Visão SPO - Edição diária - 09 de dezembro de 2021

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64ºVISAO SP EDIÇÃO DIÁRIA

Congresso Português

de Oftalmologia

Publicação de distribuição gratuita e exclusiva neste Congresso | www.spoftalmologia.pt

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5.ª feira D O EZ EMBR ACEDA À VERSÃO DIGITAL

DIA DA GENÉTICA E DE ATUALIZAR SABERES EM VÁRIOS CAMPOS DA OFTALMOLOGIA

No programa do primeiro dia do 64.º Congresso Português de Oftalmologia, destacam-se as sessões dedicadas à vertente genética, como o simpósio de distrofias hereditárias da retina (P.2-3) e a conferência do Prof. Camiel Boon sobre a mesma temática (P.9). São também de evidenciar os cinco cursos, todos acreditados pela UEMS (União Europeia de Médicos Especialistas), com os seguintes temas: retinopatia da prematuridade (P.4), revisão por pares de artigos científicos (P.6), tumores orbitários (P.7), social media em Oftalmologia (P.10) e OCT-A na prática clínica do glaucoma (P.11). As sessões de córnea e cirurgia refrativa (P.8), da revista Oftalmologia (P.12) e da SPO Jovem (P.14) completam o programa de hoje. COMISSÃO CENTRAL DA SPO À frente: Dr.ª Ana Vide Escada (secretária-geral adjunta), Dr.ª Ana Magriço (secretária-geral) e Prof.ª Lilianne Duarte (vogal). Atrás: Dr. Fernando Trancoso Vaz (vice-presidente), Prof. Rufino Silva (presidente), Prof. Pedro Menéres (vogal) e Prof. Manuel Falcão (tesoureiro).


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DISTROFIAS HEREDITÁRIAS DA RETINA Fortemente centrado nas novidades da terapia génica e de olhos postos no futuro, o simpósio acerca das distrofias hereditárias da retina (DHR) incide, numa primeira fase, sobre a consciencialização da doença e as necessidades não satisfeitas, passando depois pelos cuidados de saúde baseados no doente. No final, o tratamento com voretigene neparvovec será abordado pelas perspetivas de uma especialista em distrofias da retina, de um cirurgião e de uma doente tratada há dois meses com esta terapia génica inovadora. Das crianças aos adultos: sintomas que não se podem ignorar

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s sintomas das DHR são de identificação diferente em recém-nascidos, crianças, adolescentes e adultos. Nas crianças pequenas, sinais possíveis incluem o nistagmo ou a incapacidade em fixar e seguir objetos. Já em idades mais avançadas, com a colaboração do doente, podemos identificar sintomas difíceis de reconhecer em idades pré-verbais, como a discromatopsia. Os principais desafios no diagnóstico das DHR estão relacionados com a sua heterogeneidade, e com o facto de os seus sinais e sintomas não serem particularmente específicos, podendo-se encontrar noutras patologias oftalmológicas. Outra dificuldade consiste em identificarmos estas doenças em crianças muito pequenas, que não colaboram com grande parte dos testes e que são incapazes de reportar a perda sensorial, pelo que temos de nos basear na observação parental. No entanto, o reconhecimento de padrões de sinais e sintomas é essencial, pois permite-nos um diagnóstico precoce e, assim, assegurar a gestão otimizada por uma equipa multidisciplinar, durante a janela de desenvolvimento apropriada.” Dr.ª Joana Pires, oftalmologista no Hospital da Senhora da Oliveira – Guimarães

A jornada do doente com DHR em Portugal

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jornada do doente com DHR assenta em três pilares. Em primeiro lugar, é importante referenciar rapidamente o doente para um centro com especialistas em retina médica ou em distrofias da retina, para ter acesso ao segundo pilar – o diagnóstico. Nesta etapa, faz-se a anamnese e uma avaliação multimodal da patologia com a tomografia de coerência ótica (OCT), a autofluorescência, a retinografia e o estudo eletrofisiológico, sendo que todos os doentes devem ter oportunidade de fazer teste genético, sem o qual não há hipótese de tratamento. O terceiro pilar é o aconselhamento genético e o follow-up dos doentes, sem esquecer que muitos precisam de apoio psicossocial. Após este processo, ou o doente é mantido numa avaliação anual, porque vão surgindo inovações, ou, se tiver a mutação do gene RPE65, pode ser referenciado para o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, o único centro onde se realiza o tratamento com a terapia génica aprovada em Portugal. Há ainda outra opção, que é integrar ensaios clínicos e estudos pioneiros, se disponíveis.” Prof.ª Sara Vaz-Pereira, oftalmologista no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte/Hospital de Santa Maria

IRD-PT: um registo nacional e interoperável

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registo IRD-PT integra outro registo nacional de doenças da retina, o Retina.pt. Foi criado no final de 2019 e, neste momento, já tem mais de 800 doentes com distrofias da retina introduzidos na base de dados, um número bastante bom, embora queiramos estendê-lo. Existir um registo com dados genéticos dos doentes, que seja estruturado e de fácil acesso, possibilitando análises estatísticas relativamente simples na própria plataforma, é muito útil para a inclusão de doentes em ensaios clínicos, a sua seleção para novos tratamentos e também para termos noções sobre a história natural da doença. Além disso, o IRD-PT está prestes a ficar ligado ao Fight Inheritance Retinal Blindness, um registo com origem na Austrália e que faz parte de um outro registo maior, o Fight Retina Blindness (FRB), que inclui vários países. Por outro lado, vamos também ligar o nosso registo à European Reference Network for the Eye (ERN-EYE). Ainda há muito trabalho a desenvolver, mas o IRD-PT está a evoluir a bom ritmo e esperamos que, em breve, mais pessoas possam utilizar este registo.” Dr. João Pedro Marques, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra e coordenador do Grupo Português de Patologia Oncológica e Genética Ocular da SPO

Experiência nacional com o MRDQ e o MVAQ

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Michigan Retinal Degeneration Questionnaire (MRDQ) e o Michigan Visual-Related Anxiety Questionnaire (MVAQ) são dois inquéritos que nos permitem ter uma noção mais objetiva da função visual dos doentes com DHR e qual o impacto da doença no seu dia-a-dia e na sua qualidade de vida. A tradução do MRDQ e do MVAQ do inglês para o português, bem como a validação linguística, permitirá usar os seus resultados como endpoints de ensaios clínicos internacionais sobre distrofias retinianas, avaliação da progressão da doença e avaliação da eficácia das terapias génicas emergentes. Além disso, a tradução para português vai encorajar a que sejam feitas traduções para outras línguas, para que se realizem estudos de maior dimensão com as terapias génicas que poderão surgir. Neste momento, mesmo a nível internacional, só temos aaprovação para a terapia dirigida ao gene RPE65, cuja aplicação arrancou recentemente em Portugal, mas outras opções surgirão e é importante testá-las em ensaios clínicos com a maior robustez possível para acelerar a sua utilização.” Dr. Luís Bernardes, interno de Oftalmologia no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

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Análises de custo-eficácia dos novos tratamentos

