Design Editorial de um livro objeto da tragédia de William Shakespeare
RAFAEL ERVOLINO
FUNDAÇÃO ARMANDO ÁLVARES PENTEADO - FAAP São Paulo - 2012
RAFAEL ERVOLINO
FUNDAÇÃO ARMANDO ÁLVARES PENTEADO - FAAP São Paulo - 2012
Design Editorial de um livro objeto da tragédia de William Shakespeare
Trabalho de conclusão da graduação como parte obrigatória para a obtenção do grau de bacharel em DESENHO INDUSTRIAL com habilitação em DESIGN GRÁFICO
Professor de TCC Professor Mestre Carlos PERRONE Professor Paulo SAMPAIO Professor Especialista Miguel de Frias e VASCONCELOS FILHO
Professor Orientador Professora Mestre Marcia Cerqueira de AGUIAR
Palavras Chave
Palavras Chave ItĂĄlia, Verona SĂŠc. XVI, Livro objeto, Renascimento, Barroco, Maneirismo, William Shakespeare.
Agradecimentos
A
agradeço à professora ,Laura Colonhezi, pelas suas excelentes aulas de História
da Arte, que me proporcionaram conhecimento para explorar as características de pinturas Renascentistas e Barrocas no meu trabalho. Agradeço a minha ótima orientadora Marcia Aguiar, por identificar minhas necessidades e propor soluções com eficácia. Agradeço também ao meu pai (in memoriam), a sua sócia, Amélia Carvalho e Silva, e ao seu grande amigo de faculdade, Luiz Garcia Mandarano por coloborarem imensamente com a minha formação profissional.
Sumário 1.Palavras Chave
6
2.Resumo
14
3.Introdução
16
4.Objetivo
20
5.Tema 5.1 O autor
5.2 Contexto Histórico de Londres
5.3 Romeu e Julieta - Sinopse 5.4 Sobre a obra 5.5 Época - Renascimento
22 23 24 26 28
Descrição, arquitetura, vestuário e comportamento.
6.Linguagem - O livro e os elementos gráficos que o compõem 6.1 Formato 6.2 Suporte 6.3 Encadernação 6.4 Texto e tipografia 6.5 Diagramação 6.6 Ilustrações 6.7 Cor
31 32 34 35 36 37 38
7.Pesquisa 7.1 O mercado literário Nacional e a obra de Romeu e Julieta 7.2 Pesquisa em Sebos 7.3 Livros diferenciados 7.4 Adaptação ou texto original? 7.5 Conclusão
41 58 64 72 74
8.Referências Visuais do Renascimento e elementos que compõem o livro. 8.1 Diagramação 8.2 Leitura de obras 8.3 Ilustrações 8.4 Esculturas 8.5 Tipografia 8.6 Vestuário 8.7 Objetos 8.8 Arquitetura 8.9 Brasões 8.10 Suporte e impressão 8.11 Verona
77 81 84 89 90 94 98 100 104 105 106
9. O Produto 9.1 Rafes 9.2 Mock Up Branco 9.3 Planejamento 9.4 Formato, Suporte e Encadernação 9.5 Tipografia 9.6 Diagramação, Ilustrações e cores 9.7 Capa 9.8 Grafismo 9.9 Primeira Página 9.10 Ficha catalográfica 9.11 Sumário 9.12 Capítulos 9.13 Lista de convidados do baile 9.14 Carta de Romeu 9.15 Faca especial 9.16 Quebra cabeças 9.17 Posters 9.18 Índice de personagens 9.19 Mapa 9.20 Aplicações 9.21 Formatos
121 122 123 125 126 127 128 130 131 133 134 135 136 137 139 140 141 143 144 146 148
10.Público Alvo
151
11.Conceito
153
12.Referências Bibliográficas
154
13.Referências não Bibliográficas
156
14.Imagens Tópicos
157
15.Imagens Capa
158
Resumo
Design Editorial de um livro objeto da tragédia de William Shakespeare
Resumo
O
projeto aborda a criação de um livro sobre a tragédia Romeu e Julieta
de William Shakespeare em que o indivíduo pudesse interagir,
interferir e se sentir presente na história, podendo ter a experiência com peças gráficas as quais os personagens se relacionam. Será um livro em que o texto é paralelo a experiência da interação. A pesquisa é focada em referências do Design Gráfico, (Grid, Tipografia, Brasões e ilustrações) vestuário, objetos e arquitetura correspondentes
a época, em que se passa a história na Itália (Séc. XVI) e o levantamento de uma solução eficaz para esta obra no mercado brasileiro na atualidade.
Introdução
Introdução
P
esquisando sobre livros,
os quais apresentam diferenciais competitivos, como recursos interativos, ou características criativas, é reconhecido
que não encontramos algum livro com estas características sendo uma obra popular, os livros que possuem estas características geralmente tem um tema próprio. Existem algumas exceções, as quais são adaptações para o público infantil. Então, é reconhecida uma oportunidade de projetar um livro com características criativas, as quais fogem do padrão convencional de um livro, de uma obra popular, para o público adulto (acima de 18 anos), assim sendo diferenciado das obras as quais encontramos nas livrarias. Durante a análise de grandes autores é reconhecido que William Shakespeare, na maior parte das fontes pesquisadas¹, é um dos maiores dramaturgos do mundo e o mais famoso autor inglês de todos os tempos, escreveu dois poemas narrativos, cento e cinqüenta e quatro Sonetos e trinta e sete peças dentre elas, tragédias, comédias e dramas históricos. Na escolha de uma obra popular para ser convertida em um livro criativo e diferenciado, William Shakespeare pesou
e principalmente sua obra Romeu e Julieta, composta e encenada por volta de 1595. Além de ser a mais popular, é conhecida dentre muitas gerações, no caso de uma família, o conhecimento seria desde a bisavó até o filho. É uma das maiores tragédias de amor já escritas. É também reconhecido que a obra é um enredo adaptado para livros, cinema e teatro até os dias de hoje e conhecida por todas as faixa etárias, uma obra clássica que é parte da história da literatura e incorporada no repertório cultural em milhares de pessoas no mundo. Assim podemos afirmar que, a sociedade conhece o contexto desta história. Decidiu-se fazer uma pesquisa de campo e via internet³ para ser tomado o conhecimento do cenário literário em que esta obra se encontra. A última adaptação cinematográfica foi realizada em 1996, Romeu e Julieta, dirigido por Baz Luhman. Conferindo materiais de comunicação da época4, encontramos esta obra em um cenário de primeiro plano, ou seja, uma obra com maior presença nas mídias. Hoje vemos que esta e outras obras são recorrentes em peças de teatro, mas a respeito da literatura esta obra como outras de Shakespeare são mais presentes em sebos, do que em livrarias, assim revelando que os livros mais vendidos e mais procurados nos dias de hoje são outros, levando em consideração que as vendas e buscas em bibliotecas das obras de Shakespeare são recorrentes, principalmente aos
¹ Fontes Pesquisadas: DE LORENZO, Isabel (Adaptação de William Shakespeare). Romeu e Julieta. Editora Sol. MCDERMOTT, Kristen. A vida e a época de William Shakespeare. Ciranda Cultural
³ pesquisa de campo e via internet*: Confeir páginas 33 (pesquisa de campos) e 43 (pesquisa via internet). 4
materiais de comunicação da época: Conferir artigo 1 e 2 na página 12.
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estudantes, pelo fato de ser uma obra usada no estudo da literatura e Artes Cênicas. Concluímos durante esta pesquisa de cenário nacional, focada na cidade de São Paulo-SP, que o mercado da literatura carece de uma obra
Críticas positivas ao filme Romeu + Julieta de Baz Luhrmann (filmado em 1996 e exibido em 1997), Revista “SET”, edição de Junho de 1997, Editora azul. (artigo1)
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da tragédia de William Shakespeare, Romeu e Julieta, que seja adequada em todos os seus aspectos, desde soluções gráficas funcionais (funções mancha de texto, grid, ilustrações, tipografia, identidade e produção gráfica), estimulativas (hierarquia de texto e equilibrio visual de texto e imagem), conceituais (uso de cores, hiererquia de ilustrações etc), até sua identidade sólida (em uma determinação de ilustrações, cores, composições principais e secundárias). Nessa pesquisa iremos encontrar a solução do Design Gráfico de um livro diferenciado da obra mais famosa de William Shakespeare, analisando os pontos fortes e fracos das versões existentes no mercado para trabalhar na forma que o público se dê conta da existência desta versão. Romeu e Julieta pode parecer um tema saturado pelo número de versões literárias, existentes desta obra, mas nesta pesquisa encontraremos uma forma diferenciada para esta adaptação na literatura.
Críticas positivas, Revista “SET”, edição de Janeiro de 1997, Editora azul. (artigo 2)
19
Objetivo
20
Objetivo
O
objetivo deste projeto é criar um livro objeto da obra mais famosa de Shakespeare,
de forma diferenciada das demais versões existentes no cenário nacional atual e que seja adequada ao público adulto. Assim, estimulando a leitura das obras de Shakespeare, através da experiência que a a finalidade de enretenimento possibilitará, tendo acesso as referências visuais da época e aproveitando a arte do livro como uma função decorativa.
21
Tema
22
O autor
W
illiam
Shakespeare
é cosiderado o maior escritor de todos os tempos, foi escritor dramaturgo e poeta. Na maior parte das fontes¹ encontramos que Shakespeare
nasceu em Stratford Upon Avon em 23 de Abril de 1564, filho de John Shakespeare e de Mary Arden. Freqüentou escola durante algum tempo até que a ruína financeira do pai o obrigou a interromper os estudos e começar a trabalhar, por volta dos doze anos de idade. Em 1582 casou-se com Anne Hathaway, com quem teve três filhos: em 1583 nasce a filha Susanna, em 1585 nascem o gêmeos Judith e Hamnet. Shakespeare se mudou para Londres em 1592, onde começou a trabalhar como dramaturgo. Trabalhou como ator, escritor e diretor de peças teatrais para as maiores companhias teatrais da época, como a “Lord Chamberlain’s Men” e a “The King’s Men”, à qual se associou e assim se tornou um dos sócio fundadores do Globe Theater onde apresentou suas peças as quais foram muito bem
sucedidas, dentre elas a sua mais popular tragédia “Romeu e Julieta”. Naquela época eram poucas pessoas que sabiam ler e escrever, somente nobres, Shakespeare quis encenar suas peças no palco para que todos pudessem ter acesso. Em 1597 volta para sua cidade natal, onde comprou uma grande casa para viver com sua família e onde por volta de 1613 falece, não há registros da causa de sua morte.
Ilustração de Martin Droeshout, capa do primeiro livro de William Shakespeare.
William Shakespeare
¹Fontes: DE LORENZO, Isabel (Adaptação de
William Shakespeare). Romeu e Julieta. Editora Sol. MONDADORI, Kristen. I Grandi di tutti tempi Shakespeare. Arnoldo Mondadori Editore
Diálogo da peça “Hamlet”, escrita entre 1599 e 1601, de William Shakespeare.
23
Contexto Histórico de Londres
A
Inglaterra estava sob reinado
da Rainha Elizabeth. O pai de Elizabeth, Henrique XVIII, era casado com Catarina Aragão com quem teve sua filha Mary Tudor e ele era amante de Maria Bolena. Ele conhece Ana Bolena, irmã de Maria Bolena e se apaixona, ela não quer ser amante como sua irmã, quer que ele assuma o relacionamento e se case com ela. A igreja católica não permite ele de se separar de Catarina, então ele cria a Igreja Anglicana. Assim ele consegue se separar de Catarina, se casar com Ana Bolena e nasce Elizabeth, ele acha que Ana esta o traindo, chega a essa suspeita através de boatos e manda decapitála. Mary Tudor assume o trono, ela era uma Rainha fanáticamente católica, todos que não praticavam a religião, ela os mandavam para a guilhotina, ela começa apresentar problemas de câncer e a corte não quer que sua irmã, Elizabeth herde o trono, por ser bastarda e protestante, é entregue uma
autorização para matar Elizabeth a Mary Tudor e ela se recusa a assinar, após este evento ela morre de câncer e Elizabeth sucede o lugar dela. Ao Elizabeth assumir o trono começam muitos ataques terroristas dos católicos contra ela e inclusive traições dentro da corte para tentar matála, ao mesmo tempo todos estão ansiosos para que Elizabeth se case e tenha um herdeiro, pois se ela não tivesse filhos, quem herdaria o trono seria Eduardo VI, espanhol filho do terceiro casamento de Henrique XVIII. A forma com que Elizabeth resolve isto é se declarando uma Rainha virgem, assim sendo comparada com virgem Maria e que ela não irá se casar com homem nenhum e estará casada com a Inglaterra (mesmo Elizabeth se declarando virgem ela não era, Elizabeth teve um caso com Robert Dudley, o mais admirável membro da corte, segundo a Rainha) A Rainha Elizabeth além de tudo era uma excelente dançarina, gostava de comer aves e pão branco de boa qualidade. Ela detestava a pesada e escura cerveja tão popular em seu reino, descrita por um cronista como “cerveja
Obra de Bess de Hardwick, retratando a Rainha Elizabeth.
