Dicas de português 1º semestre de 2015

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DICAS DE

PORTUGUร S 1ยบ SEMESTRE DE 2015



DICAS DE

PORTUGUร S 1ยบ SEMESTRE DE 2015


CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Presidente Ministro Ricardo Lewandowski

Corregedora Nacional de Justiça Ministra Nancy Andrighi

Conselheiros

Ministro Lelio Bentes Corrêa Carlos Augusto de Barros Levenhagen Daldice Maria Santana de Almeida Gustavo Tadeu Alkmim Carlos Eduardo Oliveira Dias Rogério José Bento Soares do Nascimento Bruno Ronchetti de Castro Fernando César Baptista de Mattos Arnaldo Hossepian Salles Lima Junior José Norberto Lopes Campelo Luiz Cláudio Silva Allemand Emmanoel Campelo de Souza Pereira

Secretário‑Geral Fabrício Bittencourt da Cruz Diretor‑Geral Fabyano Alberto Stalschmidt Prestes

EXPEDIENTE Secretaria de Comunicação Social Secretária de Comunicação Social Giselly Siqueira Projeto gráfico Eron Castro Revisão Carmem Menezes 2016 CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA Endereço eletrônico: www.cnj.jus.br


SUMÁRIO SEMANA DE 5 A 9 DE JANEIRO DE 2015

SEMANA DE 13 A 17 DE ABRIL DE 2015

UM NOVO ANO

Com muita poesia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 12 A 16 DE JANEIRO DE 2015

As imagens e a língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 19 A 23 DE JANEIRO DE 2015

Só crase (acento grave) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 26 A 30 DE JANEIRO DE 2015

Imagens e a língua . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 2 A 6 DE FEVEREIRO DE 2015

Começando a pontuar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 9 A 13 DE FEVEREIRO DE 2015

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DICAS DO FACE

Post de serviço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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DICAS DO FACE

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Posts de serviço parte 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

VÍCIOS DE LINGUAGEM

Republicando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 25 A 39 DE MAIO DE 2015

VÍRGULA

Aqui, ali, em alguns lugares . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 23 A 27 DE FEVEREIRO DE 2015

CONSTRUÇÕES INADEQUADAS

Republicando . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 1 A 5 DE JUNHO DE 2015

SINAIS DE PONTUAÇÃO ESQUECIDOS

Reticências, aspas, colchetes e travessão . . . .

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SEMANA DE 2 A 6 DE MARÇO DE 2015

ORAÇÃO

Quando as palavras se relacionam . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 8 A 12 DE JUNHO DE 2015

CONCORDÂNCIAS

A arte de harmonizar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 9 A 13 DE MARÇO DE 2015

ORAÇÕES

Verbos e sujeitos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 15 A 19 DE JUNHO DE 2015

CONCORDÂNCIA VERBAL

Exercícios antes da teoria . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 16 A 20 DE MARÇO DE 2015

CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES

Coordenadas e Subordinadas . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 22 A 26 DE JUNHO DE 2015

Teoria depois dos exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 23 A 27 DE ABRIL DE 2015

CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES

Subordinadas Substantivas e Adjetivas . . . . .

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SEMANA DE 29 DE JUNHO A 3 DE JULHO DE 2015

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DE 6 A 10 DE ABRIL DE 2015

Normas para a Academia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Citação em documentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

SEMANA DE 18 A 22 DE MAIO

PROGRAMAÇÃO DO ANO

ABNT

NBR 10520

SEMANA DE 11 A 15 DE MAIO DE 2015

O QUE VI POR AÍ 2

Como ser correta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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SEMANA DE 4 A 8 DE MAIO DE 2015

EXERCÍCIOS 1

CONCORDÂNCIA DO VERBO SER

Referências Bibliográficas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . SEMANA DE 27 A 30 DE ABRIL

O QUE VI POR AÍ 1

CONCORDÂNCIA VERBAL

NBR 6023

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COMEÇO DO FINAL DO ANO

Língua na arte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 5 A 9 DE JANEIRO DE 2015

UM NOVO ANO Com muita poesia Para começar o ano, que tal uma receita escrita por Carlos Drummond de Andrade? Um ótimo, brilhante, espetacular ano de 2015 para você! RECEITA DE ANO NOVO Para você ganhar belíssimo Ano Novo cor do arco‑íris, ou da cor da sua paz, Ano Novo sem comparação com todo o tempo já vivido (mal vivido talvez ou sem sentido) para você ganhar um ano não apenas pintado de novo, remendado às carreiras, mas novo nas sementinhas do vir‑a‑ser; novo até no coração das coisas menos percebidas (a começar pelo seu interior) novo, espontâneo, que de tão perfeito nem se nota, mas com ele se come, se passeia, se ama, se compreende, se trabalha, você não precisa beber champanha ou qualquer outra birita, não precisa expedir nem receber mensagens (planta recebe mensagens? passa telegramas?) Não precisa fazer lista de boas intenções para arquivá‑las na gaveta. Não precisa chorar arrependido pelas besteiras consumadas nem parvamente acreditar que por decreto de esperança a partir de janeiro as coisas mudem e seja tudo claridade, recompensa, justiça entre os homens e as nações, liberdade com cheiro e gosto de pão matinal, direitos respeitados, começando pelo direito augusto de viver. Para ganhar um Ano Novo que mereça este nome, você, meu caro, tem de merecê‑lo, tem de fazê‑lo novo, eu sei que não é fácil, mas tente, experimente, consciente. É dentro de você que o Ano Novo cochila e espera desde sempre.

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 12 A 16 DE JANEIRO DE 2015

O QUE VI POR AÍ 1 As imagens e a língua Vamos aproveitar o começo do ano para ver o que há de bom em imagens sobre língua portuguesa?

Sugestões de assuntos para esta coluna neste ano? Mande para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma ótima semana!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 19 A 23 DE JANEIRO DE 2015

EXERCÍCIOS 1 Só crase (acento grave) Nesta semana, vamos fazer exercícios sobre acento grave? Lembre‑se de que o acento grave marca a fusão de dois “as”, sendo um preposição e o outro artigo definido feminino. 1) Assinale o erro no emprego ou não emprego da crase: a) Fui à Bahia. b) Estive à beira de um ataque de pânico. c) Chegou à casa e limpou os pés rapidamente. d) Iremos à Contorno logo depois do almoço. e) Durante todo o almoço ele a observou a distância. Dicas: A palavra casa não está especificada.

Usamos crases antes de palavras femininas, claras ou ocultas. 2) Ocorre erro de crase em: a) Quero tudo às claras. b) Fiquei à chorar. c) Eles voltarão às quinze horas. d) Fiz alusão a ela. e) Vamos lá às vezes.

Dica: utilizamos crase apenas diante de palavra feminina 3) Assinale o exemplo de crase facultativa a) Dirigiu‑se à sala de jantar. b) O carro entrou à esquerda. c) Irei até à porta com você. d) Já estava a par de tudo. e) Fiz compras a granel.

Dica: Depois da proposição até a crase é facultativa 4) Assinale a frase com erro no uso ou não da crase a) Quando vier à Barcelona, venha visitar minha casa. b) Eis a menina a quem me referia c) Estimo a colega. d) Explicarei a você todo o mal entendido e) Ele preparou bife à cavalo.

Dica: Diante de nomes de cidades só utilizamos a crase quando o nome da cidade exige o artigo “a”. 5) Utilize a crase corretamente no trecho abaixo: “Decorrido doze anos, Dixon, que contínua como um estóico sacerdote, sempre ____ míngua de verbas e voluntários, ___tocar seu projeto de escuta do Universo, ___ procura

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1º SEMESTRE DE 2015

de inteligência fora da Terra, comenta o incidente que passou para a história com o nome de “o grande Wow”.”

