Via Esen
Jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro - Nº 7 Viseu, Dezembro de 2010
E
ditorial... ________________________ Paulo Viegas Director da ESEN
Mais um número do Via Esen, um jornal já com alguns anos, mas com saída irregular, apresenta-se à comunidade. É a continuação de um projecto que pode e deve envolver todos os intervenientes na vida da Escola Secundária de Emídio Navarro. O Via Esen deverá ser um veículo privilegiado de comunicação da Escola com o exterior. Deve servir para apresentar o trabalho desenvolvido na Escola, e os seus projectos, para lá da comunidade restrita dos professores e alunos, que são os actores e principais destinatários dessas mesmas actividades e projectos. O jornal deverá ser um veículo de promoção da Escola, mostrando, através da divulgação da qualidade do trabalho realizado, que a ESEN se constitui como uma instituição eclética onde os jovens e adultos deste concelho, e limítrofes, podem desenvolver a sua formação por vias diversificadas. Podem optar pelos Cursos Científico-Humanísticos, com uma orientação preferencial para o ingresso no Ensino Superior, ou pelos Cursos Profissionais, com uma diversificada oferta de vias de formação para o mercado de trabalho. A nível do Ensino Básico a Escola distingue-se também pela oferta do Ensino articulado de Música, em parceria com o Conservatório Regional de Música Dr. José Azeredo Perdigão. Em evidência está também o Centro Novas Oportunidades onde todos os adultos poderão, através de diferentes vias, aceder à conclusão do Ensino Básico e do Ensino Secundário. O Via Esen é o jornal de todos os que partilham a Escola, mas deverá ser, essencialmente, o jornal dos alunos.
Deverão ser estes, enquanto elementos centrais da actividade educativa, os principais responsáveis pelos conteúdos. Aos professores está reservado o papel fundamental de lançar o desafio aos alunos, de os incentivar à escrita e de prestarem a sua colaboração, se estes lha solicitarem. A participação activa dos docentes será indispensável para o sucesso deste projecto. Neste número que agora se edita existiram constrangimentos temporais, associados às poucas actividades realizadas até ao momento, a uma maior participação dos alunos. Urge começar a preparação do próximo número. Desafiar os discentes à participação, e orientá-los, é o que se pede aos docentes, colaborando desse modo na sua formação, na promoção da ESEN e no estreitamento das relações com toda a comunidade. O Via Esen é o jornal da nossa Escola, e todos nós, enquanto elementos da comunidade escolar, devemos dar o nosso contributo, reflectindo no seu conteúdo a diversidade de opiniões e de comportamentos que caracterizam a Escola Secundária de Emídio Navarro enquanto instituição educativa e formadora. Um jornal não tem vida própria. Tem a vida que os seus leitores e os que o elaboram lhe pretendam dar. Um jornal de uma escola depende daquilo que a comunidade escolar quiser que ele seja. O Via Esen será o resultado das vontades dos alunos, dos professores e de toda a comunidade educativa. O Via Esen é o jornal da Escola Secundária de Emídio Navarro. O Via Esen conta com todos vós.
Redacção: ESENVIS, Rua Mestre Teotónio Albuquerque, 3500-213 Viseu Tf: 232 480 190 Fax: 232 480 199 Emails: pzarco@gmail.com / esenviseu@esenviseu.net Web: esenviseu.net Publicação Trimestral Direcção: Paulo Neto
Sara Lopes _______________________
Nos dias de hoje já ninguém fala sobre nada, já ninguém se importa se amanhã vai chover ou fazer sol… tanto faz!! A sociedade entrou em piloto automático, deixando-se levar pelas situações, ao sabor da corrente. Hoje em dia deixamo-nos influenciar por tudo e mais alguma coisa e cada vez nos tornamos mais impotentes perante as novas situações! E a crise? Ai! a crise, em casa os pais só sabem falar da crise, e não há dinheiro para isto nem para aquilo e temos todos de fazer sacrifícios. Para ouvirmos isto basta ligar a TV e ouvir os discursos da oposição ao governo, e do governo, e dos entendidos no assunto, e de mais uns quantos que falam e não sabem o que dizem e daqueles que falam e que percebem algo do assunto. E nós, jovens tipicamente adolescentes, criados numa sociedade consumista o que queremos é mais e mais, e não nos lembramos que quando chegar a nossa vez de recebermos a reforma ela não existe! Aí sim vai ser complicado. Então e as Caixas de Multibanco que nunca nos deixam levantar notas de 5 euros? Chegamos lá e dizem que só têm disponíveis notas de 10 e 20 euros, são espertos, eles! Mas porque é que não se lembram das pessoas que só têm 7euros na conta bancária? E não devem ser poucas, estas… Enfim, qual o remédio? Estudar; Trabalhar; Ter força de vontade para ser alguém na vida; Lutar por isso. Só assim, talvez, nos consigamos livrar da crise, e
das queixas dos pais, e da oposição do governo, e dos entendidos no assunto, e dos que não entendem nada do assunto, e dos que falam e pouco acertam e finalmente
poderemos levantar 200 euros logo de uma assentada, em vez de corrermos todas as caixas multibanco em busca de alguma que nos deixe levantar 5 euros. Pensa nisso!
Adelino Soares Após a aposentação da Dona Elisabete Loureiro, que exercia funções de Encarregada Operacional nesta Escola, fui nomeado pelo Director da ESEN para o exercício dessas mesmas funções. Perante este novo desafio, perante a Direcção, meus Colegas e restante Comunidade Escolar, proponho-me exercê-las com rigor, isenção, diligência, brio e justiça, não deixando de lado a união, o estímulo e a motivação de todos, sem excepção, procurando optimizar o elevado potencial de recursos humano que representamos. Para o conseguir, num momento tão especial da ESEN em mudança estrutural, com todas as vicissitudes que essa situação acarreta, conto com o esforço e colaboração de todos, para que juntos, possamos dar resposta às exigências da nossa Escola.
Luísa Ferreira 11.º H ___________________________
Pena de morte Na minha opinião, a pena de morte não é aceitável, pois nenhum ser humano pode ser julgado por um crime de forma a este ficar privado do direito à vida. Eu penso que ao punir-se um criminoso retirandolhe a vida, se está a descer ao seu nível, pois o executor da pena está a cometer um homicídio. Um criminosos sofre mais em termos psicológicos e até mesmo físicos se estiver encarcerado” durante vários anos do que se, em segundos, lhe for retirada a vida.
No entanto, é totalmente compreensível que uma família que acabe de perder um ente querido (em caso de homicídio) ou que seja vítima de qualquer outro crime, deseje ver o criminoso morto. Há certos casos em que esta pena seria minimamente aceitável como, por exemplo, violação ou atentados contra a Humanidade. Apesar dos contextos, a pena de morte, é inaceitável e deve-se lutar para que seja abolida nos países onde ainda vigora.
Martin Luther King Eu concordo com a tese defendida por Martin Luther King, pois todos os seres humanos têm o direito de serem tratados de forma igual independentemente da sua cor. Não tem qualquer relevância se somos negros, brancos ou amarelos, pois o que realmente importa é se somos bondosos, amorosos, amigos e verdadeiros. Todos os seres humanos têm o direito a ser igualmente julgados pelos tribunais, ser bem recebidos nos estabelecimentos públicos ou privados, aos cuidados de saúde e de educação, às mesmas oportunidades de emprego e ao direito à liberdade. O Homem tem direitos que não lhe podem ser retirados, apenas porque a sociedade pensa que a cor interfere na personalidade, nas competências ou na sua condição enquanto seres livres. Quando nascemos, nascemos livres e ninguém tem poder suficiente para nos tirar algo que já nos foi dado com a vida. A utilização da mão escrava é um atentado a esse direito fundamental que nos foi concedido. Concluindo, todos os seres humanos têm o direito à mesma forma de tratamento, menosprezando, desta forma, a cor.
Sara Morais 11.º H ___________________________
Pena de Morte A Pena de Morte é um dos assuntos mais discutidos no nosso quotidiano, pois é um tema que está longe de ser consensual, uma vez que nem sempre é enfrentado de uma forma racional e lógica, a opinião das pessoas está sempre condicionada por sentimentos e emoções que não permitem que a razão fale mais alto. Admito que possa ser difícil analisar este assunto, mas sou contra a Pena de Morte. Não é legítimo condenar alguém à morte, pois, por mais horrível e desumano que seja o crime, por maior que seja a dor das vítimas e dos seus familiares, o valor da vida humana é algo incomparável e incontestável. Se somos capazes de evoluir tanto, de apontar o dedo a outros países, porque é que não somos capazes de perceber que a pena de morte é um absurdo?
Quem tem o direito de condenar alguém à morte? Absolutamente ninguém. Nada é suficiente para provar que a vida de um criminoso vale menos que outra. A justiça apesar de imponente, não pode tomar uma atitude vingativa e cair num ciclo vicioso, ou seja: se quem mata deve morrer, então a pessoa que mata quem deve morrer, deve morrer também e assim sucessivamente. Na pena de morte está sempre iminente o perigo de condenar alguém inocente e por isso esta sentença deveria ser considerada ilegítima, injusta e não ética. Em suma, não é aceitável condenar alguém à morte, pois, a vida de uma pessoa tem valor máximo e a justiça não pode ignorar.
Essência de um amor Percorro o trilho da minha longa jornada, a minha infância, a minha adolescência e o meu futuro. Procuro por mim, em busca de uma razão. Gostava de percorrer o caminho Moitas da lua pelo brilho Natasha __________________ das estrelas, chegar ao meu mundo e partilhar. Levar a paixão do meu ser, a alma do meu corpo e a essência do meu espírito.
Encontrei-te no meu caminho para o mundo, abracei-te, apaixonei-me e levo-te no meu coração para o infinito. Entreguei-te a minha alma e o meu corpo, todo o meu ser te pertence. As estrelas sonharam com o nosso amor, vivenciaram a nossa paixão e selaram os nossos votos. Segues a nossa essên-cia, alimentas os nossos sentimentos, entusiasmas as nossas emoções. Amplias o meu amor por ti, possui-me como a natureza possui a tranquilidade, leva-me a loucura, vamos para o fim do mundo, longe da insanidade. Lado a lado olhamos a mesma direcção, procuramos a inocência de um amor verdadeiro.
