ESCOLA DA CIDADE CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO THAIS DOS SANTOS
CARAGUATATUBA - PROJETO VIDA CAIÇARA Escola de Desenvolvimento e Construção Naval
SAO PAULO 2011
THAIS DOS SANTOS
CARAGUATATUBA - PROJETO VIDA CAIÇARA Escola de Desenvolvimento e Construção Naval
Monografia Apresentada à Coordenação de Arquitetura e Urbanismo da Escola da Cidade como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Arquitetura e Urbanismo.
Orientador: Paulo Brazil
SAO PAULO 2011
SANTOS, Thaís Caraguatatuba - Projeto Vida Caiçara: Escola de Desenvolvimento e Construção Naval / Thaís dos Santos. - São Paulo, 2011 75 f., 30 cm Orientador: Paulo Brazil Monografia (Conclusão de Curso) - Escola da Cidade, 2011
1. Arquitetura. 2. Urbanismo. 3. Projeto
Dedico este trabalho a todos os que acreditam ainda no convivo social em harmonia com as coisas puras e simples , onde as intençoes coletivas superam as individuais e onde os sonhos se tornam reais.
Á todos que percebem que a arquitetura transforma, cria e improvisa o espaço; dedicando-o para o real usuário: seres vivos e conectando com as efemeridades da vida. Agradeço, ao meu orientador, Paulo Brazil, por seu conhecimento, paciencia, perseverância e principalemte por me fazer acreditar que sou capazhj. Aos colaboradores, técnicos, históricos e sociais Carlos Augusto Niemeyer (arquiteto), Sr. Pedro Paes (morador e presidente da associação Acaju) e Ronan Carvalho da Silva Júnior (morador e presidente da associação de pescadores) que me ajudaram na filosofia e compreenção do tema. E por fim, a todos aqueles que me amam - pais, namorado, amigos, irmãos, tios e primosque me iluminam, me constroem e me fortalecem para ser cada vez mais uma pessoa melhor.
“O Planeta não é inanimado. É um organismo vivo. A terra, as rochas, oceanos, atmosfera e todos os seres vivos são um grande organismo. Um sistema de vida holístico e coerente, que regula e modifica a si mesmo.”
James Lovelock, Princípio do Gaia
SUMÁRIO Introdução
I. Consideraçoes Iniciais II. Metodologia III. Objetivos - Gerais - Específicos IV. Organização da Monografia
1.
CAP. CIDADES | O QUE 1.1. Urbanismo e Instrumentos 1.2. Cidade Compacta x Cidade Difusa 1.3. Condicionantes do século XXI 1.3.1. Insustentabilidade 1.4. Capitais 1.4.1. Capital Social 1.4.2. Capital Econômico 1.4.3. Capital Tecnológico pág. 13 1.4.4. Capital Ambiental
3.
COMUNIDADE | PORQUE CAP. 3.1. Ocupação, Modo de Vida e Infra-estrutura 3.2. Meio ambiente pág. 3.3. Fazenda dos Ingleses 43
2.
CARAGUATATUBA | ONDE CAP. 2.1. Histório 2.2. Geografia 2.3. Catástrofe 1967 2.4. Dados Geriais 2.5. Expansão Urbana 2.6. Desenvolvimento econômico 2.7. Plano Diretor pág. 25 CAP.
4. PROJETO VIDA CAIÇARA |
4.1. Plano Geral 4.2. Desenho da Orla 4.3. Escola Naval
pág. 49
COMO
8
9 INTRODUÇÃO I.Consideraçoes
Iniciais:
Esta monografia iniciou-se com o foco
Todas essas intençoes foram concretiza-
na CIDADE, um dos ambientes de trabalho do
das no desenho do Projeto VIDA CAIÇARA, que
arquiteto, o qual deve ser trabalhado minucio-
visa criar um sistema de infra-estruturas que
samente, quase que lapidado para conseguir
fortaleça a população local, garantindo iden-
atender as reais necessidades daquele que o
tidade e a noção de pertecimento, objetivos
habita: o HOMEM. Buscando compreender
agregados a Função Social do Arquiteto.
como as cidades foram desenvolvidas até hoje,
Dessa forma, o tema escolhido (desenho
apontando as ideologias criadas na formação
de um “pedaço” da cidade) se deu pela pos-
das mesmas e as prospecçoes de futuro; indi-
sibilidade de transformação, um local inativo e
cando por fim, quais são as condicionantes do
de suma importância para a população em algo
século XXI, as quais considero, estratégias para
que retorne para a mesma.
preservação das mesmas.
Outros fatos também me influenciaram
Com a escolha da cidade, CARAGUA-
na escolha deste tema, como de parte de minha
TATUBA - SP e sua proposta de crescimento e
família morar na cidade, eu ser uma assídua
desenvolvimento, foi necessário compreender
freqüentadora da mesma, e por fim, a profun-
e entender as relações históricas, geográficas,
da ligação de amor com a mesma.
cotidianas e sociais; e compará-las com transformações físicas e naturais previstas. Buscando assim, realizar um projeto que tenha coerência entre o espaço e a sociedade, criando ainda vínculos com o passado, presente e futuro.