Dicas: utilizamos crase diante de locuções femininas. 6) Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: “Quando, ...... dois dias, disse......ela que ia ...... Europa para concluir meus estudos, pôs‑se ...... chorar.” a) a ‑ a ‑ a ‑ a b) há ‑ à ‑ à ‑ a c) a ‑ à ‑ a ‑ à d) há ‑ a ‑ à ‑ a e) n.d.a

Dica: Para indicar tempo decorrido utilizamos o verbo “há”. 7) Foi ...... mais de um século que, numa reunião de escritores, se propôs a maldição do cientista que reduzirá o arco‑íris ...... simples matéria: era uma ameaça ...... poesia. a) a, a, à b) há, à, a c) há, à, à d) a, a, a e) há, a, à

Dica: Embora o verbo reduzir exija a preposição “a”, devemos observar a palavra apresentada após a preposição. 8) Refiro‑me ...... atitudes de adultos que, na verdade, levam as moças ...... rebeldia insensata e ...... uma fuga insensata. a) às, à, a b) as, à, à c) às, à, à d) as, à, a e) às, a, à

Dica: Refiro‑me “a” alguma coisa. Levam “a” alguma situação ou lugar. Devemos sempre observar palavra apresentada após a preposição. 9) Postou‑se ...... porta do prédio, ...... espera de uma pessoa ...... quem entregar a pasta de documentos. a) a, a, a b) à, à, a c) à, a, a d) a, a, à e) à, à, à

Dica: “A porta” é diferente de “à porta”. “A espera” é diferente de “à espera.” Só utilizamos crase diante de palavras femininas. 10) “......... dois dias da prova, cedeu .......... um impulso irracional de fugir ........... ela.” a) Há, à, a

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DICAS DE PORTUGUÊS

b) A, à, a c) Há, à, à d) A, a, à e) A, a, a

Dica: Para indicar tempo futuro, utilizamos a preposição “a”. Respostas: 1‑c 2‑b 3‑c 4‑a 5‑ à / a / à 6‑d 7‑e 8‑a 9‑b 10‑e Aguardo sua sugestão de temas para 2015 pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana bem legal!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 26 A 30 DE JANEIRO DE 2015

O QUE VI POR AÍ 2 Imagens e a língua Continuando o aperfeiçoamento em língua portuguesa com imagens da internet, eis o que temos nesta semana. Tem algo para perguntar? Escreva para dicasdeportugues@cnj.jus.br.

Uma semana feliz!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 2 A 6 DE FEVEREIRO DE 2015

PROGRAMAÇÃO DO ANO Começando a pontuar “A persistência é o caminho do êxito.” Charles Chaplin Começamos a programação de 2015 desta coluna neste mês de fevereiro. Neste ano, a cada mês, teremos um assunto diferente: pontuação, concordâncias, regras da ABNT, questões vernáculas, orações, acentos e grafias, crase, colocações e regências. Esses temas serão associados a exercícios e desafios. Você tem algo que queira saber? Pergunte! Envie sua questão para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Está trabalhando e surgiu uma dúvida? Pode perguntar também! Tem alguma crítica ou sugestão? Sempre às ordens! Participe! E ninguém ficará sabendo... Se a escrita surgiu por volta do ano 4000 a.C., os sinais de pontuação apareceram centenas de milhares de anos depois, tendo‑se firmado apenas no século XVII. Surgiram com a intenção de direcionar a leitura de textos escritos que, com a prensa de Gutemberg, passaram a ser mais comuns. A segunda gramática de língua portuguesa, de João de Barros, publicada em 1540, distingue como sinais de pontuação: a coma, o colo, a verga, o parêntesis e a interrogação. De lá para cá, os outros sinais foram surgindo, sendo os mais recentes as reticências, o travessão e as aspas. Você lê mais sobre a história dos sinais de pontuação aqui. Vamos tratar dos sinais de pontuação cujo emprego gera menos dúvida: zz Ponto de interrogação: usado no final da frase ou da oração para indicar uma pergunta direta, que se faz com entonação ascendente (aquela entonação característica de pergunta). Pode‑se combinar com ponto de exclamação. Exemplos: “– Que vai fazer?”; “A mim?! Que ideia!”. zz Ponto de exclamação: usado depois de interjeições, locuções ou frases exclamativas, expressando surpresa, espanto, piedade, súplica etc. Exemplos: “– Nunca! gemeu o enfermo.”; “Céus! Que injustiça!”. E vamos treinar o emprego de vírgulas, cujo emprego gera alguma dúvida e é o assunto da semana que vem? Pontue corretamente com vírgulas os textos que se seguem.

TEXTO 1 “De longe por entre coqueiros surge uma mulher vestida de calça e capa de borracha negra dessas de marinheiro; na mão um cajado longo. Não ouvem o que ela grita devido ao vento mas sentem no bastão erguido um gesto de ameaça. Seguem‑na um padre e um tipo de barbas. Em seguida os pescadores: velhos moços e meninos.” (Jorge Amado) TEXTO 2 “Durante o ciclo da borracha fora aquela legião de rapazes para os seringais. Poucos voltaram. O governo prometia mundos e fundos: terras hospitais ordenado médicos escolas. E no fim foi o que se viu: os desgraçados voltaram como antigamente. Roídos de beribéri de maleita magros e famintos. Dinheiro nem um tostão. E os arrebanhadores de gente ricos com casa na cidade.” (João Clímaco Bezerra) Uma semana feliz!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 9 A 13 DE FEVEREIRO DE 2015

VÍRGULA Aqui, ali, em alguns lugares “O tempo é o melhor autor: sempre encontra um final perfeito.” Charles Chaplin Como apresentado na semana passada, cada mês deste ano terá um tema específico. O tema de fevereiro é pontuação. Começamos, na semana passada, a tratar desse assunto e abordamos o uso do ponto de exclamação e do ponto de interrogação. Já anunciando o tema desta semana, deixamos dois textos sem vírgula, para que você os pontuasse corretamente. A seguir, a correção:

TEXTO 1 “De longe, por entre coqueiros, surge uma mulher vestida de calça e capa de borracha negra, dessas de marinheiro; na mão, um cajado longo. Não ouvem o que ela grita devido ao vento, mas sentem, no bastão erguido, um gesto de ameaça. Seguem‑na um padre e um tipo de barbas. Em seguida, os pescadores: velhos moços e meninos.” (Jorge Amado) TEXTO 2 “Durante o ciclo da borracha, fora aquela legião de rapazes para os seringais. Poucos voltaram. O governo prometia mundos e fundos: terras, hospitais, ordenado, médicos, escolas. E, no fim, foi o que se viu: os desgraçados voltaram como antigamente. Roídos de beribéri, de maleita, magros e famintos. Dinheiro, nem um tostão. E os arrebanhadores de gente, ricos com casa na cidade.” (João Clímaco Bezerra) O uso da vírgula é tema que causa preocupação em muitas pessoas. Há quase 1 milhão de resultados no Google sobre vírgula! Nesta coluna, também, é tema que sempre se faz presente. Mas se é algo tão estudado, como ainda não foi assimilado? Talvez seja porque a informação sobre esse tópico seja construída com listas de regras difíceis de compreender, ou porque se gasta muita energia com usos arcaicos... ou outro motivo... ou pela fama de poderosa que a vírgula tem... qual é o seu motivo? Para saber usar a vírgula, uma dose de conhecimento sintático é fundamental: o básico mesmo. Afinal, se não se sabe o que é sujeito ou o que é predicado, de que adianta saber uma regra de não uso da vírgula que diz: não se separa por vírgula o sujeito do predicado? Ou também: usa‑se vírgula no começo das orações coordenadas assindéticas adversativas. Sabe o que significa “não se separa” nesse contexto? Quer dizer que não pode ter uma vírgula entre o término do sujeito e o começo do predicado. Tudo no texto escrito, porque na fala a vírgula pode ser pausa. Então, é importante saber que: a) vírgulas não separam termos essenciais da oração; b) vírgulas isolam termos explicativos; c) vírgulas marcam alteração da ordem canônica sujeito‑verbo‑objeto‑circunstância. Como essas três informações muito claras é possível raciocinar e acertar no uso da vírgula. Muito importante: vírgulas não marcam respiração! Vamos lá!