24
velha que fará um gato falar e um homen sábio mudo”. Após uma intensa guerra da Inglaterra contra a Espanha (O país mais rico na época), a Inglaterra vence, constando nas fontes como “uma ajuda do vento ao batalharem no oceano” e após o evento, a Inglaterra tem uma fase de paz e prosperidade se tornando o país mais rico do mundo na época.
• Bases Bibliográficas: JONES, Norman. A vida no reino de Rainha Elizabeth. Folio
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Romeu e Julieta Sinopse
N
o final do Séc. XVI em Verona, Itália, havia duas famílias, as quais viviam em
conflito por serem importantes na cidade e competirem entre si. Até que a família Capuleto
resolve dar um baile de máscaras, e Romeu da família Montéquio, soube que Rosalina a mulher pela qual ele estava apaixonado, estaria no baile. No baile ele vê uma outra moça e se apaixona a primeira vista, eles se beijam e ao sair do baile, ele fica sabendo através de terceiros, que ela é da família inimiga, os Capuleto. Após este evento ele e Julieta começam um relacionamento e o Padre Frei, padre da cidade, casa os dois na esperança que isto acabasse com o ódio entre as duas famílias. Depois do casamento, quando o dia estava mais tarde, Tebaldo, o primo de Julieta, começa a provocar Romeu para uma briga, e Romeu por saber que Tebaldo agora era parte de sua família resiste as provocações, até que a briga passa para Tebaldo e Mercucio, primo de Romeu, e nesta briga Tebaldo mata Mercucio, Romeu fica furioso e corre atrás de Tebaldo para duelar, até que Romeu mata Tebaldo. Quando isto acontece Romeu é banido de Verona e Julieta obrigada a se casar com o Conde Páris. O Padre Frei fica chateado com o ocorrido e • Base Bibliográfica: STEWART, Diana. Romeu e Julieta. Melhoramentos
26
arma uma estratégia para que os dois ficassem juntos de novo. Frei da um remédio para Julieta que faria ela ficar em um estado que pareceria estar morta e manda uma carta a Romeu contando isto, para que todos achassem que ela estivesse morrido, quando ele chegasse até ela, a moça acordasse e os dois fugissem juntos, mas infelizmente Romeu não recebe a carta e ao contrário recebe um aviso que Julieta estava morta, na mesma hora ele compra um veneno e vai até ela, lá ele toma o Veneno e morre ao túmulo de Julieta, ela acorda e o vê morto, fica imensamente deprimida e comete um suicídio, se apunhalando com uma pequena espada que estava no chão. Diante desta tragédia as duas famílias ficam chocadas e nunca mais voltam a brigar.
Sobre a obra
S
abemos que a obra, Romeu e
Julieta, tem um diferencial e por isso
se tornou tão famosa. Através das referências bibliográficas¹ notamos que já houveram fatos verídicos semelhantes a história de Romeu e Julieta e em algumas outras fontes² constam a possibilidade de ter existido inclusive outros livros com histórias semelhantes à esta. Romeu e Julieta é uma tragédia a qual choca os espectadores com seu final. Um dos diferenciais de William Shakespeare era mostrar a realidade como ela realmente era, os defeitos humanos, finais trágicos e a injustiça com as pessoas honestas.
referências bibliográficas¹: DE LORENZO, Isabel (Adaptação de William Shakespeare). Romeu e Julieta. Editora Sol.
Suas peças faziam com que as pessoas se identificassem. Além disso Romeu e Julieta possivelmente foi a primeira história a expor algo tão comum na sociedade “paixão e morte”.
algumas outras fontes²: ROMEU E JULIETA. Wikipedia. Disponível em: < http://pt.wikipedia.org/wiki/Romeu_e_Julieta
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Época - Renascimento (breve descrição)
O
Renascimento começou no século XIV e terminou no século XVI. Foi o primeiro momento na história em que o homem
desenvolvida na época era com inluências Romanas (arquitetura clássica grega), mas também haviam muitas construções com arquitetura Gótica pelo fato de ter sido o movimento artístico anterior ao Renascentista. O vestuário já não era tão caricato quanto o medieval, a moda variava por toda a Europa, mas algumas características se mantinham, famílias nobres usavam roupas extremamente sofisticadas, mulheres com decotes horizontais, cinturas no meio do corpo (na Itália), corsets, colares (na Inglaterra) e enfeites variados de cabelo (na Itália, Portugal e Inglaterra). Os costumes e comportamento da Época eram bem rígidos, os pais nobres escolhiam a esposa e marido de seus filhos.
• Bases Bibliográficas: BOUCHER, François. 20,000 years of fashion The history of costume and personal adornment, New York. Expanded Edition
• Bases Bibliográficas: Anotações de aulas da professora. Laura Colonhezi, na Fundação Armando Álvares Penteado, 1º semestre de 2012.
quis renascer, os artesãos estavam no poder e o comércio das cidades italianas prosperavam, antes pobres artesãos, agora são vistos como gênios e ganham dinheiro. Uma prática que é adotada nesta época é o Messenato, patrocínio que os burgueses fazem para os artistas, agora não é um serviço só para a igreja ou nobres católicos. Assim como hoje em dia uma empresa que patrocina arte ganha “status”, naquela época era a mesma situação, a burguesia tinha uma fama imoral e patrocinando os artesões limpava a imagem deles. A igreja não perde o poder, só fica mais cautelosa, para a igreja queimar algum indivíduo é preciso provar o motivo, ela dava o código de conduta e patrocínio do Burgues, assim as figuras representadas em obras de arte sacra eram representadas como nobres, a Pietá de Roma é representada com beleza clássica e riquesa da burguesia. O pensamento renascentista era “Deus existe, mas se ele me deu inteligência é para eu usá-la”. O livro era um artigo rico, como se fosse uma jóia, levava tempo para ser produzido, depois Gutemberg cria a imprensa aumentando a tiragem e reduzindo o custo. A arquitetura
28
GOMBRICH, E.H. História da Arte. LTC
Linguagem
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O livro e os elementos que o compõem Formato
O
formato de um livro é definido de acordo com o
público, funcionalidade e conceito do projeto. As medidas do formato são projetadas para o uso que este livro terá, se ele for um livro acessível para a maior parte das pessoas, este livro provavelmente será lido durante o uso de transportes públicos e necessitará ter um formato que caiba em bolsas, mochilas e inclusive pode ser lido sendo segurado por uma só mão. Quando o livro é uma fonte de pesquisa ou referências, são geralmente livros que o indivíduo utiliza ao estar sentado em uma escrivaninha, pois provavelmente o consulta é realizada durante o trabalho, estes não tem a necessidade de terem um formato com medidas pequenas, pois são livros de muito conteúdo e projetados para um momento específico. “Formato é o termo com o qual são indicadas as dimensões do material. Essas dimensões são
¹Fonte: BAER, Lorenzo. Produção Gráfica, São Paulo. Editora Senac São Paulo.
expressas em centímetros (ou polegadas, conforme o caso), enunciando primeiramente a largura e depois a altura do suporte considerada retângulo vertical”¹
Na maioria dos casos o trabalho deve estar proporcional aos formatos padrões acima. • Imagens: Página 170 do livro: FERNANDES, Amaury. Fundamentos de Produção Gráfica para quem não é produtor gráfico, Rio de Janeiro. Editora Rubio, 2003.
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Suporte (material)
O
papel
é
formado
por celulose (fibras encontradas
especialmente em partes rígidas de vegetais), cargas minerais (caulim, carbonato de magnésio ou de cálcio, argila, gesso etc) as quais servem para promover adesão as fibras e baratear o custo. A colagem (caseíma, fécula, gelatina animal etc). Serve para dificultar o desfibramento que as cargas minerais não conseguem melhorar. O suporte pode ser produzido por matérias primas como Pasta de trapos (papel forte e duradouro feito com celulose e algodão), Pasta de fibras vegetais (produzido com fibras de palha, madeira e bambu) etc. As características físicas do papel como:
Opacidade - A capacidade do papel de barrar a passagem de luz.
Porosidade - É determinada pela capacidade do
papel de deixar o ar passar através dele, sem rompe-lo.
E
specificar um papel de forma precipitada ou mal-feita pode
resultar em um imenso prejuízo ao cliente. Devemos estar atentos e verificar com calma se as escolhas dos tipos de papel e sua gramatura foram adequadas. Há necessidade de leitura em ambas faces do papel? O trabalho terá áreas nas quais imagens escuras irão determinar a presença de muita carga de tinta? Quanto tempo deverá durar o impresso?
Maciez - É a característica que o papel apresenta de ser mais compato ou mais macio.
Como ele será manuseado pelo público alvo?
Alvura - É a característica de um papel de reflitir a luz, com a adição e um alvejante óptico.
Quais as condições de exposição que ele deverá suportar?
Lisura - É determinada pela maior ou menor irragularidade superficial do papel; quando mais plana for essa superfície; maior será a lisura do papel.
O impresso deverá acondicionar algo de que peso? Protegido contra que tipo de agressão?
• Fonte: FERNANDES, Amaury. Fundamentos de Produção Gráfica para quem não é Produtor Gráfico, Rio de Janeiro. Editora Rubio.
• Fonte: BAER, Lorenzo. Produção Gráfica, São Paulo. Editora Senac São Paulo.
32
Principais tipos de papel (até 180 g/m ²) e cartões (acima de 320 g/m ²): Papel Acetinado - Bom índice de brilho e lisura, com bons resultados de impressão nos sistemas tipográficos e offset. Utilizado em: revistas, livros, folhetos, catálogos etc. Papel Bíblia - Papel bastante fino com boa opacidade. Utilizado em publicações com grande volume de informações: dicionários, bíblias e enciclopédias. Bouffant (pronuncia-se “Bufom”) - Boa capacidade de absorção e bem encorpado. Utilizado em: impressão de livros.
“A
gramatura é o peso do papel expresso em gramas, referente a
uma amostra com um metro quadrado de superfície.”¹ O Designer, ao projetar um livro, determina a gramatura de acordo com resistência, volume do miolo e conceito os quais ele quer transmitir em seu projeto. O papel pode ter rigidez, grau de absorção de líquidos, grau de colagem (com a finalidade de evitar que a tinta se expanda), aspereza da folha e outros. O revestimento do papel possui os atributos tateis e visuais, (por exemplo, um papel com laminação fosca tem mais visibilidade pelo fato de não refletir a luz). O suporte é projetado de acordo com o orçamento e paralelamente com conceito e funcionalidade.
Cartão Duplex - Papel de alta gramatura formado por duas camadas. Utilizado em: Caixas, pastas e afins. Cuchê - Papel que possui bom desenpenho na impressão, seu acabamento superficial pode ser brilhante, semifosco ou mate. Jornal - Papel de cor parda, quebradiço e de fácil descoloração. Utilizado em: jornais, folhetos e avulsos baratos.
¹Fonte: BAER, Lorenzo. Produção Gráfica, São Paulo. Editora Senac São Paulo.
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Encadernação A encadernação de livros
E
xistem muitas maneiras de apresentar um livro encadernado
e cada uma, agrega característica diferente ao livro.
uma
A brochura é um tipo de encadernação popularmente usada em livros de bolso. Sua capa é formada por um suporte simples (geralmente uma folha de papel) ou por outro material colado diretamente no dorso do volume. A cartonagem de livros é utilizada para a encadernação de grandes tiragens. A capa é composta por cartão ou papelão revestido de papel. O resultado é mais rígido do que a brochura. A encadernação para um público seleto, é realizada em pequenas quantidades. A capa formada de cartão revestida de materiais mais rebuscados, como o couro, é aplicada manualmente sobre o livro.
• Base Bibliográfica: BAER, Lorenzo. Produção Gráfica, São Paulo. Editora Senac São Paulo.
34
Texto e tipografia
T
ipografia é utilizada com a função de legibilidade e coerência com o projeto.
