeto que visa a realização de uma visita de estudo internacional, existe a preocupação de o fazer com uma antecedência de pelo menos seis meses, para que essa visita não se venha a consubstanciar num mero passeio. Não é isso que pretendemos! A referida antecedência desƟna-se a permiƟr aos alunos organizaremse com o intuito de realizarem um conjunto diversiĮcado de atividades, com o propósito de angariarem fundos para a realização do projeto.
Numa outra vertente, mas com o mesmo propósito, procuramos levar o maior número possível de alunos a “sair da sua zona de conforto” e a ser capaz de “pensar fora da caixa”. Pretendemos fazê-lo através da parƟcipação em diversos concursos de ciência juvenil, que visam promover o empreendedorismo, a inovação, a criaƟvidade, etc. A parƟcipação nestes concursos exige dos professores e dos alunos uma grande capacidade de trabalho e de sacriİcio, mas estamos certos de que dá um contributo incomensurável para o seu crescimento. Com toda esta dinâmica, temos Ɵdo a felicidade de merecer a atenção da comunicação social regional e nacional e julgamos que, graças à visibilidade e notoriedade conferida pelos media, as empresas estão muito mais atentas a nós, mostrando-se muito mais disponíveis para cooperar com a EPRM. Um efeito visível é a empregabilidade dos nossos alunos. Num momento em que cerca de 35% dos jovens portugueses não tem emprego, podemos garantir que a empregabilidade dos alunos que concluíram o úlƟmo ciclo de formação se situa em cerca de 90%. Aliás, existem áreas em que, claramente, não temos capacidade de resposta para as solicitações. Progressivamente, tem-se tornado um hábito as empresas recorrerem à EPRM para suprir as suas necessidades de colaboradores. Contudo, apesar dos sucessos alcançados, estamos absolutamente cientes de que o futuro não está garanƟdo. Nunca está! Assim, conscientes dos desaĮos da Escola do século XXI, uma escola marcada por professores formados no tempo da ardósia, mas que estão a ensinar (fazer aprender) jovens da era da tecnologia, deparámo-nos com a necessidade de dar um salto em frente: inovar ao nível da lecionação e da avaliação dos alunos, usar práƟcas de diferenciação pedagógica, do trabalho colaboraƟvo, da arƟculação horizontal e verƟcal do currículo, fazendo com que, nem os conteúdos de cada disciplina, nem as próprias disciplinas sejam um somatório de peças que não encaixam num mesmo puzzle. Assim, na EPRM, imbuídos da perspeƟva de que a escola é como uma orquestra que depende do bom desempenho de todos os seus elementos, iniciámos, em setembro passado, em parceria com a Faculdade de Educação e Psicologia da Universidade Católica do Porto, a Oficina de Formação “(Re)Aprender a Ensinar e Avaliar no Ensino ProĮssional: o saber em ação”, cuja formadora é a Professora Luísa Orvalho, com créditos Įrmados no Ensino ProĮssional e que nutre por este um intenso amor. Existe a convicção de que uma organização só terá sucesso se esƟver dotada de uma liderança forte, se possuir senƟdo de comunidade e se os seus colaboradores esƟverem disponíveis para abraçar uma cultura de aprendizagem ao longo da vida. Deixo a toda a comunidade escolar o mote que gostaria que se tornasse numa orientação: “Sozinhos podemos ir mais depressa, mas juntos chegaremos, certamente, mais longe”. Luciano Vitorino, Diretor Pedagógico
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DESTAQUES
dEstaques
Sumário Editorial
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Entrevista
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Ensino ProÀssional
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A nossa Escola
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Em formação
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5
Entrevista Adelina Moura e Cláudio Fernandes à conversa com os alunos da EPRM
14 Ensino Pro¿ssional
Ficha Técnica PROPRIEDADE: EPRM- Escola Profissional de Rio Maior, Lda., EM| DIRETOR: Luciano Vitorino |
(Re)Aprender a ensinar e avaliar nos cursos proĮssionais
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Professores da Turquia na EPRM Visita técnica de professores de
COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO: Helena Coelho, Inês Sequeira |
Afyon [Turquia)
PAGINAÇÃO: Inês Sequeira | CAPA: Inês Sequeira | COLABORADORES: Ana Rita Loureiro, Anabela Figueiredo, Bruno Silva, Cláudia Solange Gomes, Cristóvão Oliveira, Maria Eduarda Nogueira, Francisco Fernandes, Helena Coelho, Inês Sequeira, João Paulo Colaço, Luciano Vitorino, Marco Henriques, Maria João Maia, Sandra Costa, Sandra Rosa, Patrícia Vaqueiro, Valdemar Gomes |
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Diplomas e Prémios de Mérito Valorizar a Excelência na EPRM
*os artigos publicados nesta revista são da responsabilidade dos seus autores.
GRÁFICA: rioGráÀca- Tip. Santos & Marques, Lda.| TIRAGEM: 1500 Exemplares | ISSN: 1646-9801 DEPÓSITO LEGAL: 275902/8
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Visitas de Estudo Internacionais SILT 2015 [Paris]
DISTRIBUIÇÃO GRATUITA
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AGROTRAVEL 2015 [Polónia]
ENTREVISTA
Adelina Moura [EPRM] “Diferenciar é correr riscos, sair da norma, sem nenhuma certeza de ter razão ou chegar a resultados visíveis. É sobretudo, acreditar que nenhum esforço se perde a longo prazo e que o caminho se encontra a caminhar.” Ao apostar no uso das novas tecnologias na sua sala de aula sabia que corria riscos, que iria sair da “normalidade”. Valeu a pena? [AM] Os riscos fazem parte da vida, como diz o provérbio “Quem não arrisca, não peƟsca ” e eu tenho vindo a correr alguns riscos, embora controlados, mas por uma boa causa: melhorar o sucesso dos meus alunos. O que tenho vindo a fazer nos úlƟmos anos é o que outros professores um pouco por todo o mundo estão a fazer no senƟdo de transformar a educação, aproximando a escola das necessidades da sociedade do conhecimento. Já não consigo conceber as minhas práƟcas sem tecnologia, porque os meus alunos a exigem também. A mudança de metodologias e a introdução de novas tecnologias tem muito a ver com o facto de não estar saƟsfeita com a passividade dos alunos na sala de aula e querer dinamizar as aulas e as estratégias indo ao encontro dos nossos alunos, das suas moƟvações, uƟlizando a linguagem deles e ao mesmo tempo trazendo para a sala o mundo deles que é a tecnologia e eles dependem dela. Se eu uso o smartphone, computador e me faz falta para preparar aulas para o meu aperfeiçoamento proĮssional, também considero que pode ser um instrumento a potenciar na sala de aula. O risco é baixo, é apenas “deixar-me ir na onda”, observar e evoluir no uso das novas tecnologias. Para mim esta experiência tem sido muito interessante, evoluƟva e hoje em dia nem consigo pensar as minhas aulas sem tecnologias móveis, que são as que eles trazem para as aulas. O acesso à internet veio abrir uma série de oportunidades que devem ser usadas e o uso da tecnologia móvel com internet pode ser muito úƟl na sala de aula.
[EPRM] Como consegue apresentar evidências de aprendizagem e que instrumentos de avaliação uƟliza? [AM] Os instrumentos e as evidências são os produtos realizados pelos alunos que são publicados no blogue da turma. Esses são para mim a prova de que a evidência resultou. Além disso, tenho também os testes em papel, pois a tecnologia não
Perfil Adelina Moura tem Licenciatura em ensino do Português e Francês, Mestrado em Supervisão Pedagógica do Ensino do Português, Doutoramento em Educação, na especialidade de Tecnologia EducaƟva (Universidade do Minho) e DESE em Administração Escolar (ISET - Porto). Tem realizado invesƟgação sobre Mobile Learning e Web 2.0, com diversas publicações em atas de congressos e capítulos de livros, em Portugal e no estrangeiro. É docente na Escola Secundária Carlos Amarante e tutora de cursos de formação à distância do InsƟtuto Camões (MIPL2.0) e formação conơnua de professores. Colabora com a Universidade Portucalense na Unidade Curricular Tecnologias EducaƟvas, em cursos de Mestrado e com a Porto Editora na criação de conteúdos digitais de Português.
os veio subsƟtuir, apenas veio potenciar e aumentar, acaba por ser mais uma ferramenta. Eu olho para a tecnologia como uma ferramenta, como um meio e não como uma aprendizagem em si. Eu uƟlizo a tecnologia como mais uma ferramenta na sala de aula e, embora alguns alunos preĮram escrever os apontamentos uƟlizando os programas disponíveis nos smartphones, não deixamos de lado o lápis e o papel. Sempre que tenho uma estratégia faço a avaliação da aplicação dessa estratégia com recolha de dados. O que eu faço é pensar numa estratégia, nos meios que vou uƟlizar, nos objeƟvos pedagógicos que quero aƟngir e coloco-a em práƟca. No Įnal, aplico um quesƟonário para perceber se eles aprenderam mais, se gostaram, para saber as vantagens e desvantagens e pedir sugestões. Posteriormente, consoante os resultados, vou vendo se vale a pena conƟnuar ou não. Se a ferramenta, segundo os alunos, der muito trabalho, se o resultado Įnal for bom, então é porque resulta e vou conƟnuar a aplicá-la. Por exemplo, ao estudar Os Maias, pedi-lhes para fazerem uma infograĮa, assim, em vez de me ouvirem a mim, foram eles que estudaram a obra, procuraram informação na web, e depois construíram uma infograĮa através de palavraschave, de imagens, de setas onde se coloca a informação de uma forma agradável e visualmente atrativa. Para realizar o trabalho, os alunos utilizaram uma ferramenta que está disponível gratuitamente na web, que já Ɵnha os templates e eles só Ɵveram que subsƟtuir a informação. Os alunos gostaram, disseram que aprenderam mais e isto é uma estratégia que resulta, logo, vou aplicá-la nos próximos anos. É desta forma que eu faço, Įcando depois com as evidências e publicando os trabalhos na web. Os alunos passam de consumidores para Revista EPRM # 23 | 5
ENTREVISTA
produtores de conteúdos.
[EPRM] A professora Adelina é a única que usa tecnologia móvel? [AM] Os meus colegas também usam a tecnologia, mas alguns têm medo de usar a tecnologia móvel. Nós já usamos computadores há anos e temos apenas um computador na sala de aula que serve para projetar e fazer o sumário, no entanto, ainda não conseguimos ter um computador por aluno para que ele possa produzir. Desta forma, eu uso os seus tablets e smartphones não só para consulta, mas também para produção. Os meus colegas estão um pouco receosos por causa das distrações dos alunos e também porque ainda não perceberam o potencial destes instrumentos, uma vez que ainda são recentes e tanto professores como alunos ainda têm muito para aprender no que diz respeito à sua uƟlização. No entanto, este é um trabalho que deve ser feito em conjunto com os alunos porque são eles que estão mais despertos para o uso das novas tecnologias móveis e compreendem as potencialidades das mesmas. Por exemplo, o meu primeiro site na internet foi feito por um aluno, através de um concurso, em 1998-1999, em que as escolas concorriam para ter um síƟo na internet e esse aluno ajudou-me a construir a página. Por isso, eu tenho muito a agradecer aos meus alunos. Em relação às tecnologias nós, como professores, devemos ser guias na nossa área cienơĮca, mas companheiros dos alunos na exploração porque nós estamos a aprender, tal como eles, a usar a tecnologia.
[EPRM] Os alunos aprendem melhor com recurso às novas tecnologias? [AM] A tecnologia não aprende pelo aluno, mas é um elemento muito importante para o levar a ter vontade de aprender. Os alunos interessam-se mais pelos assuntos das aulas quando são mediados por tecnologia. Eles adoram ecrãs, mais do que papel, por isso, quando lhes proporcionamos estratégias de aprendizagem enriquecidas tecnologicamente, a maioria implica-se nas tarefas escolares.
Ɛ ƚĞĐŶŽůŽŐŝĂƐ ĂŵƉůŝĂŵ Ă ĂƉƌĞŶĚŝnjĂŐĞŵ Ğ ĐƌŝĂŵ ŽƉŽƌƚƵŶŝĚĂĚĞƐ ƉĂƌĂ Ž ĂůƵŶŽ ĐŽŶƐƚƌƵŝƌ Ă ƐƵĂ ĂƉƌĞŶĚŝnjĂŐĞŵ͕ ĂŽ ƐĞƵ ƌŝƚŵŽ Ğ ƐĞŐƵŶĚŽ ŽƐ ƐĞƵƐ ĞƐƟ ůŽƐ ĚĞ ĂƉƌĞŶĚŝnjĂŐĞŵ͘ Com tecnologias, para além das aprendizagens curriculares, os alunos desenvolvem diversas competências (literacia informacional e informática, espírito crítico, pensamento complexo, resolução de problemas) essenciais para enfrentar os desaĮos do mercado de trabalho.
[EPRM] Em que casos tem este Ɵpo de meios revelado melhores resultados? [AM] Em trabalhos de projetos colaboraƟvos, com geminação
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de escolas, na resolução de problemas, trabalhos de projeto, de grupo, projetos internacionais e também na aprendizagem de assuntos curriculares. Os alunos como tutores dos colegas resultam em aprendizagens mais aƟvas e colaboraƟvas dentro e fora da escola. No meu primeiro projeto internacional ainda não exisƟa o eTwinning e eu já estava a fazer geminação com uma professora belga e outra canadiana e, para conseguirmos trabalhar com eles, temos de usar a tecnologia. Hoje em dia, os alunos já tem o Facebook nos seus telemóveis, já trocam mais facilmente mensagens com os seus parceiros das escolas germinadas, uƟlizando as redes socias, tornando assim mais rápido o contacto com os parceiros atualmente. Desta forma, os alunos envolvemse mais, a tecnologia está presente porque é necessária e acabamos por conseguir fazer um trabalho colaboraƟvo com os parceiros que não estão ali Įsicamente. Além disso, no ensino curricular existe uma ferramenta recente o “Min 17.50” que nos permite criar quizes de escolha múlƟpla, de verdadeiro ou falso que possibilita todos os alunos responderem às questões. Eu tenho feito isso e os alunos gostam muito, já produzi mais de uma centena deles, de quase todas as matérias, desde o Sermão de Santo António aos peixes até a Os Maias. Eu construo estes materiais quando os alunos estão a contactar pela primeira vez com os conteúdos, pois demonstram-se mais moƟvados e a ferramenta é tão envolvente que eles nem se apercebem que estão a estudar aquela matéria pela primeira vez. Trata-se de uma ferramenta que permite colocar textos, imagens, vídeos e áudio, permiƟndo, desta forma, aos alunos trabalhar com a
ENTREVISTA
através do telemóvel e ir exercitando.
[EPRM] Pode o aluno «descobrir» conhecimentos por si mesmo com o auxílio das novas tecnologias? [AM] Claro que sim. Hoje, podemos aceder à informação em
tecnologia e responderem com os seus smartphones. Existem imensas ferramentas muito interessantes e fáceis de uƟlizar e é essa a mensagem que eu tenho tentado passar para os meus colegas. É evidente que a formação é muito importante, eles têm de passar algum tempo a explorar, mas existem várias ferramentas que em menos de uma hora o professor Įca apto a usá-las na sua sala de aula.
[EPRM] Considera que as novas tecnologias servem de fator de moƟvação? [AM] Sim e bastante. Eu em todos os relatórios que leio, e já lá vão mais de 10 anos depois de ter começado a usar as tecnologias através do e-learning, percebi que o conceito mobile learning, aprender com o apoio das tecnologias móveis, é uma moƟvação. No que diz respeito ao sucesso académico, quem aprende é o aluno, nós sabemos que a tecnologia não faz nada sozinha, um aluno pode ter um excelente smartphone, mas se não o potenciar para a aprendizagem, para melhorar os seus resultados, para pesquisar um assunto e aprender sozinho contruindo a sua aprendizagem, não verá resultados. O que eu constato é que para que haja resultados é necessário que o aluno invista tempo e concentração. Existem sempre os alunos que estão preocupados com o sucesso académico e prosseguimento de estudos e há outros que não se preocupam tanto, mas até esses conseguem melhores resultados com o uso das tecnologias, sentem-se mais moƟvados. A moƟvação acaba por ser o que mais atrai e o que mais promove. Por exemplo, nas línguas o uso do áudio é muito úƟl porque o aluno pode ouvir
qualquer hora e em qualquer lugar através dos disposiƟvos móveis. O maior problema é que há um desfasamento entre as moƟvações dos alunos e os conhecimentos que a escola considera serem os melhores para a sua formação. Possivelmente será necessário trabalhar mais em projetos e menos em disciplinas. Apostar num currículo bimodal, por um lado memorizar (usar o ciberespaço como memória auxiliar) e por outro fazer/aplicar, pôr o aluno à prova de ser capaz de explicitar o que aprendeu. Eu enquanto coordenadora de professores incenƟvo os meus colegas a publicarem os seus trabalhos na web porque estamos todos a promover a inteligência coleƟva, a parƟlhar informação, porque temos conhecimentos que devemos partilhar com os outros. No entanto, a pesquisa na internet e o uso das tecnologias tem que se ensinar, pois existem sites menos bons, existe a literacia informacional, a proteção das fontes que têm que se ter em consideração. Além disso, os alunos ao produzirem documentos, corrigidos posteriormente pelos professores, podem ser produtores de conteúdos na web. Neste momento só não aprende quem não quer, está tudo no bolso, na mão, à distância de um clique. Existem tantos vídeos a explicar MatemáƟca, Ciências, Física, tantas insƟtuições que estão a invesƟr nas traduções para Português milhares de vídeos de aulas a explicar a matéria.
