DEPOIMENTOS DE EX-ALUNOS 70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Maria Helena Galli (Primeira Turma – 1945/1946) Em 1944 morávamos em Apiaí, na época uma pequena cidade sem muitos recursos do interior de São Paulo. Meu pai era Juiz de Direito lá. Éramos três irmãs, eu com 3 anos, Stella com 4 e Cecília com apenas meses de idade. Contam as lendas familiares que eu estava apresentando um quadro de muita birra, uma criança difícil, provavelmente ressentindo a vinda da caçula. O pediatra sugeriu que eu frequentasse um jardim da infância para ter outras crianças para brincar. Em Apiaí? Nem pensar. Minha mãe mais que depressa se prontificou a vir para São Paulo conosco morar na casa da Tia Maria, irmã de mamãe que tinha uma pensão em Higienópolis. Meu pai lá ficou em Apiaí. Minha outra tia, Clymene, era sócia do Clube Pinheiros e foi ela quem ficou sabendo do Jardim da Infância que ia abrir. Minha mãe e Dona Lucy logo ficaram amigas. Ela era uma linda jovem cheia de entusiasmo que ia ser a professora da escola. Minha mãe, Alayde, também jovem e muito decidida ajudou-a no que pode. Idealizaram juntas os uniformes de algodão xadrez, azul claro e branco e compraram juntas o equipamento da escola. A escola abriu. Stella, eu e meus primos Horacinho e Ana Maria fazíamos parte da primeira turma. Tudo isso ouvi de minha mãe. O que me lembro Lembro-me de mamãe, Stella e eu esperando o bonde na esquina da Angélica com Higienópolis. Dona Lucy passava no bonde e minha mãe nos entregava a ela. Descíamos do bonde e atravessávamos o que me parecia na época uma imensa floresta (provavelmente as árvores do clube). Lembro-me da piscina. Lembro-me de uma festinha. Eu vestida de baratinha. Não sei quantos anos ficamos na escolinha. Provavelmente até fins de 1946. Meu pai foi transferido para São José do Rio Pardo e nos mudamos para lá em janeiro de 47. Mamãe já tinha tido outra menina. Vera.
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Maria Amalia Nogueira de Lima (Primeira turma – 1945) Que saudades daquele tempo da Escolinha do Clube Pinheiros; lembro-me muito bem de um fato curioso, que eu achava muita graça: todos os dias, no término da escolinha, todos iam para o portão de saída, e lá também se encaminhavam as professoras, tia Lucy e tia Iná; mas, antes de sair, tia Lucy passava seu batom e penteava o cabelo, para ficar linda. Eu e mais algumas amigas ficávamos vendo, bem escondidinhas, e comentávamos que tudo aquilo era para encontrar o namorado. Ríamos muito da nossa arte e fantasiávamos mil e uma coisas com muita alegria. Interessante que aquilo passou em 1945, quando tia Lucy era jovem. E sabem de uma coisa muito linda? Há dois meses fui visita-la. ESTAMOS EM 2010 e TIA LUCY CONTINUA LINDA E VAIDOSA! Ao me receber, percebi que acabara de arrumar seus lindos cabelos com as mãos. MUITO LINDO. TOMARA QUE TODOS NÓS, SEUS QUERIDOS ALUNOS, APÓS 65 ANOS TENHAMOS O MESMO ENTUSIASMO E A MESMA ALEGRIA DE VIVER! Agradeço à querida Tia Lucy todo carinho e toda dedicação.