Legibilidade
H
á estudos que mostram que o tipo com serifa é mais fácil de ler
do que o sem serifa, enquanto outros provam o contrário. É provável que as pessoas não nasçam com uma preferência por um design de tipo em lugar de outro. O mais correto é que lemos com mais facilidade quaisquer formas de letra que estamos acostumados a ver. Como que talvez não seja o tipo que devesse ser usado nesse livro. Mas as letras sem serifa não são inerentemente ilegíveis; são usadas) em placas de estrada e em outros locais onde a informação precisa ser lida com rapidez. Mesmo as histórias em quadrinhos usam letras sem serifa; trata-se de um estilo suficientemente comum para ser usado para os leitores mais casuais. A maneira de usar um tipo, e não o tipo em si, é que define sua legibilidade. Os designers
de livros podem achar que o tipo sem serifa não serve para livros porque têm pouca experiência em usá-lo para textos longos. Decerto, pode-se sem muito esforço tornar ilegível o tipo com serifa que tenha o melhor design.
Coerência
E
alguns casos em que o designer
escolha a tipografia por motivos pessoais, como no caso citado no livro “ O Design do livro de Richard Hendel”, o projeto será prejudicado, pois esta atitude gera distorções de conceito, legibilidade e outros problemas. Tendo à sua frente todas as possibilidades, pode ser que o designer queira estreitar o campo, limitando a escolha primeiramente aos tipos que têm conexões históricas com a época estudada ou com o assunto do texto. Este uso não é um problema, Somente quando levado ao exagero.
Base Bibliegráfica: HENDEL, Richard. O Design do livro, São Paulo. Ateliê Editorial
35
Diagramação (Grid) Construindo uma estrutura adequada
S
egundo
Timothy
Samara¹.
existem duas etapas no desenvolvimento de um bom grid, na primeira o designer avalia o Briefing, contendo exigências e informações a respeito do material. A importância desta etapa é que uma vez que o grid esta pronto, não há retorno e ao construílo o designer precisa atender às exigências do conteúdo, por exemplo os múltiplos tipos de informação, o tipo das imagens e a quantidade delas. Além disso, o designer deve prever eventuais problemas que podem surgir ao diagramar o conteúdo dentro do grid, como títulos compridos demais, cortes de imagens ou espaços vazios em alguma seção por falta de material. A segunda fase compreende-se que mesmo o grid tendo de ter precisão ele nunca pode ter mais ênfase do que a informação. Sua tarefa é oferecer uma unidade geral sem destruir o conteúdo. Geralmente,um grid possui grande flexibilidade em suas formas de diagramação. O designer não pode ter medo de seu grid, e deve testá-lo até o limite. Um grid realmente bom cria infinitas ¹Timothy Samara: Autor do livro Grid construção e desconstrução, editora Cosac Naify
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oportunidades de exploração. Cada problema de design é diferente e requer uma estrutura de grid que trate de suas especificidades. Cada grid é projetado para solucionar uma determinada questão. “O primeiro passo é avaliar quais tipos de estruturas de grid será capaz de atender as necessidades do projeto.”¹
• Fonte: SAMARA, Timothy. Grid construção e desconstrução, São Paulo. Cosac Naify
Ilustrações Função
A
função das ilustrações em um livro é exemplificar o conteúdo, definir a identidade do
livro, estimular o leitor ou atrair o leitor quando está folheando o livro. Pode ocorrer o uso de todas as ações durante o design do livro e cabe ao designer saber explorálas e fundi-las da maneira adequada. Um exemplo seria o uso de ilustrações no sumário ou ficha catalográfica. É um desafio usá-las de uma forma que colabore com o objetivo daquela parte do livro, sem dificultar a função. Toda a regra existe para ser quebrada, mas devemos sempre estar atentos ao testarmos nosso projeto antes de o produzir e verificar se a relação do público com o projeto está nas expectativas conceituais do mesmo.
Possibilidades
A
s ilustrações em um livro são melhor exploradas quando é
determinada uma hierarquia,
como ilustrações primárias, secundárias e terciárias. O peso de cada ilustração deve estar determinado em sua escala, textura e opacidade (exemplo: ilustrações terciárias, sendo usadas de forma pictográfica em baixa escala com a função de deixar evidente o assunto de cada capítulo).
37
Cor
A
as cores são elementos os quais expressam significados culturais e manifestam a
percepção dos indivíduos em relação aos mesmos. No dia a dia percebemos que existem indivíduos com memórias visuais e
lógicas, pessoas visuais reconhecem o livro pela sua cor “O livro verde”, “O livro amarelo”, pessoas logicas reconhecem pelo seu nome “Romeu e Julieta” ou “O Rei Lear”, assim percebe-se que os livros que tem uma tonalidade predominante em sua capa são mais fáceis de memorizar do que livros que não apresentam este recurso. As cores significam algo culturalmente para as pessoas e até mesmo tem uma influência a respeito de um instinto físico, um exemplo é quando uma pessoa sente fome, ela não se atrai por embalagem alimentícias com cores frias, pois ao sentir fome ela procura por algo quente, por isso é atraída por embalagens com cores quentes. No caso do livro é também se faz o uso do instinto, significado e estimulo visual que a cor provoca ao leitor, assim apresentando a devida impressão ao leitor. Quando o intuito do uso da cor em um livro é relacionar com a história que ocorre nele, reconhecemos primeiramente qual é o tema ¹Agatha Christie: Escritora britânica de romances policiais.
38
do livro? Qual é o público? Se o livro for infantil provavelmente seria usado cores primárias e saturadas, para que seja expressa a energia da criança, assim fazendo com que a criança se identifique e se atraia pelo livro. Já no caso de um livro adulto, dependeria do tema, um livro de suspense por exemplo, como os de Agatha Christie¹, são usadas capas que revelam pouco sobre a história e tudo o que a pessoa não vê, ela imagina, a cor preta desperta suspense, formalidade e luto. Quando o designer consegue analisar o tema e público existe uma capacidade bem maior da capa relacionar com a atmosfera do livro.
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Pesquisa
40
O mercado literário Nacional e a obra Romeu e Julieta Objeto (Cenário)
Pesquisa de Campo Livrarias: Livraria Cultura (Avenida Paulista, Saraiva MegaStore (Pátio Higienópolis), Livraria da Vila (Pátio Higienópolis)
E
m uma manhã de sábado no dia
5 de Março de 2012, houve uma visita às livrarias as quais disponibilizam
o maior acervo e variação de títulos literários na cidade de São Paulo, Livraria Cultura, Livraria Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. Nesta pesquisa tivemos a oportunidade de conferir as versões existentes nas livrarias de São Paulo-SP. Foi encontrado muitas versões com diferenças de adaptações, editoras, preços e traduções e concluímos que a maioria é menos de R$20,00, o mais barato é R$1,40 e o mais caro R$45,00 (Sendo caro por ser um livro bilíngue e com o acabamento de custo mais alto do que as outras versões). A maior parte dos livros possui acabamento gráfico de baixo custo, por exemplo, uma capa feita com papel couchê 250g/m² e um miolo de papel alta alvura de 90g/m²
Nas livrarias encontramos muitas versões que obtiveram o foco como um livro de entretenimento para adolescentes e crianças, dentre eles “Romeu e Julieta - Vampiros”, uma adaptação de Claudia Gabel , que tem como alvo, adolescentes os quais são fãs de séries em destaque no cinema e literatura com o público jovem, como “A Saga Crepúsculo”; “Shakespeare Mangá - Romeu e Julieta” adaptação de Richard Appignansi, focando em um público jovem, leitores de mangás¹ e fãs de animes² e “Romeu e Julieta na Terra dos Gnomos” adaptação de Paulo Roberto Ferrari, foca no público infantil. Os três títulos4 citados focam em públicos com um gosto pessoal específico e de uma determinada faixa etária.4
4
• Mangás e animes: Desenhos animados e histórias em quadrinhos contemporâneas, de nacionalidade japonesas/orientais , para o público jovem.
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Versões disponíveis no acervo:
Romeu e Julieta - Coleção ‘É só o começo’ Título: Romeu e Julieta Tradução: Pedro Gonzaga Editora: LePM Preço: R$12,00 Em estoque: Livraria Cultura (Avenida Paulista, conjunto nacional) e Livraria da Vila (Shopping Pátio Higienópolis). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontra-se disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
N
esta versão temos um livro com o preço baixo e acessível
com ilustrações que lembram xilogravuras do Séc. XV e XVI, fazendo sentido com a época em que Shakespeare escreveu a história. O acabamento do livro é relativamente barato, pelo fato de ser uma capa de papel couchê com uma gramatura de aproximadamente 250g/m², sua ilustração na folha de rosto é sugestiva e desperta mistério, fazendo com que o leitor ao olhar o punhal com sangue imagine o que pode ter acontecido.
Fotos acima de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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Romeu e Julieta - Coleção ‘Reencontro’ Título: Romeu e Julieta Tradução: Leonardo Chianca Editora: Sciplone Preço: R$25,00 Em estoque: Livraria Cultura (Avenida Paulista, conjunto nacional) e Livraria da Vila (Shopping Pátio Higienópolis) e Saraiva MegaStore (Shopping Higienópolis). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
O
livro apresenta ilustrações muito semelhantes aos
atores do filme Romeu e Julieta de
do esquerdo Romeu, mostrando eles juntos mas ao mesmo tempo separados, com as mão se tocando mas os rostos separados.
Franco Zeffirelli (1968). Suas ilustrações são feitas à lápis, suponha-se que seja sombreado com lápis 2B. A diagramação possui hierarquia tipográfica, como o título de cada capítulo em um corpo maior alinhado ao centro, a mancha de texto alinhada à esquerda. A capa possui a interessante característica de dividir em duas e do lado direito temos Julieta e
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontra-se disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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Romeo and Juliet - Wordsworth Classics Título: Romeo and Juliet Tradução: Leonardo Chianca Editora: Wordsworth Editions Ltd Preço: R$9,00 Em estoque: Livraria Cultura (Avenida Paulista, conjunto nacional). Origem: Reino Unido - UK Imagem de capa do livro*.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontra-se disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
N
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012 .
o livro acima, a diagramação do livro acima é estruturada
comforme os diálogos (estrutura de roteiro de peças teatrais), com um espaçamento entre um e outro ajudando a colaborar com a legibilidade para o leitor. Em sua capa é apresentada uma imagem com características semelhantes ao movimento do Impressionismo¹ e as roupas da personagem na ilustração correspondem a da época (Séc. XVI)
¹Impressionismo: Movimento artístico do Século XIX em que como técnica era usado pinceladas para representar cores, reflexos e luz ambiente. Provocando uma imagem desfocada que prioriza cor e luz.
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Romeo and Juliet Romeu e Julieta - Livro biblíngue Título: Romeo and Juliet Romeu e Julieta Tradução e adaptação: Marlise Rezende Bertin e John Milton Editora: Disal Preço: R$45,00 Em estoque: Livraria Cultura (Avenida Paulista, conjunto nacional). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
U
m livro bilíngue de uma editora nacional especializada em idiomas.
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
livros analisados.
O livro é biligue e destinado ao público que estuda ou se encontra no aprendizado da língua Inglesa. Em sua capa nota-se uma tipografia que possui características semelhantes a tipografia Garamond¹ da época em que se passa a história. Quando o livro é aberto vemos a contra capa detalhada com um grafismo, algo que apresenta um acabamento mais elaborado do que os outros
¹Garamond: Tipógrafo italiano da Renascença, que
criou uma tipografia usando seu nome, a qual obtinha características greco-romanas.
49
Romeu e Julieta e vampiros Título: Romeu e Julieta e vampiros Adaptação: Claudia Gabel Editora: Pandorga Preço: R$29,90 Em estoque: Livraria Cultura (Avenida Paulista, conjunto nacional). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
U
Foto de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
ma versão voltada para um tema contemporâneo no cinema,
televisão e literatura tendo como público o público jovem. Nesta versão confere-se uma ilustração com técnica contemporânea, aparentando ser feita em tablet¹. A linguagem gráfica do livro é bem diferente da maioria, para que seja transmitida algo obscuro que se aproxime da atmosfera (modificada) da história.
¹Tablet: Acessório para computadores, prancha eletronica com caneta, geralmente utilizada para a criação de ilustrações.