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DICAS DE PORTUGUÊS

Em “As meninas que estavam com vestido verde, foram as primeiras a chegar”, a vírgula separa termos essenciais, assim como em “O juiz proclamou também, a sentença do réu”. Então, os dois exemplos estão errados. Em “João, que batizou o primo, foi assassinado por Herodes”, “As folhas, por exemplo, brancas e vermelhas ficam aqui”, “Mário, o moço que traz o pão, não veio hoje”, há exemplos de vírgulas que isolam termos explicativos, tudo certinho. E a alteração da ordem canônica? Fica assim: “Na semana passada, viajamos”, “O remédio, eu o trouxe”, “Deve‑se dar, a ele, a documentação”. E o resto das ocorrências? Há duas que merecem destaque, por causa da frequência de ocorrência nos textos: a) v írgula antes do “e”: é certo usar vírgula apenas quando os sujeitos das orações ligadas por essa conjunção forem diferentes: “A menina fez o dever, e a amiga não”, “A menina fez o dever e arrumou a mala” está certo, porque os sujeitos são os mesmos. b) vírgula em dupla: em muitos casos, para o texto ficar certo, a vírgula precisa estar em par: “As crianças participarão dos jogos e, também, do acampamento”, “Verde e vermelho são, respectivamente, a cor da blusa e a da calça”. Se tiver uma vírgula só nesse contexto, está errado. Se tiver alguma dúvida durante o expediente, pode mandar para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Para encerrar, um exemplo do poder da vírgula:

Uma semana deliciosa!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 23 A 27 DE FEVEREIRO DE 2015

SINAIS DE PONTUAÇÃO ESQUECIDOS Reticências, aspas, colchetes e travessão Neste mês e fevereiro, o assunto foi pontuação. Começamos com interrogação e exclamação e continuamos com vírgula. Para encerrar o assunto neste mês, trataremos de sinais que marcam a melodia, a entonação. As reticências marcam interrupção na frase e suspensão na melodia. Marcam dúvida, surpresa, alegria, ideias incompletas. São muito usadas em textos literários. Em textos referenciais, aparecem entre colchetes para marcar supressão de trechos do texto original em citações: “Ouviram do Ipiranga [...] o brado heroico”. As aspas são usadas no começo e no final de citações sem recuo, para acentuar o valor significativo de uma palavra, para marcar o significado de uma palavra e em títulos de livros, quando o texto for manuscrito. Em textos digitais, o título fica em itálico. Em citações, o ponto‑final pode ficar dentro ou fora das aspas. Fica dentro quando a citação começou com letra maiúscula e fica fora quando a citação começou com letra minúscula. Exemplos: As meninas estavam felizes “desde o começo dos tempos”. O poeta disse: “O poeta é um fingidor.” Os colchetes são usados para inserção de palavras ou expressões em citações e também em referências bibliográficas, quando não se tem certeza da informação. Exemplos: “As pessoas [homens e mulheres] precisam participar do curso.”. MOURA, L. Linda pessoa. São Paulo: Ática, [1996?]. Os travessões são usados para isolar elementos explicativos e em diálogos. Importante saber que hífen (‑) tem tamanho diferente de travessão (–). No teclado do computador, para fazer o travessão, em fontes que o distinguem, é só teclar Ctrl + o sinal de menos do teclado numérico. Alguma questão? Mande‑a para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Vamos exercitar?

1) Analise o fragmento extraído de um conto machadiano, intitulado – “Um apólogo”, pontuando‑o de acordo com as regras preestabelecidas:

Era uma vez uma agulha que disse a um novelo de linha Por que está você com esse ar, toda cheia de si toda enrolada para fingir que vale alguma cousa neste mundo 2) Explique a diferença de sentido em ambas as orações, levando em consideração os sinais de pontuação.

Eleitor quer justificar seu voto. Eleitor, quer justificar seu voto?

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DICAS DE PORTUGUÊS

3) (Fund. Carlos Chagas) Os períodos abaixo apresentam diferenças de pontuação. Assinale a letra correspondente ao período de pontuação correta: a) Hoje, eu daria o mesmo conselho, menos doutrina e, mais análise. b) Hoje eu daria o mesmo conselho: menos doutrina e mais análise. c) Hoje, eu, daria o mesmo conselho, menos doutrina e mais análise. d) Hoje eu daria o mesmo conselho menos doutrina e mais análise. e) Hoje eu, daria o mesmo conselho: menos doutrina, e, mais análise. 4) Atente‑se para o enunciado abaixo, atribuindo‑lhe a devida pontuação: Charles Darwin coletou muitos fósseis na viagem naquela época os fósseis eram considerados restos preservados de animais e vegetais há muito extintos a opinião aceita era que esses fósseis se formavam após uma grande catástrofe como o dilúvio que exterminava muitos seres vivos (PARKER, Steve. Darwin e a evolução. São Paulo: Scipione, 2002.p.11. Caminhos da Ciência) 5) Indique a frase em que o uso da vírgula está INCORRETO: a) Sapos e pirilampos esquisitos, habitavam a floresta misteriosa. b) Sujeito teimoso, Policarpo agora cismava em aprender medicina. c) Chegaram os turistas felizes, falando pelos cotovelos, muito curiosos. d) Lá pras bandas de Santa Catarina, choveu durante 20 dias sem parar. e) Dr. Gilberto, renomado cardiologista carioca, cuidou do meu tio. 6) Empregue, de modo adequado, os sinais de pontuação (vírgula, travessão e dois‑pontos) no seguinte trecho: ... Pierre no leme arribou para 330 graus. Vilfredo percebeu e alertou Pierre não esqueça o rumo é de 300 graus. Mas pai o barco está andando mais em 330 graus. (Família Schürmann; Dez anos no mar; p. 63) 7) A frase em que deveria haver uma vírgula é: a) Comi frutas e legumes. b) Comprei batatas bananas e pastéis. c) Ela tem lábios e nariz vermelhos. d) Não limparam a sala. 8) Assinale a pontuação errada. a) Falei com ele com tanta segurança, que nem discordou de mim. b) Porque falei com ela, para mim não há mais dúvidas. c) Falei com ela que eu, estaria aqui cedo hoje se tudo corresse bem. d) Falei ao chefe que, se o plano corresse bem, estaríamos salvos.