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om os novos tratamentos para as DHR, estamos a entrar num campo completamente novo da Medicina, no qual a Oftalmologia está a ser pioneira. Isto é maravilhoso do ponto de vista terapêutico, mas há um problema: os custos associados são de uma ordem de grandeza a que não estamos habituados. Estamos a falar de centenas de milhares de euros por cada doente. A questão que se coloca é: valerá a pena, no que toca à relação de custo-eficácia, estarmos a procurar doentes com tratamentos tão caros? Já existem formas de calcular a custo-efetividade das terapêuticas para diversas doenças, mas não se aplicam diretamente às DHR, que são doenças raras e cujo tratamento só se faz uma vez. No entanto, ainda não sabemos qual será a eficácia real dos novos tratamentos e qual a duração do seu efeito ao longo do tempo. Por isso, teremos de criar sistemas diferentes para avaliar os ganhos obtidos com as terapias génicas nas DHR, quer do ponto de vista da validação clínica, quer da qualidade de vida.” Prof. Manuel Falcão, oftalmologista no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto

Voretigene neparvovec: perspetiva da especialista…

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tualmente, a única DHR com terapêutica aprovada em Portugal (o voretigene neparvovec) é a que resulta da mutação do gene RPE65. O novo tratamento realiza-se com uma injeção sub-retiniana de um vírus ‘domesticado’, que trata o gene mutado para que este produza a proteína que deveria estar a produzir. Convém ter em mente que só se consegue recuperar as células ainda viáveis, o que não é pouco. Para uma pessoa que está votada a cegar nos próximos dez anos, se puder fazer um tratamento que conserve a pouca visão que tem, é extremamente importante. O voretigene neparvovec é uma terapêutica muito promissora e tem dado o resultado esperado, sendo normalmente muito bem aceite pelos doentes. Antigamente, as DHR eram doenças que nos causavam frustração, porque pouco podíamos fazer. Agora, existindo terapêutica, todos os oftalmologistas devem estar mais alerta. E esta não será uma terapêutica única – há outras bastante interessantes em investigação, sobre as quais esperamos que fiquem disponíveis num futuro próximo.” Dr.ª Luísa Coutinho Santos, oftalmologista no Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, em Lisboa

…e do cirurgião

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voretigene neparvovec é uma terapêutica extremamente inovadora e no CHUC, enquanto centro de referência, já temos uma experiência interessante, com seis doentes tratados. Esta terapia é introduzida no olho, no espaço sub-retiniano, pelo que implica uma vitrectomia com particularidades. Desde logo, os cuidados rigorosos, porque é um tratamento caro e também porque queremos minimizar os riscos de agravar uma função visual que já é muito reduzida. Pelo contrário, temos de a melhorar, daí os cuidados redobrados. Além disso, os doentes com DHR são relativamente jovens, pelo que a remoção do vítreo posterior é muito mais difícil e, muitas vezes, temos de recorrer a diversos instrumentos cirúrgicos. A escolha do local da injeção sub-retiniana tem também de ser meticulosa. As novas opções em Oftalmologia chegaram a um patamar de esperança impensável há algum tempo, mas isso também traz desafios aos quais temos de nos adaptar, o que certamente vamos conseguir, enquanto cirurgiões, para implementar estas terapêuticas. O voretigene neparvovec não é uma simples injeção intravítrea como as que estamos habituados, mas, apesar disso, estamos preparados para o administrar.” Prof. João Figueira, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)

Mais esclarecimentos nas entrevistas em vídeo sobre o simpósio de distrofias hereditárias da retina

FICHA TÉCNICA Propriedade: Sociedade Portuguesa de Oftalmologia Campo Pequeno, n.º 2, 13.º andar, 1000-078 Lisboa Tel.: (+351) 217 820 443 • Fax: (+351) 217 820 445 socportoftalmologia@gmail.com www.spoftalmologia.pt Patrocinadores desta edição:

Edição: Esfera das Ideias, Lda. Rua Eng.º Fernando Vicente Mendes, n.º 3F (1.º andar), 1600-880 Lisboa Tlf.: (+351) 219 172 815 / (+351) 218 155 107 • geral@esferadasideias.pt www.esferadasideias.pt • issuu.com/esferadasideias01 Direção de projetos: Madalena Barbosa (mbarbosa@esferadasideias.pt) e Ricardo Pereira (rpereira@esferadasideias.pt) Textos: Júlia Serrão, Madalena Barbosa, Marta Carreiro, Pedro Bastos Reis e Sílvia Marques Romão Fotografias: Rui Santos Jorge Design/Web: Herberto Santos e Ricardo Pedro Publicação isenta de registo na ERC, ao abrigo do Decreto Regulamentar n.º8/99, de 6 de junho, artigo 12.º, 1.ª alínea

Depósito Legal n.º 338827/12

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RETINOPATIA DA PREMATURIDADE

Organizado por duas oftalmologistas pediátricas do Hospital Garcia de Orta (HGO), em Almada, o curso dedicado à retinopatia da prematuridade (ROP) tem como principal objetivo alertar para as especificidades diagnósticas e terapêuticas da ROP, através da partilha da experiência do HGO. Abaixo, os preletores comentam alguns dos tópicos que abordarão nas suas intervenções.

Destaques em vídeo dos formadores do curso

Perspetiva do oftalmologista

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programa do curso espelha o dia-a-dia da equipa do Centro de Responsabilidade Integrada de Oftalmologia do HGO responsável pelo rastreio da fase aguda da ROP, que é sempre feito em articulação com o Serviço de Neonatologia. Além da perspetiva histórica que vou apresentar, uma vez que a ROP acompanha o desenvolvimento da civilização, importa perceber que esta doença não se esgota nas primeiras semanas de vida dos prematuros, podendo trazer sequelas oftalmológicas graves ao longo de toda a vida. Por exemplo, estima-se que um terço das pessoas que nasceram prematuramente e que tiveram ROP sem necessidade de tratamento podem ter descolamentos de retina durante a vida adulta, os quais, estima-se, são inoperáveis em cerca de 20% dos casos. Ou seja, são causadores de cegueira ou de baixa visão irreversível. É, então, necessário que os colegas que não trabalham na área da oftalmologia pediátrica ou da retina pediátrica saibam reconhecer a classificação da ROP nas fases precoces, assim como as suas potenciais sequelas ao longo da vida.” Dr.ª Ana Vide Escada, coordenadora do curso e oftalmologista pediátrica no HGO

Perspetiva do oftalmologista

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Neonatologia é o primeiro lar dos recém-nascidos nados antes de tempo e a minha apresentação vai centrar-se nos cuidados que prestamos aos bebés para prevenir complicações relacionadas com a prematuridade, como é o caso da ROP. Um aspeto fundamental é obter a maior estabilidade possível da saturação de oxigénio, que é muito alterada quando os prematuros saem do útero para o mundo. Ao mantermos estável a percentagem de oxigénio no sangue, estamos a ajudar o desenvolvimento dos olhos ao nível da vasculatura da retina. Podemos também atuar a outros níveis, nomeadamente no âmbito farmacológico, no qual ocorre extensa investigação, ou através da nutrição, mediante a introdução de nutrientes que favorecem também o desenvolvimento saudável da retina e amenizam os mecanismos inflamatórios. Contudo, é essencial existir uma abordagem multidisciplinar dos prematuros em risco de ROP, sendo que a intervenção da Oftalmologia ao nível do rastreio e do tratamento da ROP é um fator imprescindível para melhorar a qualidade de vida futura destes bebés.” Dr. Anselmo Costa, coordenador da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos do HGO

