Março de 2012 Publicação trimestral N.º 35 Coordenação: Isabel Vaz Ana Ribeiro
Olhar(es) digital : www.aelourinha.pt
SEMANA DA LEITURA 2012
Nesta edição Semana da Leitura
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Direitos Humanos
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Momentos poéticos
2,3
A Voz dos Ex-Alunos
4,5
Kony 2012
Amistad Entre 19 e 23 de março, o Agrupamento de Escolas da Lourinhã comemorou mais uma Semana da Leitura, com actividades para todos os alunos, desde o Pré-escolar ao secundário.
Reflexões
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Visita à Cidade Santa
Nos dias 20 a 25 de Fevereiro, 15 alunos da disciplina de EMRC da Escola Secundária da Lourinhã, acompanhados pelo
professor que lecciona a disciplina, Paulo Santos, e pelo Encarregado de Educação de um aluno partiram numa visita de estudo `cidade de Roma. Neste local, foram guiados pelo padre Rui Pedro. No dia seguinte, tiveram uma audiência com o Papa Bento XVI na Praça de S. Pedro, no Vaticano, e à tarde, assistiram, na Basílica de Santa Sabina, à missa da Quarta-feira de Cinzas com o Papa de novo. Os restantes dias foram ocupados com a visita a vários monumentos como o Coliseu, o Circo Máximo, o Museu do Vaticano, de entre muitos outros. Na quarta-feira, quando se encontravam de partida para Santa Sabina, a carteira do Encarregado de Educação que os acompanhava foi roubada. Foi apresentada queixa na polícia no terminal de comboios e, na sexta-feira, foi necessário ir-se à Embaixada de Portugal, para que o lesado pudesse ir também no mesmo avião de volta para Portugal. No fim, correu tudo muito bem! Samuel Fonseca, 11º D
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ
Quando a garra se esvai Quando a força nos foge Quando o interesse se vai Nada se cimenta Nada se constrói Nada se aguenta Mas quando na margem lodosa De um rio de morte Se encontra uma dor penosa Aí, aí talvez esteja a sorte. H.
ESTAREMOS CEGOS? Para ler um ensaio temos duas maneiras: como uma pergunta ou como uma resposta. Esta é a maneira errada. Perigoso não é que se tome por nossa a verdade de outro, mas que se caia na ilusão de que a verdade se aprende, quando na verdade se conquista. O Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, é um exemplo disto. A verdade sobre especulações do que poderia vir a acontecer ao mundo em caso de uma cegueira mundial é conquistada através de metáforas. Este é um daqueles livros que, mal a última página se vira, fica na memória para sempre ou, pelo menos, até conseguirmos compreender plenamente que cegueira é esta que Saramago descreve e se não estaremos já sendo afetados por ela. “Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso.”- afirma o autor. Patrícia Carvalho, 11ºD
BIBLIOTECA ESCOLAR
Entre 19 e 23 de março, o nosso Agrupamento, através das suas bibliotecas, celebrou a Semana da Leitura, promovendo diversas actividades junto dos alunos de todos os ciclos e de todas as escolas. Pelos Jardins de Infância e Escolas Básicas de 1º Ciclo, foram intensificados os momentos de leitura e de conversa em torno mesma, através de Piqueniques de Leitura, de visitas de escritores, de momentos como 5Dias a Ler+ 5 minutos, de ateliers de escrita, horas do conto, estafetas de leitura, leituras animadas e de divulgação da poesia através de P’las Ruas da Poesia. Na Secundária, no Dia Mundial da Poesia, alunos do 10ºD foram pelas ruas da vila, entraram em espaços comerciais/públicos onde disseram e ofereceram poesia a quem encontraram, procurando agradar aos que já apreciam a leitura e cativar os mais avessos. Também neste dia, decorreu no Auditório a 1ª Eliminatória do concurso Palavras Sentidas. Ponteados por agradáveis e surpreendentes momentos musicais de talentos do nosso Agrupamento—a Bárbara Bento, a Bruna Fonseca e o Simão—os concorrentes do 2º e do 3º ciclos e do secundário—apresentaram os textos escolhidos, a maior parte com grande empenho e entusiasmo. Foram apurados os alunos que nos representarão na final do concurso, que decorrerá em Torres Vedras, no Teatro Cine, e em que enfrentaremos as participações das outras escolas desse concelho. Ainda, ao longo desta semana, pôde (e poderá ainda) ser apreciada a Exposição Lo Real Magico, uma leitura de impressionantes imagens, produzida nas aulas de Espanhol. Simultaneamente, está patente ao público uma mostra de Literatura Espanhola, obras recentemente adquiridas pela Biblioteca, que poderão ser requisitadas para leitura domiciliária. No último dia letivo deste período, momento em que é publicado este boletim, a escola disponibilizará mais periódicos do que as habituais na es-
tante do Corredor das Artes: El País, Record, A Record, Jornal I, para além do Público, da Fórum Estudante, entre outros… A terminar, recomendamos que se faça amigo da Biblioteca no Facebook para ter acesso às novidades que vamos disponibilizando e a outras partilhas interessantes. Com as férias da Páscoa a começar, não se esqueça de levar um bom livro para ler. Procure-o na nossa Biblioteca.