Aquilino Ribeiro Machado ___________________________
CONVERSA FEITA Estávamos, aqui há uns tempos, eu e você, meu caro Paulo Neto, a falar sobre as muitas coisas que a vida nos ensinou e como o conhecimento adquirido pelas várias geração se vai estratificando em altura, que nem as fiadas de uma parede de granito. Lembrava-me, eu a propósito, da guerra de Espanha, era ainda criança, e não tinha uma noção precisa do que estava a acontecer. Só mais tarde, por volta dos anos sessenta, quando comecei a interessar-me por aquele episódio trágico da história, pude entender o clima de inquietação e de revolta que, tanto na casa de meus pais, como nas conversas que eles tinham com pessoas amigas, electrizava o ambiente. Mas, da época, ficou bem gravado no meu espírito a memória dos silêncios pesados, dos olhares de angústia, da desolação e da descrença com que as pessoas acompanhavam o avanço das forças mouras do generalíssimo. Esse sentimento de aflição apreendi-o com nitidez e foi seguramente uma das motivações que me levou a interessar-me pela história contemporânea do país vizinho e pela simbiose entre o catolicismo integrista e os tópicos do nazi-fascismo que então nele estavam vigentes. Ora o Paulo Neto, como os demais homens da sua idade, teve sobejas oportunidades para ler a vasta literatura que existe sobre o assunto e sobre ele saber tanto como eu. Mas uma coisa não pode. Pela ordem natural das coisas, não teve o registo vivo do ambiente que eu presenciei. E é, em casos como este, que falar da experiência geracional acumulada faz sentido. Os vindouros, daqui a algumas décadas, só terão a ganhar, quando, por exemplo, se debruçarem sobre o papel histórico do presidente Obama, em ouvir os contemporâneos da sua eleição e assim reter uma imagem mais impressiva das expectativas que gerou. Veio tudo isto a propósito da troca de impressões desenfastiada que tivemos sobre os jovens que hoje frequentam o ensino secundário e os que no meu tempo fizeram outro tanto. Disse-me que esse seria porventura um tema a abordar no jornal estudantil que dirige: - o Via Esen. Íamos discutir o caso quando a conversa tomou outro rumo e eu perdi a oportunidade de lhe expor algumas das reflexões que construí a tal respeito. Como agora me solicitou um pequeno artigo para aquele jornal, talvez seja oportuno aproveitar o ensejo para,
na perspectiva de estar a contribuir para construção de uma parede de granito, voltar à matéria deixada em suspenso. Fiz o liceu em Lisboa nos anos quarenta e o clima prevalecente na época era o que dimanava da Segunda Guerra Mundial que acompanhávamos através da rádio e dos jornais objecto de censura, mas sempre de pendor germanófilo, e das actualidades projectadas nos cinemas. A opinião pública, que na sua generalidade, pendia para os Aliados seguindo os avatares do conflito com bastante ansiedade e incerteza. A ditadura mantinha uma pressão férrea sobre os sectores democráticos e a proclamada neutralidade do país oscilava entre os beligerantes, conforme as perspectivas de triunfo se iam desenhando para um ou outro lado, primeiro a favor do Eixo, depois, embora mais relutantemente, a favor dos Aliados. Escasseavam os géneros alimentares e fora instaurado o racionamento. A escassez de combustíveis levara a proibir a circulação de veículos durante determinados dias da semana e, como consequência surgiram os gasogénios alimentados a carvão e nunca tanta gente terá andado de bicicleta nos passeios dominicais ao longo da recém- construída estrada marginal Lisboa - Cascais. A juventude estava enquadrada numa organização de doutrinamento político e de inspiração militar chamada Mocidade Portuguesa que oferecia, a título de engodo, a prática de desportos como a vela, o remo e a equitação e outras modalidades inacessíveis através dos liceus. A par desta funcionava, para os adultos, a Legião Portuguesa de carácter abertamente nazi-fascista, fundada para combater o comunismo, mas na verdade para agir, sob esse pretexto, em hora aprazada e através da violência, contra todos os oposicionistas activos do regime. Nunca perdendo, na prática, a eficácia repressiva e para não contrariar tão ostensivamente a aspiração à liberdade que, após o armistício, se instalara em toda a parte, o salazarismo aliviou ligeiramente o sistema opressivo na segunda metade da década de cinquenta, sem prejuízo da PIDE, a sua odiosa polícia secreta. Neste contexto tudo se enquadrava num propósito quase obsessivo: - jugular logo na raiz quaisquer assomos reivindicativos ou de contestação. Fiz os meus sete anos de curso médio de 1941 a
1948 e assisti, como todos os meus companheiros de estudo, ao desenrolar de acontecimentos transcendentes que transformaram o mundo. A cultura e a diversão dos jovens processava-se sobretudo através do cinema que as salas de projecção apresentavam depois de serem convenientemente extirpados, em nome dos bons costumes, de todas as cenas eróticas. Quem já teve oportunidade de ver o Nuovo Cinema Paradiso poderá fazer uma ideia aproximada de como isso era agenciado. Para além do cinema o chamado tempo livre era preenchido pela rádio e, voltando a um exemplo clássico, quem assistiu ao Radio Days do Woody Allen avaliará a importância que a telefonia então representava e, ainda, pela leitura de muitos e muitos livros, desde o Sandokan ao Steinbeck. A mobilidade da juventude e a separação dos sexos sofriam as restrições do “parece mal” e da apertada vigilância familiar inerente, o que contribuía para a relevância que a palavra escrita assumia O quadro é hoje radicalmente diverso. Privese um jovem, entre os onze e os dezoito anos, que corresponderam ao meu tempo de liceu, da liberdade de movimentos que hoje goza, tire-se-lhe a televisão, o computador, o telemóvel, a consola de jogos, a motoreta e a assistência aos grandes concertos rock e ele pensará que se regressou à idade da pedra. A civilização global, que os meios de comunicação de massa e os novos intercâmbios económicos têm vindo a fomentar, saturam a juventude com informações de todo o tipo. A prevalência da imagem sobre o texto escrito facilita o raciocínio imediato de tipo analógico e associativo, mas não desenvolve ao mesmo nível o pensamento abstracto ou especulativo. Talvez se tenha ganho em extensão o que se perdeu em profundidade. As capacidades expressivas e de comunicação oral, pela escassez de convívio com o texto literário, são, regra geral, por isso mesmo mais carentes. É aqui que o ensino fraqueja, ao não compensar as linhas de força civilizacionais dominantes. A menorização relativa do português, como disciplina fulcral, bem como o da literatura, como sua aplicação concreta , dado o enriquecimento vocabular e a construção lógica do raciocínio que proporciona, conduzem a resultados desoladores, que, em grande parte, se filiam na má calibragem entre as áreas científicas, as áreas humanísticas e as áreas linguísticas. Não me parece que os pedagogos instalados nas esferas oficiais da educação estejam, neste plano, a fazer um bom trabalho. De qualquer modo, em termos comparativos, poderá perguntar-se: - está a actual juventude mais preparada para a vida do que a de outrora? Será a sua capacidade de usufruição e de felicidade mais ampla? Estará mais preparada para exercer a cidadania? É muito difícil encontrar uma resposta unívoca para qualquer destas questões. Em termos de maturidade
é inquestionável que os jovens atingem hoje, de forma bastante precoce, um estatuto de autonomia e de identidade que antes não era expectável. E a pluralidade dos conhecimentos que apreenderam é incomparavelmente mais diversificada e porventura superior. Mas será essa pluralidade suficiente para superar o menor aprofundamento de certas questões, face a problemas mais circunscritos em que se conjuguem a imaginação, o conhecimento emotivo, o domínio das tecnologias e o pensamento filosófico? Francamente não sei. Não sei, mas desconfio que a balança penderá para a gente nova. A construção dos seus valores referenciais de conduta está porém em fase de ebulição. Consoante a forma como ela souber reformular e absorver os princípios intocáveis da liberdade, da igualdade e da fraternidade, tão antigos como a velha Revolução Francesa, dependerá o futuro da humanidade. Já tenho dois carros de anos e sou, portanto, um geronte. Mas eu que toda a vida fui optimista, na medida em que sempre acreditei na perfectibilidade do homem, continuo a confiar nas novas gerações. Poderá haver retrocessos no plano ético, por um conjunto de circunstâncias conjunturais, e isso talvez mesmo aconteça num horizonte próximo. Pouco importa. Comparando os meus dias de liceal com os dos meus netos agora, dou-me conta que na passagem do tempo sempre esteve subjacente um vector de progresso, para cujo andamento todos contribuímos com uma parte alíquota. A minha terá sido pequena, mas, a seu modo, ajudou seguramente também a sedimentação a que no começo destas linhas me referi. Vai longa a conversa, meu caro Paulo Neto. Apercebo-me agora que ficou desde o princípio até ao fim um oceano por transpor. Um dia voltaremos a falar sobre o assunto se você tiver paciência para tanto e o meu tempo ainda der para isso. Aceite este testemunho serôdio de um optimista militante, mau grado todos os avatares da vida.
Marie-line Pignier 11.º I ___________________________
Au plaisir des montagnes Après que je suis partie de France, beaucoup de choses me manquent. Principalement ma famille et mes amies de là-bas mais aussi ce beau paysage de montagne qui me rappelle mon enfance et les merveilleux moments que j’ai vécu là-bas. C’est quelque part dans les Alpes, où on se sent réellement bien, où on peut profiter de ce que la nature nous offre, où on se réjouit d’être en hiver, où on s’amuse dans la neige. C’est quelque part dans les Alpes, où j’ai fait de la luge, des randonnées… mais surtout où j’ai commencé à skier. Ce sport d’hiver, que je pratique dès mes trois ans, est la principale activité de ma région. Il attire de plus en plus de touristes de toutes les nationalités à skier sur nos pistes, à découvrir nos montagnes et à déguster notre gastronomie en pleine saison (pendant l´hiver). Mais le plus important dans cette histoire c’est de savoir pourquoi ce sport est, soit disant, tellement spécial. Avez-vous déjà eu cette sensation de se sentir libre sur une immensité de neige ou bien pouvez-vous l’imaginer ? Et bien, moi, j’ai eu la chance de la connaître. Tout commence quand on arrive déjà tout équipé à la station de ski… nos skis avec nos bâtons de ski dans nos bras, pour prendre les œufs afin de parvenir jusqu’aux pistes skiables. Personnellement, j’adorais prendre les œufs et profiter de la vue sur la ville qu’on pouvait admirer. Arrivé sur la piste, on pose nos skis par terre et on les chausse, on met les languettes des bâtons autour des poignets, on prend nos bâtons dans les mains et on commence à avancer en pliant les genoux, en plantant nos bâtons dans la neige et en faisant de la force avec nos bras et nos jambes. Bref, on commence à skier. Ensuite, on se dirige vers les téléskis ou alors les télésièges pour monter les pistes. Une petite anecdote : quand j’étais sur les télésièges avec mes amies ou bien mes sœurs, nous avons l’habitude de chanter une musique très connue d’un film français très célèbre « Les bronzés font du ski ». Après être sorti du télésiège, l’aventure commence. Prêt à dévaler la descente, on prend de l´élan et on se prépare à faire des grands virages tout en descendant. Et là, les moments magiques commencent. On plante le bâton, on tourne, on l’enlève et on se remet droit. On le replante cette fois-ci de l’autre côté, on tourne, on l’enlève et on se remet droit. On penche les skis, on pli les genoux tout en tournant. On maintient les skis serrés l’un
contre l’autre et on les sépare légèrement pour tourner. Que du plaisir ! Quand on arrive à la fin, on profite de la vitesse pour faire un bel arrêt. C’est-à-dire, comme si on allait faire un virage sauf qu’on plante d’un coup notre bâton et on s’appuie sur lui de toutes nos forces jusqu’à ce qu’on soit totalement arrêté. Mon objectif, quand je fais ça, c’est de renvoyer le maximum de neige possible sur les gens. J’adore ! Bien sûr, le ski ce n’est pas seulement cela. Mais ensuite, tout dépend du style de ski que l’on pratique. Et il y’en a plusieurs ! Mais de ma part, mon sport d’hiver préféré est le ski Alpin qui est bien plus tranquille et harmonieux que tous les autres styles. En plus, dans le ski Alpin, on peut découvrir les montagnes tout en sécurité et dans ma région profiter des portes de soleil : trajet qui relie plusieurs stations de ski entre elles, donc plusieurs sommets, en parcourant des dizaines de kilomètres. Les stations de ski de ma région, Morzine/Avoriaz, sont connues mondialement grâce à la diversité d’activités d’hiver qu’elles offrent. Ce n’est pas pour rien qu’elles feront parti des Jeux Olympiques d’hiver de 2018 ! Après une journée de ski, rien de mieux que boire une bonne tasse de chocolat chaud et le soir goûter une fondue de fromage dans un chalet de montagne. Que puis-je rajouter ? Sûrement le meilleur coin pour passer de délicieuses vacances!
Marie-line Pignier 11.º I ___________________________
La gastronomie de mon coin Nous vivons dans une région où, la plupart du temps, les températures sont négatives. Par conséquent, la nourriture doit être adaptée aux nécessités caloriques exigées par le froid. Dans une région comme la mienne, encerclée par les montagnes, il existe beaucoup de pâturages. Plusieurs races de vaches sont parquées dans les hautes montagnes pour produire le meilleur lait. C’est pour cela que le commerce dans ma région est principalement relié avec les produits laitiers comme le fromage, beurre, yaourts, crèmes, etc…Mais chaque race de vache (l’Abondance et la Tarine sont les principales races de vache de ma région) donne un goût particulier à son fromage. Grâce à la qualité de ce lait, la quantité de fromage est immense, comme la tomme de Savoie, le reblochon, l’abondance, le beaufort, l’emmental de Haute-Savoie, le gruyère... Par exemple, rien que de mon village, il existe trois fermes où ils vendent du fromage. Et qui dit fromage, dit recettes savoyardes. Influencées par la Suisse, elles sont toujours appréciées par les Savoyards ainsi que par les touristes qui veulent connaître notre culture. Les trois plats typiques de ma région sont : - La raclette : fromage fondue (grâce à un appareil à raclette) sur des pommes de terre cuites à l’eau, accompagné par une assiette de charcuterie (jambon et saucisson (la Rosette) avec des cornichons; - La fondue Savoyarde : mélange de plusieurs sortes de fromage fondues dans un appareil à fondue, dont le but est de tremper les morceaux de pain sec dans ce mélange; - Et pour finir, la tartiflette : mélange de reblochon ou de fromage à tartiflette avec des pommes de terre et des lardons (sorte de bacon), le tout cuit au four. Mais d’autres plats sont très souvent servis au restaurant comme la fondue b o u r g u i g n o n n e : même système que la fondue
Savoyarde, sauf que le pain est remplacé par de la viande et le fromage liquide par de l’huile. Ensuite, nous devons tremper les morceaux cuits dans différentes sauces. Plus près du lac Léman (lac qui sépare la France de la Suisse), à seize kilomètres de nos montagnes, sont servis les meilleurs poissons de la région. Nous pouvons pécher la truite (nous la trouvons aussi dans les ruisseaux de montagnes, car c’est un poisson qui s’adapte aux températures de ce climat), la perche, la lotte, le brochet… Tous ces poissons sont frits, accompagnés d’une sauce meunière (vin blanc, beurre, persil et de l’ail) avec des frites ou bien du riz. Mais avant de déguster le plat central, on a l’habitude de boire l’apéritif et comme entrée, manger une salade de crudité. Comme dessert, il est typique de manger de la glace. Elle est très variée et souvent flambée. Sinon, on peut aussi manger des mousses au chocolat, des profiteroles (chouquettes remplis de chocolat, de vanilles ou de crème glacée) ou bien de la tarte (aux myrtilles, au citron meringué, tarte-tatin…). Pour accompagner tous ces repas, il est conseillé de boire du vin blanc et du soda pour les enfants, ainsi que de l’eau gazeuse ou tonique mais jamais de l’eau plate (provoque des difficultés à digérer ces plats). Comme digestifs, on peut boire de la liqueur de mûres ou de framboise, ou alors de cassis. De l’autre côté des Alpes, on fait frontière avec la Suisse française et l’Italie. Les villes les plus proches sont respectivement Turin, à travers le Mont-Blanc, et Monthey par Châtel (de l’autre côté de la montagne).
