Trabalho Escravo Contemporâneo Parauapebas contra essa Pråtica
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FICHA TÉCNICA
EDITORIAL A escravidão foi extinta legalmente no Brasil em 1888. No entanto, ainda hoje milhares de trabalhadores são submetidos à condição de escravos em atividades econômicas em todo o país, tanto na zona rural como na urbana. Trata-se, em geral,de migrantes em busca de melhores condições de vida, que são reduzidos a instrumentos de trabalho, sendo privados de liberdade e dignidade. Desde 1995, quando o governo brasileiro reconheceu a existência do trabalho escravo contemporâneo, mais de 47 mil trabalhadores foram libertados dessa situação. O Pará lidera o ranking estadual com 12 mil trabalhadores libertados. Diante desse contexto a ONG Repórter Brasil toma a iniciativa de desenvolver projetos didáticos nas redes de ensino com o intuito de despertar o senso critico de crianças, adolescentes e jovens para esta realidade. Esta revista é resultado de um trabalho desenvolvido durante o mês de outubro pelos professores de História das turmas de 3º e 4º ciclos da rede municipal de ensino de Parauapebas. As atividades proporcionaram aos alunos a reflexão e compreensão do trabalho escravo contemporâneo como uma violação dos direitos humanos, configurando uma prática ilegal e imoral existente no município. As produções apresentam ainda ações de prevenção e combate ao trabalho escravo contemporâneo, uma vez que esse crime deve ser coibido e seus autores punidos. Foram produzidos trabalhos como paródias, história em quadrinhos, artigo de opinião e desenhos referentes à temática em questão. O material foi elaborado com o intuito de discutir e divulgar e combater as práticas do trabalho escravo contemporâneo em âmbito nacional, regional e local, haja vista que em Parauapebas, nos últimos anos, foram identificados 20 casos de trabalho escravo; onde 200 trabalhadores submetidos à escravidão foram libertados. Por meio dos trabalhosapresentados o leitor poderá identificar como se dá o processo de trabalho escravo contemporâneo e de que forma pode ser combatido. Janes Vargem
REALIZAÇÃO: Prefeitura Municipal de Parauapebas Prefeito Valmir Queiroz Mariano Secretaria Municipal de Educação – SEMED Secretária Juliana de Souza dos Santos Diretoria Técnica Pedagógica: Tereza Cristina Silva de Oliveira Divisão de Ensino 3º e 4º Ciclos: Valdelice Cardoso Coordenação Técnica Pedagógica de História: Janes Vargem Professores de História das Escolas Municipais: Organização Não Governamental Repórter Brasil APOIO: Comissão Pastoral da Terra (CPT)
EXPEDIENTE: Edição de arte e diagramação: Ricardo Barbosa de Souza Revisão : Assessoria de Imprensa SEMED Redação e Produção: Alunos da Rede Municipal de Ensino Tiragem: 100 Exemplares
Parauapebas - PA 2014 3
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Trabalho Escravo Contemporâneo Educar para não escravizar! Existe Trabalhador, que continua sem valor. Que trabalha toda uma vida, Mas é quem menos tem a receber. Você, que muitas vezes trabalha sem comida... Você é quem constrói a Nação É quem dá tudo de si em troca de nada Trabalhador que planta, tem que colher... Classe de trabalhadores... Abandonada. O mundo, não conhece quem trabalha. Aquele que tudo faz calado e não espalha. Ah, Trabalhador! Sem casa, sem comida, sem saúde! Trabalhador desnutrido, trabalhador que canta que ri e que chora. Em um mundo de globalização, de guerra, de desemprego... Trabalhar onde? Trabalhador que foge da seca Separado da família, vai longe, muito longe trabalhar. Na esperança de um dia tudo melhorar... Apresenta as suas necessidades...Os que trabalham com o intelectual, moral ou material, bem como são duros os vossos dias, cheios de canseira, sofrimento... Ilumine os legisladores a estabelecer uma sociedade de justiça e amor. Na busca de melhores leis sociais O mundo deveria dar mais valor a você, que cedo levanta! Ainda existe Trabalhador, que continua sem valor.