Rastreio de ROP

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screening da ROP permite-nos identificar os prematuros suscetíveis de desenvolver esta doença e, sobretudo, tratar atempadamente os casos que evoluem para ROP grave, evitando assim prognósticos desfavoráveis e com impacto em toda a vida. No HGO, de acordo com o Consenso Clínico “Retinopatia da Prematuridade”, da Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria, o critério de rastreio é baseado no peso ao nascimento e na idade gestacional, segundo o qual todos os prematuros com menos de 1500 gramas e menos de 32 semanas devem ser rastreados. Apesar da sua alta sensibilidade, este algoritmo apresenta baixa especificidade – de todos os bebés rastreados, cerca de 40% desenvolverão ROP e somente 7 a 10% terão necessidade de tratamento. Por isso, vou falar também sobre outros algoritmos e a forma como realizamos o rastreio de ROP no HGO, como fazemos o follow-up dos doentes e até quando mantemos o rastreio da fase aguda da ROP.” Dr.ª Audrey Sampaio, oftalmologista pediátrica no HGO

Tratamento com laser

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rastreio e o tratamento da ROP são cruciais para o bem-estar dos bebés prematuros, permitindo preservar a visão de milhares de bebés em todo o mundo. No curso, vou centrar-me no tratamento com laser, que ainda se mantém como o gold standard. Realizado desde os anos de 1990 em Portugal, o laser é aplicado na retina avascular/isquémica através de um oftalmoscópio indireto acoplado à fibra óptica. As suas indicações estão bem estabelecidas, podendo resumir-se às formas de ROP cujo risco de cegueira é de pelo menos 50%, ou aos casos em que há risco de danos oculares que perturbem significativamente a visão. Ao longo da minha vida profissional, e enquanto coordenadora do rastreio de ROP no HGO, tratei com laser dezenas de prematuros, obtendo muito bons resultados funcionais e estruturais.” Dr.ª Teresa Soudo Fonseca, coordenadora do curso e oftalmologista pediátrica no HGO

Terapêutica anti-VEGF

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a minha apresentação, vou abordar as vantagens dos anti-VEGF comparativamente ao laser. Por um lado, é um tratamento mais rápido, realizado com anestesia tópica e/ou sedação, o que, em prematuros instáveis, é um fator muito importante. Por outro lado, os resultados são mais imediatos. É claro que os anti-VEGF também têm algumas desvantagens, nomeadamente os potenciais riscos e complicações associadas, como endoftalmites, cataratas iatrogénicas, hemorragias subconjuntivais ou mesmo descolamentos de retina, além da dificuldade técnica relacionada com a pequena dosagem da injeção. Para colmatar essa dificuldade, em 2020, foi aprovado o kit VISISURE com ranibizumab, que contém seringas calibradas para assegurar a máxima segurança na dosagem. O HGO foi o primeiro hospital em Portugal a utilizar este kit.” Dr.ª Ana Melo Cardoso, oftalmologista pediátrica no HGO

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BOAS PRÁTICAS DA REVISÃO POR PARES DE ARTIGOS CIENTÍFICOS O significado da revisão por pares, o reconhecimento dado a um revisor e o processo para redigir um artigo científico são alguns dos tópicos em destaque no curso “Revisão por pares de artigos científicos em Oftalmologia”. Os formandos vão ainda receber dicas sobre boas práticas na submissão de artigos, numa sessão com a partilha de vários exemplos práticos. Dr.ª Helena Donato

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Dr.ª Helena Prior Filipe

Prof. Fernando Faria-Correia

ornecer um guia passo a passo sobre como rever um artigo científico e que recursos e listas existem para cada tipo de estudo para orientar o processo de revisão.” De acordo com a Dr.ª Helena Donato, diretora do Serviço de Documentação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), este é um dos principais objetivos do curso, que visa dar a conhecer o sistema de peer review de forma mais aprofundada, centrando-se nas principais diretrizes da revisão, nos princípios éticos, entre muitos outros aspetos. Na sua intervenção, a também diretora do curso incidirá sobre a estrutura teórica da revisão por pares, abordando tópicos como o seu significado, a redação de uma revisão de um artigo científico, as dicas para ser revisor e as estratégias para ganhar reconhecimento enquanto tal. “É importante estar disponível para rever artigos de outras pessoas, porque quem quer publicar também tem de rever. Além disso, é uma postura de cidadania científica”, salienta Helena Donato. A formadora defende que a ética é uma das questões centrais em todo o processo de revisão. Assim, “o revisor tem de declarar os seus conflitos de interesse; se achar que pode fazer uma revisão enviesada, não deve aceitar o pedido”. É por isso que as regras das publicações científicas ditam que cada artigo seja revisto por mais do que um especialista na área (peer review/revisão por pares), exatamente para despistar possíveis conflitos de interesse que não tenham sido declarados por algum revisor. Após a apresentação da estrutura teórica da revisão por pares de artigos científicos, serão partilhados bons e maus exemplos. A este respeito, o Prof. Fernando Faria-Correia, oftalmologista no Hospital

Conselhos do Prof. Fernando Faria-Correia 1. É importante o próprio revisor reconhecer que tem mais conhecimentos em certas áreas do que noutras. Portanto, é necessária uma atitude humilde. 2. Deve-se ler muito bem as regras de submissão, porque cada revista ou jornal tem as suas especificidades. 3. O trabalho de revisão envolve uma pesquisa rápida e eficaz sobre o conhecimento científico publicado nos últimos anos na área em questão. Por isso, é fundamental facilitar o trabalho dos revisores no processo de submissão dos artigos. 6

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Marta Carreiro e Pedro Bastos Reis

de Braga e editor-chefe da revista científica da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), vai alertar para alguns dos erros mais comuns na submissão de artigos. “Antes de haver uma boa ou uma má revisão, há a questão de o autor submeter corretamente o artigo, de acordo com as regras estabelecidas. É aí que começa o processo de submissão, mas também o processo de revisão”, realça o formador e também professor na Escola de Medicina da Universidade do Minho.

