Revista Espalharte

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revista espalharte - 1 edição


. . EspalhArte A revista EspalhArte

A revista EspalhArte nasceu da ide-

alização de dois amigos que adoram vários tipos de arte, desenho, pintura, música, fotografia, e tudo o que os tiram do chão. O objetivo é fazer com que a revista seja um espaço voltado para os artistas de diversas áreas e esses possam expor suas artes, suas idéias e contarem suas experiências nesse imenso mundo da arte.

Nessa primeira edição falaremos

sobre a área de ilustração, com entrevistas, portfólios e matérias sobre o assunto.

Nosso portfólio concentra talen-

tos, desde iniciantes a profissionais, com estilos totalmente diferentes uns dos outros, mostrando a beleza em cada um dos traços. A idéia é mostrar ao público o quão legal é essa diversidade e incentivar

Editorial

cada vez mais as pessoas a desenharem

Capa

e mostrarem seus talentos. Queremos tra-

A arte da capa desta edição da re-

zer inspirações para que seus sonhos e

vista EspalhArte foi desenvolvida pelo es-

imaginações saiam da cabeça e vão para

túdio Colletivo.

o papel.

Elaboramos uma completa entre-

É um grande prazer apresentar

vista sobre o mundo da ilustração com

a revista EspalhArte para você! Seja

a Vanessa Queiroz e David Bergamasco,

bem-vindo e tenha uma ótima leitura. ;-)

ambos sócios do estúdio Colletivo. Eles comentam sobre experiências, mercado, inspirações e dão dicas de ilustração.

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Equipe EspalhArte


Idealizadores Rafael Skiter

Vanessa Bizari

Diretor do estúdio Twomate

Diretora do estúdio Twomate

Revisor e editor da revista Espalharte

Revisora e editora da revista Espalharte

Formado em Design Gráfico

Formada em Publicidade

Colaboradores Wendel Neves Martins

Analista de Mídias Sociais da Liga

Blogueiro

do Desporto

Colunista da revista Espalharte

Colunista da revista Espalharte

Estudante de Publicidade e

Formada em Jornalismo

Propaganda

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Concepção

Lucianna Valente


. . EspalhArte

A revista Espalharte não tem fins

lucrativos, por isso, algumas das imagens podem vir de fontes externas. Caso alguma imagem pertença à você e deseja a remoção da revista, favor entrar em contato, que prontamente retiraremos.

Mande suas críticas ou sugestões

para a Espalharte: leitorespalharte@twomate.com.br

Espalharte e você

A Espalharte é uma revista tri-

mestral que disponibiliza um espaço

Contatos: www.twomate.com.br/espalharte espalharte@twomate.com.br

para a exposição de todo o tipo de arte. Se você quer dividir o seu conhe-

Siga-nos nas redes sociais

cimento ou talento conosco, entre no

facebook.com/espalharte

site e veja as especificações para parti-

@espalharte

Nosso espaço

cipar das novas edições. Você pode colaborar enviando seu portfólio, fotografias, dicas ou matérias relacionadas ao tema central da edição.

Envie-nos um e-mail com seu ma-

terial e colabore!

Os artigos contidos nesta revista

são de assuntos variados e de teor informativo ou de entretenimento e não refletem necessariamente a opinião da revista.

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. . EspalhArte 08

Beijaço no Laerte

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Portfólio

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Homenagem

Matéria sobre o cartunista Os variados talentos de ilus- Thon Salmeron Santoniero é Laerte da Folha de SP, que tradores iniciantes e pro- artista, ilustrador, professor achou uma forma super di- físsionais, vertida de protestar.

mostrando

os universitário e o nosso ho-

seus variados estilos e a menageado dessa edição. beleza em cada traço.

Sumário

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Entrevista

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Arte sem limites

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Mãos na massa

Entrevistamos o pessoal do Matéria sobre Street Art. Veja o trabalho do artista estúdio Colletivo, que co- Artistas retratam em forma Rafael Lucena, que transmentaram sobre experiên- de ilustração, o dia a dia da forma seus desenhos em cias, mercado, inspirações sociedade com criatividade escultura. e deram dicas de ilustração.

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e bom humor.

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. . Beijaço no Laerte

Várias versões do Beijaço no Laerte

Manifeste-se sempre, mas com amor! Manifestação de Laerte já rendeu mais de 3000 ilustrações

Manifestação

Por Wendel Neves Martins

Se você curte ilustrações ou de-

quando os cartunistas da Folha protes-

senha mesmo que por diversão e,

taram contra a atuação de Marco Felici-

além disso, segue as redes sociais, pos-

ano como presidente da comissão de direi-

sivelmente já deve conhecer a página

tos humanos na Câmara. Laerte se au-

“Beijaço no Laerte”, onde várias pes-

torretratou em sua nova fase “mulher” e

soas podem publicar seu beijo no cartunis-

se ilustrou beijando os outros cartunistas.

ta Laerte Coutinho da Folha de São Pau-

Vendo isso, Evandro Alves (ilustrador da

lo.

Mad) acrescentou seu beijo e o publicou,

A idéia começou no dia 25 de abril

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esta foi a deixa para que vários cartunistas

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fizessem o mesmo.

cisa se preocupar, afinal, pensando nisso,

A página no Facebook, criada por

os criadores da página disponibilizaram

Ivan Mola e Adriano Batista, já rendeu

um aplicativo com a ajuda do programa-

mais de 3.000 ilustrações e beijos. Ivan

dor Mauker Olímpio. Instale o aplicativo e

diz que é muito fã das ilustrações do car-

ligue sua webcam para dar o seu beijaço

tunista e ainda mais dessa coragem que

no Laerte.

Laerte tem de se libertar dos conceitos impostos pela sociedade. A página que no primeiro dia fechou com 4.400 likes, tem hoje mais de 13.000 likes, e confirmam os autores que já chegaram a receber 700 imagens por dia.

Ivan contou que, com o grande

sucesso, procurou Laerte no primeiro dia já curioso para saber o que o cartunista havia achado de sua criação e por ter disponibilizado a página para qualquer ação ou protesto que ele quisesse realizar. Laerte apenas agradeceu o carinho e disse adorar toda esta mobilização.

Pra você participar é muito fácil,

basta entrar na página www.facebook.com/beijaconolaerte,

baixar

a ilustração inicial de Larte e desenhar como bem entender como seria seu beijo. Vale ilustração, montagem, beijo triplo, selinho e etc. A criatividade é de sua escolha.

Agora se você conhece e gosta da

página, mas não sabe desenhar, não pre*Essa matéria é de teor totalmente informativo e não reflete a opinião da revista.