Autoria: Produção Coletiva- Alunos do 1º ano do 4º ciclo D Município: Parauapebas –PA Escola: E.M.E.F. João Prudêncio de Brito Direção: Antonio Marcio Reis Batista Coordenação: Ana Lúcia Bordalo Leão/ Mênia Lucy de Oliveira Santana CRÉDITOS: Aunos do 1º ano do 4º ciclo D Professora: Josilene Lemos Gomes Coordenação Técnica: Janes Vargem Apoio: Direção, coordenadores, pais, alunos e professores. 5
Trabalho Escravo Contemporâneo Confecção e Apresentações dos Trabalhos
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Escola: E.M.E.F. Olga da Silva Direção: Luciene Aparecida Rosa Coordenação: Maria Eloiza Pereira/ Sidney Adriano Santos Créditos: Aunos do 1º ano do 4º ciclo Professor: Denis Gabirel Magalhães Assunção Coordenação Técnica: Janes Vargem 7
Escravid찾o Contempor창nea
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Escola: E.M.E.F. Cecília Meireles Direção: Rosineide Pires da Silva Coordenação: Nelsilene Vieira Silva Santos/ Antônia Graciana Nascimento Créditos: Aunos do 1º e 2º ano do 3º ciclos/ 2º ano do 4º ciclo Professor: Ecir dos Santos Vieira Coordenação Técnica: Janes Vargem 9
Campanha de prevenção e combate ao trabalho escravo contemporâneo
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Escola: E.M.E.F. Eunice Moreira Direção: Marivone Barros Lima Coordenação: Cleyce dos Santos do Rego/ Helison Luis Lima Créditos: Aunos do 1º e 2º ano do 3º ciclos/ 1º e 2º ano do 4º ciclos Professora: Adriana de Oliveira Souza/ Carla Cristina da Silva/ Raimundo Alves da Costa Neto Coordenação Técnica: Janes Vargem 11
Exposição dos trabalhos confeccionados pelos alunos
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Escola: E.M.E.F. Chico Mendes Direção: Ayrton Rodrigues Moraes Coordenação: Patrícia Régia Saço Castilho/ Francilene Cabral de Araújo Créditos: Aunos do 1º e 2º ano do 3º ciclos/ 1º e 2º ano do 4º ciclos Professores: Mairelia Fernandes/ Ana Lúcia do Amor/ Francisco Denis Souza Gomes Coordenação Técnica: Janes Vargem 13
Construção de painel
Escola: E.M.E.F. Faruk Salmen Direção: Zélia Maria Vieira Aranha Coordenação: Márcia Regina Lima Barreto/ Francisca Elizângela da Silva Créditos: Alunos do 1º ano do 4 ciclo A,B,C e E Professor: Joseilton Correa da Silva Coordenação Técnica: Janes Vargem 14
Produção do Jornal Escolar
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Situação da Escravidão O patrão que ganha o lucro Comida boa ele come Os trabalhadores que só pagam Não recebem e passam fome O gato é um ladrão Que sabe negociar Leva os trabalhadores Para escravizá-los Quando chega à fazenda Tá devendo um dinheirão Zé de Dona não sabia Que ia se rodar No Pará e Maranhão essa é a situação
Trabalho Escravo Campeão de escravidão, o Pará. Buscar soluções junto com alguns colegas que se incomodaram com a questão, por isso formaram comissões pensando acabar com esta prisão. O maior desafio é encontrar uma solução Pois de um lado tem os fazendeiros E de outro os pobres piões Que saíram de sua terra com uma grande ilusão Mas ao chegar ao Pará Só é decepção Agora veja um conselho para quem se sente escravizado Faça uma denúncia anônima Que você vai ser libertado e até o seu salário será reembolsado Lembrando que seu nome jamais será revelado
Escola: Carlos Henrique Direção: Serafim Fernandes da Silva Coordenação: Marlúcia Farias Costa/ Jocineide Maria da Costa Pinto Créditos: Aluno: Tilson Valerio Costa Sousa Turma: 1º ano do 4º ciclo Professora: RoelmaMorgana Santos Costa Coordenação Técnica: Janes Vargem 16