51
Romeu e Julieta Título: Romeu e Julieta Tradução: Barbara Heliodora (texto integral) Editora: Saraiva Preço: R$12,90 Em estoque: Saraiva MegaStore (Shopping Higienópolis) Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
L
ivro que só apresenta um diferencial em sua capa, a qual
possui uma ilustração moderna (releitura das imagens de Shakespeare) e faz parte de uma coleção de livros de bolso da editora Saraiva. O interior do livro possui soluções gráficas comuns (texto serifado alinhado a esquerda, título alinhado a esquerda com tipografia serifada e sem ilustrações internas). Fotos de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Romeo and Juliet - Dover Thrift Editions Título: Romeo and Juliet Adaptação: Contém o texto do volume VI da edição “Works of William Shakespeare, Macmillam.” Editora: Dover Publications INC. Preço: R$1,40 Em estoque: Saraiva MegaStore (Shopping Higienópolis) Origem: Reino Unido - UK Imagem de capa do livro*.
V
olume internacional, em
sua ilustração frontal temos influências da arte da época, Século XVII, Barroco*. Apresentando hierarquia tipográfica, diferenciando através de cor, escala e tipografia o nome do autor da coleção e da obra.
Fotos de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
• Barroco: Movimento artístico do Século XVI com características de realismo, movimento emoção e iluminação escura.
• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
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Romeo and Juliet Título: Romeo and Juliet Adaptação: Burton Raffel Editora: Yale University Press Preço: R$15,60 Em estoque: Saraiva MegaStore (Shopping Higienópolis) Origem: Reino Unido - UK Imagem de capa do livro*.
V
ersão a qual apresenta em sua
capa uma tipografia com características manuscrita, uma ilustração de um céu noturno e uma rosa em perspectiva superior. Analisando a capa vemos que é possível ter sido usada a semiótica na mesma, pois uma rosa tem o significado de amor e o céu noturno de reflexão.
Fotos de Rafael Ervolino, 05/03/2012.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Pesquisa via internet Sites: Saraiva (www.Saraiva.com.br), Livraria Cultura (www. livrariacultura.com.br, Amazon (www.Amazon.com)
N
esta pesquisa pela internet encontramos versões nacionais e internacionais não disponíveis o acervo , em que podemos analisar o Design Gráfico das mesmas.
Acessamos os sites das livraria visitadas pessoalmente.
Romeo and Juliet - Collector’s Library Título: Romeo and Juliet Texto: Completo e não adaptado Editora: CRW PUBLISHING Preço: R$29,20 Encomenda: Livraria Cultura (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Reino Unido - UK Imagem de capa do livro*. • Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontrase disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
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Romeu e Julieta Título: Romeu e Julieta Adaptação: Ruth Rocha Editora: Salamandra Preço: R$34,50 Encomenda: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Imagem de capa do livro*.
Origem: Brasil - BR
Romeu e Julieta da Terra dos Gnomos Título: Romeu e Julieta da Terra dos Gnomos Adaptação: Paulo Roberto Ferrari e Angela Puccinelli Editora: Fabrica de Leitura Preço: R$19,00 Encomenda: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
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• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontra-se disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
Romeu e Julieta Título: Romeu e Julieta Adaptação: Diana Stewart e tradução de Giberto Domingos do Nascimento. Editora: Melhoramentos Preço: R$29,00 Encomenda: Livraria Cultura. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
Romeu e Julieta Mangá Título: Romeu e Julieta Adaptação: Alexei Bueno Editora: Galera Record Preço: R$19,00 Encomenda: Livraria Cultura. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Brasil - BR Imagem de capa do livro*.
• Imagem de capa do livro: A imagem de capa encontra-se disponível nos sites oficiais das livrarias (Livraria Cultura, Livraria da Vila e Livraria Saraiva)
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Pesquisa em Sebos
A
s obras individuais de Shakespeare possuem mais presença em sebos.
Nos sebos encontramos certos diferenciais na encadernação dos livros, existem muitos livros antigos, que não são mais fabricados, os quais são encadernados em capa dura e apresentam um acabamento fora do padrão.
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
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Título: Romeu e Julieta Tradução: Carlos Alberto Nunes Editora: Melhoramentos Preço: R$ 10,00 Sebo: Livraria Cultural Sebo (Rua Doutor, Vila Nova, Vila Buarque, São Paulo - SP). Origem: Brasil - BR
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
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Título: Romeo e Julieta, Hamlet, Sueños de una noche de Verano e Macbeth Editora: Aguilar Preço: R$ 20,50 Sebo: Livraria Cultural Sebo (Rua Doutor, Vila Nova, Vila Buarque, São Paulo - SP). Origem: Espanha - ES
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
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Título: Romeu e Julieta Adaptação: Oscar Mendes Editora: Círculo do Livro Preço: R$ 18,00 Sebo: Livraria Cultural Sebo (Rua Doutor, Vila Nova, Vila Buarque, São Paulo - SP). Origem: Brasil - BR
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
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Título: Romeu e Julieta Tradução: Carlos Alberto Nunes Editora: Sol Preço: R$ 5,00 Sebo: Livraria Cultural Sebo (Rua Doutor, Vila Nova, Vila Buarque, São Paulo - SP). Origem: Brasil - BR
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
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Título: Romeu e Julieta Adaptação: Domingos Ramos Editora: Porto Preço: R$34,50 Sebo: Livraria e Sebo das letras. (Rua Darzan, Santana, São Paulo - SP). Origem: Brasil - BR
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 23 de Junho de 2012.
63
Livros Interativos
Como conseguir diferenciar um livro do padrão?
F
oi pesquisado em livrarias por livros que despertem
interesse por ser algo diferente do que os leitores costumam se deparar. Na pesquisa encontramos uma coleção chamada “Ologyworld”, Nesta coleção livros individuais sobre assuntos como Piratas, Magia, Monstros, Oceano, Alienígenas, Detetives, Vampiros, Mitologia Grega, Mitologia
Egípcia e Dragões. No site podemos conferir um link onde encontramos comentários de professores sobre os livros. Os livros apresentam ilustrações policromáticas, fotos sobrepostas com tratamento indicando o quanto antigas são, texturas, peças individuais anexadas nas páginas, a tipografia muda conforme o anexo, exemplo: se for um documento, tem uma tipografia que aparenta ser digitada em uma máquina de escrever, se for um bilhete, é feito com uma tipografia
Imagem do livro* “Vampireology”, autor Archer Brookes, editora Candlewick. • Imagem do livro: Site Ologyworld. Disponível em: < http:// www.ologyworld.com/
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manuscrita que lembra a escrita com penas, além disso a tipografia também passa realismo e um histórico de viviência como algumas palavras razuradas, outras grifadas com marca texto. A produção gráfica também é utilizada como recurso para passar características próximas da realidade como uma ilustração de moedas de ouro em hot stamp, assim a ilustração posssui cor, brilho e textura semelhantes a do objeto na realidade. O conteúdo desta coleção aparenta ter sido baseado em pesquisas e estudos do assunto e assim proposto um design gráfico rico e atrativo de uma forma em que o jovem público se torne interessado e amplie seus conhecimentos sobre o assunto, exemplo: No livro Pirateologia, aprendemos sobre todos os tipos de barcos e navios usados pelos piratas, o vocabulário dos piratas, o estilo de roupa dependendo da posição e atuação que o indivíduo tem dentro do navio, as atividades realizadas e rituais.
Capa do livro* “A vida e a época de William Shakespeare”, autora Kristen McDermott, editora Ciranda Cultural.
Imagem* do livro “A vida e a época de William Shakespeare”, autora Kristen McDermott, editora Ciranda Cultural. • Capa do livro e Imagem: Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 05 de Abril de 2012.
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Título: Harry Potter Film Wizardry Editora: Collins Design Preço: R$ 90,00 Disponível: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: USA
N
este livro é usado o recurso de um sumário metafórico. Em
que o sumário é uma lista de compras presente na história. É usado também peças gráficas em anexo, como cartas etc. A ficha catalográfica é apresentada de forma criativa, como um anúncio de jornal e no final do livro.
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 30 de Novembro de 2011
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Título: Vampireology - The True History of The fallen Editora: Candlewick Press Preço: R$ 68,00 Encomenda: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: USA
O
livro apresenta recursos de dobras e peças gráficas
em anexo, relacionando ao assunto explorado no livro.
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 30 de Novembro de 2011
67
Título: Alienologia Editora: Binque Book Preço: R$ 68,00 Encomenda: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Brasil - BR
E
ncontra-se um interessante recuso dentro do livro, em que
temos um livro dentro do livro, quando viramos a página vemos o alienígina por dentro.
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 30 de Novembro de 2011
68
Título: Romeu e Julieta Editora: Ciranda da Criança Preço: R$ 50,00 Encomenda: Livraria Cultura, Saraiva MegaStore e Livraria da Vila. (Todas as unidades, ou compra pela internet). Origem: Brasil - BR
D
urante a pesquisa em livrarias foram encontrados muitos
livros sobre Shakespeare e suas obras, a maioria deles com a presença da cor verde escura. Neste vemos a capa abrir de uma forma diferente, ela abre no meio e é fechada por um imã, também possui peças gráficas em anexo como os outros livros pesquisados.
• Fotos tiradas por Rafael Ervolino, 30 de Novembro de 2011
69
Conclusão do Cenário atual
O
bservando o Design Gráfico, preços e características dos livros existentes de Romeu e Julieta vemos que a maior parte são livros acessíveis e mesmo os mais caros não possuem um grande diferencial competitivo
perante as demais outras versões e não ambos caros e baratos possuem grande destaque nas livrarias, geralmente na última prateleira da estante. Vemos que na maior parte dos livros o máximo que foi usado da época em que a estória se passa foi na maior parte explorado nas ilustrações, assim analisamos que nenhum está saindo do padrão nos pontos em que compõem um livro, nenhum está se diferenciando nestes pontos (formato, suporte, encadernação, diagramação e recursos de Design Gráfico em geral) ou se destacando.
70
Diferencial Competitivo
A
conclusão baseada nas pesquisas
de livros interativos e versões de Romeu e Julieta existentes no mercado, é que a forma de diferenciar e idealizar uma versão perante as outras, seria o uso de uma situação inusitada, nova, diferente do padrão utilizado na maioria dos livros, compreendendo que quanto mais detalhado for o trabalho em cima dos elementos que compõem um livro (formato, suporte, encadernação, diagramação, tipografia e ilustrações). Havendo muitas formas de aplicar este conceito no produto reconhecemos que uma delas é a interatividade, durante a pesquisa de referências encontramos a possibilidade de fazer com que o leitor pudesse interagir, interferir e se sentir presente na estória, podendo ter a experiência com peças gráficas as quais os personagens da estória se relacionam (como visto no capítulo de livros interativos). Assim, chegamos à uma proposta de solução para um diferencial no Design Gráfico do livro.
Por que um livro impresso e não Digital?
U
Além de certas partes do livro terem a função decorativa, algo que só é possível na versão impressa. No artigo abaixo, é revelado que o livro impresso ainda possui um grande número de vendas.
m livro objeto projetado como o
propósito citado nesta monografia, provavelmente terá um custo alto, há a previsão de que o livro que estamos projetando ter recursos os quais não são viáveis em um livro digital, você movimentar uma carta em suas mãos é uma experiencia com uma peça tridimensional, esta experiência na tela de computadores e afins seria uma imitação da realidade, a qual o usuário teria um toque que movimenta a imagem e limitaria os sentidos pelos quais ele poderia interagir com a mesma, reconhecemos a importância de projetarmos uma versão digital e esta possibilidade é levada em consideração como uma possivel consideração pós projetual, mas a prioridade é um livro impresso para que possamos explorar a produção gráfica de forma conceitual, algo que possa colaborar para que o leitor tenha uma experiência nova e ao mesmo tempo compreender a história, interagindo com as peças gráficas da mesma forma que os personagens da história, a qual se passada no final do Séc XVI, com as próprias mãos.
Artigo do site “RT notícias” da “Globo.com”.
71
Adaptação ou texto original?