ERROS MAIS COMUNS E EXEMPLOS PRÁTICOS

Segundo Fernando Faria-Correia, entre os erros mais comuns na submissão de artigos científicos, destacam-se a ausência das afiliações e do contacto dos autores, as gralhas na referenciação ou recursos errados como imagens ou tabelas colocadas a meio do manuscrito. “As figuras, incluindo tabelas e gráficos, têm de ir num documento separado, com alta definição (300 DPI) e as suas legendas têm de estar no final do artigo, antes ou depois das referências. Ainda há muito a melhorar no processo de redação e submissão de artigos científicos”, afirma o editor-chefe da revista Oftalmologia e um dos coordenadores do curso. Depois da discussão sobre os erros mais comuns, segue-se um momento hands-on, com exercícios práticos. “Vamos analisar e comparar ‘o antes’ e ‘o depois’ da revisão por pares, de modo a sensibilizar para o importante papel do revisor enquanto crítico construtivo do manuscrito, através das suas sugestões específicas”, antecipa a Dr.ª Helena Prior Filipe, membro do Conselho Diretivo do Colégio de Oftalmologia da Ordem dos Médicos, delegada portuguesa da Union Européenne des Médecins Spécialistes (UEMS) e do European Board of Ophthalmology (EBO), que é também coordenadora e formadora do curso. Segundo a oftalmologista no Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental/ /Hospital de Egas Moniz, “é possível aprender e refinar a leitura crítica de artigos científicos e, desse modo, aprimorar também a escrita científica com valor, enquanto partilha de conhecimento entre pares, avanço e demonstração da educação contínua e do crescimento profissional”. Os três formadores esperam que, no final do curso, os participantes se sintam “com mais capacidade para rever artigos científicos de forma crítica e estruturada”.

Destaques das entrevistas com a Dr.ª Helena Donato e o Prof. Fernando Faria-Correia


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ABORDAGEM PRÁTICA DOS TUMORES ORBITÁRIOS Do diagnóstico à cirurgia, o curso tem como principal objetivo apresentar uma abordagem prática e completa dos tumores da órbita, tanto as lesões benignas como as malignas. As preleções começam pela vertente do diagnóstico e estendem-se até à resposta cirúrgica, numa formação destinada a todos os oftalmologistas. Marta Carreiro e Pedro Bastos Reis

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a primeira preleção do curso, o Dr. Vítor Leal, responsável pela Consulta de Órbita do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, vai indicar quais são os sinais mais importantes a valorizar e que exames pedir para diagnóstico dos tumores orbitários. Em termos de sinais clínicos para os quais é fundamental estar alerta, o preletor salienta a proptose, mas também “sinais mais precoces”. Nesse sentido, a avaliação do doente com um possível tumor orbitário passa, numa fase inicial, pelo exame oftalmológico normal, com medição da acuidade visual, da pressão intraocular e realização de biomicroscopia. Depois, pode-se avançar para um exame orbitário mais específico, com a análise, por exemplo, dos reflexos pupilares. “Um defeito pupilar aferente relativo pode indicar uma neuropatia ótica compressiva, por trás da qual pode estar um tumor orbitário”, alerta Vítor Leal. A avaliação da proptose, a posição das pálpebras ou a avaliação da fenda palpebral são outros aspetos a ter em conta no diagnóstico, sendo que “os exames complementares ajudam a caracterizar e a localizar o tipo de tumor”. De seguida, a Dr.ª Sandra Prazeres, responsável pela Secção de Oculoplástica e Órbita do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho, vai incidir sobre as lesões benignas. “As doenças orbitárias quase nunca se apresentam como entidades claras, especialmente em fases iniciais. É importante despistar os tumores da órbita, o que não depende exclusivamente dos exames imagiológicos. Deve ser proposto um diagnóstico diferencial baseado na história clínica, no aparecimento dos sinais e sintomas e no tipo de exoftalmia ou desvio vertical/horizontal do globo ocular. Cada sinal e sintoma pode ter diferentes significados e causas, pelo que a sua interpretação deve ser bem estudada para chegarmos a um diagnóstico diferencial”, salienta a preletora, que também é uma das coordenadoras do curso. Já quanto ao tratamento, Sandra Prazeres, que vai falar sobre os tumores benignos mais frequentes, afirma que pode ir da “simples vigilância até às cirurgias mais complexas”. É que, “apesar de benignos, estes tumores podem ser localmente invasivos, comprometendo a visão do doente, se houver lesão do nervo óptico, por exemplo”. Além disso, “lesões benignas das pálpebras podem ser a primeira manifestação de doenças sistémicas”.

LESÕES MALIGNAS E ABORDAGEM CIRÚRGICA Por seu turno, a Dr.ª Mara Ferreira, oftalmologista no Hospital da Luz Lisboa, vai abordar as lesões malignas, que “não têm sido muito debatidas, mas são de enorme importância, uma vez que correspondem a cerca de 18% da patologia orbitária”. “Estamos a falar de neoplasias malignas, com morbilidade e mortalidade marcadas, pelo que, quanto mais cedo diagnosticarmos, encaminharmos e tratarmos estes doentes, melhor será o seu prognóstico”, diz a preletora. Durante a sua apresentação, Mara Ferreira falará sobre as lesões malignas mais prevalentes conforme a idade. Na primeira década de vida, o rabdomiossarcoma é o tumor maligno mais frequente; ao passo que, na idade adulta, os linfomas, as metástases e as invasões secundárias da órbita dos tecidos circundantes são as situações mais frequentes. Daí a importância de “valorizar as queixas do doente e realizar um exame objetivo completo, fazendo a exoftalmometria, o despiste de distopias oculares e dismorfias, a avaliação dos movimentos oculares, a palpação orbitária e todo o restante exame oftalmológico habitual”, nota Mara Ferreira. Na última apresentação do curso, a Dr.ª Ana Duarte, oftalmologista no Instituto Português de Oncologia de Lisboa e no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, vai falar sobre a abordagem cirúrgica aos tumores orbitários, mais especificamente os aspetos a considerar para essa indicação – tipos de biópsia, aspetos anatómicos relevantes e vias de acesso. “Embora a história clínica, o exame objetivo e os exames de imagem sejam fundamentais para o diagnóstico diferencial de uma massa orbitária, um número substancial de lesões não poderá ser classificado somente com esses parâmetros. Frequentemente, a biópsia torna-se a única via para um diagnóstico preciso, que permita otimizar o tratamento e avaliar o prognóstico”, salienta Ana Duarte, que também coordena o curso. Segundo a também coordenadora da Unidade de Órbita do Hospital CUF Descobertas, a abordagem cirúrgica requer um conhecimento detalhado da anatomia da órbita e um domínio da componente técnica. “O planeamento cirúrgico será sempre individualizado. Em primeiro lugar, é importante saber quando indicar uma biópsia incisional ou excisional e, subsequentemente, selecionar a abordagem cirúrgica que permita uma boa exposição da lesão e que esteja mais associada a baixa morbilidade e a um bom resultado estético”, conclui Ana Duarte. Explicações dos formadores sobre as lesões mais prevalentes dos tumores orbitários

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DESTAQUES EM CIRURGIA DA CÓRNEA E REFRATIVA O Espaço Córnea e Refrativa vai centrar-se na discussão das opções terapêuticas existentes e em investigação para a presbiopia, no papel da camada pré-Descemet na cirurgia e na patologia da córnea, bem como nas mais-valias da inteligência artificial para a cirurgia refrativa. Marta Carreiro e Pedro Bastos Reis