Alexandra Ramos ___________________________
A nº II da “aquilino”
“(...) mais cronista do que carpinteiro de romance”. “(...) o meu lexicon é o deles; as minhas vozes ouvi-lhas”. “A aldeia serrana, como aquela em que fui nado e baptizado e me criei são e escorreito, é assim mesmo: barulhenta, valerosa, suja, sensual, avara, honrada, com todos os sentimentos e instintos que constituem o empedrado da comuna antiga.(...)”. Aquilino Ribeiro, in Prefácio “Terras do Demo”. No dia 29 de Outubro apresentou-se no Auditório Municipal de Sernancelhe, o nº II da Revista Literária da Autarquia, “aquilino”, direcção do professor desta escola, Paulo Neto. Alguns docentes da ESEN compareceram nesta iniciativa, para felicitarem o Dr.º Paulo Neto pelo lançamento da “aquilino nº II” e também para ,de uma forma singélica, homenagearem o escritor das gentes da Beira, tão esquecido nas nossas escolas. Estiveram presentes, entre outros, o Professor António Manuel Ferreira, da UA, colaborador da revista , o Dr. Alberto Correia, um dos fundadores do CEAR e sernancelhense da Sazerda e o Sr. Engenheiro Aquilino Ribeiro Machado, que finda a apresentação, autografou com amável simpatia a “aquilino”, consagrada à obra de seu Pai, e oferta da Câmara Municipal a todos os presentes.
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To d a s a s alocuções foram de grande interesse, contudo destacase a magnífica comunicação do Sr. Engº Aquilino Ribeiro Machado, s o b r e a Te o r i a da Literatura e o papel do escritor e do leitor. Fomos, ainda, brindados por quatro extraordinários momentos musicais, ao piano e ao acordeão, executados por professores da Academia de Música de Sernancelhe. A revista, com trezentas e quarenta páginas, foi apresentada por Paulo Neto e nela colaboraram, entre ilustres professores: José Mário Cardoso; José Carlos Seabra Pereira; António Manuel Ferreira; Carina Infante do Carmo; Paulo Neto; Ana Margarida Ramos; Isabel Cristina Mateus; Sara Reis da Silva; Maria Eugénia Pereira; Isabel Cristina Rodrigues; Aquilino Ribeiro Machado; Paulo Alexandre Pereira; Lola Geraldes Xavier; José Maria Rodrigues Filho; Ana Isabel Queiroz; Maria José Quintela; Jaime Ricardo Gouveia; Miguel Alves; Alberto Correia; Carlos Silva Santiago. Estamos conscientes que é um percurso complexo proceder à organização e lançamento de uma revista da qualidade que a “aquilino” apresenta, só podemos pedir: continuem esta missão, a semente dá frutos! Cá e Lá estaremos...
Anícia Costa ___________________________
Ecos do Hino da Alegria Nascido na Renânia do Norte (actual Alemanha) em 1770, Beethoven soube conjugar no legado musical que nos deixou processos composicionais possibilitados pelas inovações trazidas pela chamada “primeira escola de Viena” (uma linhagem de compositores que toma forma a partir de 1775 com Haydn e posteriormente Mozart e o próprio Beethoven em parte da sua carreira) e simultaneamente rasgos de génio apenas compreensíveis à luz de muitas das teorias composicionais do século XX. Por conseguinte, foi um homem à frente do seu tempo; um visionário, a expressão viva de uma síntese de formas e conteúdos perfeita e ela própria rasgada por uma multiplicidade de opções que não perdem um sentido de continuidade extremamente depurado; um profeta da renúncia à tonalidade, a qual aconteceria apenas cerca de um século mais tarde. A música de Beethoven, mais do que a de qualquer outro compositor, transmite a sensação de ser uma expressão directa da sua personalidade. A par de Mahler, Beethoven será sem dúvida um dos compositores que mais veementemente conseguiu fazer ecoar na sua obra todo o seu mundo interior e as suas construções idealistas de um mundo ainda por cumprir, seja no amor (no caso de Mahler) ou na fraternidade humana (no que respeita a Beethoven). Um dos pontos-chave na compreensão da persona beethoveniana reside na enorme carga emocional negativa do peso do seu nome, o qual fora dado alguns anos antes a um nado morto que a sua mãe havia dado à luz. Nunca tendo conseguido ultrapassar a apreensão que tal lhe causou, Beethoven tornou-se progressivamente num homem irascível, mais distante do mundo, claramente divorciado de uma realidade que teimava em não ser a sua. No fundo, um inadaptado. Ao mesmo tempo, a surdez da qual já vinha padecendo desde os seus 17 anos, agravava-se de forma aguda e definitiva. Beethoven teve de se resignar a viver num mundo silencioso, no qual as notas apenas existiam no seu espírito. A linguagem musical presente nas composições da 3ª e última fase da sua vida caracteriza-se por um cariz
profundamente enraizado em ideais de fraternidade, de alegria e de esperança. É dentro deste ambiente que, entre 1817 e 1823, o compositor parte para a derradeira das suas sinfonias a 9ª -, um tema e variações em crescendo orquestral e emocional que culmina na sublimação total atingida pelo momento arrebatador do último andamento e da subida aos céus de um Hino à Alegria que vem finalmente trazer sob a forma de música aquilo que o próprio homem nunca conseguiria na sua vida. A 9ª sinfonia é um ritual, uma profissão de fé para a humanidade, um momento poderoso. À medida que a obra avança, rasgando e alargando todas as convenções formais no campo da “arquitectura” musical traço característico do “último” Beethoven (note-se que viria a falecer em Viena em 1827), já totalmente surdo e ávido de originalidade - eleva-se sobre si própria e os coros atingem níveis ensurdecedores. Ludwig Van Beethoven, tendo por base um poema de Schiller onde não se encontra a supremacia de uma nação sobre outra, pretendia impressionar os ouvintes e exprimir o seu desejo de fraternidade universal. C o m o d i r á H o ff m a n a c e r c a d a l i n g u a g e m beethoveniana, a 9ª Sinfonia é um espelho de uma dor que abraça o amor, a esperança e a alegria, deixando no entanto espaço para a união de todas as paixões sob a forma de um “tutti” humano que não encontra limites para se fazer ouvir. O homem torna-se visionário, partindo de um caminho de dor que o próprio Beethoven traça de antemão (levado na sua própria experiência pessoal). Em suma, é uma obra escrita por um homem só, que deseja que esta seja o ponto de união e comunhão entre toda a comunidade humana e ele próprio. Alcance-se pela música o que a vida não nos deixa viver.
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Antero Peixeiro ___________________________
HISTÓRIAS / Estórias Escrever dói! Escrever é sempre uma tarefa dolorosa. Escreve-se, apaga-se, não está bem…, muda-se aquela frase… As palavras caem no papel, mas custam a encaixar-se no sentido coerente que lhes queremos imprimir. Cada vez mais se ouvem lamentos, “ já não se lê como soía”, mas a verdade é que já não se escreve como antigamente! Os SMS são muito práticos e deixam-nos mais ligeirinhos a dizer as coisas, mas depois, quando é preciso mesmo construir frases e articular ideias, “a porca torce mesmo o rabo”. E, se estamos a reflectir sobre o nosso percurso de vida, o problema agrava-se. É delicado assumir alguns dos “passos perdidos”… Estaremos a caminho de uma geração de iletrados? Parece-me bem que não. O saber livresco de antigamente é, digamos como João Canijo, uma “fantasia lusitana”. Pode parecer uma afirmação contracorrente, mas a verdade é que a educação de adultos e a certificação de saberes, pelo menos de saberes de acção, se democratizou. Nunca tantos tiveram oportunidade de levar outros a reconhecer, fazer validar e certificar as suas competências. Vem isto a propósito das Novas Oportunidades, como já se percebeu. Há poucos dias, numa excelente conferência em Tondela, fomos confrontados com questões por demais pertinentes e perturbadoras. Vejamos: O nosso país arranca para o século XX com cem (100) anos de atraso em relação, por exemplo, à França no que respeita a escolarização da sua população. E nem a Primeira República, nem o 12
Estado Novo conseguiram eliminar tal handicap. Que pesa ainda, e de que maneira, sobre todos nós, mesmo no vector económico. A União Europeia tem, há muitos anos, um investimento não negligenciável em educação de adultos e certificação de competências. Portugal avançou com uma Direcção Geral de Educação de Adultos e passou a uma Agência com um contrato-programa, Novas Oportunidades, que previa qualificar um milhão de portugueses. Foi há quase cinco anos e cerca de trezentos e cinquenta mil já o conseguiram. Ainda que não conseguindo cumprir os objectivos, não é de menosprezar este volume que foi, de longe, o maior esforço nesse âmbito alguma vez feito na nossa História. A este número deveria corresponder um aumento significativo de mobilidade social mas, nesta conjuntura, isso é para esquecer. O problema é que, quando as pessoas mudam, pela interacção que necessariamente tiveram com a sua própria História de Vida, com a necessidade dolorosa (como salientávamos de início) de a escrever, de a transpor para o papel, é trágico que não sintam mudanças no contexto social em que se situam e, assim, tarde ou cedo, vejam tais benefícios desvanecer-se sem proveito. Pelo nosso Centro de Novas Oportunidades passaram já imensos adultos, desde jovens de vinte e poucos anos de idade, com uma história de rejeição do modelo formal de escola, até “jovens” de setenta, com uma bagagem cultural imensa, de certa forma já reconhecida pelos seus pares. Recordamos todos com prazer Histórias de Vida que muito nos enriqueceram, pela valia dos
testemunhos, pela sabedoria das competências, pela variedade de experiências de vida, pelo altruísmo de algumas situações e pela imensa cultura nelas inscrita. Como dizia o professor Luís Alcoforado, reputado mestre nestas andanças, a nossa cultura erudita, sobejamente reconhecida internacionalmente, e a nossa cultura popular, tão identitária do que é ser português, sempre se situaram a milhas uma da outra, só se juntando com Gil Vicente. Dizemos hoje que, das dezenas de Histórias de Vida que analisámos, algumas conseguiram ligar cultura erudita e popular e foram lições que não será fácil esquecer. Não podemos escamotear que é da
mais elementar justiça esta introdução de mecanismos de reconhecimento de saberes aos que, por uma ou outra razão, foram afastados da obtenção de um diploma, mas adquiriram competências pessoais, sociais e profissionais notáveis e aferidas por um conjunto de referências tão abrangente quanto exigente. As estórias de certificações feitas a correr, em dois ou três meses, são isso mesmo, estórias!
Paulo Neto ___________________________
Directamente Temos um novo Director que não só acredita no “Via Esen”, como o incentiva e estimula. E nós respondemos-lhe, e à Comunidade Escolar, com este número 7. O “Via Esen” tem sido um periódico com vida atribulada. Há mesmo quem fale muito dele, pela inconsubstanciada negativa, o que, em boa verdade, sempre é melhor que ignorá-lo… Um direito que assiste aos que assim agem. O direito à discordância. Ao desacordo. Contudo, e se por cada direito há um dever, seria curial que lhes fosse requerido o direito à cívica crítica, construtiva e frontal. Aceitemos que o não façam. Talvez porque a frontalidade lhes seja tão adversa quanto o “cochicho” lhes é estimável. E, apesar da adversidade, este “sete” cresceu. Em páginas e em número de exemplares. Para poder ser lido, também, nos lares de todos os alunos. E assim, seus pais e familiares, terem conhecimento do muito de muito bom que “aqui” se faz. Que os seus filhos fazem… …Lembrando-nos quase uma fábula. A da cigarra e da formiga… E até somos apreciadores do belo canto. Mas com tantas e tão belas composições, porquê esta repetição “a capela”, da mesma e tão pouco afinada ária? Claro que a Comunidade Escolar, mais sábia do que a congeminam, lê tudo isso nas entrelinhas. E vai dando lugar ao trigo e ao joio.
Daí, a sua postura ser a de aderir ao projecto e começar a colaborar. Melhor do que isso: a estimular nos alunos o desejo de escrever no seu Jornal, o “Via Esen”, da Escola Secundária de Emídio Navarro. Porque o Jornal é de todos e será sempre melhor e mais plural quando todos nele colaborarmos, no direito natural à diferença e no direito fundamental e pleno à liberdade de expressão, sem censuras, nem linhas previamente desenhadas. Por tal, pedimos a Vossa colaboração PRECIOSA. Na certeza de que se nele colaborarem, na comum partilha de um objectivo límpido, nele se possam, também, rever. Sem dramas de Narciso alucinado. Voltando aos nossos alunos, um bom docente sabe ensinar-lhes que um texto escrito, se publicado, é uma recordação que fica para sempre, é um motivo de legítimo orgulho para com os seus próximos, é um trabalho apreciável e primeiro de criação, de reflexão, de argumentação, de exposição e, indiscutivelmente, a prova DE QUE SABEM ESCREVER. Um bom docente sabe ensinar que as ideias crescem, se debatidas sem constrangimentos e que a imprensa, mesmo esta tão singelamente caseira, serve para o debate, para aprender o respeito pelo próximo e para apreciar a diferença de opiniões e de credos, que a todos assistem. Um Harmonioso Natal para todos. 13
Bem Haja! Foi proposto a toda a comunidade escolar escrever um artigo para o já conhecido Jornal da Escola, o Via ESEN. Olhando naquele momento uns para os outros... A ideia foi rapidamente aproveitada para um reconhecimento público de todos os Assistentes Operacionais da ESEN para a nossa ex-coordenadora, Sra. D.ª Elisabete Loureiro, cargo que com humildade e dedicação exerceu, e que sobre nós (e não só, deixou muitas marcas, tanto a nível profissional como afectivo. Pela sua sobriedade e por tudo o que fez por nós, bem haja!