Visita de Estudo ao Litoral Oeste No dia 6 de Março, os alunos das turmas E e G do 11º ano e de uma turma do 12º ano participaram numa visita de estudo ao litoral oeste de Portugal, onde puderam visitar e apreciar o Mosteiro de Alcobaça, Nazaré, S. Martinho do Porto, a Foz do Arelho e a Lagoa de Óbidos. Esta visita teve vários objetivos, de entre os quais, destacamos: compreender a importância das áreas rurais e urbanas do litoral oeste, refletir sobre as potencialidades do mar e da costa portuguesa, conhecer alguns dos principais destinos turísticos de Portugal e valorizar o património natural, histórico e cultural. Nádia Pereira, 11ºE
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DIREITOS HUMANOS Nas aulas de Geografia C, foram abordados os Direitos Humanos e a constituição da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Desde sempre, o Homem está permanentemente em contato com a sociedade e, consequentemente, com todos os seus efeitos. Dada a evolução da História, surgem conflitos entre aquelas, causando distúrbios na vida de cada ser singular, limitando a sua liberdade e/ ou o seu campo de acção. É neste contexto que se inserem os Direitos Humanos, que consistem num conjunto de normas que a sociedade deve respeitar, de forma a proporcionar uma vida digna aos indivíduos, tendo em conta o princípio da igualdade: somos todos iguais, independentemente do sexo, etnia, religião ou grupo social. Cada um deve ter na sua consciência a diferença entre o que é positivo ou negativo para os outros, não olhando unicamente para si, mas para o mundo envolvente. Chega em 1948, como reforço a isto mesmo, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, com o intuito de construir um novo mundo, em que o ideal comum seja respeitado por todos os povos e nações. Embora este documento não seja de obrigatoriedade legal, serviu como base a várias medidas protetoras dos cidadãos, pois nos seus artigos estão delineados os direitos básicos para cada um. Ficou bem claro com estas palavras que, qualquer incumprimento dos direitos proclamados, origina atos de crueldade e injustiça perante o ser humano em questão. Hoje em dia, a realidade dos direitos individuais de cada um é respeitada na maior parte dos países do mundo. Contudo, continuam a existir incumprimentos destes direitos básicos por alguns países, na sua maioria subdesenvolvidos, que vêem nesta declaração um objetivo comum, mas de pouca relevância face ao seu estilo de vida. Particularizando o caso da aplicação ou não da pena de morte, entramos já numa das questões mais pertinentes no cumprimento dos direitos humanos. Atualmente, dos cerca de 192 países pertencentes à ONU, 96 aboliram completamente a pena de morte. 96, apenas
96, representando assim menos de metade dos membros. E porquê? Se o Direito à vida, é universal, torna-se desumano a prática deste ato sobre uma pessoa, ainda que esta tenha efetuado um delito grave, dado que todo o ser humano tem o direito à vida. A questão da discriminação é outro tema intensamente abordado para a possível construção de um mundo melhor, mas que está longe de ser cumprido por todos os cidadãos, antes pelo contrário. Está cientificamente provado que a constituição óssea de um homem branco é a mesma de um de cor, a de um homossexual é igual à de um heterossexual e a de um afortunado equitativa à de um pobre, então, qual é a justificação para as constantes manifestações de racismo a que vamos sistematicamente assistindo? Pois, não existe! A par disto, está a prática da escravidão que, apesar de passar mais despercebida presentemente, continua a existir. A imagem de escravos da colonização num passado histórico, de certa forma, desapareceu, é verdade. Contudo, existem outros tipos de escravidão, por exemplo, mulheres e meninas capturadas para serem escravas domésticas, e ainda o tráfico de mulheres para a prostituição forçada. É com estes comportamentos que estão a ser respeitados os direitos fundamentais do homem? Não, muito longe disso! Para além destes tópicos que aqui deixámos, a Declaração dos Direitos Universais do Homem aborda muitos outros deveres das pessoas para com o próximo e para com a sociedade, em geral. O cumprimento dos direitos do homem é, na nossa opinião, a base para um mundo civilizado e justo onde nós, enquanto indivíduos, queremos habitar. Chega de individualismos e de tentativas de ser superior, chega de incumprimentos e desrespeitos para com os direitos proclamados para cada ser. Somos todos iguais, e é com esta verdade que temos de direccionar a nossa vida em comunhão com os outros. Carla Neto, Catarina Rolim, Jéssica Calçada, 12ºC
Penetro no negrume Caminho sem direção Sinto o teu perfume Ao seguir o coração No nunca perdido Viajo pelo nada Sinto-me ferido Mas rastejo pela estrada E por fim vejo o paraíso, Por fim vejo a estabilidade, Por fim vejo o que preciso Vejo aquela felicidade, Vejo aquele sorriso E cheio de intensidade “É de ti que preciso” Quando a garra se esvai Quando a força nos foge Quando o interesse se vai Nada se cimenta Nada se constrói Nada se aguenta Tudo se destrói Mas quando na margem [lodosa De um rio de morte Se encontra uma dor penosa Aí, aí talvez esteja a sorte. Helena Garcia – 11º D