Dr. Fernando Vaz

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Prof. Harminder Singh Dua

sessão começa com a intervenção do Dr. Fernando Vaz acerca das opções terapêuticas disponíveis para a presbiopia. De acordo com o diretor do Serviço de Oftalmologia do Hospital de Braga, “estima-se que cerca de 1800 milhões de pessoas sofram desta doença em todo o mundo”. Por isso, tem-se assistido ao aparecimento e ao aperfeiçoamento de várias técnicas cirúrgicas e outras opções terapêuticas. No entanto, “muitas das alternativas não se mostraram suficientemente eficazes, sendo que algumas nem sequer chegaram ao mercado”, comenta. Atualmente, a cirurgia de extração do cristalino transparente é considerada o gold standard do tratamento da presbiopia, uma vez que “tem demonstrado resultados eficazes em muitos doentes, apesar das complicações que por vezes surgem”. Neste âmbito, Fernando Vaz falará das novas lentes intraoculares disponíveis, nomeadamente as multifocais difrativas, as multifocais refrativas e as de foco alongado, procurando mostrar os motivos pelos quais poderão ser opções válidas para estes doentes. “Antes da cirurgia, é fundamental avaliar o doente para percebermos que lente lhe poderá trazer maior benefício, tendo em conta as suas necessidades e as características do olho”, frisa o orador. Fernando Vaz também abordará as novas opções farmacológicas em colírios, que, apesar de ainda estarem em ensaios clínicos, “poderão ser verdadeiros game changers no tratamento da presbiopia”. “A maior parte desses colírios são agentes mióticos e visam criar um efeito de buraco estenopeico pela constrição da pupila, permitindo-nos ganhar alguma profundidade de foco e aumentar a visão ao perto, segundo os resultados preliminares dos estudos.”

CAMADA PRÉ-DESCEMET NO ÂMBITO DA CÓRNEA

Em seguida, o Prof. Harminder Singh Dua, oftalmologista no Queens Medical Centre e responsável pelo Departamento de Oftalmologia da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, falará sobre a camada pré-Descemet, descoberta pelo próprio em 2013, que desde então ficou conhecida por camada Dua. “Inicialmente, a descoberta foi muito relevante para a queratoplastia lamelar anterior, mas, com o tempo, aprendemos muito mais sobre esta camada e como ela influencia a cirurgia lamelar posterior da córnea, particularmente com a queratoplastia endotelial pré-Descemet [PDEK]”, afirma o preletor. Mas a PDEK não foi a única técnica desenvolvida a partir da descoberta da camada de Dua: “Também demonstrámos que esta camada é tão

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Dr. Arthur Cummings

forte que possibilita a realização da cirurgia de catarata debaixo da camada – a queratoplastia lamelar anterior profunda tripla.” A descoberta da camada de Dua foi também crucial para a compreensão das doenças da córnea, desde a hidropsia aguda à descemetocele, com consequente influência na escolha das técnicas cirúrgicas. “A descoberta desta camada fez grande diferença na compreensão da maioria das cicatrizes da córnea. Além disso, agora sabemos mais sobre o que acontece durante a cirurgia e como obter melhores resultados”, afirma Harminder Singh Dua. E remata: “Não devemos dar como adquirido tudo o que está na literatura. Devemos fazer perguntas e ir à procura de descobertas que põem em causa o que aceitámos durante muitos anos. Devemos procurar respostas por nós próprios.”

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM CIRURGIA REFRATIVA

Por fim, o Dr. Arthur Cummings vai refletir sobre a utilidade da inteligência artificial para a cirurgia refrativa. O diretor médico da Wellington Eye Clinic, em Dublin, começa por destacar a nova tecnologia de ray tracing aplicada à cirurgia com laser excimer LASIK, que permite uma abordagem mais personalizada em cada doente. “O LASIK assume um modelo de olho standard, que aplica a todos os doentes, independentemente do comprimento do olho e curvatura da córnea. O que o ray tracing traz de vantajoso é o facto de permitir recriar, virtualmente, o olho de cada pessoa a partir da medição das suas dimensões reais, criando depois um perfil específico de tratamento para cada doente, o que resulta na obtenção de resultados superiores”, explica o também diretor do Serviço de Oftalmologia do The Beacon Hospital, em Dublin. Arthur Cummings mostrará também como a inteligência artificial tem ajudado na escolha do design da lente intraocular, tendo em conta os alvos refrativos que se pretende corrigir. “Hoje em dia, já existe um dispositivo para colocar nos óculos, que, durante 36 horas no contexto diário do doente, faz a medição das distâncias, das posições da cabeça, da variação da luz ambiente, entre outros aspetos. Depois, o dispositivo gera um relatório com os alvos refrativos a corrigir, comparando-os com as características das lentes intraoculares existentes, para as classificar desde a que beneficiará mais o doente até à que surtirá menos efeito”, conclui o oftalmologista irlandês.

Destaques das entrevistas em vídeo com os preletores


12h35 – 13h00, sala 1

DISTROFIAS DA RETINA: AS GRANDES IMITADORAS

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ara o Prof. Camiel Boon, docente de Oftalmologia no Leiden University Medical Center, em Amesterdão, os doentes abaixo de 60 anos constituem o maior desafio no que diz respeito às doenças que mimetizam degenerescência macular relacionada com a idade (DMI). “Nessas idades, há um espectro muito amplo de doenças que podem mimetizar DMI ou drusen, sendo que as principais são as distrofias hereditárias da retina”, realça o conferencista, dando como exemplo a doença de Stargardt. Além disso, Camiel Boon chama a atenção para os drusen com fenótipos de início precoce que também podem mimetizar a DMI regular, nomeadamente os drusen com distribuição radial da malattia leventinese, também conhecida por distrofia macular de Doyne. No entanto, “como muitas destas distrofias, especialmente as do género da doença de Stargardt, têm mudanças muito pronunciadas de autofluorescência, isso pode ser uma ajuda para apontar a fatores genéticos e pensar num rumo diferente além da DMI”, acrescenta. Depois, importa ter em mente a DMI neovascular, particularmente nas doenças com disrupção na membrana de Bruch. “Muitas doenças devem ser tidas em conta, especialmente quando há neovascularização coroideia de início precoce. Nesses casos, devemos pensar em coroidite multifocal”, sublinha o especialista. Na sua preleção, Camiel Boon vai ainda referir os casos de fluido seroso na mácula, sublinhando a importância de distinguir a coriorretinopatia serosa central, na “pode não ser necessário AF_1307_ANUNCIO_BAYER_OFTA-DEZ21.pdf 1 qual 07/12/2021 17:28 PUB.