Q
uando houve a pesquisa das versões existentes de
Romeu e Julieta, notamos que o livro é sempre adaptado, e as versões
nacionais obrigatóriamente são traduzidas, afinal o texto original desta obra é do final do Séc. XVI e em inglês, ou seja, é inevitável não adaptá-lo, pois um leitor atual não compreenderia a linguagem da época. Nesta pesquisa foi abordado não só o fato de adaptarmos a linguagem visual, mas os diálogos, a segunda possibilidade foi desconsiderada pelo fato de limitar a personalidade e época do livro. Um dos nossos princípios em relação ao Design deste livro é trazer a proximidade da linguagem visual da época, pois reconhecemos que isto da crédito, confiabilidade e faz com que o leitor esteja certo de estar lendo uma adaptação próxima ao universo visual da época de Shakespeare e não um texto que ao passar por tantas adaptações não seja mais deste valorizado autor, mas é necessário o cuidado com a proximidade da época, pois se for levada ao extremo, prejudica o acesso e contado do público com a mesma. Pesquisando sobre outras épocas notamos a influência que as características da época tem sobre a obra, inclusive versões cinematográficas. Na adaptação para o cinema de “Romeu e Julieta” (1936) do diretor George Cukor, vemos Romeu e Julieta com penteados e cortes de cabelo com muita influência do estilo da década de 30 e não do Séc XV e XVI, na adaptação cinematografica
de 1954 do diretor Renato Castellani, vemos um filme que é leal à alguns detalhes do livro e é um filme longo, um exemplo é a cena em que Romeu encontra Julieta no túmulo a cena leva 10 minutos para ele entrar no túmulo dela, os atores os quais interpretam Romeu e Julieta tem mais de 30 anos e na obra original Romeu e Julieta tem menos de 20, já no filme de Franco Zefirelli (1968), percebemos uma tentativa maior em aproximar do que a época Renascentista, a obra de Shakespeare foi nesta época, os atores são muito mais jovens do que os que representaram os protagonistas em adaptações cinematograficas anteriores e possamos ver que a aparência de Romeu e Julieta neste filme é utilizada em ilustrações de adaptações literárias até os dias de hoje. Acompanhando as gerações
Imagem 1*
72
Imagem 2*
percebe-se que muitas vezes a preferência do publico é o filme de sua geração e não da geração de seus pais ou avós, hoje temos um público jovem, considerado “culto” e “alternativo”, que procura filmes antigos olhando para a tecnologia da época como algo “charmoso” e “interessante”, mas é um perfil específico de um público jovem alternativo. Conversando com o público da geração de 50 e 60, eles julgam o filme de Franco Zefirelli como “bonito”, “clássico” e a versão real da estória, já a geração de 90, dizem que gostam do filme de Baz Luhrmann (1997), por ter uma linguagem metafórica
Imagem 3*
ao substituir as espadas por revólveres, adaptar a história aos dias de hoje e ter uma atuação mais dramática e coerente com a realidade de acordo com as tragédias ocorridas durante a história, este filme influenciou muitas adaptações literárias a fazerem a adaptação da estória para os dias de hoje ou outra linguagem. O texto deverá ser inevitavelmente adaptado para a compreenssão do público de hoje. Shakespeare vivia em Londres e deu certas características Londrinas à Verona como as palavras do
Imagem 4*
73
príncipe de Verona ser a lei como as da Rainha Elizabeth em Londres¹, as descrições de suas peças de teatro citadas em livros², eram da mais alta qualidade para época, mas nos dias de hoje seriam considerados cenários simples, então nesta monografia será feita uma pesquisa sobre Verona para a criação de cenários nas ilustrações ser explorada de forma detalhada.
Imagem 5*
• Imagens 1-4*: Provenientes do site de cinema IMDb. Disponíveis em: < http://www.imdb.com/ © Direitos autorais pertencentes à Paramount Pictures. • Imagens 5-6*: Provenientes do site Bric, arts, media bklyn. Disponíveis em: < http://www.bricartsmedia. org/events/franco-zeffirelli-s-romeo-juliet-the-loveshow © Direitos autorais pertencentes à Paramount Pictures
Conclusão
O
texto escolhido foi a adaptação de T.J.B Spencer a qual é adaptada
a linguagem de manuscritos, feitos por
espectadores da peça na época. Esta é a versão mais fiel e confiável, existente nos dias de hoje. T.J.B Spencer (1915-1978) foi professor de linguagem e literatura na the University of Birmingham e diretor do Instituto de Shakespeare. Essa versão foi traduzida para a lingua portuguesa no Brasil, por Carlos Alberto Nunes.
Imagem 6* • Imagem 7*:Proveniente do site Smashing tops. Disponíveis em: < http://smashingtops.com/movies/10-most-romanticmovies-of-all-time/ © Direitos autorais pertencentes à Paramount Pictures
¹Palavras do principe de Verona ser a lei como as da Rainha Elizabeth em Londres*: Baseado na fonte: DE LORENZO, Isabel (Adaptação de William Shakespeare). Romeu e Julieta. Editora Sol.
²Livros*: STEWART, Diana. Romeu e Julieta. Melhoramentos JONES, Norman. A vida no reino de Rainha Elizabeth. Folio
Imagem 7* (acima)
Ilustrações com características semelhantes aos atores do filme de Franco Zeffirelli, 1968. (livro “Romeu e Julieta editora Melhoramentos
Ilustrações (acima e canto superior direito da página) com características semelhantes aos atores do filme de Franco Zeffirelli, 1968. (livro “Romeu e Julieta - Coleção É só o começo”, editora LePM)
75
ReferĂŞncias Visuais
76
Referências Visuais
Renascimento, Maneirismo e Barroco e os elementos que compõem o livro
N
este capítulo é apresentado referências para serem usadas na futura criação do livro e suas ilustrações. Apesar da
florais. Flores silvestres e vinhas eram aplicadas à mobilia, à arquitetura e ao manuscrito.
época Renascentista, de Shakespeare e sua obra, Romeu e Julieta, ser no final do Séc XVI, o Renascimento Italiano começou no
século XIV, durou o século XV e terminou no XVI. Neste capítulo faremos uma análise do Design Gráfico Renascentista, desde tipográfica até suas ilustrações e composições. É também abordado conceitos de composição, caractereísticas e leitura de obras Renascentistas (XIV, XV e XVI, Maneiristas (XVI) e Barrocas (XVI, XVII e VIII). E outras referências visuais como, esculturas, arquitetura, vestiário e Brasões.
Diagramação
O
s designers do Renascimento, faziam grande uso de decorações
Folha de rosto para o livro “Geometriae Elemenda”, composta por Erhard Ratdolt, Peter Loeslein e Berhard Maier, 1482.
• Fonte: MEGGS, Philip B. A História do Design Gráfico. Cosac Naify
77
alinhamento de texto blocado à direita e justificado à esquerda com uma capitular a qual possui um contraste leve, as informações são separadas em três àreas tornando a diagramação organizada e hierárquica.
Aldo Manuzio, página ilustrada de “Hypnerotomachia Poliphili, 1499.
“H
ypnerotomachia Poliphili” foi um livro de Fra
Francesco colonna, editado por Aldo Manuzio. Este livro é considerado uma obra prima na história da arte italiana. Em sua diagramação é apresentado um
78
Aldo Manuzio, página ilustrada de “Hypnerotomachia Poliphili, 1499.
N
esta página
Aldo Manuzio, página ilustrada de “Hypnerotomachia Poliphili, 1499.
podemos observar um alinhamento de texto centralizado com a ilustração, a qual é em estilo Veneziano clássico. O texto não só possui alinhamento centralizado como também uma estrutura semelhante a de um funil, diminuindo a mancha de texto até se tornar uma palavra.
79
vislumbre das aventuras pagãs contidas no livro.
Projetado por Oroncé Finé e impresso por Simon de Colines, folha de rosto para “Arithmetica de Finé”, 1535.
F
iné usou ornamentos de filetes cuidadosamente dimensionados, figuras simbólicas representando
áreas do conhecimento, um brasão superior e um inferior e um fundo com textura detalhada. A capa do livro “Discours du songe de Poliphile” apresenta a imagem de um sátiro a esquerda e uma ninfa a direita que se entreolham em uma colheita abundante, provocando ao leitor um
80
Simetria e assimetria
E
sclarecendo que a análise seguinte não é uma crítica a assimetria, pois tanto o simétrico
quanto o assimétrico serão usados no projeto. Esta análise é uma comparação a imediatalidade de compreensão que cada um provoca.
Simétrico Direto, objetivo, facil e compreensivo.
Foto de Thom Clarck, 14 de Julho de 2010. Imagem 9*
Estático Horizontal passa estaticidade e repouso.
Assimétrico Confuso, subjetivo e difícil de entender.
Foto de Eugenio Opitz , 20 de Agosto de 2010. Imagem 8*
Movimento Curvas e inclinações transmitem movimento.
Vertical é menos estático do que o horizontal, porém é também estático.
• Imagem 8*: Fotografia do site “The Daily Green” em http://www.the- Fontes: Anotações de aulas da professora. Laura Colonhezi, dailygreen.com/environmental-news/latest/regifting-ideas-47112001 na Fundação Armando Álvares Penteado, 1º semestre de 2012. • Imagem 9*: Fotografia do site “Flickr” em http://www.flickr. com/photos/mactoesful/5480460880/
GOMBRICH, E.H. História da Arte. LTC
81
Ilustrações (Pinturas e Gravuras)
Monalisa de Leonardo da Vinci, (entre 1503 -1507)
Q
uando é feita a comparação entre estas
duas obras (Monalisa de Leonardo da Vinci) e (Judith e a cabeça
de Holofernes de Caravaggio) fica claro as diferenças entre a arte Renascentista e Barroca, no Renascimento temos cenas bem ilumindas, com estaticidade e pouca expressão. No Barroco temos movimento, expressão, a iluminação revela pouco e a obra transmite drama.
82
Judith e a cabeça de Holofernes de Caravaggio,1599.
“A Criação de Adão” de Michelangelo pintado no teto da Capela Sistina em 1511
N
a obra “A criação de Adão” de
Michelangelo,
observamos Adão acomodado e ele não se esforça para chegar a Deus, os dedos não se tocam, representando o homen e a humanidade.
Xilogravura de Robert Estienne*, 1540.
A
xilogravura é uma técnica Chinesa da Idade Média em que
Teto da Capela Sistina pintado por Michelangelo em meados de 1534.
o indivíduo entalha na madeira a forma desejada, assim é usado um rolo de borracha, após mergulhado na tinta, sobre a madeira, a tinta fica nas superfícies elevadas do entalhe, a etapa final é prensar a madeira, com o lado com tinta sobre o suporte (papel), obtendo uma impressão da ilustração e tendo a possibilidade de obter mais cópias.
•Robert Estienne (1503 - 1559), impressor e editor de livros em latim e hebraico, em Paris.
Fonte: MEGGS, Philip B. A História do Design Gráfico. Cosac Naify
83
Livro manuscrito “De Re Militari”, de Roberto Valturio, não datado. Posteriormente transferido para versão impressa por Johannes Nicolai, em 1472.
I
lustrações desenhadas a pena e tinta marrom, com
aplicação de aguadas marrons e ocres.
O contorno leve da ilustração xilográfica usada em De Re Militari iniciou um estilo baseado no uso da linha fina que se tornou popular no design gráfico Italiano durante as últimas décadas do século XV. O livro é escrito com caligrafia semi-gótica, mas tem correções à margem em letras romanas.
84
Gravura de N. Larmessin, “Habit de rotisseur” (Roupa de rôtisseur em português), da coleção de gravuras “Os ofícios”, 1690.
U
ma das gravuras da coleção “Os
ofícios” de N. Larmessin, as gravuras são realizadas em lâminas de cobre são mais realistas do que as xilogravura, porém ainda obtem algumas características da mesma, como traços para indicar o sombreado.
85
Características das pinturas Ponto de fuga
com que o indivíduo imagine (característica de iluminação do movimento Barroco).
A ultima ceia, de Leonardo da Vinci, entre 1495-1497.
N
esta obra o ponto de fuga está atrás da cabeça de Jesus Cristo passando uma ótica tridimensional.
Iluminação Não vejo. (imagino)
Q 86
Vejo. (entendo)
uando uma pintura tem
pouca luz, ela se torna subjetiva,
pois revela pouco sobre a obra e faz
‘O Incrédulo São Tomé’, de Caravaggio, 1602.
Nesta obra de Caravaggio temos um feixe de luz, projetando sombras, as quais transmitem mistério.
Leitura de uma obra Leitura de uma obra vertical
Leitura de uma obra horizontal
Quadro de Picasso, gordas correndo, 1922.
87
Composição das pinturas
A última ceia, Leonardo da Vinci, entre 1495-1497.
A
s obras renascentistas transmitem uma visão
racional objetiva e direta.
