T comercial + 9
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17h38 15/05/2013 rua antĂ´nio godĂłi e sua luz rarefeita acentuada pelo crepĂşculo do anoitecer
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201 ABANDONADOS
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204 LUGAR
residencial
INTRODUĂ‡ĂƒO
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Ă?NDICE
T comercial + 10
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Introdução
O elevador estå desligado, qualquer movimentação vertical se då pela escada. No quarto andar, nem muito baixo, nem muito alto, um colchão surrado abandonado e algumas panelas deixadas para trås deixam evidente, uma pessoa conseguiu entrar, morar, e por algum motivo não conseguiu mais.
UXD VDQWD HÂżJrQLD
isola dos demais edifĂcios carregados de massa, de alvenaria. Os vidros quebrados, tapumes no tĂŠrreo e a ausĂŞncia de luz ao anoitecer denunciam sua condição. TambĂŠm estĂĄ Ă deriva.
No centro, hĂĄ construçþes, edifĂcios, que por algum motivo, geralmente nĂŁo somente um, estĂŁo vazios. Em algum momento o interesse, a possibilidade de estar ali foi privada. Privada a ninguĂŠm. Poucos sabem a histĂłria completa, alguns sabem uns pedaços, a maioria nĂŁo sabe nada, somente que assim estĂĄ.
percebe. As pichaçþes no topo sĂŁo uma dica, talvez algumas das pegadas sejam deles. As janelas quebradas revelam a inabitabilidade. Mas ĂŠ ali na rua, no tĂŠrreo com a porta fechada, que percebe-se mais. Aquele pedaço da rua, assim como seu interior, virou terra de ninguĂŠm. É o lugar onde mais se faz visĂvel para este mundo. Aqui fora, nos pouco mais de 20 metros de testada, a rua perdeu sua vitalidade, naquele pedaço especĂfico da calçada, os pedestres nĂŁo passam, atravessam a rua.
comercial
antĂ´nio godĂłi 65
google street view rua sta. LÂżJrQLD e seu comĂŠrcio
rua antĂ´nio godĂłi
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SS + T comercial + SL + 7E + 12
ipiranga 1064
antĂ´nio godĂłi 23
edifĂcios parcialmente ou totalmente descupados em estudo pela cohab-sp para implantação de unidades habitacionais no centro de sĂŁo paulo
ReferĂŞncias sĂŠrie 100 101 Estrategias de RegeneraciĂłn,Almudena Cano, 2012 102 Golden Lane, Alison and Peter Smithson, 1952 103 Fun Palace, Cedric Price, 1962 104 Plug-in City, Archigram, 1964 105 The Spatial City, Yona Friedman, 1958 106 Cidade Errante, Marta BogĂŠa, 2006
As linhas guias não possuem ordem de leitura predefinida, não são necessariamente subseqßentes, paralelas ou perpendiculares. Traçam um emaranhado, uma trama, uma rede. O ponto de cruzamento Ê deduzido pelo leitor. Esta årea de contato talvez seja aquilo de maior interesse neste trabalho. Um processo, suas reflexþes e influências.
De longe, o gigante continua cumprindo seu papel, compĂľe o coroamento da cidade. Mas quanto mais se aproxima, mais se
desenho especulativo da possibilidade de representação da implantação
Uma lista e um nĂşmero. 28.677m². Esta pode ser considerada a razĂŁo pela qual se deu a escolha deste sĂtio. Uma metragem quadrada que espanta, ainda mais por estar abandonada em pleno centro. Listado em relatĂłrio da COHAB de edifĂcios desocupados, um edifĂcio que assusta Ă primeira vista, com 7 andares aflorados de estacionamento, mais 11 com quartos de hotel. Tem tamanha altura que junto com seus vizinhos, transforma a rua AntĂ´nio GodĂłi em uma espĂŠcie de fosso onde a luz ĂŠ rarefeita.