PORQUÊ - Porquê? Perguntas-me? Sentia-me atraído por aquela rapariga, às vezes, tinha a sensação de que ela me olhava. - Eu? Não pode ser! - pensava para mim. Mas um olhar, por mais breve que fosse, despertava-me curiosidade. Já dava comigo a perder-me em pensamentos e fantasias de o que faria se pudesse... até que tocava para a entrada e voltava para a aula. Mais um dia. Escola maldita, edifício no fim do mundo, até as horas custam a passar. Até que ela passa, e para, mesmo à minha frente, só lá estamos os dois. O meu coração para, mantenho a calma e penso no que vou dizer e só me sai: - Comé? A conversa é sobrevalorizada, a palavra não faz juz ao olhar. E vi nos olhos dela o que sentia por mim: curiosidade. Muitas vezes, o sol se pôs até que os nossos lábios se tocassem, mas, para mim, foi nesse manhã que a nossa união ficou traçada. A verdade é que, uma ligação foi criada e, sem saber ou perceber porquê, apaixonei-me por ela. - Porquê? Ainda perguntas? Já percebeste, não já? Aquele olhar… Flávia Bernardino, 11ºF
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ
PAULA GONÇALVES Chamo-me Paula Gonçalves, tenho 19 anos e, atualmente, estou a frequentar o 2º ano de Gestão Turística e Hoteleira no Instituto Politécnico de Leiria – Escola Superior de Turismo e Tecnologias do Mar. O meu sonho de pequenina, era de que, quando fosse “grande”, tivesse uma profissão relacionada com crianças, queria ser Pediatra. Até ao 9º ano, esse sempre foi o meu desejo, porém, quando chegou a altura de escolher o curso no ensino secundário, as minhas ideias começaram a alterar-se, pois comecei a perceber que talvez Ciências e Tecnologias não fosse bem aquilo que queria. Numa visita à Escola Secundária da Lourinhã, fiquei a saber que iriam abrir novos Cursos Profissionais, entre os quais o Curso Profissional de Técnico de Turismo. Fiquei com o curso no pensamento, pois na altura a área do Turismo era bastante “falada” e a oportunidade de emprego era relativamente elevada, comparando com outras áreas. Decidi, então, embarcar na aventura e inscrevi-me nesse curso. Inicialmente, adiei a ideia de seguir para o Ensino Superior e ficar apenas com o estatuto de Técnica de Turismo. Ao longo da experiência, comecei a ganhar gosto e interesse pela área, e a sentir que era aquilo que eu queria para o meu futuro. No 12º ano, realizei uma Formação em Contexto de Trabalho no Hotel Praia Norte, em Peniche. Foi das melhores experiências que poderia ter tido. Durante as 400 horas de estágio, apercebi-me e tive a certeza de que queria seguir a área do Turismo. Para finalizar o meu Curso Profissional, tive que realizar uma Prova de Apti4
A Voz dos DIOGO SANTOS OS ANOS DO SECUNDÁRIO: UMA RETROSPETIVA
Chamo-me Diogo Franco Santos, tenho 19 anos e frequentei, com muito orgulho, a Escola Secundária da Lourinhã, entre 2008 e 2010. Apesar de terem sido uns meros três anos no meu percurso escolar, a verdade é que estes foram imprescindíveis no traçar da minha vida futura, tanto em termos pessoais como profissionais, mais do que alguma vez poderia ter pensado. Em primeiro lugar, é importante explicar o motivo pelo qual eu escolhi a área de Ciências e Tecnologias enquanto aluno do ensino secundário. Fi-lo, em
dão Profissional, ou seja, tive que desenvolver um projeto final de curso. Foi a 14 de Julho de 2010 que a minha vida deu uma volta de 180o. Tremia por tudo o que era sítio, pois iria apresentar o meu projeto diante de um júri composto por um professor universitário, a diretora de um resort, a minha coordenadora de PAP e o meu diretor de curso. Estava segura do meu projeto e de tudo o que ia dizer para o defender, só não estava à espera de ser tão bem sucedida e de receber, por parte dos jurados, excelentes críticas Numa sociedade profundamente marcada por construtivas. Após ouvir com aspetos materiais, há uma tendência crescente, um toda a atenção diversas pala- vento de mudança, que coloca na ordem do dia a vras, houve uma frase que me necessidade de que fatores imateriais assumam caficou no ouvido: “O Turismo em da vez maior destaque nas nossas vidas, assim coPortugal precisa de pessoas mo na das organizações, nomeadamente, na vida como você, vá para Gestão das Escolas. Turística e Hoteleira”. Não penFatores imateriais como a confiança, as emosei duas vezes, e hoje aqui es- ções positivas, as relações sociais positivas e o pratou eu, num curso que há cinco zer em ajudar, aliados ao sucesso, são cada vez anos atrás jamais imaginaria vir mais determinantes como acréscimo aos aspetos a tirar. “tradicionais”. Hoje estou feliz por estar a Nesta edição do Olhar(es), trazemos mais dois tirar uma licenciatura na área testemunhos de ex-alunos do Agrupamento de Escodo Turismo, pois sei que é uma las que falam das suas experiências e percurso, área com futuro e com saída exemplos de sucesso na procura da felicidade. profissional, porém, em que Prof. Ricardo Monteiro apenas os profissionais realmente bons conseguem atingir o sucesprimeiro lugar, porque a mesma abrangia so. Segundo a Forbes, "É mais fácil obas principais disciplinas pelas quais tinha ter o sucesso do que mantê-lo”, quero um especial interesse: Física e Química e com isto dizer que não devemos ter naBiologia. E digo "principais" porque semda como garantido, não devemos desistir pre tive, e nunca deixarei de ter, uma dos nossos sonhos nem de investir no