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II. Metodologia:
III. Objetivos:
Para o desenvolmento desta monogra-
- Gerais:
fia os seguintes instrumentos metodológicos foram efetuados:
Contribuir com estudos que relacionam projetos com a comunidade, visando a relação do desenvolvimento humano, interação e
a. leitura bibliográfica de estudos perti
preservação do meio ambiente e proteção ao
nentes ao tema;
patrimônio socio-cultural.
b. levantamento de estudo de casos; c. visita a área de estudo;
- Específicos:
d. conversa com os moradores locais, es
Elaborar um ensaio projetual, Projeto
tudantes de arquitetura;
Vida Caiçara, que atenda as necessidades lo-
d. consulta a Prefeitura Municipal e
cais, criando diretrizes e possibilidades para a
Baneárea de Caraguatatuba
sobrevivencia típica (ou regional) da população.
e. participação na audiencia sobre o IV. Organização
Plano Diretor
da Monografia
f. participação de palestras na cidade; g. registro fotográfico
Esta monografia esta organizada em
h. diagramas;
quatro capítulos que buscam atender aos ques-
i. desenhos;
tionamentos do: O QUE?, ONDE? PORQUE? E
j. modelos
COMO. A seguir segue uma prévia de cada um deles.
11
CAP.
1. CIDADES
| O QUE
Este capítulo faz um levantamento do desenvolvimento das cidades desde a década de 20 até os tempos atuais; definindo e apontando como foram feitas e como devem ser projetadas.
CAP.
3. COMUNIDADE
| PORQUE
Apresentação da sociedade e suas práticas coti-dianas, ressaltando os aspectos culturais e históricos. Além disso, este capítulo indica a área selecionada para ser objeto de projeto: Porto Novo / Fazenda Serramar / Ancoradouro.
CAP.
2. CARAGUATATUBA |
ONDE
Neste capítulo, o objetivo é apresentar a cidade fruto deste trabalho, fazendo fazendo um panorama geral sobre os temas históricos, geográficos e econômico. Além disso, retrata o planejamento urbano discutido neste ano de 2011, e as perspectivas para o crescimento e desenvolvimento da cidade.
CAP.
4. PROJETO VIDA CAIÇARA |
COMO
Primeiramente, o projeto mostra um plano de massas para a área a beira do Rio Juquerequere, criando conjunto de infra-estruturas para a população local. Em seguida, apresenta o desenho de uma nova orla, um passeio público onde se aprecia e se tem contato com a natureza e por fim, o projeto se foca na criação da Escola Naval.
12
Fonte: http://pt.wikipedia.org
13 CAPÍTULO
1. CIDADES
| O QUE
1.1. Urbanismo e Instrumentos Ao se tratar de cidades, é de demasiado
unidade.”(Salvador Rueda)
interesse dos arquitetos urbanistas, compreen-
O urbanismo deve observar as relações
derem quem foi Idenfonso Cerdá, engenheiro
existentes e criar um conjunto de regras que se
responsável pela invenção de metade do século
apliquem ao desenvolvimento do espaço, de-
XIX. “ Com o urbanismo abordou os problemas
safiando os princípios do homem e identifican-
da realidade e buscou inventar soluções que
do que o bem coletivo é superior ao individual.
unissem a interdiciplinaridade com a imagina-
Dessa forma, a grande contribuição
ção, usando os instrumentos técnicos, econômi-
das teorias de Cerdá, esta tanto na sua visão
cos, jurídicos e sociais”.
geral de cidade, resolvendo os grandes confli-
O urbanismo para I. Cerdá não estava
tos da época (higiene, mobilidade, redução da
baseado apenas na relação do edifício com seu
desigualdade social, etc), como nas soluções
entorno imediato, e sim, na compreenção de
e detalhes, criados para enfrentar os grandes
todos os elementos que constituiam a cidade.
questionamentos do urbanismo: público x
“A cidade é combinação das pessoas,
privado, individual x coletivo, campo x cidade,
coisas, interesses de todos os tipo; mil itens
tranquilidade x movimento, regularidade x var-
diferentes, que agem aparentemente de for-
iedade.
ma independente, e ao observar cuidadosamente e filosoficamente, percebe-se que estão
Propondo sempre através do desenho, a seguinte metologia:
em constante comunicação, exercendo uma
- Identificação das consicionantes;
ação em si, as vezes de forma muito direta e
- Criação de elementos urbanos;
que por consequencia veem a formar uma
- Hierarquização das ações.
14
1.2. Cidade Compacta x Cidade Difusa O modelo idealizado por Cerdá, possui
letiva e no espaço urbano, planejado para at-
a mais dinâmica do tecido urbano da cidade de
ender as quatro funçoes básicas: moradia, tra-
todos os anos, a união do projeto com a idéia
balho, lazer e mobilidade.
sistemica para realizá-lo permitiu ganhar uma
Outros dois grandes fatores interferiram
força soberana sobre as demais cidades, tor-
no planejamento urbano desta época: primei-
nando assim, um exemplo.
ramente o automóvel, que precisou de adapta-
Apesar deste exemplo sofrer pressoes
çoes na paisagem para conseguir atender esta
dos diversos campos econômicos, conseguiu
demanda, e depois os movimentos migratórios
atender as necessidades imediatas e criar di-
do pós-guerra que apelavam pela necessidade
retrizes para os próximos atuantes, impedindo
de uma produção massiva, com localização per-
a urbanização de outras áreas.
iférica (em busca de terras baratas) e apoio do
Porém, esta ideologia da cidade com-
público (concessão de terrenos, financiamento
pacta, durou apenas até a chegada de Le Cor-
privilegiado e subsídios, etc.), gerando novas
busier e do Movimento Funcionalista que con-
redes de estradas, corredores de ruas, rodovias
duziram com exito a ordem e funcionalidade,
que se adaptem a circulação da cidade.
como princípios estruturantes da cidade mod-
Porém, este crescimento urbano, ba-
erna, inspirados talvez, nos poetas alemães que
seado na lógica do consumo, além de gerar
já indicavam o zoneamento na arte do planeja-
os problemas sociais (segurança, segregação)
mento.
e estruturais (falta de infra-estrutura urbana
Nesta nova proposta de ocupação, os
e equipamentos), ainda causam um aumento
conceitos estavam baseados na habitação co-
substancial dos recursos materiais, terrenos e
Corte Esquemático - Plano de Barcelona
15
energia.