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. . Portfólio Foi colocado ainda bebê em uma nave como a última esperança de...mentira. Nascido em abril de 89, rabiscava inconscientemente todo papel que encontrava até dar aos rabiscos a forma do que via na TV e tirinhas de jornais. Cresceu regado a Maurício de Souza, desenhos inocentes da TV Cultura, torcia pro seu signo em Cavaleiros do Zodíaco, chorou quando Mufasa morreu e também ajudou o Goku a fazer a Genki Dama. Encontrou inspiração nas animações do Estúdio Pixar e Ghibli, filmes de Tim Burton e com o tempo nos trabalhos de Neil Gaiman, Dave Mackean e Allan Moore. Se especializou em design gráfico em 2010 pelo Centro Paula Souza, trabalhou como freelancer para gráficas e estamparias, e fez identidade visual de estabelecimentos e eventos. Atualmente, cursa publicidade e propaganda pela Uninove e se inspira cada dia mais bebendo das mais variadas fontes, buscando melhorias contínuas.

Edimilson Costa

Bohemia Pirofagia: Representação de valor pessoal, Sac é um personagem próprio para projeto em eterno andamento. Pinóquio HC: Ilustração feita a mão, pintada no Photoshop. Parte de projeto em andamento, onde o clássico infantil é reescrito e adaptado para a atualidade. Ceifador: Ilustração feita a mão, tratada com texturas. Parte de infográfico de personagem para jogo.

Contato Facebook: Edirox Design ediroxdesign@gmail.com | www.ediroxdesign.com +55 (11) 9 6445 9652

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Bohemia Pirofagia

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Pinóquio HC

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Ceifador

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. . Portfólio Eddie Gomez desenha, faz música, cinema e escreve. Mas só desenhando é que consegue atingir um nível minimamente publicável. Gosta de ilustrações, quadrinhos, design, moda, música, sétima arte e filosofia de boteco. Seu trabalho não tem nada de técnica mirabolante. É a escola de ilustração. Esboçar com lápis, arte finalizar com nanquim, e pintar, no caso dessas (menos a Liberdade, que tem tinta ecoline ao fundo) no computador usando o Photoshop.

Liberdade: Desenhado a lápis, nanquim, tinta ecoline e finalizado no Photoshop Underwater Love: Desenhado a lápis, nanquim e finalizado no Photoshop House of Cards: Desenhado a lápis, nanquim e finalizado no Photoshop

Eddie Gomez

Contato Facebook: eddie.gomez Portfólio: www.flickr.com/photos/eddie_gomez/

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Liberdade

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Underwater Love

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House of Cards

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. . Portfólio Nascido em 1982 em Varginha, interior de Minas Gerais. Graduou-se em Publicidade e Propaganda em 2005 pela UNIS-MG. Em 2009 fez mestrado e atualmente cursa doutorado dentro da linha de pesquisa voltada aos processos criativos cinematográficos no curso de Multimeios no instituto de artes da UNICAMP. Reside no centro de São Paulo e trabalha como Professor nos centros universitários SENAC(Santo Amaro) e Belas Artes (Vila Mariana). Iniciou a carreira como chargista, e em meio a outras experiências e oportunidades começou a fazer curtametragem. Produziu cerca de 20 curtas independentes que foram exibidos e premiados em festivais pelo Brasil à fora, nunca deixando de lado sua produção como ilustrador, pois, a arte sempre permeou seu trabalho como profissional. Por não ter cursado uma escola de desenho ou pintura clássica, o artista se define como um experimentador de suportes, texturas, formas e sensações, pois, muitas de suas obras são frutos de sonhos traduzidos em ilustrações, roteiros, pinturas entre outras formas. Como bem se define, Kazé Carvalho é um “artista multifacetado” que ainda não encontrou o limite do suporte para traduzir todas suas percepções do mundo.

de 2013. Espada e Guerreiro: grafite, lápis de cor e nanquim sobre papel canson, formato 21X30cm, ano de 2013. Dois crânios (dark): pincel pilot sobre canson, formato 21X30cm, ano de 2012.

Contato Facebook: kaze.carvalho | Twitter: kazecarvalho | kazeartes@gmail.com +55 (11) 98518-3544 Instagram. kazecarvalho | Youtube. youtube.com/KAZECARVALHO

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Kazé Carvalho

Miracle: lápis de cor, pitt artist pen, grafite 0.5 sobre papel sulfite, formato 21X30cm, ano


Miracle

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Espada e Guerreiro

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Dois Crânios (Dark)

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. . Portfólio Gigante desde que nasci, fui o maior em tamanho, em tudo, desde a maternidade. Paulistano de 25 anos, comecei a gostar de desenhos e HQ’s a partir do dia que minha mãe me comprou uma revistinha da Turma da Mônica. Um pouco mais tarde, comecei a criar minha própria história em quadrinhos, influenciado pelo meu primo Julio, que desenha fantasticamente bem e nunca fez uma aula para isso. Por causa de trabalho, acabei me afastando do desenho por um tempo, até entrar na faculdade, onde despertei a vontade de desenhar novamente. Depois de alguns rabiscos, certo dia vi meu sobrinho de 2 anos olhando meus desenhos, então decidi que iria focar em um estilo, que é “Ilustração para público infantil”. Sim, adoro crianças e vou seguir esse caminho! Mula total em Photoshop e afins, ainda não sei usar tal ferramenta e seus derivados, mas ainda este ano, quero fazer meus tão sonhados cursos. Nunca trabalhei na área de design, nem cheguei perto disso, mas já fiz algo parecido por

Leandro GGanth

hobbie, como desenvolver o logo da empresa de um amigo. Talvez um dia escreva um livro infantil e ilustre-o, mesmo que só o meu sobrinho leia e goste! (Risos) The Milk Brothers: Feito a lápis e tratado no Photoshop. Indo para a cama: Feito a lápis e tratado no Photoshop. Cthulhu: Feito a lápis e tratado no Photoshop.

Contato Facebook: leandrogganth gganth@hotmail.com +55 (11) 9 8305-2506

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The Milk Brothers

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Indo para a cama

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Cthulhu

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. . Portfólio Sou Lucas Galano, nascido e criado na zona Leste de São Paulo, tenho 22 anos. Comecei a desenhar muito pequeno, com uns cinco anos já desenhava o que via na Tv. O desenho pra mim sempre foi um triunfo, quando queria presentear meu pai ou minha mãe , eu desenhava, e foi indo assim. Aos poucos fui aprendendo a desenhar sozinho, desenvolvendo conceito de sombra e luz e criando o meu estilo.

Preguiça: Esse desenho é até uma história meio engraçada. Quando eu era mais novo não tinha muito dinheiro para comprar presentes para as namoradinhas. Então, sempre dava um desenho de presente. Esta prática me deixou com um pouco de facilidade em desenhar mulheres. Esta é uma imagem que criei na cabeça mesmo, de uma mulher acordando depois de um cochilo, bem relaxada. Love Gun: O desenho é uma clara e merecida homenagem ao Kiss. Eu aprendi mui-

Lucas Galano

to copiando todas as capas dos álbuns clássicos e este álbum (Love gun) é o meu favorito no quesito capa. Foi daí que aprendi a desenhar melhor as formas femininas. Cão Noel: Esse desenho fiz quando vi uma propaganda de um cachorro vestido de papai noel na tv e decidi desenhar. Como na maioria dos meus desenhos, do começo ao fim usei o mesmo lápis, sempre usando os espaços negativos para dar forma ao desenho.