Uma semana feliz!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 2 A 6 DE MARÇO DE 2015

CONCORDÂNCIAS A arte de harmonizar Neste novo mês, o assunto é concordância. Assim, o foco volta‑se para o princípio sintático segundo o qual as palavras dependentes se harmonizam nas suas flexões com as palavras dependentes. Assim, com o substantivo “batatas”, por exemplo, concorda o artigo definido plural “as” e, por exemplo, o adjetivo feminino plural “frescas”. Tudo isso faz “as batatas frescas”. Há dois tipos de concordâncias: zz nominal: adjetivos, artigos, pronomes e numerais concordam em gênero e número com os substantivos determinados; e zz verbal: o verbo concorda com seu sujeito em número e pessoa. Nesta semana, falaremos de concordância nominal: 1 Concordância de adjetivo na função de adjunto adnominal: zz o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo a que se refere: “O alto ipê cobre‑se de flores amarelas.” zz o adjetivo que se refere a mais de um substantivo concorda com o mais próximo ou com ambos: “Esperava tios e tias maternas/maternos”, “Cheirava a cal e barro fresco/frescos”. 2 Concordância de adjetivo na função de predicativo zz o adjetivo concorda em gênero e número com o sujeito: “A ciência sem consciência é desastrosa”, “O mar e o céu estavam serenos”, “O vale e a campanha são frescos”. zz em orações com “é bom”, “é necessário” etc., o adjetivo fica no masculino singular, se não houver determinação: “É preciso muita cautela”, “É bom água de melissa”. Se houver determinação, a concordância fica normal: “É necessária a sua presença”, “Foram precisos os homens que estavam na obra”. Vamos exercitar?

Escreva nos espaços os nomes que figuram entre parênteses, fazendo‑os concordar corretamente: a) Pai e filha mantiveram‑se __________________________ (calado) b) Você escolhe _____________________________ lugar e hora (mau) c) Ela revelou um interesse uma solicitude mais que ______________________ (fraterno) d) O arbusto e as árvores haviam sido ________________pela queda do pinheiro (esmagado) e) Vai ____________________________ a lista de preços. (incluso) f) É tempo, é paciência, é dinheiro_________________ (perdido) g) Não custa muito a gente elogiar‑se a si _____________________ (mesmo) h) Visitei os museus e as escolas ___________________________ (recém‑fundado) i) Não se pode negar que Petrópolis é ____________________ (bonito)

Tem dúvida? Não deixe passar a oportunidade! Envie‑a para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Um ótimo começo de mês!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 9 A 13 DE MARÇO DE 2015

CONCORDÂNCIA VERBAL Exercícios antes da teoria “Quem comete uma injustiça é sempre mais infeliz que o injustiçado.” Platão Neste mês de março, o assunto é concordância. Começamos na semana passada com considerações sobre concordância nominal e exercício. Nesta semana, vamos ficar com exercícios de concordância verbal, que serão comentados aqui na próxima semana. Se tiver dúvida, pergunta, sugestão, o e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br está à sua disposição. Vamos lá!

Justifique a concordância dos verbos nas orações seguintes. a) É mofina a condição dos povos em que faltam lavradores e sobejam legisladores. b) Itaguaí e o universo ficavam à beira de uma revolução. c) No dia seguinte, veio o morgado e a filha a Lisboa. d) Seguiam‑na, a distância, o esposo e o médico. e) Obelisco não é mourão em que se amarram cavalos. f) Chegava a multidão de passageiros dos subúrbios. g) Eu, o silêncio e a solidão éramos quem estava aí. h) A maior parte das companheiras eram felizes. i) A maioria dos condenados acabou nas plagas africanas. j) Ao lado, em distância, conveniente para o fogo não chamuscar a copa verde, uma palmeira ou árvore esguia era plantada. l) O falso e o verdadeiro, a verdade e a mentira, tudo passa. m) Mais de um ricaço ficou reduzido à miséria. n) Nem o macaco nem a ema conseguem escapar à agilidade do puma. o) Sobraram certa de sessenta ingressos. p) Infelizmente, só quando acontecem tragédias é que as autoridades tomam providência.

Uma semana na paz!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 16 A 20 DE MARÇO DE 2015

CONCORDÂNCIA VERBAL Teoria depois dos exercícios “O corpo humano é a carruagem. Eu, homem que a conduz. O pensamento, as rédeas. Os sentimentos, os cavalos.” Platão Neste mês de março, o assunto é concordância. Começamos com considerações sobre concordância nominal e exercício. Semana passada, os exercícios chegaram antes da teoria. Agora é a hora de justificar as concordâncias verbais de cada oração do exercício da semana passada.

Justifique a concordância dos verbos nas orações seguintes. a) É mofina a condição dos povos em que faltam lavradores e sobejam legisladores. O sujeito de “faltam” – “lavradores” – está no plural e concorda com o verbo no plural; o sujeito de “sobejam” – “legisladores” – está no plural e concorda com o verbo no plural. b) Itaguaí e o universo ficavam à beira de uma revolução. O sujeito de “ficavam” é composto – Itaguaí e o universo” –; daí o verbo no plural. c) No dia seguinte, veio o morgado e a filha a Lisboa. O sujeito de “veio” – “o morgado e a filha” – tem dois núcleos e o verbo deve estar no plural. A forma correta é “vieram”. Apesar dessa regra geral, a gramática descreve a possibilidade de concordância com o sujeito mais próximo. d) Seguiam‑na, a distância, o esposo e o médico. O sujeito de “seguiam” – “o esposo e o médico” – tem dois núcleos e concorda com o verbo no plural. e) Obelisco não é mourão em que se amarram cavalos. O sujeito de “amarram” – “cavalos” – está no plural e concorda com o verbo, que está na voz passiva. f) Chegava a multidão de passageiros dos subúrbios. O sujeito de “Chegava” – “a multidão” – está no singular e concorda com o verbo. g) Eu, o silêncio e a solidão éramos quem estava aí. O sujeito de “éramos” – “Eu, o silêncio e a solidão” – tem três núcleos, sendo um deles um pronome de primeira pessoa. Então, o verbo fica na primeira pessoa do plural. h) A maior parte das companheiras eram felizes. O sujeito de “eram” – “a maior parte” – está no singular e o verbo deve estar no singular também: “era”. Apesar dessa regra geral, a gramática autoriza a concordância no plural, com o objetivo de evidenciar os vários elementos que compõem o todo.

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DICAS DE PORTUGUÊS

i) A maioria dos condenados acabou nas plagas africanas. O sujeito de “acabou” – “A maioria” – está no singular e concorda com o verbo. Apesar dessa regra geral, a gramática autoriza a concordância no plural, com o objetivo de evidenciar os vários elementos que compõem o todo. j) Ao lado, em distância, conveniente para o fogo não chamuscar a copa verde, uma palmeira ou árvore esguia era plantada. O sujeito de “era” – “uma palmeira ou árvore esguia” – pode levar o verbo para o singular ou o plural, a depender de o fato expresso pelo verbo poder ser atribuído a todos os sujeitos ou não, com a ideia de alternativa. No caso desta oração, há ideia de atribuição aos dois sujeitos e o verbo deve ficar no plural. l) O falso e o verdadeiro, a verdade e a mentira, tudo passa. O sujeito de “passa” – “tudo” – está no singular e concorda com o verbo. m) Mais de um ricaço ficou reduzido à miséria. O sujeito de “ficou” – “mais de um” – está no singular e concorda com o verbo. n) Nem o macaco nem a ema conseguem escapar à agilidade do puma. O sujeito de “conseguem” – “Nemo macaco nem a ema” – pode levar o verbo para o singular ou o plural, a depender de o fato expresso pelo verbo poder ser atribuído a todos os sujeitos ou não, com a ideia de alternativa. No caso desta oração, há ideia de atribuição aos dois sujeitos e o verbo deve ficar no plural. o) Sobraram cerca de sessenta ingressos. O sujeito de “Sobraram” – “sessenta ingressos” – está no plural e leva o verbo para o plural. p) Infelizmente, só quando acontecem tragédias é que as autoridades tomam providência. O sujeito de “acontecem” – “tragédias” – está no plural e concorda com o verbo no plural.