Paródia Colorir Papel(Colorir Papel Jammil e Uma Noites) E um homem que vêm e me leva Com propostas de uma vida bela Quanta ilusão O homem tralhando na terra Sendo escravo pela vida eterna Tenho esperanças Me dê a mão Quero ser livre da escravidão Sem correntes vamos atingir os limites do céu Colorir a vida, colori papel É um homem que vem e me leva Com propostas de uma vida bela Quanta ilusão O homem tralhando n aterra Sendo escravo pela vida eterna Quanta exploração Tenho esperanças Me dê a mão Quero ser livre da escravidão Sem correntes vamos atingir os limites do céu Colorir a vida, colorir papel E agradecer a Deus Que tanto bem me quer Tem carinho, paz, amor e Sempre estar de pé
Escola: Carlos Henrique Direção: Serafim Fernandes da Silva Coordenação: Marlúcia Farias Costa/ Jocineide Maria da Costa Pinto Créditos: Aluno(a): Karine Souza Silva, Toner Souza Silva Júnior, Daniel Berg Santos Turma: 1º ano do 4º ciclo Professora: Roelma Morgana Santos Costa Coordenação Técnica: Janes Vargem 17
A verdade da escravidão Da escravidão antigamente Dos tempos de hoje Ainda ingenuamente Trabalhando dia e noite Enganados por gente Para trabalhar sem parar E continuamente Ainda a escravidão Trabalhando contra a vontade E sem libertação Sem a verdade Como se fosse tradição Temos uma esperança para Um País sem escravidão Mas com essa abonança Aja compaixão
Escola: Carlos Drummond de Andrade Direção: Izomar Carvalho Franco Coordenação: Eliene Lima Cardoso/ Helen Cristina Créditos: Aluno: Edilson Duarte Turma: 1º ano do 4º ciclo Professora: Sebastiana Valeria dos Santos Moraes Coordenação Técnica: Janes Vargem 18
Trabalho escravo moderno Fazem falsas propostas Para você aceitar Enganam seus pais Para Leva você para outro País E você fica muito feliz Mas sem menos perceber A surpresa vai aparecer Colocam você para trabalhar Mas dinheiro não vai ganhar Você trabalha de carpinteiro Garçom e outros em vão Ai que vem a confusão Você tenta fugir, para policia Encontra a policia é feliz fica então Ai você vê que subordinado eles são Você volta pro mesmo lugar E volta a trabalhar “Muitas vezes você deve checar bem as fontes antes de aceitar um trabalho. Previna-se e denuncie trabalho escravo é crime”.
Escola: Carlos Drummond de Andrade Direção- Izomar Carvalho Franco Coordenação: Eliene Lima Cardoso/ Helen Cristina Créditos: Aluno: Michael Brasil da Silva Turma: 1º ano do 4º ciclo Professora: Sebastiana Valeria dos Santos Moraes Coordenação Técnica: Janes Vargem 19
A escravidão de hoje Hoje vem o dia A escravidão se esconde Iludindo famílias Que passam fome Tirando os de casa Levando para longe Para passar por uma batalha Anos se passam E não se ouve falar Pensam que o matam Mas no trabalho continuam Sem nada a ganhar
Escola: Carlos Drummond de Andrade Direção: Izomar Carvalho Franco Coordenação: Eliene Lima Cardoso/ Helen Cristina Créditos: Aluno: Lucas Oliveira da Silva Turma: 1º ano do 4º ciclo Professora: Sebastiana Valeria Moraesdos Santos Coordenação Técnica: Janes Vargem 20
Trabalho escravo na atualidade Nas letras da lei, a escravidão está extinta, porém, em muitos países, principalmente onde a democracia é frágil, há alguns tipos de escravidão, em que mulheres e meninas são capturadas para serem escravas domésticas ou ajudantes para diversos trabalhos. Há ainda o tráfico de mulheres para prostituição forçada, principalmente em regiões pobres da Rússia, Filipinas e Tailândia, dentre outros países. A expressão escravidão moderna possui sentido metafórico, pois não se trata mais de compra ou venda de pessoas. No entanto, os meios de comunicação em geral utilizam a expressão para designar aquelas relações de trabalho nas quais as pessoas são forçadas a exercer uma atividade contra sua vontade, sobe ameaças, violências físicas e psicológicas ou outras formas de intimidações. Vale lembrar que o trabalho escravo não existe somente no meio rural, ocorre também nas