Contato Facebook: lucas.elias.galano lucas.elias.galano@bol.com.br

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Preguiça

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Love Gun

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Cão Noel

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. . Portfólio Tamiris Lima, 22 anos, sou técnica em Design Gráfico e atualmente curso o 3º ano de Desenho Industrial na Universidade São Judas Tadeu. Trabalho na Contém1g Makeup, atuando com design gráfico e online. Curto tratamento e composição de imagens, ilustração e animação. Projeto “Boas Práticas“ A primeira ilustração foi desenvolvida para a campanha interna “Boas Práticas” para a empresa Contém1g Make-up, que traz dicas para manter a segurança no ambiente de fabricação. Texto de Stephani Sonsino, desenvolvimento e ilustração Tamiris Lima. Técnicas e softwares: Papel, lápis e Illustrator. A segunda ilustração foi desenvolvida junto com uma série de outras, para apoiar uma campanha interna para a empresa Contém1g Make-up. A campanha em questão era de “Boas Práticas” propondo 12 passos para higienização das mãos. Texto de Stephani Sonsino, desenvolvimento e ilustração Tamiris Lima. Técnicas e softwares: Papel, lápis e Illustrator Velozes e Curiosos: Trabalho acadêmico desenvolvido para a Universidade São Ju-

Tamiris Lima

das Tadeu. Esse trabalho contou com uma equipe de 5 pessoas que foram responsáveis por desenvolver e adaptar o roteiro da história, criar personagens, seleção de quadros, pesquisar técnicas de gravura e materiais e ilustrar uma revista estilo HQ que conta com oito páginas. Fiquei com a parte de criação de personagens e ilustração com ajuda de Mauricio Melo para os cenários e Michele Cruz nos desenhos. Equipe: Tamiria Lima, Ubirajara Junior, Iara Martins, Michele Cruz e Mauricio Melo.

Contato Facebook: tamirisslima Portfólio: www.kawek.com.br/tataslima

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Boas Práticas 1

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Boas Práticas 2

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Velozes e Curiosos

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. . Portfólio Sempre me aventurei nos desenhos. Meu avô, que também desenha e muito, me incentivava a desenhar. Independente do que fosse. Comecei com paisagens, depois rostos e carros. Hoje sou designer e depois de quase dois anos sem praticar, voltei a desenhar. Esses desenhos que apresento são o que pratico agora. Algumas boas referências me ajudaram.

Retrato: Depois de alguns dias desenhando, fui modificando meus desenhos. Formas do rosto, boca, nariz e olhos, Até chegar a esse estilo.

Richard Rodrigues

Conhecendo o corpo: Estudo da estrutura do corpo. Criando o personagem. Palhaço: Uma brincadeira para ver até onde eu posso ir com meu estilo de ilustração cartoon.

Contato Portfólio: www.richardrodrigues.com.br +55 (11) 9 6256 4580

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Retrato

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Conhecendo o corpo

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Palhaço

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. . Portfólio Nasci em 25/12/1985 Itagibá - Bahia. Aos 6 me mudei pra sampa. Aos 7 anos já estava rabiscando meu manga favorito: ”Os cavaleiros do zodíaco”. Aos 14 participei e ganhei o concurso de desenho ”Segurança no trânsito é coisa de campeão” (outubro de 1999) em comemoração à semana Ayrton Senna de educação (Secretaria Municipal de educação). Um fato curioso é que sonhei com o desenho e quando terminei lembrei que já tinha o visto no sonho. No ano seguinte participei do concurso “Outros 500 do Brasil’’ (Secretaria Municipal de educação), no qual fiquei na segunda colocação. O desenho é um dom que o Criador me proporcionou e adoro desenhar (embora seja preguiçoso). Me tornei designer gráfico e aprofundei meus conhecimentos em ilustração digital ao concluir o curso de “Técnico em comunicação visual‘’ pela Etec de Vila Formosa. Pretendo fazer um curso superior na área de design, ilustração ou games, pois o mercado é concorrido e exige uma busca continua por conhecimento e algo que diferencie e destaque o nosso trabalho. Fallen: Fallen é um dos álbuns do Evanescence, Amy Lee é a musa inspiradora desta arte. Feito a mão livre escaneado e finalizado no Corel Draw X5. to de uma rede social. Uma garota com estilo, rockeira, uma geek girl. M-GT/ Marcos GT: Adoro muito carros, fórmula indy, fórmula 1 e super esportivos sempre são inspiradores. Nesse me inspirei em alguns modelos de lamborguine, ferrari, entre outros, mas especialmente o lexus dirigido pelo ator Tom Cruise no filme “Minority report’’ de onde veio a inspiração para a arte o “M-Gt”.

Contato Facebook: Marcos Fallen marquinhosk8@ig.com.br

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Marcos Fallen

Geek Girl: Um rosto desconhecido me inspirou, o qual nunca tinha visto antes. Um ros-


Fallen

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Geek Girl

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M-GT/ Marcos GT

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. . Portfólio Bom, meu nome é Thiago, mas sempre assino Thi4go nos meus e-mails e em tudo que faço. Gosto de rabiscar desde pequeno por influência dos meus pais que desenhavam na infância, fazendo eu tomar gosto pela coisa. Hoje trabalho como diretor de arte em uma agência de publicidade, e quando dá tempo faço alguns desenhos (o que eu gostaria muito que fosse o contrário). Aqui vão algumas ilustras que fiz, mas são experimentais. Dois desses trabalhos comecei a fazer enquanto eu lia Dom Quixote de La Mancha, escrito por Miguel de Cervantes. O livro especificamente que eu li, foi retirado da faculdade em que eu estudava e acredito ser uma das primeiras edições que foram feitas no Brasil. Durante a leitura, encontrei não apenas o texto, e sim ilustrações feitas por Gustave Doré, e o cara é muito bom, pois trabalhava com litogravuras, que foi uma inspiração para as ilustrações. Não se aproximam quase nada do trabalho dele, mas foi o que me motivou a fazê-las. A ilustração do canário foi feita em um dos meus moleskines e depois vetorizada, recebendo esse acabamento. Um resultado final que gostei, mas

Thiago Emidio

ainda prefiro lápis e papel.