A função das obras não é emocionar mas, informar. O movimento se chama renascimento se referindo ao renascimento do clássico (Grego), o raciocínio clássico era lógico e objetivo, assim como o Renascentista. O estilo Grego começou com influências Egípcias, as quais eram representar as formas da natureza pela perspectiva em que elas são mais reconhecíveis, na Grécia começam a representar as formas da natureza como elas são e depois de representar como elas são, passam a representar como deveriam ser, o perfeito, a utilização da harmonia (simetria, proporção e equilíbrio).
88
A última ceia, Leonardo da Vinci, entre 1495-1497.
A compreensão das pessoas é melhor quando é simétrico do que quando é assimétrico. A simetria passa prazer e é fácil de ser compreendida As obras Renascentistas possuiam a características de serem bem iluminadas, fortalecendo o conceito de serem claras e objetivas. A leitura de uma obra com efeito tridimensional (uso do pondo de funga), faz com que o primeiro lugar a ser vizualisado seja diretamente no ponto de fuga, pois toda a obra vai em direção à ele.
Esculturas características Renascentistas, pois ela apresenta estaticidade, objetividade, simetria, proporção e equilíbrio.
David de Michelangelo, de 1501 a 1504.
M
ichelangelo criou um
periodo entre o Renascimento e o barroco chamado “Maneirismo”, o qual significa “à maneira e Michelangelo”. Este movimento fez parte do Renascimento, mas obtinha características do Barroco como movimento e emoção. Nesta escultura, “David”, é apresentada
David de Bernini, de 1623 a 1624..
N
o movimento Barroco é
apresentado obras com movimento
e emoção como se a cena tivesse sido paralisada enquanto estivesse ocorrendo uma ação.
89
Tipografias
Tipografia humanistica de Nicolas Jenson, usada no livro “De Praeparatione Evangelica”, 1470.
U
m novo padrão foi estabelecido com letras mais
largas, mancha mais leve e uma estrutura mais uniforme de traços
pretos sobre fundo branco. A tipografia de Nicolas Jenson apresenta influências de tipografias Romanas. Nicolas Jenson (1420-1480), que fora mestre da Casa da Moeda Real de Tours, França, era um abridor de moldes e trabalhou na segunda gráfica de Veneza.
•Fonte pesquisada: MEGGS, Philip B. A História do Design Gráfico. Cosac Naify
90
Fonte criada humanistica por Francesco da Bolonha (apelidado de Griffo), utilizada no livro de Pietro Bembo, De Aetna, 1495-96.
F
rancesco da Bolonha,
foi um Designer de tipos e puncionista para Veneza, onde ele criou tipo romanos, gregos, hebraicos e os primeiros tipos itálicos para as edições da Aldina (gráfica de Veneza onde ele trabalhava. A tipografia criada por Griffo apresentada acima, foi modelo para a Garamond no século XVI, e se tornou o protótipo para dois séculos de projeto tipográfico europeu.
1 2 3 4
- A barra inclinada no “e” minúsculo - Altura-x relativamente baixa; - Baixo contraste entre o “grosso” e “fino” - Densa
91
Capitular romana de Geoffroy Tory, 1526.
H
avia o comum uso de capitulares no Séc. XVI. As iniciais capitulares romanas são compostas por quadrados negros
que ganham vida com meticulosos motivos florais e criblé. Com o crescimento da alfabetização o número de caligrafos aumentou. O primeiro manual de caligrafia, La operina da imparare di scrivere litera cancellaresca (manual da caligrafia chanceleresca) do século XVI, foi criado pelo mestre calígrafo, impressor e designer de tipos, o italiano Lodovico Arrighi. Os espaços amplos entre as linhas de Arrighi
92
deixam margem para as ascendentes em forma Página do livro “La operina da imde plumas, parare di scrivere litera cancellaresca” que ondulam de Lodovico Arrighi. para a direita em elegante contraponto com as descendentes, que graciosamente tendem para a esquerda.
perfeito e dois centros de compasso adicionais para acrescentar uma cauda para o “Q”. Dentre os treze alfabetos encontrados no livro de Tory, Champ Fleury, encontra-se um alfabeto fantástico, com letras figurativas compostas por ferramentas, observa-se que o “A” é um compasso e o “B” uma espoleta etc.
Construção da letra “Q” de Champ Fleury, criada por Geoffrey Tory, 1529.
O
Designer Geoffrey Tory
usou cinco centros de compasso em seu esforço para
construir um “O” romano geometricamente
93
Vestuário
horizontais e a cintura do vestido no centro do corpo. Os homens usam calças justas, vestes superiores com a característica de ser larga na altura dos braços e justa nos antebraços.
Figurino do filme de Franco Zefirelli, 1969.
Q
uando ocorre a mudança para o século XVI, a arte muda completamente,
começando a focar no corpo humano, para transmitir nele o poder e dignidade que homem renascentista desejava, os artistas começam a criar trajes, combinando cores para produzir elegância e harmonia. Mulheres geralmente usavam decotes
94
Figurino do filme de Franco Zefirelli, 1969.
Exemplos:
Decotes horizontais. Cintura no centro do corpo.
O tecido se separa facilitando o movimento das regiões de articulações e é ligado por uma espécie de cadarços.
Visão frontal de uma típica roupa masculina Italiana do início do Séc. XVII. Visão frontal de um típico vestido Italiano do início do século XVII.
Roupa usada por baixo.
O colete possui uma abertura vertical e uma espécie de cinto no cintura.
Calça justa.
Visão lateral de uma típica roupa masculina Italiana do início do Séc. XVII. Visão frontal de uma típica roupa masculina Italiana do início do Séc. XVII. Ilustrações: Ilustrações de Rafael Ervolino, Agosto de 2012, São Paulo, SP
95
Figurino do filme de Franco Zefirelli, 1968.
Figurino do filme de Franco Zefirelli, exposto em Verona, na casa de Julieta.
Figurino do filme de Franco Zefirelli, 1968. Figurino do filme de Franco Zefirelli, 1968. Fonte: Imagens do filme, direitos autorais da produtora Paramount. DisponĂverl em: < http://www.flickr.com/photos/ vercettisworld/6842728692/
96
Ginevra de’ Benci, Pintada por Leonardo da Vinci. Século XVI. Cecilia Gallarani, Pintada por Leonardo da Vinci. Século XVI.
N
o final do Século XV a moda
Italiana se tornou influenciada por modas estrangeiras, algumas
vezes pela moda de países como França e Alemanha e muio pela Espanhola.
Base Bibliográfica: BOUCHER, François. 20,000 years of fashion The history of costume and personal adornment, New York. Expanded Edition
Base Bibliográfica: CASSIN, Jack. Costume & fashion. Octopus Publishing Group
97
Objetos
Mesa de madeira, 1645-1659.
Container de álcool, 1633 – 1653.
Armário francês, estilo renascentista.
Taças e mesa, filme de Franco Zefirelli. Prato detalhado de prata, 1660.
Armário de madeira de carvalho, estilo gótico. Objetos de sala e espadas, filme de Franco Zefirelli.
• Fonte: BUNRATTY CASTLE COLLECTION. Gort Furniture Collection. Disponível em: < http://www.bunrattycollection.com/search.php?i=411&r=14
98Direitos autorais de © Shannon Heritage.
• Fonte: Imagens de cenas do filme “Romeu e Julieta” de Franco Zeffirelli. Disponível em: < http://www.flickr.com/photos/vercettisworld/6842728692/
99
Arquitetura
“A igreja assume a forma de um pavilhão pequeno circular implantado sobre um lanço de escadas, coroado por uma cúpula e circundado por uma colunata da ordem dórica. A baulastrada sobre a cornija acrescenta ao conjunto um toque de leveza e graciozidade; a pequena estrutura da capela propriamente dita e a colunata decorativa ostentam uma harmonia tão perfeita quanto a de qualquer templo da antiguidade clássica.”¹
Projetado por Donato Bramante, “O Tempietto” (pequeno templo), igreja de S. Pietro in Montorio, Roma, 1502. (Uma Capela da Alta Renascença).
O
Papa Júlio II, em 1506, ordenou demolir a basílica de São Pedro e mandou reconstruí-
la, o home que excecutou esta tarefa foi Donato Bramante.
Projetado por Donato Bramante, “O Tempietto” (pequeno templo), igreja de S. Pietro in Montorio, Roma, 1502. (Uma Capela da Alta Renascença).
• Fonte: GOMBRICH, E.H. História da Arte. LTC
¹Texto: GOMBRICH, E.H. História da Arte. LTC
100
Pilastra Dórica Cariátides
N
Pilastra Jónica
as
imagens
ao
lado, é
apresentado três tipos de pilastras e suas variações. Acima
conferimos as Cariátides, que são figuras femininas que substituem as colunas como suporte do edifício.
Pilastra coríntia
• Fonte e imagens: CONTI, Flavio. Como reconhecer a arte Grega. São Paulo. Martins fontes, 1984.
101
forma de garrafas, castelos repletos de torreões e botaréus, mas adornados com detalhes clássicos, residências citadinas cujos frontões e empenas apresentam frisos e estátuas à maneira tradicional.”* Mesmo estas igrejas não sendo de Verona é interessante analisá-las como referência, pois na Época do Renascimento, não havia só a arquitetura clássica, haviam muitas igrejas com arquitetura gótica por ter sido o movimento artístico anterior.
Projetado por Pierre Sohier, “Coro da igreja de São Pedro”, 1518-45.
E
xistem igrejas na alemanha, em
que “os pilares de sustentação da
abóbada foram superficialmente convertidos em colunas por se lhe afixarem capitéis, ou em que as janelas góticas se apresentam completas com seus característicos rendilhados, mas o arco ogival deu lugar a um arco redondo. Há claustros regulares, sustentados por fantásticas colunas em • Fonte: GOMBRICH, E.H. História da Arte. LTC
102
Projetado por Jan Wallot e Christian Sixdeniers, “A Antiga Chancelaria, 1535-7.
• Fonte e imagens: GOZZOLI, Maria C. Como entender a arte Gótica, São Paulo. Editora Martins Fontes, 1984.
103
Brasões
era della Scala (“dos degraus”).
Brasão de John Shakespeare.
J
ohn Shakespeare, pai de William
Shakespeare, acredita-se que foi um
artesão e luveiro bem sucedido. O brasão se encontra em Stratford Upon Avon, o lugar em que se acredita ter nascido o poeta Shakespeare. Brasão da família Scaligeri.
O
brasão da família Scaligeri,
está ao lado da Igreja Santa Maria Ântica em Verona , foi
uma família poderosa e dominou Verona entre os séculos XIII e XIV. Seu brasão apresenta uma escadacentral lembrando o nome original, que
• Fonte: DE LORENZO, Isabel (Adaptação de William Shakespeare). Romeu e Julieta. Editora Sol.
104
Suporte
N
o início do Séc. XIII, na
Europa, o preço de um livro era
o mesmo preço de uma fazenda. O custo do pergaminho, feito de couro de carneiro, era mais caro que o custo do escrivão. Na China já haviam inventado o papel, 105 anos depois de Cristo (por Tsai Lun), era produzido de forma muito mais fácil e barata do que o pergaminho na Europa. A producão do papel se iniciou na Europa em meados do Séc XIII e foi se popularizando no Séc XV.
• Fonte: FERNANDES, Amaury. Fundamentos de Produção Gráfica para quem não é Produtor Gráfico, Rio de Janeiro. Editora Rubio.
Impressão
O
xilografo Gutemberg
criou a imprensa de tipos móveis por volta de 1450. No final do século XI o livro já estava popularizado na Europa e era encontrado bibliotecas com grande acervo de títulos (mais de mil) e muitas gráficas pela Itália (mais de 31). Antes as formas de impressão foram em pedra, argila, metal, madeira, papiro, pergaminho etc.
Fonte: MEGGS, Philip B. A História do Design Gráfico. Cosac Naify
105
Verona
Foto de Jacopo Prisco, panorama da cidade de Verona, 3 de Outubro de 2006.
V
erona, é a quarta cidade mais visitada pelos turistas na Itália
(depois de Roma, Veneza e Firenze). É famosa por ter sido a cidade em que se passa a história dos personagens, Romeu e Julieta de William Shakespeare. A Arquitetura predominante na cidade é clássica (Romana). • Fonte: Imagem panoramica. Disponível em: < http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/e1/Verona_Panorama.JPG
106
107
Fotos da cidade
Foto de Roberto Vandersee Spillare, Cidade de Verona, Setembro, 19, 2011.
Cidade de Verona.
Panorama Verona
Piazza dei Signori.