áreas urbanas, nas cidades, porém em menor intensidade. O trabalho escravo urbano é de outra natureza. No Brasil, os principais casos de escravidão urbana ocorrem na região metropolitana de São Paulo, onde os imigrantes ilegais são predominantemente latino-americanos, sobretudo os bolivianos, e mais recentemente os asiáticos, que trabalham dezenas de horas diárias, sem folga e com baixíssimos salários, geralmente em oficinas de costura. A solução para essa situação é a regularização desses imigrantes e do seu trabalho. Atualmente, há diversos acordos e tratados internacionais que abordam a questão do trabalho escravo, como as convenções internacionais de 1930 e a de 1957, que proíbem a servidão por dívida. No Brasil, foi somente em 1995 que essas convenções entraram em vigor e foram incorporadas à legislação nacional brasileira.
Escola: Joao Prudêncio de Brito Direção: Antônio Márcio Reis Batista Coordenação: Ana Lúcia Bordalo Leão/ Mênia Lucy de Oliveira Santana Créditos: Aluno: Ana Sarah, Jamylle Eduarda, Luanna Martins, Michele Silva Turma: 1º ano do 4º ciclo Professor: Sandro Roberto Ferreira Vilhena Coordenação Técnica: Janes Vargem 21
Produções das Escolas Projeto Escravo Nem Pensar
Escola: Carlos Drummond de Andrade Aluna: Ana Paula Carvalho Soares Professora: Sebastiana ValĂŠria Moraes
Escola: Carlos Drummond de Andrade Aluna: Pâmela Pereira Sena Professora: Sebastiana ValÊria Moraes
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Escola: Carlos Drummond de Andrade Aluna: Yslla Yarlla da Pa Barros Professora: Sebastiana ValĂŠria Moraes
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Escola: Carlos Drummond de Andrade Aluno: Diego dos Santos Farias Professora: Sebastiana ValĂŠria Moraes Aluna
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Escola: Carlos Drummond de Andrade Aluno: Rosaldo de Paiva Professora: Sebastiana ValĂŠria Moraes Aluna
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Escola: Carlos Henrique Aluno: Alex Braga da Silva / Tally AraĂşjo Santos Professora: Roelma Morgana Santos Costa
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Escola: Carlos Henrique Aluna: Josilaine Oliveira Professora: Roelma Morgana Santos Costa
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Escola: Carlos Henrique Alunos: Paulo Barreto / MiquĂŠis Pereira / Walbert Pereira Professora: Roelma Morgana Santos Costa
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Escola: Carlos Henrique Alunos: Joรฃo Vitor / Israel Soares / Joel Franรงa
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Escola: Sandra Maria Aluna: Gabrielle Sousa Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluna: Kamila de Souza Santos Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluna: Maria Fernanda Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluna: Maria JosĂŠ Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluna: PatrĂcia Alves Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluno: Ant么nio Willians Professora: Mayara Alves Leite
Escola: Sandra Maria Aluno: Vitor do Nascimento Gomes Professora: Mayara Alves Leite
Escola: Sandra Maria Aluna: July Kelly Lima Rego Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluno: Vitor Hernandes Melo Lima Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Alunos: Andressa Souza / Deborah Lauana / Eleilson da Silva Professora: Mayara Alves Leite
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Escola: Sandra Maria Aluna: Helen Lima dos Santos Professora: Mayara Alves Leite
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Trabalho Escravo Contemporâneo Parauapebas contra essa Prática
DIVISÃO DE ENSINO 3º E 4º CICLOS
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO