APROXIMAÇÕES

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APROXIMAÇÕES

HIPÓTESE SOBRE O ESPAÇO URBANO



Eric de Freitas Bellonsi

APROXIMAÇÕES

HIPÓTESE SOBRE O ESPAÇO URBANO

Trabalho Final de Graduação apresentado a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie sob orientação da professora Lizete Maria Rubano para obtenção do título de Arquiteto e Urbanista



Gostaria de agradecer primeiramente aos meus pais pelo apoio incondicional em todos os sentidos e em todos os momentos, ao Nicolas por todas as horas de respiro oferecidas durante todos os anos da faculdade e aos meus amigos - Eduardo, Felipe, Italo, Kenryu, Pedro, Rao, Morgana, Tamara e Marilia - por todos os momentos de construção diária de nosso saber profissional e as horas no point. Não poderia deixar de agradecer tambem a Professora Lizete, por toda a sua paciência e pelo gigantesco compremetimento em todas as horas e etapas. E FORA TEMER!!


SUMÁRIO


INTRODUÇÃO

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O BAIRRO DA LAPA, UM RASTRO HISTÓRICO

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CARTOGRAFIAS HISTÓRICAS

APROXIMAÇÕES

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AGRUPAMENTOS HABITACIONAIS E INDUSTRIAIS CONJUNTOS HABITACIONAIS ANTIGAS VILAS OPERÁRIAS GLEBAS INDUSTRIAIS E CONDOMINIOS HABITACIONAIS AGRUPAMENTOS MISTOS GLEBAS INDUSTRIAIS

ESPAÇOS FRAGMENTADOS, infraestrutura e cidade

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EXPERIMENTAÇÕES

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REMOÇÕES URBANAS ABERTURA DOS CÓRREGOS PLATAFORMA URBANA MORFOLOGIAS URBANAS - TIPOLOGIAS ARQUITETÔNICAS

BIBLIOGRAFIA

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ARQUIVO

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INTRODUÇÃO


O tema do presente trabalho é a relação entre as formas de ocupação do território e suas consequências sobre a paisagem e o espaço urbano. Aqui, entendemos a paisagem como tudo aquilo que podemos observar sobre a configuração material de um território. E espaço, é a paisagem somada as ações que tomamos diante deste cenário. Ou seja, a paisagem – este corpo material -, preenchida pela ação – a vida que a anima – resulta no espaço. Para corretamente entender a complexidade desta equação, foi necessária a aproximação de teóricos que de maneira mais completa e sistêmica, pudessem estabelecer parâmetros de analise a uma fundamentada metodologia. O objetivo da pesquisa, foi estabelecer em elencado de situações urbanas dentro de um mesmo bairro e que pudessem servir de objetos de análise da paisagem e espaço urbano. Estes objetos passaram a ser estudados a partir dos fragmentos materiais e sociais que os constituem afim de construir um material completo que pudesse constituir subsídios o bastante para indicar dificuldades e potencialidades a uma possível transformação deste território. O objetivo foi motivado principalmente por entender que o projeto urbano, aliado a arquiteturas urbanas, possuem uma importância gigantesca na constituição de novos territórios nos centros urbanos consolidados. 9


Em um território cada vez mais disputado, as logicas que regulamentam este embate parecem, cada vez mais, sinalizar para a predominância de mecanismos que acentuam uma hegemonia contra as populações de classes de renda mais baixa. Alguns destes mecanismos, como o preço atribuído a estes pedaços das cidades, se fazem a partir da disputa destas localizações que ganham valor pela sua situação na rede de espaços e a qualidade dessa inter-relação. Ou seja, seu preço varia de acordo – como todo produto – em função de seu valor enquanto uso (que se faz pela presença das infraestruturas de serviços e mobilidade) a demanda destes espaços e pela maneira com o Estado - aqui o agente que haveria de regular essa dinâmica – intervém investindo nestes espaços. Assim, estas localidades privilegiadas, são disputadas e apropriadas por quem pode pagar mais. Reconhecer esta dinâmica garante que reconheçamos também os agentes interessados pela perpetuação da mesma. O principal deles, o mercado imobiliário, entende estas localidades como uma mercadoria que possui seu valor de troca, e assim, pode ser comercializado e gerar lucro. Toda esta movimentação tem consequências devastadoras ao espaço urbano e principalmente a população de menor renda, uma vez que se faz continuo através de uma estrutura social desigual e de políticas públicas opos10


tas ao que haveria de ser feito e por quem haveria de nivelar estas diferenças, o Estado. É nesta dinâmica que nossas cidades se espacializam. Os subúrbios segregados são relegados – sem nenhuma presença de serviços urbanos essenciais e de oferta de trabalho – a essa população que não pode pagar nem disputar ao mesmo nível os espaços de “qualidade” nos centros urbanos consolidado. É desta desigual distribuição urbana que emerge a necessidade de se pensar a construção do espaço urbano de maneira oposta aos mecanismos que mercantilizam a terra e o território. Entende-se que perpetuar estes mecanismos – que tem base material sobre a construção da Arquitetura e do Urbanismo -, é o mesmo que perpetuar esse sistema segregacionista e devastador. Estes ensaios pretendem, portanto, oferecer critérios críticos a proposição de novos espaços que consigam elencar referencias simbólicas a possibilidade de apropriação do território por toda a população. A pesquisa desenvolvida então, é motivada pelo incessante questionamento desta situação pelo decorrer de minha graduação. Diversos trabalhos acadêmicos foram realizados dentro e fora da academia, onde, junto de meus colegas – os estudantes, Eduardo Dugaich, Felipe de Azevedo, Gabriel Rao, Italo Rufato, Kenryu Ohmuro e Pedro Petry - e com a ajuda de nossos professores, pudemos evoluir na maneira com que nos po11


sicionávamos e como poderíamos construir um método de trabalho coerente a complexidade de nossas proposições. Deste modo, todo questionamento levantado durante o aprendizado, motivou a elaboração de muitas das análises e ideias que são desenvolvidas aqui. A primeira parte, O BAIRRO DA LAPA, UM RASTRO HISTORICO, apresenta uma breve descrição da maneira que o bairro se estruturou ao longo dos tempos, desde a presença remota dos Índios até a ocupação mais atual dos conjuntos/condomínios habitacionais que começam a surgir. Esse relato, busca retratar os sucessivos modos de vida em relação aos modos de ocupação urbana daqueles momentos. Junto a estes, foi elaborado um pequeno ensaio de cartografias históricas que explicitam as sucessivas alterações da paisagem – seja pelas infraestruturas ou pela ocupação fabril e habitacional – e do meio urbano. A segunda parte, APROXIMAÇÕES, sugere uma segunda e distinta abordagem. O território em questão é dividido em etapas de diferentes aproximações. Essas poderão delimitar distintas categorias analíticas do espaço urbano sob diferentes escalas e principalmente, a partir de conceitos de teóricos como: Milton Santos – geógrafo brasileiro que traduz de modo sistêmico os conceitos de paisagem e espaço -, Milton Braga – arquiteto brasileiro que aborda as problemáticas causadas pelas in12


fraestruturas de porte metropolitano sobre a escala urbana local – e Emmanuel Antônio dos Santos – arquiteto brasileiro que, em complemento aos conceitos abordados por Milton Santos, desloca a discussão sobre a paisagem a partir da subcategorização em produto e meio -. Em suma, transita do BAIRRO AS QUADRAS, DAS QUADRAS AOS EDIFÍCIOS E DOS EDIFÍCIOS A VIDA URBANA. Estas aproximações, aliadas a respectiva leitura histórica do bairro da Lapa, buscam fornecer embasamento critico a uma nova hipótese de projeto sobre o território escolhido. A terceira parte, EXPERIMENTAÇÕES, apresenta uma sistematização das ideias e análises realizadas nas etapas precedentes e destaca as principais questões e possibilidades que estas investigações suscitam no projeto. A hipótese colocada, discute como poderia se dar um projeto de requalificação urbana que levasse em conta os aspectos intrínsecos próprios ao território, bem como um novo vislumbre das possíveis novas espacialidades atribuídas a este novo território. São apresentadas as diversas estratégias de intervenção que vão desde a escala das quadras e grandes infraestruturas, até a discussão sobre a materialidade dos novos elementos. Ou seja, em linhas gerais, os critérios abordados se insinuam sempre para a relação entra as MORFOLOGIAS URBANAS e as TIPOLOGIAS ARQUITETONICAS. 13