Contato Facebook: thi4go Portfólio: www.flickr.com/t4gmind | cargocollective.com/thi4go

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Action

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Liberdade

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Hey pretty bird

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. . Portfólio Paulistano, 22 anos. Gosto de desenhos desde cedo, por influência de um primo que despertou muito interesse em poder reproduzir meus personagens favoritos de desenho animado. Em busca de conhecimento, ingressei em uma escola do estado e me formei em técnico em comunicação visual. Aplicando o que sabia, desenvolvi na fábrica onde trabalhava um projeto gráfico que melhorou a produção e reduziu o tempo gasto para produzir os produtos. Com a idéia funcionando, percebi que estava no lugar errado pois queria fazer coisas relacionadas a design. Então iniciei em uma agência mais focada em Web Design, no qual aprendi a programar e outros segmentos do design, permanecendo por 3 anos. Durante este tempo, fiz um curso de design gráfico pela escola Panamericana de Artes, e desenvolvi alguns trabalhos freelancer em paralelo. Atualmente tenho um estúdio, junto com minha irmã, chamado TwoMate, e estou voltando a treinar a parte de ilustração. Sempre quando desenho, acabo pendendo para um traço mais infantil e colorido, pois é uma coisa que gosto e, embora tenho muito a evoluir, creio que estou no caminho certo! Devaneios: O mundo da imaginação através dos livros. Desenhado a mão, finalizado

Rafael Skiter

com mesa digital e Photoshop. La mezcla: Ilustra para blog de uma professora de espanhol e russo. Feito a mão e vetorizado no illustrator. Colorizado no Photoshop. Cidade projeto Reborn: Representação de cenário para projeto de game. Montagem com fotos e finalização com ilustração no photoshop.

Contato Facebook: rafaskiter rafael@twomate.com.br | www.twomate.com.br +55 (11) 9 4884-7312

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Devaneios

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La mezcla

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Cidade projeto Reborn

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. . Homenagem

Artistas: Os Gêmeos - Brasil

Inspiração

O poder nas mãos de um professor

A revista EspalhArte traz nesta

Além de todas as outras quali-

edição, uma homenagem especial para

dades, Thon tem uma em específico que

o queridíssimo desenhista, ilustrador e

faz toda a diferença no mundo em que

professor universitário de comunicação

vivemos, que é a de ser um professor.

visual, Thon Salmeron Santoniero.

Mas aí você me questiona: “Desde quan-

Doutor em Design Digital pelo In-

do ser professor é uma qualidade?”, pois,

ternational College of Courses EUA, pós-

eu digo que sim, porque não são todos

graduado pela USP e graduado pelas Be-

os professores que tem o dom do ensino.

las Artes de São Paulo.

Uma coisa é você saber do assunto que

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se é estudado, e outra coisa é você real-

é nítido a presença da forma mais pura

mente conseguir ensinar e se preocupar

do desenho, como se o sketch fosse o

com o aprendizado, a forma que o aluno

próprio trabalho final. Caso queira ad-

está aprendendo e além disso passar in-

quirir um dos quadros, entre em contato

formações que não fazem parte somente

pelo e-mail: caffedesigner@gmail.com e

do método de ensino do assunto em si.

garanta o seu!

Nos dando lições de vida, política, ética, entre outros, e formando realmente cidadãos melhores.

Assim é o professor Thon, que por

onde passa, ensina e deixa um pouco de si e de seus pensamentos, defendendo com amor os direitos dos alunos.

Como professor nos traz conhe-

cimento sobre artes, desenho e muito mais, como ilustrador nos deixa embriagados com a beleza e inovação de seus trabalhos, tendo um estilo bem particular e totalmente diferenciado. Uma de suas produções mais recentes são os quadros da coleção “Pássaros”, que vem desenvolvendo. Na coleção, seus traços têm uma estrutura que dão movimento e vida ao desenho, passa uma emoção por utilizar uma técnica tão realista mesmo sendo apenas rabiscos, dando a impressão de que o desenho tem vida própria. Algo que de tão simples se torna um espetáculo aos olhos, totalmente expressivo. Apesar das técnicas usadas digitalmente

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. . Homenagem

Depoimentos

Um verdadeiro mestre, sempre amigo e dedicado! Me sinto muito sortuda de

ter tido o prazer de conhecer alguém assim. Apesar de ser bastante crítico, nos apoiou e ajudou em todos os momentos, tendo em vista sempre a melhora e o crescimento do aluno. Além de seu maravilhoso talento e conhecimento em artes que nos surpreende

até hoje. Aprendi muito e agradeço pelo apoio e força que sempre nos deu. Thon, você é uma referência e um grande mestre para todos nós.

Vanessa Bizari

O Thon não era apenas um professor em sala de aula, ele também se apresenta

como um amigo desde o primeiro dia. Isso nos dava confiança e a aula era mais livre. Lembro que ele ligava o som algumas vezes enquanto nós fazíamos alguns trabalhos e isso fazia com que eu me sentisse em casa. Sua forma de explicar as coisas era simples e objetiva, e ele dava o apoio que precisasse, tanto em assuntos acadêmicos quanto em

questões de vida. Um grande professor tanto em questões de arte e ilustração, quanto

Inspiração

em questões do cotidiano.

Rafael Skiter

Parece que conforme os anos passam algumas coisas ficam claras, como a

grande diferença entre os professores que nos ensinam e os mestres que são capazes de ensinar e mudar nossa direção de vida para sempre. Esse é o maior sentido que pos-

so encontrar para o Thon, sempre jovem, motivador e dinâmico como todo verdadeiro mestre, um verdadeiro amigo, um grande artista e uma pessoa extraordinária.

Fagner Elydio

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. . Entrevista

Estúdio Colletivo

Galera do estúdio Colletivo e revista Espalharte

Bate papo com estúdio Colletivo

Sentamos para uma entrevista

se conheceram na faculdade Anhembi

com a galera do estúdio Colletivo,

Morumbi e perceberam uma afinidade

que na verdade foi um delicioso bate

de gostos e vontades. Então, decidiram

papo descontraído e contamos com

se juntar e fundar o estúdio. Acharam

quatro cachorros lindos correndo e brin-

uma sala pequena e investiram R$700,00

cando ao nosso redor para participar e

para começar. Hoje são um dos maiores

alegrar nossa entrevista! Conversamos

estúdios de design do país com trabalhos

com a Vanessa Queiroz e o David

realizados para o Itaú, Pepsi, Havaianas,

Bergamasco que são sócios do estú-

MTV, entre outros... Vanessa e David co-

dio Colletivo, juntamente com Marcelo

mentam sobre experiências, mercado,

Roncatti e Fábio Couto. Os quatro

inspirações e dicas de ilustração.

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Conte-nos sobre o estúdio e sobre a parte de ilustração. Vanessa: O estúdio tem dez anos e ele começou com a parte de ilustração. Um dos sócios, o David, era ilustrador e trabalhava na Cavalera fazendo a parte de estamparia e tag. Ele ilustra desde criança e nunca parou de desenhar. Gosta de quadrinhos, de mangá, de televisão, de filme e cinema, então isso foi natural e introduzir a ilustração dentro de um dos serviços do estúdio foi natural também. Mas hoje em dia todos do estúdio ilustram também? Vanessa: Não, aqui não existe isso!

