1º livro de poesia 2010

Page 1

Primeiro livro de poesia 2010 Primeira edição do Concurso Faça lá um Poema na Escola Secundária de São Pedro do Sul

1


Primeiro livro de poesia 2010 Primeira edição do Concurso Faça lá um Poema na Escola Secundária de São Pedro do Sul

2


Poesia são pensamentos que respiram, e palavras que queimam (Thomas Gray)

A vida, a juventude, o amor, a desilusão, as alegrias, as tristezas e um turbilhão de sentimentos, por vezes contraditórios, inspiram os corações inquietos que procuram aquietação nas palavras que lhes amenizam a existência e ser, porque sabem que vale a pena. Escrever não é um prazer, escrever é penoso, dá trabalho, causa sofrimento e, por vezes, dói. Porém, sabemos bem que quão mais árdua é a tarefa mais gratificante é a obra feita. Pela escrita, libertas a magia das palavras, pela leitura, libertas o génio do livro e podes en-

tão desejar ser livre também. Todos os poemas desta primeira coletânea foram elaborados por alunos da Escola Secundária de São Pedro do Sul, no âmbito do Concurso Faça lá um Poema , promovido pelo PNL.

A Professora Bibliotecária Maria de Lurdes dos Santos Rodrigues Meneses

3


Índice Pág.

Pára de morrer, começa a viver, Matilde Bandeira ……………………………………………………………………………………………………………… 7 CARROSSEL DE RJEV, Ekaterina Malginova ……………………………..……………………………………………………………………….. 8 Mais que tudo Mariana Ribeiro, 10ºB …………………………………………………………………………………………………... 12 Embarque ao Autêntico Tesouro desta Vitalidade Andreia Cristina Almeida Martins, 9º ano ……………………………………………………………………... 13 Alexandria renascida das cinzas, Elsa Cristina de Almeida ……………………………………………………………………………………………… 16 ADOLESCÊNCIA Isabela Queimadela ……………………………………………………………………………………………………... 20 PROCURA Inês Jesus , 7º A……………………………………………………………………………………………………………..21 ENCANTO Andrea Santos, 10º E ………………………………………………………………………………………………….. 22 INEXISTENTE Ana Patrícia Silva 11º A ………………………………………………………………………………………………. 23 Escrevo porque escrevo Ana Patrícia R. Silva, 11º A ………………………………………………………………………………………....24 Longe Catarina Ribeiro ……………………………………………………………………………………………………...….25

4


A todos os que ousam escrever

Dia Mundial da Poesia Concurso Faรงa Lรก Um Poema

5


http://warriorofchrist.spaceblog.com.br/image/1259866685.jpg/

6


Pára de morrer, começa a viver Pára. Pára de acreditar que não controlas o futuro De te desculpar no destino duro De te convencer de que não és capaz. Pára de exigir. Faz!

Pára de desperdiçar o que tens e és De admitir só más marés De pensar na vida como um caminho em contagem decrescente. Pára de esperar por um mundo condescendente.

Pára. Pára de desistir à primeira oportunidade De esperar que chova uma boa novidade De te conformar com objectivos menores Pára de te concentrar nos maus pormenores.

Pára de com pensamentos te assustar Pára de te mentir e enganar Pára de achar que tudo está determinado De te considerar condenado.

Pára de te focar no lado "esquerdo" das situações De rejeitar todos os outros corações Pára de te fechar no escuro De pensar que em ti tudo é puro. Pára. Pára de recusar o estado de contente De não aproveitar o que de ti é inerente. Pára de morrer, começa a viver! Pára e escuta o que o mundo tem para te dizer. Matilde Bandeira, 11ºA (2010)

7


CARROSSEL DE RJEV Duas terras me marcaram Duas me embalaram. No presente vivo numa Mas tenho outra mais além. Falo da mais gélida Coberta de branco E assobiada pelo frio, Da maior e mais comprida Mais asiática que europeia. De planaltos e montanhas Da planície siberiana. De estepes áridas e nevadas De muitos pântanos lagos e mares.