O BAIRRO DA LAPA, um breve histรณrico

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FONTE - MINHASAMPA

FONTE - MINHASAMPA

FONTE - MINHASAMPA

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A região do bairro da Lapa inicia sua história de ocupação através da movimentação ocasionada pelo crescimento da Vila de São Vicente. Estando geograficamente localizada na região oeste da Vila, não muito distante, a região além de receber tropeiros e bandeirantes que circulavam com bastante frequência pelo local, estabelecia uma função de defesa contra a resistência dos índios, as tribos já existentes na região. Há registros de que os primeiros indivíduos a estabelecer permanências no local foram as “sentinelas”, que habitavam a fortaleza mais conhecida como Tranqueira do Emboaçava. Porém, foi no apogeu da cafeicultura que surgiram as principais transformações territoriais e socioculturais no bairro da Lapa, tais como a chegada da ferrovia e posteriormente a formação de núcleos de oficinas na região. Acarretando na vinda de imigrantes, sobretudo de portugueses, italianos, espanhóis e árabes, que iniciaram a formação do bairro. Um período de inauguração de alguns itens colocados pela modernidade, marcada pela introdução da estrada de ferro Santos-Jundiaí que viria a impulsionar o setor fabril e a vida cotidiana do bairro, que naquele momento se destacava: o futebol na várzea, a vida boemia e noturna, os bailes de valsa, as festas religiosas, a sinfonia das mulheres, o carnaval de rua, o teatro, 15


entre outros pontos de encontro que acentuava uma vida pública bastante intensa. A ideal de se adotar um “projeto moderno” para o país na administração do presidente Juscelino Kubitscheck, tendo como ápice a construção de Brasília, logo chega em São Paulo pela entrada do setor automobilístico, incentivada pelo governo de Getúlio Vargas através da elaboração de um plano rodoviário para a cidade. O pais vivia um momento de incentivo à indústria nacional, tendo como objetivo mudar aquela atual condição de exportador de matéria prima para um país de exportação de produtos industrializados. Com isto, a política, sempre voltada ao automóvel, assumida por Vargas naquele mesmo momento, tornava possível que as novas indústrias tivessem a infraestrutura necessária para se estabelecer com maior intensidade na cidade, pois passavam a não depender estritamente da estrutura ferroviária, causando a dispersão do setor fabril para outras regiões mais periféricas da cidade e do Estado. Na região da Lapa, o plano de avenidas elaborado pelo engenheiro Prestes Maia, causou grandes transformações e impactos na escala do bairro. Atualmente, estabelece-se uma crítica contundente quanto às consequências das grandes obras de infraestrutura ocasionadas pelo plano e seu 16

FONTE - MINHASAMPA


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FONTE - MINHASAMPA

argumento sanitarista. A retificação do rio e a construção da avenida marginal Tietê resultaram em um processo de modificação e reconstrução de uma paisagem com a desvalorização da rua como espaço público, do encontro da vida cotidiana de seus habitantes e de suas trocas e permanências. E talvez, mais do que no período inicial da industrialização, o meio urbano passa a estar fortemente voltado à valoração estrita dos fluxos de capital econômico, como argumenta Carlos B. Vainer sobre a forte relação entre a transformação urbana com os processos econômicos: No modelo modernista, o que seduziu e inspirou os urbanista na empresa foi a unidade de produção que são transposto para o plano urbano. Agora, os neoplanejadores se espalham na empresa enquanto unidade de gestão de negócios. Assim, ver a cidade como empresa significa, essencialmente, concebe-la e instaura-la como agente econômico que atua no contexto de um mercado e que encontra neste mercado a regra e o modelo do planejamento e execução de suas ações. É a partir da década de 1980, em um período de desindustrialização, que ocorre a saída de grande parte do capital industrial das regiões metropolitanas em direção às regiões localizadas fora da área metropolitana e em direção ao interior. Quando par17


te das fábricas pararam de funcionar como locais que abrigavam a produção, transformando-se em grandes depósitos da cidade, alterou-se toda a relação urbana, de vida, que se estabelecia ao redor dela. Houve o esvaziamento de muitos equipamentos, como o abandono de vilas operarias e de grande parte dos espaços de sociabilidade e de convivência cotidiana. Sobraram apenas alguns resquícios de ocupações - habitacionais e de pequenos comércios e serviços – junto à estação de trem e à porção posterior à linha férrea. Naquele momento houve uma sobreposição do novo capital financeiro em relação ao capital industrial, passando, o primeiro, a ocupar regiões específicas da cidade (como a Avenida Paulista, 1960-70, em um primeiro momento, e posteriormente expandindo sua centralidade para a Faria Lima e Berrini, em 1980 em diante, levando ao esvaziamento do antigo setor industrial e das áreas ocupadas por ele. Desse modo, pode-se entender que os espaços da cidade se alteram de maneira radical, porque totalmente vulneráveis aos interesses e cursos do sistema econômico hegemônico, uma vez que as transformações no território se dão integralmente vinculadas a ele, provocando graves impactos na vida de seus habitantes. 18


Hoje, ao caminhar pelo bairro da Lapa, nota-se que há um outro movimento em curso: a chegada do capital imobiliário na construção de grandes edifícios de padrão condominial, dada a facilidade de um único proprietário ter a obtenção de terrenos extensos (característica do antigo loteamento industrial), sem necessidade de parcelamento, e ainda, pelo baixo custo de sua aquisição por estarem localizados na área da várzea e em antiga área industrial. A disseminação desse tipo de empreendimento na região, torna-se preocupante por estarem preenchendo as áreas ainda subutilizadas ou até vazias, segregando as pessoas, moldando modos de vidas e construindo uma cultura de negação da cidade, em áreas cercadas e apartadas das estruturas urbanas. Pois, as estratégias da propaganda imobiliária, apoiadas sobre o discurso de se estar vendendo segurança aos habitantes no interior de seus muros, tem como consequência o cultivo de um clima de insegurança e medo. Alimenta-se, dessa maneira, a indústria da segurança, através de mecanismos tecnológicos e arquiteturais, como câmeras de vigilância, muros e guaritas, que aparentemente amenizam os graves impactos que estes empreendimentos diretamente causam no meio urbano em que se inserem. Sendo assim, a tendência da chega19


da desse tipo de construção genérica no bairro da Lapa, ignora o fato de que estas grandes glebas, de outro modo, podem se caracterizar como grandes potenciais de transformações urbanas no sentido da democratização do acesso à cidade, à localização e aos equipamentos públicos. Como por exemplo, pela inserção de projetos que assumam a pauta da inclusão social, pela construção de moradias que abriguem camadas sociais diversas, sobretudo as mais baixas, dando - a elas – a possibilidade de que possam habitar as regiões centrais da cidade, onde as infraestruturas são abundantes. E, em conjunto a este propósito, ou de maneira sistemática, um projeto urbano de requalificação dos espaços públicos e dos equipamentos pré-existentes, pela proposição da mescla de usos e programas, gerando novas atividades e vitalidade para área.

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MEIO NATURAL - HERANÇA ESCONDIDA CARTOGRAFIA - 1881

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CARTOGRAFIA - 1904

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CARTOGRAFIA - 1913

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CARTOGRAFIA - 1916

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CARTOGRAFIA - 1924

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CARTOGRAFIA - 1930

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CARTOGRAFIA - 1943

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CARTOGRAFIA - 1951

36 FONTE - GEOSAMPA


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38 FONTE - GOOGLE EARTH


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APROXIMAÇÕES DO ENTORNO AS QUADRAS DAS QUADRAS AOS EDIFÍCIOS DOS EDIFÍCIOS A VIDA URBANA

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Aproximar-se e estabelecer uma correta leitura de um território sempre me pareceu, em grande parte, uma conduta caracterizada pela intuição. Entretanto, os resultados obtidos de uma irresponsável análise, ou, da falta da mesma, sempre se mostraram desprovidos de críticas mais profundas acerca do processo de construção do território. “ (...)porque só o discurso não permite a análise. A construção teórica é diferente do discurso. A construção teórica é a busca de instrumentos de análise que provem de uma visão da realidade e que permite, de um lado, intervir sobre a realidade como pensador e, de outro, reconstruir permanentemente aquilo que se chamará ou não de teoria. “ (Santos, 1996, pg.66)

A aproximação a teóricos de diversas áreas nos permite estabelecer novos métodos analíticos do espaço de uma maneira mais plural e completa. O intercâmbio dessa aproximação pretende, assim, desatar o nó de uma divisão dos diversos saberes e responsabilidades que parece ter se alastrado no mundo de hoje. Neste ponto, o interesse por autores que detêm essa rara capacidade de articulação se mostra necessária. A experimentação de uma nova hipótese sobre o espaço urbano, consolida41


do dentro de suas sucessivas relações com a sociedade atual e do passado, requer um olhar completo e capaz de distinguir suas características e necessidades. Alguns conceitos e estratégias se mostram então necessários ao método de análise e crítica do espaço urbano. Milton Santos, ano, geografo brasileiro, é um dos principais teóricos – retomado neste trabalho - sobre o espaço humano e sua natureza. O autor se utiliza de conceitos importantíssimos e que muitas vezes são erroneamente discutidos e ignorados. Para ele, a questão da natureza do espaço, como uma junção de tempos, objetos, aspirações e interesses, passa por relações sociais e materiais. O espaço é a soma da paisagem natural e humana com nossas ações e intenções. Para um correto entendimento da complexidade desta soma, Milton Santos explicita o valor da intencionalidade humana. “ Pelo fato de não ser um objeto entre outros objetos, mas um sujeito que se relaciona com seu entorno, é que o homem pode ser definido por sua intencionalidade (...) e a intencionalidade é, em sim mesma, bastante para a compreensão da essência do espaço. ” (Santos, 1996, pg. 92) 42