Uma semana justa!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 23 A 27 DE ABRIL DE 2015

CONCORDÂNCIA DO VERBO SER Como ser correta Neste mês de março, o assunto é concordância. Já falamos de concordância nominal e de concordância verbal e fizemos exercícios. Nesta semana, o foco volta‑se à concordância do verbo Ser, presente em predicados nominais. Por ocorrer em predicados nominais, em que o sujeito e o predicativo apresentam a mesma natureza nominativa e representam uma igualdade, alguns aspectos da concordância do verbo Ser dão‑se de forma diferente. A regra geral de concordância verbal afirma que o verbo concorda com o seu sujeito. Já com o verbo Ser é diferente. Existem contextos em que ele concorda com o predicativo. São eles: zz o sujeito é tudo, isto, isso, aquilo. Exemplo: Tudo eram hipóteses. zz o sujeito é nome de coisa no singular e o predicativo um substantivo no plural. Exemplo: Sua salvação foram aquelas ervas. zz o sujeito é uma expressão de sentido coletivo. Exemplo: A maioria eram rapazes. zz nas locuções é muito, é pouco, é menos, cujo sujeito exprime quantidade, preço, medida. Exemplo: Seis anos era muito. Três metros é menos que preciso. zz na indicação de horas, datas e distâncias, sendo o verbo impessoal. Exemplo: Eram dias da tarde. Hoje são 25. Mas nesse caso o verbo pode ficar no singular, concordando com a ideia implícita de “dia”. Vamos exercitar?

Complete cada período com uma das formas do verbo Ser propostas entre parênteses, atendendo à concordância da língua portuguesa padrão. a) Nem tudo na vida _____ flores. (é/são) b) A sua meta _______ os grandes centros da europa. (era/eram) c) João _______ só problemas. (era/eram) d) Isto _____ teorias que a prática desmente. (é/são) e) Cem mil reais _____ muito. (é/são) f) Hoje _______ 25 do mês. (é/são) g) Quando voltei da cidade _________ uma hora e meia da tarde. (era/eram) h) ___________ cinco horas da manhã quando me chamaram. (seria/seriam) i) Aquilo ___________ caprichos que não durariam muito. (era/eram) j) Os EUA _________ país rico. (é/são) l) _______uma vez dois mágicos famosos. (era/eram) m) O responsável ____ tu. (és/é) n) O que mais me agradou no filme ______ as cenas finais. (foi/foram) o) Bons divertimentos ___________ é o que não lhe falta. (é/são) p) Preservemos a natureza: os beneficiados _____ nós. (são/somos) q) Edifícios só havia dois, o resto casas modestas. (era/eram)

Uma semana agradável

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DICAS DE PORTUGUÊS

DE 6 A 10 DE ABRIL DE 2015

ABNT Normas para a Academia Novo mês, novo assunto. Durante este mês de abril, vamos estudar o que a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) nos propõe para a normalização de trabalhos acadêmicos. Quem nunca estremeceu ao ouvir “O trabalho tem de ser nas regras da ABNT”? A ABNT é o “Foro Nacional de Normalização por reconhecimento da sociedade brasileira desde a sua fundação, em 28 de setembro de 1940, e confirmado pelo governo federal por meio de diversos instrumentos legais”. Sua história detalhada pode ser vista aqui. Entre as normas existentes, vamos nos debruçar sobre as seguintes: zz NBR 6023, de 2002 – trata de Informação e Documentação – Referências – Elaboração; zz NBR 14724, de 2011 – trata de Informação e Documentação – Trabalhos Acadêmicos – Apresentação; zz NBR 10520, de 2002 – trata de Informação e Documentação – Citação em documentos – Apresentação. Salvo orientação específica em algum manual da instituição acadêmica, que normalmente reproduz as normas da ABNT, a formatação de monografias – TCC, dissertação e tese – segue o que se determina nessas normas. Tratemos da ABNT NBR 14724:2011, que “especifica os princípios gerais para a elaboração de trabalhos acadêmicos (teses, dissertações e outros), visando sua apresentação à instituição (banca, comissão examinadora de professores, especialistas designados e/ou outros)”. Constituem a estrutura de um trabalho acadêmico: a parte externa (capa e lombada) e a parte interna (elementos pré‑textuais, textuais e pós‑textuais). Na parte interna, são obrigatórios: folha de rosto, folha de aprovação, resumo na língua vernácula, resumo em língua estrangeira, sumário, introdução, desenvolvimento, conclusão e referências. A norma segue descrevendo cada uma dessas partes: o que deve ter e como deve ser feito. Em linhas gerais, os trabalhos acadêmicos são feitos em folha A4, margens 3 cm (esquerda e superior) e 2 cm (direita e inferior), com margens espelho no verso, fonte 12 e espaçamento 1,5 linha para o texto e fonte 10 e espaçamento simples para notas de rodapé e citações com recuo. Não há indicação da fonte de letra (Times, Arial, Calibri) – isso fica a critério da instituição acadêmica ou do autor. Importante destacar que Sumário não é Índice e que cada um segue regras específicas descritas em normas específicas. Tem alguma dúvida? Pergunte sem medo pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Semana que vem, a 6023 espera por você! Uma semana normalizada!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 13 A 17 DE ABRIL DE 2015

NBR 6023 Referências Bibliográficas Neste mês de abril, estamos estudando as normas técnicas da ABNT relacionadas a trabalhos acadêmicos. Na semana passada, tratamos da estrutura desse tipo de texto, falando sobre a NBR 14724. Nesta semana, vamos enfocar as referências bibliográficas, padronizadas pela NBR 6023. Segundo as definições técnicas de produção de trabalhos acadêmicos, bibliografia refere‑se às publicações que tratam de determinado assunto, tendo sido consultadas ou não. Já as referências bibliográficas são as publicações consultadas e citadas no trabalho acadêmico em questão. As referências são organizadas em ordem alfabética do sobrenome do autor, escrito em caixa alta. Ficam com espaço entre linhas simples e espaço duplo entre elas. O título da publicação pode vir ou em itálico ou em negrito, segundo a escolha do autor, na ausência de manual específico da instituição de ensino superior. Vamos ao exemplo: GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Ou GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Depois vêm a cidade da editora, o nome da editora e o ano da publicação. Em um livro, essas informações são encontradas nas primeiras páginas ou na ficha catalográfica, que também fica no verso das primeiras páginas. Exemplo: GOMES, L. G. F. F. Novela e sociedade no Brasil. Niterói: EdUFF, 1998. Nesses tempos de textos eletrônicos, a referência de publicações on‑line pede o endereço completo entre < e > e precedido de “Disponível em:” e seguido de “Acesso em:”, com a data de acesso correspondente. Exemplo: ALVES, Castro. Navio negreiro. [S.l.]: Virtual Books, 2000. Disponível em: <http://www. terra.com.br/virtualbooks/freebook/port/Lport2/navionegreiro.htm>. Acesso em: 10 jan. 2002, 16:30:30. E quando a referência for de um texto de revista? O negrito ou o itálico fica no nome da revista e o título do artigo fica normal, sem aspas, como no exemplo a seguir: GURGEL, C. Reforma do Estado e segurança pública. Política e Administração, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 15‑21, set. 1997. Algumas observações pontuais: zz o subtítulo das publicações é precedido de dois pontos e fica normal; exemplo: PASTRO, Cláudio. Arte sacra: espaço sagrado hoje. São Paulo: Loyola, 1993. zz a edição, se houver, é indicada pelo número correspondente, seguido de “ed.”: exemplo: FRANÇA, Júnia Lessa et al. Manual para normalização de publicações técnico‑científicas. 3. ed. rev. e aum. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 1996. zz a palavra “editora” só aparece no nome das editoras universitárias, como EdUnB, Edusp.