Da terra assolada de sangue, batalhas e destruição De nomes perdidos em escombros Nas memórias de sobreviventes.

Da pátria do príncipe Nevski lenda viva medieval Dos indomáveis Czares com encorpadas espadas Ivan “Terrível” e austero, Pedro “Grande” portentoso. Também de uma Czarina, “Grande” Catarina, antes Sofia Sofia sabedoria, amante do canto e das árias Do sorriso dos amigos, das luas cheias dos verões.

De Lenine idolatrado Da carnificina de Estaline Do símbolo inesquecível De uma foice e do martelo. Das revoluções de operários Camponeses e intelectuais Das conspirações e execuções E campos de concentração. Arquipélago de Gulag Pela voz de Soljenitsin Moedor de carne humana Exterminador implacável.

8


Agonias e lamentos muitas lágrimas muito sangue Autoridade crueldade e quanto tormento infame.

Tempos cinzentos, Invernos frios De ar seco e cortante De muitos lares vazios De muitos pinheirais sombrios.

Terra de majestáticos monumentos De assombro beleza e vaidade Festa barroca, rejúbilo de muitas Festividades, balalaicas inebriantes De repetidas garrafas de vodka, Canções de folclore Kalinka e Katiusha entre mais, Sinfonias de Tchaikovsky, Stravinsky, Rachmaninov…

Ah, terra minha, De Pushkin a alma russa do amor incondicional à pátria. De Tchekhov o contrato inabalável com a sua consciência. De Dostoievski a alma humana na fraqueza da família Karamazov. De Gorki o príncipe das histórias de párias e vagabundos. De Jivago a grande saga épica de Pasternak proscrito. Com Tolstoi a Guerra e Paz e o anseio de paz, Qual drama de Karenina, heroína inquietante, Do amor do alvorecer na sua busca existencial.

De Ana Pavlova, a sonhadora graciosidade romântica De Plisetskaya, a Ave Maya, do Lago dos Cisnes e Bela Adormecida. Oh minhas bonecas de porcelana, dançarinas em miniatura Da minha caixinha de jóias com tampa de espelhos mágicos.

Ah minha terra distante perdida nas brumas De objectos casas praças inteiras e cidades Do luar da Primavera e de riachos de montanha Em ti sorvo um rasto infantil daquele rumor musical…

De lá, menina e moça me trouxeram meus pais Para esta terra de mar e de sol ocidentais Em busca de trabalho e de grandes ideais. 9


Chegados, alongaram-se os olhares vagos e latejantes Por entre fissuras de claridade com tristeza à mistura. Quanta abnegação canseira e sujeição…

Aqui, na terra onde pouco muda E menos ainda acontece, Aqui, os idosos anseiam pelo Verão Para recordarem os rostos dos filhos que se vão Para outras terras em que o sonho não é vão…

Aqui, na parte sul deste terraço Esvoaçam flautas e clarinetes Irrompem jasmins por uma hera, Aérea abóbada de seda dourada Dos meus versos de brocado.

Aqui, minha mãe conta-me romances de Janeiro Do luar de amor que foi o primeiro Do meu pai de Kiev, do sorriso inteiro. Encantados os espíritos transbordaram De êxtase e os rostos dos amantes cintilaram… Da grandeza da paixão brotou Um fecundo amor e dele veio ao mundo Um outro amor chamado eu, Princesa Ekaterina com nome de imperatriz, Serena sereia de jardim de um Palácio de Inverno Deleitada com o rumor da sinfonia distante E bela, canto ébrio e de paixão Estremecida de emoção.

O carrossel de Rjev Anda à roda anda à roda. Em juvenis sobressaltos Irradia a melodia do rouxinol. Sentada no cavalinho branco Entrevejo na transparência Os rostos jovens de meus pais Quais estrelas cintilantes.