Recordamos aquele momento Vivido com sentimento Em que as palavras traíram A emoção a transbordar O coração fraquejou E as lágrimas caíram.
Expressamos agradecimento Muito embora com lamento Mas a vida é mesmo assim Cedo ou tarde há que partir Não te vemos a sorrir Mas ainda não é o fim.
Nós iremos encontrar-nos E aí vamos lembrar-nos Da vida que então vivemos. Levarás nossa amizade Apagarás a saudade Pois é isso que queremos.
Dos Colegas e Amigos da ESEN. Com carinho... 14
Projecto Comenius De 22 a 26 de Abril, no âmbito do Projecto Comenius, alguns alunos da ESEN foram para a Grécia. Deparámo-nos subitamente com a simpatia e hospitalidade grega. Na Grécia, ficámos hospedados em Karditsa, na casa dos nossos colegas do projecto, que nos acolheram e transmitiram ao longo do tempo em que lá estivemos alguns dos costumes do seu país, e que tiveram também a amabilidade de nos mostrar a cidade e a escola. Este foi também o local onde fomos recebidos pelo Presidente da Prefeitura de Karditsa, que nos presenteou com um almoço em grande, à base de carne com especiarias, queijos/saladas típicas gregas e sobremesas, entregando-nos, por último, algumas lembranças acerca do turismo local; foi também onde partilhámos os conhecimentos acerca do projecto desenvolvido desde a última mobilidade, em Itália. Após 2 dias em Karditsa, dirigimo-nos para Atenas, onde ficámos hospedados no Hotel President, e onde visitámos os monumentos mais famosos da capital como o Parthenon e o museu da Acrópole. Por fim, tendo regressado a casa e, após experienciar e testemunhar o espírito e importância deste programa, podemos referir que projectos como o Comenius contribuem não só para promover a interculturalidade, partilha e conhecimento, como também para aprender novas línguas e criar amizades, mas sobretudo para demonstrar o interesse dos jovens no mundo e em temas fulcrais para a sociedade mundial como as energias renováveis, o tema do nosso projecto.
CARTA AOS PAIS / ENCARREGADOS DE EDUCAÇÃO A melhoria da qualidade da Educação / Ensino dos Vossos filhos é, tanto para Vós como para nós, uma preocupação e um cuidado partilhado por toda a Comunidade Escolar da ESEN. A Escola Secundária de Emídio Navarro está, nestes últimos tempos, a ser objecto de uma profunda reestruturação das suas instalações. Esperamos que chegado o momento final da sua concretização, este espaço físico secular, por onde passaram tantos milhares de jovens que aqui adquiriram e consubstanciaram o saber e prática para o mundo do trabalho, esteja mais acolhedor, mais inclusivo, mais eficaz, tornando-se ainda mais afectivo e transmissor de valores essenciais mais amplos, de Cidadania, Solidariedade e Educação. O “Via Esen”, que vai chegar às Vossas mãos, é um dos meios de comunicação interno e com o exterior, integrado num programa acarinhado pelo actual Director. Através do Jornal, podereis ter conhecimento, não só da maioria das Acções que se vão implementando e desenvolvendo constantemente, como também de trabalhos e projectos em que os Vossos filhos são parte integrante e fulcral. Enquanto criador / director deste periódico trimestral, gostaria de interagir convosco. 1º Desejaria que tivésseis a V. quota-parte no incentivo aos V. filhos para colaborarem no “Via Esen” com textos, publicando os seus desenhos, fotografias, escrevendo sobre a música de que gostam, etc. 2º Seria muito interessante que os Pais e Encarregados de Educação, a exemplo do Presidente da sua Associação, Dr. José Lapa, aproveitassem o ensejo e contribuíssem para a melhoria e pluralidade deste meio de comunicação, também com o seu artigo de opinião, de reflexão, generalista, crítico, memorialista, etc. Até e porque, muitos de Vós terão sido aqui Alunos, nesta Escola com tanta História e Tradição. Deixo-Vos o contacto e o desafio: correio electrónico --» pzarco@gmail.com ;ou, se preferirem, enviem os textos por mão dos V. filhos. Muito obrigado e Feliz Natal. Paulo Neto 15
e - inclusão How new Technologies can help with “invisible disabilities” Como as novas tecnologias podem ajudar nas “incapacidades invisíveis” http://www.elearningeuropa.info/files/media/media22476.pdf
O projecto Europeu ICTBell visa investigar a área das “incapacidades invisíveis” e aprendizagem de línguas, de modo a que estes alunos possam ter sucesso num ambiente de aprendizagem virtual e tutoria online. Tem como objectivo a melhoria da aprendizagem das línguas por crianças e adultos com estas características, propiciando a sua inclusão através das TIC. O artigo aborda uma temática actual e pertinente em termos educacionais, propondo o contributo das TIC e dos ambientes virtuais para ajudar estes alunos sobretudo na aprendizagem das línguas estrangeiras. Geralmente, a aprendizagem em ambiente virtual é motivadora e estimulante e as novas tecnologias promovem a igualdade de oportunidades e a melhoria da qualidade de vida. A Escola massificou-se e a ela se exige um papel de destaque no acesso à educação de qualidade e diferenciação pedagógica, de modo a dar resposta a todos e cada aluno. A educação confronta-se com outros paradigmas. As instituições educativas e sociais devem ter presentes as dificuldades que estes alunos enfrentam face às novas tecnologias e de que necessitam de ferramentas como a formação e software adequados, de modo a desenvolver competências de leitura e escrita. Deste modo, a tecnologia constitui parte de um processo para minimizar o impacto dessas incapacidades. As escolas têm vindo a ser apetrechadas com novos equipamentos e recursos, no entanto, nem sempre a sua introdução é sinónimo de avanço e mais qualidade no ensino. Acreditou-se mesmo que as novas tecnologias iriam resolver os problemas de aprendizagem, mas rapidamente se constatou que esta ferramenta e o acesso à Internet não bastam para constituir saber e conhecimento. O computador é algo que se integra nos ambientes de aprendizagem e compete ao professor a função de organizar esses ambientes, de motivar e de ser o agente mediador, de modo a que não constitua uma barreira e factor de exclusão social para os que não dominam eficazmente os processos de leitura e escrita. Na sociedade de Informação, a leitura, mais do que nunca, constitui o meio de acesso, por excelência, ao conhecimento As novas tecnologias são importantes no acesso ao conhecimento, mas a capacidade de ler e escrever mantém-se fundamental. Na era da Informação, a maior parte das actividades requerem o domínio das competências da leitura e escrita, o que constitui uma grande desvantagem para alguns alunos, em 16
termos pessoais, profissionais e sociais. Assim, os programadores da Web e os formadores presenciais devem ter em conta as dificuldades destes alunos, de modo a evitar a exclusão digital e social. Esta está inter-relacionada pelo que a iniciação às novas tecnologias deve começar para todos os alunos no 1º CEB, constituindo uma ferramenta compensatória para alunos com esta tipologia de dificuldades. A aprendizagem via electrónica (E-learning) está a ganhar terreno a grande velocidade, devido às suas reconhecidas vantagens. Contudo, requer ajustes, estratégias de monitorização e tutoria, de modo a promover a e-inclusão. Caso contrário, poderá agudizar as dificuldades dos alunos com dificuldades de aprendizagem. De facto, as novas tecnologias têm-se revelado uma ferramenta imprescindível ao nível do desenvolvimento das competências transversais. Neste sentido as novas tecnologias constituirão um valioso instrumento educativo para pessoas com estas dificuldades, nomeadamente ao nível do desenvolvimento de competências de leitura, escrita e soletração, dado que esta ferramenta permite accionar estratégias para o desenvolvimento de competências de leituras, que são basilares na sociedade da informação. As TIC e o software educativo representam uma mais-valia e constituem um instrumento valioso na construção das funções cognitivas, perceptivas e emocionais. Estimulam a percepção função fundamental condicionadora da função simbólica pois envolve discriminação e memória visual e auditiva, coordenação visomotora, orientação espacial e controlo dos movimentos. Os aspectos cognitivos são trabalhados pela capacidade representativa do computador, pela resolução de problemas e sua visualização e pela enorme potencialidade para expressão da imaginação e criatividade. Emocionalmente permite o desenvolvimento da autonomia e independência e controlar a ansiedade, devido à possibilidade de alterar o erro. Em suma: o projecto ICTBell é um exemplo inovador da rentabilização adequada das TIC na promoção da inclusão social de pessoas desfavorecidas e com limitações. Para que a utilização das TIC seja cada vez mais um instrumento de inclusão, é pertinente que as escolas promovam a pesquisa e a inovação, desenvolvendo ferramentas compensatórias adequadas às características dos seus alunos. Professora de Educação Especial, Maria da Luz Outeiro
Carla Martins Prof. Educação Física ___________________________
Actividade Física para a Comunidade Escolar
A ideia e o desejo de dinamizar este projecto não surgiu do nada, nem tão pouco foi uma decisão repentina. Essa vontade foi despertando com as várias cavaqueiras de corredor, sempre agradáveis e descontraídas, que reclamavam muitas vezes por umas “aulinhas de ginástica”! Essas “aulinhas” terão início este ano lectivo!!! Apenas aguardo, ansiosamente, por estarem reunidas melhores condições de prática, em virtude de as instalações desportivas ainda não se encontrarem prontas nem equipadas! Uma vez que se dirige a toda a Comunidade Escolar interessada, é de relevante importância que estejam informados sobre os objectivos deste projecto. O propósito é criar, semanalmente, um momento de actividade física para toda a Comunidade Escolar (pessoal docente, não docente e discente), de modo a propiciar uma melhor interacção e facilitar o relacionamento interpessoal no seio da comunidade escolar. Objectivando a socialização entre todos, a recuperação da auto-estima e da sensação de bem-estar (aspectos muitas vezes inibidos pelo sedentarismo e pelo stress), a manutenção ou melhoria da aptidão física que auxilia o praticante nas suas actividades de vida diária, serão desenvolvidas
actividades lúdico-recreativas, diversificando as experiências de todos. Assim, as actividades irão, sempre que possível, variar semanalmente e a sua programação será divulgada através do moodle e de informação afixada com antecedência! As actividades a desenvolver serão diversas, desde modalidades jogadas (com ou sem bola), actividades com música (aeróbicas, danças urbanas, danças folclóricas, etc), aulas de alongamentos, jogos tradicionais e outras... De qualquer modo, a escolha dos conteúdos a abordar será um processo aberto onde os participantes terão, com certeza, uma palavra a dizer. Para o fazer podem, desde já, expressar as vossas críticas e sugestões através do questionário, disponível no moodle, ou pessoalmente. O projecto será dinamizado às terças-feiras, no ginásio interior, entre as 18:30 e as 20:00 (a prática efectiva será das 18:45 às 19:45, destinando-se os 15 minutos iniciais e finais para utilização do balneário). Este projecto, no entanto, só terá “pernas para andar” com a adesão de TODOS. Aproveito este espaço para agradecer a colaboração da colega Isabel Medeiros na criação do logótipo e ao colega Vitor Costa pelo auxílio na divulgação online. 17
Jacinto Figueiredo Prof. Educação Especial ___________________________
Educação Especial Os Responsáveis pela coordenação do Programa Educativo Individual (PEI), no caso dos 2.º, e 3.º, CEB e Secundário são os Directores de Turma, art.º 11 do DL nº 3/2008 de 7 Janeiro. O Grupo alvo são todos os alunos abrangidos pelo DL referido, com Necessidades Educativas Especiais de carácter permanente. Esta situação origina adequação no processo educativo dos alunos com limitações significativas ao nível da actividade e participação num ou vários domínios da vida, decorrentes de alterações funcionais e estruturais, de carácter permanente, resultando em dificuldades continuadas ao nível da comunicação, da aprendizagem, da mobilidade, da autonomia, do relacionamento interpessoal e da participação social. Verifica-se uma grande probabilidade dos problemas terem uma etiologia biológica, inata ou congénita (surdez, cegueira, autismo, paralisia cerebral, Síndrome Down,...). Na Escola estes alunos exigem mais recursos e meios adicionais para apoiar as suas dificuldades. Vários estudos demonstram a sua prevalência baixa (1,8% da população escolar). Os encarregados de educação têm o direito e o dever de participar activamente em tudo o que se relacione com a educação especial a prestar ao seu filho/Educando acedendo a informação constante no processo educativo. Os membros da comunidade educativa que tenham acesso à informação estão vinculados ao dever de sigilo. Objectivos da Educação Especial: a) Inclusão educativa e social; b) Autonomia; c) Estabilidade emocional; 18