Esta é a cidade difusa, a qual hoje es-
É de se ressaltar ainda que este modelo
tamos incubados a viver/sobreviver, onde o
tem como objetivo ocupação total do território
planejamento urbano é baseado nas suas zo-
não determinando os limites da cidade (ru-
nas e funções; onde o sistema rodoviário é o
ral x urbano) e obstruindo qualquer problema
elemento estruturador e geram a densamente
(infra-estrutura, jurídico, etc.) que impessa seu
total o território, impermeabilização do. solo
objetivo final.
e segregação social; onde o consumo dos re-
Resumindo, o consumo é o que impor-
cursos são cada vez maior aos de resíduos não
ta, o comprar e descartar é o que alimenta, e
possuem destino se por fim onde os modelos
este ciclo o que o destrói.
impostos valorizam as práticas individuas das coletivas. No Brasil, a cidade difusa e seus percussores podem ser facilmente reconhecidos na capital, Brasília, organizada para responder funções e conformada por eixos, quadras, edifícios, células e anéis, onde a mobilidade acontece através do automóvel e a moradia popular nas cidades satélites.
Croquis - Brasília
16
SAO PAULO
Fonte: http://antwrp.gsfc.nasa.gov
17
1.3. Condicionantes do século XXI 1.3.1. Insustentabilidade “ A primeira e mais óbvia observação a
nos países subdesenvolvido. Para surgirem es-
respeito das cidades é que elas são como or-
sas novas urbanizações cicatrizes (irreversíveis)
ganismos vivos, absorvem recursos e eliminam
aconteceram no ambiente, como por exemp-
resíduos. Quanto maiores e mais complexas
lo: a destruição dos ecossistemas, solo fértil, a
forem as cidades, maior também será sua de-
extinção das espécies, esgotamento de certos
pendencia das áreas circundantes e maior a
depósitos minerais, etc, açoes que contribuem
vulnerabilidade em relação as mudanças do
para a destruição do planeta.
entorno.” – Crispin Tickell, Cidades para um pequeno Planeta.
Os modelos de ocupação do solo e sua organização, de mobilidade, gerenciamento
O consumo de combustíveis fósseis
de a água, materiais e energia, em grande
(carvão, petróleo e nuclear), alimentos, energia,
parte explicam o maior ou menor volume de
mercadorias, são os principais recursos usados
emissões de gases na atmosféra, que devem ser
pelas cidades, que entram e saem na forma de
revistos para atender a demanda do acrescimo
lixos orgânicos, emissões de gases e resíduos
populacional, pois o uso e abuso dos residuos,
inorgânicos, não prevendo um ciclo de vida ou
causa diversos disturbios no ambiente como na
reciclagem de produto.
modificação da qualidade do ar, temperatura,
Em 1950, 50 % das pessoas estavam morando em áreas urbanizadas e até 2025 o
abastecimento de comida, demanda por água e produção de lixo.
percentual pode atingir 60%, sendo que, as
Constantes reaçoes do ambiente com
áreas que mais sofreram este processo estão
realação as açoes humanas vem acontecendo,
18
a falta da camada protetora da terra esta cau-
Estas condicionantes possuem um re-
sando açoes como a do derretimento das ca-
lacionamento direto com a produção de CO2,
madas polares, aumentando a quantidade do
principal fator de destruição da cama de ozônio
nível do mar e fazendo já que algumas cidades
(película protetora da terra).
sejam alagadas ou até sumam do mapa.
O Brasil não possui nenhum plano de
Os exemplos citados acima mostram a
redução da taxa de CO2, porém, o Banco Mun-
insustentabilidade do desenvolvimento atual, a
dial realizou um Estudo de Baixo Carnbono no
tecnologia vem trabalhado para tentar reverter
Brasil e elencou que como condicionantes os
este quadro, contudo, para conseguir-se uma
seguintes elementos:
transformação completa, é necessário identificar os problemas e as açoes que precisam ser realizadas, nomeadas aqui, pelas as condicionantes do século XXI.
Energia
Desmatamento
Transporte
Pecuária
Resíduos
Agricultura
Fonte: http://subrealism.blogspot.com/2010_01_01_archive.html
19
Para que o plano das condicionantes consiga
ser implantado, é necessário aban-
donar as práticas atuais do capitalismo selva-
a esta que a reciclagem, economia e renovação devem se tornar conceitos básicos para a existencia humana atual e futura.
gem e criar uma interdisciplinaridade dos novos
Arquitetos, engenheiros e construtores
instrumento. A seguir são descritos quais são
devem se preparar para traduzir os conceitos
essas novas ferramentas de trabalho.
sustentáveis, considerados complicados pela população, em projetos de conscientização e
1.4.1 Capital Social:
instrução da mesma. A população já conseguiu compreender das práticas de pequenas açoes,
- Reeducação populacional
como abando das geladeiras com CFC e prefer-
- Reivindicação de novos produtos que
encia por aparelhos doméstico com menor con-
não prejudiquem o meio ambiente
sumo energético, porém os projetos de escalas
- Projetos de qualidade
maiores devem adotar novas soluçoes que não
- “Igualdade social”
prejudiquem ainda mais o meio ambiente. Os
- Relação social e troca de valores.
produtos sociais (edificaçoes) devem rever suas intenções, abandonando a idéia do individual e
O capital social dentro desta nova lógica
valorizando as intervenções coletivas. Buscan-
do sec. XXI consiste na junção do conhecimen-
do inserir a escala do homem, a coesão social,
to com a educação.