KƐ ĂůƵŶŽƐ ŶĆŽ ƐĂďĞŵ ƋƵĞ ƉŽĚĞŵ ƵƐĂƌ ŽƐ ƐŵĂƌƚƉŚŽŶĞƐ ƉĂƌĂ ĞƐƚƵĚĂƌ͕ Ɛſ Ž ƵƟ ůŝnjĂŵ ƉĂƌĂ ƵƐŽ ƉĞƐƐŽĂů Ğ Ă ĞƐĐŽůĂ ƉŽĚĞ ĞŶƐŝŶĄͲůŽƐ Ă ƵƐĄͲůŽ ƉĂƌĂ ĂƉƌĞŶĚĞƌ Ğ ĞǀŽůƵŝƌ͘ [EPRM] Segundo julgamos, Mobile Learning e Web 2.0 são as suas duas grandes apostas. Pode falar-nos um pouco sobre essas duas modalidades? [AM] Primeiro descobri a Web 2.0 e depois o Mobile Learning, sendo o segundo um conceito de aprendizagem que usa os telemóveis. Eu comecei a usar as ferramentas do Web 2.0 em 2004/ 2005, altura em que apareceu o Facebook. No início utilizava uma ferramenta denominada WIKI (WIKI é uma palavra Hawaiana que signiĮca “rápido”); a tecnologia Wiki permite que várias pessoas possam estar em contacto, sem estar geograĮcamente no mesmo espaço, a editar o mesmo documento. Esta ferramenta permiƟu-me, nas aulas de Língua Materna ou Língua Estrangeira, quando fazíamos composições no quadro com a ajuda de todos os alunos, que estes pudessem fazê-lo e ao mesmo tempo conversar ou trocar ideias com os colegas com quem estavam a trabalhar. Eu tenho tentado acompanhar a evolução das ferramentas que estão online para poder trabalhar com os meus alunos e com o aparecimento das
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ENTREVISTA
aplicações em formato mobile eu consigo usá-las na sala de aula com eles. Cada vez mais, quando descarregamos um programa na internet, ele tem a versão mobile para podermos instalar no nosso disposiƟvo móvel. No fundo o que está a acontecer é uma evolução natural, pois antes de haver a Web 2.0 houve a 1.0, em que nós éramos consumidores e os informáƟcos é que eram os produtores. Com a Web 2.0 passou a ser fácil qualquer pessoa publicar na web. Um bom exemplo são os blogues, pois basta uma pessoa criar uma conta, escreve-se o que se pretende e publica-se, transformando, desta forma o uƟlizador de consumidor a produtor. Nós neste momento já uƟlizamos a Web 4.0, já passámos a Web 3.0 que é denominada por Web SemânƟca, Web Inteligente. Um exemplo disso é quando uƟlizamos o Google ele já sabe as nossas preferências de pesquisa e a publicidade que está presente é adequada aos nossos gostos. Neste momento estamos a passar da Web 2.0 normal para a Web 2.0 móvel, que é adaptada aos smartphones. Na sala de aula procuro sempre uƟlizar ferramentas que sejam gratuitas e que se adaptem a todos os disposiƟvos móveis.
[EPRM] “A relação pedagógica torna-se educativa quando, em vez de se limitar à mera transmissão do saber, consegue comprometer os seres num encontro onde cada um descobre o outro e ao mesmo tempo se vê a si próprio, a parƟr daqui começa uma aventura humana pela qual o adulto vai nascer na criança.”
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IdenƟĮca-se com este pensamento? [AM] Totalmente. Eu tenho uma relação muito próxima com os alunos o que também permite que a utilização destes disposiƟvos seja feita com mais responsabilidade e de forma posiƟva. Eu já li casos de projetos em que a má relação do professor com o aluno em relação ao uso da tecnologia deitou o projeto a perder. É muito bom quando nós mantemos com o aluno e a tecnologia uma boa relação. Quando eu olho para a tecnologia e penso que sozinha não consigo “desdobrar-me” em 28 alunos que tenho numa turma, penso também que eles com o seu disposiƟvo podem personalizar-se. Assim, consigo através tecnologia que cada um deles possa usar e ver, no momento, o que precisa e o que é mais importante, denominando-se esta práƟca personalização da aprendizagem, ou então, tornar a aprendizagem pessoal. Digamos que assim a aprendizagem não é imposta, não é dirigida, é autodirigida; não é o professor mas sim o indivíduo que deĮne a sua aprendizagem, que se autoorganiza. Claro que esta situação por vezes é diİcil, nem sempre a teoria funciona na práƟca. Existem alunos que não sabem fazer uso dessa tecnologia com responsabilidade e a ambiguidade de haver professores que permitem o uso da tecnologia móvel e os que a proíbem. Por isso, a relação com o aluno e a tecnologia vai-se criando ao longo da sua uƟlização. Se for uma uƟlização esporádica, não se consegue estabelecer uma ligação, desta forma, deve ser uma práƟca sistemáƟca, com os professores sempre a mostrar aos alunos o caminho certo.
ENTREVISTA
[EPRM] Considera que o Mobile learning e a Web 2.0 se adequa ao ensino proĮssional? [AM] Sim claro. Há aplicações fantásƟcas para todos os níveis de ensino. Existem mais de 20 mil aplicações para a educação logo, implica uma pesquisa. Muitas vezes podemos escolher pelo que é mais usado pelos professores, por isso, a importância de publicarmos o que fazemos para haver uma maior parƟlha. Por exemplo, Įz uma experiência sobre os jogos eletrónicos e escrevi sobre essa experiência, publiquei-a e assim outros professores podem consultar os meus resultados. O mesmo acontece comigo quando consulto outros trabalhos de outros colegas. Se todos parƟlharmos a informação, as aplicações vão melhorar e os conteúdos também. As aplicações que eu preĮro são as gratuitas, sem registo, que se abrem e dá para começar a trabalhar imediatamente.
[EPRM] Sendo uma defensora de um Ensino Diferenciado e Inovador, que mensagem gostaria de deixar aos formadores e alunos da nossa Escola? [AM] Que vale a pena arriscar e partir à aventura do desconhecido. Ensinar com tecnologia inƟmida. Ninguém nos ensinou a usá-la, nós é que vamos aprendendo como a integrar. Para muitos professores a tecnologia transforma-se muitas vezes em frustração e perda de tempo. As tecnologias só se podem disfrutar plenamente se se desenvolverem novas competências digitais. O professor não pode ser subsƟtuído pelas tecnologias,
mas estas na mão de um bom professor podem transformar e ampliar as suas aulas. O professor deve transformar-se num especialista e guia dos seus alunos na sua área curricular e num companheiro de exploração com os alunos, neste novo mundo digital.
K ĐĂŵŝŶŚŽ ĨĂnjͲƐĞ ĐĂŵŝŶŚĂŶĚŽ Ğ ĐĂĚĂ Ƶŵ ĨĂnj Ž ƐĞƵ ĐĂŵŝŶŚŽ͘ KƐ ĐŽůĞŐĂƐ ĚĞǀĞŵ ĐŽŶƟ ŶƵĂƌ Ă ƋƵĞƌĞƌ ĨĂnjĞƌ ĚŝĨĞƌĞŶƚĞ͕ Ă ŝƌ ĐŽŶƚƌĂ ĂůŐƵŶƐ ŽďƐƚĄĐƵůŽƐ͕ ŵĂƐ Ž ƋƵĞ ŝŶƚĞƌĞƐƐĂ Ġ ĂĐƌĞĚŝƚĂƌŵŽƐ ŶĂƋƵŝůŽ ƋƵĞ ĨĂnjĞŵŽƐ͘ Nós neste momento estamos na era da tecnologia digital móvel e é hoje que ela tem de ser aproveitada, porque vale a pena experimentar e ver se resulta ou não, e só assim se pode evoluir. O que me ajudou muito foram projetos que fui realizando com outros professores de outros países e que me ajudaram muito, pois fui percebendo o que se fazia nos outros países e fui adaptando à minha realidade. Até mesmo em questões pedagógicas vamos percebendo se estamos a ir bem e no caminho certo. Mas, para isso acontecer temos de nos expor, e muitas vezes o problema é que os professores não gostam de se expor e essa humildade é muito importante para aprendermos.
Alunas: Melissa Isabelinha, Mariana Gaspar, Nikky Antunes Professoras: Inês Sequeira e Helena Coelho
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ENTREVISTA
Claúdio Fernandes [EPRM] As competências transversais têm como objeƟvo a aquisição e o desenvolvimento de competências gerais que facilitem a inserção socioproĮssional, potenciem o acesso ao emprego e promovam a cidadania responsável. Como se consegue passar a mensagem sobre estas temáƟcas tão abrangentes a um público tão heterogéneo? Como se moƟva esse mesmo público perante um cenário de crise? [CF] Com informação. Em primeiro lugar, considero fundamental os alunos estarem informados. Quando os alunos chegam ao Ensino Superior eu olho para eles como uma espécie de caderno em branco, que vêm ansiosos para preencher esse caderno com conhecimentos, com experiências, com novos sonhos. Nesta altura, os alunos estão altamente moƟvados. Mas, como o percurso é longo e existem momentos bons e outros menos bons onde pode haver momentos de desânimo, sempre que a mensagem é transmiƟda com clareza, a moƟvação aumenta e estão dispostos a aprender. Em relação às Competências Transversais, trata-se de uma disciplina que está inserida agora no novo perĮl da FCT. Esta é uma disciplina nova com um período de tempo mais reduzido, que ganhou mais importância agora com a crise, porque é mais fácil para um aluno compreender que neste período ele tem de preencher o seu caderno em branco de uma forma mais aƟva. Ele tem de deixar de receber só informação para construir também o seu caderno em branco e passar a diferenciar-se. As Universidades, de forma responsável, têm de se organizar para criar condições para os alunos se prepararem para as diĮculdades e potencializar a sua empregabilidade e melhorar estes alunos como cidadãos.
[EPRM] A MatemáƟca é “historicamente” considerada uma disciplina diİcil e pouco caƟvante para grande parte dos alunos. Como pode um professor de MatemáƟca alterar a sua “história”? [CF] Um professor de matemáƟca tem de estar ciente dessa realidade. É verdade que a matemáƟca não é uma disciplina fácil, necessita de um método de trabalho mais conƟnuado, sistemáƟco e nem sempre os alunos percebem isso e depois perdem-se dos conteúdos. Quando preparo as minhas aulas eu não posso esquecer-me que a matemáƟca não é natural aos 10 | Revista EPRM # 23
Perfil Cláudio Fernandes é professor no Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa. É Doutorado em Matemática Aplicada pelo InsƟtuto Superior Técnico e invesƟgador no Centro de MatemáƟca e Aplicações da FCT-UNL na área de Álgebra de Operadores-Análise Funcional. No Departamento de MatemáƟca da FCT-UNL lecionou já as disciplinas de Análise MatemáƟca I, II, III e IV, Álgebra Linear e Geometria AnalíƟca, Programação MatemáƟca, MatemáƟca Discreta, Topologia e Análise Funcional. Há três anos, com a criação do Novo PerĮl Curricular da FCTUNL, foi convidado a integrar uma equipa de 40 docentes e invesƟgadores da FCT-UNL para lecionar a disciplina de Competências Transversais para Ciências e Tecnologia, dirigida a todos os alunos do 1º Ano. alunos e se eu não me esquecer disto, vou encontrar estratégias para abordar certas matérias. Quero que eles aprendam a conviver com a matemáƟca. É muito importante que os alunos percebam que um professor universitário não é um ser especial, diferente, que o programa foi feito por pessoas normais, é feito para alunos normais e que sabemos que eles não vão sair dali a adorar matemáƟca, mas que saibam dominar alguns aspetos desta disciplina, que saibam o que fazer com ela. O professor está ali para dar o seu melhor e espera que os alunos se esforcem para receber esse seu melhor. Nós temos de conseguir prender o aluno de alguma forma e quando conseguimos que eles percebam que há esse compromisso entre nós e eles, é extraordinário. É necessário que eles percebam que o professor está disponível para eles, que o professor quer que eles façam aquela disciplina. Eu não quero mudar a história da matemáƟca, o que eu acho que se tem que mudar é a visão do professor. A matemáƟca não passa a ser uma disciplina que os alunos adoram mas, o professor passa a ser um professor por quem eles têm admiração e querem seguir, um professor que os acompanhe fora da sala de aula e que receba as suas opiniões. Todos os professores, não a matemáƟca, podem levar os alunos a aplicarem-se mais.
[EPRM] Ao longo dos tempos o perĮl dos alunos tem
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ENTREVISTA
vindo a alterar-se, tal como, as suas expetaƟvas em relação ao ensino. Como se consegue acompanhar estes jovens e que estratégias tem uƟlizado? [CF] O perfil dos alunos
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tem-se alterado, tal como o perfil da sociedade se tem alterado. Os alunos de hoje não são menos inteligentes dos que nós fomos. Em média todos os alunos que entram no ensino superior são bons. A diferença dos alunos de hoje em comparação com os de antigamente é que eles têm de perceber a mudança, o porquê de se estudar aquela matéria, eles têm capacidade de foco naquilo que eles entendem e naquilo que os atrai. Tudo hoje em dia é muito imediato, os alunos de hoje são mais resistentes. Ao entrarem para a faculdade, a vida destes jovens altera-se bastante, os pais deixam de controlar o estudo, os professores também sabem que ainda não são adultos. Muitas vezes perdem-se no Įnal do primeiro ano porque estão a crescer, mas depois adquirem métodos de trabalho e organizam-se e terminam o curso. A estratégia é estar consciente desta diferença que se tem vindo a notar, pois ela está relacionada com a resistência que os alunos têm porque tudo é muito rápido. Se os professores esƟverem lá para os apoiar, os alunos sentem essa presença e evoluem. Eu não tenho nenhuma estratégia, simplesmente estou disponível para ajudar os meus alunos. Tento envolvê-los e fazer com que eles entendam que estou ali e lhes atribuo responsabilidade.
[EPRM] Enquanto Professor do Ensino Superior tem encontrado certamente alunos que frequentaram o Ensino ProĮssional. O que pensa sobre eles? [CF] Os alunos do Ensino ProĮssional ainda são uma minoria no Ensino Superior. São alunos com as mesmas capacidades e conhecimentos que os outros. Normalmente estes alunos escolhem cursos relacionados com o curso que já realizaram, têm é uma relação com a faculdade e com mercado de trabalho diferente. Normalmente são alunos que já trabalham, que têm uma moƟvação adicional que é melhorar as suas competências. A grande diĮculdade destes alunos não está relacionada com as competências, mas sim com o facto de conciliar as aulas com o trabalho. Embora muitas vezes tenham o estatuto de
trabalhador estudante, o que lhes permite ter alguns privilégios, conseguem terminar o curso e melhorar as suas competências. Os alunos do ensino proĮssional têm de perceber o que estão a aprender e quesƟonam o que os difere do ensino regular.
[EPRM] Uma vez que leciona disciplinas relacionadas com MatemáƟca, quais são as maiores lacunas que encontra nos alunos que chegam do Ensino Secundário? Que estratégias uƟliza para os moƟvar para o estudo da MatemáƟca? [CF] Os alunos de hoje não trazem os mesmos conhecimentos que se traziam na minha altura. Eles trazem os conhecimentos que estão previstos nos programas curriculares. Ao entrarem na faculdade, de certa forma já foram selecionados e isso garante que eles têm os conhecimentos mínimos para começarmos a trabalhar. Nós também temos conhecimento do que eles aprendem no ensino secundário e temos de adaptar os nossos programas a esses alunos. As estratégias para moƟvar os alunos a estudar matemáƟca acabam por ser envolver os alunos com a disciplina, ensinar-lhes matemáƟca como se esƟvéssemos a contar uma história, que existe um problema e como nós vamos fazer para resolver este problema. É diİcil conseguir ensinar matemáƟca e uma estratégia é contar uma história que permite envolver o aluno com a disciplina e que, no Įnal, essa história tem de ser resolvida.
[EPRM] “Houve um tempo em que o mundo valorizava quase única e exclusivamente as competências técnicas dos proĮssionais. Entretanto, as coisas mudaram e já não chega ser bom tecnicamente. Agora, o mercado de trabalho procura proĮssionais dotados de competências Revista EPRM # 23 | 11
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sociais e comportamentais, as conhecidas soŌ skills. Quais são para si as soŌ skills consideradas essenciais nos tempos de hoje? [CF] A sociedade mudou e todos temos consciência disso. Quando chegávamos ao mercado de trabalho a pergunta que se fazia era “ - O que estudou?” agora é “- O que é que está a estudar?” Esta pergunta traz logo consigo muitas das soŌ skils e muitas das competências que os alunos têm de ter hoje em dia. Uma delas é que os alunos têm que estar conscientes de que a sua vida vai ser uma vida de aprendizagens e mudanças. Temos de ter disponibilidade porque saímos da universidade com competências técnicas, mas temos de ter disponibilidade para aprender mais, ser mais dinâmicos, com espírito de iniciaƟva, que consigam antecipar o problema, que estejam atentos ao que os rodeia, para conseguirem ter soluções, capacidade de adaptação, saber resolver problemas, ter resiliência para agarrar nos problemas e saber resolvê-los. Além disso, ter capacidade de trabalhar em equipa, a capacidade de liderança, de comunicar com os outros de motivar os outros, de os escutar são competências cruciais que devem estar associadas às anteriores. Estas competências que parecem tão fáceis nem sempre o são, pois todos nós sobrevalorizamos as nossas competências e é preciso que, no momento-chave, tenham como provar que as possuem.
[EPRM] Na sua intervenção na TEDxLisboa ED refere que uma Instituição de Ensino Superior deve, nos
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dias de hoje, estar mais próxima do espírito reinante na Universidade na Idade Média, “um lugar onde os mestres e discípulos parƟlhavam muito mais do que conhecimento cienơĮco. Conviviam e estavam juntos por gosto”. Como se poderá aplicar esse espírito no ensino atual? [CF] Neste momento aqui na Faculdade criámos um núcleo de disciplinas onde a relação entre professor e aluno é mais próxima. Estou a falar de disciplinas tais como, Competências Transversais, de disciplinas como Introdução à InvesƟgação CienơĮca. Aqui nesta faculdade agora há um período em que a escola para e só se trabalham essas competências. Essas disciplinas ganham força porque não estão diluídas com as outras. Este período intercalar faz com que a relação do professor aluno se fortaleça. Esta é a estratégia da InsƟtuição, em que o professor “desce” ao nível dos alunos e conversa com eles. Outra estratégia é a faculdade deixar de ser um local onde se vem só estudar, nós temos a faculdade a funcionar constantemente, não só temos alunos a trabalhar, como também a conviver. Mas, para além disso, existe também um apoio às iniciaƟvas da Associação de Estudantes, aos núcleos das mais variadas vertentes, às tunas, grupos desporƟvos e palestras dirigidas aos alunos. A faculdade cria condições para que os alunos olhem para ela como um local onde se sentem protegidos. Ainda no que diz respeito às disciplinas de Competências Transversais, estas são importantes porque permitem que os alunos aprendam mais sobre si mesmos e que convivam com os
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professores e com os colegas. São disciplinas muito práƟcas em que têm de aprender a fazer. Depois deste período, os alunos olham para a Faculdade de maneira completamente diferente. Isto permite que eles comecem logo no primeiro ano a perceber que precisam de ter mais conhecimentos do que os teóricos e que necessitam de ter algo para colocar no seu currículo. E agora, muitos destes alunos no período de férias procuram uma ocupação, o que lhes vai enriquecer o currículo. Alguns realizam estágios, outros inscrevem-se em ações de voluntariado europeu e outros Įcam na faculdade a fazer pesquisa nos nossos laboratórios, a trabalhar connosco.