d) Acesso Sucesso educativo; e) Promoção da igualdade de oportunidades; f) Preparação para a vida profissional ou pós escolar; g) Preparação para prosseguimento estudos. O processo de avaliação inicia-se com a referenciação, através do preenchimento de um formulário de sinalização existente no portal da ESNVis, onde se explicitam exaustivamente as razões que levaram a referenciar a situação e em anexo toda a documentação relevante. Será definido um roteiro de avaliação para decidir o que é necessário avaliar, quem vai avaliar e como se avalia. A Avaliação deve ter como quadro de referência a classificação internacional de funcionalidade de crianças e jovens (CIF-CJ) da OMS, 2007. Depois destes procedimentos é elaborado um relatório técnico pedagógico (RTP) que define se o aluno necessita, ou não, de educação especial. Se não tem necessidades educativas especiais é encaminhado para os apoios disponibilizados pela escola e previstos no PEE. O aluno necessita Educação Especial será elaborado, conjunta e obrigatoriamente, pelo director de turma, pelo docente de educação especial e pelo encarregado de educação um programa educativo individual (PEI). O PEI descreve: o perfil de funcionalidade do aluno; fixa respostas educativas e formas de avaliação. Este documento /modelo é aprovado em CP; Faz parte do processo individual do aluno; Será regularmente revisto e reformulado; Responsabiliza
os Agentes Educativos pela implementação das medidas educativas vertidas no art.º 16 do Decretolei referido. 1. Apoio pedagógico personalizado: Reforço das estratégias utilizadas na turma ao nível da organização, do espaço e actividades; Estimulo e reforço de determinadas competências necessárias à aprendizagem; Antecipação e reforço dos conteúdos leccionados no âmbito da turma professor da turma ou disciplina; Reforço e desenvolvimento de competências específicas (ex: Braille, língua gestual, desenvolvimento competências funcionais,...) professor de E.E. ou professor da turma. 2. Adequações curriculares individuais: Não põem em causa o currículo comum ou as orientações curriculares; Podem ser introduzidas disciplinas ou áreas disciplinares específicas que permitam acesso ao currículo comum (Língua gestual, Braille actividade motora adaptada,...); Introdução de objectivos e conteúdos intermédios em função das competências terminais de ciclo ou curso, das características de aprendizagem e dificuldades do aluno; Dispensa da actividade de difícil execução pelo aluno, exclusivamente quando o recurso a tecnologias de apoio não é suficiente para assegurar a participação do aluno. 3. Adequações no processo de matricula: Alunos com NEE podem frequentar qualquer escola independentemente da sua área de residência; Matricula por discipinas no 2º e 3º CEB e Secundário, desde que assegurada a sequencialidade do regime e educativo comum; Adiamento da escolaridade obrigatória (por 1 ano) Em situações excepcionais devidamente fundamentadas; Alunos cegos, surdos, multideficientes e com perturbações do espectro do autismo podem matricular-se e frequentar escolas com unidades de ensino especializado independentemente da sua área de residência. 4. Adequações no processo de avaliação: Os alunos não estão sujeitos ao regime de avaliação e de transição de ano escolar característico do regime educativo comum; Processa-se de acordo com os Critérios específicos definidos no PEI; Avaliação pode proceder-se a adequações: Tipo de prova;
instrumentos de avaliação; condições de avaliação (i.e. formas e meios de comunicação; periodicidade; duração; local). 5. Tecnologias de apoio: consiste na utilização de dispositivos facilitadores e rduzam a incapacidade do aluno. 6. Currículo específico individual: Substitui as competências definidas para cada nível de educação e ensino, mediante o parecer do conselho de turma; Inclui conteúdos conducentes à autonomia pessoal e social do aluno. 7. Plano Individual de Transição: Sempre que o aluno apresente NEE de carácter permanente que o impeçam de adquirir as aprendizagens e competências definidas no currículo comum, deve a escola, 3 anos antes da idade limite da escolaridade obrigatória, complementar o PEI com um Plano Individualizado de Transição (PIT). Estas medidas podem ser aplicadas cumulativamente excepto com CEI e adequações curriculares individuais. A escola constrói-se com a participação activa de todos. Cabe a cada um de nós participar activamente na melhoria das condições e das interacções no contexto educativo, numa perspectiva de fomento da qualidade e da inovação educativa. Princípios da Escola Inclusiva: todo e qualquer aluno pode experimentar dificuldades, em algum momento do seu processo de aprendizagem. As dificuldades dos alunos são encaradas como uma fonte de conhecimento e de aperfeiçoamento das práticas educativas. A escola inclusiva pressupõe a individualização e personalização das estratégias educativas enquanto método. Deve promover competências universais que permitam a autonomia e acesso à cidadania plena por parte de todos. 19
José Lapa
Presidente da Associação de Pais da ESEN
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Então, e agora? Escreveu Fernando Pessoa: “Agir, eis a inteligência verdadeira. Serei o que quiser. Mas tenho que querer o que for.” Agir, é a palavra de ordem nos dias que correm e nós portugueses não estamos muito habituados a ela. Foram os infindáveis 48 anos em que ela foi recalcada. Foram os anos da democracia, em que queríamos agir mas não sabíamos ou não queríamos. Foram os anos dos enormes fluxos financeiros da comunidade, que nos criaram a convicção de não era preciso produzir, o dinheiro caia do céu. Foram os anos dos créditos fáceis, que nos remeteram para a letargia. Enfim, foram os anos da inacção, do amorfismo, do conformismo. Da nossa falta de agir, já escrevia Torga: “Portugal é uma colectividade pacífica de revoltados”. Agir também é uma acção crítica. Mas nós, ao invés, sempre preferimos a maledicência. Dizer mal, é a par do futebol, um dos nossos desportos nacionais favoritos. Como seria de prever, este nosso comezinho hábito quotidiano, agora não nos serve de nada. É que para além de deficits financeiros, temos deficits de cidadania e de reflexão. E agora que a estultícia gastadora tem fim anunciado, que vamos fazer? A verdade é que foi nesse ambiente despesista, que educamos os nossos filhos nos últimos anos. Foi numa febre desenfreada de consumo, de marcas, de incentivo ao efémero, de deslumbramento pelo néon, de facilitismo que lhes prometemos o futuro. Então e agora? Agora que este cenário de abundância, se está a transformar drasticamente, desconstruindo-se rapidamente como um qualquer castelo de cartas e se precipita sobre a nossa irresponsabilidade, que educação vamos fazer. Como vamos fazer compreender aos nossos filhos, que o consumo não é o ponto cardeal da vida. Talvez agora acordemos para a realidade, compreendendo, finalmente, que não é no consumo que 20
os devemos educar mas nos valores da cidadania. Isto é tanto mais verdade, quando temos de lhes explicar por que motivo os educamos mal. E só pela via da cidadania isso é possível. Aqui chegados é inevitável que os temos de os ensinar a viver em crise, o que significa, criar novos paradigmas que até aqui não conheciam: saberem partilhar; serem solidários; terem consciência social; criticarem responsavelmente, orientarem-se por valores éticos; serem criativos; fomentarem a participação, respeitando as pessoas, dando-lhes conhecimento, informação e manifestando respeito pelas opiniões contrarias. Mas acima de tudo ensina-los a terem esperança, essa energia motivadora, que se esgotou, na efervescência do cepticismo, na assumpção da mediocridade. E educar em cidadania significa, darmos o exemplo aos nossos filhos, sendo nós próprios cidadãos na plenitude, em toda a dimensão: intervindo e participando na causa pública. Neste aspecto, a minha experiência enquanto membro da Associação de Pais da nossa Escola, não poderia ser mais confrangedora, em face da participação diminuta, ou melhor, da total ausência de participação nas actividades da Associação e da Escola, de pais e encarregados de educação. A legislação confere-nos aos mais diversos níveis institucionais uma representação digna, que nos confere responsabilidade e nos exige uma presença interventiva nos desígnios da Escola. Educar é participar, intervir, agir. Esse hábito português de dizer mal, deve ser substituído por um discurso crítico construtivo, porque afinal é no futuro dos nossos filhos que estamos a falar. Vilipendiar tudo e todos na esquina mais próxima, nunca resolveu nada. É na ágora quotidiana que devemos encontrar a dimensão do nosso descontentamento e sugerir as melhores soluções, para que tudo possa correr pelo melhor. Demitirmo-nos dessa instância humana, como é
a cidadania, mais não é do que recusarmos a defesa dos imperativos públicos, a que qualquer cidadão está obrigado em vida democrática. Afinal é tudo uma questão de futuro. E por falar de futuro, convém lembrar, que se passarmos ao de leve pelo presente, podemos ter a certeza que o passado se vai tornar num pesadelo. Como escreveu Óscar Wilde: “ O nosso passado aí tendes o que nós somos. Não há outra forma de julgar as pessoas.” Face à complexidade do mundo actual nunca foi tão difícil educar. Continuamos agrilhoados à ideia de que a educação é a relação entre professor e aluno. Mentira! Não é! E há muito que já devíamos ter abandonado esta mistificação bolorenta criada pelo salazarismo. Um conceito que continua difuso, a pedir exterminação. Educar envolve toda uma comunidade educativa, donde também fazem parte em igualdade de circunstâncias, pais, funcionários e entidades externas ao contexto da escola, que funcionam com base numa rede complexa. E exactamente, por isto, nenhuma destas entidades de per si se pode outorgar, de ter o exclusivo de educar. Toda a comunidade escolar deve interagir e funcionar numa relação fortemente sinalagmática, entre entidades educativas, tendo presente objectivos claros e mobilizadores, determinados por uma missão verdadeiramente compreendida por todos os intervenientes Se as instituições criarem laços humanos, respeitando-se e criando sinergias, estão a cumprir o seu desiderato. Na conjuntura actual da educação, todos temos que entender que a organização e gestão da Escola, nos desafia a colaborar e a criticar construtivamente, as diversas dimensões da gestão escolar. Nesse sentido, temos de ter uma perspectiva holística, quando visualizamos a Escola, onde os nossos filhos se preparam para o amanhã. Nesse universo há uma sala de aula, que faz parte de uma Escola integrada numa cidade, cidade essa que se define numa sociedade. E no centro de toda esta vivência está a família. Ou seja, há toda uma contextualização, que assenta num emaranhado de circunstâncias e num jogo de factores complexos, quantas vezes arbitrais na sua ocorrência.
Aliás o modelo gestionário das Escolas, como sabemos, encontra cada vez mais nos órgãos de poder local, um interlocutor omnipresente, quando falamos em recursos educativos. Daí, que a educação diz respeito a todos e não apenas aos professores e aos alunos. O empenhamento e dedicação, que é reconhecida aos professores, que exercem o seu magistério quantas vezes em grandes dificuldades criadas estranhamente pelo próprio Estado, são apenas uma das peças da engrenagem educativa democrática. Há que reforçar que é errado pensarmos, que educar e/ou gerir organizações de educação, só compete aos professores e ao Estado nas suas diversas expressões institucionais. Não é assim! Para além da necessidade de olhar a educação, tendo sempre presente uma perspectiva holística, há que saber entender o aparelho educativo, numa perspectiva dinâmica. Com efeito, escola básica, escola secundária e ensino universitário, não são estanques, mas sim um percurso com uma dinâmica própria, transversal a estes três níveis. Esta dinâmica deve ser um processo linear. Decorre daí, que se torna premente eliminar todas as peias que impeçam o desenvolvimento do processo educativo, combatendo a inércia e a teimosa burocracia. Para isso, impõese uma gestão e uma organização verdadeiramente mobilizadoras de toda a comunidade educativa, em torno da razão última da Escola. Devemos pois aperfeiçoar os sistemas de gestão escolar e universitária, para facilitar a sua articulação, garantindo aos estudantes plataformas de opção, que correspondam aos seus desígnios profissionais e de construção de personalidade. É em todo este universo que temos de criar educação, numa época de epílogo, para uma sociedade cada vez mais exigente e complexa, que nos anuncia o fim de muitos direitos adquiridos e de quadros de vida que julgávamos perenes. Temos de criar para os nossos filhos, uma cultura de resiliência, que lhes permita estarem sempre prontos a enfrentar a mudança, que nunca como hoje, teve uma intensidade de imprevisão tão grande. Afinal, educar é um dos actos mais nobres do homem, que deixa uma marca indelével para toda a vida. 21
Margarida Assis 11.º ___________________________
Histórias do Fim da Rua, de Mário Zambujal Apreciação Crítica Que livro bonito. Nunca vivi num bairro ou numa rua em que todos se conhecessm, mas esta é, claramente,a ideia que tenho de tal morada. O facto de serem as personagens a guiar-nos torna tudo mais autêntico, porque cada um tem as suas expressões, as suas vivências, no fundo, a sua personalidade. Penso que há uma certa ironia subjacente à obra -- afinal de contas, trata o fim de um casamento e o fim de uma rua, com graça! Diria até que se nota uma certa perversidade. É inteligente da parte de Mário Zambujal -- apaixona-nos pela gente, pelos costumes, pelas histórias, pela rua, e depois dá a notícia do seu fim fazendo-nos rir, sem precisar de rogar pragas ou fazer críticas, gerando em nós uma revolta, um desconforto, uma certa comichão -- somos bem capazes de passar, todos os dias, por cima de antigas Ruas de Trás.