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Márcia Tavares de Lima (Turma de 1951) Entrei para o Jardim da Infância do Pinheiros no ano de 1951, aos três anos e nove meses. Para meus parâmetros atuais, grandinha, mas chorava, chorava, chorava... Meu pai, com seu jornal à sombra da Figueira esperava, mais de uma hora, a fera amansar. Passados três meses já havia percebido as alegrias que aquele lugar me ofereceria. Sofri um acidente ficando mais de um mês afastada, na volta o pai assumia novamente seu posto. Ah, que saudades da Figueira. Corríamos a sua volta e entravamos na passagem entre os dois troncos (era uma árvore ou duas?). Dona Ina era a professora, logo depois entrou para substituí-la a minha tia Lucia, que lá ficou um ano. Ambas eram professoras de Educação Física, logo depois veio a Dona Lucy. Ainda chamávamos professoras de Dona e não de Tia. Lembro muito dela e do seu sorriso, como era bonita aquela mulher! Meu último ano na Escolinha foi 1953 nossa formatura foi de beca branca com uma fita grossa de cetim azul. Na festa recitei um poema. Aliás, recitei bastante por lá. As lembranças permanecem vivas e agradáveis. Estávamos no rural, a escolinha, que usava o andar térreo da casa antes de maquinas (quando ainda existia o remo por ali). Chamava Escolinha. Na frente do prédio era um pasto e não um campo de futebol. Sempre nesta área tinha uma ou duas cabeças de boi. Tomávamos cuidado para não ter nada vermelho que atrairia a fúria do boi para nós “touro”. “Sempre, às vezes, nunca”, assim aprendemos a etiqueta de como usar nossos braços quando estávamos tomando o lanche à mesa. Este versinho e seus gestos me acompanharam durante toda vida como professora de educação infantil. Lembro-me das músicas: “Cachorrinho esta latindo lá no fundo do quintal/ Vem cá, vem cá meu bem / A priminha coitadinha já lhe dava um beliscão/ Há três noites que não durmo, o lá lá, pois perdi o meu galinho lá lá”.
Estas são memórias concretas, mas o importante é a energia amorosa, libertária e respeitosa que sempre as acompanharam. Os valores humanitários que sempre privilegiei em minha vida com certeza tiveram, além das raízes familiares, o modelo encontrado naquele ambiente protegido e próximo a natureza Colares que fazíamos com os cones das frutas dos Eucaliptos. É preciso lembrar os porteiros Pedrinho e o seu André, aquele mulato este de descendência alemã.
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluno – Luiz Antonio D’Arace Vergueiro (Turma de 1953)
70 Anos da Escolinha do Jardim de Infância Houve uma festa muito bonita e bem organizada no dia da minha formatura do Jardim da Infância, no ano de 1953. Os alunos colocaram uniformes de gala, consistentes em um calção branco, tipo bufante, preso por um elástico acima do joelho e, se bem me lembro, camiseta branca com o nome do Clube gravado e meias também brancas. Desde muito jovem eu tinha uma placa em ambos os joelhos, de cor esbranquiçada, resultado de uma pele extremamente seca. A mesma placa aparecia também em meus cotovelos. Com o calção bufante, as placas dos joelhos ficavam expostas. Era cedo de manhã e eu tinha muito sono, razão porque, aos meus 6 anos de idade, bocejava largamente, sem a preocupação de colocar a mão na boca. Pois o fotógrafo encarregado da cobertura da solenidade fixou-se em mim, com sua câmara fotográfica preparada e, precisamente quando eu dei um grande bocejo, fez o clique que eternizou minha boca aberta e, em destaque, meus joelhos com as placas esbranquiçadas logo abaixo do calção bufante. Mais adiante, a Professora Lucy tentando organizar a fila dos formandos. Uma foto inesquecível!
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Fernanda Modenesi Ribeiro (Turma de 1975/1976) Passei na Escolinha da tia Lucy uma época muito especial, fiz minhas primeiras amizades (algumas delas duram até hoje), tive meu primeiro contato com letras e números e principalmente, fui presenteada com o carinho de todo o corpo de professoras e funcionários da escolinha. Já se passaram 40 anos, mas eu tenho imagens em minha memória, tão cristalinas, como se tivesse sido ontem! Obrigada!