[EPRM] Para terminar, e como sabemos que gosta de contar histórias, que história/mensagem gostaria de parƟlhar com os alunos que estão a terminar o 12º ano? [CF] Vou contar-vos a história de um Professor de MatemáƟca. Este começou por ser um mau aluno, durante muitos anos, até que a certa altura se quesƟonou porque é que havia os bons alunos, porque é que eles eram diferentes de si. Eu não gostava nada de MatemáƟca e quesƟonava-me por que é que os professores de MatemáƟca exisƟam, e como é que há alunos que gostam de MatemáƟca. Na passagem do 7º ano para o 8º ano e recebendo um pouco mais de atenção de uma professora dessa disciplina, que baixou um pouco o nível de exigência das aulas, Ɵrei então a primeira posiƟva a MatemáƟca. Aí percebi que a MatemáƟca precisava de acompanhamento, de estudo conơnuo e passei a gostar de matemáƟca de tal maneira que, no 9º ano, era o melhor aluno a MatemáƟca, ninguém conseguia acreditar! Passei a ser o melhor aluno mas com muito trabalho
e entrei na faculdade. Eu só fui o melhor aluno porque trabalhava muito para colmatar as minhas dificuldades. Voltando ao meu 9º ano, nesta altura era o melhor da turma e queria ir para Medicina. Quando cheguei ao 12ºano não entrei em Medicina, por muitas razões, mas também porque não concorri a Medicina; eu era uma pessoa muito e s p e c i a l ! Fa l tava m - m e algumas competências, uma delas era conseguir lidar com as frustrações, e vim para Matemática. Eu já gostava de MatemáƟca, eu já lidava bem com a MatemáƟca e durante um tempo andei desanimado. Houve uma altura em que alguém se cruzou comigo e me disse (e eu faço questão de dizer sempre aos meus alunos): “- a matemáƟca é feita por pessoas”, e isto é fabuloso. Nessa altura pensei: “-Eu já consegui vencer tantas diĮculdades, vou vencer esta também!”. E conƟnuei no curso que entrei, e conƟnuei o meu percurso aqui na faculdade. O conselho que eu vos quero deixar é que é muito bom fazerem e terem os vossos planos, tentarem cumprir os vossos objeƟvos. Só que têm de estar preparados, porque a vida nem sempre nos deixa cumprir esses planos. O esforço é importante, a moƟvação é importante, mas ela vai encarregar-se de nos dar muitas voltas. E por vezes, essas voltas vão-nos dar ao caminho certo, só temos de ser persistentes e ser Ňexíveis para os acontecimentos inesperados. Temos de tentar que os nossos planos não Įquem totalmente de fora e ir buscando um pouco deles ao nosso novo percurso. Tentem fazer esta aproximação: o que antes não fazia senƟdo pode voltar a fazer senƟdo. Nós estamos sempre a tempo de traçar novos planos. Hoje em dia fala-se muito das saídas proĮssionais, dos cursos que têm mais saída, vocês têm de fazer um balanço entre aquilo que tem saída e aquilo que vocês gostam. Têm de encontrar um equilíbrio naquela junção. Assim vocês vão ter sucesso. Nunca deixando de lutar pelos vossos sonhos! Têm o mundo pela frente!
Alunos: Mariana Henriques,Miguel Seabra e Patrícia Martins Professoras: Inês Sequeira e Helena Coelho
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“(Re)Aprender a ensinar e avaliar nos cursos profissionais: o saber em ação” É tempo de reŇeƟr! O caminho para o futuro da EPRM não passará, nunca, por uma cultura de faciliƟsmo! No dia 17 de setembro de 2014 deu-se início, na Escola Profissional de Rio Maior (EPRM), uma formação avançada em Ciências da Educação Ensino ProĮssional, para 20 professores e formadores do ensino proĮssional, com responsabilidades de liderança pedagógica intermédia, na modalidade de OĮcina de Formação e seguindo uma estratégia de aproximação à InvesƟgação-Ação ColaboraƟva. A formação, acreditada pelo CCPFC/ACC-72080/12, com 2 créditos, é promovida pelo Serviço de Apoio à Melhoria das Escolas (SAME), da Faculdade de Educação e Psicologia, da Católica Porto e tem uma duração de 50h (25 h presenciais + 25h de trabalho autónomo). O trabalho a desenvolver nesta ação de formação pretendese que siga uma lógica oĮcinal, na qual as cinco sessões de formação sirvam para alimentar a ação a desenvolver pelos professores/formadores-formandos nos seus contextos proĮssionais. Desta forma, as sessões de formação presencial têm vindo a ser intercaladas com trabalho autónomo e colaboraƟvo no senƟdo de levar os parƟcipantes a encontrarem as soluções mais adequadas aos problemas identificados nos contextos especíĮcos da sua práƟca pedagógica, sala de aula, contexto real de trabalho, empresas, visitas de estudo nacionais e internacionais. O trabalho a realizar autónoma e colaboraƟvamente é retomado nas sessões de formação presencial, com a apresentação, análise, discussão, reŇexão sobre a experiência vivenciada e sentida, interpretação, resignificação das soluções preconizadas e avaliação dos processos, dos materiais, dos produtos produzidos, por forma a permitir a monitorização e a melhoria dos projetos de intervenção a desenvolver e aplicar. Esta ação de formação pretende aĮrmar-se como uma ferramenta que permita a capacitação dos formandos para uma intervenção mais sustentada nos seus contextos proĮssionais, por forma a contribuírem não só para o seu desenvolvimento proĮssional, desenvolvimento curricular e desenvolvimento pedagógico, mas também para o desenvolvimento organizacional da EPRM. A formação, centrada na escola, parƟu de uma análise SWOT, onde cada um, no grupo parƟcipante fez a idenƟĮcação dos seus pontos fortes e fracos, consciencializou as potencialidades e os constrangimentos da organização, a diversidade das 14 | Revista EPRM # 23
representações e das práƟcas pessoais quanto à aplicação da EM nos cursos proĮssionais. A resposta à questão-problema de parƟda: - O que já fazemos bem e o que podemos fazer melhor?- gerou um plano de melhoria muito ambicioso, para ser exequível durante o período de duração da OĮcina, fruto da análise e contributos dos diversos grupos, com os ajustes necessários à medida que a compreensão dos objeƟvos e sua interiorização se iam tornando mais claros e em que cada parƟcipante fez um compromisso com a escola, ao nível da práƟca pedagógica e avaliaƟva do Ensino ProĮssional e com seus os alunos, de melhorar os resultados escolares (Abandono, AbsenƟsmo, Sucesso, Taxa de Conclusão da FCT, Taxa de Conclusão da PAP, Taxas de Diplomados e Empregabilidade). Qual é a mudança pretendida com esta oĮcina de formação? Provocar alterações na forma: i) de conceber o “ofício do professo/formador e do aluno/formando” do ensino proĮssional (com características específicas e distintivas das outras modalidades das ofertas formaƟvas qualiĮcantes secundárias); ii) de organizar e trabalhar as equipas técnico-pedagógicas dos cursos proĮssionais, de forma a consƟtuírem-se numa liderança verdadeiramente pedagógica e não só administraƟva; iii) de (ar)riscar ser coautores de um desenvolvimento curricular integrado, Ňexível, contextualizado, com ação estratégica e diferenciadora que permita acolher as diferenças que há nos alunos, para qualiĮcar com qualidade sem discriminar, em vez de os deixar para trás com os “ módulos em atraso”; iv) de gerir o currículo e a avaliação formaƟva e formadora das aprendizagens, para concreƟzar uma progressão posiƟva dos alunos no plano de estudos e não numa lógica meramente compensatória; v) de ensinar para fazer aprender todos até ao máximo do seu potencial abrindo perspeƟvas de mobilidade social aos seus formandos (o problema da pedagogia do século XXI é ensinar a quem não quer aprender) e de melhorar as taxas de sucesso; vi) de cada um ter a vontade e a persistência para, em conjunto, numa comunidade de aprendizagem (é diİcil tornar-se proĮssional sozinho), modiĮcar com lucidez, aquilo que pode fazer melhor, na assunção plena da sua proĮssionalidade docente (saber, função, poder e reŇexão); vii) de desenvolver nos alunos as competências do século XXI que os preparem para a vida, para a empregabilidade e para o trabalho (autonomia, espírito de equipa, abertura à mudança, criaƟvidade, autoesƟma, Ňexibilidade, autoconĮança, pensamento críƟco e reŇexivo, senƟr alegria no exercício do seu oİcio, …); viii) de “(…) subsƟtuir o aborrecimento de viver pela alegria de pensar” (Bachelard, G., 1934) e de subsƟtuir uma escola de todos por uma escola para todos e com todos, uma pedagogia transmissiva pela “pedagogia do silêncio” (Nóvoa, A.,2013); ix) de ser capaz de inverter a equação do
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ensino/aprendizagem em favor da aprendizagem dos alunos; x) de ajudar a construir uma escola do esforço, do trabalho, no conceito que defendia António Sérgio, “ (…) uma educação geral, inteiramente diversa da educação técnica, no seu objeƟvo e nos seus métodos. […] aquilo que tenho preconizado como nome de educação proĮssional é uma educação geral, não especializada, em que se toma como meio, como razão de ser da instrução, o exercício de uma aƟvidade social: é uma educação por (e não para) aƟvidades proĮssionais” (Sérgio, A., in Pela Grei, vol. I, n.º 3, 1918, pp. 214-215); xi) de acabar com a atomização das disciplinas e a cultura individualista, colegialidade arƟĮcial ou imposta (Hargreaves, 1992, 1994) e começar a trabalhar por projetos, que dão senƟdo às aprendizagens, numa cultura colaboraƟva com a corresponsabilização dos diferentes atores, naquilo que comummente se tem apelidado de “espaço público da educação”. Espera-se que estes profissionais do ensino façam a interligação teoria-práƟca, praƟquem a interdisciplinaridade, através de um trabalho colaboraƟvo na organização da planiĮcação e arƟculação horizontal e verƟcal das diferentes disciplinas e componentes de formação do currículo, desenvolvam aƟvidades integradas de aprendizagem, na sala de aula, ligadas à análise dos problemas sociais, culturais e das situações reais do mundo de trabalho. Quando em junho de 2014, a direção da escola manifestou o interesse por este Ɵpo de formação conơnua, centrada na escola, que convoca todos os atores e não só os professores, contactou o SAME, da Universidade Católica Portuguesa (a única universidade que promove, valoriza e reconhece de forma sistemáƟca o ensino proĮssional e o ensino arơsƟco) e Įcou deĮnido que em setembro de 2014 se iniciaria esta viagem, cuja primeira etapa terminaria em 15 de julho de 2015, uma vez que “O CAMINHO PARA O FUTURO da EPRM não passará, nunca, por uma cultura de FACILITISMO! O entusiasmo da primeira sessão, o interesse e curiosidade deu lugar a uma certa passividade e alguma resistência, falta de cumprimento das tarefas acordadas para a segunda sessão presencial, e até algum estranhamento por parte de alguns parƟcipantes, que não estavam habituados a fazer formação na modalidade de oĮcina. A liderança forte e asserƟva do diretor pedagógico, o seu entusiasmo e energia, o permanente envolvimento e incenƟvo para que se cumpra o sonho da “EPRM ser uma Escola de Referência”, com marcas diferentes a todos os níveis, que tem como lema: “Sozinhos podemos ir mais depressa, mas juntos chegaremos, certamente, mais longe” permiƟu que nesta oĮcina fossem dados passos seguros em conjunto e os resultados estão à vista, revelando um contributo valioso para a concreƟzação desse sonho! O caminho não tem sido fácil, tem exigido muito esforço, muita dedicação, muito desaprender para voltar a (re)aprender, mas a pouco-a-pouco as fragilidades estão a transformar-se em forças,
os medos e as incertezas em conĮança e alegria, a escassez de tempo para planear e modiĮcar a práƟca em compromisso, a falta de investimento para um trabalho colaborativo em comprometimento para os professores desenvolverem a sua aprendizagem através de uma reflexão sustentada, a resistência à mudança está a dar lugar à conĮança relacional e ao reconhecimento da eĮcácia coleƟva, princípios básicos para uma mudança desejada e um amadurecimento pedagógico. Esta aƟtude é já uma realidade que projeta a EPRM na categoria de uma ESCOLA DIFERENTE, onde está a ser possível construir pontes entre a práƟca e a teoria e vice-versa. No seminário de avaliação Įnal, no próximo 15 dia de julho, será feita a prestação de contas, analisando-se as mudanças de práticas pedagógicas, avaliativas e organizacionais que se podem reconhecer nas evidências, assim como, as metas aƟngidas quanto ao sucesso dos alunos e empregabilidade dos diplomados, fruto desta OĮcina de Formação, avaliando as diferentes ações do Plano de Melhoria traçado. Aqui Įca o convite às escolas que quiserem parƟcipar neste seminário e parƟlhar connosco para constatar se a EPRM está a tornar-se numa organização aprendente segundo Hargreaves (2003), isto é, se é capaz de responder a dois dos desaĮos da sociedade da informação, nomeadamente: como se cria novo conhecimento através da inovação e como esta aprendizagem pode ser parƟlhada através de uma rápida transferência, para todos os proĮssionais da escola. Acredito, no entanto, que “O compromeƟmento precisa de ser conƟnuamente alimentado, apoiado, desaĮado através de um desenvolvimento proĮssional conơnuo e que a práƟca reŇexiva é primordial para que isso possa ocorrer” (Day, C., 2004, p. 120), pelo que deixo o meu desaĮo à direção da escola para conƟnuar a apostar na assessoria cienơĮca e pedagógica para além do seminário de avaliação. Luísa Orvalho1 UCP|FEP - CEDH|SAME Católica Porto l.orvalho@porto.ucp.pt , luisa.orvalho@gmail.com 1-Doutora em Ciências da Educação, consultora do SAME, responsável pelo eixo Valorização do Ensino ProĮssional e da Rede de Cooperação das Escolas com Ensino ProĮssional
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Porque o professor também é um aprendiz Oficina de Formação “(Re)Aprender a ensinar e a avaliar nos cursos profissionais: o saber em ação” Diz o provérbio que “A vida é uma escola, enquanto vivemos, aprendemos.” De facto, a vida é uma aprendizagem constante e quem ensina também tem muito a aprender. Por sua vez, constatamos a cada dia a avidez de aprender por parte dos alunos, embora isso não signifique exclusivamente a aprendizagem de conteúdos. Como tal, numa sociedade cada vez mais exigente, é importante que o professor se sinta moƟvado não só para ensinar aos alunos, mas igualmente para aprender com eles. Foi, pois, neste sentido que os docentes da EPRM foram convidados a frequentar uma OĮcina de Formação inƟtulada “(Re)Aprender a ensinar e a avaliar nos cursos proĮssionais: o saber em ação”, promovida em cooperação com o Serviço de Apoio à Melhoria das Escolas (SAME), da Universidade Católica Porto e cuja formadora é a Professora Luísa Orvalho. O principal objeƟvo passa por delinear estratégias conjuntas de combate ao insucesso e ao abandono escolar e pela introdução de dinâmicas inovadoras ao nível da práƟca leƟva. Como tal, face ao atual cenário que se vive nas nossas escolas, cujas taxas de sucesso não passam de razoáveis e o abandono escolar é uma ameaça constante, é de todo relevante consciencializar os docentes que o seu papel não deve ser o de mero transmissor de conhecimentos; pelo contrário, o professor dos nossos dias deve possuir competências fundamentais como colaboração, inovação, flexibilidade e liderança das aprendizagens. Importa ajudar os alunos a aprender a aprender, incutindo-lhes o desejo de uma formação permanente e desenvolvendo neles o espírito empreendedor e a capacidade de procurar a formação. O professor do século XXI auxilia, conduz, dá o exemplo, incenƟva, facilita e integra aprendizagens assisƟdas e autónomas, decorrentes de uma avaliação pessoal de necessidades, com recurso à diversidade de meios de acesso à informação e ao conhecimento. Consequentemente, cabe ao professor colocar em práƟca uma pedagogia diferenciada e ter sempre presente que cada aluno ou grupo tem um ritmo próprio de aprendizagem, sabendo Ɵrar parƟdo dessa heterogeneidade para enriquecer, de uma forma global, as aprendizagens em sala de aula. Urge tornar o aluno ator da sua própria aprendizagem e fomentar igualmente o desenvolvimento das suas qualidades pessoais, aquilo a que hoje tão comummente damos o nome de soŌ skills e que nos mostram que todos os alunos podem aĮnal ser bons. Até porque, de acordo com Gardner, o ser humano possui nove inteligências e cada um aprende e apreende de forma disƟnta. Se pensarmos sobre o assunto, constatamos que, quando entram na sala de aula, os nossos alunos levam consigo uma mochila com livros, cadernos e um estojo, supõe-se, e a nossa função é fazer com que eles Ɵrem os seus materiais, os uƟlizem e os voltem a guardar nessa mesma mochila, mas com 16 | Revista EPRM # 23
mais informação, interligando os vários materiais e construindo senƟdos e aprendizagens. Esta é, pois, uma forma de moƟvação que o professor deve empreender, de modo a tornar-se o construtor de um ambiente de aprendizagem propício ao desenvolvimento pessoal e social e a maximizar as oportunidades de produƟvidade de cada um. Mas a diferenciação deve começar desde logo no processo de planiĮcação, pelo que o docente deve planiĮcar com ação estratégica que se coadune com um currículo de competências, ora no domínio cogniƟvo e procedimental, ora no domínio das aƟtudes e valores. Não importa apenas SABER e SABER FAZER, pois numa sociedade tão complexa como é a nossa, onde se valoriza cada vez mais o desenvolvimento das soŌ skills, o SABER SER e o SABER ESTAR assumem um papel de extrema relevância. Como tal, é preciso ter em mente que a diferenciação pedagógica é o ponto de parƟda para incluir e melhorar a qualidade das aprendizagens, pelo que é essencial diferenciar não só o conteúdo, mas também o processo e o produto. Só assim se percorre o longo caminho que é o ensino, em parƟcular o ensino proĮssional, onde não é suĮciente ensinar, mas é essencialmente fazer aprender. Atendendo a toda esta situação, é essencial que haja, por parte do docente, uma aƟtude de Ňexibilidade e uma avaliação reguladora e críƟca constante, seja ela ao nível das aprendizagens, seja ao nível do desempenho dos vários atores em cena (docente e discentes). Assim sendo, é de todo perƟnente que o professor tenha a capacidade de inovar e de comunicar bem como de transformar limitações em recursos, na procura de mudança do cenário, e que saiba transformar os jardins de outono, repletos de folhas caídas e amarelecidas,
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de árvores despidas e toda uma atmosfera lúgubre em jardins de primavera, onde as Ňores despontam radiantes para a vida e cujas cores e perfumes se misturam num todo inebriante. Neste processo, a avaliação desempenha um papel regulador importanơssimo, devendo ser mais autênƟca e parƟcipaƟva, isto porque avaliar não é sinónimo de classiĮcar. A avaliação deve ser entendida como um processo de regulação do saber, de modo a que todos os alunos, por mais heterogénea que seja a turma, possam trilhar um caminho em direção ao sucesso. Outro aspeto preponderante é a arƟculação interdisciplinar, que se pretende cada vez mais aƟva, estabelecida através dos novos projetos, designados como Projetos Integradores de Turma / Curso, que visam uma arƟculação horizontal e verƟcal do currículo, na tentaƟva de fazer perceber aos discentes que a sua formação é um todo, um conjunto de diversas disciplinas, ministradas por diferentes pessoas, rumando todas com o objeƟvo de, mais do que apenas ensinar, os fazer aprender. Assim, é cada vez mais perƟnente termos presente, no nosso quoƟdiano, enquanto agentes dinamizadores do processo de ensino aprendizagem, que o ensino deixa de ser centrado no professor, com estratégias que passavam essencialmente pela exposição / apresentação das matérias, pela instrução direta e pelo ensino de conceitos. Este passa a ser centrado no aluno, onde predomina uma aprendizagem cooperaƟva, baseada em problemas e com discussão em sala de aula, concreƟzando a ideia de que "Antes de dar comida a um mendigo, dá-lhe uma vara e ensina-o a pescar.” Ana Rita Loureiro, Professora de Português
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Excuse me... do you speak English?