recorrer a injeções de anti-VEGF, mas antes a terapia fotodinâmica”, afirma o conferencista, salientando a importância do diagnóstico precoce. “Antes de mais, é preciso começar com uma boa fundoscopia e com um bom exame clínico, porque, se houver histórico de doença macular, então, podemos pensar logo em algo hereditário”, elucida Camiel Boon. Nos casos em que surgem manchas diferentes ou nenhuma mancha que indicie a presença de drusen, “é preciso pensar noutras hipóteses” e é nesta fase que os exames de imagem, como a tomografia de coerência ótica (OCT) ou a autofluorescência, podem apontar para índices de patologia genética. Além disso, “se houver algo atípico, pode-se também pensar na angiografia, que pode ser complementada pela angiografia com verde de indocianina”, recomenda Camiel Boon. E conclui: “Nas distrofias da retina, é fundamental pensar nas muitas hipóteses de diagnóstico, desde a distrofia macular à coriorretinopatia serosa central, para também acertar no tratamento.” Pedro Bastos Reis Excertos em vídeo da entrevista com o Prof. Camiel Boon


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14h30 – 16h00, sala 2

PAPEL DAS REDES SOCIAIS EM OFTALMOLOGIA

O curso “Social media em Oftalmologia” conta com a intervenção de quatro oftalmologistas, dois deles internacionais e com forte presença na web. Os prós e contras das diferentes redes sociais, bem como a sua utilidade no meio académico e na educação médica e dos doentes são os principais tópicos da formação. Júlia Serrão

Dr. Miguel Raimundo

Dr. João Pedro Marques

Dr. Edmund Tsui

Dr. Ricardo Leitão Guerra

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curso de redes sociais em Oftalmologia começa com o Dr. Miguel Raimundo, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a abordar os prós e contras das diferentes plataformas de social media. “Através do Twitter, é muito fácil contactar oftalmologistas estrangeiros, interagir rapidamente com a comunidade, percebendo as diferentes formas de praticar a especialidade e de relação com os doentes no mundo inteiro. Já o Instagram é muito focado no poder da imagem e a Oftalmologia é abençoada nesse aspeto, mas, por vezes, negligencia-se a dimensão dos posts”, exemplifica. Depois de explicar as mais-valias e limitações de cada plataforma, o também coordenador do Grupo SPO Jovem apresentará “pequenos truques” para resolver aspetos técnicos e para adaptar os conteúdos ao meio. Em seguida, o Dr. João Pedro Marques, oftalmologista no CHUC, incidirá sobre os social media como veículo de educação médica e consciencialização para as doenças, notando também a sua crescente utilização por motivos académicos e de divulgação científica. “Faz todo o sentido a SPO promover alguma educação sobre este assunto, trazendo-o para o seu congresso, que é dirigido a todos os oftalmologistas. É que as redes sociais não são usadas apenas pelos oftalmologistas da geração millennial, mas também pelos que têm mais de 50 ou 60 anos. O que provavelmente muda consoante a idade é o tipo de rede mais utilizada”, contextualiza o também coordenador do Grupo Português de Patologia Oncológica e Genética Ocular da SPO. Segundo João Pedro Marques, para o doente, a principal mais-valia dos social media é a partilha de informação sobre as várias doenças oftalmológicas, mas também “há que ter muito cuidado para distinguir a informação fidedigna da que não o é”. Para os médicos, a principal vantagem é o acesso a conteúdos de publicações científicas e a casos clínicos”. Para a Oftalmologia em particular, como é uma especialidade muito visual, “plataformas como o Instagram, o Facebook e o YouTube funcionam muito bem em termos de educação médica”, considera o orador. Na intervenção seguinte, o Dr. Edmund Tsui, oftalmologista e professor no Stein Eye Institute David Geffen School of Medicine da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, falará sobre a utilização dos social media no meio académico, “tornando possível a rápida divulgação dos projetos

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de investigação e a partilha de artigos e estudos, não só com grandes grupos da área de ação, mas com todos os que considerem o trabalho interessante”. Além disso, estas plataformas “facilitam o trabalho em rede e o estabelecimento de novas colaborações académicas”. Outro aspeto destacado pelo orador é que a publicação de um link para o resumo de um trabalho ainda indisponível em formato impresso, por exemplo, “tem potencial de gerar discussão online, assim como trazer ideias para cooperações futuras”. Edmund Tsui, que faz parte do grupo de social media da Academia Americana de Oftalmologia, refere ainda o potencial de divulgação das redes sociais nas reuniões de educação médica. “Além de permitirem aumentar a visibilidade dos trabalhos, partilhando-os com um público global, facilitam a interação da audiência presencial com a virtual, podendo ainda alertar os seguidores para as próximas sessões do congresso, por exemplo.” O convidado dos EUA termina com uma mensagem para os colegas oftalmologistas: “Há muitas avenidas online para estarmos em rede e estabelecermos colaborações muito importantes entre médicos de diferentes países.” Por sua vez, o Dr. Ricardo Leitão Guerra, oftalmologista nas Obras Sociais Irmã Dulce e na Clínica de Olhos Leitão Guerra, em Salvador da Bahia, no Brasil, explicará como criar uma presença forte nos social media, destacando a importância da privacidade e de seguir fontes credíveis. “Deve-se utilizar uma forma de comunicação que dá prioridade às imagens”, observa o orador, que há nove anos fornece formação na área da retina para outros oftalmologistas através das redes sociais. Presente em várias plataformas, Ricardo Leitão Guerra atinge uma média de 140 a 150 mil contas individuais de especialistas em retina. O seu principal objetivo é difundir conhecimentos sobre o diagnóstico e o tratamento das principais doenças da retina. “As redes sociais permitem obter feedback em tempo real e é muito compensador ouvir pessoas de todo o mundo dizerem que determinadas aulas ou apresentações as ajudaram no diagnóstico e nos cuidados ao doente”, remata.

Mais explicações dos oradores em vídeo


14h30 – 16h00, sala 3

OCT-A NA PRÁTICA CLÍNICA DO GLAUCOMA

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s intervenientes no curso “OCT-A no glaucoma: prática clínica” vão analisar alguma da evidência de mundo real, casos clínicos e os aspetos que podem enviesar os resultados deste exame, que tem vindo a ganhar cada vez mais importância. “A angiografia por OCT veio ajudar-nos a caracterizar melhor os doentes e muitas vezes a perceber o comportamento do glaucoma, permitindo ajustar o tratamento e o seguimento dos doentes”, contextualiza a Dr.ª Maria da Luz Freitas, oftalmologista no Hospital da Luz Arrábida, em Vila Nova de Gaia, que assegurará a introdução do curso. Em seguida, o Prof. João Barbosa Breda, oftalmologista no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, apresentará alguma da evidência clínica publicada sobre a utilização deste exame. “A maioria dos estudos indica que a OCT-A tem uma capacidade discriminatória do glaucoma semelhante à da OCT convencional, mas com a vantagem de permitir acompanhar os doentes até fases mais tardias da doença, quando é mais difícil detetar progressão pelo exameconvencional. Além disso, nas situações em que a OCT convencional mostra resultados muito alterados,que podem impedir medições fiáveis, como em pessoas com altas miopias, a OCT-A é uma ajuda adicional”, destaca. O orador vai também referir os aspetos que podem enviesar os resultados da OCT-A, partilhando dicas para otimizar a utilidade deste exame. Alguns fármacos anti-hipertensores, patologias como