Pôster do estúdio Colletivo

Eu acho que ou você tem o dom ou não. O David tem uma teoria que se

Você acredita que cada um tem

você se esforçar você vai aprender.

um traço ou pode ter vários?

Você pode até desenvolver uma técni-

Vanessa: Eu acho que cada um tem

ca, mas fica claro que quando a pes-

um traço que gosta mais de desenvolver

soa já tem o dom, ela vai desenvol-

ou que tem mais facilidade, mas quando

ver numa velocidade muito mais rápi-

você trabalha com ilustração para comer-

da do que aquele que fica tentando.

cial, você tem que ser generalista, porque

Acho que cada pessoa tem uma habili-

senão você não consegue o trabalho.

dade. É legal fazer um curso de anatomia,

Não é toda campanha que você vai po-

pois antes de você deformar, você preci-

der fazer um tipo cartunesco, entendeu?

sa saber formar. Acho que isso faz toda

Não é assim que funciona. Ou você vai

a diferença para quem está aprendendo.

ser chamado só pra fazer aquilo...

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. . Entrevista Existe uma grande diferença entre ilustra-

Vanessa: Não é abrir o software e fi-

dor e artista plástico. Tem um ilustrador

car esperando vir a inspiração, que

que é muito amigo nosso que é o João

isso não existe. O computador é uma

Ruas. Ele faz muita capa de quadrinho e

ferramenta que as vezes pode atrapa-

tem um trabalho incrível, e ele tem um

lhar. Depois que decidiu o que vai fa-

estilo próprio exposto no mundo inteiro.

zer, você vai pensar se utiliza o Corel, o

Agora aqui no estúdio não pode ter um

Ilustrator ou o Photoshop.

estilo só.

Estúdio Colletivo

Qual a finalidade de criar posters Aonde vocês buscam inspirações

para o estúdio?

para as ilustrações?

Vimos que

David: Na verdade embutimos eles em

vocês fazem pôsteres pro estúdio

alguns propósitos... Ou é uma festa, ou

também.

para uma palestra...

Vanessa: Sempre acabamos desen-

Vanessa: Nós gostamos por dois moti-

volvendo um tipo de pôster pra alguma

vos: alguns ficam aqui pra nós e nós le-

palestra e acabamos usando uma técnica

vamos, por exemplo, na Metodista para

diferente. Até por uma questão de criati-

distribuir porque gostamos que os alunos

vidade e para explorar alguma coisa.

que assistiram a palestra tenham algu-

David: Fazemos pesquisas dependendo

ma coisa nossa quando forem embora.

do que vai ser o estilo da ilustração, Te-

E também hoje em dia estamos venden-

mos nossas influências particulares, mas

do algumas artes pela internet e a idéia

pesquisamos para cada cliente conforme

realmente é produzir coisas que achamos

a necessidade dele. Tem clientes que já

bacana.

acatam as nossas propostas, com nosso estilo mais particular e nossas influências.

Vocês ilustram direto com tablets

O colorido é legal, então o estúdio tem

ou começam na folha?

essa tendência. Gostamos muito dos

David: Na Cintiq, como o gesto é o mes-

anos 60 e 70, e eu gosto muito de cine-

mo do papel, você abre um arquivo do

ma, de música e de game. A galera aqui

photoshop e esboça como se fosse uma

do estúdio é um pouco nerd.

folha. Então, criamos muitas idéias e faze-

66 revista espalharte - 1 edição


mos versões reduzidas delas. Depois vemos qual é mais legal. O processo inicial tem que ser rápido e saber desenhar o básico é importante pra você saber expressar a idéia do que você quer. Você não precisa necessariamente ser um super ilustrador, mas saber desenhar te ajuda até a layoutar certas coisas, entendeu? É muito mais rápido. Você consegue focar mais na sua idéia e no briefing. Vocês usam música para criar alguma coisa? Há uma trilha sonora quando vocês estão desenvolvendo? David: Ah acho que cada um tem seu gosto musical bem fechado. Vanessa: É, aliás, o fone aqui é até obrigatório, porque os gostos são muito diferentes. David: Mas o pessoal troca informação de música. Todo mundo fica numa linha mais de rock, rap e música eletrônica. Vanessa: Ninguém ouve sertanejo, por exemplo, é muito difícil naquela sala de criação ter sertanejo ou pagode. Se é música brasileira, é de um cara que gravou um disco só e ninguém conhece. David: Alguns aqui tem banda também. Espalharte: É engraçado como a arte

Quadro com pôster do estúdio Colletivo

junta estes interesses. A maioria das pessoas que conversamos que é artista, toca, canta, pinta, desenha... David: Eu sou focado... o meu outro lado tem a ver com desenho também, que é história em quadrinhos. Espalharte: Videogame também é uma coisa que sempre entra... Vanessa: Um monte de marmanjo quase passando dos trinta, jogando videogame até hoje! David: Mas a gente gosta de desenvolver games. Estamos começando a desenvolver agora também.

67 revista espalharte - 1 edição


68 revista espalharte - 1 edição


69 revista espalharte - 1 edição


. . Entrevista Falando sobre projetos, como é o

dividimos o espaço junto com isso.

processo para ilustrar as artes do

Vanessa: E é muito bacana uma institu-

site do Itaú?

ição financeira abrir um espaço daquele

Vanessa: Ahh! isso é um prêmio do

tamanho pra simplesmente comunicar a

David, ele que pode dizer pra vocês!

chegada do inverno. Isso aproxima o cli-

David: Isso é interessante, porque temos

ente. Não tem cliente que veja isso com

uma liberdade de criação e ao mesmo

maus olhos! Todos acham isso lindo e

tempo precisamos focar o nosso briefing

compartilham no facebook as ilustrações.

com eles. Atualmente tem sempre um

Então criamos uma força de marca muito

feriado que vamos prestar uma homena-

maior do que o cara colocar pra vender

gem, então precisamos fazer uma coisa

um seguro saúde mulher, entendeu?

Estúdio Colletivo

humana. Por isso ilustramos, é uma coisa super humana. O nosso processo nor-

E quanto a ilustração Biocombus-

malmente é apresentar três idéias, uma

tível da GE?

sequência de influência de traço e de

Vanessa: Existe uma curadoria e nós, o

épocas diferentes, onde podemos mis-

Rui Amaral e o Mulheres Barbadas fomos

turar e tentar criar algum estilo novo ou

os primeiros a serem chamados. A partir

alguma coisa que vire particular. Tem

daí tínhamos que desenvolver uma ilus-

uma exposição legal em mídias sociais,

tração baseada nos produtos da GE que

mais do que campanhas, porque é uma

eles queriam, que era o biocombustível.

coisa que não é tão repetitiva e que tem

Tínhamos elementos pré definidos, por

um toque totalmente humano, mas no

exemplo, o trem de biocombustível que

final acabamos sendo mais diluídos den-

foi introduzido na ilustração e na questão

tro do sequencial, pois acabamos caindo

de cores também. Mas colocando na

em algumas datas especiais, porque vári-

balança, você ter um trabalho seu num

os setores do Itaú precisam usar aquela

prédio, no meio de São Paulo, é incrível.

entrada para anunciar os produtos deles.