Liliana Carvalho 12.º A _________________
Área de Projecto, 12.º A
Deixas-me CiênciAr-te? E que tal se a ciência, a arte e a ESEN se pudessem fundir num projecto tão multifacetado quanto envolvente? É esta a linha principal do projecto que este ano será desenvolvido pela turma A do 12.º ano na área curricular de área de projecto. Música, astronomia, fotografia e teatro são os quatro subtemas do projecto. Concertos «comentados» para a divulgação de vários estilos musicais serão desenvolvidos pelo grupo da música, que conta já com uma série de confirmações, que são: Carlos Peninha (a representar o Jazz), Orquestra Sinfónica Juvenil (a representar a música clássica), Pedro Caldeira Cabral (a representar a música medieval), o grupo de acordeões do conservatório de Viseu e ainda um concerto com 2 pianos, com José Amaral e Anícia Costa, uma aluna do 12.º B da ESEN. Um outro projecto muito interessante é desenvolvido pelo grupo da astronomia e engloba conferências e workshops e ainda um acampamento 22
a ser realizado no 3.º período em V.N. Paiva, nos Arbustus Demo, em que estarão presentes o Prof. Dr. Alexandre Aibéo (astrofísico do Politécnico de Viseu) e o Eng. Pedro Almeida (astrofísico amador), para uma brilhante noite na companhia das estrelas. No âmbito da fotografia serão realizados ao longo do ano workshops e exposições. Por isso, se gostas de captar cada momento e tens gosto pela fotografia, não podes faltar! Por último, mas não menos importante, a participação do grupo de teatro no festival de teatro jovem, com a peça Flatland, «o país plano», uma vez que, como disse William Hazlitt «O homem é um animal que finge - e nunca é tão autêntico como quando interpreta um papel». Assim estimado leitor, espero que tenha ficado curioso e que divulgue, dê opiniões e acima de tudo, participe nas actividades referidas: Só tem a ganhar!
AE - “Contamos Contigo”
ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DA ESEN No ano lectivo 2009/2010, a A.E da Escola Emídio Navarro, no decorrer das actividades, revelou pontos negativos e pontos positivos. Verificámos que alguns destes projectos foram compridos e outros não. É certo que as condições e o estado em que a Escola se encontrava não facilitaram o desenvolvimento dos projectos que a associação tinha planeado, como a rádio escola, por exemplo. Porém, outros poderão pensar que estes não foram os únicos factores que condicionaram os projectos da associação de estudantes, do ano lectivo 2009/2010. Para um bom funcionamento, neste tipo de organismo, é necessário que haja antes de tudo empenho por parte de todos, e não só de alguns. Sabemos que este é um problema muito corrente nas associações de estudantes, pois conseguir motivar e fazer participar um grande grupo de alunos em qualquer projecto não é simples. Uma direcção não pode esperar fazer sozinha um trabalho de um organismo que é constituído por aproximadamente 50 pessoas. Este também foi um dos problemas que muita gente apontou à antiga associação de estudantes. Todos estes factores fizeram com que no ano lectivo precedente não houvesse um grande aproveitamento das possibilidades que uma associação de estudantes pode propiciar aos alunos, porque relembramos que uma associação se destina a todos nós, alunos da escola Emídio Navarro, que querem projectar uma escola mais justa, mais dinâmica e mais atenta aos problemas dos alunos. A nossa candidatura tem por base um programa que consideramos prudente e realizável. Dentro deste, estabelecemos projectos e planos de actividades que
Presidente Killian
Vice-Presidente Sónia Furtado
1.º Vogal Gonçalo
visam proteger e destacar os interesses, quer dos alunos quer da entidade escolar. O nosso plano de actividades tem como objectivos a valorização da interacção entre os alunos e a AE, para assim melhorar o grau de ideias de modo a beneficiar a inteira comunidade escola. Queremos que este ano os alunos sejam mais activos, participem, que proponham projectos e que procurem a AE para debater ideias, para solicitar a sua ajuda a qualquer nível. Na prática em que se vão traduzir estes objectivos? Organizar festas, torneiros desportivos impulsionar o convívio entre as diferentes escolas Secundárias de Viseu, e que cada aluno consiga dar o seu contributo para estas actividades. No nosso entender, uma actividade torna-se interessante quando participámos e ajudámos na sua realização, além de ser mais uma forma da comunidade escolar ficar mais próxima e unida. Outro projecto da AE para este presente ano lectivo é a Rádio Escola, que já é uma ideia “antiga”, mas que nunca se conseguiu concretizar. Um dos factores tem sido principalmente as condições da escola, que não permitem levar este projecto a bom termo. Este ano, mais uma vez, a AE propõe este projecto da Rádio Escola, esperando que haja condições para que, enfim o possamos realizar. Neste presente ano lectivo, também queremos apostar em acções de solidariedade, de modo a ajudar quem mais precisa, dinamizar a comunidade escolar e desenvolver um espírito mais solidário nos alunos nossos colegas.
2.º Vogal André Sobral
Secretária Tatiana
Tesoureira Liliana
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Visita de estudo à Universidade da Beira Interior Foi uma viagem muito agradável e instrutiva. De certo modo, o almoço não foi saciante, mas pequenos pormenores não ditam um todo, e no geral, gostei da visita. Podemos sempre repetir! Diogo Neto de Figueiredo, nº11, 10ºB
No dia 23 de Novembro, as turmas do 10ºB e 11ºC deslocaram-se à Universidade da Beira Interior - departamento de engenharia e arquitectura e museu, na Covilhã. No decorrer da visita de estudo tivemos a oportunidade de assistir a aulas de projecto, engenharia civil, mecânica, aeronáutica e hidráulica. Tivemos também uma explicação de ensaios no melhor laboratório de hidráulica do país. O almoço realizou-se numa escola secundária da Covilhã. Da parte da tarde visitámos o Museu de Lanifícios da Beira Interior, considerado pela UNESCO o melhor museu têxtil da Europa, e o “Melhor Museu” do país, pela Associação Portuguesa de Museologia. Aqui, contactámos com as tecnologias utilizadas na época do Marquês de Pombal, nomeadamente, quanto aos químicos necessários para o tingimento de lãs. Esperamos ter a oportunidade de visitar outras universidades para uma escolha mais acertada do nosso futuro. Rui Pereira nº19 e Rui Chaves nº20, 11ºC Comentários acerca da visita: Esta visita foi muito interessante, foi divertida, fez com que conhecêssemos melhor a Covilhã e o museu dos lanifícios. Do que mais gostei foi de ir ao museu! Cláudia Silva, nº8, 10ºB 24
Foi uma excelente visita de estudo, ficámos a saber muito mais do que o
que já sabíamos. Foi muito bom termos ficado a conhecer um pouco mais, acerca dos cursos existentes na universidade da Covilhã. A viagem foi super animada e as professoras contribuíram muito para isso. Adorei e espero que se volte a repetir. Patrícia Gonçalves, nº21,10ºB A visita de estudo foi bastante educativa, desde a universidade, ao almoço na escola secundária e á visita ao museu de lanifícios! A parte de que eu gostei mais foi assistir a uma aula na universidade e ver como será o futuro numa faculdade de engenharia. O que menos gostei foram algumas partes do museu de lanifícios. Basicamente correu bem e pudemos conviver com outras pessoas. José Pedro Ferreira Almeida, nº11, 11ºC Gostei! A viagem foi muito interessante e produtiva. A universidade é algo a ter em conta para o meu futuro. Mais visitas a universidades ajudar-nos-ão no futuro.
Paulo Cruz, nº14, 11ºC
Testemunhos de Vida Paula Marques Directora de Turma _________________
No dia 28 de Outubro do corrente ano, a turma do 12º H Curso Profissional Técnico de Secretariado, recebeu a visita de dois adultos, a Sr.ª Rosária de Fátima Lopes e o Sr. José Augusto Carragoso Lopes, que frequentaram o CNO da ESEN, onde fizeram um processo de reconhecimento, validação e certificação de competências (RVCC). Esta actividade, dinamizada pela Directora de Turma, Paula Marques, tinha como objectivo sensibilizar os alunos desta turma para importância da formação e do desempenho escolar na sua vida pessoal e profissional, com o intuito de estes se envolverem mais activamente no seu processo de ensino / aprendizagem, reconhecendo a importância da escola e da formação escolar na sua vida futura e na escolha de percursos de vida. Os adultos, através de um diálogo muito franco, falaram sobre o seu percurso de vida e o papel que a escola teve no seu percurso profissional e pessoal, especificando situações em que a falta de certificação académica lhes levantou grandes dificuldades a nível profissional, sensibilizando-os para a importância não só de ter um diploma mas também do saber fazer e da vontade permanente de melhorar e construir mais conhecimento. Foi um privilégio ouvir o testemunho de vida destes dois adultos, não só pelo valor das suas experiências, mas também pela sua capacidade de comunicação, pela riqueza da sua disponibilidade emocional, honestidade e entusiasmo ao partilharem com os alunos as suas experiências e o papel da formação escolar no seu percurso de vida, sensibilizando os alunos com os seus exemplos, não escamoteando dificuldades mas salientando o valor da escola na realização pessoal e profissional. Esta partilha teve impacto nos alunos, que se mostraram sensibilizados e criaram uma relação de empatia com os adultos, que se mostraram receptivos a
propostas de actividades lançadas pelos adultos no âmbito da acção social. Como tudo numa escola, esta pequena acção de sensibilização não teria sido possível sem a colaboração de vários elementos da comunidade escolar, neste caso concreto o CNO, particularmente nas pessoas das suas técnicas Paula Quintãs e Andrea Ferreira que desde a primeira abordagem da Directora de Turma demonstraram uma total disponibilidade e vontade de cooperação. Na realidade, a sua colaboração foi basilar, pois foram elas quem encontraram os adultos com o perfil certo para falar com estes alunos. Assim, a vinda da Sr.ª Rosária e do Sr. José Augusto tornouse ainda mais válida dada a adequabilidade do seu perfil aos objectivos da iniciativa. Considerando o valor formativo e pessoal desta iniciativa, não se pode deixar de assinalar o valor das práticas colaborativas e o benefício da relação entre escola e comunidade, sendo o CNO uma valência da ESEN que, por inerência das suas funções, pode ser um meio privilegiado para a promoção desta relação. Resta dizer uma palavra de agradecimento à professora Natália Santos que disponibilizou a sua aula para a realização desta iniciativa. O mais sincero Muito Obrigada à Sr.ª Rosária e ao Sr. José Augusto, também eles agora formadores do 12º H.
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Who am I? I am the child of my parents I am brave sometimes, but usually I’m calm I am what I am. People think I’m extroverted But really I’m quite shy I am what I am.
Sara Beatriz Rodrigues
I always try to be positive and I never say never I am what I am. If you ask me “How old are you?” I‘ll say “I’m 14 years old.” But if you can keep a secret I’ll tell you who I am: I’m a fourteen year-old person that, if you say “hi” to me, we can become good friends and if you laugh and cry with me, keep my secrets, advise me, we can even become Best Friends!
WHO AM I? I am the child of my parents I am nervous sometimes, but usually I’m calm I am what I am. People think I’m serious
Ricky
Bur really I’m quite playful I am what I am.
I always respect people and I never feel sad I am what I am. If you ask me “Why are you like that?” I’ll say “I’m me”. But if you can keep a secret I’ll tell you who I am: a normal person with my likes, I enjoy music pretty much and I’m loyal to my religion. 26
Who am I? I am the child of my parents I am boring sometimes, but usually I’m funny I am what I am. People think I’m a calm person But really I’m quite nervous I am what I am.
I always smile and I never get sad
Inês Só
I am what I am. If you ask me “ Are you a happy girl?” I’ll say “Yes, I am, all time.” But if you can keep a secret I’ll tell you who I am: I am the girl who has the best family and the best friends.
Who am I?
I am the child of my parents I am sad sometimes, but usually I’m happy I am what I am. People think I’m unfriendly But really I’m quite nice I am what I am.
I always fall down and I never stay quiet
Vanessa
I am what I am. If you ask me “Who are you?” I’ll say” I am me”. But if you can keep a secret I’ll tell you who I am: I am a nice girl. I like to dance and listen to music. I don’t like selfish people, I believe in people and when they disappoint me, I become very sad.
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Who am I?
I am the child of my parents I am boring sometimes, but usually I’m cool I am what I am. People think I’m sad But really I’m quite happy I am what I am.
Miguel Marques I always listen to music and I never read books I am what I am. If you ask me “What is your favourite hobby?” I’ll say “My favourite hobby is playing football”. But if you can keep a secret I’ll tell you who I am: I am a good person, not bad. I am cool and very happy. I like playing football.
Estes poemas foram escritos por alunos do 9º A, na disciplina de Inglês, sob orientação da professora Lucília Marques.
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PROJECTO VOLUNTARIADO NA ESCOLA – queres que Filomena te ajude a estudar? Gato Manuel Paulo _________________
“O homem só existe, se constitui e se desenvolve PROJECTO VOLUNTARIADO NA ESCOLA com a ajuda dos outros homens. O mistério da relação vai para além do mistério – queres que te ajude a estudar? da existência”
PROJECTO VOLUNTARIADO NA ESCOLA – queres que te ajude a estudar?