um ciclo longo de vida e novas tecnologias nos
Pode-se dizer, que o processo deve se ini-
princípios de projeto, possibilitando assim, uma
ciar com a reeducação da população, indicando
melhor relação dos espaços que compoem a
20
cidade e economias nos sistemas de infra-es-
permite a exploração desenfreada dos recur-
trutura.
sos territoriais e humanos, acabando os limites
Valores culturais, valores sociais e bom projeto devem estar interconectados. 1.4.2. Capital Econômico:
de ordem natural, quantificandoo capital e alimentando competiçoes de mercado. Quando os assuntos são demasiadamente específicos, dotados de nomenclaturas e fórmulas atípicas aos da vida cotidiana, se tor-
- Compra e venda
nam códigos, sendo decifrados apenas aos que
- Exploração x Preservação
possuem a “chave mestra” e absolvidos aos
- Intercomunicação de capitais
desclassificados.
- Novas fontes de capitais
A relação com os demais capitais, prin-
cipalmente os de grandeza ambiental, e a
Como o próprio nome indica, o capital
busca por novas formas de ação e estratégia
econômico esta associado aos recursos finan-
econômica, são medidas de alimentação para a
ceiros e os princípios políticos; onde a inten-
implantação deste novo sistema
sidade da compra e da venda, acontece de
acordo com a demanda do material existente
1.4.3. Capital Tecnológico:
e controlada através da inflação; isso, independente do tipo de produto. A falta de ponderação entre o bom x ruim e a falta do consenso de comunidade,
- Obsolescencia Programada - Tecnologia para novos produtos - Uso adequado dos recursos
21
- Aceitação ambiental e social
lar em energia elétrica, podendo ser aplicada
- Tecnologia x Indústria
tanto na escala do edifício como na escala da
A ciencia e a tecnologia surgiram para
cidade. É necessário conseguir trabalhar a tec-
beneficiar e facilitar a vida humana, modifican-
nologia juntamente com a indústria, facilitando
do e criando matérias-primas em produtos para
a produção e o acesso para a sociedade dos
os seres humanos.
produtos ecológicos.
Este capital possui uma profunda re-
1.4..4. Capital Ambiental:
lação com o capital econômico, pois além de financiar as pesquisas tecnológicas ainda determinam as diretrizes, especificações e objetivos
- Quantificação de recursos
para cada produto, podendo chegar até em di-
- Índices sociais, urbanos e ambientais
minuir a durabilidade do material para baratear o custo e alimentar o mercado. Com a velocidade dos avanços tec-
(positivos x negativos) - Coleta de ecossistemas, habitats e espécies
nológicos e escassez de recursos, ambos agindo
- Fragilidade ecológica
em forma conjunta, a indústria da construção
- Sustentabilidade como renda
necessita de novos produtos que interajam com o meio ambiente e a sociedade, buscando re-
O capital ambiental é a expressão uti-
lacionar o funcional (ecológico) com o belo.
lizada para quantificar todos os recursos do
Um exemplo de “ bom produto” são as placas
planeta, incorporando nos índices, os valores
fotovoltaicas que transformam a energia so-
negativos, como poluição, desertificação e con-
22
taminação. Dessa maneira, este capital serve para o controle e alerta a população frente as suas ações no meio ambiente. Associado a este capital encontramos o capital ecológico, que nada mais é o sistema básico o qual a espécie humana depende para viver., analisa por exemplo a produção dos transgênicos. O ambiente no decorrer dos anos será uma grande fonte de renda, pois sera cada vez mais frequente a escassez de água e alimentos, como já acontece em algumas regiões da África, esse fator pode até gerar uma nova crise mundial.
Fonte:Guia de comunicação e sustentabilidade (CEBDS).
23 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
SUSTENTABILIDADE
CULTURAL
“ É o desenvolvimento que satifaz as necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de satisfazer suas próprias necessidades”.
- Economia - Formação -Comunidade - Equidade
Social
TECNOLÓGICO - Tecnologia Energética - Técnicas - Design - Evolução - Capital de Conhecimento
(Brutandtland, 1987)
Econômico ECOLÓGICO - Saúde - Energia - Água - Futuro - Capital de recursos
Ambiental
24
Fonte: http://www.caraguatatuba.sp.gov.br
25 CAPÍTULO
2. CARAGUATATUBA | ONDE
2.1. Histórico Não se sabe ao certo a data de fundação
do passou a ser caracterizada como Freguesia
da cidade de Caraguatatuba, porém nos docu-
seu quadro foi se modificando, ganhando uma
mentos do séc. XVI consegue-se notar que a ci-
maior ocupação em 1857, ano onde aconteceu
dade até então conhecida como Santo Antônio
seu desmembramento de São Sebastião.
de Caraguatatuba fazia parte da concessão da
A característica de estância balneária
Sesmaria, destinada a bacia do Rio Juqueri-
ocorreu apenas em 1947, porém sua acentua-
quere, datando assim sua criação por volta dos
da ocupação se deu na inauguração da Rodo-
anos 1653 e 1654.
via dos Tamoios (1957), onde começaram a se
Tentou-se durante 40 anos fixar uma ocupação nesse espaço, porém somente quan-
Fonte: http://www.caraguatatuba.sp.gov.br
instalar as primeiras casas de veraneio.
26
Fonte: Territ贸rio Santista: Cidade, Porto, Projeto _Mestrado Pedro Sales (2004)
27
2.2. Geografia A cidade fruto o qual este trabalho se
Esta mata é um dos últimos 7% de Mata
insere esta dentro da Sub - Bacia 03 - Litoral
Atlântica remanescentes; composta ainda pe-
Norte, com área de 2.854 km2, e formado pe-
los mananciais de Paraibuna, matas de encos-
los Municípios de Ubatuba, Caraguatatuba,
tas, cachoeiras e rios que deságuam nas praias.