E não podemos esquecer os créditos dos

Inicialmente eles não queriam, mas acho

dois grafiteiros que foram os caras que

que é necessário vender um produto

reproduziram a ilustração naquele pré-

também, então é complicado pra eles e

dio. Eles pintaram o prédio em 15 dias.

70 revista espalharte - 1 edição


Ilustração realizada para o Itaú pelo estúdio Colletivo

David: O legal de trabalhar com esse

cara que só faz isso. As condições as ve-

tipo de reprodução é que não ficamos

zes são precárias também. Pintamos um

contidos, então o artista gráfico pode

bar em Curitiba que tinha um andaime

ocupar o mesmo espaço que um artista

que ficava balançando. No dia seguinte

de rua, e vice e versa. Acontece essa troca

choveu e jorrou água no meio da pintura

e fazemos também, mas não tão grande,

e precisou retocar tudo.

normalmente fazemos até 17 metros. Vanessa: Pintamos a Neogama, que

Sobre os shapes que criaram para

é uma agência aqui de São Paulo.

a Agacê, vocês vão fazer mais? Vanessa: Sim! Vai ter mais uma edição

É, vimos que vocês fazem bastan-

de dois, porque deu muito certo e para

te desenhos em agências né?

nós foi muito legal porque também é uma

Vanessa: Pois é, mas pra nós é até uma

coisa que os meninos sempre gostaram

coisa complicada, porque o prazo de exe-

de fazer. Por causa de uma referência

cução é muito grande. Temos trabalhos

dos anos 80 e porque todos andaram de

aqui e é a mesma equipe e não pode-

skate quando eram mais novos.

mos deixar que o David e a equipe de ilus-

Nós pedimos para a Agacê para desen-

tração fiquem quatro dias fora do estúdio

volver os shapes, porque era um sonho

pintando uma parede. É diferente de um

nosso desenvolver ilustração pra shape.

71 revista espalharte - 1 edição


. . Entrevista

Estúdio Colletivo

Ilustrações realizadas para a GE pelo estúdio Colletivo

Então cada ilustrador, designer gráfico e

com as vendas, porque a idéia não era

digital do estúdio, desenvolveu um shape

essa. Existe isso da gente, achamos impor-

completamente diferente, com seu estilo.

tante pra você ter projetos legais. E tem

David: Inclusive cada um assinou o seu.

gente (que nem eu) que compra o shape pra deixar de decoração em casa!

E a resposta do público? Como foi? Vanessa: As pessoas olham e falam: “ah

Tem algum projeto que vocês mais

também gostaria de fazer um shape!”. E

curtiram fazer?

isso é legal! Igual vocês com o sonho de

Vanessa: O shape foi um desses. Tam-

fazer uma revista, vocês estão indo atrás!

bém teve uma palestra que nós demos

E com a gente também foi assim. Foi uma

na Argentina para 5 mil estudantes da

parceria, eles lançaram uma linha com o

América Latina que foi muito emocio-

nosso nome, e nós não ganhamos nada

nante. A capa da Zupi foi legal porque

72 revista espalharte - 1 edição


Ilustrações em shapes realizadas para a Agacê pelo estúdio Colletivo

foi um trabalho feito com massinha de

pete num mercado com pessoas que

modelar. Geralmente são os não comer-

não são especializadas. Da mesma forma

ciais.

que gostamos de pegar clientes grandes, também gostamos de clientes médios ou

Trabalhar com o que gosta é gra-

apoiar causas menores. Mas temos que

tificante não é? Embora tenha a

saber equilibrar tudo isso, olhar pro lado

parte burocrática, não são todos

satisfatório, pro lado monetário e pro lado

que conseguem trabalhar com o

pessoal.

que curtem fazer. David: Trabalhar com o que você gos-

David, quando você chega em

ta também pode ser seu inferno astral,

casa você desenha?

é complicado. Escolher a profissão de

David: Sim, desenho fora do estúdio coi-

designer não é fácil, porque você com-

sas mais voltadas pra história em quadri-

73 revista espalharte - 1 edição


. . Entrevista nho, para as minhas referências que eu

David: Levou 5 dias para criar. Somos

gosto, que é ficção científica e filmes de

uma equipe fazendo e a dificuldade é

terror. É diferente do que faço pro mer-

direcionar todos pro mesmo estilo. É im-

cado, porque você tem que se preocupar

portante ter uma pessoa liderando o pro-

em inovar, com o cliente e outros fatores,

jeto e finalizando, juntando o trabalho,

então não posso fazer algo muito artísti-

porque as pessoas acabam tendo um es-

co. Existe como isso ser feito, mas aí você

tilo delas em particular e não dá pra ficar

acaba virando um artista mais particular,

querendo homogeneizar tudo. Mas aí,

e não um estúdio.

no final alguém precisa juntar e homo-

Estúdio Colletivo

geneizar o traço, e normalmente os praQuais os projetos de ilustração re-

zos de ilustração são sempre curtos. É um

centes?

trabalho manual e trabalhoso e envolve

Vanessa: Temos o do Itaú, também te-

menos pessoas do que um trabalho fo-

mos um projeto da LG, para a DPZ que

tográfico ou de outro tipo de profissão.

era da Vivo. Ilustração fazemos todo dia!

Eu coloco em um trabalho de ilustração

David:

de

3 ou 4 pessoas para um projeto, porque

lettering para a Vivo. Esse trabalho do

colocar mais não faz o projeto fluir tão

Itaú tem muita continuidade, fazemos

bem e acaba virando o Frankenstein.

uns projetos do Itaú via agências.

Vanessa: Fizemos um trabalho assim,

Vanessa: Inclusive todo mundo achou

no começo do estúdio para o filme do

que aquele projeto 2D era 3D, você viu

NBA, e o David fez com o Grampá que é

no facebook? Nós fazemos muito isso,

um cartunista. Saíram 4 filmes.

e nós não temos ninguém que faça 3D

David: Nós fizemos um traço em conjun-

no estúdio. Quando temos um proje-

to. Quando você faz em duplas ou trios

to que envolva 3D contratamos algum

você consegue fazer cada um por partes

parceiro. Nós somos muito procurados

e depois juntar, por exemplo, eu desenho

por 2D! A África procurou o estúdio para

os personagens e o outro cuida do fundo.

Tivemos

um

trabalho

fazer o balanço anual do Itaú, que tinha características de volume que dava essa impressão de 3D.