â&#x20AC;˘ Fonte: FOTOS DE VERONA. Italian Visits. DisponĂvel em: < http://www.italianvisits.com/veneto/verona/verona-pix.htm
108
Casa de Julieta
Foto de Mauro Magagna, “Balcone di Giulietta” (O balcão de Julieta), 9 de Fevereiro de 2011. “Balcone di Giulietta” (O balcão de Julieta).
Casa de Julieta, Verona.
Estatua de Julieta, Verona.
• Fonte: FOTOS DE Mauro Magagna. Perfil Behance. Disponível em: <http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751
109
Foto de Katja Ruge, Casa de Julieta, 20 de Setembro de 2010.
F
oi aproveitada a casa de uma família antiga de Verona como
Foto de Katja Ruge, Casa de Julieta, 20 de Setembro de 2010.
um ponto turístico da cidade, colocando o nome de “Casa de Julieta”. Nela se encontra uma estátua de Julieta um balcão e até mesmo locais para os turistas deixarem mensagens de amor e fotografarem.
Foto de Katja Ruge, Casa de Julieta, 20 de Setembro de 2010. • Fonte: FOTOS DE Katja Ruge Behance . Disponível em: < http:// www.behance.net/gallery/romeo-julia/710032
110
Foto de Katja Ruge, Casa de Julieta, 20 de Setembro de 2010.
Estátua de Dante Alighieri
Foto de Mauro Magagna, Estatua de Dante Alighieri, Verona, 9 de Fevereiro de 2011.
Estatua de Dante Alighieri, Verona.
Foto de Mauro Magagna, Estatua de Dante Alighieri, Verona, 9 de Fevereiro de 2011.
• Fonte: FOTOS DE Mauro Magagna. Perfil Behance. Disponível em: <http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751
111
Arena de Verona
Foto de Mauro Magagna, Arena de Verona e Castelvecchio ao fundo, 9 de Fevereiro de 2011.
Arena de Verona.
Foto de Mauro Magagna, Arena de Verona, 9 de Fevereiro de 2011.
Arena de Verona.
â&#x20AC;˘ Fonte: FOTOS DE Mauro Magagna. Perfil Behance. DisponĂvel em: <http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751
112
Fonte da Madonna e Torre
Foto de Mauro Magagna, fonte da Madonna de Verona, postagem em 9 de Fevereiro de 2011.
Torre do rel贸gio, Verona.
Fonte da Madonna de Verona.
113
Igreja Duomo
Igreja Duomo de Verona (Arquitetura Romana) .
Parte interna Igreja Duomo de Verona (Arquitetura Romana) .
Parte interna Igreja Duomo de Verona (Arquitetura Romana) . • Fonte: FOTOS DE VERONA. Italian Visits. Disponível em: < http://www.italianvisits.com/veneto/verona/verona-pix.htm
114
Basílica São Zeno
Basilica de São Zeno, Verona. Parte interna, Basilica de São Zeno, Verona.
Parte interna, Basilica de São Zeno, Verona.
Foto de Mauro Magagna, Grade da entrada da cripta da Basilica de St Zeno, postagem em 9 de Fevereiro de 2011. • Fonte: FOTOS DE Mauro Magagna. Perfil Behance. Disponível em: <http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751
115
Porta Borsari
Porta Borsari, Verona, Italia,.
â&#x20AC;˘ Fonte: FOTOS DE VERONA.Famiglia Spillare. DisponĂvel em: < http://familiaspillari.blogspot.com.br/2011/09/fotos-deverona.htm
116
Porta Borsari, Verona, Italia,.
Ponte Scaligeri
Verona, Italia.
Verona, Italia, . • Fonte: FOTOS DE Mauro Magagna. Perfil Behance. Disponível em: <http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751
117
Mapas de Verona
Mapa de Verona e norte da Itália publicado no Atlas Gerard Mercator’s ‘Atlas Minor’, em 1607.
118
A. Scotto, Mapa de Verona, 1650.
• Fonte: SOCIETÀ GEOGRAFICA ITALIANA. Internet Culturale .Disponível em: < http://www.internetculturale.it/&q=v erona+mappa&instance=metaindice
119
120
Rafes
O
livro inteiro foi rafeado, com
o intuito de determinar cada aspecto de sua forma física e os elementos que o compõem. Após o rafe foi feito um mock up branco para ser testada a funcionalidade, e identificar as falhas do livro.
• Rafes: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
121
Mock up branco
Q
uando finalizado o mock up
branco, compreendemos que a idéia de ser feito um berço, deveria ser mudada pelo fato da capa afundar e o berço não dar estabilidade o suficiente quando o livro está em pé. A nova idéia foi criar uma caixa no livro, algo que da estabilidade, mantém a capa fechada sem afundar e possui rigidez.
• Mock up e fotos: Realizados Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
122
Planejamento CAPA
PARTE INTERNA
PÁGINAS MÓVEIS
QUEBRA-CABEÇA ILUSTRAÇÃO
• Infográfico: Realizados Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto, 2012.
123
Índice de personagens
124
Mapa
MAPA DE VERONA
MAPA DE VERONA
INDICE DE PERSONAGENS
INDICE DE PERSONAGENS
O livro Formato
O
formato
e o lado interno em camurça, para que apresente um acabamento sofisticado, fazendo sentido com o público.
do
livro
foi
determinado 24 cm X 31cm
(fechado) e 58.6 X 31cm (aberto) , baseado no conceito e objetivo de ser um livro objeto, sofisticado e caro, em que o propósito seria abri-lo em uma mesa e poder contemplar os detalhes e os anexos contidos no mesmo. Assim também podendo ser usado como um objeto de decoração e status, tendo presença e destaque em uma estante.
Encadernação
A
encadernação realizada no livro é com papel Roller, pois
é um papel que torna o livro rígido e não esfarela, dando uma durabilidade maior ao mesmo.
Suporte
O
suporte escolhido para o miolo foi o papel Marfim
(120 g/m²) por apresentar cor amarelada, assim facilitando na legibilidade e tedo uma gramatura o suficiente para absorver a carga de tinta sem que vaze para o verso. O papel esolhido para os posters foi Avorio (170 g/ m²), por apresentar uma textura a qual remete a tela de um quadro. A capa seria impressa em couro, para tornar real o conceito de quanto mais envelhece mais dentro da identidade do livro fica
125
Tipografia Miolo
A
tipografia utilizada para a
artigo do título, são alinhadas verticalmente, para que quando o livro seja aberto, eles se dividam ao meio, trazendo o significado, da união e separação, o “e” uni o casal (os nomes), o “e” parte ao meio separando.
parte interna do livro é a tipografia
Garamond, pois é uma tipografia que está de acordo com a época e possui legibilidade para textos longos.
Tipografia Título
A
s cores da tipografia no título foram determinadas de acordo com o universo de
seus personagens. Utilizando uma tonalidade amarelada no nome “Romeu” remetendo a cor do veneno, uma tonalidade vermelha no nome “Julieta” remetendo a cor do sangue. A forma das capitulares segue o mesmo conceito, sendo o “R” uma forma mais líquida associando-se a forma líquida do veneno e o “J” uma forma pontiaguda associando-se ao punhal. A textura do título lembra uma parede, pelo fato de na época Renascentista muitas pinturas serem feitas em parede de Igrejas. A letra “e” que se repete nos dois nomes e no
• Composição à cima: Produzida por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
126
Ilustrações
A
s ilustrações seguindo as observações do capítulo os
elementos que compõem o livro, são divididas em ilustrações primárias
(mais importantes e de mais destaque) e secundárias (menos importantes com menos destaque). As primárias serão baseadas nas pinturas da época, quando é uma ilustração a qual retrata um momento positivo da história teria uma base maior nas caracteríscas de pinturas Renascentistas, por apresentarem mais luz, mais triunfo, harmonia e objetividade, e as ilustrações as quais retratam uma cena de drama teriam base em características Barrocas, pelo fato de apresentar drama, expressão e subjetividade. Nos locais em que acontecem as cenas, o mesmo conceito é seguido. Quando é uma cena positiva, a arquitetura a qual é o cenário de fundo seria uma arquitetura clássica, por transmitir simetria e triunfo e no caso de uma cena negativa seria a arquitetura gótica, por ter uma grande força dramática.
Diagramação
A
diagramação tem o objetivo de dar destaque aos diálogos,
pois os diálogos desta obra são
conhecidos dentre muitas gerações, por isso as decrições são apresentadas em um corpo menor, com uma carga de tinta menor e em itálico, dando mais organização e hierarquia na mancha de texto das páginas. Cada pagina apresenta um grafismo padrão baseado nos grafismos da época
Cor
A
tonalidade predominante na capa do livro é verde
por ser uma cor muito presente nos livros de Shakespeare (como visto na pesquisa de campo¹). No resto do livro foi utilizada uma cromia com base nos quadros Renascentistas e Barrocos.
¹Pesquisa de campo: Conferir página 41.
127
Capa
• Rafe: Produzido por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
128
A
ilustração
da
capa
foi
baseada no quadro de Michelangelo
“A criação de Adão”. Na capa vemos as duas famílias inimigas uma puxando um dos protagonistas para cada lado, assim quando o leitor abre o livro, ele é obrigado a separar o casal.
• Ilustração: Produzida por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
129
Grafismo
F
oi feito um grafismo, como
um elemento gráfico de apoio,
o qual se repete em partes internas e versos de páginas, não com tanta freqüencia para não saturar o leitor. O grafismo foi baseado no grafismo do livro “Arithmetica de Finé”, 1535, de Oroncé Finé.
Projetado por Oroncé Finé e impresso por Simon de Colines, folha de rosto para “Arithmetica de Finé”, 1535.
• grafismo à cima: Produzido por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
130
Primeira página
A
primeira página do livro
espadas e a uma família tradicional masculina.
foi baseada em uma página do livro “Arithmetica de Finé”, 1535, de
Oroncé Finé. Nas extremidades temos os brasões das duas famílias. O brasão da família Capuleto à direita, remete a algo nobre e feminino e o da família Montéquio a esquerda remete batalhas de
Projetado por Oroncé Finé e impresso por Simon de Colines, pagina do livro “Arithmetica de Finé”, 1535.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
131
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
132
Ficha catalográfica
A
ficha catalográfica destaca os profissionais que trabalharam
nesta versão literária, desde o texto até o acabamento, enfatizando o trabalho de cada um, com pictogramas seguindo o estilo de ilustração secundária.
Título original “Romeo and Juliet” Copyright © 1980 by Raintree Publishers Inc, Wisconsin Direitos para o Brasil adquiridos por Círculo Ervolino S.A. e comp. Editora feel book de São Paulo Inds, de Papel.
AUTOR William Shakespeare
ADAPTAÇÃO Isabel de Lorenzo
SUPERVISÃO Francisco Achcar
DESIGN GRÁFICO Rafael Ervolino
ACABAMENTO E ENCADERNAÇÃO Victor Verardo Edição: 87654 Ano: 20012 IBN 85-06-00883-2 Feito artesanalmente em São Paulo - SP, Brasil.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
133
Sumário
F
oi
realizado
um
sumário
metafórico, o sumário é a estante
da farmácia onde Romeu vai comprar o veneno, as farmácias do século XVI eram chamadas de Boticários e possuiam remédios artesanais. O frasco de veneno do Romeu remete a um ferrão e um inseto venenoso.
Placa do Boticário “Lethal Elixirs Apothecary” pertencente à Giani Ch’tishul. imagem 1*
Garrafas e imagem com autoria de Dr. Conner-Desilvey. imagem 2* • Imagem 1: Disponível em: < http://http://www.lethalelixirs. zoomshare.com/
134
• Imagem 2: Disponível em: < http://http://www.lethalelixirs. zoomshare.com/ • Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
CENA 1
Capítulos
T
Duelam BENVOLIO - Parem com isso, seus palhaços! Vocês não sabem o que estão fazendo!
odo o ato começa com uma grande capitular onde situações que
acontecem no capítulo são retratadas nos ornamentos da capitular. Durante a leitura do capítulo, o leitor encontrará as ilustrações secundárias, que são ilustrações com base nas xilogravuras, ou gravuras sombreadas da época e acontecem a interferencia do texto com a ilustração.
Intercepta as espadas com sua espada Entra Tebaldo TEBALDO - Como? Você saca a espada, Benvólio, e vem falar de paz? Detesto esta palavra como detesto os Montéquio, incluindo você! Defenda-se, seu covarde!
Duelam Entram partidários de ambas as casas, aumentando o tumulto; entram cidadãos armados de
porretes ATO I
CIDADÃO - Pau neles! Acabem com eles!