São Sebastião e Ilhabela.
(energia e abastecimento de água)
Caraguatatuba, constituída por paisa-
Rios que conformam 6 grandes sub-
gens cenicas e com relevo de grande declivi-
bacias: Rio Maranduba, Rio Tabatinga, Rio Mo-
dade na região da serra; a qual percorre todo o
cooca, Rio Massaguaçú/Sacui, Rio Guaxinduba,
município; possuindo uma área de abrangencia
rio Santo Antonio e rio Juqueriquere, que ao
de aproximadamente 50 mil hec.
pensar em energia e abastecimento de água
28
poderia ser as divisões futuras da cidade.
de ameaçadas pela caça, desmatamento, espe-
“Todo este patrimônio natural garante
culação imobiliária e exploração clandestina de
a população a continuidade e a qualidade dos
produtos florestais, como bromélias, orquídeas,
recursos hídricos, o equilíbrio do clima, a pro-
xaxins e palmito-juçara, o maior alvo.
teção das encostas contra deslizamentos, além
Como resposta essas explorações ao
disso, ainda promove a experiencia do contato
meio ambiente o Governo Federal criou o Plano
com a natureza através de suas trilhas e outros
Nacional de Gerenciamento Costeiro, o qual
atrativos.“
tem como objetivo delimitar uma área terrestre
Associação Mata Atlântica.
Como o contato com esta rica natureza é de fácil acesso, faz dela mais uma das áreas
para preservação e conservação.
29
30
2.3. Catástrofe de 1967
No verão de 1967, segundo texto de
berturas vegetais tão volumosa que fizeram o
Aziz Ab´Saber, um grande volume e intensi-
Rio Santo Antonio alagar-se de 10-20 m para
dade das precipitaçoes pluviais, ultrapassaram
60-80 m, deslocando ainda seu leito e provo-
os limites habituais na faixa da Serra do Mar,
cando inundação na cidade.
especialmente em Caraguatatuba, onde os pro-
cessos espasmódicos com rápida ruptura das
sobressaiu, encobrindo as ruas, desaparecendo
vertentes das escarpas tropicais interromperam
com a avenida da praia; com a estrada da ser-
o processo natural de decomposição e ocasio-
ra, não permitindo distinguir os antigos traça-
no escorregamentos do tipo avalanches débeis
dos; formou-se ainda precipícios com até 1 m
(momentos resistáticos).
de profundidade e levou consigo centenas de
mortes.
A união da chuva com as seguintes
Apesar deste volume de água, a lama se
razões intrísecas: composição do solo, decom-
posição diferencial, cobertura vegetal primária,
pois, além da sua estrada ficar interrompida,
descalçamento de taludes naturais, cortes de
todos os outros acessos ao litoral teve deslo-
estradas, caminhos de serviço, construçoes
camentos locais, complicando os resgates da
provisórias, desmatamento irregulares, pressão
área.
pela urbanização do piemonte, vertentes e pa-
tamares de atenuação e declividade nas encos-
deu-se vidas, perdeu-se patrimônio público,
tas da serra fizeram deste escorregamento uma
perdeu-se natureza. E mais do que isso tudo,
catástrofe.
a população, a mais pobre, perdeu seus per-
tences e o espaço para dar continuidade a vida.
Uma avalanche de solos, rochas e co-
Todas essas açoes isolaram a cidade,
Resumindo, em Caraguatatuba: “per-
Fonte: http://www.caraguatatuba.sp.gov.br
31
Fonte: http://www.caraguatatuba.sp.gov.br
32
Ă rea de estudo
Zona Sul
Zona Central
Zona Norte
33
2.4. Dados Gerais
Caraguatatuba é um dos principais aces-
do que realmente é considerado local urba-
sos ao litoral, Rodovia dos Tamoios, um local
nizado e como funciona a entrada de recursos
podendo se dizer de passagem e com intenso
e a saída de resíduos. Com realação a organização espacial de
tráfego.
Devido a esse relação viária e o fato de
Caraguatatuba, pode-se dizer que esta dividida
possuir uma rodovia federal no meio da cidade
em tres grandes zonas:
(Rod. Rio - Santos), surge o problema de divisão
ZONA NORTE -
área predominante-
e segregação do espaço, “orla e sertão”, ge-
mente residencial, com os principais con-
rando assim, a cidade legal (habitaçoes regular-
domínios fechados (ex. Tabatinga) e praias com
izadas) e a cidade ilegal (uso capião).
melhor qualidade da água;
Atualmente o município possui 100.000
zONA CENTRAL - também conotada
hab. e segundo dados do Instituto pólis, a
pelos moradores como “A cidade”, onde se
população flutuante (veranistas - pessoas com
desenvolve as maiores atividades institucio-
segunda residencia no litoral) representa cerca
nais (prefeitura, museu, teatro, hospital, etc.),
de duas vezes a população fixa, o que provoca
turísticas, serviços e comércios;
um alto consumo nos insumos e resíduos, que
zONA SUL - l área de transição e con-
quando não tratados devidamente poluem o
exão com São Sebastião, marinas, hipermerca-
ambiente.
dos, postos de gasolinas são principais serviços
Por isso, ao conflitamos os dados cedidos pela prefeitura e pelo instituto Pólis, e comparamos com a foto aérea, surge-se a dúvida
e área de grande concentração de colônias de férias,
34
Área de estudo
Fazenda dos Ingleses
Rod. Tamoios
Rod. Rio-Santos
Rio Juquerequerê
UGTCA
35
Fonte:http://www.panoramio.com/photo/11637540
36
Fonte: INPE/CPLA Área de estudo
Fazenda dos Ingleses
até 1961
1961 - 1977
1977 - 1990
1990 - 2000
37
2.5. Expansão Urbana No início do século XX, a maior parte
cleos de pescadores foram ocupadas, o que
dos habitantes de Caraguatatuba vivia na zona
acabou por prejudicar as famílias caiçaras. Suas
rural e em agrupamentos de pescadores dis-
terras, herdadas através de gerações, aos pou-
tribuídos pelas praias.
cos, foram sendo tomadas, cedendo lugar as
Neste período, a Vila de Caraguatatuba possuía pouco mais de 3.000 habitantes e
tura.
contava apenas com uma praça e poucas ruas.