74 revista espalharte - 1 edição


Ilustração realizada para o Itaú pelo estúdio Colletivo

Como está o mercado de ilus-

David: As vezes você não está ilustran-

tração?

do para a publicidade, você está fazendo

Vanessa: Ele é flutuante. Ele tem

um jogo ou promovendo um filme. O

fases, por exemplo, agora é a fase do

trabalho para as corporações é mais lon-

lettering. Teve a fase dos personagens, e

go e definido e você tem um contrato. É

agora acabamos de sair da fase do 3D.

diferente de fornecer um trabalho que

Então tudo depende da estética do mo-

você está concorrendo com pessoas que

mento e nós nunca paramos de trabalhar

são freelancers, é uma competição com-

com ilustração. O 2D está voltando ago-

plicada e as vezes o jogo não é muito

ra. Já chegamos a ter uma fase bem fra-

aberto com a gente, se precisam de um

ca, de ter um ou dois orçamentos em um

estúdio ou de um freelancer.

mês. Neste ponto é muito bom trabalhar-

Hoje tem bastante pessoas ilustrando do

mos nos outros segmentos do design,

que a 10 anos atrás. A internet ajudou

pois eles não param.

muito isso.

75 revista espalharte - 1 edição


. . Entrevista A ilustração vai e volta, e acaba sendo

uma cultura que precisa de muita infor-

uma coisa mais sazonal, mas que nun-

mação pra se formar, e a internet ajudou

ca morre por ser ilimitada. Desde coisas

muito a ilustração no Brasil a se reformar.

reais até coisas básicas ou geométricas.

Ela teve uns pontos fortes nos anos 70

A internet está fazendo a ilustração ter

e 80, nos anos 90 caiu bastante em ter-

um certo valor, pelo fato de uma ima-

mos de ser artística e mais promocional/

gem ser compartilhada de uma maneira

varejista, e ai ela volta a ser de novo nos

tão rápida. Além de que é mais rápido de

anos dois mil. Também há o fato de que,

ver, em relação a um vídeo. É importante

infelizmente, a ilustração acaba sendo

uma campanha se destacar, pra não ser

solução de algumas campanhas porque

mais uma paisagem no mercado, para

o cliente não tem um prazo bom ou uma

não atingir somente o público alvo. Então

verba para produzir algo mais sofisticado.

é uma coisa que está sendo mais viabili-

Quando o trabalho é assim, não é muito

zada porque o custo é bem mais baixo

legal, porque estão tentando tapar um

do que produzir um filme. E um filme

buraco, e não era muito bem o que o

pode ter muito menos share do que uma

cliente queria.

Estúdio Colletivo

imagem, se esta imagem for muito forte, que se comunique com as pessoas e que façam elas gostarem. Vanessa: Fizemos isso com um filme chamado Gonzaga – de pai pra filho. Cuidamos das redes sociais e desenvolvemos várias imagens sobre música ilustrada, como asa branca e outras músicas

“Tente ter uma

educação acadêmica de ilustração. Mas não fique preso nela.”

dele. Isso virou um viralismo absurdo por conta de ser um refrão que todos

Alguma dica para o pessoal que

conhecem e mais uma ilustração.

está começando a ilustrar?

David: Você vai se frustrar muito dese-

David: Se você está no começo mesmo,

nhando, ter muita critica, até você encon-

experimente, brinque e não fique com

trar seu estilo. Basicamente, a ilustração é

um estilo muito quadrado. Tente soltar

76 revista espalharte - 1 edição


o traço o máximo que puder. Tente ter

pensa. Acho que todos devem procu-

uma educação acadêmica de ilustração

rar o seu estilo particular e assinar o seu

porque é interessante. Mas não fique pre-

nome, mas você trabalhar numa agência

so nela.

e atender toda a demanda que tem, você

É fundamental pra trabalhar no mercado,

precisa realmente ser muito aberto, e o

tentar estabelecer um estilo variado ou

acúmulo de conhecimento te traz isso.

poder se adequar melhor a estilos dife-

Vanessa: Nunca pare de estudar e de

rentes. Saber olhar referências, mas não

pegar novos conteúdos!

apenas olhar, saber quem é e de onde veio também é importante. É importante ter suas referências particulares e não ter preconceito. Vanessa: Aproveitando o momento, gente, não mandem portfólios só de mangá! Tenham uma cabeça mais aberta, não foquem só em um estilo!

“Você precisa ter muita cultura para ser um bom ilustrador. Não é só desenhar bem.” David: Você precisa ter muita cultura para ser um bom ilustrador. Não é só desenhar bem. Às vezes o que você acha ruim, é bom pra vender um produto. Você precisa se adequar e ter a sensibilidade de saber o que o cliente

77 revista espalharte - 1 edição


. . Arte sem limites

Artistas: Os Gêmeos - Brasil

Artistas retratam o dia a dia da sociedade com criatividade e bom humor Contexto social, político, ambiental e surreal são temas das ilustrações dos grafiteiros

Expressão

Por Lucianna Valente

Arte Urbana ou Street Art é

de determinados traços desenvolvidos

uma forma de expressão que retrata ma-

pelos urbanistas ao desenharem a cidade.

nifestações artísticas em espaços públicos

Além do Grafite, uma das formas de ma-

e surgiu, inicialmente, associada aos pré-

nifestação da Arte Urbana como estátuas

urbanistas culturalistas como John Ruskin

vivas, músicos, malabaristas, palhaços e

ou William Morris e, em seguida, ao ur-

teatros também fazem parte desse movi-

banismo culturalista de Camillo Sitte e

mento. Lugares inesperados, debaixo de

Ebenezer Howard. O termo culturalista

pontes, em paredes sem acabamento

foi usado para identificar o refinamento

ou locais abandonados: não existe limite

78 revista espalharte - 1 edição


para a Street Art. Para esse movimento

The Graffiti Revolution, a street art tem a

cultural, que se desenvolve em espaços

ver com a interação do artista com os ha-

públicos, o importante é ter criatividade e

bitantes das cidades, com o público nas

coragem, afinal, algumas dessas artes são

ruas e com as massas. Já o grafite, propri-

desenvolvidas em áreas perigosas, como

amente dito, tem uma linguagem pecu-

grandes fachadas. O trabalho realizado

liar, interna, secreta. Entre os grafiteiros, é

retrata o dia a dia com bom humor. Entre

possível compreender essa expressão que

os temas, estão o contexto social, político,

serve, também, de elo entre eles. Na street

ambiental e surreal da nossa sociedade.

art vê-se imagens, enquanto no grafite,

a presença de letras é mais expressiva.