A Escola ProĮssional de Rio Maior orgulha-se de promover aƟvidades que contribuam para uma formação integral dos seus alunos. A formação técnica é fundamental, mas uma formação transversal dos seus futuros técnicos é, atualmente, apanágio desta insƟtuição que forma jovens há cerca de 22 anos.
I want 2 Sundays with caramel, please. Thank you very much. One Tyskie please. Where are you from? We are students
Este ano leƟvo não foi exceção e foram inúmeras as aƟvidades de complemento curricular organizadas que visaram o aumento das soŌ skills dos nossos alunos. Entre outras, destaco as visitas de estudo internacionais pelas verdadeiras oportunidades de aprendizagem que proporcionaram quer aos alunos do Curso Técnico de Transportes (que visitaram a SITL, em Paris) quer aos alunos do Curso Técnico de Turismo Ambiental e Rural (que visitaram a AGROTRAVEL na Polónia).Durante os dias que esƟveram no “estrangeiro” convivendo com outra cultura e com outra língua ouviu-se...
Foi, sem dúvida, extremamente graƟĮcante ouvir estas e outras frases durante estes dois períodos disƟntos em que os nossos alunos se ausentaram deste “canƟnho à beira mar plantado”. Desde França à Polónia foram inúmeras as ocasiões em que os nossos alunos se viram “obrigados” a recorrer ao tão temido Inglês para se fazerem entender num país estrangeiro com uma língua completamente disƟnta da materna.
We are from Portugal. Excuse me…how much is this? I want a BigMac menu with cola, please. Can you tell me the way to…? Hello. Good morning. 18 | Revista EPRM # 23
Mais graƟĮcante ainda foi ter senƟdo que mesmo aqueles que sempre resisƟram ao Inglês por não o considerarem importante se renderam… porque aĮnal “Ó stora agora é que eu Ɵve noção de que é mesmo preciso saber inglês” – certo, Mariana Gaspar?
Sandra Rosa, Professora de Inglês
ENSINO PROFISSIONAL
EPRM acolheu visita técnica de professores de Afyon (Turquia)
Enquanto entidade empenhada na formação e no desenvolvimento profissional de jovens, a EPRM tem desenvolvido ao longo dos anos um esforço considerável na manutenção e no ajustamento da sua oferta formaƟva face às necessidades senƟdas pelo território e pelo seu mercado de trabalho e emprego. A par das práƟcas de formação, têm sido vários os esforços desenvolvidos na promoção do sucesso educativo e na prevenção do abandono escolar precoce, prioridades naturais no contexto educaƟvo nacional, quer através do recurso a instrumentos de apoio e acompanhamento de jovens com necessidades educaƟvas especiais, quer pela via da formação de professores em áreas ligadas à adoção de novas estratégias de ensino e formação. Neste contexto, foi com agrado que a EPRM acolheu uma nova proposta de trabalho na área das práƟcas de apoio pedagógico a alunos com Necessidades EducaƟvas Especiais, desta vez por parte da Afyonkarahisar Mesleki ve Teknik Anadolu Lisesi (Afyon, Turquia). Através desta visita de caráter técnico, integralmente dedicada ao contacto com as práticas de adaptação de jovens com diĮculdades de aprendizagem, integrados no ensino vocacional, assegurou-se a mobilidade de um grupo multidisciplinar composto por 11 professores (as), provenientes de 4 escolas da região de Afyonkarahisar. O acolhimento do grupo decorreu entre 18 e 25 de abril de 2015 e envolveu o contacto com a realidade e a cultura nacional, a visita aos agrupamentos escolares de Rio Maior e à Escola de Serviços e Comércio do Oeste (ESCO), habitual parceira da EPRM nestas andanças e que regista neste domínio um conjunto de estratégias muito interessantes ao nível das práƟcas de
intervenção, produção e acompanhamento de Planos EducaƟvos Individuais (PEI) para alunos integrados no ensino proĮssional. Da avaliação realizada, salienta-se a valorização do trabalho desenvolvido pelos professores portugueses, o ajustamento progressivo das componentes de apoio educaƟvo nas várias escolas e o interesse generalizado na promoção de futuros projetos nas áreas da formação de professores e da moƟvação, empreendedorismo e empregabilidade dos jovens diplomados.
João Paulo Colaço, Técnico do GAT
Revista EPRM # 23 | 19
ENSINO PROFISSIONAL
Parceria entre EPRM e o Parque Tecnológico da Andaluzia
Em fevereiro úlƟmo, o Diretor Pedagógico da EPRM esteve presente no “Foro TransĮere”, em Málaga (Espanha), integrando uma comiƟva liderada pelo Centro de Negócios e Inovação de Rio Maior (CNIRM). Aliás, nessa ocasião, foi celebrado um protocolo de parceria entre o CNIRM e o Parque Tecnológico da Andaluzia (PTA), considerado o Silicon Valley de Espanha. Na sequência dos contactos estabelecidos, a EPRM recebeu, posteriormente, a visita da Diretora para as Relações Internacionais do PTA, Sónia Palomo e o Vice-Reitor da Universidade de Málaga, José Angel, que convidaram o projeto Smartkit para apresentação no Seminário “Casos de êxito em inovação dirigida à terceira idade”, no âmbito do projeto europeu WIDER. Assim, nos passados dias 27 e 28 de abril, o Diretor Pedagógico, acompanhado da Prof.ª Maria João Maia e das três alunas envolvidas no projeto Smartkit, Soraia Gaspar, Jéssica Marques e Jéssica Santos esƟveram em Málaga, onde foram oradoras no referido Seminário. SmartKit é um equipamento inovador de prescrição de medicação automáƟca. No fundo, é uma caixa de medicamentos inteligente que auxilia o paciente no processo diário de tomada de medicação, permitindo que este processo se efetue com autonomia e segurança. Possui seis comparƟmentos diários programáveis por um período semanal. A programação poderá ser efetuada localmente ou à distância a parƟr de um PC ou de um telemóvel. O sistema de alerta sonoro e visual informa o paciente
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do horário e medicamentos a tomar, que se encontram em comparƟmentos de abertura individualizada. Produz ainda relatórios de aƟvidade que poderão ser monitorizados pelos cuidadores. No decorrer desta visita, houve ainda oportunidade para visitar algumas empresas instaladas no PTA, com o intuito de explorar oportunidades de cooperação, nomeadamente a realização de estágios curriculares ou extracurriculares de alunos da EPRM. Trata-se de mais uma evidência do reconhecimento do trabalho realizado na Escola, por um lado e, por outro, da internacionalização da EPRM. Luciano Vitorino, Diretor Pedagógico
A NOSSA ESCOLA
Liliana Tomaz
A Escola e o Emprego O Gabinete de Apoio Técnico da EPRM tem como competências a inserção proĮssional e acompanhamento dos alunos diplomados, desta forma decidiu lançar um desaĮo aos ex-alunos: dar o seu testemunho sobre o seu percurso académico e proĮssional nesta insƟtuição.
Frequentei o Curso Profissional de Técnico de Serviços
1 Jurídicos entre os anos 2000 e 2003. 2
Solicitadora Trabalho por conta própria, tenho o meu próprio escritório
3 na cidade de Rio Maior.
As funções inerentes ao exercício da minha profissão,
4 sendo as áreas de intervenção e de trabalho do solicitador
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e frequentou na Qual foi o curso qu EPRM? atual?
2
ão Qual é a sua pro¿ss
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onde exerce Qual é a empresa funções?
nções desempenha 4 Qnouesetipuoatdeuaful em prego?
nomeadamente a administração de bens, organização e elaboração de processos de parƟlhas, doações e heranças, Įscalidade, transmissão/ oneração de imóveis, elaboração de contratos e escrituras /documentos parƟculares autenƟcados, sociedades, cerƟĮcação de fotocópias, reconhecimento de assinaturas, autenticação de documentos, elaboração e autenticação de procurações, registo predial, comercial e automóvel, representação judicial e fiscal, cobrança de dividas/ injunções, arrendamento, direito da família/ divórcios, apoio em questões relacionadas com empresas, tais como, PT, EDP, serviços municipalizados, entre outros. Descrevo como saƟsfatório o meu percurso proĮssional e
5 académico depois de ter saído da EPRM, segui sempre a mesma área do curso proĮssional que frequentei. Terminei o curso proĮssional e esƟve cerca de um ano a trabalhar num escritório de advogados em Santarém, como administraƟva, depois, decidi ir mais além e ingressar no ensino superior. Fui estudar para Coimbra, para o ISCAC (InsƟtuto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra) onde frequentei a licenciatura de Solicitadoria e Administração. Sim, sem dúvida, deu-me as bases que, quer a nível
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o seu percursois Como descreve adémico depo pro¿ssional e acE RM? de ter saído da P
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7
gostaria de deixar Que mensagem M? aos alunos da EPR
6 proĮssional quer a nível académico, foram importantes para
a frequência do curso superior e para o desempenho da minha proĮssão. Quanto a isso conto-lhes uma história… Após uma ano de 7 formação do curso proĮssional pensei em desisƟr, não me idenƟĮcava com a área e não gostava do que aprendia, mas graças a alguns colegas e professores da EPRM, pelo incenƟvo que me deram, não o Įz, não desisƟ, e hoje dou graças por o ter feito, porque considero e tenho a certeza que não me imagino a trabalhar noutra área… Por isso, alunos da EPRM, acreditem que estão numa boa escola, que vos dá a melhor formação, acreditem e confiem nos professores porque eles sabem o que é melhor para cada um de vós. Não digo que desistam dos vossos sonhos, mas por vezes e tal como aconteceu comigo, o sonho estava só um bocadinho trocado, e graças ao acompanhamento que Ɵve, o sonho que eu pensava que estava trocado, foi o melhor que se concreƟzou, e hoje gosto do que faço, por isso, não desistam e concreƟzem os vossos projetos. Revista EPRM # 23 | 21
A NOSSA ESCOLA
Vânia Jesus Curso ProĮssional de Técnico de Comunicação/MarkeƟng,
1 Relações Públicas e Publicidade entre os anos 2005 e 2008.
Gonçalo Santos Frequentei o Curso Profissional de Técnico de Recursos
1 Florestais e Ambientais entre os anos 2008 e 2011.
Responsável pelo departamento de MarkeƟng e Publicidade
2 de uma empresa. 3
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Atualmente exerço a proĮssão de Bombeiro, em vínculo proĮssional.
Conteúdos Globais, Lda. Exerço a minha proĮssão na Associação Humanitária de
Promoção da empresa, eventos e novas oportunidades de 4 negócio. Depois de ter concluído o curso profissional na Escola 5 ProĮssional de Rio Maior, realizei o exame de Português para aceder ao ensino superior. Frequentei a licenciatura de Educação Básica e Mestrado em Educação Pré-escolar. Optei pela área da educação visto que no 12º ano a minha Prova de ApƟdão ProĮssional incidiu sobre promover as Aldeias SOS, nomeadamente a Aldeia SOS de Rio Maior. Sempre gostei muito de crianças e pretendia num futuro próximo, contribuir ao máximo para os interesses e necessidades das crianças. Durante dois anos e meio esƟve a trabalhar na área de Educação, como professora de aƟvidades extra curriculares e educadora num colégio privado. Por moƟvos Įnanceiros e por ter surgido uma melhor oportunidade, optei por trabalhar atualmente na área de MarkeƟng e Publicidade. Sem dúvida que sim. Neste momento trabalho na área do
6 markeƟng e publicidade e estou muito saƟsfeita quer em termos proĮssionais quer em termos pessoais. Antes de mais quero felicitá-los pela oportunidade que
3 Bombeiros Voluntários de Rio Maior.
Sou operador de Telecomunicações. Este cargo resume-se
4 a atendimento das mais diversas chamadas de socorro, despacho de meios de socorro, receção de pessoas e também, quando necessário, trabalho administraƟvo. Sem dúvida que a minha passagem pela EPRM foi uma mais-
5 valia, e com as aprendizagens que adquiri na EPRM foi muito mais fácil obter emprego num mercado de trabalho que está complicado.
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O curso proĮssional que realizei, foi desde o início o que sempre quis, e hoje, no meu local de trabalho, é uma ferramenta chave para o desempenho das minhas funções. Ter frequentado a EPRM e o curso fez com que ganhasse bases de trabalho, estudo e camaradagem que até à data estariam muito pouco desenvolvidas. Este curso foi, sem margem para dúvidas, uma mais-valia. Aos alunos da EPRM gostaria de dizer que nada é impossível
7 “agarraram” em frequentar a Escola ProĮssional de Rio Maior.
7 de concretizar nesta instituição. Os vossos sonhos são
Esta escola proporciona aos alunos excelentes condições de aquisição de conhecimentos, tanto a nível teórico como a nível práƟco. A EPRM foi uma família que me ajudou a crescer em termos pessoais e proĮssionais. Hoje voltava a fazer parte desta família!
possíveis de realizar, com trabalho, dedicação e espírito de equipa. Têm sempre o apoio de todos os colaboradores da EPRM, e eles acreditam em vocês. Aproveitem esta passagem pela EPRM da melhor forma, como eu o Įz. Além de ser uma escola é uma família que deixa saudades. Muitas saudades!
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A NOSSA ESCOLA
João Escada
João Esteves
O curso que frequentei na EPRM foi o Curso ProĮssional de
1 Técnico de GPSI entre os anos 2001 e 2004
1 O curso que frequentei na EPRM foi o Curso ProĮssional de Técnico de Eletrónica Automação e Instrumentação entre os anos 2011 e 2014
Tenho um contrato anual com o Município de Óbidos em que
2 desempenho as funções de gestor de conteúdos, webdesign e webdeveloper. A empresa onde exerço funções é a Câmara Municipal de 3 Óbidos.
2 A minha profissão atual é Técnico de Manutenção e Embalagem.
Gestor de conteúdos, webdesign, webdeveloper e monitor do Espaço Internet
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Iniciei a minha aƟvidade em 2007 com o meu primeiro contrato 5 proĮssional. Desde essa data mantenho as minhas funções na Câmara Municipal de Óbidos, e iniciei dois projetos paralelos. Em 2012 fundei a Portugal Surf Houses, um portal de booking para casas junto ao mar (www.portugalsurĬouses.com) e em 2013 iniciei um projeto de jovem agricultor, plantação de plantas em modo biológico (hortelã pimenta e limonete).
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Sinto que o curso que realizei na EPRM foi muito importante para
Aproveitem ao máximo o tempo de estudante, é uma das alturas
7 da vida em que existe tempo para tudo, estudar, diverƟr e iniciar os primeiros contactos que se prolongam por toda a vida. É curioso estar nesta fase da vida e contactar colegas meus de curso que trabalham em áreas diferentes da minha e com os quais vim a trabalhar diretamente. Dediquem-se com especial atenção às áreas do vosso interesse pessoal, desenvolvam capacidades e conhecimentos sobre os temas que pretendem seguir. O mundo está cheio de oportunidades e de coisas novas por inventar, criem os vossos primeiros projetos, desenvolvam a ideia e aproveitem a experiência e sabedoria dos professores que vos acompanham. E não se esqueçam, para um projeto/ideia ser bem-sucedido, a primeira pessoa a acreditar verdadeiramente nela, têm que ser vocês.
Na empresa onde me encontro a desempenhar funções, sendo uma empresa de medicamentos genéricos, estou numa linha de produção, em que a minha função é aĮnar a máquina na mudança de produto para produto, mudanças essas que podem demorar minutos ou mesmo horas, dependendo sempre do produto em questão, também me compete veriĮcar se o produto que entra em linha está em perfeitas condições.
6 o meu sucesso a nível proĮssional, não só o curso mas também toda a cumplicidade que existe entre alunos/escola.
A empresa onde exerço funções é a Generis FarmacêuƟca.
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O meu percurso profissional não poderia estar a correr melhor, estou numa excelente empresa, optei por trabalhar nesta empresa devido ao facto de ter como objetivo a frequência de um CET e a Generis apoia e facilita os seus colaboradores que pretendem prosseguir estudos. Sinto que o curso que realizei na EPRM foi muito importante
6 para o meu sucesso a nível proĮssional, não só o curso mas também toda a cumplicidade que existe entre alunos/escola. A melhor mensagem que poderia deixar aos alunos da EPRM
7 seria para eles aproveitarem todas as oportunidades que a escola lhes dá, porque só não brilha quem não quer!
Revista EPRM # 23 | 23
A NOSSA ESCOLA
Guilherme Monteiro
A Escola e o Prosseguimento de estudos O Gabinete de Apoio Técnico da EPRM tem como competências a inserção proĮssional e acompanhamento dos alunos diplomados, desta forma decidiu lançar um desaĮo aos ex-alunos: dar o seu testemunho sobre o seu percurso académico e proĮssional nesta insƟtuição.
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Na Escola ProĮssional de Rio Maior frequentei o Curso Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares entre os anos 2009 e 2012
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De momento, estou a frequentar a licenciatura em Engenharia InformáƟca, no InsƟtuto Superior de Engenharia de Coimbra.
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o seu percursoda Como descreve de ter saído académico depois EPRM?
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gostaria de deixar Que mensagem M? aos alunos da EPR
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Frequentar um Curso ProĮssional antes do ensino superior, em áreas mais técnicas é, sem sombra de dúvida, uma mais-valia, pois além de termos estado já em contacto com o mercado de trabalho, dá-nos uma grande preparação a nível de apresentações de trabalhos, relatórios e teses. Talvez nas áreas mais cienơĮcas como as Análises MatemáƟcas tenha um maior grau de diĮculdade, mas com empenho e tempo tudo acaba por se fazer. Sem dúvida, tanto a nível profissional como interpessoal, uma aprendizagem num ambiente de família e interajuda, dos docentes aos auxiliares, da direção ao diretor, há sempre alguém pronto a ajudar seja em que questão for. A mensagem que posso transmiƟr aos alunos da EPRM é que aproveitem tudo o que a “nossa” escola vos oferece, as excelentes condições, os excelentes professores, aĮnal de contas são três anos da nossa vida passados dentro dessas paredes, e que no Įm vai deixar saudades.
Frequentei o Curso Técnico de Design entre os anos 2009 e 2012
2 Licenciatura em Design GráĮco e MulƟmédia.
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O curso que estou a frequentar não tem propriamente uma ligação direta com o curso que frequentei na EPRM, mas existem cadeiras curriculares na licenciatura de Engenharia InformáƟca em que apliquei conhecimentos adquiridos no CT de Energias Renováveis, além de o meu segundo estágio curricular ter sido realizado na empresa Hemera, um departamento de engenharia na área das energias alternaƟvas, onde precisei de efetuar cálculos, completar bases de dados, modelar em 3D, competências que aprendi e conƟnuo a aprender em Engenharia InformáƟca.
Inês Ferreira 3
a forma o curso Sente que de aleguremalizou na EPRM pro¿ssional qupara o seu sucesso foi importante académico?