São eles de diversos tamanhos. Casas, pequenos prÊdios, arranha-cÊus. às vezes completamente abandonados, ås vezes no tÊrreo o comÊrcio persiste, mas a porta que då acesso ao hall, ao elevador,à escada, ao coração daquele, sempre estå fechada. E fechada hå muito tempo, tudo estå coberto de poeira, exceto pelas pegadas ali espalhadas. AlguÊm entrou, percebe-se que não somente uma vez, as diferentes camadas de poeira revelam diferença de data nas andanças.
igreja tem seu entorno liberado. criase uma praça com esculturas que representam a via sacra e permitem a entrada na quadra
Se divide em três linhas guias. As reflexþes (sÊrie 200), que trazem no texto as dúvidas, as curiosidades e a conseqßente vontade de entender. Em muitos casos Ê conseqßência dos projetos e referências. As referências (sÊrie 100) são aquilo que de alguma forma, seja ela qual for, influenciam. Podendo ser ela arquitetônica ou não, são explicadas por textos curtos e sintÊticos, ressaltam aquilo de mais importante para o trabalho. E o projeto (sÊrie 300), um terreno uma problemåtica e uma ação. Sintetiza reflexþes e influências.
embasamento um edifĂcio parasita que toma forma a partir das construçþes lindeiras. soma vazios, soma empenas, respeita alturas, cria um novo desenho para o tĂŠrreo. ĂŠ ele quem da o carĂĄter, a escala urbana do interior da quadra.
largo sĂŁo bento
ipiranga 1064 remodelação do tÊrreo com galeria comercial, criação de påtio central e acesso para interior da quadra
Como um pequeno caderno de anotaçþes, este trabalho se desenvolve. NĂŁo relata necessariamente um objeto, mas um processo, um recorte no tempo. De certa forma ĂŠ hĂbrido, maneira de dizer que trata de diversos assuntos ao mesmo tempo, de anseios e curiosidades que permeiam o desenvolvimento de um trabalho.
105 SPATIAL CITY, FRIEDMAN, 1958
YG VWD H¿JrQLD anhangabaú largo do paiçandu av. são joão
godói 65 remodelação de parte dos pisos da garagem, abrindo vazios para iluminação, munindo de circulação vertical e infraestrtura lajes que não tem uso predeterminado. os quartos dos hotÊis jå são hoje objeto de reforma para criação de HIS.
av. prestes maia av. ipiranga UXD VWD HÂżJrQLD av. rio branco
JDOHULDV VWD L¿JrQLD as gelerias jå existentes na rua agora JDQKDP QRYRV ÀX[RV FRP a abertura, no fundo de seus lotes, de portas que dão acesso ao interior da quadra respiro metrô único momento na av. ipiranga que revela o interior da quadra. simples operação de remover seu muro e permitir a entrada
Trata-se de uma quadra coincidente. Da mesma forma que uma tragĂŠdia nĂŁo se faz apenas por Ăşnico erro, um bom cenĂĄrio nĂŁo se faz somente por Ăşnica condicionante. A começar pelos trĂŞs jĂĄ levantados, somam-se outras, para alĂŠm disso estĂĄ munida. Pode-se listar. A Sta. IfigĂŞnia, rua principal ponto de comĂŠrcio de eletrĂ´nicos da cidade. O viaduto de mesmo nome, que cruza o vale conectando dois largos. O do Paiçandu e a vista do quarto andar da galeria. A igreja de cada um dos largos. O respiro do metro na Ipiranga, que quebra a seqßência de fachadas e escancara a quadra. O breu da AntĂ´nio GodĂłi. A igreja evangĂŠlica luterana da Rio Branco. Basta para dizer que o abandono, a localização, o lugar e suas condicionantes fazem deste sĂtio, instigante campo de experimentação acadĂŞmica.
godĂłi 65 partes das lajes de estacionamento sĂŁo destinadas a novos usos
ReflexĂľes 201 Abandonados 202 (Morar) 203 PrĂŠ ExistĂŞncias 204 Lugar 205 Sobre como operar no tempo
Ê sua função dar densidade ao espaço urbano requisitado
E por último, menor, talvez um pouco menos importante, existe um terceiro. 4.500m². EclÊtico, seis pavimentos, em pleno cruzamento da Rio Branco com a Ipiranga. O comÊrcio do tÊrreo continua funcionando, restaurante tradicional, o Sujinho. Os toldos cor de vinho são clåssicos, avançam sobre a calçada, fazem a extensão do dentro, e dão vida ao fora. Apazigua que nos 6 andares que o encimam, existe uma metragem cúbica hå tempos hermÊtica, fechada e vazia. ed. antônio godói 23_ revista arquitetura e construção n. 2 são paulo dez. 1966, 68 p.
