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Desistir não significa parar
Coragem, foi a palavra que escolhi para definir o que acabei de ler. Para cada passo que damos precisamos de coragem, seja para tentar parar, esperar, continuar ou até mesmo desistir. Todos os dias damos novos passos, fazemos escolhas e arcamos com as consequências das prévias decisões, sejam elas boas ou más. Tudo o que nós fazemos todas as quedas, todas as elevações, as subidas, as descidas, os sorrisos, as lágrimas, tudo conduz ao nosso momento final.
Tentamos fazer a coisa certa e seguir o caminho correto, mas há sempre vários pontos de vista, por isso, escolhemos cuidadosamente os nossos passos.
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Uma necessidade de conforto, ou talvez medo da solidão, faz-nos pedir uma nova oportunidade e um sentimento de mudança, faz-nos dar uma nova chance.
Todos os cortes deixam cicatrizes, por isso desde cedo aprendemos a deixar o tempo decidir por nós. Apesar de não recebermos sempre o que queremos, sabemos que recebemos o que era necessário no momento, mesmo que doloroso. E começamos a deixar tantas decisões para o tempo, porque cremos que é mais fácil deixá-lo decidir, que acabamos por nos perder. É o tempo que nos deixa esquecer ou talvez reviver, mas também é o tempo que nos deixa numa espera, às vezes constante, que dia após dia vai nos corroendo.
É na altura da sobrecarga, da monotonia, da solidão com a junção da espera constante de dias melhores que pensamos em desistir. O sentimento de não querer continuar, deixar algo inacabado, às vezes tão necessário, às vezes tão perigoso. Às vezes desistimos de fazer um simples trabalho pelo cansaço, desistimos de um jogo pela vergonha de perder, desistimos de aprender algo por ser tão complexo que nos sentimos incapazes, às vezes desistimos de manter uma relação que um dia foi tão boa, e não é mais, e às vezes simplesmente desistimos de viver. Às vezes desistimos facilmente, às vezes desistimos depois de cair várias vezes, de qualquer forma desistimos e sentimo-nos fracos. Talvez sejamos fracos ao desistir facilmente, talvez sejamos fracos por não desistir antes, ou talvez sejamos fortes em qualquer das situações. Às vezes é necessário desistir para continuar, e às vezes desistir significa parar, de qualquer forma não é fácil fazê-lo, por isso, talvez seja uma escolha de gente forte.
Virar a página também é necessário para continuarmos a escrever a nossa história, mesmo que isso signifique escrevê-la sozinho, o que também é necessário. Pessoas vêm e pessoas vão, e é tão exaustivo ver toda a gente e ninguém te ver, mas é aí que percebes que tu te vês a ti mesma, e que sempre foi assim. Porque no final és tu por ti.
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