Sim, esta foi a minha primeira opção. Depois de reŇeƟr em termos do mercado de trabalho, esta pareceu-me ser uma opção acertada para o futuro e, de momento, recebo praƟcamente todos os dias propostas de emprego nesta Área da InformáƟca, o que conƟnua a ser nos dias de hoje uma das áreas com mais empregabilidade em Portugal e no resto do mundo.
Sim, foi a primeira e única opção Sim está relacionado, somente é mais especíĮco. O meu percurso foi progressivo. Após a minha saída da EPRM, ingressei para um Curso de Especialização Tecnológica, na Escola Superior de Artes e Design de Caldas da Rainha, com duração de 2 anos, obtendo assim o nível 5, nível posterior ao da EPRM. Atualmente, estou no primeiro ano de Licenciatura. O curso proĮssional da EPRM foi bastante importante. Deu-me os primeiros conhecimentos de Design, conhecimentos estes que na minha área são a base para qualquer trabalho. Saí com uma grande “bagagem” que foi e é relevante para o meu percurso. A minha mensagem é direcionada para todos os alunos mas especialmente para os menos dedicados. A EPRM tem muito para oferecer, é sem dúvida um caminho para o futuro. Prepara-nos para o mundo do trabalho, tal como para o ensino superior. Sigam os vossos sonhos. Todos os docentes da escola se disponibilizam para o que precisarem, aproveitem esse apoio, é uma grande benesse. A dedicação e o esforço são sempre recompensados. Hoje em dia só ganham os melhores, portanto, trabalhem para conseguirem um bom futuro. Boa sorte!
A NOSSA ESCOLA
Pedro Pires 1 2
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Frequentei o Curso ProĮssional de Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação no ciclo de formação 2008 - 2011. Neste momento sou aluno de mestrado em Engenharia Eletrotécnica – Ramo de Eletrónica e Telecomunicações na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG), do InsƟtuto Politécnico de Leiria. Este curso vem no seguimento da conclusão da licenciatura em Engenharia Eletrotécnica na mesma escola, entre 2011 e 2014. Sim, a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica foi a minha primeira opção. Sim, tanto a licenciatura como o mestrado estão em tudo relacionados com o curso que Ɵrei na EPRM. Na minha opinião, a licenciatura em Engenharia Eletrotécnica é uma excelente opção para quem gosta da área eletrónica, robóƟca, automação e instrumentação e pretenda aprender mais. Diria até, pela minha experiência, que é o curso superior ideal para quem termina o Curso Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação. O meu percurso académico tem corrido muito bem. Formei-me em Engenharia Eletrotécnica com média Įnal de 17 valores e o mestrado também tem estado a correr muito bem, na medida em que faço parte duma insƟtuição de invesƟgação, responsável pelo avanço da tecnologia das telecomunicações em Portugal e no mundo. Sem dúvida alguma. Se o meu percurso académico é um sucesso, em grande parte o devo à EPRM. Foi a EPRM que me deu os valores técnicos e pessoais que me levam a ver a minha futura carreira como Engenheiro com agrado. Foi na EPRM que aprendi os conceitos base que me ajudaram a obter sucesso às disciplinas com disƟnção. Foi nesta escola que Įquei com o “bichinho” de querer saber mais, de ajudar a avançar a tecnologia. A mensagem que eu gostava de deixar vincada é que os alunos da EPRM saem tão bem ou melhor preparados para o ensino superior como os alunos dos cursos que se focam apenas na ingressão em cursos superiores. Reparem que vocês têm acesso ao melhor dos dois mundos: se por um lado saem muito bem preparados para o mundo do trabalho, sendo por isso, uma mais-valia para uma empresa, também têm a porta aberta para o acesso a um curso superior onde aprenderão a ser melhores, tanto tecnicamente, como pessoalmente. Consideremse uns sortudos e agarrem a oportunidade!
Luís Pinto 1
Frequentei o curso proĮssional de Técnico de Manutenção Industrial entre os anos 2009 e 2012
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De momento estou a frequentar a Licenciatura em Ciência e Tecnologias do Som, na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
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Não. A minha primeira opção foi Engenharia Eletrotécnica, no InsƟtuto Superior de Engenharia de Lisboa, onde esƟve dois anos.
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Andreia AgosƟnho 1 2
Curso Técnico de Comunicação, Marketing, Relações Públicas e Publicidade entre os anos 2005 e 2008. Licenciada em Comunicação Empresarial e Relações Públicas e terminada em novembro de 2014 o Mestrado em Gestão Estratégica das Relações Públicas.
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Tanto o Curso na EPRM como a Licenciatura e Mestrado foram a primeira e única opção de estudo.
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Tendo em conta as óƟmas bases da área de Comunicação obƟdas na EPRM decidi dar conƟnuidade nessa área de estudo.
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O meu percurso tem sido bastante posiƟvo e entusiasmante. Julgo que não poderia ter feito escolha melhor. Tudo começou na EPRM. Os professores sabem esƟmular os alunos, encorajá-los a perseguir sonhos, a construir um futuro sólido, a procurar serem cada vez melhores naquilo que fazem. Sem dúvida. Os professores além de serem exigentes e levarem-nos a ser bons em cada módulo, em cada etapa, em cada matéria, encorajamnos a seguir os estudos se estes esƟverem ao nosso alcance. Para quem não puder seguir para a universidade, ali prepara-se para o mundo real, Įcam completamente aptos para o mundo do trabalho. Aconselho seriamente aos que têm o privilégio de serem escolhidos para estudarem na EPRM a aproveitarem ao máximo cada oportunidade que a escola lhes oferece. Tenho acompanhado com o maior orgulho o crescimento da escola e vejo como os responsáveis pelo trabalho ali efetuado se empenham em proporcionar o melhor aos alunos. Desde as Jornadas, às visitas de estudo, a viagens, a projetos práƟcos que podem levar os alunos a bom porto. Não descurem dos estudos, do trabalho extra que podem fazer. Mostrem por que foram vocês os escolhidos e não outros. Eu Ɵve a sorte de entrar nesta escola e dali construir as bases que hoje tenho. E não falo apenas dos estudos, falo da educação, dos valores que ali são parƟlhados. Não esqueço nenhum professor nem funcionário. Todos eles Ɵveram um papel importante na construção da minha educação e naquilo que fui durante o meu percurso académico. Se voltasse atrás, ao 9º ano, voltaria a fazer a mesma escolha. Aliás, foi a única escolha que Įz na esperança de vir a ser escolhida. Aproveitem ao máximo cada dia na EPRM, cada atividade, cada aniversário, cada jornada, cada módulo. No futuro verão como valeu a pena. A minha experiência foi bastante enriquecedora a todos os níveis e agora no mercado de trabalho dá aquela vontade de voltar atrás e viver tudo de novo.
Atualmente não. O meu percurso tem sido risonho, felizmente. Embora sejam áreas disƟntas, a grande maioria de engenheiros de som que existem em Portugal têm um passado em eletrotecnia. Creio ter sido uma mais-valia ter frequentado Engenharia antes de ingressar em Som. Sim, claro. Principalmente nas áreas técnicas sempre reparei, em relação aos meus colegas, que trazia um know how mais evidente que eles, especialmente em relação às cadeiras da componente práƟca. Aproveitem a vossa escola e tudo o que ela tem para vos oferecer. É um período da vossa formação e da vossa vida que vos irá marcar, sem dúvida. Procurem sempre alcançar o equilíbrio entre a vossa vida pessoal e a escola e, mais tarde, a vossa proĮssão, tendo sempre como meta o sucesso.
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A NOSSA ESCOLA
EPRM na RoboParty 2015 Qual a melhor maneira para acabar o 2º trimestre de aulas? Claro, numa aƟvidade de 3 dias, non stop, com workshops de eletrónica, robóƟca, soldadura e programação. Foi imbuídos deste espírito que 12 discípulos do Clube de RobóƟca da Escola ProĮssional de Rio Maior parƟram em direção a Guimarães para parƟciparem na RoboParty 2015. Este ano a escola fez-se representar com três equipas: Bad Driver, Electric Power e Despicable Us, com elementos de três turmas: Instalações Elétricas dos 10º e 12º anos e Eletrónica, Automação e Instrumentação do 11º ano. A RoboParty é um evento a nível nacional, que apesar de ser concurso, não é de foro compeƟƟvo, mas sim onde o fairplay e a entreajuda reina entre todas as equipas parƟcipantes. No úlƟmo dia, todas as equipas testam e apresentam os seus robôs e programações em três Ɵpos de provas: Prova de obstáculos, Corrida e Dança. Até à data da Roboparty, muitos foram os preparaƟvos para “mascarar” os robôs para a prova da Dança, sendo o tema escolhido este ano por parte do clube de robóƟca: Os Minions. Chegados àquela que seria a nossa casa e o nosso local de trabalho durante os três dias do evento, rapidamente nos colocámos em “modo de trabalho” e começámos a dividir tarefas para chegarmos a bom porto. Assim, com boa organização, até à hora de almoço tínhamos os três robôs completamente montados e soldados. Estávamos no bom caminho… A meio da tarde, eis que surgem os primeiros desaĮos. Já com quase todas as equipas com os seus robôs montados, grande era a aŇuência aos circuitos de pistas de teste. Pela noite dentro, a aŇuência ia diminuindo à medida que as “baterias” dos parƟcipantes ia entrando na reserva. Foi uma noite bastante proveitosa para as equipas da EPRM uma vez que os resultados alcançados nos testes foram bastante posiƟvos. Chegados ao dia de colocar em teste contra as outras equipas os nossos robôs, as nossas aĮnações e as nossas programações, eis que tudo corria em boas linhas para os nossos lados.
“- Preparados? São os próximos” - dizia um elemento da organização. Nós estávamos conĮantes e lá se deu ordem de arranque. Como não podia deixar de ser, o robô fez aquilo que estava programado: percorrer uma pista com obstáculos, sem embater, de modo a chegar de um ponto de parƟda a um ponto de chegada, sem ser previamente conhecido. Mas…(e sim, infelizmente há um “mas”), eis que surge o inesperado: a dois palmos do Įm da prova, o robô parou. Acabou a bateria. Segundo a organização, estávamos, até à altura de ter Įcado sem bateria, em 1º lugar. Para o próximo ano, haja quem nos pare… nem a bateria vai ser moƟvo! No úlƟmo dia do evento foi altura de pôr em prova o sincronismo entre os três robôs na prova de dança. Durante a preparação dessa prova, muitas eram as pessoas, equipas adversárias, organização, entre outros, a dar-nos os parabéns pela forma como estavam construídos os Minions e como eles interagiam uns com os outros. Após programação do sincronismo e sequência com a música a “dançar” lá fomos apresentar a nossa dança. O sincronismo funcionou, a dança funcionou, contudo, o resultado não foi completamente o esperado. Todos os ensaios aos movimentos e dança foram feitos num piso com uma determinada aderência e a realização da prova foi feita num piso com uma aderência bastante inferior, o que “desregulou” o aspeto estéƟco da dança em conjunto. O concurso RoboParty é um excelente open mind para a área da robóƟca e programação, pois incute o “bichinho” desde cedo, podendo criar com isto excelentes técnicos de automação e robóƟca. Mais uma vez, a EPRM fez-se notar e fez a diferença num concurso nacional! Cristóvão Oliveira , Coordenador do Clube de Robótica da EPRM
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A NOSSA ESCOLA
Programa Young VolunTeam – “EPRM for Others”
A escola vive um processo de agitações, desaĮos, procuras e descobertas, que se traduzem em novas ideias pedagógicas, inovações metodológicas, transformações da própria noção do que é educar. Desta forma, a escola é considerada a fiel depositária das esperanças de um mundo melhor, mais justo, menos desigual, mais solidário. Como? Formando jovens capazes de fazer transformações, mover mundos, inventar o novo, dar asas à imaginação e CRIAR. Se a escola é espaço de esperanças, se os jovens são a força de transformação, é tempo de procurar uma forma estruturada e mais profunda de catalisar tamanho potencial de mudança. Foi neste senƟdo, que um grupo de alunos da Escola ProĮssional de Rio Maior abraçou o desaĮo lançado pelo Programa Young VolunTeam da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em parceria com a Sair da Casca e a ENTRAJUDA e com a chancela da DireçãoGeral da Educação do Ministério da Educação e Ciência e o apoio do Programa Juventude em Ação da Comissão Europeia e da SEA - Agência de Empreendedores Sociais. Esta iniciaƟva é direcionada a alunos do Ensino Secundário e tem como objeƟvo sensibilizar toda a comunidade educaƟva para a práƟca do Voluntariado como expressão de cidadania aƟva, sendo de realçar a importância da práƟca do Voluntariado para o desenvolvimento de competências nos jovens em diferentes eixos: inclusão social, educação, empreendedorismo, emprego e cidadania. A promoção da cultura do Voluntariado em Portugal tem sido um dos principais compromissos de atuação da CGD, sendo os seus projetos de Voluntariado tomados como exemplo de inovação. Os alunos são os principais veiculadores do Programa Young VolunTeam para a valorização da cultura do voluntariado não só na sua escola, mas nas escolas do Ensino Básico e na comunidade envolvente. O grupo “EPRM for Others”, é composto por alunos de diferentes cursos/turmas, nomeadamente: Edgar José Carvalho Filipe, 10ºB; Jéssica Sofia Matos Vitorino, Francisco Rafael Isidoro Romão, Inês Marques Silva, 10ºD; Carolina Caetano Ramos, Melissa Pancadas Costa, Melissa Pereira Isabelinha, SoĮya Romanyuk, 11ºC; Daniela Filipa da Silva Mendes, Diana Filipa Bernardino MarƟns, Inês Margarida Jorge Lopes, João
Pedro Santos MarƟns, 11ºD e contam com a colaboração dos professores, João Paulo Colaço e Ana CrisƟna Figueiredo, bem como, com o apoio da psicóloga Leonor Fragoso. “EPRM for Others” começou por receber formação inicial, no dia 31 de outubro de 2014, pela equipa do programa sobre a temáƟca do Voluntariado e do Empreendedorismo Social. De seguida, e após reuniões, onde a parƟlha e troca de experiências foi imperaƟva, traçou um plano de aƟvidades a desenvolver neste âmbito. Primeiramente, o grupo deslocou-se ao Lar Fausta Sequeira Nobre, no dia 2 de dezembro de 2014, para proceder à apresentação do grupo e convidar os utentes para parƟcipar num convívio. Este convite foi estendido ao Lar da Santa Casa da Misericórdia de Rio Maior. No dia 5 de dezembro de 2014, comemorou-se o Dia Internacional do Voluntariado e estes alunos participaram numa aƟvidade desenvolvida pela escola, que decorreu no Cineteatro de Rio Maior e contou com a parƟcipação de um grupo de pessoas que praƟcam o voluntariado em Rio Maior e nos Países Africanos de Língua OĮcial Portuguesa (PALOP). A 10 de dezembro de 2014, prepararam-se algumas aƟvidades/ convívio para receber os utentes acima referidos. Esta aƟvidade teve como objeƟvo dar a conhecer aos utentes a nossa escola e promover a troca/parƟlha de experiências. Neste mesmo dia, o grupo “EPRM for Others” recebeu o convite dos utentes do Lar Fausta Sequeira Nobre para no dia 6 de janeiro de 2015, irem ouvir cantar as janeiras. Os alunos Įcaram entusiasmados e, no dia proposto, lá estavam a ouvir e também a cantar com os utentes do Lar. O próximo passo será dado brevemente…o grupo irá dar formação aos mais pequenos em escolas do Ensino Básico do concelho de Rio Maior. A ideia é muito simples: esƟmular, sugerir, orientar a ação direta do jovem sobre o meio em que está inserido, promovendo o voluntariado jovem, de forma integrada aos objeƟvos pedagógicos mais amplos da escola e de toda a comunidade. De momento, a parƟcipação do grupo no Programa ainda não terminou sendo prematuro apresentar resultados concretos. No entanto, importa referir que pelas aƟvidades desenvolvidas e feedback recebido, o balanço é bastante positivo. Cláudia Alves, Professora de Área de Integração
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Global Enterprise Project 2015 Desafio Empreendedor A Escola ProĮssional de Rio Maior (EPRM) foi mais uma vez anĮtriã de um programa promovido pela Junior Achievement Portugal (JAP) em parceria com a Siemens Portugal. Esta iniciaƟva, subordinada ao tema “Worlds Apart – Quality of life in
Esta competição desenvolvida pela Junior Achievement Portugal em parceria com a EPRM, permite aos alunos terem a oportunidade de trabalhar as suas ideias com voluntários da Siemens, empresa parceira da JAP, que irão apoiá-los como consultores em áreas fundamentais para desenvolverem o seu desaĮo, tais como: MarkeƟng, Vendas, Desenvolvimento de produto, entre outras. Ao aplicar o princípio de “Learning by Doing” pretende-se que os alunos desenvolvam competências interpessoais e empreendedoras, espírito de iniciaƟva, habilidade para trabalhar em equipa, tendo a capacidade de resolver problemas, aprender a trabalhar com prazos muito reduzidos e desenvolverem as suas competências ao nível da comunicação oral em inglês. Este evento ocorreu no dia 27 de fevereiro de 2015, entre as 09.00h e as 13.00h e os alunos Ɵveram oportunidade de apresentar um “elevator pitch”, em inglês, da sua ideia perante um Júri, que os interpelou com questões
ciƟes| Scenario 2040”, foi acompanhada pela voluntária, Dra. Margarida Alves, da Siemens Portugal e reuniu alunos entre os 15 e os 18 anos. A escola parƟcipou com vinte alunos, do Curso Técnico de Energias Renováveis, acompanhados pelas professoras Anabela Figueiredo e Helena Coelho que trataram da coordenação do evento. Os alunos foram desafiados a projetar a sua cidade no futuro, nomeadamente no ano 2015 e a avançar com propostas que garantam a sustentabilidade da mesma propondo soluções a vários níveis para questões potencialmente problemáticas relacionadas com o ambiente, a água, a qualidade do ar, a qualidade do solo e a libertação de CO2.
enriquecedoras relaƟvas ao seu serviço ou produto. A Escola ProĮssional de Rio Maior congratula-se de acolher mais uma vez este Ɵpo de DesaĮo Empreendedor. Na EPRM acreditamos que, promovendo a parƟcipação de alunos neste Ɵpo de eventos, estamos a contribuir para o desenvolvimento de outro Ɵpo de competências, para além das puramente académicas, fomentando vivências open mind junto dos nossos alunos. Além disso, estamos ainda a contribuir para uma formação/qualiĮcação mais equilibrada e completa.