a dualidade da torre e do embasamento, duas funçþes distintas primeiros estudos do edifĂcio de embasamento, atrelado ao seu entorno, e da torre, isolada, chega no tĂŠrreo apenas com sua circulação vertical
Projeto 301 Mapa 302 Leitura AxonomĂŠtrica 303 AntĂ´nio GodĂłi 23 304 AntĂ´nio GodĂłi 65 305 Ipiranga 1064 306 De Costas 307 Gigantes 308 Panografia GodĂłi 309 Panografia Galeria Quarto Andar 310 Implantação 311 Torre CoincidĂŞncia invejĂĄvel para conformação deste cenĂĄrio especulativo, ĂŠ a presença de uma segunda mega estrutura inerte. 11.083m². Com 19 andares, dos primeiros envolvidos por pele de vidro aqui, um antigo edifĂcio de escritĂłrio que jĂĄ fora farol da cidade. Junto com ele, sobe uma empena preta, esta se faz de pano de fundo, o
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edifĂcios parasitas que se apropriam das empenas lindeiras e criam um novo desenho para o interior da quadra
torres funcionam como reprodução vertical do solo da cidade. seu desenho consiste apenas da estrtura, sua circulação vertical e suas infraestrturas. VmR HODV HP WUrV dimensþes: _10mx10m _10mx5m _5mx5m
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T comercial + 3
co
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removido 2 libera a lateral da igreja luterana, antes colada Ă sua empena. dĂĄ possibiliade de criar praça onde a via sacra se expĂľe na parede de seu novo vizinho removido 1 libera uma entrada para o miolo a partir da av. rio branco e libera a lateral do edifĂcio ipiranga 1064, possibilitando a criação de uma galeria comercial FRP Ă€X[R SDUD R interior da quadra
ensaios sobre a capacidade de sĂntese da arquitetura
102 GOLDEN LANE, ALISON AND PETER SMITHSON, 1952
106 CIDADE ERRANTE, MARTA BOGÉA, 2006 passa pelos cernes Descreve a cidade da arquitetura atual como elemento moderna e trĂĄs que molda e determina as indagaçþes os modos de viver contemporâneas de seus habitantes, de como enfrentar quando o certo seria a flexibilidade dos o contrĂĄrio. Narra as espaços. comunidades nĂ´mades, O que tinha de mais radical em si, nĂŁo era a forma de seus blocos, mas a sugestĂŁo de que as ruas e os blocos de habitação se multiplicassem para formar uma rede sobreposta na cidade bombardeada. Fazem uso de uma forma biolĂłgica, molecular, para distribuir as lâminas habitacionais. O que dita a posição dos blocos, nĂŁo era mais a malha geomĂŠtrica das ruas da cidade, mas sim a topografia e as reminiscĂŞncias do sĂtio especĂfico.
removido 3 abre um acesso para a UXD VWD LÂżJrQLD cria-se uma galeria comercial encimada por habitaçþes e espaços de trabalho removidos a remoção destes gera caracterĂsticas peculiares para abertura do interior da quadra
Bibliografia
Uma cidade organizada a partir de uma megaestrutura, na qual as plantas elevadas funcionam como reprodução vertical do solo. Os volumes que configuram os espaços de permanĂŞncias sĂŁo de desenho dos usuĂĄrios e nĂŁo estĂŁo correlacionados a uma forma prĂŠ-determinada estabelecida a partir da malha estrutural. Os espaços independem da estrutura. Somente metade do espaço interno da estrutura poderia ser ocupado, de forma a permitir a entrada de luz na cidade. A associação de elementos leves Ă uma malha tridimensional permite uma ocupação flexĂvel, que estĂĄ aberta a mĂşltiplos usos. operação de abertura do miolo de quadra MXVWLÂżFDQGR sempre a partir de situaçþes HVSHFtÂżFDV GH borda, da rua
erico botteselli or. cesar shundi escola da cidade 2013
310 IMPLANTAĂ‡ĂƒO
301 MAPA
croqui edifĂcios de embasamento ainda separados
primeiros estudos embasamento / torre
302 LEITURA AXONOMÉTRICA
comercial
um desenho mínimo que dá suporte à diversos usos. Como desenvolver um hardware dinâmico, leve, que dá suporte à maior gama de softwares.
