Acordo de Uso do Casarão, Espaço Comum Luiz Estrela!
A ocupação do casarão que hoje abriga o Espaço Comum Luiz Estrela é uma conquista de todos nós. Este é um espaço que, devido a sua fragilidade estrutural e a delicadeza dos registros históricos inscritos em suas paredes, demanda cuidado e cautela ao utilizá-‐lo. Elaboramos coletivamente alguns pontos que pensamos ser necessários para a preservação do nosso bem comum. 1) Recomendamos que as atividades a serem desenvolvidas em seu interior prezem não só pela integridade física do casarão, mas também pela dimensão histórica e afetiva contida no espaço. Sugerimos que as propostas de uso do casarão sejam elaboradas a partir de sua espacialidade e que levem em consideração a população de seu entorno imediato, sendo ela os moradores em situação de rua, as crianças especiais em tratamento no CEPAI ou não, os residentes do lar abrigado sob os cuidados da Irmã Mercês e os moradores e comerciantes de edificações vizinhas ao Espaço Comum Luiz Estrela. 2) As paredes e pisos são elementos construtivos que contam a história do casarão, a história da cidade. Com intuito de preservar a memória do espaço recomendamos que as atividades internas do casarão não danifiquem os pisos e paredes. Não recomendamos o uso de tintas, colas plásticas, sprays e outros materiais. Solicitamos que não sejam retiradas partes das camadas de pintura ou do reboco.
3) Devido a fragilidade do casarão, não recomendamos atividades com som alto, pois há o risco de despregamento do reboco e de parte da laje, bem como de outros elementos construtivos. Além da questão estrutural, a lateral direita do casarão faz divisa com o lar dos abrigados e com o CEPAI, solicitamos que as atividades levem em consideração a delicadeza da vizinhança e que durem até no máximo 22 horas. 4) Em decorrência do escoramento, recomendamos que o fluxo de pessoas no espaço seja limitado, pois o madeiramento do piso pode causar acidentes. Também solicitamos que as escoras não sejam utilizadas de apoio para nenhuma intervenção ou mesmo de encosto para pessoas. 5) Em consideração às dimensões intangíveis é recomendação de guias espirituais do Espaço Comum Luiz Estrela que não seja feito uso de bebida alcoólica ou qualquer substância entorpecente. 6) O casarão não possui sistema de esgotamento nem rede hidráulica instalada. Por isso, a água utilizada no seu interior não possui vazão e infiltra nas paredes e pisos do espaço. Solicitamos que não sejam utilizados as áreas molhadas do casarão: os banheiros e a antiga cozinha da Escola Yolanda Martins. Apresenta condições de uso apenas a torneira da sala de reuniões. 7) Recomendamos que qualquer proposta de atividade para o porão, espaço com inscrições na parede, seja previamente submetida ao Núcleo de Memória e Restauração. Devido a elaboração de pesquisa arqueológica, solicitamos que não seja retirado nenhum material ou objeto depositado no porão. Recomendamos que as visitas sejam cautelosas com as paredes e que se evite colocar as mãos sobre as inscrições. 8) Na parte interna do casarão, há uma sala destinada ao armazenamento de matérias no primeiro pavimento, segundo antiga placa, sala de número 79 – Sala de Materiais. Materiais como figurino, roupas do bazar e objetos que podem subsidiar intervenções artísticas. A sala é um espaço de espera de uso e recomendamos que evite o acumulo de materiais. 9) O escoramento acrescentou um número considerável de madeiramento ao espaço, o que aumenta o risco de incêndio. Recomendamos que sejam evitadas atividades com materiais inflamáveis, a utilização de fogo, bem como o uso de velas. 10) A laje de telhado é uma laje de forro, não apresenta dimensão suficiente para circulação de pessoas. Assim não recomendamos que essa espacialidade seja ocupada por qualquer tipo de atividade. 11) Solicitamos a ajuda de todos na manutenção do espaço. Assim pedimos que cada atividade cuide de recolher o lixo produzido e limpar os espaços depois do uso.