Anabela Figueiredo, Coordenadora do projeto
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Building Skills
Na sequência da parƟcipação de uma equipa da nossa escola na iniciaƟva Europass CV Junior, dinamizada pela revista Fórum Estudante em conjunto com o Centro Nacional Europass, surge o projeto Building Skills. O projeto foi concreƟzado porque a EPRM proporciona aos seus alunos um conjunto de experiências ao longo de todo o seu ciclo de estudos, extremamente ricas em aprendizagens escolares, técnicas e em conteúdos de enriquecimento pessoal. Falamos de uma série de competências que contribuem para o aumento da empregabilidade e que devem Įgurar no Curriculum Vitae de uma forma organizada e clara, permiƟndo a sua valorização e reconhecimento. Existe uma necessidade clara de colocar os jovens, desde cedo, a pensar no seu futuro e na forma como podem construir as suas Competências. Neste âmbito, a aƟvidade que desenvolvemos junto dos nossos alunos teve como objeƟvo contribuir para o enriquecimento da apresentação das SoŌ Skills, bem como, proporcionar aos alunos um espaço de reŇexão críƟca e analíƟca sobre as experiências vividas, permiƟndo-lhes uma maior asserƟvidade e segurança aquando de uma entrevista de trabalho ou apresentação. Pretendemos que todos os alunos da EPRM tenham o seu Curriculum Vitae. Desta forma, pretendemos que nos próximos
anos, os alunos do primeiro ano iniciem a sua formação, construindo de imediato o seu Curriculum Vitae. ConƟnuamente, ao longo do seu ciclo de formação, os alunos irão produzindo e trabalhando as suas soŌ skills, com o apoio necessário. Será assim uma forma de Įcarem munidos de um CV adequado e devidamente elaborado, para que se possam deslocar com conĮança a qualquer local de estágio, de voluntariado e/ou de trabalho sazonal, provando que são construtores aƟvos do seu futuro. Este projeto iniciou-se com todas as turmas do 10º e 11º anos, mas pretende ser parte integrante do plano da aƟvidades da escola como uma mais-valia para toda a formação. Trabalhamos o que são soft skills, que traduzimos como competências transversais e Įzemos com que os nossos alunos espelhassem o que, no seu dia-a-dia e na sua vida escolar e pessoal, contribua para desenvolver essas competências. Nas XXII Jornadas Profissionais iremos mostrar a toda a comunidade as competências transversais que os nossos alunos desenvolvem, que vão muito mais além do que competências escolares e vamos fazer com eles e para eles “O Mural das SoŌ Skills EPRM”. Sónia Duarte, Psicóloga Educacional
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Diplomas e Prémios de Mérito na EPRM – Valorizar a Excelência
Todos os anos a EPRM se compromete na atribuição de diplomas e prémios de mérito, envolvendo toda a comunidade escolar, a Direção, o Conselho de Gerência e parceiros, numa cerimónia integrada nas Jornadas ProĮssionais em que se premeiam os alunos que mais se disƟnguiram ao longo do percurso formaƟvo, pela parƟcipação na vida escolar, promoção e valorização do Projeto EducaƟvo da Escola. A atribuição de prémios de mérito aos alunos da EPRM é um sinal de que a escola valoriza a excelência e de que incenƟva todos os alunos a procurá-la. Visa reconhecer, valorizar e esƟmular os alunos para a procura da melhoria conơnua dos seus desempenhos académicos (saber e PRÉMIOS EPRM saber fazer) e sociais FASES DA SELEÇÃO DOS ALUNOS (saber ser e saber 1- Identificação, pelo Diretor de Turma, no viver com os outros). máximo de 5 alunos de cada curso, candidatos Pretende-se assim aos Prémios, com base nos seguintes critérios: reconhecer os alunos A) Alunos com menor nº de módulos em atraso; q u e s e t e n h a m B) Admitem-se apenas os alunos com o máximo evidenciado ao longo de 1 módulo em atraso (registos do Conselho de Turma de Avaliação do 2º Período); do ciclo de formação, C) Admitem-se apenas os alunos que não tenham tanto no domínio ultrapassado o limite de faltas de 5% da carga cogniƟvo, como no das horária global do plano curricular (registos do aƟtudes e valores. Não Conselho de Turma de Avaliação do 2º Período); apenas para premiar D) Pode ser menor que 5 o número de alunos os bons resultados nomeados em cada curso ou não existirem a c a d é m i c o s , m a s nomeados se não se veriĮcarem os requisitos também promover referidos em B) e C). E) São critérios de desempate: em 1º lugar a o exercício de uma média global, em 2º lugar a assiduidade. cidadania aƟva capaz 2- Votação, por toda a comunidade escolar, d e f o m e n t a r o s dos alunos nomeados em (1), através do valores da dignidade preenchimento de questionários, visando da pessoa humana, evidenciar as competências sociais no domínio da democracia e do das aƟtudes e valores. exercício responsável da liberdade individual assim como esƟmular o gosto de aprender incenƟvando os
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alunos na busca da excelência. Para cada curso são disƟnguidos até 5 alunos que receberão o Diploma de Mérito Escolar e um dos “Prémios EPRM” previstos, cuja classiĮcação será obƟda a parƟr do percurso escolar – aproveitamento e assiduidade e pela pontuação recebida através de votação secreta, de alunos, professores e funcionários. O que obƟver a maior pontuação receberá o Primeiro Prémio no valor de 200€, o seguinte o Segundo Prémio no valor de 100€ e aos restantes será atribuído o Terceiro Prémio no valor de 50€ para cada aluno. Nos úlƟmos dois anos tem havido interesse também por parte das empresas em apoiarem financeiramente prémios de mérito em áreas e com critérios relevantes para a sua aƟvidade. Este apoio permite-lhes fomentar a excelência dos futuros proĮssionais e associar-se a um projeto de formação de qualidade. O processo de atribuição destes prémios é distinto daquele que aqui se apresenta, é enquadrado no Dia do Diploma, celebrado no início de cada ano letivo e ocorre em subsƟtuição dos Prémios de Mérito atribuídos pelo Ministério da Educação aos melhores alunos de cada curso do ensino secundário, suspensos desde 2011. As empresas que patrocinaram estes prémios em 2014/2015, num valor total de 2350 euros, aos alunos do ciclo de formação 2011/2014 foram a Talenter, a Vulcano, a Fravizel e a Rodoviária do Tejo. Para os alunos que terminam o ciclo de formação em 2014/2015, enquanto Įnalistas, são já candidatos ao Diploma e a um dos “Prémios EPRM” previstos no regulamento para este ano e assinalados nestas Jornadas ProĮssionais, mas poderão vir a ser também os premiados pelas empresas parceiras que vierem a patrocinar os “Prémios Empresa” a atribuir no início do próximo ano leƟvo. Certamente todos se terão esforçado para alcançar os melhores resultados mas só alguns serão disƟnguidos pelo trabalho desenvolvido, pelo envolvimento com a comunidade escolar e compromeƟmento com o Projeto EducaƟvo. Esses são os que procuraram a excelência! Sandra Costa, Professora de Economia
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“Desporto escolar e a sua essência” O Desporto Escolar consƟtui uma das vertentes de atuação do Ministério da Educação e Ciência com maior transversalidade no sistema educaƟvo, desenvolvendo aƟvidades desporƟvas de complemento curricular, intra e interescolares. De acordo com o ArƟgo 5.º - “DeĮnição”, Secção II – “Desporto Escolar”, do Decreto-Lei n.º 95/91, de 26 de fevereiro, o Desporto Escolar é um conjunto de aƟvidades lúdico-desporƟvas, de complemento curricular e de livre parƟcipação integrados no plano de aƟvidades da escola e coordenadas no âmbito do sistema educaƟvo. Na sua missão, procura – se proporcionar o acesso à práƟca desporƟva regular, contribuindo para a promoção do sucesso escolar dos alunos, dos esƟlos de vida saudáveis, de valores e princípios associados a uma cidadania aƟva. As aƟvidades do desporto escolar são um espaço privilegiado para desenvolver hábitos saudáveis, competências sociais e valores morais de entre os quais se destacam: Verdade; Respeito; Solidariedade; Dedicação; Coragem; Responsabilidade; Espírito de Equipa; Disciplina; Tolerância; Perseverança; Humanismo. Apesar das aƟvidades do desporto escolar estarem contempladas no sistema educaƟvo e de lhes ser reconhecido o seu valor formativo, a realidade evidencia fraquezas que devem ser combaƟdas. O tempo de práƟca é muitas vezes escasso. As diĮculdades de conciliação de horários de disponibilidade dos alunos e das infraestruturas desporƟvas colocam entraves à organização de treinos e compeƟções. O desporto escolar nem sempre se integra no conjunto dos objetivos gerais e específicos dos projetos educativos das escolas. As aƟvidades promovidas pelo desporto escolar, muitas vezes passam completamente despercebidas na comunidade escolar, sem serem enaltecidos os resultados e organizações que deveriam espelhar o dinamismo de uma escola. Além disso, no curriculum dos alunos, estas aƟvidades não têm qualquer reŇexo, sendo desejável que, por exemplo, para a proposta de alunos no quadro de mérito pudessem ser contemplados resultados e parƟcipações obƟdas neste âmbito. No entanto, o projeto do desporto escolar, não pode ser visto desarƟculado daquilo que é a disciplina de Educação Física numa escola. Quer isto dizer que, havendo um projeto de Educação Física onde estão deĮnidos a composição do currículo dos alunos e onde se incluem opções de aƟvidades de complemento curricular com alcance plurianual que representem a dinâmica de desenvolvimento da disciplina numa escola, certamente teremos projetos do desporto escolar mais asserƟvos e adequados à realidade de cada escola.
Sinta o grau de conforto da sua casa
Valdemar Gomes, Professor de Educação Física
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“O meu filho frequenta a Escola Profissional de Rio Maior“ O meu Įlho frequenta a Escola ProĮssional de Rio Maior no curso profissional de Técnico de Energias Renováveis, sendo que optei pela Escola ProĮssional de Rio Maior porque constatei nas várias visitas que efetuei, que os professores não são meros Įgurantes, mas desempenham, coleƟvamente, o papel de protagonistas e, em minha opinião, devemos compreender que para que o aluno obtenha sucesso numa determinada área, é necessário que exista para além dum invesƟmento intelectual, um invesƟmento afeƟvo e emocional que funcione como a “alavanca” no desejo de aprender. Tenho a espetaƟva que a EPRM lhe irá oferecer oportunidades ímpares, preparando-o e consciencializando-o para a importância da atividade laboral, permitindo-lhe adquirir experiências, aplicar conhecimentos, desenvolver relações interpessoais e compreender as normas e os valores das organizações onde posteriormente virá a trabalhar. Eduardo Alves – EE do aluno Pedro Alves – 10ºD
A escolha da Escola ProĮssional de Rio Maior foi feita em conjunto com o meu Įlho, Pedro Miguel. Havia várias opções, mas a que me chamou mais a atenção foi a EPRM, não só por ser uma cidade que me é familiar, mas também porque foi e tem sido uma escola que gosta de se dar a conhecer a todas as pessoas e sabe acolher quem vem de fora e quem a quer visitar. O Pedro Miguel frequenta o Curso Técnico de Instalações Elétricas e, atualmente, está no seu úlƟmo ano de formação. Foi uma escolha pessoal, pois eu sempre quis que ele decidisse o seu próprio trajeto escolar, sem obrigações a nada. Não posso dizer que não respondeu às minhas expetaƟvas, pois tem sido um aluno com um percurso regular e com uma boa média, fruto do seu trabalho. Para terminar, penso que a escola sempre o acompanhou da melhor maneira e quis dar-lhe do seu melhor, como naturalmente faz por qualquer aluno seu. José Patrício - EE do aluno Pedro Patrício - 12ºB
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Chegou a hora de pensar na vertente a seguir num futuro próximo… Frequência do 9º ano de escolaridade e muitas dúvidas nesta altura da vida de qualquer adolescente quanto ao rumo a seguir para enfrentar o futuro proĮssional. Certezas, apenas uma: a de que um curso universitário não seria opção. Sem grandes explicações, argumentando apenas que a direção a seguir apontava para um curso proĮssional. Decisão tomada, houve que auscultar a oferta das Escolas quanto aos cursos disponíveis, garanƟas e condições a oferecer aos alunos.. Buscas online, visitas a estabelecimentos escolares e, sobretudo, recolha de informações/opiniões de amigos que enveredaram por essa vertente, conduziram o meu Įlho a optar pela Escola ProĮssional de Rio Maior e pelo curso proĮssional de Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação. Apesar de ser um curso com boas possibilidades de emprego para quem conclui os três anos de preparação escolar, a aprovação da candidatura chegou a estar compromeƟda por parte do Ministério da Educação, tendo podido constatar pessoalmente o empenho da direção da EPRM no empenho em reverter a situação, o que veio a suceder, possibilitando às quase três dezenas de alunos levar por diante o seu projeto escolar. Tem sido um caminho percorrido com a cumplicidade dos que aqui lecionam, apostando na moƟvação e empenho dos alunos no invesƟmento do seu futuro, fator imprescindível para a obtenção e melhoria de resultados. Encontrando-se já o percurso a meio, Įca o desejo de que as empaƟas geradas no decurso do mesmo venham a dar os melhores frutos no Įnal da caminhada encetada e que a valorização pessoal e as competências adquiridas permitam ao meu Įlho (bem como a todos os colegas) a melhor integração no universo proĮssional. Maria Teresa Nascimento EE do aluno João Guterres - 11ºB
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ATUARGUMENTAÇÃO
Diz-nos o dicionário que Argumentar é “usar argumentos; discuƟr apresentando e contrapondo razões que, através do raciocínio lógico, levem a uma conclusão.” A conclusão a que chegamos é que através da experiência que a Associação Jovem de Rio Maior – ATUAÇÃO nos proporcionou, conseguimos levar os nossos alunos das turmas de 10º e 11º anos a pôr à prova a sua capacidade discursiva e argumentaƟva através de vários debates inter-turmas realizados no passado dia 20 de fevereiro. Esta atividade culminou num debate final entre os dois grupos apurados ao longo do dia: os «Pica Miolos» (10ºA) representando o “Governo” e os «Incontroláveis» (11ºD) representando a “Oposição”. Tratou-se de um debate entre os que defendiam que a namorada do futuro será um telemóvel e os que contrapunham que nada poderá subsƟtuir o ser humano numa relação amorosa. Depois de um renhido “duelo”, ganhou a equipa dos «Incontroláveis» que Įcou apurada para representar a Escola ProĮssional de Rio Maior na Įnal da 1ª edição do projeto ATUARGUMENTAÇÃO contra os Įnalistas da Escola Secundária de Rio Maior. Assim, no dia 18 de abril a associação ATUAAÇÃO comemorava o seu 1º aniversário e eis que chegou a tão esperada Įnalíssima! Em ambiente de festa, nervosismo e muita vontade de ganhar, os alunos da equipa «Incontroláveis», Daniela Mendes, Diana MarƟns, Diogo MarƟns, Inês Lopes, João Pina e João MarƟns, deram o seu melhor na uƟlização dos argumentos para defender que «O tempo voa»! No entanto, a equipa vencedora foi a equipa representante da Escola Secundária de Rio Maior. Mas… O que interessa é parƟcipar… O que interessa é o que aprendemos com o esforço que fazemos… O que interessa é que nos diverƟmos… e muito. Os nossos alunos esƟveram à altura do grande espetáculo que ajudaram a proporcionar! Os jovens d’ ATUAÇÃO foram extraordinários na forma como conduziram todo o projeto! Obrigada a todos!
Uma questão de concentração… Há uns tempos atrás nunca me imaginaria a escrever este arƟgo, a dar a conhecer o SwáSthya Yôga. O SwáSthya Yôga é uma práƟca que investe no treino físico, técnico, táƟco e psicológico. Para além disso, também proporciona uma grande flexibilidade e um excelente fortalecimento muscular. Esta práƟca deve ser realizada com paixão e prazer, tal como tudo o que fazemos no nosso dia-a-dia, encontrando as energias posiƟvas que estão dentro de cada um de nós. O SwáSthya Yôga faz parte da minha vida há 7 meses e confesso que a primeira impressão não foi a melhor, mas deixou uma certa curiosidade dentro de mim que me levou a voltar à segunda aula; ainda assim não estava completamente convencida, mas havia algo que me fazia conƟnuar até que percebi que esta práƟca fazia-me senƟr bem, tanto a nível İsico como psicológico. Hoje, faço coisas que nunca antes pensei que conseguiria fazer e o mais interessante é que aprendi que é tudo uma questão de concentração. Maria Eduarda Nogueira Curso Profissional de Técnico de Comércio
Helena Coelho Professora de Português
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Integrar & Envolver: o caminho e a paisagem (também) são ferramentas de trabalho
A importância do trabalho de projeto na formação escolar e na relação pedagógica tem particular relevo, enquanto determinante do sucesso dos alunos, se acreditarmos que uma parte substancial dos processos de formação e aprendizagem reside na promoção de atividades que permitem a livre associação de conteúdos escolares a aƟvidades práƟcas, se possível em contextos reais. O acesso a este Ɵpo de experiências e a consequente atribuição de signiĮcado aos projetos em desenvolvimento, facilita não só o contacto com a mulƟplicidade do que se apresenta como parte da realidade sensível, permiƟndo de igual modo a integração de conhecimentos que, de um modo natural, vão cedendo o seu lugar a aprendizagens e a competências essenciais para o sucesso pessoal e proĮssional. Foi neste contexto que foram lançadas as aƟvidades de Área de Integração no Curso ProĮssional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural, enriquecidas com propostas que visaram o confronto dos alunos com realidades associadas à sua área de intervenção e o acesso a experiências com signiĮcado e intensidade, nomeadamente através do envolvimento direto i) dos alunos na execução das tarefas e aƟvidades, ii) dos formadores, na rentabilização das propostas e consequente avaliação no contexto das respeƟvas disciplinas e iii) dos familiares, fomentando a relação com a escola e a aproximação às suas práƟcas formaƟvas. A primeira aƟvidade realizou-se a 22 de outubro de 2014, e envolveu a deslocação do grupo à região de Porto de Mós.
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Neste dia, foi possível caminhar ao longo do Vale da Canada e da Fórnea, aproveitando as potencialidades da paisagem e a disponibilidade do caminho para a diluição de temas e problemas que se vão associando naturalmente à vida do grupo, com todos os seus constantes problemas e desaĮos. Convirá reforçar que se visa, nestes domínios, a ampliĮcação das interações entre os alunos, fomentar a entreajuda e a moƟvação, associando estas dinâmicas a conteúdos escolares e formaƟvos das várias disciplinas (desenvolver a capacidade de observação e interpretação da paisagem; perceber a relação entre elementos naturais e humanos no processo de transformação do espaço, contactar com uma área protegida e com iƟnerários e circuitos turísƟcos em meio rural. Uma segunda proposta teve lugar a 29 e 30 de janeiro de 2015, esta na zona protegida do Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros, com enfoque na aldeia de Chãos
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(Alcobertas) e na ação desenvolvida pela CooperaƟva Terrachã (empreendedorismo e animação turísƟca em meio rural). Durante dois dias, a par das questões de âmbito curricular, foi possível desenvolver um conjunto alargado de experiências signiĮcaƟvas. O envolvimento dos alunos na dinamização das várias tarefas (deĮnição de percursos e tarefas, caracterização do meio envolvente, recolha e aquisição de ferramenta, materiais e reŇexão críƟca em torno dos resultados obƟdos). A parƟcipação de pais e familiares nos momentos de convívio revelou-se essencial para a moƟvação e envolvimento do grupo.