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DICAS DE PORTUGUÊS

zz quando a publicação pertence a uma série ou coleção, essa informação vem entre

parênteses; exemplo: CARVALHO, Marlene. Guia prático do alfabetizador. São Paulo: Ática, 1994. 95 p. (Princípios, 243). zz quando duas publicações do mesmo autor são citadas, a partir da segunda, um traço substitui o nome do autor; exemplo: FREYRE, Gilberto. Casa grande & senzala: formação da família brasileira sob regime de economia patriarcal. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1943. 2 v. ______ . Sobrados e mucambos: decadência do patriarcado rural no Brasil. São Paulo: Ed. Nacional, 1936. A leitura da versão integral da NBR 6023 pode ajudar muito você, em caso de dúvida. Se quiser saber mais, perguntar, esclarecer, o e‑mail está à disposição! Quer treinar? Faça a referência de um livro da sua mesa de trabalho, da sua sala, da sua aula, e mande para dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma linda semana!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 27 A 30 DE ABRIL

NBR 10520 Citação em documentos Encerrando este mês específico de regras da ABNT para a apresentação de trabalhos acadêmicos, depois de ter tratado de forma (apresentação) e de referências bibliográficas, é chegada a hora de tratar de citação de outros textos no corpo do trabalho acadêmico. As prescrições da ABNT estão na NBR 10520. Citação é a menção de uma informação extraída de outra fonte; pode ser direta – transcrição textual de parte da obra do autor consultado – ou indireta – texto com base na obra do autor consultado. A citação é feita imediatamente antes ou depois da citação (atenção ao uso ou não da caixa alta), assim: zz A ironia seria assim uma forma implícita de heterogeneidade mostrada, conforme a classificação proposta por Authier‑Reiriz (1982). zz “Apesar das aparências, a desconstrução do logocentrismo não é uma psicanálise da filosofia [...]” (DERRIDA, 1967, p. 293). Citações de até três linhas ficam no corpo do parágrafo; as com mais de três linhas são transcritas com fonte menor e recuo de margem de 4 cm. Detalhes gráficos: zz [...] indica que houve supressão do texto original transcrito na citação; zz [grifo nosso] indica que o autor do trabalho acadêmico usou negrito ou itálico para destacar trecho da citação; zz [grifo do autor] indica que o destaque na citação veio do original citado. Há dois tipos de sistema de chamada: o número e o autor‑data. Este é o mais frequente. Exemplo do sistema autor‑data: No texto: A chamada “pandectística havia sido a forma particular pela qual o direito romano fora integrado no século XIX na Alemanha em particular.” (LOPES, 2000, p. 225). Na lista de referências: LOPES, José Reinaldo de Lima. O Direito na História. São Paulo: Max Limonad, 2000. No texto: Bobbio (1995, p. 30) com muita propriedade nos lembra, ao comentar esta situação, que os “juristas medievais justificaram formalmente a validade do direito romano ponderando que este era o direito do Império Romano que tinha sido reconstituído por Carlos Magno com o nome de Sacro Império Romano.” Na lista de referências: BOBBIO, Norberto. O positivismo jurídico: lições de Filosofia do Direito. São Paulo: Ícone, 1995. Então é isso. Que este mês fique de referência para os atuais e futuros trabalhos acadêmicos. Lembre‑se: na falta de manual específico da instituição de ensino superior, valem as regras da ABNT. Ficou com alguma dúvida? Quer sugerir, comentar, criticar? Às ordens pelo dicasdeportugues@ cnj.jus.br. Uma ótima semana!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 4 A 8 DE MAIO DE 2015

DICAS DO FACE Post de serviço Neste mês de maio, esta coluna vai apresentar dicas pontuais de língua portuguesa, relacionadas à diferença de significado de palavras, por exemplo. Para começar, foram selecionados posts já publicados no Facebook do CNJ, em que se ilustram essas diferenças. Se você tiver alguma sugestão, algum comentário ou quiser tirar alguma dúvida de língua portuguesa, o e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br é a solução!

Uma semana boa!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 11 A 15 DE MAIO DE 2015

DICAS DO FACE Posts de serviço parte 2 Continuamos a apresentar, neste mês de maio, questões pontuais de língua portuguesa, relacionadas ao uso de palavras e expressões que podem surpreender a mim e a você. Na semana passada, foram essas aqui. As dicas de português na fan page do CNJ, no Facebook, são publicadas aos finais de semana. Então, vamos ser de novo e aprender para todo sempre!

Tem alguma dúvida atormentando você? Ficou com dúvida? Sempre quis perguntar algo, mas perdeu o contato com o professor da escola? O e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br está à sua disposição. Uma semana produtiva!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 18 A 22 DE MAIO

VÍCIOS DE LINGUAGEM Republicando “A tarde talvez fosse azul se não houvesse tantos desejos.” Neste mês, nosso assunto são questões pontuais de língua portuguesa, as questiúnculas que podem ter algum efeito prático no dia a dia. Já foram duas semanas com posts publicados pela fan page do CNJ no Facebook. O primeiro artigo desta coluna foi publicado em 8 de fevereiro de 2010. De lá para cá, muito já se falou de língua portuguesa. Todo o conteúdo está disponível na intranet, na guia Serviços, na aba Dicas de Português. A seguir, a republicação de um dos primeiros textos, disponível aqui. Acordo amigável Trata‑se de tautologia, de pleonasmo vicioso a ser evitado, pois configura redundância de termos. Acordo já traz em si uma carga semântica de combinação, de ajuste, de acomodação, de conciliação. A princípio Expressão significa “inicialmente, antes de tudo”. Ex.: A princípio quero alegar a inocência do acusado. Não confundir com a expressão “em princípio” que quer dizer “em tese”. Ex.: Em princípio, todos devem ser considerados inocentes, nos termos do art. 5º, LVII, da Constituição Federal. A teor de Não registrada pelos gramáticos e dicionaristas a possibilidade de emprego vernáculo da expressão “a teor de” com o significado de conjunção conformativa, devendo ser substituída, em tais casos, por: “como, conforme, consoante, nos termos do, de conformidade com”. Ex.: A extinção do processo sem julgamento do mérito é a solução adequada para o caso, a teor do art. 267 do Código de Processo Civil, (errado). Use: “de conformidade com o art....”, “conforme o art....” Bem como Com relação à concordância verbal, quando dois sujeitos vêm ligados por “bem como”, o verbo concorda, em regra, com o primeiro. Ex.: Esse interessante capítulo, bem como os subsequentes, encerra fatos conhecidos de muitos. Entretanto, há possibilidade de emprego optativo do verbo no singular ou no plural. No singular, quando se quer destacar o primeiro núcleo; no plural, quando se quer referir o conteúdo verbal a ambos os núcleos do sujeito. Ex.: O urso‑polar, assim como outros animais marinhos, se alimenta de peixes; O urso‑polar bem como a foca se alimentam de peixes.