Introduzido no Brasil no final da

década de 1970, em São Paulo, o Grafite, arte produzida por um artista, conheci-

Grafite também é coisa de menina

do como grafiteiro, que pede permissão

para fazer uma “pintura” em algum lugar

porta para Crica. Assim, assina a grafitei-

e o faz, sabendo que poderá ser removi-

ra, designer e ilustradora, Cristiane

da posteriormente. Já o pichador se ma-

Monteiro de 29 anos. Aos 16 anos,

nifesta sem autorização em lugares públi-

influenciada pelo namorado que tinha

cos ou não e, de preferência, em locais

a mesma idade que ela, começou a se

de difícil acesso para dificultar a remoção,

interessar por Grafite.

com conteúdos, as vezes, ofensivos.

tras nos cadernos e me mostrava. Então,

Apesar de estar presente, prioritari-

comecei a achar aquilo interessante, e aí

amente em espaços públicos, a Arte Urba-

começamos a ver revistas. Tinha muita

na também alcançou museus e galerias.

coisa de fora do Brasil e eu me identifi-

Essa presença coloca questionamentos

cava com as letras e me impressionava o

sobre a visão marginal que a sociedade

fato de ter trabalhos nas ruas em grande

ainda tem com o Grafite. De acordo com

escala, onde todos poderiam ver. Esse

Cedar Lewisohn, curador inglês da Tate

primeiro contato foi o descobrimento ,

Modern de Londres (museu britânico de

explica Crica.

diferentemente da pichação, é uma

O resultado final é o que mais im-

“Ele desenhava le-

arte moderna) e autor do livro Street Art:

79 revista espalharte - 1 edição


. . Arte sem limites sério com pinturas direto na rua, onde ela conheceu pessoas diferentes, envolvidas também com a arte e, a partir disso, passou a pensar em projetos sociais envolvendo grafite. Em seus trabalhos, Crica, geralmente, usa spray e látex, e gosta de improvisar algumas coisas, por exemplo, detalhes com fita crepe, stancil, pincel pra detalhes e acabamento.

A paixão pelo grafite cresceu e

Crica passou a estudar muito sobre os Artista: Crica

variados estilos da arte, até desistir das

A escolha do local não é um dife-

rencial para ela. O que a preocupa é valorizar cada local em que faz suas pinturas.

“Procuro lugares onde não foram pinta-

dos e idealizo como ficaria um desenho

meu ali , avalia. Além de gostar de espaços grandes, como muros, ela também se preocupa se há infiltração, alguma

Expressão

calha onde possa escorrer água ou se a pintura anterior está descascando. O desafio de pintar começou em 1999, quando estava para terminar o ensino médio e um colega de sala, que conhecia muitos grafiteiros, chamou Crica para pintar pela primeira vez

“Me senti intimidada,

mas mesmo assim arrisquei. Desenhava

umas bruxas e assinava bruxas , conta ela. Em 2001, o trabalho foi levado a

80 revista espalharte - 1 edição


letras e se identificar com o abstrato e

cia também já aconteceu com ela.

personagens. Foi quando começou a se preocupar em definir um estilo próprio.

Inspiração

Em 2003, conheceu uma turma que

pintava perto de sua casa, no Embu das

referências não apenas do Grafite, mas

Artes, e de repente, percebeu que tinha

da observação do mundo a sua volta,

muita gente pintando e, daí por diante,

de suas raízes e culturas e do que pensa

começaram a sair sempre juntos para pin-

sobre o mundo ser tão cinza e metódi-

tar e é assim até hoje.

co.

O Grafite requer alguns cuidados,

atenção para criar são coisas que quando

não só na escolha do lugar, mas, tam-

crescemos ficam meio esquecidas no

bém, se vai haver autorização para pintar,

tempo, como o circo e o lúdico , expli-

se é alto ou baixo e precisará de escada,

ca. Esse é o tipo de influência que ela usa

se a polícia ou a vizinhança vai aparecer

para tornar os desenhos criativos, cheio

para reclamar. Já aconteceu caso de

de cores e formas, onde o alegre e o triste

o vizinho não querer o Grafite no muro

conversam ao mesmo tempo. A África,

e, de repente, fazer amizade comigo, se

através de povos diversos e uma cultu-

agradar e terminar sendo gentil , conta

ra de vestiário colorido e a fotografia e

Crica. Cachorro fazer xixi na mochila do

o comportamento das pessoas também

material, cair da escada e aparecer a polí-

são fontes de inspiração para ela.

Crica se inspira em algumas

“O

que sempre me chamou a

81 revista espalharte - 1 edição


. . Arte sem limites Separamos para vocês ilustrações de alguns dos maiores grafiteiros do mundo.

Expressão

Os Gêmeos - Brasil

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Banksy - Inglaterra

83 revista espalharte - 1 edição


. . Arte sem limites

Expressão

Aryz - Espanha

84 revista espalharte - 1 edição


Belin – Alemanha

85 revista espalharte - 1 edição


. . Mãos na massa muro. Hoje perdi minha paciência para explicar toda a idéia e o conceito do que faço, então já cheguei a largar na meta-

de ou terminar rápido para ir embora , disse.

Além de grafite, Lucena também

faz Escultura Pop. Já criou ToyArt mas queria se aprofundar em anatomia humana e então decidiu fazer esculturas. O processo começa com um simples desenho, e então ele vai aperfeiçoando e deArtista: Rafael Lucena

senhando em outros ângulos o mesmo

Do grafite à Escultura Pop Do desenho à produção de esculturas de personagens pop

Rafael Lucena começou dese-

nhando aos 14 anos, na copa de 98. Impaciente esperando os jogos, desenhava freneticamente, até que seu primo “Icaro

Elaboração

dos traços” o influenciou a começar com grafite, onde estudou formatos de letras e a história do grafite, amadurecendo a idéia e ingressando numa faculdade.

Inspira-se muito em nu feminino e

tudo o que lhe agrada no dia a dia vira inspiração. Por causa dessa inspiração, acaba tendo alguns problemas:

“Tenho

que mostrar muitos desenhos e conversar bastante para conseguir pintar um

86 revista espalharte - 1 edição


personagem. Dessa forma ele estuda a

de e difícil de ser vendido. Por isso con-

tridimensionalidade da escultura. Depois

sidera-se um artista que está e ao mesmo

do esboço do projeto, modela com mas-

tempo não está no mercado. Atualmente

sa Clay profissional, reproduz em resina e

é professor de artes e vende personagens

pinta com tinta acrílica, ao som de bas-

conhecidos de HQ e games.

tante Heavy Metal e algumas bandas mo-

dernas como Arctic Monkeys e Two Door

mece a desenhar muito e várias vezes por

Cinema Club.

dia pois o desenho é a base de tudo, de

Rafael Lucena trabalha desde sem-

tudo mesmo, até mesmo se você quer ser

pre com isto, mas essa não é sua principal

um artista contemporâneo que trabalha

fonte de renda pois o trabalho artístico é

com objetos e instalações, o desenho é

apenas um complemento por ser rebel-

tudo .

Lucena diz aos iniciantes:

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“Co-


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