afinidade muito forte com as línguas em nosso futuro, quer pessoal quer profisgeral. Em segundo lugar, e pensando já sional. Neste momento, estou a viver um um pouco mais a longo prazo, escolhi dos melhores momentos da minha vida, esta área porque seria aquela que, indua vida académica! Quero aproveitar cada bitavelmente, poderia vir a abrir caminho oportunidade para crescer pessoalmente a maiores e mais diversificadas oportunie criar uma bagagem de conhecimentos dades de emprego, dada a enorme quaninfinita. Futuramente, tenho como objetitidade de saídas profissionais que a ela vo terminar a minha licenciatura, ganhar estão associadas. E, por fim, porque a experiência na área e só depois tirar um grande parte dos amigos que vinham mestrado, e, quem sabe, o doutoramencomigo do Ensino Básico também havia to. Se nós não sonharmos, ninguém irá escolhido Ciências e Tecnologias. sonhar por nós. Se nós não realizarmos Ter frequentado esta área foi, sem os nossos sonhos, ninguém os irá realidúvida, um grande desafio. As disciplizar por nós! nas, em particular as específicas, não eram propriamente fáceis de dominar, o que nos obrigou a um estudo regular e a uma atenção redobrada nas aulas, em comparação com a minha experiência do Ensino Básico, onde tudo parecia então ter sido "a piece of cake". A verdade é
Ex-Alunos
que a transição do 9º para o 10º ano é uma subida bastante íngreme na montanha da exigência. Não foram poucas as ocasiões em que não conseguia compreender parte da matéria lecionada, o que me obrigava a ter de ler várias vezes a mesma coisa, a resolver o mesmo exercício mais do que uma vez, ou mesmo a adotar repetidamente a mesma linha de pensamento até que, por fim, conseguisse contornar as dificuldades. Felizmente, tive a sorte de ter tido professores competentes e, acima de tudo, justos para com os alunos, o que fez com que valesse a pena o esforço e o tempo investidos em cada disciplina. Para além disso, o bom ambiente que se vivia na ESL ajudava a aligeirar um pouco a carga de trabalho que, insistentemente, sentíamos sobre os nossos ombros. É certo que os anos do secundário devem ser aproveitados ao máximo (já que estamos naquela fase da vida em que tudo parece possível e concretizável, entenda-se, adolescência!), mas também temos de ser responsáveis o suficiente para saber equilibrar o nosso dia-a-dia no que diz respeito a momentos de lazer e momentos de estudo. Muitas vezes, senti o dever moral de ter de recusar convites para saídas com amigos para investir no estudo, sempre com a consciência de que seria recompensado no fim. Mesmo quando parecia impossível saber a matéria toda para determinado teste ou exame, nunca deixei de acreditar nas minhas capacidades. "Estuda, Diogo! Só assim é que, mais tarde, irás saborear os frutos do teu trabalho!" era o incentivo que, mentalmente, dava a mim mesmo - e, de facto, acabei por triunfar, mas isso explico mais à frente. É óbvio que nem tudo era estudo! Falar da minha passagem pelo Secundário sem falar dos momentos passados com os meus amigos é quase o mesmo que ir a Roma e não ver o Papa! Lembro-me, como se tivesse sido ontem, do primeiro dia em que entrei na escola como aluno: as praxes feitas pelos mais velhos como forma de receção aos "caloiros", o reencontro com antigos colegas do 1º Ciclo, e, acima de tudo, as frequentes perguntas de "Como é o teu horário?", "Sabes onde fica..."? e "Onde é a sala onde vou ter...?", entre tantas outras coisas. Rapidamente me habituei à nova escola, à nova rotina, aos novos professores, aos novos colegas, a toda esta nova vida. Como qualquer adolescente, fui formando o meu grupo de amigos mais chegados, com os quais partilhava as risadas, as conversas sérias e parvas, os momentos passados em trabalhos de
grupo, as músicas que não me saíam da cabeça, as atividades do fim-de-semana anterior, mas também os momentos de insegurança, de fragilidade, assim como os nada desejados períodos de "stress pré-testes". Recordo agora tudo isto com alguma melancolia, mas, acima de tudo, com muita alegria, porque, para ser sincero, andei sempre muito bem acompanhado e nunca me faltou o apoio quando mais precisava dele. É certo que tanto entraram pessoas novas no meu ciclo de amigos, como saíram outras, mas aqueles essenciais, aquele "núcleo" estável e indissociável de amigos, nunca deixou de o ser - com efeito, todos nós acabamos por fazer como que uma "triagem" no que diz respeito aos amigos, e só mesmo os melhores, aqueles com os quais podemos ficar horas e horas a conversar, aqueles que são dignos da nossa confiança e que merecem o nosso apoio e companheirismo, é que serão amigos para toda a vida. Como referi há pouco, acabei por triunfar no final do Secundário. E isto porquê? Porque consegui ingressar no curso de Ensino Superior que queria: Medicina. O curioso é que apenas tomei esta decisão no 3º Período do 12º ano (até lá, sempre que era questionado acerca do possível curso que iria escolher, diria que não fazia a mínima ideia, apesar de ter chegado a ponderar Ciências Farmacêuticas!) porque só então me apercebi de que este curso reunia todas as características que eu procurava: estava integrado na área da Saúde e dava ênfase à Biologia e à Química, ao mesmo tempo que me obrigava a ter um bom conhecimento das línguas, inclusive