e usos, seu desenho, a conformação deste espaço, é feita por seu dono, possível usuário.
Ali, o silêncio prevalece, sim é possível dormir. Em algum momento o barulho de um carro ou o grito de um noturno inconformado buscando resposta pode incomodar. Policiais podem vir, enquadrar, procurar, achar, bater, e depois ir. A noite continua, não é a primeira vez, não será a última.
Subprefeitura_Sé Área Construída_11.083m² Área Terreno_660m² No de pavimentos_T+SL+19 8VR 7pUUHRB3UHYLGrQFLD 6RFLDO [desocupado] Uso Pav. Superiores_Comercial [desocupado] Tombamento_EIT Propriedade Pública_Não Conservação do Edifício_Regular Largura da Via_10m Testada_30m
Subprefeitura_Sé Área Construída_28.677m² Área Terreno_2.163m² No de pavimentos_SS+T+SL+7E+11H Uso Térreo_Estacionamento\ Ag. Bancária Uso Pav. Superiores_Hotel 160 suítes [desocupado] Tombamento_Não Propriedade Pública_Não Conservação do Edifício_Regular Largura da Via_10m Testada_68m
Subprefeitura_Sé Área Construída_4500m² Área Terreno_1.024m² No de pavimentos_T+4+Cobertura Uso Térreo_Comercial / Serviços Uso Pav. Superiores_Residencial [desocupado] Tombamento_TPV Propriedade Pública_Não Conservação do Edifício_Bom Largura da Via_>12m Testada_32m
202 (MORAR) Não é de hoje a necessidade de habitar. A falta de equilíbrio é evidente. Há excesso de comércio e serviço, são rarefeitas as habitações. No centro, um sítio privilegiado tanto por lugar, como localização, a predominância gera fluxos, gera uma dicotomia de hábitos, os do dia e os da noite.
Neste exato momento em que os habitantes diurnos se vão, chegam os habitantes da noite. Estes vivem na rua, buscam ali as marquises sem dono, nas quais podem se abrigar da chuva. Montam suas casas de pano, podem estacionar suas carroças e dormir. Alguns são viciados, procurando um lugar tranqüilo para se satisfazer; outros simplesmente moradores de rua; raros, porém existentes, são trabalhadores que não tem onde passar a noite. Encontram ali um lugar onde não são incomodados, onde a falta de fluxo torna, de alguma forma, aquele lugar mais seguro para eles. Um grande susto, um barulho, pode ser confundido com trovoada ou tiroteio, anuncia a hora de acordar. Já estão acostumados, é o som das portas se abrindo, da rua voltando a conectar lugares. É hora de ir, procurar coisas a fazer, tentar ganhar um trocado. É hora de dar lugar aos diurnos.