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1º SEMESTRE DE 2015

Cuspido e escarrado Trata‑se de expressão indevida e equivocada, que se popularizou pela deterioração de esculpido e encarnado. O correto é alguém dizer: “o investigante era o próprio investigando cuspido e encarnado”. Não dizer: o investigante era o próprio investigante cuspido e escarrado. CPI: as CPI ou as CPIs? Segundo Napoleão Mendes de Almeida, as siglas se pluralizam pelo acréscimo de um “s” minúsculo às letras já integrantes delas. E nem Essas palavras só podem vir juntas em sequência, quando o “e” for conjunção e o “nem” for advérbio, exercendo cada uma, assim, sua própria função morfológica. Exs.: O ordenamento jurídico busca a realização da justiça e nem sempre consegue (correto). O advogado não apresentou contestação, nem apresentará (correto). O advogado não apresentou contestação e não apresentará (correto). O advogado não apresentou contestação e nem apresentará (errado). Eis que Locução conjuntiva temporal, a qual pode aproximadamente ser substituída por quando. Ex.: a audiência seguia tranquila, eis que o advogado resolveu tumultuá‑la (correto). Não se deve usar para substituir locução conjuntiva causal (significando “porque, uma vez que”), ou conjunção explicativa ou conjunção condicional. Ex.: o réu foi absolvido, eis que não havia provas concretas contra ele (errado). Estada/Estadia Estada é a permanência de animais ou pessoas em algum lugar. Estadia é para navios, carros. Face a/ Em face de/ Em face a Em nosso idioma, existem as locuções prepositivas “em face de” e “em face a”, as quais podem ser substituídas pelas preposições “ante” e “perante”. Para Napoleão Mendes de Almeida, é invencionice o uso de “face a”, que não existe em nosso idioma. Vejam‑se algumas frases usadas comumente nos meios forenses, com indicação de correção e erro: Face ao exposto, julgo improcedente o pedido formulado (errado). Face ao juiz, a testemunha calou‑se (errado). Em face do exposto, julgo improcedente o pedido formulado (correto). Em face do juiz, a testemunha calou‑se (correto). Em face ao exposto, julgo improcedente o pedido formulado (correto). Em face do exposto, julgo improcedente o pedido formulado (correto). Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma semana espetacular!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 25 A 39 DE MAIO DE 2015

CONSTRUÇÕES INADEQUADAS Republicando Nesta última semana de maio, encerramos o mês das questões pontuais de língua portuguesa com a republicação de uma Dica. O original está aqui. Tem algo a perguntar? O e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br continua à sua disposição. Atenção para as construções nos seguintes verbos e respectivos exemplos Acabar/acontecer/começar/compartilhar/decidir Ex.: “A decisão acabou em discussão no plenário”. O verbo “acabar” significa “resultar, redundar”. Não deve ser usado com o sentido de “causar”. O correto é: A decisão resultou em discussão no plenário. Ex.: A reunião acontecerá dia 22 de junho, às 15 horas. O sentido do verbo “acontecer” é “suceder ou realizar‑se inesperadamente, de surpresa”. Assim, não deve ser empregado para designar fato previsto anteriormente. Correto: A decisão ocorrerá dia 22 de junho, às 15 horas. Ex.: “As inscrições começarão a partir da próxima semana”. Não se emprega “começarão” com “a partir de” por formar pleonasmo. O correto é: As inscrições começarão na próxima semana. Ex.: “Ele compartilhou conosco”. “Compartilhar” significa “partilhar em companhia de”. Não se admite a construção com o complemento em primeira pessoa. O correto é: Ele partilhou conosco. Ex.: “Os ministros decidiram em comum acordo defender a proposta”. A expressão “comum acordo” é pleonástica e não deve ser empregada. O correto é: Os ministros decidiram defender a proposta. Outras construções equivocadas. Ex.: “A data da reunião foi adiada”. O correto é: A reunião foi adiada (não tem como adiar a data, mas sim a reunião). Ex.: “Além de explicar bem oralmente, também trouxe impressos os argumentos”. Correto: Além de explicar muito bem, trouxe impressos os argumentos. Ex.: “Ele tinha diversas alternativas para evitar o problema”. “Alternativa” significa “outra opção”, e não “diversas opções”. Embora muito comum, prefira sempre “diversas opções”. O correto é: Ele tinha diversas opções para evitar o problema. Ex.: “O prazo foi ampliado por dois meses”. O uso da preposição “por” é inadequado ao lado de “ampliado”. O correto é: Prazo foi ampliado em dois meses. Ex.: “A sessão teve continuidade nesta tarde”. “Continuidade” significa “ato contínuo constante”. No caso, melhor empregar “prosseguimento” ou “continuação”. O correto é: A sessão teve prosseguimento nesta tarde / ou continuou. Uma semana bacana!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 1 A 5 DE JUNHO DE 2015

ORAÇÃO Quando as palavras se relacionam Novo mês, novo assunto: oração. No mês passado, vimos apenas palavras isoladas, cujo contexto de ocorrência pouco importa para a construção do significado. Neste mês, vamos tratar de oração que, no âmbito dos estudos de linguagem, significa um enunciado de sentido completo em que há pelo menos um verbo conjugado, ou uma forma verbal, conforme já se falou aqui. Vamos tratar do relacionamento entre as orações, o que configura um período, em que pode haver coordenação ou subordinação, conforme também já se falou aqui e aqui. Que tal um exercício? No texto abaixo, quantas orações há? Qual é o sujeito de cada forma verbal? Queremos saber qual foi a maior loucura que você já fez por amor. Uma data cheia de significados como o Dia dos Namorados pode terminar com uma surpresa. Entre os dias 3 a 8 de junho, a SGP receberá a sua história, contada em até cinco linhas, pelo e‑mail seged@cnj.jus.br. Disponibilizaremos as histórias, sem dizer de quem é a autoria, para que todos votem e escolham a “Loucura de Amor” vencedora. A votação será feita nos dias 9 e 10/6, na intranet do CNJ. O ganhador será quem obtiver maior quantidade de votos. Tem alguma pergunta sobre esse assunto? Mande‑a para dicasdeportugues@cnj.jus.br. E aguarde: em comemoração aos 10 anos do CNJ, vem aí uma surpresa! Uns dias azuis!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 8 A 12 DE JUNHO DE 2015

ORAÇÕES Verbos e sujeitos Neste mês de junho, nosso assunto são as orações, ou seja, enunciados de sentido completo em que exista pelo menos uma forma verbal. E você sabe o que é forma verbal? Forma verbal é o verbo conjugado em alguma das três pessoas e no singular ou no plural. Lembra‑se do texto da semana passada? Queremos saber qual foi a maior loucura que você já fez por amor. Uma data cheia de significados como o Dia dos Namorados pode terminar com uma surpresa. Entre os dias 3 a 8 de junho, a SGP receberá a sua história, contada em até cinco linhas, pelo e‑mail seged@cnj.jus.br. Disponibilizaremos as histórias, sem dizer de quem é a autoria, para que todos votem e escolham a “Loucura de Amor” vencedora. A votação será feita nos dias 9 e 10/6, na intranet do CNJ. O ganhador será quem obtiver maior quantidade de votos. Vamos fazer o exercício por partes?

1) Queremos saber qual foi a maior loucura que você já fez por amor. a) Quais são as formas verbais? Queremos, fez. b) Quais são os respectivos sujeitos? Nós (desinencial), você. c) Quantas orações há? Duas. 2) U ma data cheia de significados como o Dia dos Namorados pode terminar com uma surpresa. a) Quais são as formas verbais? Pode. b) Q uais são os respectivos sujeitos? Uma data cheia de significados como o Dia dos Namorados. c) Quantas orações há? Uma. 3) Entre os dias 3 a 8 de junho, a SGP receberá a sua história, contada em até cinco linhas, pelo e‑mail seged@cnj.jus.br. a) Quais são as formas verbais? Receberá. b) Quais são os respectivos sujeitos? A SGP. c) Quantas orações há? Uma. 4) Disponibilizaremos as histórias, sem dizer de quem é a autoria, para que todos votem e escolham a “Loucura de Amor” vencedora. a) Quais são as formas verbais? Disponibilizaremos, votem, escolham. b) Quais são os respectivos sujeitos? Nós (desinencial), todos, eles (desinencial) c) Quantas orações há? Três. 5) A votação será feita nos dias 9 e 10/6, na intranet do CNJ. a) Quais são as formas verbais? Será.