das estrangeiras. Para além disso, iria poder ajudar diretamente as pessoas, o que me agradava (e ainda continua obviamente a agradar) bastante. Depois de ter feito os exames do 12º ano e de ter repetido os de 11º ano, chegou a altura das candidaturas ao Ensino Superior. Nem queria acreditar que ia escolher Medicina, o curso onde as médias são elevadíssimas, para o qual concorrem anualmente centenas e centenas de alunos, muitos deles acabando por não entrar. Mas a verdade é que me sentia confiante de que iria conseguir - e consegui. Entrei na minha 1ª opção: Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa! O dia em que soube a minha colocação foi um dos mais felizes da minha vida. Atualmente, encontro-me no 2º ano do curso. Depois dum 1º ano um pouco atribulado - habituação à faculdade e a viver na capital, estabelecimento de novas amizades, assimilação de novas matérias e conceitos, adoção duma rotina completamente nova - sinto cada vez mais que estou no sítio certo. Conheci pessoas espetaculares, com as quais
me identifico bastante, e sem as quais o meu dia-adia seria um tédio (sem nunca esquecer as velhas amizades do Secundário que, aliás, se mantêm!) Com elas, partilho o frenesim dos trabalhos, exames, apresentações orais e aquele nervosismo miudinho que se apodera de nós minutos antes de vermos as nossas notas afixadas na parede. Muitas das minhas cadeiras são anuais, o faz com que o volume de matéria que, no fim do ano, temos de ser capazes de "enfiar na cabeça" seja tremenda, mas não vou mentir: essa mesma matéria é extremamente interessante e vai ser necessária na minha vida futura. Com efeito, o curso tem todas as características que, habitualmente, lhe são atribuídas: é trabalhoso, é difícil, exige muito esforço e dedicação, muitas horas sentado à secretária, várias horas de sono perdidas e muito sanguefrio. Não obstante, não o trocaria por nenhum outro, porque estou muito contente com o que consegui alcançar até aqui, e estou também ciente da grande responsabilidade que vai ser tratar de doentes, mas há que pensar positivo, como sempre! Frequentemente, me perguntam se já tenho alguma ideia da especialidade que irei tirar, mas, quanto a isso, ainda não posso adiantar grande coisa, porque sinto que tenho de passar por várias experiências na 1ª pessoa para poder ter a capacidade de, futuramente, tomar tamanha decisão. Para finalizar, diria que, tal como Fernando Pessoa nos ensinou no Secundário, "Tudo vale a pena quando a alma não é pequena", por isso o segredo é arriscar, não desistir, seguir as nossas convicções, mas, acima de tudo, ter a noção bem clara dos objetivos que pretendemos alcançar e saber que essa concretização pessoal é um contributo para a nossa felicidade.
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ
D A ST
I M A
Para mí, ser amigo de un amigo representa la amistad. Hacer algo por un amigo sin interés es lo mejor de la vida, es la misma cosa que saber que nosotros somos puros, que tenemos una gota de humanidad. La amistad es un valor que es invisible a nuestros ojos- lo más importante es siempre invisible. Me gustan mucho mis amigos, siempre que tengo tiempo estoy con ellos. Pero ya he sido traicionado más que una vez, aunque dependa de la traición. En mi opinión, la mentira es lo peor, es la misma cosa que clavarme un cuchillo en la espalda. Cuando me hacen eso me pongo enfadado, me quedo ciego y sin saber qué hacer, es mismo lo peor. Hace algún tiempo, pero nunca me lo he olvidado, que un amigo mío me ha traicionado. Para mí era una buena persona, un excelente amigo, hasta que se pusiera a flirtear con mi novia. Fue lo peor que podía hacer, es traicionar la confianza de un amigo. Nunca se lo he perdonado hasta hoy y siempre que pasa por mí le ignoro. Josias Duarte,10ºB
Para mí, la amistad es un sentimiento muy importante, porque sin ella una persona no es feliz, porque tener amigos es esencial para vivir. Los amigos están conozco todos los días, por eso se tornan vitales para nuestro día a día. Un amigo es importante para hablar de todo, y es eso que es la amistad, la confianza, entre otros sentimientos. La amistad se va conociendo a lo largo del tiempo, hasta ganar confianza, y después conseguimos distinguir amigos verdaderos de simplemente conocidos. Para mí, la amistad es muy importante para mi vida, porque mis amigos son mi segunda familia. Gonçalo Canoa
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La amistad no es sólo llamar a uno de amigo o mejor amigo, la amistad tiene mucho más que eso, son sentimientos muy bonitos y que nos enseñan mucha cosa. De mis amigos, yo espero lo mismo que yo les doy, espero siempre comprensión, compasión, cariño, apoyo, espero también nunca recibir nada en cambio (cosas materiales), porque la amistad es eso mismo. Nosotros damos, pero no precisamos que nos retribuyen, sólo queremos que sean nuestros amigos… “es mejor dar que recibir”, yo soy así con mis amigos… Para mí un amigo es como el oro, son preciosos y tenemos que tenerlos siempre conozco, si vemos bien es cuando más precisamos que nosotros recorremos a los amigos, porque sólo ellos nos consiguen poner una sonrisa en nuestra cara, es con ellos que contamos siempre. Yo hago todo por mis amigos, les ayudo en todo que yo pueda, no me gusta verlos tristes, a mí también me gusta que mis amigos hablen conmigo sobre sus problemas y sus preocupaciones, que compartan conmigo las cosas buenas y malas, no importa lo que sea, yo estaré aquí para todo. Soy una persona muy preocupada por los demás, aunque no sean mis amigas, yo intento siempre de alguna manera ayudarles, tengo un corazón blando en lo que toca a la amistad. He siempre dicho quedesde el momento que una persona sea mi amiga, ella no saldrá nunca más de mi corazón y tendrá siempre mi amistad y compresión cuando lo necesite. Claro que hay cosas que me
