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Visita ao Museu do Tesouro Real 8 de Março

Passados 220 anos sobre o início da construção do Palácio da Ajuda foi concluída a ala poente, no ano de 2022, com o objetivo de albergar o tesouro real, até esta data disperso por vários museus.

Concebido como um cofre-forte, apresenta uma estrutura simétrica, evocando o neoclassicismo e em diálogo com as novas perspetivas da arquitetura contemporânea. Alberga um milhar de peças que testemunham uma época histórica onde se entrelaçam acontecimentos trágicos e gloriosos, que de ambos a nossa história é feita, distribuídas por onze núcleos.

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No primeiro núcleo podemos ver pepitas do ouro vindas do Brasil, o designado torrão em ouro não trabalhado com 22 quilos, um diamante de 34 quilates e uma caixa lapidada também com diamantes e que continha moedas de ouro, dote de casamento de D. Maria Pia. Dispõem-se neste núcleo as joias da família real do século XVIII, algumas já sem diamantes, descravados que foram para fazer novas peças, mais consentâneas com o gosto da época. Destacam-se a coroa de estrelas, gargantilhas e o vistoso laço de esmeraldas colombianas e diamantes, assim como joias de pedras negras, para usar em tempo de luto.

Em outro núcleo estão expostas ordens honoríficas dos reis, insígnias régias e condecorações como a do Tosão de Ouro, que D. João VI mandou cravar de diamantes, rubis e uma safira, da Ordem de Torre e Espada e da Senhora da Conceição de Vila Viçosa. De referir uma coroa com valor simbólico para a aclamação de D. João VI, o cetro com a esfera armilar e um missal. Podemos ver as diversas salvas de aparato, peças em prata trabalhada usadas para as aclamações e festividades eclesiásticas.

A Dª. Maria II e Dª. Amélia foram ofertadas rosas em ouro, pelas ações de cariz social a que se dedicaram. De salientar a baixela à francesa, estilo rocaille, encomendada por D. José a Tomás Germano, constando de 24 pratos e outros objetos necessários para complementar os banquetes.

Assim revisitámos uma determinada época da vida quotidiana da realeza e da nobreza, em Portugal, nos séculos XVIII e XIX, que não deixa adivinhar a queda muito próxima da monarquia, mas sim a ilusão de um poder temporal que aparenta jamais se desmoronar. Foi esta visita uma atividade do Departamento dos Professores e Educadores Aposentados que, como é hábito, teve a adesão de um grupo de sócios sempre atento e interessado.

A todos e todas agradecemos a companhia e a presença no almoço que se seguiu e onde decorreu a homenagem à Mulher naquele que era o seu dia - 8 de Março. Ali foi distribuído um poema de Ary dos Santos e alguns participantes brindaram-nos com a leitura de poemas da sua autoria ou de outros autores que reconheceram o valor da Mulher e o seu papel decisivo na sociedade, direi mesmo, neste mundo em que vivemos. Pelas presentes e por todas as mulheres a nossa gratidão.

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