Uma experiência essencial, que permite integrar elementos de um novo paradigma educacional e formaƟvo, para além de se aĮrmar como um contributo essencial para a aceitação de propostas mais amplas e exigentes, em que os alunos se poderão aĮrmar “dono(s) do seu desƟno”.
João Paulo Colaço Técnico do GAT
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Visita de Estudo - SITL 2015 [PARIS] Modernidade e estratégias de motivação diferenciadoras, são orientações que pretendemos incuƟr nas práƟcas educaƟvas, visando o enriquecimento cultural e proĮssional dos alunos, a quem se pretende,o desenvolvimento em ambientes disƟntos e que promovam o acesso a conteúdos e ideias diferenciadoras. Nesta perspeƟva, concreƟzou-se no passado dia 02 de abril, mais uma etapa planeada para a turma do 11º D do Curso ProĮssional de Técnico de Transportes, com a visita à Feira Internacional de Transportes e LogísƟca - SITL 2015 – no Salão de Exposição de Versalhes, em Paris, com o tema “Transport Next GeneraƟon”, desƟnada a proĮssionais do setor. Cumprindo alguns dos desígnios para este tipo de atividades, mais uma vez, era vêlos (Alunos e Professores), antes, depois e nas “folgas” das aulas, “embrulhados” em estratégias e partilha de tarefas para angariação de fundos que ajudasse cada um dos alunos a minimizar o custo de viagem da turma. Com incrível compromisso entre todos, concreƟzaram vendas de bolos, vendas de cabazes, venda de rifas, pedidos de apoio a empresas (porta a porta) e um baile, como ponto alto. DeĮnido no projeto integrador de Curso, os alunos anteciparam “em sala”, alguns dos propósitos da visita de estudo,
concreƟzando com apoio dos professores da área técnica, visitas guiadas aos expositores da SITL, dando noção dos produtos/ serviços mais importantes a observar, na área dos transportes e da logísƟca. Muitos dos alunos mostraram-se envolvidos no aprofundar de algumas das soluções expostas, obrigando expositores e eles próprios, a darem o seu melhor nas línguas… inglesa e francesa. Manter a qualidade e revelar os sinais importantes que a formação dos nossos técnicos de transportes devem alinhar com as exigências do mercado de trabalho, é um dos objeƟvos concreƟzados pelos nossos alunos, nesta feira centrados na aƟvidade de transportes e logísƟca. Os restantes dias foram recheados de muita animação e parƟlha entre todos, através dos passeios pelo “Jardin des Tuileries”, Louvre, Praça da Concórdia, Montmartre, Basílica do Sacre Coeur, La Defense, Arco do Triunfo, Campos Elísios, Louvre, Notre Dame, Les Invalides, Torre Eiīel e tantos outros monumentos historicos que Paris nos contou. O MagníĮco cruzeiro pelo Rio Sena, velejando pela beleza da história cuidada Parisiense, passando por várias pontes e onde construímos outras tantas entre nós…
DĂŐŶşĨŝĐĂ dƵƌŵĂ͊ 'ƌƵƉŽ &ĂŶƚĄƐƚŝĐŽ͊ DĞƌĞĐĞĚŽƌĞƐ ĚĞ 36 | Revista EPRM # 23
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Ƶŵ ĚŝĂ Ğŵ ĐŚĞŝŽ ŶĂ ƵƌŽĚŝƐŶĞLJ ʹ Ž ƷŶŝĐŽ ĚŝĂ ĚĞ ƐŽů ;ĚŝŐŶŽ ĚĞ ďŽĂ ŽƌŐĂŶŝnjĂĕĆŽͿ Ͳ ĐŽŵ ĐŽƌƌĞƌŝĂ ĞŶƚƌĞ ĂƐ ͞ĐĂƐĂƐ͟ ƚĞŵĄƟ ĐĂƐ͕ ĂƐ ŵŽůŚĂƐ͕ ŽƐ Ɵ ƌŽƐ͕ ŽƐ ƐƵƐƚŽƐ͕ ŽƐ ŐƌŝƚŽƐ͕ ĂƐ ŐĂƌŐĂůŚĂĚĂƐ͙ ƉƵƌŽ ĚŝǀĞƌƟ ŵĞŶƚŽ͊ Boa onda, (uma hamburguer) responsabilidade (…e uma hamburguer), espírito de colaboração (…e uma hamburguer), senƟdo de dever (…e uma hamburguer) e enorme parƟlha entre todos (chega de hamburgueres…), de um Grupo que mostrou uma coesão enorme, resolvendo as diferenças e as diĮculdades de cada um, num código de compromisso muito próprio. Fomos CAPAZES, Įzemos DIFERENTE, somamos VALOR, cresceu SIGNIFICADO em tudo o que apreciamos e fazemos…e tudo isto faz parte do nosso Projeto EducaƟvo! Esta visita de estudo teve co m o o b j e t i vo p r i m o rd i a l d e s e nv o l v e r a l g u m a s d a s competências constantes dos programas das disciplinas que integram o currículo do curso, principalmente as da componente técnica. No entanto, pretendeu-se também que os alunos da Escola Profissional de Rio Maior desenvolvessem aquilo que habitualmente se designa por “open mind”, ou seja: alargar-lhes horizontes, permiƟr-lhes novas perspeƟvas perante o mundo que os rodeia e proporcionar-lhes contactos com
novas culturas, com novas formas de ser e de estar. Além disso, promovendo iniciativas como esta, estaremos a estimular importantes valores nos jovens, tais como, a responsabilidade, a partilha, a autonomia e as relações interpessoais, valores que muito prezamos na EPRM. Em suma, mais que uma proposta concreta, esta parece ter sido uma oportunidade, por excelência, de combinar na práƟca o ato educaƟvo com os efeitos da parƟcipação, naquilo que a escola tem de melhor: o prazer de aprender pela experiência. Marco Henriques Diretor de Curso
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Visita de Estudo - AGROTRAVEL 2015 [POLÓNIA]: Turismo, Sustentabilidade e Cidadania na oferta formativa do Curso Profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural “Cada um de nós é uma espécie de encruzilhada onde acontecem coisas. As encruzilhadas são puramente passivas; há algo que acontece nesse lugar. Outras coisas igualmente válidas acontecem noutros pontos. Não há opção: é uma questão de probabilidades” Claude Lévi-Strauss (1978)
A centralidade da educação para a cidadania favorece o envolvimento da escola na promoção de desaĮos que visam esƟmular a parƟcipação e a abertura dos jovens face aos valores cívicos. A ideia de educar para a cidadania em realidades naturalmente complexas, exige uma visão alargada do currículo e a constante associação entre alunos, professores e restante comunidade educaƟva. É esta a verdadeira tarefa de qualquer entidade formadora: favorecer a ocorrência deste tipo de
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experiências, devidamente enquadradas no contexto das respeƟvas áreas de formação e no âmbito socioproĮssional em que se pretende intervir. Sem falsas modésƟas, parece-nos ter sido este o enquadramento do projeto lançado pelo Curso ProĮssional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural (C57) para o seu segundo ano de aƟvidades. A concreƟzação das propostas em torno da visita à Agrotravel – Feira Internacional de Agroturismo e Sustentabilidade, que se realizou em Kielce (Polónia), entre os dias 8 a 12 de abril de 2015 permiƟu, uma vez mais, ultrapassar os limites do território em redor da escola, confrontando o grupo de aluno(a)s com uma realidade totalmente nova, nas suas múlƟplas dimensões (sociais, culturais, económicas, técnicas e tecnológicas). Um desaĮo plenamente integrado na área do Curso de Turismo Ambiental e Rural, e uma experiência plena de signiĮcado e intensidade. A importância atribuída à orientação educaƟva do grupo / turma jusƟĮcou o papel desempenhado por este desaĮo, não só ao nível das estratégias de moƟvação e mediação da oferta formaƟva, como também no que respeita aos compromissos assumidos e às exigências criadas perante um panorama educaƟvo globalizado e em constante renovação. A realização desta visita de estudo foi uma iniciaƟva acarinhada desde início pelos alunos e pelas respeƟvas famílias. Para além disso, tratou-se de uma proposta que permiƟu incluir conteúdos relevantes na formação global dos alunos, dado incluir-se no programa o contacto com duas cidades bem relevantes no contexto, na história e na cultura polaca e europeia (Cracóvia e Varsóvia), bem como, a visita ao Campo de Auschwitz - Birkenau, território que mantém ligações muito fortes aos fenómenos de
A NOSSA ESCOLA
reconstrução do espírito europeu. No fundo, a par das questões de âmbito curricular, que envolveram os conteúdos de várias componentes de formação, colocaramse nesta proposta todo um conjunto de oportunidades, de contactos e de experiências signiĮcaƟvas associadas à área do turismo, que, esperamos, possam, num futuro próximo, desempenhar um papel de relevo na manutenção dos níveis de envolvimento, inovação e criaƟvidade dos alunos, bem como na promoção de dinâmicas extracurriculares favoráveis ao seu sucesso pessoal e socioproĮssional. Espera-se que os alunos tenham enriquecido os seus conhecimentos do ponto de vista técnico e tecnológico, na área do agroturismo e do turismo em meio rural; dando-lhes a oportunidade de construção de “novos olhares” em torno do panorama europeu, em termos económicos, políƟcos e socioculturais. Em suma: das probabilidades proporcionadas por esta experiência, cabe(rá) agora
aos alunos envolvidos destacar, do que aconteceu, quais as de aprendizagens e quais os conhecimento que Įcarão para memória futura. O mesmo será dizer: que valores se reƟram de tudo o que aconteceu ao longo da visita? João Paulo Colaço, Professor de Área de Integração
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EM FORMAÇÃO C.T. DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL / ELETROMECÂNICA 10º ANO
ti Man a r a p é e u q O
As primeiras respostas baseavam-se em relatos de mais velhos onde ferro, rebarbar, óleos e soldar preenchem por completo a deĮnição! No entanto, ao longo do ano pretendi mudar um pouco a visão dos futuros Técnicos de Manutenção Industrial e mostrar-lhes que a Manutenção é um mundo muito mais vasto, com imensas áreas a serem exploradas e que por sua vez abrem portas para outros mundos! Foi sob este mote que convidei a Polícia Judiciária a fazer um workshop cujo tema foi: “A Polícia Judiciária e a Manutenção: Ciências Forenses”. Durante cerca de 2h30m os alunos ouviram o Inspetor Pedro Nunes e a Inspetora Ivana Ferreira falarem acerca do que é a insƟtuição e como se evolui na carreira, seguindo-se então a abordagem das ciências forenses. As reações das matérias, as suas composições, assim como, cálculos matemáticos e estudos químicos são alguns dos conhecimentos que um inspetor forense necessita de ter de
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utenção?
forma a desenvolver da melhor forma possível o seu trabalho. Através de uma explicação objeƟva e clara, foram desmisƟĮcados muitos temas relacionados com a Polícia Judiciária nas suas diferentes atuações e os alunos viram assim esclarecidas questões de como um Técnico de Manutenção poderá ser um Inspetor, passando por todo o processo de estudo e formação superior. O caminho não é linear, nem sem obstáculos, mas feito de esforço e aprendizagem de forma a permiƟr que o trabalho desenvolvido seja de qualidade e permita uma conĮança dos clientes (a população) perante os serviços desta insƟtuição. Abriu-se, desta forma, mais uma oportunidade de futuro! A parƟr do Curso de Técnico de Manutenção também posso vir a ser polícia na área forense.
Cláudia Gomes Diretora do CP de Técnico de Manutenção Industrial / Eletromecânica
EM FORMAÇÃO C.T. INSTALAÇÕES ELÉTRICAS - 10º ANO
Instalações Elétricas - Evolução contínua
O Mercado das Instalações Elétricas em Portugal entre as várias vertentes, caracterísƟcas e dimensão do tecido empresarial, cadeia de valor, agentes externos, evolução do mercado, determinantes de crescimento no Setor da Construção e Setor EnergéƟco Português, que tem enfrentado transformações profundas na sua envolvente, reflete-se na forma como as empresas se organizam e se colocam aptas para reagir posiƟvamente às novas orientações. EsƟma-se que o setor das “Instalações Elétricas” representa cerca de 0,7% do PIB nacional, e aproximadamente 9% do emprego deste Setor. Neste sentido, a EPRM tem um elevado sentido de responsabilidade em ter como resultado da formação dos seus alunos a qualidade, o saber ser e o saber fazer, uma vez que as exigências do mercado caminham para um grau de eĮciência bastante elevado, sendo necessário os técnicos de instalações elétricas estarem preparados para a sua conơnua evolução. Na EPRM preparamos os nossos alunos de forma a serem capazes de obter competências em: • Manutenção (preventiva e corretiva) e remodelação de instalações elétricas domésƟcas e industriais; • Construção eletricamente eĮciente/domóƟca; • Capacidade de diagnósƟco das necessidades energéƟcas do consumidor Įnal e implementação de soluções globais: eletricidade e telecomunicações; • Instalação de equipamentos para uso de energias renováveis; • Relacionamento com novos operadores comerciais de eletricidade; • Implementação de sistemas de controlo, alimentação e operação de equipamentos elétrico, que garantam elevados níveis de segurança, eĮciência e eĮcácia;
• Integração de competência ao nível da conceção, montagem, ensaio, exploração e manutenção de sistemas de alimentação elétrica; • DeĮnição de critérios para escolhas tecnológicas em função de requisitos funcionais, tecnológicos, operacionais, económicos, ambientais, etc.; • Interpretação, relacionamento e desenho de esquemas e outras ferramentas gráĮcas para descrição e projeto de sistemas mais complexos. Fatores-chave de Desenvolvimento: • Formação com qualidade; • Aplicar as regras de segurança, saúde e higiene no trabalho; • Apetrechamento técnico; • Domínio dos equipamentos e materiais desƟnados à aplicação em instalações elétricas; • Domínio dos sistemas de suporte, proteção, medida, controlo e regulação de processos ligados à uƟlização de energia elétrica, bem como dos seus vários componentes e subsistemas no que respeita a caracterísƟcas e funções e forma como se arƟculam; • Perspetivar a qualidade, a segurança e o controlo das instalações elétricas através de testes, medidas, supervisão e regulação de processos. “Há uma força motriz mais poderosa que o vapor, a eletricidade e a energia atómica: a vontade.” “A liberação da energia atómica mudou tudo, menos a nossa maneira de pensar.” Albert Einstein Bruno Silva Diretor do CP de Técnico de Instalações Elétricas
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EM FORMAÇÃO C.T. DE COMÉRCIO
“O segredo é saber vendermo-nos!”
Numa economia cada vez mais globalizada, penso que no nosso canƟnho “Tuga” ainda se culƟva muito a ideia do “podíamos estar pior” e, como cidadão minimamente atento à atualidade mundial, aceito essa constatação: os Gregos, nossos colegas no cenário de crise, encontram-se, Įnanceiramente falando, bem piores do que nós, não só pela sua dívida externa, mas também pelos fracos índices de produƟvidade que o seu país apresenta. Já o Brasil ostenta níveis de corrupção “ "ڕvezes superiores aos nossos, para não falar da arrogância Russa em ocupar políƟca e militarmente terrenos Ucranianos. Analisando estes exemplos, atrevo-me a aĮrmar que realmente “podíamos estar pior…”. Mas será esta a cultura que nos vai fazer ultrapassar esta entranhada crise? Sinceramente penso que não. Por muitos defeitos que a nossa sociedade capitalista tenha, também possuímos muitas qualidades e virtudes. A primeira e mundialmente reconhecida é a do “desenrasca”, que é claramente uma mais-valia em todas as áreas, com especial incidência nos departamentos de produção. Possuímos também alguns clusters de produção e know how reconhecido a nível europeu e até mundial, como é o caso do mercado do calçado, do vestuário e do imobiliário. Detemos também uma hotelaria cada vez mais empenhada em aproveitar as vastas áreas turísƟcas que possuímos, junto com uma agricultura com um crescente de jovens empreendedores. Por Įm, como grande vantagem compeƟƟva, temos um Oceano AtlânƟco que nos permite ser a porta da Europa em termos comerciais, sobretudo quando pensamos em transações com as Américas. Posto isto, o que nos falta então para sermos uma economia forte na União Europeia e no Mundo?
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Talvez nos falte ser bons comerciais de nós próprios, do que produzimos, dos serviços que prestamos, enĮm, de tudo o que somos. Precisamos de colmatar esta cultura de "coitadinhos" e começar a interiorizar o que podemos fazer para sermos melhores, mais eficazes, mais competitivos, mais ricos e, obviamente, mais felizes. Mas o que é necessário para se ser um bom comercial? O vendedor de automóveis que, como se diz na gíria, “tem a lábia toda” ou o criaƟvo da empresa Renova que se lembrou de dar cor ao papel higiénico que deitamos no lixo? Ambos conseguem ser um recurso de valor acrescentado, tornando-se numa vantagem compeƟƟva para a organização que representam. Neste concorrencial mercado de trabalho em que estamos inseridos, sermos bons não é sinónimo de se ter sucesso proĮssional. Penso que se todos nós conseguíssemos ser uma mais-valia no nosso local de trabalho, vesƟndo a camisola das organizações que representamos, a nossa economia iria crescer, a nossa qualidade de vida iria aumentar e assim conseguiríamos abater a dívida, que nunca contraímos mas que temos de pagar. Assim, é preciso produzir com eficiência e vender com eĮcácia, tornando-nos compeƟƟvos nos custos de produção e aumentando os lucros nas vendas. Com isto, pretende-se uma valorização além-fronteiras, toda a produção “made in Portugal”, esƟmulando a nossa economia e prosperando um melhor futuro para as próximas gerações.
João União Diretor do CP de Técnico de Comércio
EM FORMAÇÃO C.T. DE ENERGIAS RENOVÁVEIS / SIATEMAS SOLARES - 10º ANO
A Energia que os move
A energia é tudo o que produz ou pode produzir ação, podendo por isso tomar as mais variadas formas. Globalmente associa-se energia à capacidade de produzir trabalho ou realizar uma ação. Na verdade a palavra “energia” tem origem no idioma grego, onde ɸʌɶʉʎ (ergos) significa "trabalho", deĮnição não muito longe do domínio cienơĮco uma vez que qualquer enƟdade que esteja a trabalhar estará a "transformar" parte de sua energia, transferindo-a para o sistema sobre o qual realiza o trabalho. Assim, e tendo em conta a “energia” que se pretende incuƟr a estes jovens da turma do Curso de Energias Renováveis, a Escola tem vindo a cimentar a relação dos diferentes cursos com o mundo real de trabalho. A Turma de 10 º Ano deste curso não foi exceção e, com vista a um melhor esclarecimento do que realmente é o curso, proporcionou durante 3 dias de novembro um contacto direto com o mundo do trabalho e com proĮssionais da área. Este contacto com o mundo real do trabalho teve como principal objeƟvo proporcionar aos alunos uma forma diferenciada de aprender e potenciar o conhecimento teórico já adquirido. Pretendeu-se que os alunos valorizassem o trabalho de
equipa e que desenvolvessem competências de organização, planeamento, gestão e execução. Assim, realizou-se uma visita de estudo a Moura com o intuito de sensibilizar os alunos face à realidade e perĮl do curso, idenƟĮcar áreas de intervenção e tarefas associadas ao perĮl funcional e analisar conteúdos do Curso ProĮssional; Os alunos regressaram moƟvados para a formação proĮssional e a sua aplicabilidade uma vez que adquiriram consciência sobre a proĮssão/formação escolhida; Sendo a escola um facilitador dos relacionamentos interpessoais e contribuindo para o desenvolvimento das competências dos envolvidos, a “ENERGIA” que se pretendia incuƟr favoreceu todo o percurso escolar e nota-se a cada dia na comunidade escolar. A “ENERGIA” que nos move (EPRM) é esta: contribuir de forma posiƟva para a formação dos jovens e para uma melhor sociedade. E a si? Já pensou qual é a “Energia” que o/a move?