afligen, pero nunca me han traicionado, nunca he pasado por eso, e imagino que sea muy difícil, principalmente, cuando se trata de un amiga o amigo muy próximo/a de nosotros. He pasado por otras situaciones en mis amistades, he conocido a personas que se tornaron a grandes amigas y después mostraron ser algo diferente, eran personas falsas, que me enseñaron a ni siempre creer en lo que las personas nos digan, porque en el mundo hay personas crueles. La traición, para mí, es cuando una persona me miente y se pasa por mi amiga cuando no lo es, también cuando es cínica e insolente conmigo… Yo no suporto las mentiras, cuando una persona me miente, yo dejo de tener confianza en ella y, dependiendo de la situación, soy capaz de dejar de hablar con ella por un tiempo, porque cuando alguien me aflige, se queda siempre un rastro en mi corazón y no sé si después soy capaz de volver a ser amiga de esa persona. Tengo una mejor amiga que nunca me ha hecho mal, nunca me ha traicionado, siempre me ha entendido y continua hacerlo, y yo hago lo mismo por ella; en 5 años de amistad nunca me ha dejado y creo que esto sí es una verdadera amistad, porque existe comprensión, cariño, apoyo y sobre todo sinceridad y nunca escondemos nada una de la otra… Soy una chica, que, si puede, da todo que lo tiene a sus amigos y nunca espera nada, sólo su amistad que es muy importante para mí… Andrea Ricardo, 10ºB
La amistad es, en mi punto de vista un poco compleja y difícil, por más simple que parezca. Por lo tanto es, sin duda, indispensable para la supervivencia del hombre. EL hombre vive de sentimientos. Acude a los afectos para rellenar “un vacío” que siente, pero ¿cómo serían nuestras vidas sin amistad? Nosotros tendríamos que pasar nuestras vidas sólo socializando. Hablaríamos con las personas, podríamos no quedarnos con sus contactos, o conoceríamos aquí y allá, pero nada más que eso. Las personas simplemente nos conocerían. Conoceríamos a toda la gente sin realmente conocer a nadie, lo que sería extraño. ¿Si no tuviésemos a los amigos, qué haríamos en los momentos de desespero? Más cierto era no aguantar y entrar en desesperación … En vez de eso, buscamos el conforto que nos falta en un hombro amigo. Por amistad, las personas se ayudan uno a otro cuando sea necesario y posible. Pero ¿ qué sucede cuando depositamos nuestra confianza en la persona incierta? Nos puede suceder en cualquier momento,
sin saberlo. Las intrigas a veces surgen. Sucesos inúmeros que pueden pasar sin que nosotros lo esperemos. Así se rompen los lazos de confianza y amistad. Los mejores amigos se tornan los peores enemigos, el marido, y la mujer se separan, la madre ya no está con el padre, etc. Todo tiene un fin, es verdad, pero la llegada de ése depende de cada uno de nosotros. La amistad es óptima, pero puede en el exceso y sin la precaución “hacer mal a la salud”, como dice el dictado. Es necesario saber escoger las amistades, saber lo que se puede hacer y decir y lo que no se puede. Colocar nuestros propios límites. Sobre todo, es necesario saber aprovechar lo que la vida nos da, pues llegamos a un momento en el que ésta deja de darnos cosas y pasa a quitarlas, hasta que nos quedemos solos. La vida es corta y hay que aprovecharla. Raquel Frutuoso, 10ºB
Para mí la amistad es la confianza que ponemos en las personas que están cerca, que tenemos, que siempre están a nuestro lado para ayudar y apoyarnos. Son ellos que nos damos cuenta que nos escuchan, que nos hacen sentir bien y con los cuales podemos pasar tiempo de calidad. Existen personas en nuestras vidas que nos hacen felices simplemente porque han cruzado en nuestro camino. Hay muchos tipos de amigos, como nuestros padres que nos ayudan a darnos cuenta de lo que la vida es, de lo que podemos aprovechar para nuesLa amistad es algo muy importante, no es algo que se pueda substituir ni siquiera por dinero, pues este un día te acabará y no te quedara más nada. Con todo, un verdadero amigo no se va, es alguien que estará siempre contigo y cuando este as hecha en cacos él te ayudará, sin hesitación. Me ha sido pedido y a toda mi clase que explicásemos lo que es ser un verdadero amigo. Pensado bien en esto, me di cuenta lo cuanto difícil es explicarlo, bueno se alguien pregunta lo que es ser un bueno amigo, claro que nos respondemos sin hesitación: un bueno amigo es alguien que nos ayuda cuando estamos mal, es alguien que nos hace reír en situaciones molestas, es alguien que está siempre a nuestro lado para apoyarnos en cualquier situación que sea y que nunca nos traicionaría. Yo lo pienso así también, pero un ver-