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Ana Paula Giorgi Camargo (Turma de 1978/1981) Eu adorava o recreio e a hora do lanche com os amigos. Me lembro dos copinhos azuis que me deixavam muito contente quando vinham com suco de caju dentro! Era o melhor suco de caju do mundo. Também nunca me esqueço das festas juninas e da quadrilha que tínhamos que dançar. Era uma ansiedade e curiosidade saber quem seria nosso par. Nunca fui escolhida para a noiva, mas sempre ficava contente, pois os vestidos das meninas eram sempre muito coloridos e tinham o chapéu de trancinhas longas como as das princesas, o que a noiva não tinha. No final, eu sempre ficava contente e aliviada por não ter sido a noiva. Outra lembrança que tenho é das aulas de leitura. Minha mãe foi chamada na escola, pois eu não fazia as “lições de casa” e, ao me perguntar a razão, respondi que colagem e cortar figuras eu já fazia na escola e que gostaria mesmo era de aprender a ler e escrever. As professoras da escolinha ouviram meu pedido e me passavam lições para me ajudar a atingir meu objetivo. Saí da escolinha lendo e escrevendo tudo, o que me garantiu o primeiro lugar no teste do colégio Porto Seguro! Continuei com minha vida de leitora, escritora e estudiosa e, depois do Porto Seguro, fiz USP e doutorado na UCLA (University of California Los Angeles). Hoje trabalho com pesquisa na área de conservação ambiental. Sou muito grata à Tia Lucy, Tia Regina e equipe, pois sempre me encorajaram no sonho de ler e escrever, do que dependo muito até hoje, só que agora são artigos científicos e não mais as deliciosas histórias de Monteiro Lobato! Obrigada Jardim da Infância da Tia Lucy!
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluno – Bruno Minioli (Turma de 1984/1988) Lembro com imenso carinho do meu período como aluno do Jardim de Infância Tia Lucy. Foi lá que comecei estudando e posteriormente me alfabetizei. Fiz grandes amigos. Me lembro das estrelinhas na mão que ganhava da Tia Lucy. Lembro da Tia Regina e da Tia Miriam. No meu período de alfabetização tive aulas com a Tia Sônia. Lembro que na minha época, pedimos muito que fossem colocados uma tabela de basquete e gols de futebol para brincarmos. Fomos atendidos e a Tia Lucy, deixou-me como responsável por cuidar dos gols e das cestas de basquete. Talvez minha primeira grande responsabilidade na vida. Lembro de passeios no parquinho e na piscina do clube, além de visitas ao zoológico e museu do Ipiranga. Tenho ainda lembranças da árvore que plantamos no clube e da peça musical que apresentamos no teatro do clube em nossa formatura, além dos aniversários mensais. Lembro que quando estava no úiltimo ano na escolinha, já treinava futebol no clube e podia sair direto da escolinha para meu treino no campo que começava logo após. Enfim, um período que ficará para sempre eternizado em minha memória. Hoje tenho o privilégio de ter meu filho Rafael estudando no mini maternal e espero que como eu, ele tenha ótimas lembranças dessa época, por tudo que a escolinha e o clube oferecem. Espero que meu filho seja muito feliz no Jardim de Infância Tia Lucy e que faça amigos para a vida toda como eu fiz.
70º ANIVERSÁRIO – JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY
Ex-Aluna – Regina Delduque (Turma de 1954/1957) PROFESSORAS: LILIA E DAICE Fui aluna da escolinha de 1954 a 1957, na Casa de Barcos. Naquele tempo o Clube era o quintal da minha casa. Eu morava na Rua Iguatemi e havia um portão que se abria para as quadras de tênis. Eu até pensava que minha mãe era dona do Clube! Eu brinquei muito no meu tempo de Jardim de Infância ... de roda, de pegapega, esconde-esconde; no balanço, escorregador, gangorra, areia. Cantei e dancei. Corri e pulei. Desenhei e pintei. Enfim, fiz tudo que uma criança tem direito. O tempo passou. Eu cresci, fui estudar no Caetano de Campos e depois fiz Pedagogia na USP. Vim dar aulas na escolinha quando tinha 20 anos. Fui professora do Pré, depois Coordenadora Pedagógica e hoje sou Diretora do Jardim de Infância Tia Lucy. Trabalho aqui há 45 anos! Aprendi muitas coisas com minha mãe, mas principalmente a amar e respeitar as crianças em sua individualidade. Sinto saudades dela e sinto-me feliz cada dia que entro na escola, pois sei que de longe ela abençoa meu caminho. Aprendi com ela a fazer as estrelinhas que deixam feliz o coração das crianças. Assim com a nossa querida Tia Lucy, seja eterna nossa escolinha, o JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY 01 DE JUNHO DE 2015
JARDIM DE INFÂNCIA TIA LUCY UMA VERDADEIRA HISTÓRIA DE AMOR