J.Ziegler
“O homem só existe, se constitui e se desenvolve
“Ooutros homem só existe, se constitui e se desenvolve a ajuda dos outcom a ajuda dos homens. O mistério da relação vai para alémcom do mistério Em que consiste ros homens. O mistério da relação vai para além do da mistério da existência” existência” J.Ziegler J.Ziegler
que consiste EsteEm Projecto, já iniciado nos quatro Anos Lectivos anteriores, tem como objectivo principal colegas mais velhos ajudarem os alunos mais novos nas tarefas de estudo e na integração escolar. Emdoque consiste EsteEste Programa, tipo mentorado é uma iniciativa muitoanteriores, difundida na Europa nos EUA,principal na qual colegas mais Projecto, já iniciado nos quatro Anos Lectivos tem comoeobjectivo um aluno mais velho e mais experiente (mentor) serve de guia e orientador a outros mais novos e velhos ajudarem os alunos mais novos nas tarefas de estudo e na integração escolar. Este Projecto, já mentorado iniciado Lectivos anteriores, tem objectivo com Este menos recursos adaptativos. As nos actividades desenvolvidas passam pelo apoio nase tarefas Programa, do tipo équatro uma Anos iniciativa muito difundida na como Europa nos principal EUA, na qual um colegasa mais velhos ajudarem os alunos mais novos nas tarefas de estudoou e na integração escolar. escolares (ajudar implementar métodos e hábitos de estudo, tirar dúvidas acompanhar na e com menos aluno mais velho e mais experiente (mentor) serve de guia e orientador a outros mais novos Este Programa, do tipo mentorado é uma iniciativa muito difundida na Europa e nos EUA, na qual realização de trabalhos de casa), por conversas informais sobre dificuldades pessoais/escolares recursos adaptativos. As actividades desenvolvidas passam pelo apoio nas tarefas escolares (ajudar um aluno mais velho e mais experiente (mentor) serve de guia e orientador a outros mais novos e a impleou outras que se revelem pertinentes. Pretende-se assim criar e reforçar laços de solidariedade mentar métodos e hábitos de estudo, tirar dúvidas ou acompanhar na passam realização trabalhos de casa), por com menos recursos adaptativos. As actividades desenvolvidas pelo de apoio nas tarefas social, acreditando que a relação e comunicação entre colegas podem ser um factor de conversas informais dificuldades pessoais/escolares outras que revelem pertinentes. escolaressobre (ajudar a implementar métodos e hábitos ou de estudo, tirarse dúvidas ou acompanhar na Pretendedesenvolvimento e crescimento pessoal com implicações positivas no sucesso escolar. realização de laços trabalhos de casa), por conversas informais sobre se assim criar e reforçar de solidariedade social, acreditando quedificuldades a relação pessoais/escolares e comunicação entre coleou outras que se revelem pertinentes. Pretende-se assim criar e reforçar laços de solidariedade gas podem ser um factor de desenvolvimento e crescimento pessoal com implicações positivas no sucesso social, acreditando que a relação e comunicação entre colegas podem ser um factor de escolar. desenvolvimento e crescimento pessoal com implicações positivas no sucesso escolar.
Concepção, organização, implementação e avaliação do Projecto Concepção, organização, implementação e avaliação do Projecto
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Concepção, organização, implementação e avaliação do Projecto -Serviços de Psicologia e Orientação (SPO)
Objectivos principais -
Ajudar na adaptação à Escola e ao novo Ciclo de estudos; Promover o bem-estar dos alunos e a sua ligação à escola; Apoiar no estudo e nas tarefas escolares; Reforçar a auto-estima; Facilitar a integração sócio-afectiva; Desenvolver hábitos de trabalho individual e em grupo; Estimular a motivação para a aprendizagem; Estabelecer redes afectivas e de solidariedade.
Número de alunos envolvidos -Alunos Mentores: Ano Lectivo 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
Ano
12º 11º e 12º 11º e 12º 11º e 12º 11º TOTAL
NºAlunos
Sexo
7 6 10 3 11 37
4M,3F 3M,3F 3M,7F 1M, 2F 1M,10F 12M,25F
-Alunos participantes: Ano Lectivo 2006/07 2007/08 2008/09 2009/10 2010/11
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Ano
10º 7º 7º,8º,10º 10º,8º 7º,8º,9º TOTAL
NºAlunos 33 11 16 3 13 76
Sexo 11M,22F 5M,6F 10M,6F 1M ,2F 9M, 4F 36M,40F
AVALIAÇÃO DO PROJECTO (Anos Lectivos de 2006 /07 a 2009/10)
Alunos Participantes (N=63)
Considero a minha participação neste projecto: Importante (40) Com alguma importância (23)
As actividades desenvolvidas tiveram efeito: Na melhoria das aprendizagens (44) Na melhoria das classificações (21) No aprofundamento dos métodos de estudo (35) Na maior motivação escolar (23) Na visão mais positiva da escola (23) Na melhor integração/adaptação escolar (29)
Alunos Mentores (N=26)
Considero a minha participação neste projecto: Muito gratificante (11) Gratificante (14) Pouco Gratificante (1) As actividades desenvolvidas tiveram efeito: Na melhoria das aprendizagens (18) Na melhoria das classificações (6) No aprofundamento dos métodos de estudo (12) Na maior motivação escolar (14) Na visão mais positiva da escola (14) Na melhor integração/adaptação escolar (16)
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Algumas opiniões dos alunos mentores -“Deu-me maior responsabilidade e possibilidade de rever certas etapas da vida já “esquecidas” -“Ajudei, dei o meu melhor e fiz os possíveis para transmitir alguns conhecimentos” -“É bom poder ajudar os colegas mais novos a desenvolver as suas capacidades e métodos de estudo” -“Ajudei os colegas a terem uma melhor integração escolar, acreditando que também os tenha ajudado a aprofundar métodos de estudo e capacidade de raciocínio” -“Deu para entender a dimensão dos meus conhecimentos” -“Valorizei a paciência dos Professores ao tentar ensinar” -“Fui capaz de passar para os colegas mais novos alguns “truques “ de aprendizagem” -“Tem sido importante para mim sentir que sou útil a ajudar os mais novos e com mais dificuldades” Algumas opiniões dos alunos participantes -“Temos mais motivação e apoio” -“Ajuda-nos a integrar melhor na Escola e a estudar em grupo” -“Ajudou os alunos a melhorar os seus métodos de estudo”… -“É um projecto onde os alunos se ajudam mutuamente”… “Acho que estes colegas nos ajudaram muito. Ensinaram-nos métodos de estudo e coisas que nas aulas não aprendemos” -“Aprendemos e percebemos melhor as matérias que os professores dão” -“É engraçado conviver com os alunos mentores, aprendemos sempre coisas novas” - “Foi interessante aprender as matérias através dos nossos colegas na nossa “linguagem”” -“Além de nos ajudar a esclarecer algumas dúvidas foi um Projecto que nos levou a fazer novos amigos e isto é muito importante para as nossas vidas” - “Consegui melhores resultados” Divulgação do Projecto à Comunidade Educativa, em Anos Lectivos anteriores
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Día de la Hispanidad Paula Marques _________________
No dia 12 de Outubro de 2010 foi assinalado o Día de la Hispanidad, actividade dinamizada pelas docentes da Área Disciplinar de Espanhol. Neste dia assinala-se a chegada de Colombo ao continente americano, acontecimento que veio a dar início à construção do império espanhol neste continente. A fim de assinalar esta data, foram elaborados, em contexto de sala de aula, diversos trabalhos sobre Espanha e demais países de Língua Espanhola pelos alunos de Espanhol (das turmas 10ºB, 11ºB, 11ºE, 12º H.) É de salientar o empenho dos alunos na realização destes trabalhos, na selecção e tratamento da informação e na forma apelativa como a organizaram e concretizaram em cartazes bastante originais e reveladores do seu investimento. Após este trabalho em contexto de sala de aula, foi organizada uma exposição na Biblioteca Escolar, alargando a actividade a toda a comunidade escolar. Procedeu-se à decoração deste espaço e do átrio circundante. Os alunos de outras turmas foram levados a visitar a exposição e a aprender um pouco mais sobre a diversidade sociocultural, história e tradições dos muitos países que constituem a comunidade hispânica. Também na Biblioteca Escolar se procedeu à disponibilização de vários recursos interactivos sobre Espanha e os países latinoamericanos. Além destas actividades, promoveu-se a confecção de paella na Cantina Escolar, sendo de agradecer a pronta colaboração dos funcionários da mesma. A Área Disciplinar de Espanhol agradece de uma forma particular aos elementos da Biblioteca Escolar que, desde o primeiro contacto, se disponibilizaram para colaborar connosco, bem como a todos quantos visitaram a exposição e nos transmitiram o seu apreço. 33
Maria da Graça Martins ___________________________
EN é Fixe! PS: Darwin também
Um apontamentos sobre AP Título: “EN é Fixe! – Darwin também...” Local: ESEN – Viseu Data: de Fevereiro a Maio de 2010 Intervenientes: alunos do 12ºB, Alexandre Quintanilha, Alexandre Castro Caldas, Alexandre Aibéo, João Caraça, Dalila Rodrigues, Correia de Campos, Paulo Neto e César Viana O grupo de alunos do 12º B de 2009/2010, ten34
do em conta as orientações sobre o que deve ser a Área de Projecto, definiu e decidiu um tema cujas palavras chaves giravam em torno de Ciência, Darwin, Cultura e Emídio Navarro. Assinalava-se em Fevereiro o bicentenário do nascimento de Darwin, os alunos eram da área de Ciências e Tecnologia e a sua Escola chamava-se Emídio Navarro. Depois de passarem cerca de dois meses a conhecerem-se, a fazerem pequenos projectos, a fazerem leituras, a escolherem o(s) tema(s) a desenvolver e o nome do Projecto, a organizarem a angariação de fundos, começou o Projecto a tomar forma. Era a altura de os alunos fazerem os contactos, de fazerem ajustes e alterações. E o nervoso miudinho à flor da pele...Era preciso pensar nos mais ínfimos pormenores, desde o arranjo da sala à verificação do material necessário ou até ir descobrir uma qualquer “extravagância” de que o orador se lembrou à última hora. E eis que chega o dia 19 de Fevereiro. Início da parte visível do Projecto, com a 1ª tertúlia na Biblioteca da Escola: “Um café com César Viana” – foi
um agradável serão onde, além de se tomar café, o Maestro César Viana nos deliciou com uma estimulante e interessante conversa (e audição) sobre Músicas do Mundo. Realmente não se podia ter começado melhor! Ficou a promessa de tocar as suas Flautas, o que veio a acontecer num fantástico e concorrido Concerto que decorreu no Clube de Viseu, já no 3º período. Depois foi a vez da Ciência: “Bioética, desafios actuais e Futuros”, com o Prof. Doutor Alexandre Quintanilha, Professor da Universidade de Berkeley, mais tarde professor na Universidade do Porto e director do Instituto de Biologia Molecular e Celular. Logo a seguir “Uma Viagem pelo Cérebro”, guiada pelo Prof. Doutor Alexandre Castro Caldas. No 3º Período, a temática Ciência, Ética, Cultura manteve-se. O Prof. Doutor João Caraça, doutorado em Física Nuclear (Oxford) e director do Serviço de Ciência da Fundação Calouste Gulbenkian, trouxe-nos “A Ciência terá limites?” , uma conferencia, seguida de animado debate.
Para terminar mais este ciclo de conferencias fomos até ao Teatro Viriato conversar e ouvir Alexandre Aibéo, professor e doutorado em Astronomia pela Universidade do Porto e vencedor do concurso internacional de divulgação científica. E numa tarde soalheira em meados de Março, acompanhados pela Doutora Dalila Rodrigues, fomos “Conhecer Viseu Renascentista”: uma visita guiada ao Museu Grão Vasco, seguida de um passeio pela parte antiga e alta da cidade. Como o número de inscrições foi elevado, muitos alunos e professores da Escola não tiveram lugar nesta visita. Falou-se com a Drª Dalila, e organizou-se uma outra visita para depois da Páscoa; no entanto, por culpa do vulcão da Islândia, Dalila Rodrigues ficou
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retida em Paris, e a 2ª visita já não se realizou, dado o adiantado do ano lectivo. Ficou a promessa... Dia 23 de Abril: um dos grupos ousou organizar uma Mesa Redonda sobre Emídio Navarro, para a qual convidou um jornalista, o Dr. José Alberto de Carvalho (sim o da televisão, mas também antigo aluno da Escola), um deputado, o Dr. Almeida Henriques e um ex ministro, o Dr. Correia de Campos. Razões para esta escolha: Emídio Navarro foi jornalista, deputado (do Partido Progressista) e Ministro das Obras Públicas. Também aqui os alunos aprenderam muito: nas 48 horas anteriores tiveram que substituir alguns destes convidados, que embora tendo reafirmado por mais que uma vez a sua vinda
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e colaboração, à última hora falharam. Foi o caso do jornalista da televisão que, na véspera, perto da meia noite, contactou os alunos informando-os que lamentava não poder vir. O mesmo se passou com o deputado Almeida Henriques. No entanto levaram avante a sua decisão e determinação de divulgar a vida e a obra do patrono da Escola. Convidaram o Dr. Paulo Neto, que já estava a colaborar no Projecto, para, com o Dr. Correia de Campos, tornarem exequível aquela Mesa Redonda. E concluiu-se este Projecto “EN é Fixe; Darwin também” com a apresentação da peça “ O Professor de Darwin”, integrada no Festival de Teatro Jovem.
E pronto. É tempo de começar a preparação para os exames que se aproximam. Mas esta AP não acabou por aqui, assim o espero. Os alunos (pelo menos a maioria) ficaram mais despertos, atentos, interessados para o Teatro, a Música, a Ciência... Continuo a pensar que valeu a pena! É muito importante que a Escola disponibilize ajudas para tirar dúvidas, estudar com os alunos, mas, de modo algum chega. Estou convicta que há um caminho a montante que é muito mais importante. Esse caminho passa por desenvolver actividades ligadas à Arte e/ou à Cultura. Disciplina mental, autonomia, determinação,
criatividade, responsabilidade, compreensão, inter ajuda, perseverança, exigência e elegância, são, entre outras, capacidades que se desenvolvem nestas actividades. A Escola apresenta uma grande lacuna nesta área da(s) Cultura(s) e Arte(s). E a área disciplinar AP pode e em meu entender, deve, ser aproveitada para desenvolver trabalhos no sentido de colmatar essa falha.