tro bien, o nuestros hermanos que dan sin pedir nada, un abrazo cuando lo necesitamos; esta es nuestra familia que nos ayuda y que nosotros respetamos. Luego tenemos otros amigos a los que podemos conocer en una fiesta en el verano o, simplemente, que sólo conocemos por una hora, que son capaces de sonreír aunque sea sólo por este momento. Además hay siempre ellos que están con nosotros en la escuela, a los que conocemos desde la infancia. Ellos, a veces, dejan de ser nuestros amigos cuando se rompe la confianza, dejan de ser las personas más leales que podemos tener. ¿Si yo he tenido un amigo que me ha traicionado? Sí, era uno de mis mejores amigos, pero como ya he dicho traicionar la confianza de la amistad es algo irremontable. Tuvimos una gran amistad, pero hablaron mal de mí a mi espaldas, como se suele decir "es a costa de otros que nuestro ver," pero tenía a otros amigos que me hicieron creer que la amistad vale la pena. La única manera de tener un amigo es ser un amigo. Tatiana A. Gomes , 10ºB
dadero amigo es mucho más que eso; es alguien que nos conoce muy bien, y claro nosotros a él, es alguien con quien no tenemos ningún problema en hablar sobre cualquier tópico y vice versa, es alguien con quien podemos contar cuando estamos tristes, es alguien que nos llena de buenas memorias que un día más tarde nos recordaremos y pensaremos “que buenos anos fueran aquellos”. Por último, un verdadero amigo es aquel que no se importa de alejarse para que no nos haga daño, si eso significase ayudarnos de alguna forma. Si un amigo nos traiciona…, bueno es una buena cuestión. Para decir la verdad nunca he sido traicionada por un amigo, por eso no sé lo que haría. Pienso que nunca más le hablaría, porque si un amigo me hiciese daño con intención es porque no era mi amigo desde luego. Inés Silva, 10º B
REDIMIR Queria redimir-me por todo o mal que te fiz, por tudo o que disse “de cabeça quente” naquela manhã de solidão e sofrimento, na manhã em que não conseguia fazer parar as lágrimas que tatuavam as tuas palavras vagas nos lados da minha face. Na manhã, em que descobri… Cada ato tem a sua consequência. O tempo vai passando, mas meu mundo ainda te engloba, a minha estrela continua a ter o teu suposto nome, e o brilho dos meus olhos ao imaginar-te não desaparece; perdi-te, mas a culpa não é exclusiva-
mente minha. Gostava que o meu corpo não fosse tão fraco, que a força do meu orgulho não calasse as perguntas que ainda tenho para fazer. Somos culpados e a dor infinita ainda permanece dentro de mim e teima em ficar. Hoje não quero mais pensar no que fiz, vou tentar apagar-te do pensamento (por muito que custe), quero fechar-me no meu mundo desabado e talvez um dia já não te lembre… Flávia Bernardino, 11º F
REFLEXÕES Releio agora um texto redigido há algum tempo… Já aí o que nós tínhamos acabara. Já não era tua, já não eras meu. Mas será que alguma vez fomos um do outro? Aborreço-me por ainda dedicar o meu tempo a pensar e a escrever sobre ti! Fazes parte do passado, e, de forma alguma, irás fazer parte do futuro. No entanto, continua a existir algo que me impele ao pensamento da tua pessoa… Esta noite sonhei. Sonhei contigo. O toque dos teus braços, a firmeza com que me agarravas pela cintura... eram sensações indescritíveis e pareceram tão verdadeiras… Quando acordei, ainda não estava bem situada, seria o sonho real? Bastaram-me poucos segundos para perceber amargamente que não. A sensação de frustração invadiu-me durante todo o dia, fiquei a pensar em ti, a pensar em tudo o que vivemos. Estes sonhos perturbam-me, fazem com que vagueie por caminhos já percorridos, por situações já vividas, por experiencias já vivenciadas e por sensações já sentidas. Com esta amálgama, vêm as perguntas e os habituais “ e se”. Porém, não me vou debater mais sobre eles. As pessoas, as experiências, as memórias permanecerão para sempre em mim, mas há uma altura em que é preciso parar de recordar, há uma altura em que os sonhos e as esperanças devem desvanecer, há uma altura em que tem de haver um fim. Essa altura é agora. Marta, 11º D
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ
Estava eu a comer uma maçã, e a pensar no que inspira a vida... Lembrei-me das árvores, das folhas, do cheiro, e, particularmente, daquelas árvores que observo atentamente, quando vou na auto-estrada para Lisboa... São bonitas! Pensei, também, num pomar, num pomar pensei... Mas já não gostei, já não achei bonito. Então, cheguei há conclusão que as coisas são mais bonitas separadas das outras, talvez porque a sua beleza, assim, fica mais visível... Depois, pensei em pessoas, e que as pessoas, quando estão sozinhas, são diferentes. Mas nem todas são assim. Por isso, mudei, talvez não tenha a ver com a quantidade, talvez antes com o excesso... Os pobres, por exemplo, imploram por uma moeda, mas, se ficam ricos, não dão valor ao que têm. Quando vejo uma árvore sozinha, fotografo-a com os meus olhos, é ouro, é… É a vida!… Inês Félix , 11ºD
Dizem que [felicidade
o
Que aparece [momento…
Amor em
trás
qualquer
Não acho que seja [verdade É um simples tormento Que quando [pondido
não
é
corres-
Faz-me ficar à deriva, [perdido Faz-me ir abaixo em qual-[quer altura Sem me prevenir nem [avisar Por vezes, só peço um [coração de ferro Não sou perfeito, admito [que é erro Mas sempre fui sincero e [directo Apesar de [orgulho
ter
um
enorme
Dou bastante valor porque [só tenho isso desde miúdo.