CENA 1
4
tarde, em uma praça pública de Verona, Itália, no século XVI, estava chegando ao fim. Os criados da Casa de Montéquio encontram - se na rua e começaram uma briga. Benvólivo, primo de Romeu Montéquio, entra. Ele tira sua espada para parar com a briga. SANSÃO - Não devemos levar desaforo para casa, Gregório. GREGÓRIO - É claro que não devemos. SANSÃO - Quando fico zangado, saco logo a espada. GREGÓRIO - Se quiser continuar vivo, é melhor tomar cuidado não se zangar com qualquer coisa. SANSÃO - Quando alguém me irrita, revido na hora. GREGÓRIO - É melhor não se irritar com qualquer coisa. SANSÃO - É só darem motivo... É fácil: até um cachorro da casa dos Montéquio me deixa irritado.
1
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
135
Recursos diferenciados Lista do Baile
A
lista de convidados do baile da família capueto é diagramada
com o brasão da família em uma adaptação com grafismos da época e uma tipografia manuscrita baseada na tipografia da época.
Página do livro “La operina da imparare di scrivere litera cancellaresca” de Lodovico Arrighi.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
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Carta Romeu
N
o final da história o padre
Frei Lourenço recebe uma carta
que Romeu escreveu a ele, dizendo que ao saber sobre a morte de Julieta comprou um veneno e foi até Verona se matar ao lado dela. No livro “Romeu e Julieta não é descrito quando ele escreve esta carta, como é esta carta e nem o texto da mesma, mas neste livro objeto a carta
foi projetada baseada em informações da própria história. Segundo a história de “Romeu e Julieta” Romeu se casou na igreja, então provavelmente era católico e segundo o livro “A História do Design Gráfico” no final do século XVI, os livros já estavam popularizados, então é dentro do contexto dizer que Romeu estava com uma bíblia.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
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Segundo a história ao Romeu ser informado sobre a morte de Julieta, ele ficou desesperado e imediatamente foi ao Boticário comprar o veneno, e foi neste momento em que ele escreve esta carta. Pelo fato de ele estar sem tempo, supondo que estava com uma bíblia no bolso e decidido a cometer um suicídio, que é um ato contra os princípios da bíblia, foi projetada a carta sendo ela escrita sobre uma página arrancada da bíblia, assim transmitindo um ato de rebeldia de Romeu indo contra os princípios bíblicos. Ao mesmo tempo fazendo sentido pelo fato da carta estar destinada a um padre. Os presságios de morte na carta são transmitidos nas manchas de tinta da caneta, resultadas da mensagem ser escrita com pressa e nervosismo, as manchas remetem gotas de sangue, coincidentemente a página em que ele arranca da bíblia é uma passagem bíblica, a qual fala sobre a morte e a cera do lacre da carta escorre remetendo sangue. O envelope e o lacre foram projetados supondo que Romeu os utilizou do farmacêutico em que comprou o veneno, assim a capitular do lacre podendo ser qualquer letra do alfabeto italiano, pois o nome do farmacêutico não é citado.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
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Faca especial
U
m dos recursos utilizados
no livro foi a faca especial, como um
exemplo do ato II, em que Tebaldo luta com Romeu, mais uma vez é utilizada a interferência da ilustração secundária com o texto, e ao Tebaldo chutar Romeu, o mesmo cai em um buraco na página e virando a pagina encontramos Romeu caido em uma praça de Verona, a Fonte da Madonna de Verona.
Foto de Mauro Magagna, fonte da Madonna de Verona, postagem em 9 de Fevereiro de 2011.
ATO II CENA 1
BENVÓLIO - Oh, Romeu, Romeu, o bravo Mercúcio está morto! E aí vem o furioso Teabaldo novamente. ROMEU - Tebaldo Vitorioso e vivo, Mercúcio morto?
Então, Tebaldo
saca sua
23
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
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Quebra cabeças
O
quebra cabeças
foi projetado com o intuito
de fazer um complemento conceitual com a capa. São quatro imãs que formam uma imagem de Romeu e julieta mortos, e estes imãs são fixados no verso da capa que quando a capa é aberta completamente, ela fecha do outro lado, juntando a imagem de Romeu de um lado e de Julieta de outro, assim formando a imagem ao lado. Na ilustração vemos uma sombra de uma Rosácea (vitral circular gótico),
fazendo sentido com o conceito de relacionar a arquitetura com a cena, sendo esta dramática. Também é utilizado uma característica das pinturas Barrocas em que encontramos pouca luz transmitindo, subjetividade e dramaticidade.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
140
Posters
N
o livro irá conter posters em anexo utilizando a ilustração
primária, que é altamente detalhada e possui características das pinturas da época. Nesta Ilustração vemos Romeu pela primeira vez se sentido atraído por Julieta, por isso temos uma tonalidade avermelhada em volta de sua cabeça, seu olhar transmite um presságio de morte, tendo nele dramaticidade e ao fundo vemos uma pilastra coríntia da arquitetura clássica, por ser um momento positivo da história.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
141
N
este poster temos Julieta
vendo Romeu pela primeira vez, assim características ambientes são
repetidas, para que fique evidente que ela está no mesmo ambiente que Romeu no outro poster.
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
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Índice de personagens
O
intuito em ser disponibilizado
um índice de personagens, é para que o leitor tenha a facilidade de se situar, e relembrar sobre qual é o papel de cada personagem na história. O índice de personagens segue um padrão de tipografia e algumas características de ilustração diferentes das demais, pois foi baseado em uma tapeçaria gótica, mantendo certas características similares as demais ilustrações para que a unidade seja mantida.
Pai de Romeu
ajudante de Romeu Babá de Julieta Criado de Capuleto
Parente do príncipe e pretendente de Julieta
Criado de Capuleto
Criado de Capuleto Mãe de Julieta
Filho de Montéquio
Criado de Montéquio
Filha dos Capuleto
Primo e amigo de Romeu Primo de Julieta
Parente do príncipe e amigo de Romeu
Mãe de Romeu
• Rafes e ilustrações: Produzidos por Rafael Ervolino, Fundação Armando Álvares Penteado, Agosto - Novembro, 2012.
143
Mapa
O
mapa tem uma função
semelhante ao índice de personagens, sua função
seria situar o leitor sobre o cenário da história, ilustrações feitas com base de ilustrações secundárias, utilizando a geografia baseada na geografia real da cidade e focando no conceito de momentos bons e ruins da história. O lado lateral direito do mapa é onde reside Romeu e o outro Julieta, o lado superior é onde ocorrem os momentos positivos o inferior os negativos. Sendo assim, não só um mapa, mas também um infográfico. * Estatua Dante Alighieri
* Igreja Duomo
* Casa Família Capuleto
* Porta Bosari
* Coliseu
* Casa Família Montéquio
* Fonte da Madonna
*Funerária
144
145
Aplicações
a Dante
* Estatu
i
Alighier
* o Duom
Igreja
* ília Casa Fam o Capulet
* ília Casa Fam o qui Monté
* ari Por ta Bos
* Coliseu * Fonte
ária
*Funer
Exemplo do livro e conteúdo.
146
donna
da Ma
Aplicação em vitrine de Livraria.
• Foto e aplicação: Realizadas por Rafael Ervolino em Agosto de 2012.
147
Formatos
capa
31 cm
13 cm X 31 cm
3.8 cm X 31 cm 24 cm X 31 cm 3.8 cm X 31 cm 15 cm X 31 cm
59.6 cm 148
primeira pagina e sumรกrio
posters
paginas bloco
31 cm 23 cm
47 cm
17 cm
34 cm
17 cm
mapa e indice personagens quebra- cabeรงas
envelope carta aberto
23 cm
15 cm
17 cm lista de convidados
42 cm
carta
15,5 cm
11 cm
29,7 cm
21 cm
15,5 cm
11 cm
149
PĂşblico Alvo
150
Público Alvo
O
público alvo são adultos
de classe A, que valorizam a literatura clássica e objetos de desejo criativos. O que se prevê é um livro de custo alto em função da necessidade de se realizar acabamentos e recursos em escala artesanal. exigindo que se tenha uma baixa tiragem e, portanto, aumentando seu preço final. A idéia é que se tenha um produto luxuoso, visto como um objeto de desejo, podendo ser dado como presente, inclusive.
151
Conceito
152
Conceito
P
esquisando sobre a época
da história “Romeu e Julieta” e sobre os elementos que compõem o livro, obtemos o resultados dos elementos que compõem o livro naquela época, assim obtendo repertório o suficiente para criar ilustrações primárias e secundárias, detalhadas em seu cenário e personagens. O uso da tipografia com caracteríscas das tipografias da época, a diagramação da época e outros. Obteve-se a condição de diferenciar o livro das versões demais existentes, inclusive recursos diferenciados a serem usados no mesmo. Tivemos o acesso a visão do público em relação a obra, assim existindo a possibilidade de trazer uma visão nova ao público. Criando um livro o qual, quanto mais envelhece mais dentro da identidade ele fica.
153
Referências Bibliográficas MEGGS, Philip B. A História do Design Gráfico, São Paulo. Cosac Naify, 2009. HIGOUNET, Charles. A História concisa da escrita, São Paulo. Parábola, 2003. JONES, Norman. A vida no reino de Rainha Elizabeth, São Paulo. Folio, 2010. MCDERMOTT, Kristen. A vida e a época de William Shakespeare, São Paulo. Ciranda Cultural, 2008. MONDADORI, Kristen. I Grandi di tutti tempi Shakespeare, Milano. Arnoldo Mondadori Editore, 1965. GOMBRICH, E.H. História da Arte, Rio de Janeiro. LTC, 2009. CASSIN, Jack. Costume & fashion, New York. Octopus Publishing Group, 2006. BOUCHER, François. 20,000 years of fashion The history of costume and personal adornment, New York. Expanded Edition, 1987. BAER, Lorenzo. Produção Gráfica, São Paulo, Editora Senac, 1995. HENDEL, Richard. O Design do livro, São Paulo. Ateliê Editorial, 2006. SAMARA, Timothy. Grid construção e desconstrução, São Paulo. Cosac Naify, 2007.
154
DE LORENZO, Isabel (Adaptação de William Shakespeare). Romeu e Julieta, São Paulo. Editora Sol, 2005. STEWART, Diana. Romeu e Julieta, São Paulo. Editora Melhoramentos, 1980. WILLIAM, Shakespeare. Romeu e Julieta, São Paulo. Editora Sol, 1967. CONTI, Flavio. Como entender a arte Grega, São Paulo. Editora Martins Fontes, 1984. GOZZOLI, Maria C. Como entender a arte Gótica, São Paulo. Editora Martins Fontes, 1984. FERNANDES, Amaury. Fundamentos de Produção Gráfica para quem não é produtor gráfico, Rio de Janeiro. Editora Rubio, 2003.
155
Referências não Bibliográficas FOTOS DE VERONA. Italian Visits. Disponível em: < http://www.italianvisits.com/veneto/verona/ verona-pix.htm FOTOS DE VERONA.Famiglia Spillare. Disponível em: < http://familiaspillari.blogspot.com. br/2011/09/fotos-de-verona.htm VERONA ARCHITECTURE PHOTOGRAPHY. Maura Magagna Behance . Disponível em: < http://www.behance.net/gallery/VERONA/971751 VERONA PHOTOGRAPHY PHOTOJOURNALISM. Katja Ruge Behance . Disponível em: < http://www.behance.net/gallery/romeo-julia/710032 SOCIETÀ GEOGRAFICA ITALIANA. Internet Culturale .Disponível em: < http://www.internetculturale.it/&q=verona+mappa&instance=metaindice BUNRATTY CASTLE COLLECTION. Gort Furniture Collection . Disponível em: < http://www. bunrattycollection.com/search.php?i=411&r=14 PINTORES DO RENASCIMENTO. Artchieve . Disponível em: < http://www.artchive.com/ IMAGENS FILME 1968. Site de cinema IMDb. Disponíveis em: < http://www.imdb.com/ IMAGENS FILME 1968. Site Bric, arts, media bklyn. Disponíveis em: < http://www.bricartsmedia. org/events/franco-zeffirelli-s-romeo-juliet-the-love-show IMAGENS FILME 1968. Site Smashing tops. Disponíveis em: < http://smashingtops.com/movies/10most-romantic-movies-of-all-time/ COLEÇÃO OLOGYWORLD. Site Ologyworld. Disponível em: < http://www.ologyworld.com/
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Imagens Tópicos
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NDAÇÃO AR M FU A
T PEN EA D O RES N D O ÁLVA