O crescimento populacional e habitacio-
Com o crescimento da população, novos bair-
nal provocou a ocupação desordenada de en-
ros e estradas foram surgindo.
costas, de morros e de áreas ribeirinhas, a par-
Entre 1938 e 1955, foram construídas as
tir da década de 1990, fazendo com que não
estradas que ligam o Vale do Paraíba ao Litoral
houvesse planejamento da expansão urbana e
Norte, incentivando o turismo na região.
gerando uma estrutura desarticulada.
A partir da década de 60 iniciou-se o crescimento populacional acelerado no município, constituída por pequenos loteamentos e próximos as áreas centrais. Com o desenvolvimento da industria e turismo a especulação imobiliária começou a atuar, criando loteamentos para as casas de veraneio. 2000 - 2005
novas construções, sufocando toda uma cul-
Na década de 1980, as regiões de nú-
Prefeitura Municipal estância Balneária de Caraguatatuba Tipologia Estância Balneária População 100.889 hab. Taxa de Urbanização 96,58% Taxa de crescimento anual 2,78% da população (média 2000/2010) Área 484 km² Altitude 2m Orla 40 km Abastecimento de água 90% (Fonte: Sabesp) Coleta de Esgoto 72% (Fonte: Sabesp) Tratamento de Esgoto 100% (Fonte: Sabesp) Instituto Póliis (2000) Taxa de Urbanização Área cultivada e de pastagem
- 15,% - 15%
38
39
2.6. Plano Diretor Desde 2004, tenta-se criar um Plano Di-
cessidade de entender a função da propriedade
retor para a cidade, porém apesar dos esfor-
e que no início da política de desenvolvimento
ços da prefeitura e dos cidadãos; a primeira
urbano no Brasil, o planejamento era pensado
proposta foi indeferida pelo setor público. De
para o Município de São Paulo como um todo,
2009 até hoje, nesses dois anos, a prefeitura
considerando desde a macro-metrópole até as
teve que rever o plano pensado, adicionando
pequenas cidades, não conseguindo assim at-
contabilizando na sua proposta as ações e con-
ender as necessidades locais dos pequenos lo-
seqüencias da implementação do Gasoduto
cais.
Caraguatatuba-Taubaté (GASTAU) e a Unidade
O arquiteto José Lucena foi convidado
de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (UT-
para realizar a consultoria urbanística, deixando
GCA).
a prefeitura encarregada de contribuir com o No dia 18/03/2011, aconteceu a 1° au-
diencia sobre a nova proposta para o Plano Di-
material necessário. Os itens abaixo mostram a didática abordada para explicar o plano:
retor de Caraguatatuba. Nas primeiras falas da
Intenção: Criar diretrizes para o uso e
comissão organizadora, a intenção foi instruir
ocupação do solo, melhorando a situação at-
as pessoas sobre o uso e a finalidade de se criar
ual e prevendo o crescimento da cidade e seus
esse tipo de projeto e caracterizando-o como:
atuais e novos habitantes, este cálculo não con-
“Político (leis), técnico (profissionais) e transpar-
tabiliza a Gleba da Fazenda, que por ser uma
ente (participação popular).
propriedade particular e tombada.
A orientação, ainda mostrou que a cria-
Objetivo:Criar conhecimento; Integrar
ção dos planos diretores surgiram com a ne-
prefeitura x população e não justificar; Discutir
40
ร rea de estudo
Fazenda dos Ingleses
Av. do Contorno
Rov. Rio-Santos
Rov. Tamoios
Viรกrio
41
e avaliar as grandes opçoes estratégicas; Auxiliar nas decisoes.
Este plano se baseia, como o próprio
Bases de estudo: Plano de Bacias Hi-
prefeito diz na segunda audiencia, apenas no
drográficas para o Litoral Norte; Plano Estadual
problema viário, voltando as práticas rodovia-
de Georeferenciamento Costeiro - ZEE; Plano
ristas e de zonemento urbano.
Indústria, Naval e Offshore - PINO; Plano Mu-
Permite ainda uma verticalização inde-
nicipal de Saneamento e Diagnóstico; Avaliação
vida com o altíssimo coeficiente de aproveita-
Ambiental Estratégica – AEE; Avaliação Ambi-
mento, desconsiderandos as questões da paisa-
ental Integrada – AAI
gem e não preve os problemas de mobilidade,
Indicadores: Levantamento histórico da malha viária; Expansão Urbana; Áreas de
recursos, resíduos e preservação histórica, cultural e ambiental.
preservação – marítima e ambiental; Áreas de
Resumindo, todo o discurso e estudos
Mananciais – Porto Novo, Tabatinga e Massa-
levantados pela própria política pública não
guaçu; População atual e crescimento popu-
possue conexão com as propostas e desenhos
lacional; Sócio-econômico – emprego; Água
apresentados.