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1º SEMESTRE DE 2015

b) Quais são os respectivos sujeitos? A votação. c) Quantas orações há? Uma. 6) O ganhador será quem obtiver maior quantidade de votos. a) Quais são as formas verbais? Será, obtiver. b) Quais são os respectivos sujeitos? O ganhador, quem. c) Quantas orações há? Duas.

Sabe qual é uma das utilidades de saber qual é o sujeito e o respectivo verbo? Não errar a pontuação, afinal não se separa por vírgula o sujeito do predicado. À disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Uma boa semana!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 15 A 19 DE JUNHO DE 2015

CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES Coordenadas e Subordinadas Neste mês de junho, estamos com o foco voltado para as orações; já falamos de que se trata e fizemos um exercício de identificação de sujeitos e verbos respectivos, importante para a pontuação. Nesta semana, vamos recuperar a classificação das orações nos períodos compostos. Período composto é constituído de duas ou mais orações. Às vezes, uma oração exerce função sintática em relação à principal – daí, temos oração subordinada; às vezes não – daí temos oração coordenada. As orações coordenadas são independentes e vêm ligadas pelas conjunções coordenativas ou apenas justapostas. Quando há conjunção, classificam‑se em: aditivas, adversativas, conclusivas e explicativas. Vamos aos respectivos exemplos: zz A doença vem a cavalo e volta a pé. zz A espada vence, mas não convence. zz Venha agora ou perderá a vez. zz Vives mentindo, logo não mereces fé. zz O cavalo estava cansado, porquanto arfava muito.

As orações subordinadas exercem função sintática em relação à principal e podem ser substantivas, adjetivas ou adverbiais. A subdivisão de cada uma segue as possibilidades de função sintática dos sintagmas. Vamos à terminologia da gramática tradicional: zz Substantiva: subjetiva, objetiva direta, objetiva indireta, predicativa, completiva nominal e

apositiva. zz Adjetiva: explicativa e restritiva. zz Adverbial: causal, comparativa, concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final,

proporcional, temporal e modal. Lembre que essa classificação é de base semântica e algumas vezes a distinção não é totalmente clara e precisa. Há até quem proponha que coordenadas explicativas e subordinadas causais sejam o mesmo, conforme se discutiu aqui. Quer exercitar?

Identifique e classifique as orações subordinadas adverbiais nos períodos a seguir: a) Minha mão tremia tanto que mal podia escrever. b) Joel acompanhou a irmã, embora estivesse cansado. c) Onde há fumaça há fogo. d) À medida que subimos, o ar se rarefez. e) Fiz‑lhe sinal para que não insistisse. f) Os detentos fugiram da penitenciária porque eram maltratados.

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1º SEMESTRE DE 2015

g) Ali vivíamos felizes, sem que ninguém nos perturbasse. h) Envelheçamos como as árvores fortes envelhecem. i) Por que não foi lá ontem, como me tinha dito? j) Ia escurecendo quando entrou na casa. l) Se Deus não guarda a cidade, em vão a sentinela vigia.

Quer mandar sua resposta para dicasdeportugues@cnj.jus.br? Uma semana perfeita!

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DICAS DE PORTUGUÊS

SEMANA DE 22 A 26 DE JUNHO DE 2015

CLASSIFICAÇÃO DE ORAÇÕES Subordinadas Substantivas e Adjetivas Neste mês, nosso assunto são as orações. Já falamos do relacionamento entre as orações, fizemos exercício de identificação do sujeito e de classificação de orações subordinadas. Nesta semana, trataremos de orações subordinadas substantivas e adjetivas. As orações subordinadas substantivas são aquelas em que, no lugar de um substantivo, há uma oração precedida pela conjunção integrante “que” ou “se”. Exemplo: Sua elaboração é necessária. (sujeito) / É necessário que você colabore. (oração subordinada substantiva subjetiva) A classificação delas segue a função no período – objetivo, complemente, predicativo, aposto e sujeito. As orações subordinadas adjetivas são de dois tipos – restritivas e explicativas – e têm valor e função de adjetivos. As explicativas esclarecem o termo antecedente, atribuindo‑lhe qualidade que lhe é inerente ou acrescentando‑lhe qualidade que lhe é inerente ou acrescentando‑lhe uma informação. Exemplo: Valério, que nasceu rico, morreu na miséria. Já as restritivas limitam o significado do termo antecedente, sendo indispensáveis ao sentido da frase. Exemplo: Pedra que rola não cria limo. Ambos os tipos são precedidos de algum pronome relativo; podem vir entre vírgulas, se forem explicativas, ou não, se forem restritivas. Todo pronome relativo tem um antecedente na oração e a ele substituiu. Exemplo: A mãe, que era surda, estava na sala. Oração adjetiva: “que era surda” Antecedente do “que”: “mãe” Sujeito do “era”: “que” Vamos exercitar?

1 Identifique e classifique as orações subordinadas substantivas a seguir. a) Cada vez me convenço de que a guerra é estupidez. b) O rei persuadiu‑o a que aceitasse o cargo. c) É justo que amparemos nossos pais. d) Foi decidido que não haveria discursos. e) Admitamos que o mundo acabe amanhã. 2 Identifique o antecedente do “que” pronome relativo nas orações que se seguem. a) O vulcão, que parecia extinto, voltou a dar sinal de vida. b) Este é um ideal por que sempre lutei. c) Mauro tem atitudes que me irritam. d) Vi o quadro de que ele tinha gostado muito. e) Os tiranos eram cruéis a quem o povo se submetia.

Ficou com dúvida? Sempre à disposição pelo e‑mail dicasdeportugues@cnj.jus.br. Excelente semana!

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1º SEMESTRE DE 2015

SEMANA DE 29 DE JUNHO A 3 DE JULHO DE 2015

COMEÇO DO FINAL DO ANO Língua na arte No mês de junho, estudamos orações e períodos e a respectiva classificação... Muita técnica e nenhuma arte... Neste 1º de julho, início do segundo semestre, dia de alguma alegria (você com certeza a tem!), mudemos o foco. Vamos para a arte. A arte de escrever versos dodecassílabos terminados com palavras proparoxítonas. Já sabe do que se trata? A música “Construção”, de Chico Buarque, lançada em 1971. Ei‑la:

Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico Seus olhos embotados de cimento e lágrima Sentou pra descansar como se fosse sábado Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago Dançou e gargalhou como se ouvisse música E tropeçou no céu como se fosse um bêbado E flutuou no ar como se fosse um pássaro E se acabou no chão feito um pacote flácido Agonizou no meio do passeio público Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último Beijou sua mulher como se fosse a única E cada filho seu como se fosse o pródigo E atravessou a rua com seu passo bêbado Subiu a construção como se fosse sólido Ergueu no patamar quatro paredes mágicas Tijolo com tijolo num desenho lógico Seus olhos embotados de cimento e tráfego Sentou pra descansar como se fosse um príncipe

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DICAS DE PORTUGUÊS

Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo Bebeu e soluçou como se fosse máquina Dançou e gargalhou como se fosse o próximo E tropeçou no céu como se ouvisse música E flutuou no ar como se fosse sábado E se acabou no chão feito um pacote tímido Agonizou no meio do passeio náufrago Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina Beijou sua mulher como se fosse lógico Ergueu no patamar quatro paredes flácidas Sentou pra descansar como se fosse um pássaro E flutuou no ar como se fosse um príncipe E se acabou no chão feito um pacote bêbado Morreu na contra‑mão atrapalhando o sábado

Quer ouvir? Uma versão está aqui. #PartiuFinalDoAno Prepara que tem uma surpresa chegando! Um mês de júbilo!

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