Conversa com os alunos de Área Projecto Meus caros pediram-me para em algumas palavras vos dizer o que fiz em Área Projecto o ano que passou. Nessa mesma escola que frequentam, provavelmente nas mesmas salas. Mas o espaço não importa, nem o tempo e venho então dizer-vos, não o que fiz por Área Projecto, mas sim o que fez ela por mim. Sim! Porque até ao ano passado se me perguntassem o que era a disciplina, sinceramente, eu não sabia responder. Posso garantir que não foi um ano fácil, não foi uma disciplina para brincadeiras, muito menos uma disciplina inferior às outras. Posso também garantir que apesar de todo o cansaço, um trabalho bem feito, feito com gosto e dedicação, deixou marcas na nossa cidade e boas memórias da nossa escola. E espero que seja essa a imagem que passo da minha experiência em Área Projecto, um projecto
único, concretizado em actividades igualmente únicas e interessantes, entre conferências, cafés e teatro. Ainda assim entre o que fizemos e o que deixámos por fazer, está o espaço onde vocês agora podem também fazer um projecto diferente. A Área Projecto é um óptimo espaço para desenvolver actividades cultas, informativas, interessante e nada aborrecidas, se assim o quiserem. Espero que a vossa Área Projecto faça por vocês aquilo que a minha fez por mim e que no fim se sintam orgulhosos por terem dado o vosso melhor para que os outros gostem tanto do vosso trabalho como vocês mesmos. Os meus cordiais cumprimentos e o desejo de um óptimo ano de bom trabalho, Pedro Sá. 37
O Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Emídio Navarro - Viseu A Escola Secundária de Emídio Navarro (ESEN) de Viseu é uma instituição educativa com larga tradição na formação de público escolar, não só ao nível das crianças e jovens, mas também dos adultos no âmbito do ensino recorrente. Assim sendo, possuindo recursos materiais e humanos e condições físicas e logísticas, a ESEN procedeu a candidatura e, no ano de 2006, abriu o seu Centro de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, actual Centro Novas Oportunidades (CNO). O Centro Novas Oportunidades, destina-se a todos os adultos, maiores de 18 anos, que não concluíram o seu ensino básico e/ou secundário. Como tal, qualquer adulto, activo ou desempregado, que não possua o 4º, 6º, 9º ou o 12º ano, pode inscrever-se no Centro Novas Oportunidades da ESEN e ver, assim, o seu processo analisado e o seu perfil traçado. Depois de passar por uma fase de diagnóstico, acompanhado por uma Técnica de Diagnóstico e Encaminhamento, o adulto será encaminhado para a oferta que mais se adequa ao seu perfil e, claro, que vá de encontro aos seus objectivos e à sua disponibilidade. Desde o seu início, e até ao dia 22 de Novembro de 2010, passaram pelo Centro Novas Oportunidades da ESEN um total de 2983 adultos. Deste universo, contam-se 541 certificações, das quais 401 são de nível básico e 140 de nível secundário. Destacam-se ainda os encaminhamentos para várias ofertas formativas (cursos EFA; ensino recorrente; vias de conclusão – Decreto – Lei nº 357/2007, de 29 de Outubro; entre outros), num total de 1003 adultos. Quer o número de inscritos, quer o de certificados estão sempre a aumentar fruto, quer da iniciativa e do trabalho dos adultos, quer da equipa técnico-pedagógica do CNO da ESEN.
Quer aumentar as suas habilitações? Para se inscrever, deverá dirigir-se ao Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Emídio Navarro, fazendo-se acompanhar, não só do Bilhete de Identidade/Cartão de Cidadão ou equivalente (passaporte ou autorização de residência), mas também do cartão de contribuinte. Ao inscrever-se, será marcada a data em que irá iniciar toda a fase de diagnóstico, que finda com o encaminhamento para uma das ofertas formativas possíveis: Cursos de Educação e Formação de Adultos (EFA); Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC); Vias de Conclusão ao abrigo do Decreto - Lei 357/2007; Cursos de Educação e Formação (CEF); Sistema de Aprendizagem; Cursos Profissionais; entre outras.
Fluxograma das etapas de intervenção dos CNO’s
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O Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) O Sistema Nacional de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) é uma das ofertas formativas para a qual pode ser encaminhado pelo Centro Novas Oportunidades (CNO) da Escola Secundária de Emídio Navarro (ESEN). O processo RVCC pode ser uma resposta para si, caso: - tenha mais de 18 anos; - disponha, no mínimo, de três anos de experiência profissional devidamente comprovada (caso tenha menos de 23 anos); - tenha adquirido conhecimentos e competências ao longo da Vida; - pretenda concluir o ensino básico (4º, 6º ou 9º ano) ou 12º de escolaridade. O Processo RVCC permite-lhe reconhecer, validar e certificar os conhecimentos e as competências resultantes da experiência que adquiriu em diferentes contextos (pessoal; social; formativo; profissional) ao longo da sua vida. A certificação obtida através deste sistema permite, não só a sua valorização pessoal, social e profissional, mas também o prosseguimento de estudos/formação. Os processos RVCC de nível básico e secundário, assentam nos mesmos princípios de aprendizagem ao longo da vida, porém giram em torno de áreas de competência - chave distintas e as metodologias utilizadas para evidenciar as competências adquiridas também divergem.
As ofertas formativas existentes na ESEN Através do seu Centro Novas Oportunidades, este estabelecimento de ensino poderá proporcionar um contributo para o reforço da qualificação da população do concelho e da região e, consequentemente, melhorar a competitividade, a empregabilidade e a adaptabilidade da força de trabalho da região. Assim sendo, são várias as ofertas formativas existentes na ESEN, nomeadamente: - cursos de educação e formação de adultos (EFA) escolares ,de nível básico e secundário; - formação modular certificada; - cursos de educação e formação de adultos (EFA) de dupla certificação, de nível básico e secundário. Dirija-se ao Centro Novas Oportunidades para obter mais informações acerca das referidas ofertas.
O Centro Novas Oportunidades da ESEN e a Comunidade Ao longo dos anos, e de forma a responder às necessidades dos adultos inscritos, o CNO tem estabelecido várias parcerias com entidades que desenvolvem ofertas formativas variadas na Região. Com o intuito de continuar a contribuir para a qualificação dos adultos, o CNO está/irá organizar sessões de acolhimento nas Juntas de Freguesia de Santa Maria, S. José e Coração de Jesus. Por outro lado, continuamos receptivos ao estabelecimento de novas parcerias com Empresas da Região. Com a preocupação de elucidar toda a comunidade, nomeadamente a comunidade escolar, acerca do funcionamento do CNO e respectivas ofertas, a Equipa preocupa-se em divulgar as boas práticas do Centro. Assim sendo, recentemente, dois adultos certificados com o nível secundário através do Processo RVCC participaram numa actividade com uma turma do 12º ano, para que o seu testemunho de vida fosse um exemplo para os estudantes mais desmotivados. Estão em desenvolvimento mais actividades como, por exemplo, um Workshop sobre Cursos EFA: Temas de Vida e Actividades Integradoras, destinado aos mediadores e formadores dos EFA’s que estão a decorrer na ESEN. 39
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Semana “Ser Cidadão do Mundo” 22.03.10 a 26.03.10
Hélio Domingues ___________________________
As Nações Unidas declararam 2010 Ano Internacional da Aproximação das culturas, com o objectivo de promover o diálogo inter-cultural e religioso que favoreça o encontro entre as diferentes culturas, tendo desejo de conhecer os valores do “outro” e atitudes de respeito por estes. 2010 é também O Ano Europeu do combate à Pobreza e Exclusão Social. Com esta iniciativa, a União Europeia quer sensibilizar os seus cidadãos para o facto de a pobreza continuar a afectar muitas pessoas no continente europeu. Em Setembro de 2000, os dirigentes mundiais
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reunidos na Cimeira do Milénio reafirmaram as suas obrigações comuns para com todas as pessoas do mundo, especialmente as mais vulneráveis e, em particular, as crianças do mundo a quem pertence o futuro. Comprometeram-se então atingir um conjunto de objectivos especificos, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que irão guiar os seus esforços colectivos nos próximos anos no que diz respeito ao combate à pobreza e ao desenvolvimento sustentável. Neste contexto, a Escola Secundária Emldio Navarro de Viseu e com base no Projecto Educativo e nas finalidades educativas pretende fomentar a existência de uma consciência aberta à realidade concreta numa perspectiva de educar para os valores, de solidariedade e de compreensão. Procurou o Departamento de Ciências Sociais e Humanas desta Escola levar a efeito, ao longo deste ano lectivo, uma série de actividades: conferências/debates, exposição de cartazes, exposição dos trabalhos dos aiunos, campanhas promovidas pelos alunos, visionamento de coméntários, trabalho e reflexão nas Áreas Disciplinares de Filosofia, Economia, Direito, História, Geografia, Secretariado e Educação Moral e Religiosa Católica. Os destinatários destas actividades foram os alunos do 9º, l0º, 11º e 12º anos. Calendarizámos para a semana de 22 a 26 de Março de 2010 um conjunto de actividades com as quais se sensibilizou toda a comunidade educativa para temas relacionados com os Direitos Humanos no sentido de contribuir para a formação de sentimentos de respeito pela dignidade da pessoa humana e atitudes de tolerância e solidariedade. A Delegação Centro da Fundação AMI (Assistência Médica Internacional), solicitou o apoio da nossa comunidade Educativa, para a concretização de um Peditório de Rua que foi um contributo indispensável à angariação de 42
As Nações Unidas declararam 2010 Ano Internacional da Aproximação das Culturas, com o objectivo de promover o conhecimento recíproco, o diálogo e a cooperação entre as culturas e as religiões. 2010 é também o Ano Europeu do combate à Pobreza e Exclusão Social. Com esta iniciativa, a União Europeia quer sensibilizar os seus cidadãos para o facto de a pobreza continuar a afectar muitas pessoas no continente europeu. Em Setembro de 2000, os dirigentes mundiais reunidos na Cimeira do Milénio reafirmaram as suas obrigações comuns para com todas as pessoas do mundo, especialmente as mais vulneráveis e, em particular, as crianças do mundo a quem pertence o futuro. Comprometeram-se atingir um conjunto de objectivos específicos, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, que irão guiar os seus esforços colectivos nos próximos anos no que diz respeito ao combate à pobreza e ao desenvolvimento sustentável. A Escola Secundária de Emídio Navarro de Viseu, ao considerar como uma das suas áreas de trabalho a da Educação em Direitos Humanos, resolveu promover de 22 a 26 de Março a semana “Ser cidadão do mundo – Aprender a ser com os outros”. Uma iniciativa que tem como finalidade sensibilizar os alunos, através dos seus educadores, para uma consciência aberta à realidade concreta numa perspectiva de educar nos Direitos Humanos contribuindo para a formação no respeito pela dignidade da pessoa humana e atitudes de tolerância e solidariedade. Pretende-se que os futuros cidadãos sejam conscientes e interventores. Num tempo em que se apela a uma participação e cidadania mais conscientes e responsáveis, em que a Lei de Bases do Sistema Educativo preconiza o desenvolvimento de competências fundamentais no sentido da implementação de uma efectiva Educação para a cidadania, parece-nos correcto este contributo ao nível da formação de todos os intervenientes no processo educativo. Por isso foram convidados a participar como oradores pessoas reconhecidas, provenientes de diversas instituições.
Logótipo SER CIDADÃO DO MUNDO - Aprender a Ser com os Outros criado pelos alunos da turma A do 9º ano
PARTICIPANTES
Obra Católica Portuguesa de Migrações
ORGANIZAÇÃO
COM O APOIO DE
C ARREGAL DO SAL
Obra Católica Portuguesa de Migrações
ESCOLA SECUNDÁRIA DE EMÍDIO NAVARRO
fundos que permitem a sustentabilidade e continuidade das Missões Humanitárias. o Peditório realizou se nos dias 21, 22, 23 e 24 de Outubro. Por esta razão e no âmbito da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica os alunos participaram com o professor na angariação de fundos na cidade de Viseu. Presença da Escola Secundária de Emídio Navarro, através do Professor Hélio Domingues e do alunos José Eduardo do 122 Ano Turma E, na apresentação do Relatório sobre a situação da população mun-
dial 2009. Realizou-se em Outubro no Ministério dos Negócios Estrangeiros em Lisboa. Participaram na recolha de alimentos 30 aluno do 112 e 122 anos acompanhados de 4 professores da Escola Secundária de Emídio Navarro nos dias 28 e 29 de Novembro de 2009, no Pingo Doce de Viseu. Foram recolhidos 4 toneladas de alimentos. VISITA DE ESTUDO (EMRC) à Comunidade Ecuménica de Taizé em França de 4 a 12 Abril Professores envolvidos Hélio Domingues e Fátima Rodrigues 24 Alunos 10º A, C, F, 11º E, 12º A, C, D e E De salientar o grande empenhamento e responsabilidade dos alunos participantes. Esta actividade foi uma experiência única, profunda e marcante nas suas vidas.
22/26 MARÇO 2010 VISEU
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Via Esen Escola Secundária de Emídio Navarro
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