- demanda usada e necessária para atender o abastecimento futuro; Energia. A proposta atual para a cidade não contempla o social, econômico e o ambiental e ainda não respeita a participação popular, atual Foto: da autora
excludente.
morador da cidade, que por este plano se torna
42
Ilha dos Pescadores Saco da Ribeeira Maranduba Tabatnga Massaguaçu - Cocanha
Camaroeiro Porto Novo Enseada São Francisco Pontal da Cruz
Jabaquara Fome Saco do Indaiá Guanxuma
São Pedro Figueira
Vitória
Buzios/Guanxuma Porto do Meio Eustáquio
Sombrio
Picinguaba
43 CAPÍTULO
3. COMUNIDADE |
PORQUE
3.1. Ocupação, Modo de Vida e Infra-estrutura Como arquitetura cumpre uma função
ambientais, o Governo Federal criou o Zonea-
social, este capítulo foca a comunidade, em es-
mento Ecológico-Econômico do Litoral Norte,
pecial as comunidades pesqueiras diretamente
o qual, tem como principal objetivo permitir
afetadas pela instalação do Projeto Mexilhão.
com que a atividade econômica se desenvolva
Ao todo existem 22 comunidades de pesca artesanal, elencadas pelo Diagnóstico
de maneira estável e em harmonia com o meio ambiente.
Rápido Participativo - DRP: Picinguaba, Ilha dos
Em Caraguatuba, duas são as Zonas pre-
Pescadores, Saco do Ribeira e Maranduba (em
dominantes: a Zona 2 M e a Zona 2 M especial.
Ubatuba); Tabatinga, Massaguaçú, Camaroeiro
Na Zona 2 M especial, que margeia a costa da
e Porto Novo (em Caraguatatuba); Enseada
enseada de Caraguatatuba e as Praias do Mas-
São Francisco e Pontal da Cruz (em São Sebas-
saguaçú até Tabatinga, ficou permitida a pesca
tião); Saco do Indaiá, São Pedro (Praia do Canal,
artesanal e proibida a de arrasto, por ser uma
Praia do Fome, Jabaquara, Guanxuma, Saco do
técnica de pesca que destrói o fundo do mar
Eustáquio, Figueiras, Sombrio, Ilha de Búzios
e impede a reprodução de crustáceos, ponto
(Ganxuba e Porto do Meio), Ilha da Vitória (em
chave em nosso ecossistema.
Ilhabela).
É de se ressaltar ainda,que cada comuni-
Comunidades que sofrem constante-
dade geralmente trabalha com um tipo de pes-
mente a pressão do crescimento da cidade pois
cado, criando sempre modos de preparos para
trabalham diretamente com o meio ambiente
cada e também uma festa típica, como por ex-
alvo dos estragos e desrespeitos.
emplo o Massaguaçú - mexilhoes, Camaroeiro
Como forma de conteção aos estragos
- camarão e Porto Novo - camarão / tainha.
44
Área de intervençao
o
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Av
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Rio Juquerequerê
Av. da P raia
45
3.2. Porto Novo A comunidade do Porto Novo foi sele-
de Caraguatatuba - ASSOPAZCA, que realizam
cionada para este trabalho, por diversos fatores
o trabalho de organização e cadastramento dos
dentre eles: ser uma das primeiras ocupações
mesmos.
da cidade, o fato de estar na Zona Sul da cidade
A comercialização dos pescados acon-
área prevista pelo Plano Diretor para sofrer di-
tece no Entreposto de Pesca, com 6 box de
versas transformações urbanas e de uso; pela
venda, e manutenção da frota nos estaleiros.
importância histórica e cultural; e por estar a
Na cidade, existem 41 colônias de férias
margem de um dos grandes elementos naturais
cadastradas na Secretaria Municipal do turismo,
do Litoral Norte - o Rio Juquerequere, o único
onde 39 se encontram na região do Porto Novo.
rio navegável da área.
Esse dados juntamente com o grande número
Atualmente existem15 famílias de pes-
de marinas demonstra uma intensa atividade
cadores nesta área, envolvidas com a Colônia
turística na área, podendo concluir que a renda
de Pescadores Z-8 “Benjamin Constant” e a As-
das famílias nessa localidade é composta pela
sociação de Pescadores Artezanais da Zona Sul
atividade pesqueira e/ou ligada ao turismo.
46
3.3. Fazenda dos Ingleses
A ocupação na Região do Porto Novo,
com 80 km de extensão, a maior da America
O estrago foi tão grande que ficou
surgiu em meados da déc. de 20, com a ex-
latina, que transportava as frutas até o anco-
inviável a recuperação do empreendimento,
ploração da madeira no Litoral Norte.
radouro de onde seguiam em embarcações de
inclusive da linha férrea e maquinários que
20 m até o canal de São Sebastião.
foram vendidos a Santos.
No ano de 1927, a área com 4.20
alqueires foi comprada pela empresa Lanca-
Ao longo da história, a Fazenda dos
Depois deste fato, parte da fazenda
shire General Investment Company, com sede
Ingleses enfrentou diversos obstáculos como
foi vendida para a atual proprietária Serveng
em Londres, para realizar a exportação de lar-
pragas, doenças e queimadas, mas foi no ano
Civilan, a qual hoje desenvolve atividades
anja e banana.
de 1967, com a catástrofe que desbarrancou a
pecuárias e extração de areia.
Serra do Mar, metade da empresa foi destruí-
Para atender a demanda da produção, a
Companhia Inglesa, construiu uma linha férrea
da e coberta de lama.
47
Vila
Casa do Chefe
Vila
Armazéns Linha Férrea
Vagão de Serviços
Fábrica de pinga
Ancoradouro
Depósito de frutas
Armazém
Ancoradouro
Área Verde
48
Construções
Marina
Proposto
Existente
Institucional
Circulação
Veículos
Pedestres
49 CAPÍTULO
4. PROEJTO VIDA CAIÇARA |
COMO
4.1. Projeto Vida Caiçara
Usos
O Projeto Vida Caiçara, surge com a in-
tenção de preservar a cultura local e a história da cidade, frente a previsão de crescimento para a mesma.
Para isso, primeiramente foi levado
em conta as necessidades locais, em seguida as relações com o meio envolvido e por fim a relação entre o público-privado.
Dessa forma, o projeto esta localizado na
antiga área do ancoradouro, atualmente área privada, onde ainda é possível encontrar algumas edificaçoes da época da antiga “Fazenda dos Ingleses”, área que deve ser preservada e resgardada; alé disso, a área tem em uma de suas bordas o Rio Juquerequere e na outra a Rod. Rio-Santos.
O complexo preve a instalação de diver-
sas infra-estruturas, visando garantir a especialização e educação, a geração de renda e o lazer. Institucinal
Lazer
Restaurante
Museu e Ancoradouro
Pescador
50
Orla
1
2
3
Passeio
Ancoradouro - PĂer
51
4.2. Orla
A orla desenhada serve para criar uma
conexão entre o usuário e a natureza em questão - Rio Juquerequere, através do contato, admiração e apreciação. Por isso, o percurso acontece o mais rente possível da borda do rio, onde o caminho entre o pedestre e o ciclista se mesclam para cirar um abiente dinâmico.
Este passeio serve também para realizar
a interligação entre edfícios e um conjunto de tres praças.
Onde a primeira praça em questão, é a
do Museu - Ancoradouro, com caracterísca de uma praça mais seca, possui um piso mais detalhado e com áreas de estar e descanso.
A segunda que fica entre os edifícios de
apoio aos pescadores, serve como uma praça de serviço, para que os funcionários, podendo receber as bicicletas dos trabalhadores, oferecer mesas para almoço e diversão, e áreas para ficar ao relento das árvores.
A última praça é a conexão entre o En-
treposto com o novo mercado de peixe. Serve como entrada para este complexo e também para a realização de eventos. Aqui é proposto também jatos de água para marcar esse acesso e uma marquise para a prática de esportes e feiras artesanais.
Por fim, o caminhar se funde nos píers
criados para pesca e embarcação. Onde este se avança o rio e cria patamares diferentes para conseguir o máximo contato ao rio.
52
Orla Escola Naval
53
Orla Ancoradouro - PĂer
54
Implantação - Escola Naval
ES
Ventos
Face Le
55
ESCOLA NAVAL - IMPLANTAÇÃO ANALISE DO CLIMA Face Oeste
Face Leste
4.3. Escola Naval
O
objeto
de
planejamento
surgiu
maneceram e criou-se uma nova construção
primeiramente da própria comunidade pesque-
dentro desta estrutura.
ira, como forma de conseguir uma melhora na
qualidade de vida e também atração dos jovens
grandes edifícios, o primeiro que recebe, corta
Hoje a cidade sofre carencia no ensino
e modela madeira e o sengundo que monta
especializado, contando com poucas entidades,
as embracações. Esses edifícios foram separa-
além disso, a pesca e a vida de pescador esta
dos para criar um microclima e um corredor de
começando a ser abandonada pelos moradores
serviços conectados a pátios de manobra.
locais, frente a falta de recursos.
Sendo assim, o projeto é destinado a
produzidos artesalnamente de madeira, são
crição de uma Escola Naval, baseada nas esco-
traineiras e barcos a remo (3 a 5 m de com-
las americanas The Landing School e Northwest
primentos), embarcações utilizadas hoje pelos
School Of Wooden Boat Building com cursos
pescadores.
de pilotagem, atelie de serviços manuais, au-
las de mecânica e elétrica, design de barcos e
dustrial” / sequencia, possibilitado pela a utili-
construção de barcos.
zação de uma ponte rolante que percorre todo
o edifício.
Sua localização acontece no antigo
Além disso, a escola foi dividida em dois
Quanto aos produtos, os barcos separo
A produção acontecerá de forma “ins-
armazém de frutas, hoje em situação precária,
dessa forma, o partido arquitetônico desta edifi-
alizado em estruturas de concreto, treliças me-
cação partiu do príncipio do resgate a memória;
tálicas e fechamento com chapas metálicas ga-
para isso acontecer paredes da construção per-
rantindo uma rápida construção e baixo custo.
Quanto aos materiais, o projeto foi re-
56
Planta Térreo
90
3
10
Marcenaria
18
Montagem
3
15
75 105
Serviços Finais Pintura Tanque de teste Calefação Serviços Finais C:\Users\RF\Downloads\THAIS\TFG_\CAD\PROJETO\111106_proj.dwg, 06/12/2011 17:04:49, DWG To PDF.pc3
57
Planta Superior
3
10
18
3
90
75 105
C:\Users\RF\Downloads\THAIS\TFG_\CAD\PROJETO\111106_proj.dwg, 06/12/2011 17:06:06, DWG To PDF.pc3
58
Corte Transversal - AA
CORTE AA
59
Corte Transversal - BB
CORTE AA
60
Corte Transversal - CC
CORTE CC
61
Corte Transversal - DD
CORTE DD
62
Corte Transversal - EE
CORTE EE
63
Corte Transversal - FF
CORTE AA
64
Corte Transversal - GG
65
66
Corte Transversal - HH
67
68
Fachada Predio - Montagem
69
70
Fachada Predio - Montagem (com muros tombados)
71
72
Fachada Predio - Marcenaria
73
74
Fachada Predio - Marcenaria (com muros tombados)
75