Portanto, as ações que desencadeamos sobre a paisagem se dão não somente por sua intencionalidade individual, mas também pela relação com os objetos que a constituem. A ação humana então, é fruto de uma relação de troca mútua entre o espaço e o homem. “Não é separadamente os objetos, nem as ações, mas objetos e ações tomadas em conjunto. A ação é tanto mais eficaz quanto os objetos são mais adequados. “ (Santos, 1996, pg. 94)

Porém, não é possível estabelecer corretamente o resultado de nossas ações, uma vez que o resultado de todo ato vem do fato de que “a ação sempre se dá sobre o meio, combinação complexa e dinâmica, que tem o poder de deformar o impacto da ação. “ (Santos, 1996, pg. 95). Essas relações têm a capacidade de alterar o valor dos objetos e das relações de outros sistemas de ações a eles conectados, e é isso que, segundo Santos, distingue uma época de outra. Com isso, o autor busca apontar a importância de se compreender as práticas e os objetos em sistemas. Porém alerta:

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“Não basta definir os objetos em sistemas. Temos de definir qual o sistema de práticas que sobre ele se exerce. Há uma interferência continua entre os dois. “ (Santos, 1996, pg. 69)

A distinção entre um período e outro, além de verificável por seus arranjos espaciais, passa também pela existência de diferentes técnicas de cada época. Porém, um novo arranjo espacial não passa necessariamente por uma transformação somente morfológica. Ele pode se transformar enquanto valor e pode se renovar enquanto função, uma vez que cada período carrega consigo processos distintos de trabalho e de relações sociais. Ou seja, existem sistemas de ações que agem sobre esses arranjos e que também sofrem a partir deles. “ Como um lugar se define como um ponto onde se reúne um feixe de relações, o novo padrão espacial pode dar-se sem que as coisas sejam outras ou mudem devagar. É que cada padrão espacial não é apenas morfológico, junto aos novos objetos, criados para atender as novas funções, velhos objetos permanecem e mudam de função. Há uma alteração no valor do objeto, ainda que materialmente seja o mesmo, porque a teia de relações em que está inscrito opera a sua metamorfose, fa44


zendo com que seja substancialmente outro”. (Santos, 1996, pg. 96).

Ou seja, são as propriedades características que demarcam os espaços, que dizem como eles se relaciona com outras coisas do território, do uso. É o que Santos denomina “objeto geográfico”. Pois o objeto, para sofrer alterações, necessita do espaço como intermédio. “ Nesse sentido é o espaço considerado em seu conjunto que redefine os objetos que o formam. ” (Santos, 1996, pg.97).

Deste modo, é possível estabelecer a importância dos conceitos de paisagem e de espaço sobre todo novo sistema de ações. A paisagem, como uma parte da configuração de um território é tudo aquilo que o sujeito pode apreender por sua visão. O espaço aparece preenchido pela ação. “ Paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadas entre o homem e a natureza. O espaço são essas formas mais a vida que as anima. ” (Santos, 1996, pg.103).

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Porém, nos dias de hoje, é quase impossível, principalmente nos grandes centros urbanos, estabelecer a correta compreensão da paisagem natural do território. Seja por uma alienação dos valores culturais ou por forças hegemônicas e exploratórias sobre nosso espaço natural, nossa sociedade parece ter falhado ao longo dos tempos em transformar corretamente o espaço a partir de uma dialética harmoniosa entre o natural e o cultural. Essa urgente necessidade contemporânea de recriar os espaços de forma a reduzir os impactos de ações do passado, demonstra o que Santos chama de “transtemporalidade” (pg.103) da paisagem. Os sistemas de objetos carregam em si objetos passados e presentes, formas criadas em momentos diferentes e que convivem no momento presente. Estas mesmas formas, convivendo no momento atual, em resposta às necessidades atuais da sociedade e com uma função atual, alterada ou não, e suas ações, constituem o conceito fundamental da teoria de Milton Santos, o ESPAÇO. “A paisagem é, pois, um sistema material e, nessa condição, relativamente imutável. O espaço é um sistema de valores, que se transforma permanentemente. “ (Santos, 1996, pg.103) 46


Podemos assim, estabelecer uma leitura mais crítica sobre as formas de ocupação atuais de nosso espaço e quais os agentes responsáveis por elas. Dentro de um mundo globalizado e voltado às relações mercadológicas e de consumo, o valor e a função atribuídos a cada parte de nosso espaço o situa também como mercadoria. Dessa forma, o ambiente urbano se altera e se conforma sobre vieses individualistas e funcionais, e passa a negar o que há de mais essencial aos espaços urbanos, sua função coletiva e cultural. Outros dois conceitos que de maneira exemplar complementam a teoria de Santos sobre a paisagem, é o de seu entendimento enquanto PRODUTO e MEIO. Trazidos por Emmanuel Antônio dos Santos em seu Artigo para o periódico Paisagem e Ambiente: Ensaios, pela Universidade de São Paulo, sua reflexão se integra a metodologias de abordagem e investigação sobre a paisagem que resultam em procedimentos e etapas de trabalho sobre os objetos. Neste momento, nos interessa sua clara distinção entre os conceitos acima citados afim de estabelecer parâmetros de discrição e identificação entre as espacialidades existentes da paisagem da Lapa e o que pode assim surgir como hipótese de intervenção. O autor categoriza a paisa47


gem como produto ao expressar o “resultado de processos que seria identificável nas relações entra as intervenções antrópicas – aqui compreendidas como a “história” do humano na condução da sua existência material num determinado meio –, e o suporte ecológico – aqui compreendido como a “natureza” sobre a qual o homem materializa a condução da sua existência. ” (Antônio, 1989, pg. 110). Ou seja, através de uma análise empírica e histórica, a paisagem ou o objeto podem ser entendidos a partir das alterações sofridas ao longo dos tempos dadas da relação entre o homem – as ações – e as paisagens consecutivas. Enquanto meio, compreende-se que a paisagem passa a estabelecer função de base para as manifestações do homem. Ou seja, não entendido somente como resultado, o espaço resultante das nossas ações, pode ser compreendido também como palco de novas transformações. Ora, sendo ele base de nossas manifestações, a ação de uma nova hipótese sobre o espaço deve buscar estabelecer valores e referencias espaciais coletivas que reiterem a importância da apropriação como significação e identidade. 48


Portanto, as análises que seguem buscam elaborar critérios sobre sua atual condição e ampliar parâmetros e a capacidade de uma intervenção que alie novas e diferentes espacialidades ao espaço e modos de vida atuais.

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MULTIPLAS APROXIMAÇÕES Como forma de aplicação de uma hipótese sobre o território, pretende-se aqui averiguar suas características sociais e materiais através de aproximações de seus momentos paradigmáticos. Desse modo, entende-se que o espaço, como resultado da relação entre o meio e a sociedade, é capaz de revelar como cada período modificou, interagiu e conformou nosso cenário, e como este possibilita inúmeras leituras e novos arranjos a nossas cidades. Para tal, mostra-se necessário elencar caminhos e elementos norteadores à identificação de seu corpo material e social. Do ponto de vista material destacamos: as situações exemplares de urbanização e suas formas de interlocução; o parcelamento e arranjo das glebas e quadras; as grandes infraestruturas de suporte à vida urbana (como circulação, transporte, drenagem e áreas verdes); os padrões morfológicos e de ocupação das edificações. Sob o aspecto social, faz-se necessária a distinção do entendimento da paisagem enquanto produto e meio. Desse modo, busca-se apreender as diversas formas de apropriação dos espaços, a distribuição e organização de suas funções, 50


suas principais identidades, as referências espaciais. Porém, essas aproximações não se sustentam enquanto analise isolada de cada peça. Além de uma verificação particular da quadra como elemento referencial de estruturação e suporte do corpo material, cabe também reconhecer as transições que consolidam a separação e configuração da paisagem. Neste ponto, entende-se que as sistemáticas transformações do território pelas grandes infraestruturas de escala metropolitana acarretam consequências e conflitos ao corpo material e a escala urbana local das cidades como um todo. Estas etapas, relacionadas a uma exploração das possibilidades que o meio natural - mesmo descaracterizado e subjugado - possui, poderão fundamentar material de análise para uma construção teórica do habitar humano sobre o espaço.

DO ENTORNO AS QUADRAS DAS QUADRAS AOS EDIFÍCIOS 51


SET

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TOR 6

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AGRUPAMENTOS HABITACIONAIS E INDUSTRIAIS 54


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FONTE - GOOGLE EARTH

Agrupamento de quadras isolado entre Ferrovia, Avenida Ermano Marchetti e Viaduto. Aqui, a proximidade a estas infraestruturas de porte metropolitano tem consequências no âmbito programático do agrupamento. Próximo à entrada da estação – que também proporciona a travessia para o outro lado da linha – e as paradas de ônibus de diversas linhas municipais e intermunicipais, surgem diversos edifícios com comercio e serviço. Este que parece ser o ponto de maior dinâmica do momento em questão, ocorre pela movimentação de pessoas ao longo do dia. Essa dinâmica, porém, não se insinua para o interior do agrupamento. De dimensões medianas em seu interior e menores no seu perímetro, as quadras são delimitadas em sua grande maioria por pequenos edifícios em pequenos loteamentos. A ocupação das quadras por parte dos edifícios se faz de maneira total, onde os únicos espaços de uso coletivo se dão na própria calçada. Adentrando ao bairro, pode se observar que ainda restam algumas tipologias industriais que convivem com 56


edifícios habitacionais e pequenos serviços. Estas tipologias habitacionais consistem em sua maioria por edifícios geminados uns aos outros e com gabarito não maior que térreo mais um pavimento. Sua ocupação do lote se faz de maneira integral e delimitando a calçada. Porém, a não ser pelos edifícios de serviço, grande parte das tipologias habitacionais se colocam em negação a rua. Voltam se as garagens e grandes muros. Nos horários observados, foi possível apreender que pouco se faz o uso da rua e da calçada além de seu caráter funcional. Apenas alguns edifícios abrigam maior dinâmica e oferecem uso aos moradores e transeuntes. São eles, bares, restaurantes e outros pequenos serviços. Sempre localizados nas esquinas e dispersos pelo agrupamento. Não existe legibilidade de ruas principais ou de uso. Quanto a população residente, pouco foi possível observar. Talvez pela escassez de equipamentos institucionais e de áreas de permanência, grande parte da população local faça uso do interior dos edifícios ou de outras áreas da cidade, relegando a essa área então, pouca dinâmica e convívio. É possível então, ao percorrer o agrupamento, estabelecer uma compreensão da continuidade espacial do território. A sucessão de ruas e quadras não oferecem nenhuma diferença entre si, tanto no aspecto morfológico, quanto pelo de uso. Persiste uma monotonia fragmentada aos outros agrupamentos pelas infraestruturas e pela pouca atratividade espacial. 57


FONTE - GOOGLE EARTH

CONJUNTOS HABITACIONAIS 58


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FONTE - GOOGLE EARTH

Este segundo momento, consiste em uma grande gleba cercada pelo Viaduto, um agrupamento de pequenos loteamentos aos fundos e por um grande edifício subutilizado ao outro lado. Neste ponto, a infraestrutura de porte metropolitano, o Viaduto, impede que esta gleba exerça qualquer tipo de comunicação com áreas vizinhas. Por outro lado, a gleba de maneira nenhuma se comunica com o tecido urbano do agrupamento ao lado e se fecha em um grande condomínio privado e desarticulado, e não oferece outro uso senão o habitacional. A ocupação da gleba se faz através de grandes edifícios em lamina soltas dentro do condomínio. A implantação dos mesmos se dão principalmente perpendiculares as vias públicas e conformam entre si, novas vias internas e privadas somente ao uso dos moradores. Porém, estas não são capazes de oferecer espacialidade adequada a permanência dos usuários. 60


Exibem-se em contrapartida, grandes áreas sem uso determinado e também a ocupação de grandes áreas por automóveis. Nega-se o potencial espacial ao coletivo e a conexão pública em função dos grandes estacionamentos e áreas subutilizadas. As poucas áreas de uso coletivo do condomínio se fazem desconexas de uso público, assim como a massa arbórea significativa. A tipologia dos edifícios consiste em laminas habitacionais monofuncionais de 60m de comprimento com gabarito máximo composto por pavimento térreo mais três. Exibe-se uma escala de certo modo apropriada ao ser humano e a disposição dos edifícios entre si, mas se isola enquanto relação aos edifícios dos agrupamentos vizinhos. Destina boa densidade construtiva e habitacional a área que ocupa, porém, sua relação com a via pública desarticula qualquer possibilidade de interação entre o corpo construído e o tecido e vida urbana da região.

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FONTE - GOOGLE EARTH

ANTIGAS VILAS OPERÁRIAS 62


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FONTE - GOOGLE EARTH

Este outro agrupamento, consiste em uma serie de quadras isoladas entre a ocupação da gleba anteriormente mencionada, o Viaduto, a Ferrovia e um galpão industrial de grande escala. Assim como os outros momentos, se encontra isolado e desconexo de qualquer tecido urbano dos agrupamentos do entorno. Aqui, talvez a ferrovia desempenhe a função mais desestruturadora dos elementos constituintes do agrupamento. Apresenta-se um grande muro que impede que haja qualquer transposição dos lados da ferrovia e do território. Este muro delimita um tecido urbano sem dinâmica e desqualifica a paisagem do local. Do ponto de vista de uso, o agrupamento não oferece nenhum programa além do habitacional, e todas as quadras apresentam o mesmo dimensionamento, com escala pequena/intermediária.

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A ocupação das quadras por parte dos edifícios se faz de maneira total, onde os únicos espaços de uso coletivo se dão na própria calçada. São divididas em pequenos loteamentos ocupados por tipologias semelhantes. Estas tipologias habitacionais consistem em sua maioria por edifícios geminados uns aos outros e com gabarito não maior que térreo mais um pavimento. Sua ocupação do lote se faz de maneira integral e delimitando a calçada. Porém, grande parte destas tipologias se colocam em negação a rua. Voltam se as garagens e grandes muros. A vida coletiva do bairro, principalmente pela semelhança entre os moradores, se faz através da rua. Estas, pelo pouco movimento que apresentam – graças a desarticulação propiciada pelas infraestruturas do entorno, bem como pela gleba habitacional adjunta –, estabelecem uma escala urbana local ao agrupamento.

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FONTE - GOOGLE EARTH

GLEBAS INDUSTRIAIS + CONDOMINIOS HABITACIONAIS 66


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Glebas industriais de grande escala que fazem frente a duas grandes infraestruturas de escala metropolitana presentes no território. São elas, Avenida Ermano Marchetti e a Ferrovia. Aqui, tanto as infraestruturas quanto as quadras e a própria escala da arquitetura, são culpadas de desarticular a escala urbana local deste momento. Desqualificam o ambiente urbano não somente pelas grandes dimensões a serem percorridas, mas também pela monofuncionalidade imposta e a maneira que se colocam ao tecido urbano. Com a saída de algumas destas glebas industriais, começam a surgir novos tipos de ocupações deste território. Também problemáticos pelo modo como se colocam a interlocução com o tecido urbano, estes modelos tendem a se multiplicar cada vez mais sobre a Lapa. Aqui as glebas são ocupadas por grandes galpões industriais de tipologias diversas. Grande parte destes edifícios se 68


colocam de maneira dispersa sobre a área das glebas, porém, estes espaços são muitas vezes subutilizados e sem articulação com o tecido urbano. Estas tipologias industriais consistem, em grande parte, por edifícios de pouco gabarito, com no máximo 12 a 15 metros e alguns deles em péssimo estado de conservação. A monofuncionalidade programática, o péssimo estado do meio construído e as grandes escalas dispersas a escala do pedestre, acabam por caracterizar um território de pouco uso e apropriação. Impera a dinâmica do trabalho e da produção, onde um grande contingente de pessoas, advindas de outras localidades, se desloca pelo território sem estabelecer pouco ou nenhum vínculo.

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AGRUPAMENTOS MISTOS 70


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Agrupamento de quadras que possuem – dentro os agrupamentos selecionados - a menor interferência pelas grandes infraestruturas. Aqui estão presentes apenas duas vias que condicionam o espaço e a paisagem pela sua escala. São elas a Rua Guaicurus, que faz a ligação desta região ao Centro da cidade e também a zona Norte e outros bairros, e a Rua Nossa Senhora da Lapa, que faz a ligação metropolitana entre diversos bairros da cidade, e a Zona Norte de uma maneira geral. Ambas, se interseccionam ao cruzarem a linha férrea pelo Viaduto ali presente. Cabe destacar também a existência de grandes equipamentos que concentram uma densidade de pessoas se deslocando pela área. O Mercado da Lapa e o Terminal de Ônibus. Esses eixos e equipamentos proporcionam uma grande movimentação e dinâmica ao Bairro, uma vez que estão associados a grandes deslocamentos por parte do transporte público e individual. Surgem muitos edifícios que se destinam ao comercio e serviço. Porém, ao adentrar as quadras mais internas do agrupamento, essa dinâmica se extingue e impera outro 72


tipo de uso, os usos habitacionais e de serviço. Quanto a morfologia das quadras, estas possuem dimensões pequenas e são ocupadas por pequenos e médios loteamentos. Isso se dá, graças a uma antiga e nova ocupação. Ainda restam pequenos galpões e começam a surgir ocupações condominiais habitacionais. Isso relega a área, uma dinâmica diversa, porem tímida. Quanto a tipologia dos edifícios, imperam pequenas tipologias habitacionais de não mais que dois pavimentos e geminados. Ocupam inteiramente o lote e se colocam junto a divisa da calçada. Junto a estes, existem também tipologias industriais de pequeno porte que abrigam algumas oficinas e outros tipos de serviços. Seu gabarito também não alcança grandes alturas, o que do ponto de vista paisagem, não cria grandes contrastes as tipologias mais baixas acima citadas. Porém, assim como no bairro num todo, surgem novas ocupações de condomínios que consistem em torres de edifícios habitacionais de alto gabarito dispersos dentro do lote que o conjunto ocupa. Sua relação com a rua é totalmente de negação, com grandes muros e grades, além de guaritas de “recepção”. Deste modo, a paisagem resultante deste convívio se mostra diversa porem pouco dinâmica ao convívio público da via, e isto fica perceptível no modo de apropriação destas. Pouco se percebe a população local no uso cotidiano, relegando esta função aos pequenos e poucos edifícios de serviço – bares, padarias e restaurantes – locados em sua maioria nas esquinas. 73


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GLEBAS INDUSTRIAIS 74


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Agrupamento de glebas industriais cercadas por infraestruturas de escala metropolitana diversas. São elas, a Avenida Ermano Marchetti, o Rio Tietê, a Marginal Tietê, as linhas de alta tensão e dois córregos subterrâneos. Todas, de algum modo, geram consequências ao meio urbano e ao modo de ocupação. Como já dito anteriormente, a proximidade com o rio e o modo de relação com o mesmo, exponenciaram a ocupação fabril neste local. Porém, assim como a Avenida Ermano Marchetti, Rio e Marginais provocam um limite intransponível em relação ao tecido urbano do entorno e aos modos de apropriação do território. Cria-se uma ilha de uso estritamente industrial, que não abriga nenhuma condição urbana favorável ao uso e ao habitar. Juntamente a estes, somam se os córregos subterrâneos. Estes eixos de córrego se colocam como os únicos espaços dotados de vegetação arbórea considerável na região, apesar de não oferecerem nenhuma capacidade simbólica ao uso cotidiano de lazer e estar. Pelo contrário, e juntamente as Linhas de distribuição de energia elétrica, se postam como barreiras as conexões do agrupamento em si. Quanto a morfologia das quadras, estas apresentam uma escala muito grande, graças 76


as necessidades das tipologias dos edifícios que abrigam. Apesar das grandes dimensões, as quadras ainda são loteadas a diferentes empresas ou tipos de uso industrial. Não oferecem nenhuma relação espacial ou de uso as vias públicas, nem tampouco espaços de uso coletivo. Imperam a ocupação de grandes galpões industriais associados a edifícios de logística de menores dimensões. Esse dimensionamento deslocado da escala do pedestre juntamente com a monofuncionalidade programática dos edifícios, acabam por desarticular a escala urbana e desestimular a apropriação deste grande agrupamento. Quanto aos edifícios, imperam as tipologias industriais de grandes dimensões e, associadas e complementares a estas, surgem edifícios de logística que também não se postam a situações urbanas favoráveis. Quanto ao gabarito, ambas tipologias não alcançam grandes alturas, e grande parte destes edifícios se encontram recuados do alinhamento da calçada. Cria-se assim, uma fachada inteira de muros e portões. Perde-se qualquer relação entre o ambiente público da rua e o interior das quadras. As ruas então não passam de um estacionamento a céu aberto, com grandes caminhões e carros postados junto as calçadas e enclausurando o tecido urbano resultante. Todos estes fatores desqualificam a escala urbana deste agrupamento e fazem com que seja somente mais um ponto desconexo e autocentrado do bairro da Lapa. Porém, talvez seja esta localidade que se estabeleça com maior potencial para transformação do local e requalificação do entorno. Grandes glebas e grandes galpões deteriorados podem enfim dar lugar a um novo território e paisagem, onde o habitar possa estabelecer novos modos de apropriação do espaço urbano. 77


ESPAÇOS FRAGMENTADOS, infrae

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estrutura e cidade

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SEPARAR

O mesmo que: desagregar, desintegrar, desmembrar, desunir, dividir, fragmentar, ramificar. Ato ou efeito de separar; partição, divisão, desunião. Aquilo que separa (muro, parede, cerca etc.). Entende-se como infraestrutura, as estruturas urbanas físicas que constituem o suporte dos serviços urbanos básicos. São as redes de distribuição de pessoas e produtos, a distribuição, coleta e tratamento das aguas e esgoto, a distribuição de energia elétrica, de gás, de cabos, etc. Porém, entre eles, são as redes de distribuição de pessoas que de modo mais estrutural, condicionam a vida do homem no meio urbano. Sob um aspecto funcional, estes - as ruas, avenidas, pontes, viadutos e tuneis -, devem garantir a interligação e estruturação de todos os elementos constitutivos das cidades. Mas devemos também entender o dever de estruturação espacial além de funcional das cidades pelas infraestruturas.

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“ Tendo em vista o caráter processual das cidades e o ambiente urbano sempre mutável, com transformações cada vez mais aceleradas, as infraestruturas, ao constituírem as estruturas físicas e as funções de maior permanência, podem potencialmente configurar importantes elementos de estruturação, qualificação e representação do espaço urbano e metropolitano, além de comporem o suporte dos serviços urbanos básicos que viabilizam o funcionamento da cidade e de conferirem atributos funcionais aos lugares a que servem.” (Braga, 2006, pg. 10) Ou seja, além de seu caráter funcional, o caráter representativo destas infraestruturas como produto coletivo da construção de nossa sociedade, deve ser legitimado e imperativo. É latente em nossas cidades como as infraestruturas de grande escala – aquelas responsáveis pelos principais fluxos metropolitanos – promovem grande desarticulação com a escala local onde passam. Essa interação provoca, ao mesmo tempo que conecta, uma fragmentação do território que, muitas vezes, agrava a péssima qualidade dos espaços comuns e sua interação com outros espaços. 83


O território escolhido demonstra, de maneira rica e exemplar, como estas grandes infraestruturas se colocam no território. De maneira progressiva, a cidade foi se consolidando enquanto sua relação com estas novas infraestruturas. O trem, que antes tinha a atribuição de distribuição de grandes cargas advindas do interior do Estado até o Porto de Santos, foi um elemento de grande importância para a ocupação da Lapa da maneira que até hoje persiste. Pela sua condição potencial de despejo, tanto de seus resíduos pelo Rio Tiete, quanto por sua produção, pelo Trem, as grandes indústrias se apropriaram desta grande área desocupada. Porém, em decorrência de uma transição de um modo de produção industrial e mecânico para um modo pós-industrial e predominantemente tecnológico, além do crescimento espraiado da cidade de São Paulo e sua localização próxima ao centro histórico, este território se viu no meio de uma fuga de suas grandes industrias para o interior do Estado e de um adensamento integral de si e de seus bairros próximos. Grandes obras de conexão destas novas regiões surgem sem que se pense as consequências de sua implementação. As grandes avenidas e viadutos, pontes e túneis. Todos incapazes de se articular a escala urbana local do território. 84


RIO TIETÊ

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Juntamente as Avenidas Marginais, separa os bairros da Lapa e Freguesia do Ó. Tratado sob um viés exploratório, o Rio Tietê poderia ser um gigantesco elemento articulador do território, porém, sua retificação, no século passado, trouxe diversas problemáticas ao território. Seus meandros deram lugar a ocupação urbana industrial e a drenagem das aguas dos pontos mais altos da cidade que antes era ali propiciada, agora se situa como um local de intensa ocorrência de enchentes. O esgoto e os resíduos tóxicos ainda são despejados em suas aguas e a presença das vias marginais de grande porte e velocidade, afastam qualquer aproximação que se possa ser pensada.

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LINHA FÉRREA

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Uma das principais infraestruturas de distribuição de passageiros, a linha Férrea corta o bairro em 2 distintas porções. Em sua parte superior – em função de sua também proximidade com o Rio Tietê – agrupam se uma serie de glebas industriais e alguns setores habitacionais. Grande parte desta região, como já relatado, se faz quase sem nenhuma dinâmica significativa. Os espaços são desativados e a urbanidade escassa. Porém, são nos pontos de confluência com as estações da linha férrea que se encontram os espaços mais dinâmicos e as trocas sociais mais significativas. Em sua porção inferior, agrupam se quadras de menores dimensões e mais densas enquanto dinâmicas sociais e espaciais. Assim, talvez o caráter mais problemático que esta infraestrutura imponha ao território, seja a sua capacidade de desarticular o tecido urbano de ambas as porções do Bairro. Somada a esta barreira, surgem mecanismos que buscam contornar o problema. Uma série de travessias, tratadas sem qualquer critério programático, também exponenciam a capacidade desarticuladora destas infraestruturas se não tratadas de maneira sistêmica.

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VIADUTO COBEN ELIAS NAGIBE BREIN

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Com o rápido adensamento de diversas porções da cidade a partir de um caráter cada vez mais espraiado, surge a necessidade de ampliação das infraestruturas de locomoção por parte dos principais meios de transporte em nossa cidade, o carro e o ônibus. Porém, na urgência em resolver esta atual congestão e de forma negligente, surgem os mecanismos já citados que buscam contornar alguns problemas estruturais das metrópoles. Um destes mecanismos são os viadutos. Dentro da Lapa, este tipo de infraestrutura causa algumas problemáticas que criam consequências em diversos níveis. Do ponto de vista material, os viadutos criam áreas subutilizadas nas partes inferiores de seus elementos. Apesar de uma tentativa de apropriação destes baixios por parte da população, a desarticulação do tecido urbano provocada por sua presença ainda afeta os bairros ao seu redor. Esta separação somente amplia a problemática monofuncional destes agrupamentos bem como sua descontinuidade espacial e de não apropriação do território como um todo entre os bairros.

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MARGINAL TIETÊ

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Herança de um plano urbano voltado ao carro em detrimento de outros meios de mobilidade, surgem em São Paulos as grandes Marginais. Capazes de dividir grandes territórios, estas infraestruturas estão associadas ainda aos eixos dos Rios. Essa soma de infraestruturas, gera consequências ao meio urbano que passam desde grandes desarticulações do tecido urbano, a associação programática a esses eixos que afasta uma escala mais urbana e o isolamento do meio natural que passa dentro de nossas cidades. Associados a estes eixos de locomoção, surgem também vias de grande porte que adentram os bairros e que de maneira similar desqualificam os espaços por onde passam.

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AVENIDA ERMANO MARCHETTI

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Estas, associadas a outras redes de infraestruturas, tem a função de desarticular o espaço urbano por onde passam de maneira sistemática. Muitas vezes, estes espaços estão associados a eixos comerciais e de grande dinâmica, porém, acabam por afastar – pelo fluxo intenso associado a estes grandes deslocamentos - outros tipos de programas essenciais ao habitar do homem nas cidades. Por onde passam, muitas vezes desqualificam a escala local e desassociam a comunicação espacial entre os bairros e espaços públicos de convívio. São infraestruturas que se bem pensadas, poderiam potencializar o intercâmbio entre os bairros, bem como a mobilidade e dinâmica das cidades.

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EXPERIMENTAÇÕES

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Nesta parte, estão sistematizadas todas a ideias e análises realizadas em todas etapas precedentes bem como pelo repertorio projetual montado ao decorrer do curso. Serão abordadas todas, ou grande parte, das questões suscitadas em um projeto desta escala e pretensão. E para tal, fez se a opção pelo fragmento do bairro da Lapa, que maior potencial de renovações e transformações possui, seja pelo poder público, seja pelos agentes privados. Dentre os agrupamentos discutidos, a gleba industrial, se mostrou uma das mais capazes de desenvolver diversas problemáticas ao território. Porém, é ela que também possui uma serie de componentes materiais que poderão ser de grande valor a uma renovação que de fato, estimule uma nova dinâmica ao setor escolhido e de seus agrupamentos vizinhos. Estes componentes potenciais - como os córregos canalizados e escondidos da vida urbana, as quadras de gigantescas dimensões e de edifícios subutilizados, a proximidade aos eixos metropolitanos de mobilidade – serão integrados a proposta de renovação do bairro já neste primeiro momento do projeto. Outros deles – como a presença de um rio que, através de políticas públicas competentes, poderá ter função estruturadora a uma nova dinâmica de vida da cidade como um todo – serão encarados como problemáticas atuais que, através de um olhar realista sobre a capacidade de realização destas intenções, não serão obje91


to de modificações em seu desenho e dinâmicas sociais e ambientais associadas. Sobre outro aspecto, o projeto busca se insinuar sobre estas potencialidades futuras e se coloca, de maneira despretensiosa, como um novo meio, aberto a futuras intervenções e sobreposições de significado. Em linhas gerais, o projeto indica ideias e diretrizes que sustentam: a constituição da quadra como elemento fundamental de reforço ao tecido urbano; a associação da trama urbana aos interiores das quadras e seus respectivos usos; a produção de novos programas capazes de reforçar e dinamizar novamente o tecido urbano; a inserção de diversas tipologias arquitetônicas capazes de ampliar a qualidade espacial e material da paisagem do bairro; e ampliar, através de novos programas de escala local, o sentido coletivo do trabalho e da vivencia comunitária nestes novos agrupamentos habitacionais. E, buscando melhor elucidar o método adotado, foram estipulados 4 eixos principais que espacializam e demonstram o processo projetual.

ÁREA ESCOLHIDA

FONTE - GOOGLE EARTH

REMOÇÕES URBANAS

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PLATAFORMA URBANA


ABERTURA DOS CÓRREGOS

RELAÇÃO ENTRE MORFOLOGIA URBANA E TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA 93


REMOÇÕES URBANAS V

Diante de todas as problemáticas associadas as grandes distancias e a desconexão do tecido urbano pelas grandes glebas e edifícios, foram estabelecidos eixos de adequação destas escalas. Porém, dentro das condições atuais, estes eixos essenciais se confrontavam com uma serie de edifícios e glebas existentes. Deste modo, fez se necessária uma aproximação empírica do bairro, que demostrou um grande número de galpões e edifícios deteriorados ou subutilizados. Diante da espacialização destes levantamentos, pode se associar as remoções realizadas aos eixos principais de conexão ao tecido urbano consolidado. Deste modo, todos os edifícios removidos, o foram por representar a determinação de uma condição urbana de grande valor a requalificação do bairro. Somado a isto, fez-se tambem a opção pela remoção do eixo viário existente que antes se colocava entre os edifícios removidos. A partir desta remoção, em etapas posteriores será possivel estabelecer um novo eixo de circulação associado ao tecido urbano atual.

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EIXOS PRINCIPAIS DE AR PERCURSOS AO TERRITÓRIO V

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RTICULAÇÃO E EDIFÍCIOS SUBUTILIZADOS OU EM PÉSSIMO O CONSOLIDADO ESTADO DE USO E CONSERVAÇÃO V

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ABERTURA DOS CÓRREGOS Repensar as infraestruturas de diversas escalas presentes em nosso cotidiano, colocando –as como elementos estruturadores dos espaços públicos, me parece um caminho em busca da renovação da vida urbana de nossas cidades. A partir dos questionamentos trazidos por Milton Braga sobre a maneira que as infraestruturas de escala metropolitana muitas vezes desarticulam e desqualificam a escala urbana local por onde se colocam, e das colocações de Milton Santos sobre as paisagens urbanas e suas representações aos modos de apropriação e recriação do meio urbano, foi tomada a decisão de integrar ambos os córregos existentes a estrutura urbana local. Do ponto de vista urbano, estas conexões podem ainda, insinuar possíveis futuras transposições ao rio e as marginais Tietê. Estas, se realizadas, poderiam amplificar o caráter articulador ao qual este elemento está sendo pensado. Afora a leitura macro que esta integração provoca, existe também uma leitura mais próxima da escala urbana local. São previstas por estas leituras, a implantação de tipologias arquitetônicas paralelas aos eixos dos córregos buscando de oferecer uma correta interface entre esta escala intermediaria prevista aos córregos e a escala local que adentra as quadras. 96

REDESCOBRIR OS CÓRREGO


OS EXISTENTES

ESTABELECER NOVOS EIXOS DE CÓRREGOS ASSOCIADOS A EIXOS DE CONEXÃO MACRO

ASSOCIAÇÃO PROGRAMÁTICA PARA ANIMAÇÃO DO TERRITÓRIO E DOS PERCURSOS

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A esta escala intermediaria prevista aos córregos, as arquiteturas irão oferecer recursos no pavimento térreo associados a comércios e serviços diversos, além de diversas “perfurações” em seu corpo, afim de articular e viabilizar o acesso a escala local das vilas internas das quadras. Além deste dispositivo, soma se a criação da escala local, córregos que irão adentrar o interior das quadras através de novos eixos d’agua de menores dimensões, que, associados novamente a uma nova rede de usos voltados ao cotidiano do bairro – como padarias, açougues, farmácias, etc. – poderão dar legibilidade a hierarquia usos e escalas criadas. Ambos os eixos d’agua, de maior e menores dimensões, se voltarão também a resolver a problemática de drenagem urbana do território.

CÓRREGOS PRINCIPAIS ESCALA INTERMEDIÁRIA

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CORTE SETORIAL - CÓRREGOS PRINCIPAIS

IMPLANTAÇÃO COM DELIMITAÇÃO


O DOS CÓRREGOS

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PLATAFORMA URBANA Diante da problemática atual em relação a monofuncionalidade programática e a consequência que isso gera a vida urbana – falta de reconhecimento destes espaços como habitáveis e detentores de dinâmica – e a partir das remoções estabelecidas em função destes eixos longitudinais, propõese a reestruturação destes eixos a partir de um elemento – aqui chamado de plataforma urbana – capaz de induzir e potencializar seu reconhecimento enquanto articulador de novos usos e percursos a região. Para tal, foram propostas diversas cotas de uso, que deverão se sistematizar as tipologias arquitetônicas diversas. Em sua cota 0,00m, serão propostos usos comerciais e de serviços em hierarquia e coordenação aos eixos d’agua do conjunto.

PLATAFORMA URBANA

TIPOLOGIAS HABITACIONAIS

EQUIPAMENTO INSTITUCIONAL

ASSOCIAÇÃO PROGRAMÁTICA 100

PLATAFORMA URBANA

TIPOLOGIAS HABITACIONAIS

CÓRREGO

IMPLANTAÇÃO COM DELIMITAÇÃ


ÃO DA PLATAFORMA URBANA 101


Sua cota seguinte, a 3,50m, será responsável por oferecer novos espaços de uso múltiplos em soma aos edifícios institucionais locados no interior da gleba. Estes espaços estarão conectados entre si através de passarelas que buscam permitir os eixos perpendiculares a plataforma, ou seja, esta cota fará um cinturão em torno do eixo institucional e terá uma relação com a paisagem de ambos os lados do Bairro - Freguesia do Ó e Lapa de Baixo -. As cotas seguintes estarão associadas as coberturas das tipologias habitacionais, com conexões aos seus patamares a partir da cota 7,00m. Nestes patamares, serão locados, assim como nas coberturas das tipologias habitacionais, estufas de cultivo para agricultura orgânica. Assim, se pretende criar um sistema de cultivo capaz de oferecer alimentos orgânicos tanto a população residente local, quanto a venda de seu excesso a população que se deslocara na região e aos equipamentos institucionais e aos pequenos serviços e comércios da região. Esta relação de trabalho/produção e distribuição do excedente aos agentes locais, poderá estabelecer uma dinâmica sustentável a este novo conjunto.

CONEXÕES PR

CORTE ESTUFAS - DINÂMICA DE PRODUÇ 102


RODUTIVAS

CONEXÃO INSTITUCIONAL

VENDA EXCEDENTE

ÇÃO E VENDA 103


MORFOLOGIA URBANA E TIPOLOGIA ARQUITETÔNICA Talvez um dos questionamentos mais relevantes e edificantes neste trabalho, foi a questão da articulação entre tipologia arquitetônica e morfologias urbanas. Neste sentido, as aproximações realizadas ao bairro, puderam ampliar o repertorio espacial e de ocupação e suas devidas consequências a qualidade urbana do território. Somado a isso, coube delimitar uma visão crítica sobre o papel relevante que o carro possui sobre a urbanização de nossas cidades. A essa questão, valeu-se principalmente o questionamento acerca da relação destas infraestruturas de mobilidade sobre a escala urbana local e da vivencia dos bairros. Propõe-se aqui então, que estas infraestruturas associadas ao carro, não mais tenham uma responsabilidade pelo desenho da quadra e de sua vida urbana associada. Automóveis e pedestres passam a dividir o mesmo espaço e o segundo passa a ter a devida prioridade. Este conceito de compartilhamento já pode ser visto em algumas cidades da Europa, onde, alinhado a outros tipos de modais de transporte, pode revitalizar nossos centros urbanos onde o conflito de pessoas e vontades se mostra urgente. Porém, as ideias que melhor se comparam ao que foi proposto a este novo território – somadas aos questionamentos já citados -, foi a de Berlage para Amsterdã Sul. Para ele – assim como observado em grande parte do território pelas aproximações

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dos agrupamentos da área – a solução do parcelamento do lote e do edifício isolado e retido em si mesmo dentro desta parcela, geram diversas problemáticas ao território – ao que ele denomina “degeneração da forma” -. Deste modo, a conformação do perímetro da quadra – mesmo aqui não sendo delimitada pelas vias para carros – se fez pelas tipologias arquitetônicas. Entendeu-se que cada momento, associado as escalas pretendidas, poderiam reforçar a trama urbana e estruturar os principais percursos urbanos complementares a estruturação e ocupação existente do bairro. Ou seja, são criadas novas condições de uso articuladas as condições reconhecidas da área. É esperado que estas ações, possam desencadear e estimular a progressiva apropriação do território e efetivar as dinâmicas de uso do território, não somente pela população residente neste momento, mas também pelos novos habitantes. Somado a isto, a questão do uso me pareceu determinante ao desenho das novas tipologias, bem como do caráter resultante destas ações. A espacialização dos programas propostos foi pensada a partir do caráter desenvolvido por cada um, bem como de seu potencial de desenvolvimento e atração da vida urbana ao Bairro. 105


No interior do setor proposto, foram locados – através de um eixo de escala pertinente ao programa desenvolvido – as tipologias institucionais e corporativas, além dos grandes espaços livres de uso público. Estas tipologias, irão se integrar a plataforma através de espaços de uso múltiplo e do percurso elevado proposto pela mesma. Nas bordas do setor – entre os córregos e a plataforma urbana – foram dispostos os setores habitacionais. A estas tipologias, foi delegada a importância que o projeto habitacional pode trazer a caracterização da via urbana das cidades. Porém, aqui foi imposta uma relação mutua entre tipologia e forma urbana. Em uma intencional transição de escalas, os edifícios se postam a delimitar diferentes momentos de vivencia e experiência urbana. Próximos aos córregos se situam as laminas de gabarito mais elevado, situando e associando uma densidade construtiva e habitacional a esta escala intermediaria. Ao tocar o chão, estas tipologias se associam aos percursos delimitados em uma etapa macro – relacionada a leitura do tecido urbano local – e oferecem pequenos e médios comércios e serviços. Esta soma de elementos construtivos e de uso, juntamente aos córregos e suas potencialidades, pretendem de maneira eficaz, delimitar esta escala intermediaria e criar vínculos e transições consistentes as outras escalas de vivencia propostas. 106

tipologias habitacionais assoc dos a produção orgânica eixo institucional e corporativo

delimitação da quadra atraves das tipologias arquitetônicas

edifícios de maior gabarito as sociados aos córregos setores habitacionais

CORTE LONGITUDINA


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IMPLANTAÇÃO FINAL

AL COM ESCALAS CRIADAS 107


Adentrando as quadras, se situam edifícios de menores gabaritos e em conformação a uma tipologia urbana de vila. A vila delimita ruas internas as quadras e possibilita – por seu gabarito e as relações mais próximas de vivencia – uma relação direta entre casa e espaço livre. Com gabarito máximo de térreo mais dois pavimentos, aqui as coberturas desta tipologia estarão interligadas aos edifícios de produção orgânica da plataforma urbana já citada. Pretende – se assim, delimitar um sistema integrado de produção entre as tipologias habitacionais e a plataforma. Somado a isto, nas vilas, o térreo se posta a ser ocupado por unidades habitacionais que poderão exercer a função de distribuição do excedente desta produção orgânica locada nas coberturas. Assim, pretende-se delimitar escalas exatas de vivencia do bairro, mas que de modo solidário e sustentável, se vinculem umas às outras através dos percursos e usos.

ASSOCIAÇÃO TIPOLOGIA HABITACIONAL E ESTUFAS 108

PAVIMENTO TÉRREO - USOS

CORTE LONGITUDINAL - CÓRREGOS SE


3o PAVIMENTO - CONEXÃO PRODUTIVA

ECUNDÁRIOS 109


PLANTA PAVIMENTO TÉRREO - ACESSOS INTERNOS HABITAÇÃO E PROGRAMA

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IMAGEM ACESSO INTERNO AS TIPOLOGIAS HABITACIONAIS MATERIALIDADE E JARDINS INTERNOS

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VILAS INTERNA ESCALA E


AS AS QUADRAS E GABARITO

IMAGEM INTERNA CONEXÃO ENTRE ESTUFAS DAS GABITAÇÕES E ESTUFAS DA PLATAFORMA URBANA

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SUCESSEÇÃO DE MOMENTOS E ESPACIALIDADES GERADAS 7.507.50

7.507.50 3.753.75

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TIPOLOGIA PAVIMENTO TÉRREO 1 DORMITÓRIO 50 M2