8
KONY 2012 Muito provavelmente antes de a organização não-governamental Invisible Children, nos EUA, lançar uma campanha na Internet sobre Joseph Kony, poucas eram as pessoas que já tinham ouvido falar neste nome. O vídeo que foi lançado no Youtube já se tornou o mais viral de sempre, ou seja, já teve, num curto espaço de tempo, um recorde de mais de 70 milhões de visualizações online. No vídeo, ficamos a conhecer as injustiças que as crianças no/do Uganda sofrem. São sujeitas a raptos e a outras situações desumanas. São, por isso, obrigadas a fugir para não terem de matar, mas acabam por morrer. O principal responsável por esta crueldade é Joseph Kony e o objectivo é torná-lo suficientemente conhecido para que a sua captura seja possível. O apelo é feito, através das redes sociais, para se afixarem cartazes com a sua cara em todas as cidades, de modo a que todos o reconheçam e, assim, Joseph Kony seja apanhado e entregue às autoridades. Este tipo de propaganda é uma importante fonte de informação e também de poder. É impressionante como, num curto espaço de tempo, uma organização dos EUA conseguiu mobilizar quase de imediato todas as atenções do mundo para um assunto e uma causa. O vídeo é de facto muito eficaz, não podia estar melhor realizado e editado. O protagonista do vídeo chega a usar o próprio filho, uma criança que é claramente privilegiada em contraste com outras crianças do Uganda, as vítimas. Apesar de eu achar um risco expor uma criança desta maneira num assunto tão sério, ele usa-a porque, desta forma, apela ainda mais aos sentimentos e ajuda a demonstrar que até uma criança tem a perfeita noção da diferença entre o bem e o mal. Mas este assunto é muito mais complexo do que à primeira vista pode parecer. Quem vê o vídeo, reage logo ao que vê, partilha e multiplica publicações
no Facebook e nos blogues. Todos se sentem no dever de ajudar, graças ao apelo da campanha. Mas muitos outros defendem que esta acção vem tarde demais. A verdade é que, já há 20 anos atrás, isto acontecia, mas agora Joseph Kony já não está tão activo, e o Uganda tem outros problemas que também precisam de atenção. Na minha opinião, esta questão das outras necessidades do país serem mais urgentes, nesta altura, considero também que é importante, mas não invalida a necessidade de encontrar este criminoso que tem, indubitavelmente, de pagar pelo que fez. Outra das críticas levantadas a esta campanha é o facto de mostrarem este vídeo tão perto das eleições nos EUA, e de Obama ter sido o único presidente a aceitar enviar militares para ajudar a procurar Kony. Acho que realmente pode ser um pouco tendencioso, uma vez que é uma mais-valia para o presidente ter aceitado apoiar esta causa que está a ganhar grandes proporções. Questionam também o financiamento. Dizem os detratores que, em vez de actuarem no terreno, os organizadores gastaram quantias excessivas de dinheiro na campanha, em viagens, na elaboração do vídeo, e só usaram uma pequena parte dos ganhos no terreno, em África. Mas acho que os fins justificam os meios e, se o meio de divulgação desta campanha, é através do vídeo e se o conseguirem assim capturálo, é dinheiro bem empregue. Em último caso, considero sempre que as pessoas devem apoiar a mensagem, mesmo que não apoiem a organização. Fátima Pereira, 11ºD
Confissão É preciso perder para dar valor, é preciso errarmos para vermos os erros, é preciso destruirmos para querermos, é preciso pedir desculpa para sentir dor, é preciso arriscar para descobrir. Não me vou agarrar ao passado, vou viver o presente e agarrar o futuro. Lutar para amanhã ser melhor do que ontem e hoje. Vou lutar para que, no futuro, não haja mentiras e traições, para que no meu futuro, só encontre pessoas verdadeiras. Aquilo que tu não és. Já fechei
durante muito tempo os olhos, já perdi muito tempo. Agora retomei o meu caminho, “segui a procissão” e corri um risco, arrisquei. Talvez, assim, consiga sorrir. Sem arriscar, não vou saber, e baixar os braços, é algo que não consta no meu projecto de vida. «Mesmo que só sigas quando a procissão já foi bem longe, acredita que, um dia, vais atingir o mesmo que os outros, não na mesma hora, mas chegarás lá. »
ESCOLA SECUNDÁRIA DA LOURINHÃ