a diabetes, a hipertensão arterial e a doença renal crónica, fumar ou praticar exercício físico antes do exame são fatores, entre outros, que podem afetar os resultados da OCT-A. Quanto a dicas, “além de aconselhar o doente a não fumar ou praticar exercício nas horas antes do exame, deve-se aplicar sempre gotas lubrificantes antes do procedimento e, caso existam floaters vítreos, pode-se pedir ao doente que olhe para a esquerda e para a direita, de modo a tentar que o artefacto/sombra se afaste da área examinada”, elenca João Barbosa Breda. Após a apresentação de diferentes casos clínicos de subgrupos de doentes com glaucoma primário de ângulo aberto, o curso avança para a fase de perguntas e discussão, que evidenciará outros desafios. Segundo Maria da Luz Freitas, “a crise aguda por encerramento de ângulo, a influência dos diferentes tipos de tratamento na microcirculação do nervo óptico, as alterações presentes no glaucoma congénito e juvenil, versus glaucomas suspeitos” são algumas das situações clínicas que exigem particular atenção. João Barbosa Breda acrescenta os casos de glaucoma que progridem para cegueira com a pressão intraocular dentro dos valores normais, “uma situação em que a OCT-A pode vir a ter grande utilidade”. O Prof. João Barbosa Breda comenta a evidência clínica da OCT-A no glaucoma

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17h20 – 18h20, sala 1

OBJETIVO DE INDEXAÇÃO DA REVISTA OFTALMOLOGIA

O Espaço Revista Oftalmologia vai evidenciar o processo de indexação da revista científica da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), que está em curso. Os oradores vão referir o que já foi conquistado e os requisitos a cumprir por todos, desde os autores aos revisores e editores, para que a revista seja indexada nas bases de dados internacionais. Sílvia Marques Romão

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Dr.ª Helena Donato

Prof. Fernando Faria-Correia

onseguir a indexação da revista Oftalmologia é um percurso longo e demorado, mas possível, como explicará, na sua intervenção, a Dr.ª Helena Donato, editora-chefe adjunta da revista científica da SPO. “O foco principal da equipa editorial é proporcionar um salto qualitativo à publicação, de modo a abrir a oportunidade de indexação em bases de dados relevantes e de âmbito internacional”, afirma. A estratégia foi elaborada, encontrando-se em fase de implementação. Até ao momento, as várias exigências editoriais que o processo de indexação implica têm sido cumpridas. “As várias alterações já implementadas podem ser pouco percetíveis para quem não está familiarizado com a dinâmica da edição científica, mas, atualmente, a Oftalmologia já segue as best publishing practices”, elucida a também diretora do Serviço de Documentação do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Entre o trabalho desenvolvido, destaca-se o facto de as instruções dadas aos autores dos artigos seguirem as orientações internacionais, nomeadamente do International Medical Journal Editors. “Estamos a trabalhar para que a qualidade editorial da revista melhore com todos os aspetos, cumprindo sempre a regularidade e a pontualidade na publicação”, diz Helena Donato, ressalvando que é também “imperativo publicar bons artigos, com bons títulos e bons resumos, seguindo as check-lists adequadas”. Atualmente, a revista científica da SPO está incluída no índex das revistas médicas portuguesas, no Repositório Científico de Acesso Aberto em Portugal (RCAAP), que, por sua vez, está integrado no repositório brasileiro. A partir daqui, a Oftalmologia pode ser encontrada nos repositórios europeus, o que faz com que já tenha grande visibilidade. Segundo Helena Donato, atualmente, as prioridades são captar artigos originais, artigos de investigação de qualidade e aumentar a contribuição internacional. “Precisamos de bons artigos, de bom conteúdo. Se não os tivermos, dificilmente conseguiremos a indexação”, conclui a editora-chefe adjunta.

ESFORÇO CONJUNTO PARA ATINGIR O OBJETIVO

Segue-se a intervenção do Prof. Fernando Faria-Correia, editor-chefe da revista Oftalmologia, que vai abordar os requisitos necessários para a publicação de artigos científicos, os quais, desejavelmente, devem ser adotados por todos os autores. “Se o nosso objetivo é a indexação da revista a curto ou médio prazo, isso exige que todos os

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Prof. Manuel Falcão

meta-dados introduzidos aquando da submissão e da subsequente publicação do artigo sejam precisos. Ou seja, é necessário garantir que as designações científicas são as corretas, que as palavras-chave são as mais adequadas, que as referências respeitam as regras e que o abstract está escrito tanto em português como em inglês”, exemplifica o editor-chefe, que vai partilhar mais detalhes na sessão. O oftalmologista no Hospital de Braga e professor na Escola de Medicina da Universidade do Minho sublinha ainda que “os autores devem ter presentes todos os aspetos fundamentais para a publicação dos seus manuscritos, respeitando as normas que permitirão que a revista seja considerada para indexação futura”. Isto significa ter em linha de conta todo o processo, desde a simples formatação do documento word até à ordem de submissão na plataforma RCAAP. Fernando Faria-Correia pretende sensibilizar para todo o trabalho de bastidores que é necessário para que um artigo seja classificado de alta qualidade científica, pedindo colaboração de todos, de forma a facilitar as tarefas dos vários intervenientes, sem sobrecarregar os editores. “Todos os detalhes contam para conseguirmos atingir o objetivo a que nos propomos – indexar a revista científica da SPO nas melhores bases de dados internacionais”, conclui. No Espaço Revista Oftalmologia, também intervirá o Prof. Manuel Falcão, tesoureiro da SPO, que vai destacar as razões fundamentais para a direção atual querer dar um novo rumo à revista. “Nos últimos anos, conquistámos peer reviews de maior qualidade. Consequentemente, o nível de qualidade da revista também aumentou e não podemos parar por aqui. Temos de dar o próximo passo, temos de entrar na indexação internacional.” Para tal, torna-se necessário sensibilizar todos os sócios da SPO para que “colaborem neste processo, envolvendo-se ativamente no esforço conjunto”. O também oftalmologista no Centro Hospitalar Universitário de São João e professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto termina com um apelo: “Precisamos de artigos com qualidade suficiente para serem publicados em revistas indexadas. É neste sentido que apelamos ao apoio da nossa comunidade oftalmológica, para que escolha publicar na Oftalmologia artigos que poderiam sair em revistas internacionais.” Conheça mais alguns pormenores sobre do processo de indexação da revista científica da SPO


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PRIMEIROS PASSOS EM CIRURGIA DE… Ao fim da tarde de hoje, no Espaço SPO Jovem, quatro oftalmologistas descrevem os primeiros passos em cirurgia vitreorretiniana, do estrabismo, da catarata e do glaucoma. Eis o que anteciparam ao Visão SPO sobre as suas preleções. ESTRABISMO