Anabela Figueiredo Diretora do CP de Técnico de Energias Renováveis / Sistemas Colares
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EM FORMAÇÃO C.T. DE MANUTENÇÃO INDUSTRIAL / ELETROMECÂNICA 11º ANO
software de CAD/CAM e o seu Tendências na utilização de Tec nológica Impacto na Competitividade Para apertar a porca e colocar o parafuso no síƟo do costume tenho cá o “Sr. António” que trabalha na empresa há 25 anos e nunca moeu um parafuso! Mas esta dedicação e este saber apertar parafusos para a minha empresa já não chega, o que eu queria era alguém que realizasse as tarefas do “Sr. António” mas que conseguisse inovar e que fosse uma mais-valia no desenvolvimento da solução que prestamos ao nosso cliente… Certamente é este o senƟmento do empresário dos nossos dias e a par deste pensamento estão todos os soŌwares de projeto, de desenho e maquinação sem os quais é praƟcamente impossível prestar esta mais-valia que os nossos empresários tanto reclamam. O ritmo da ”mudança” a que assisƟmos abrange todos os setores de aƟvidade. O comportamento e posicionamento perante a mudança é hoje fator crucial, a abertura para a mudança organizacional, para mudança do conhecimento e para a mudança tecnológica deverá ser uma caracterísƟca comum do indivíduo e naturalmente das empresas.
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Foi nesse sentido que os alunos do curso de Técnico de Manutenção Industrial visitaram as empresas MoldeGama e Idealmolde na Marinha Grande no passado mês de março (empresas de moldes que trabalham para o mercado automóvel, farmacêuƟco, etc). O objeƟvo foi proporcionar aos alunos uma oportunidade de reŇexão e focalizar a atenção na mudança tecnológica e percecionar aspetos de maior detalhe relacionados com a área da fabricação assistida por computador, em parƟcular no que diz respeito às tendências atuais e evolução das máquinas ferramentas com CNC e a sua implicação na organização global das empresas, em parƟcular na necessidade de gestão do “Know-how” por parte destas. Para Įnalizar, reforçar a ideia de que os sistemas de CAD/CAM estão cada vez mais presentes na vida das nossas empresas, cabe-nos a nós decidir se queremos ou não agarrar tal mudança! Francisco Fernandes Diretor do CP de Manutenção Industrial / Eletromêcanica
EM FORMAÇÃO C.T. DE ELETRÓNICA, AUTOMAÇÃO E INSTRUMENTAÇÃO
A Eletrónica no dia a dia...
Tablets, SmartPhones, Gadgets, Casas Inteligentes, GPS, automóveis que estacionam sozinhos, TV LED’s de Ultra High DeĮniƟon, Alarmes Remotos, Impressoras 3D, todo um mundo sem Įm de aparelhos que uƟlizam eletrónica. É cada vez mais raro no nosso dia-a-dia estarmos acordados sem a presença de um qualquer aparelho eletrónico. Se não vejamos um horário genérico de um dia de uma pessoa regular: 8:00H – Acordar – Despertador – Eletrónica 8:15 H – Tomar Banho – Esquentador/Caldeira – Eletrónica 8:30H – VesƟr – UƟlização de luz LED para poupança – Eletrónica 8:45H – Preparar pequeno-almoço – Microondas – Eletrónica 9:00 H – Pequeno-almoço enquanto se assiste às noơcias – Televisor – Eletrónica Será que já deu para perceber? Ainda nem saímos de casa e não “demos um passo” sem a eletrónica? É com este olhar para o presente e para o futuro que cada vez mais é necessário um conhecimento mais profundo da eletrónica e do seu funcionamento. Cada vez mais os operários fabris estão a ser subsƟtuídos por robôs e máquinas industriais e eletrónicas que trabalham 24 horas por dia e não fazem greve, não interrompem para café, não Ɵram férias e não pedem o 14º mês. Contudo, também cada vez mais está a ser requisitada mão-de-obra especializada para o projeto, construção, programação e
manutenção dessas máquinas robôs. Um aluno que ingresse no curso de Automação Eletrónica e Instrumentação é uma mais-valia para qualquer empresa de qualquer área uma vez que a Automação e Eletrónica estão presentes em todas as áreas. Um aluno que termine o curso de Eletrónica e Automação é um aluno com as portas abertas para o mundo do trabalho mal possua o diploma de nível IV obƟdo com a conclusão do curso. Muitos são os casos de sucesso de ex-alunos que escolheram o mundo do trabalho após a conclusão do curso. A turma de Eletrónica da EPRM está a tentar angariar fundos para uma visita de estudo a realizar no MIT (Machassussets InsƟtute of Tecnology) nos Estados Unidos visto ser o maior centro tecnológico de investigação e desenvolvimento do mundo. É um grande desaĮo visto o elevado preço das viagens e estadia para os Estados Unidos contudo, os alunos não perdem o ânimo e essencialmente a vontade de conhecer o MIT ultrapassa tudo. Se quiser apoiar esta causa, poderá contactar a escola ou pelo e-mail eletronica56eprm@gmail.com.
Cristóvão Oliveira Diretor do CP de Técnico de Eletrónica, Automação e Instrumentação
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EM FORMAÇÃO C.T. DE TURISMO AMBIENTAL E RURAL
Turismo - a Indústria do Sorriso
De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), o turismo compreende as “aƟvidades realizadas pelos visitantes durante as suas viagens e estadas em lugares disƟntos do seu ambiente habitual, por um período de tempo consecutivo inferior a 12 meses, com Įns de lazer, negócios ou outros moƟvos não relacionados com o exercício de uma aƟvidade remunerada no local visitado”. As receitas do turismo em Portugal aumentaram 12,4% em 2014, face ao ano anterior, para 10,4 mil milhões de euros. Segundo dados do Banco de Portugal, 2014 foi o melhor ano do turismo em Portugal, em que todos os recordes foram baƟdos neste setor. Estes resultados são da exclusiva responsabilidade do setor privado do turismo. Apesar deste contexto otimista, Portugal ainda tem de ultrapassar alguns desaĮos, relacionados com a necessidade constante de ser mais competitivo relativamente a outros desƟnos e a sazonalidade da procura. As empresas do setor, para ultrapassar estas questões procuram diversiĮcar a oferta e usam a inovação como fator estratégico, na procura constante
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da criação de valor para todos os envolvidos. A Escola ProĮssional de Rio Maior, sempre atenta às variáveis que consƟtuem a sua envolvente e convicta da importância deste setor para a economia regional e nacional, abriu mais uma vez no ano leƟvo 2013/2014 o Curso de Turismo Ambiental e Rural para dar resposta às necessidades do setor no que respeita à formação de proĮssionais qualiĮcados. Após uma primeira experiência de Formação em Contexto de Trabalho (FCT) no primeiro ano do curso (10ºano), com o objeƟvo de proporcionar uma maior idenƟĮcação com o perĮl do curso e um primeiro contacto com o mercado de trabalho, os alunos irão agora realizar o seu segundo momento de FCT de 25 de maio a 6 de julho com a duração de seis semanas. Esta formação irá decorrer em empresas do setor sinalizadas pelos alunos e desƟna-se a aprofundar e testar os conhecimentos adquiridos em contexto de sala de aula.
Maria João Maia Diretora do CP de Turismo Ambiental e Rural
EM FORMAÇÃO C.T. DE TRANSPORTES
Dar valor...
Dar VALOR… Qualquer empresa pretende ser diferente e acrescentar VALOR ao “compromisso” com o seu cliente! É ao técnico a quem é confiado muito do valor que queremos passar para o cliente, porque é ele, que no seu desempenho, com competências técnicas diferenciadoras (muitas vezes únicas...) consegue “Įxa-lo” em cada tarefa que a empresa lhe conĮa.
O Técnico, na organização dos transportes e logísƟca, também pode incuƟr VALOR nas tarefas conĮadas… quando planeia e articula os meios disponíveis em conformidade com leis, com o pedido do cliente, com os meios e recursos disponíveis e com competência e um saber próprio (que muitas vezes, só ele ele possui e está preparado).
Algumas das aƟvidades de um Técnico de Transportes podem traduzir valor: quando se planeia meios e recursos, quando se faz cumprir, quando os termos administraƟvos estão em conformidade e evitam contra-ordenações/atrasos, quando se arƟculam meios consumindo menos recursos, quando se combinam meios/recursos que resultam em custos inferiores, quando se sabe interpretar e aplicar os instrumentos/soŌwares que nos põem à disposição, quando se sabe trabalhar e funcionar em equipa… Estas são competências reconhecidas no perĮl do Técnico de Transportes que podem determinar a compeƟƟvidade que as empresas de Transportes e LogísƟca buscam num mercado cada vez mais exigente.
Marco Henriques Diretor do CP de Transportes
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EM FORMAÇÃO C.T. AUXILIAR DE SAÚDE
Técnicos Auxiliares de Saúde – uma viagem com destino Seguro O Técnico Auxiliar de Saúde é o proĮssional que, sob a orientação de proĮssionais de saúde com formação superior, auxilia na prestação de cuidados de saúde aos utentes, na recolha e transporte de amostras biológicas, na limpeza, higienização e transporte de roupas, materiais e equipamentos, na limpeza e higienização dos espaços e no apoio logísƟco e administraƟvo das diferentes unidades e serviços de saúde. Estas futuras técnicas auxiliares de saúde Įcarão habilitadas a desempenhar
são vinte as resistentes que adquiriram todos os conhecimentos necessários para chegar a esta fase. E digo seguramente que são vinte jovens aptas a cuidar do outro com competências e conhecimentos teórico-práƟcos que foram adquiridos durante o percurso escolar, com a colaboração e empenho de todos os professores em geral. E podemos comprovar o sucesso do curso pela saƟsfação demonstrada pelos diversos locais de estágio relaƟvamente ao desempenho das alunas, assim como, pela
funções em diversos locais, nomeadamente, Hospitais Públicos e Privados, Centros de Saúde; Consultórios Médicos; Clínicas; Lares de Terceira Idade; IPS´s/Centros de Acolhimento e Residência de Crianças e Domicílio. Há três anos, a Escola ProĮssional de Rio Maior abriu o Curso de Técnico Auxiliar de Saúde, desƟnado a jovens com interesse pela área de saúde, para preencher uma lacuna que existe nos cuidados de saúde em geral, dar formação técnica e qualiĮcada a jovens, que após o términus do curso, Įcarão aptos a prestar apoio em serviços de saúde, sob a direção e supervisão de um Técnico Superior de Saúde, intervindo na assistência ao utente, visando a promoção do seu bem estar. As alunas deste curso encontram-se na reta Įnal da sua formação,
sua admiração com os conhecimentos demonstrados pelas alunas durante a realização da formação práƟca em contexto de trabalho. Hoje, posso dizer com certeza e com ORGULHO que o Curso Técnico Auxiliar de Saúde foi uma aposta ganha com sucesso pela Escola ProĮssional de Rio Maior na medida em que apostar na qualiĮcação e formação dos proĮssionais de saúde é apostar na qualidade dos cuidados de saúde prestados.
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Patrícia Vaqueiro Diretora do CP de Auxiliar de Saúde
EM FORMAÇÃO C.T. DE INSTALAÇÕES ELETRICAS - 12º ANO
A Eletricidade na vida...
Uma fase da vida termina. Os alunos do Curso ProĮssional de Técnico de Instalações Elétricas encontram-se este ano em fase de conclusão de curso. Já realizaram os úlƟmos estágios curriculares e estão quase prontos para enfrentar a vida proĮssional. Para concluírem o curso, os alunos são colocados “à prova” na realização de um projeto de apƟdão proĮssional, onde mostram os seus conhecimentos, empenho e moƟvação pessoal. Os projetos são idealizados, desenvolvidos e realizados pelos alunos, tendo por base conceitos adquiridos ao longo dos três anos de curso. Os projetos finais de curso (PAP) estão atualmente em desenvolvimento e de entre os 19 projetos realço: “Traĸc Manager”, “Termo-Power”, “BlueBrakes”, “Instalação de uma moradia unifamiliar”, “DomoWood”, “CaipiMachine” e
“Intelligent Park”. Durante as XXII Jornadas ProĮssionais, os visitantes poderão ver o estado atual dos projetos, bem como, assisƟr à realização de tarefas necessárias. É impensável olharmos para o mundo atualmente e tentar imaginar como seria sem eletricidade, sem luz elétrica, sem automóveis com iluminação para conduzir à noite, sem rádio, sem direção assisƟda, enĮm, um mundo inĮndável de uƟlizações da energia elétrica. Cada vez mais a necessidade energéƟca ao nível elétrico tem vindo a aumentar. Cabe a estes técnicos que este ano terminam, tornarem os sistemas elétricos mais eĮcientes e ao mesmo tempo pesquisar e inovar outras formas de transformação de energia.
Cristóvão Oliveira Diretor do CP de Instalações Elétricas
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EM FORMAÇÃO C.T. DE ENERGIAS RENOVÁVEIS / SISTEMAS SOLARES
A Geotermia e nós...
veriĮcando-se que a temperatura aumenta, por média, cerca de 33oC/km. Por sua vez, a heterogeneidade da crosta terrestre faz com que existam zonas onde a temperatura é inferior ou superior a esse valor, considerado padrão. Esta fator tem como consequência uma variação do gradiente geotérmico de lugar para lugar, consoante as suas caracterísƟcas. Com Ňuidos a aƟngir temperaturas a cerca de 80oC, estes são aproveitados para termas, agricultura (aquecimento de estufas) ou indústria. A geotermia é uma solução de futuro e Portugal ConƟnental poderá vir a considerá-la uma opção.. Claúdia Gomes Diretora do CP de Energias Renováveis
ISO9001:2008
MANAGEMENT SYSTEMS
Rua dos Mineiros, 9 2040-351 RIO MAIOR Tel.: 243 995 129 E-mail: geral@riografica.com 50 | Revista EPRM # 23
www.riografica.com
A designação de energias renováveis faz-nos pensar em imediato em sol ou vento sendo, no entanto, mais vasto o seu campo de aplicação e conhecimento. Foi com esse senƟdo que se iniciou o ano passado o projeto Geotermia com os alunos do Curso Técnico de Energias Renováveis – Sistemas Solares. A visita de estudo à Ilha de São Miguel nos Açores permiƟu o contacto com as centrais de geotermia e a sua aplicação no abastecimento de cerca de 80% de energia daquela ilha. No entanto, a aprendizagem não estaria completa se só se abordasse o processo em altas entalpias e, como tal, será realizada este ano uma visita a umas das termas de Portugal conƟnental onde as baixas entalpias da geotermia se fazem senƟr e são aproveitadas: as Termas de São Pedro do Sul. É do interior do Planeta Terra que vem a energia geotérmica,
[Terça-Feira]
Concentração e receção de convidados junto ao edifício do Cineteatro de Rio Maior
Início das atividades na EPRM
19:00
17:30
Encerramento das atividades
Encontro com Pais e Encarregados de Educação
ESCOLA ABERTA Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região: E.B. Marinhas do Sal (9ºA e 9ºB) e CEF EB Fernando Casimiro (Vocacional)
EPRM
14:00> 17:00 ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS Pintura Criativa HiperFM (direto) Música Criativa Zumba
EPRM
ESCOLA ABERTA (Largada de balões, autocarro panorâmico da RodoTejo) Abertura oficial das Exposições Técnicas dos alunos integradas nas Jornadas Profissionais
11:45 > 13:00
Auditório Cineteatro Municipal
Abertura da Sessão Intervenção do Diretor Pedagógico da EPRM Intervenção do Presidente do Conselho de Gerência da EPRM Apresentação da Revista nº 23 Entrega dos Prémios de Mérito Escolar Intervenção do representante dos alunos Encerramento da Sessão pela Srª Presidente da Câmara Municipal de Rio Maior
Secretário de Estado da Juventude, Dr. Emídio Guerreiro Diretor da DGEstE, Dr. José Alberto Duarte
Presença:
SESSÃO DE ABERTURA OFICIAL das XXII Jornadas Profissionais
09:30 > 11:30
09:00
08:30
05 maio
19:00
17:30
[Quarta-Feira]
ATIVIDADES DESPORTIVAS E RECREATIVAS * Combat
Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região: * EB Fernando Casimiro * Universidade Sénior * Centro Escolar nº2
ESCOLA ABERTA
Início das atividades na EPRM
Encerramento das atividades
Encontro com Pais e Encarregados de Educação
“Torno: Criar e Inovar”
* C.T. de Manutenção Industrial (1º ano) * C.T. de Manutenção Industrial (2º ano)
* C.T. de Auxiliar de Saúde “Saúde Materna e Obstetrícia
* C. T. de Comércio “Comunicação com os Clientes: Presente e Futuro”
“Eletricista: o Cientista da Eletricidade”
* C.T. de Instalações Elétricas (1ºano) * C.T. de Instalações Elétricas (3º ano)
* C.T. de Energias Renováveis (1º ano) * C.T. de Energias Renováveis (3º ano) “Tipologias de Sistemas Solares Térmicos
* C.T. de Transportes * C.T. de Turismo Ambiental e Rural “Workshop de Empreendedorismo”
“Revolução na Prototipagem na Eletrónica”
* C.T. de Eletrónica, Automação e Instrumentação
ENCONTROS COM EMPRESÁRIOS E PROFISSIONAIS
14:30 > 17:00
09:00
08:30
06 maio [Quinta-Feira]
Concentração e receção de convidados junto ao edificio do Cineteatro de Rio Maior
Início das atividades na EPRM
19:00
17:00
Encerramento das Atividades
EPRM
LANCHE CONVÍVIO - CHURRASCADA Toda a Comunidade Escolar e Encarregados de Educação
Colóquio “O outro lado da Questão”- Dilemas e desafios na comunicação entre pais e filhos.
EPRM
* E.B. Alcanede * E.B. Manique do Intendente * E.B. Pernes * E.B. Marinhas do Sal (9ºC)
ESCOLA ABERTA Visitas às Exposições Técnicas das turmas por parte dos alunos das Escola Básicas da região.
14:30 > 17:00
Auditório Cineteatro Municipal
DESTINATÁRIOS: Toda a Comunidade Escolar
Apresentação das Visitas de Estudo * C.T. de Turismo - Polónia * C.T. de Transportes - Paris
CONVIDADO: Paulo Ferreira Impact Sales * impactsales.ahptus.com
SESSÃO “ Novos desafios: Motivar e Acreditar”
10:00 > 13:00
09:30
08:30
07 maio