305 IPIRANGA 1064
205 SOBRE COMO OPERAR NO TEMPO Trata-se de um organismo em constante transformação, no qual o passar do tempo trás em si a mudança das vontades, das necessidades, dos modos de viver. É dinâmica. Habitar e trabalhar continuamente tomam novas formas. A inconstância é definitiva. Consequentemente a estética, a aparência final desta edificação, não somente deixa de ser previamente determinada, como está em constante modificação, a cada nova ocupação, uma nova face. Como reproduzir verticalmente o solo da cidade, em sua área mais servida de infraestrutura e transporte, erguese um esqueleto, uma carcaça que não tanto difere dos abandonados ali existentes. Porém já prevê a mudança, prevê um objeto em constante transformação, tal qual o meio em que se insere. Trata-se de dar margem à possibilidade, prever a indeterminância dos usos. A partir das seis horas da tarde se torna inóspito, á medida que a luz cai, as portas vão se fechando, até o momento em que todos se foram e mais nenhuma está aberta. Salvo alguns bares que ficam um pouco mais. Raras são as luzes nos edifícios. O passo calmo da hora do almoço agora da lugar á uma pressa misturada com certa dose de receio, um quase medo. A rua agora é rua, não conecta mais uma sala á um restaurante dali próximo, o único destino é a própria rua. 304 ANTÔNIO GODÓI 65
101 ESTRATEGIAS DE REGENERACIÓN, ALMUDENA CANO, 2012
mapa de localização das intervenções
Hardware, entendido como aquilo que é fixo, rígido, que não muda, define as regras mínimas, o funcionamento mínimo, o limite das ocupações. Em geral compreende as circulações verticais e as infraestruturas. Aquilo que é essencial. Ao mesmo tempo em que permite diversidade de usos, são os definidores do espaço a ser ocupado, da metragem cúbica disponível. Software, entendido como aquilo que difere, que pode mudar. A partir dele, de suas possibilidades, é que se definem as especificidades do hardware, questões mínimas de luz, vento, suas dimensões. Sendo um elemento que muda, que na verdade pode tomar diversas formas
auditório/teatro FRP FDL[D FrQLFD que extravasa o volume do edifício e pode virar um outdoor com o cartaz da peça em exibição. no piso inferior compreende um foyer com bancada e banheiros.
A cidade, um ser mutável por natureza, é conformada por elementos que não se adequam às diferentes carências que o passar do tempo trás consigo. Espaços inertes, nos quais o desenho de demasiadas coisas os engessam, não permitem novos usos. São definitivos. Das questões levantadas por essas indagações, impõe-se o delimitar da fronteira entre o que deve e o que não deve ser premeditado. Aquilo que deve ser alvo de desenho e aquilo que deve ser deixado em aberto. Como desenvolver
habitação ccom 4 quartos compactos. tem banheiro, cozinha/copa e varanda.
caixa da escada
Trata-se de um PFC (Proyecto Final de Carrera) realizado na ETSAM-UPM, no qual se estuda a degradação da cidades indianas, mais especificamente dos Pols de Ahmedabad. A autora busca entender a partir dos desenhos, o tecido compacto construído e sua relação com os padrões de uso de seus habitantes e os espaços onde se desenvolvem as atividades coletivas.
caixa de elevadores ensaio sobre a possibilidade de ocupação da torre 10mx10m
desenhos de leitura dos hábitos
O projeto propõe uma espécie de acupuntura urbana com intervenções pontuais que tem como objetivo a regeneração do espaço público, dando melhores condições as atividades habituais ali já exercidas, como cozinhar, lavar, reunir-se.
201 ABANDONADOS
transformadora, cabe à ele o menor dos problemas, o de dar resposta à questões projetuais. Porém este é o papel que lhe cabe no incomum advento de resposta à este nó administrativo. A partir deste momento, o projeto passa a ter importância fora do núcleo acadêmico. Para aproveitar, o processo projetual difere, começar do zero não é uma opção. Para usar/ habitar este, o esforço é mínimo, como já disse, já está lá, é uma préexistência. Agora o projeto deve compor um processo que incorpore, que intervenha naquilo que permanece. Nas palavras do grupo catalão
HABITAR-UPC, “Concibir el proyecto arquitetonico como instrumento que hace possible añadir algo a aquello que ya
existe.” 1 Não se refere necessariamente à matéria, pode-se cortar, extrair excessos. Referese à acrescentar uso, permitir habitar. Habitar não explicitamente no sentido da vivenda, do
morar, da casa. Mas do usar, de ser um espaço dotado de atividade humana. O mesmo grupo remetendo-se ao Matadero, antigo matador de bois da cidade de Madri convertido em centro cultural provoca
com a seguinte frase, “la acción y una gran dosis de desinhibición, ha desbancado al proyecto de remodelación, dejando en evidencia que lo único que hace falta es, como alguien ya reclamaba, que tenga lavabos y que estos dispongán de papel
higienico.” 2 Numa cidade como a nossa não é preciso muito para que um espaço dado seja habitado. A quantidade de habitantes não se equilibra ao espaço lhes oferecido. A procura é grande. Para habitar, não muito é preciso, o maior esforço já foi feito, as mega estruturas já estão de pé, o projeto mínimo deve simplesmente permitir o uso daquele espaço hoje ocioso.