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retendo descrever as técnicas e os passos comuns aos vários tipos de cirurgia de estrabismo, o material e os instrumentos utilizados, deixando também conselhos para facilitar o processo operatório com redução das hipóteses de complicações. Previamente à cirurgia, uma questão sobre a qual nos devemos debruçar é o objetivo da mesma: queremos eliminar uma diplopia; estabelecer uma visão binocular; corrigir uma posição anómala da cabeça, ou tem um fim estético? Deste modo, clarificamos as indicações para a cirurgia de estrabismo e melhoramos o plano de tratamento. Com a avaliação completa do doente e das características do desvio, o oftalmologista escolhe os músculos que vai intervencionar. A cirurgia de estrabismo corrige o alinhamento ocular através do enfraquecimento do músculo, que pode ser feito, entre outras técnicas, com o recuo ou a miopexia retroequatorial do mesmo; através do fortalecimento do músculo com técnicas como a ressecção, a plicatura ou o tucking; ou através da transposição da inserção muscular, modificando a direção do seu vetor de força. A extensão do recuo ou da ressecção do músculo depende do desvio pré-operatório, sendo que existem tabelas publicadas com os milímetros de recuo ou ressecção que devem ser cumpridos consoante o desvio ocular medido, as quais vou ajudar a interpretar na minha preleção.” Dr.ª Paula Bompastor Ramos, oftalmologista no Hospital de Braga

CATARATA

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cirurgia de catarata é um pouco ‘a pedra basilar’ da formação cirúrgica em Oftalmologia. Numa fase inicial da nossa formação, esta cirurgia assume mesmo o principal desafio, porque a curva de aprendizagem é difícil, mas, no final, é um procedimento muito compensador, tanto para o cirurgião como para o doente. A minha apresentação vai centrar-se em aspetos práticos sobre como iniciar alguns passos da cirurgia de catarata, para promover uma aquisição de conhecimentos que se quer acompanhada, mas que permita ao interno de Oftalmologia atingir o grau de autonomia necessário no final do internato. A cirurgia de catarata é uma intervenção um pouco diferente do que vimos durante o curso de Medicina, não só por ser uma microcirurgia, que envolve etapas muito bem definidas e a manipulação de instrumentos muito delicados, mas também pela sua exigência em termos de coordenação das mãos e dos pés. Outro aspeto importante é o facto de ser um procedimento altamente sequencial, assunto que vou abordar na sessão, sendo que também pretendo deixar alguns conselhos para cada uma das fases da cirurgia de catarata.” Dr. Pedro Gil, oftalmologista no Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central

GLAUCOMA

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minha intervenção vai centrar-se na trabeculectomia, que considero um gold standard no tratamento do glaucoma. Apesar de antiga, esta técnica continua a ser muito eficaz na redução da pressão intraocular, sendo sobretudo aí que conseguimos agir para proteger o doente da progressão do glaucoma. É um método simples, com poucos passos. O problema coloca-se mais no pós-operatório, já que é muito comum surgirem algumas complicações. Portanto, o desafio é utilizar determinadas técnicas, durante a cirurgia, que permitem minimizar o risco de complicações. Na sessão, também vou comentar as diferentes abordagens da cirurgia de glaucoma por trabeculectomia, nomeadamente a peritomia conjuntival de base límbica e a peritomia de base fórnix, as técnicas com suturas libertáveis ou fixas e o recurso ao laser, apresentando as vantagens e desvantagens das diferentes opções.” Dr. João Bernardes, oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra

RETINA E VÍTREO

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s avanços nos materiais e dispositivos utilizados na cirurgia de retina e vítreo foram imensos nos últimos 10 a 15 anos, e a tendência é evoluir para procedimentos cada vez menos invasivos e seguros. Hoje em dia, tratamos as patologias em fases mais precoces e com mais segurança. A cirurgia de retina e vítreo é uma intervenção muito interessante em vários aspetos, nomeadamente pela diversidade de patologias que trata, pela exigência em termos de manobras cirúrgicas e flexibilidade intracirúrgica e pela capacidade de nos adaptarmos durante o procedimento. Por isso, também é muito desafiante. Na sessão, vou partilhar a minha experiência, que é a de alguém que começou na cirurgia de vítreo e retina há relativamente pouco tempo. Explicarei os passos importantes no pré-operatório, no intraoperatório e no pós-operatório, transmitindo mensagens que me chegaram de colegas mais experientes e que julgo serem essenciais para quem decide ingressar nesta área. Também destacarei a importância de sabermos comunicar, transmitir confiança e apoiar os nossos doentes ao longo de todo o processo de tratamento.” Dr. Mário Canastro, oftalmologista no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa

Excertos das entrevistas em vídeo com os preletores

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PARTICIPAÇÕES NA SESSÃO DE ABERTURA HONRAM A SPO

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programa de hoje termina com a sessão de abertura do 64.º Congresso Português de Oftalmologia, às 18h30, na sala A, com posterior cocktail de boas-vindas. “Os intervenientes na cerimónia estão em linha com as áreas mais representadas no congresso”, explica o Prof. Rufino Silva, presidente da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO). Assim, da área da Diabetologia, intervirão na sessão de abertura a Prof.ª Sónia do Vale, diretora do Programa Nacional para a Diabetes da Direção-Geral da Saúde (DGS), e o Prof. João Raposo, presidente da Sociedade Portuguesa de Diabetologia e diretor clínico da Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal. “Muitos dos nossos doentes têm diabetes. O rastreio é de extrema importância e, na DGS, essa é uma área sob supervisão da Prof.ª Sónia do Vale. O Prof. João Raposo é reconhecido a nível nacional e internacional, pelo que nos sentimos lisonjeados com a sua presença na sessão de abertura e no Simpósio da Retina, no qual vai falar sobre os novos tratamentos da diabetes”, salienta Rufino Silva. Outra área da Medicina representada neste congresso, nomeadamente no Simpósio de Inflamação, é a Reumatologia. Na sessão de abertura, estará presente o Dr. Pedro Carvalho, membro da direção da Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), com a qual a SPO tem estabelecido uma relação frutífera. “A SPR ajudou-nos a desenvolver a base de dados uveíte.pt, um trabalho notável, que foi desenvolvido em conjunto por reumatologistas e oftalmologistas mais dedicados à inflamação”, afirma o presidente1da 07/12/2021 SPO. O presidente honorário do AF_1597_ANUNCIO_SPO_225x155mm.pdf 09:40 64.º Congresso Português de Oftalmologia, Prof. Joaquim Murta, também PUB.

marcará presença na cerimónia. “É uma figura notável da Oftalmologia portuguesa, com prestígio internacional e um destacado currículo científico, pelo que nos sentimos lisonjeados por ter aceitado o nosso convite”, comenta Rufino Silva, que agradece ainda a participação do presidente do Colégio da Especialidade de Oftalmologia da Ordem dos Médicos. “O Dr. Augusto Magalhães tem sempre honrado a SPO com a sua presença nas nossas iniciativas mais significativas, o que muito agradecemos. A colaboração estreita entre o Colégio e a SPO tem sido extremamente proveitosa ao longo deste ano, com iniciativas muito relevantes para a Oftalmologia nacional”. Pedro Bastos Reis O que esperar da sessão de abertura, segundo o presidente da SPO


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