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As minhas inquietudes

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A Magia do Natal!

A Magia do Natal!

Distância. Espaço existente entre dois lugares, duas pessoas, dois pontos. Medida em quilómetros, metros, centímetros, mil e uma unidades, mas que eu meço em saudades. É o que faz o perto ficar longe. É o que me separa da imensidão de um céu estrelado, são os quilómetros de distância que percorremos para estar um com o outro. O que são essas longitudes comparadas com as minhas inquietudes? NADA. Vim sem um mapa. Distância entre a cabeça e o coração. Essa dura uma vida ou uma geração. Constante conflito e discussão. Coração pede emoção, cabeça pede razão. Coração pede química, cabeça pede física. Dois polos, um negativo e um positivo. Energia nula quando a ausência de uma. Distância entre sonho e realidade. Para muitos tempestade, para outros força de vontade.

Acredito em sonhos, não na utopia camuflada em miopia para me enganar ou me desviar. A necessidade de ser alguém nos distancia de sermos nós mesmos. Já tive de encenar tantas personagens que me esqueci de quem eu era. Hoje, ando perdida por ruas vazias dentro de mim, sem mim. Amor tirado, confiança roubada. Completamente vandalizada. Procuro memórias, recordações. Nada. Não te consigo encontrar. Tenho medo de te esquecer, de te perder. Mas sei que andas por aí, porque já te vi espreitar quando ele vem para perto de mim. A distância é saudade, a solidão que me contamina.

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Uns viajam de lugares. Outros viajam de ideias. Eu viajo nas distâncias dentro de mim, que começam antes mesmo de embarcar. 3ºAno

Técnico Auxiliar Protésico Valéria Yuzinkevych

A filha da Lua

Era uma vez uma menina que se dizia filha da Lua. Sim! Nem todas as meninas se podem gabar de serem filhas da lua.

Mas esta menina dizia-o com tanta convicção, que as pessoas acreditavam nela.

Até houve uns cientistas que a chamaram ao laboratório e lhe fizeram o teste da verdadeverdadinha. Querem ver como era?

– Diga-me lá menina quem é a sua mãe?

– A minha mãe, é a Senhora lua!

Enquanto a menina respondia, o cientista ia apontando os sinais que a máquina da verdadeverdadinha lhe ia dizendo.

-E o seu pai, menina, quem é?

– Um astronauta por quem a minha mãe se apaixonou - disse a menina com um sorriso de meia lua.

Como chegou à terra? Sendo filha da lua? – ria o cientista, achando que era agora que a menina iria chumbar no teste.

– Vim de foguetão com o meu pai, pois a vida na lua era muito difícil para uma menina como eu. Havia muito frio e muito calor, tinha uns buracos enormes, onde eu caia constantemente. E não havia um único menino para eu brincar. Foi assim, que a minha mãe decidiu falar com a tia terra para me receber.

– Tia terra? Mas a terra é sua tia? – dizia o cientista com os olhos muito arregalados.

– Vocês são cientistas, têm tanta inteligência, máquinas para responder a tudo e não sabem que a minha mãe é irmã da terra. Que totós!

Bom...Nesse dia foi considerado verdade científica que aquela menina era filha da lua. A menina passou de mentirosa, a estrela dos telejornais e dos programas de entretenimento. Imaginem só! Até já lhe achavam parecenças com a mãe. Uns diziam, que ela tinha um rosto de lua cheia, outros que ela era aluada como a mãe, e ainda outros que diziam já percebiam de onde vinha o seu ar lunático.

A menina só queria que a deixassem em paz, queria brincar com as outras crianças, correr pela terra, apanhar a brisa da manhã, cheirar as flores e rebolar na relva. Mas os crescidos eram mesmo chatos! Agora até havia um especialista em luas que queria ver se o ADN dela, era igual ao da mãe! Por favor!

Farta de tantos especialistas, cientistas e outros compliquistas decidiu telefonar ao pai para a levar a outra tia.

A Mãe Lua, o Pai astronauta pediram muitas desculpas à tia Terra, mas esta gente compliquista não a estavam a deixar a menina Lua ser feliz.

A Terra ainda chorou, pois também ela estava farta de aturar esta gente tonta que não conseguia ver a simplicidade e a pureza nos corações. As aparências e o Ter aindam enchiam os egos de algumas gentes de planeta azul.

As duas abraçaram-se, enquanto o pai aquecia os motores do foguetão espacial .

O pai ligou os motores e escreveu no destino: Tia esperança e vruuuuuuuuuuummmmmm voaram para o espaço.

Lá longe num planeta distante, a Tia Esperança já estava de braços abertos para acolher a menina Lua.

(...)

Passaram-se uns anos , já cresci, mantenho-me no Planeta Esperança .... Com uma luneta mágica vou espreitando a Tia Terra. Há dias que tenho vontade de voltar ... Amanhã talvez, ou num outro dia ....

Vanda Furtado Marques

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