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6.00

7.50

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TIPOLOGIA PAVIMENTOS SUPERIORES 1 DORMITÓRIO 50 M2


3.75 3.603.60

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KITNET 1 DORMITÓRIO 25 M2

1.50

1.65

1.50

1.651.65

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2.10

6.00

3.753.75 2.102.10

TIPOLOGIA PAVIMENTOS SUPERIORES 2 DORMITÓRIO 75 M2


telha ondulada de policarbonato vão 0,625 m

corte detalhado edifício de habitação - esc. 1-15

ripas de madeira de apoio as telhas 0.125 mm x 0.250 mm terça de apoio aos caibros em madeira 0,50 m x 0,25 m perfil vertical treliça metalica perfil horizontal treliça metalica calha metálica de recolhimento das águas pluviais rufo de açõ galvanizado perfil metalico de apoio as placas de vidro placas de vidro translucido 6mm perfil de aço 0,50 m x 0,25 m

perfil de aço 0,50 m x 0,25 m

pilar metálico de apoio a treliça 0,15 m x 0,15 m chapa metalica de enrijecimento

chapa metálica de associação entre pilar metálico e pila de concreto

viga de concreto vão 7,5 m tirante metalico de apoio ao forro forro de gesso e= 3 cm janela com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

porta com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

laje pré-fabricada tipo treliçada vão 6m preenchimento de concreto 7cm contrapiso

piso concreto queimado

viga de concreto vão 7,5 m tirante metalico de apoio ao forro forro de gesso e= 3 cm janela com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

porta com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

manta de impermeabilização

rufo em aço galvanizado de acabamento

assentamento de areia media

base granular

camada de recobrimento dos blocos de concreto bloco de concreto vaso metálico e= 1cm manta de impermeabilização camada de terra para plantio camada de areia batida camada de pedrisco

piso em cimento queimado e=2 cm contrapiso de concreto e=3 cm laje de concreto fabricada in loco viga de fundação h= 0,50 m

116

projeção fundação

assentamento de areia fina piso de concreto permeável terra para plantio banco de concreto pré fabricado


lhado edifício de habitação - esc. 1-15

corte detalhado edifícios de estufa - esc. 1-20 guarda - corpo metálico

camada de terra para plantio camada de areia média camada de pedrisco manta de impermeabilização

recobrimento de concreto e=2cm laje alveolar de concreto vão=3,75 m tirante metálico de apoio ao forro forro de gesso viga seção I metálico h= 0,30 m viga seção I metálico h= 0,30 m pilar seção H metálico h= 0,50 m fechamento em telha de policarbonato guarda - corpo metálico mão francesa metálica vão=2,50 m

perfil de aço h= 5 cm perfil de aço h= 5 cm fechamento de telha de policarbonato pino metálico de fixação da telha escada pré - fabricada

manta de impermeabilização base granular

assentamento de areia media assentamento de areia fina piso de concreto permeável terra para plantio banco de concreto pré fabricado

janela de abrir, perfil de alumínio vidro 3mm porta de abrir, perfil de alumínio vidro 3mm perfil de aço 5cm laje de concreto moldado in loco e= 10cm contrapiso de concreto e= 3cm piso de concreto queimado e= 2cm

viga de concreto de fundação piso de concreto permeável assentamento de areia base granular projeção fundação

117

terra da terra


BIBLIOGRAFIA

118


- MONTANER, Josep Maria. A modernidade superada: ensaios sobre arquitetura contemporânea. Barcelona: G. Gili, 2013. 183 p. - MONTANER, Josep Maria. Sistemas arquitetônicos contemporâneos. Barcelona: G. Gili, 2009. 223 p - RUBANO, Lizete Maria (Org.). O terceiro território. Habitação coletiva e cidade. São Paulo, Vigliecca & Associados, 2015 - PANERAI, Philippe; PANERAI, Philippe; DEPAULE, Jean-Charles. Formas urbanas: a dissolução da quadra. Porto Alegre: Bookman, 2013. ix, 226 p. - Paisagem e Ambiente: ensaios / Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. N.7 (1995) - São Paulo - Paisagem e Ambiente: ensaios / Universidade de São Paulo, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo. N.3 (1995) - São Paulo - SANTOS, Milton. A Urbanização Brasileira, Hucitec, São Paulo, 1993, (4ª edição: 1998) - SANTOS, Milton. A Natureza do Espaço. Técnica e Tempo. Razão e Emoção. Hucitec, São Paulo, 1996. (3ª edição: 1999)

119


ARQUIVO

PRANCHAS APRESENTADAS EM 22/05/2017 SITUAÇÃO URBANA - LAPA DE BAIXO

REMOÇÕES ASSOCIADAS A POTENCIAIS SITUAÇÕES URBANAS

V

ABERTURA DOS CÓRREGOS LONGITUDINAIS

PLATAFORMA DE DISTRIBUIÇÃO DE ESCALA EIXOS TRANSVERSAIS

V

V V V

V

V

V

V

V

C

V

RUA DO

P

V

V V

V

CURTUME

V

IMPLANTAÇÃO EDIFICIOS HABITACIONAIS E ASSOCIAÇÃO PROGRAMATICA A LEITURA DE MISTOS ASSOCIADOS AOS NOVOS PERCURSOS PERCURSOS

V

V

V V V

V

V

V

V

120

V

C

V

ASSOCIAÇÃO DAS ESTUFAS DE TODO O COMPLEXO

RUA


IMPLANTAÇÃO

121


PAVIMENTO TÉRREO - ESC. 1-500

3_PAVIMENTO - ESC. 1-500

CORTE TRANSVERSAL 1 - ESC. 1-250

CORTE TRANSVERSAL 2 - ESC. 1-250

CORTE LONGITUDINAL 2 - ESC. 1-100


TÉRREO AMPLIADO - ESC. 1-100

TÉRREO AMPLIADO - ESC. 1-100


24.80

21.00

17.50

14.00

10.50

07.00

03.50

CORTE MOMENTO 1 - CORREGO ESC. 1-75

124


19,50

15,75

14,00

12,25

10.50

CORTE MOMENTO 2 - ENTRE CONJUNTOS ESC. 1-75

CORTE MOMENTO 3 - CONEXOES ESTUFAS ESC. 1-75

CORTE LONGITUDINAL 1 - ENTRE CORREGOS ESC. 1-250

7.50

2.10

3.75

3.60

1.65

.15

3.60

3.60

6.00

6.00

7.50

7.50

1.50 7.50

7.50 6.00

PLANTA PAVIMENTO TÉRREO 50 m2 - 1 QUARTO telha ondulada de policarbonato vão 0,625 m

.15

1.50

3.75

11.25

3.75

7.50 3.75

1.50

3.75

PLANTA PAVIMENTOS TIPOS 50 m2 - 1 QUARTO

PLANTA PAVIMENTOS TIPOS 50 m2 - KITNET

corte detalhado edifício de habitação - esc. 1-15

PLANTA PAVIMENTOS TIPOS 80 m2 - 2 QUARTOS corte detalhado edifícios de estufa - esc. 1-20

ripas de madeira de apoio as telhas 0.125 mm x 0.250 mm terça de apoio aos caibros em madeira 0,50 m x 0,25 m

guarda - corpo metálico

perfil vertical treliça metalica

camada de terra para plantio camada de areia média camada de pedrisco

perfil horizontal treliça metalica calha metálica de recolhimento das águas pluviais rufo de açõ galvanizado

manta de impermeabilização

perfil metalico de apoio as placas de vidro

recobrimento de concreto e=2cm laje alveolar de concreto vão=3,75 m tirante metálico de apoio ao forro

placas de vidro translucido 6mm

forro de gesso perfil de aço 0,50 m x 0,25 m

viga seção I metálico h= 0,30 m viga seção I metálico h= 0,30 m

perfil de aço 0,50 m x 0,25 m

pilar seção H metálico h= 0,50 m fechamento em telha de policarbonato guarda - corpo metálico mão francesa metálica vão=2,50 m

pilar metálico de apoio a treliça 0,15 m x 0,15 m chapa metalica de enrijecimento

chapa metálica de associação entre pilar metálico e pila de concreto

viga de concreto vão 7,5 m tirante metalico de apoio ao forro forro de gesso e= 3 cm janela com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

porta com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

perfil de aço h= 5 cm perfil de aço h= 5 cm

laje pré-fabricada tipo treliçada vão 6m

fechamento de telha de policarbonato

preenchimento de concreto 7cm

pino metálico de fixação da telha

contrapiso

escada pré - fabricada

piso concreto queimado

viga de concreto vão 7,5 m tirante metalico de apoio ao forro forro de gesso e= 3 cm janela com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

porta com perfis de alumínio e chapas de vidro de 3mm

manta de impermeabilização

rufo em aço galvanizado de acabamento

assentamento de areia media

base granular

camada de recobrimento dos blocos de concreto bloco de concreto vaso metálico e= 1cm manta de impermeabilização camada de terra para plantio

assentamento de areia fina

janela de abrir, perfil de alumínio vidro 3mm

piso de concreto permeável

porta de abrir, perfil de alumínio vidro 3mm

terra para plantio

perfil de aço 5cm

banco de concreto pré fabricado

laje de concreto moldado in loco e= 10cm contrapiso de concreto e= 3cm

camada de areia batida camada de pedrisco

piso em cimento queimado e=2 cm contrapiso de concreto e=3 cm laje de concreto fabricada in loco viga de fundação h= 0,50 m

projeção fundação

piso de concreto queimado e= 2cm

125

viga de concreto de fundação piso de concreto permeável assentamento de areia base granular projeção fundação terra da terra





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