*
Conjunto de desenhos publicados na revista do grupo Archigram, nos quais se especula uma cidade conformada por arquiteturas móveis, mutantes, expansivas. Megaestruturas que dessem espaço à uma arquitetura de máxima flexibilidade. Sugere uma composição modular de espaços que se plugam à um grande pilar infra estrutural.
104 PLUG-IN CITY, ARCHIGRAM, 1964
103 FUN PALACE, CEDRIC PRICE, 1962
Espaço para a experimentação cenográfica concebido como grande máquina transformável. Um projeto que se adapta as necessidades do usuário. O único elemento fixo é a malha estrutural de pilares e vigas, compostos treliças metálicas. Todos os outros elementos eram móveis, peças pré-fabricadas, de rápida montagem e fácil locomoção. Os pilares funcionavam como torre de serviços e continham dentro de si, as circulações verticais e as instalações, hidráulicas e elétricas.
1 e 2 HABITAR GRUPO DE INVESTIGACIÓN DEPARTAMENTO DE PROYECTOS ARQUITETÓNICOS UNIVERSIDADE POLITÉCNICA DE CATALUÑA UPC (Espanha) (Org.). Rehabitar: En Nueve Epidodios. Barcelona: Lampreave, 2012. 379 p.
galeria de arte em dois pisos totalizando uma área expositiva de 140m2. embaixo do mezanino estão localizados a copa e o banheiro.
fachada sobreposta
clínica ondontológica FRP WUrV VDODV de atendimento, sala de reunião, recepção e banheiro.
303 ANTÔNIO GODÓI 23
restaurante com 48 lugares. a FR]LQKD ¿FD localizada no mezanino. dipõe de um sistema automático para descer as refeições e subir a louça suja. no inferior ¿FD R EDU H R banheiro.
croqui estrutural. as caixas de circulação funcionam como contraventamento da estrtura do HG¿tFLR SULFLSDO as intalações passam por entre os dutos criados nos vazios da estrtura de SHU¿O L
Já existe algo. A estrutura está lá, os fechamentos também, piso e teto continuam delimitando aquele lugar como espaço. Fiação e tubulação são difíceis de aferir, há muito estão desligadas/fechadas. Porém manchas no chão revelam goteiras que cessaram, provavelmente precisam de reparos. Para além disso, está bem localizado, transporte à porta, rua movimentada. O único que lhe falta é uso. Por entrave qualquer, a massa edificada deste terreno está vazia, não cumpre sua chamada função social. Embargo, falta de interesse, imposto atrasado, especulação. São problemas do sistema, da burocracia, tem interesse envolvido. Resolver significa políticos, advogados, juízes, lobby, acertos, promessas. Nisto, rara é a participação do arquiteto, sua voz é diminuta em meio a essa peleja. De certa forma, põe em xeque sua capacidade
academia em dois pisos. os esquipamentos DHUyELFRV ¿FDP QR mezanino enquanto os de musculação no inferior. no inferior também estão a recepção e os banheiros
empresas de telefonia , rádio e tv terão interesse em locar suas antenas em seu topo. trata-se do ponto mais alto do centro .
habitação com 3 quartos e sala conjulgada com copa e cozinha. planta de supermercado em dois níveis. contém em seu piso inferior área de estocagem, seção de frios e caixas de pagamento. no superior prateleira convencionais.
grua. a mesma utilizada para montagem da carcassa do edifício é mantida. tratase de um edifício em constante renovação. planta corporativa composta por pisos elevados. contém em seu centro um núcleo hidráulico com banheiro e copa
horta vertical
311 TORRE