10


Inesperadamente o carrossel parou E o coração bateu descompassado No turbilhão de uma tormenta.

Num adeus de comoção o carrossel sorriu e gemeu E nós partimos …

Minha terra, Minha lembrança em vertigem De uma existência antiga. Minhas lágrimas e minha alegria…

Conta-me contos, ama, todos os contos São essa música e os vapores de lilases No meu rosto enlevado Sonhador e solar.

(2010) Ekaterina Malginova, 12º Ano

11


MAIS QUE TUDO

Mais que um mar, Mais que um céu, Mais que uma pessoa para amar, Mais do que alguma vez conheceu.

Porto de abrigo, meu cais de alegria, Minha felicidade diária. Mais que uma terapia, Neste meu simples viver.

Mais que um orgulho, Parte de mim. Meu enorme contentamento, Meu amor, sem fim!

Mais que um mar, Mais que um céu, Uma alma a desejar, Um brilho que nunca pereceu. Mariana Ribeiro, 10ºB

12


Embarque ao Autêntico Tesouro desta Vitalidade

Nestes compêndios das bocas do mundo, Nestas linhas imprecisas, Diferenciam-se os protagonistas. Seres genuínos, transparentes, incertos! Sabem os textos de cor, Mas, quem não os saberá? Navegaram nas memórias, Afundam-se nos gestos e nos falares Embarcarão nas expectativas Nesse barco que denominam a Vida.

Aqui, neste vento salgado que me embala, Neste meu jeito de saborear, nos sítios tão vulgares Que me transmitem emoção, recordação...

Eu possuo as fórmulas desta viagem, Por vezes ocultas, Submersas de poeiras assentes nos solos. Mudas na simplicidade, No brotar de uma túlipa de cor garrida. Contornadas por estas formas, estas páginas Pela forma dócil de brincar com as palavras. Nesta bonança me entusiasmo, De tal modo, desta maneira, neste meu grafismo Nesta desejada procura dos incertos comprimidos 13


Nos pisos molhados, Acariciados pela força tão intensa destes substantivos tão abstractos, Pelos passos pesados dos marinheiros, Desamparados, neste monólogo Quase sem palavras.

Não há ninguém desta gente, Ninguém que isto possa facilitar. Este meu viver, e o aprender. Iluminada pelas cores da tua presença Reflicto nas escolhas, Durmo suavemente sobre as memórias Aconchegada e tão envolvida nestes meus caminhos, Nestes traços do meu rosto, Sobrepostos às definições da vida.

Solitária nesta praia, Tendo como areia o consciente, Monótona, e indefinida Apaixonada pelo azul do mar Simbolizante do meu interior, inconsciente Infinito e vago.

Nesta simples complexidade Defino minha personalidade.

Este É o vento já conhecido, comum. Traz os contrastes destes sonhos, Foge repentinamente das expressões sarcásticas. Agora, aqui, Junto a este canto harmonioso das aves Tão inocentemente, Parada nestas nuvens fantasiadas, Perdida nos olhares intensos, Me encontro. 14


Porque o Aprender da Vida é ao sabor da Poesia. E a vida, essa, É algo nosso, construído por uma parte de cada um. Refugiada, Secretamente, lá no fim do olhar. Acorrentada, Docemente nos confins desses oceanos. Num pequeno cofre simbólico apenas.

Um tesouro, E tão inseparável de mim. Andreia Cristina Almeida Martins, 9º ano

15


ALEXANDRIA RENASCIDA DAS CINZAS

Um dia alguém descobriu que o mundo era incompleto: O inverno era tão frio e o verão tão incerto. Nasceste tu, Atena divina, para germinar Aquele alimento que a tantos era preciso dar… Nasceste Alexandria para fortalecer o alento Dos homens que tinham de o expressar. (Não eras nada e tão depressa foste tudo! Caminhavas descalça pelo chão e tão depressa ganhaste asas para voar!) Eis-me agora Cleópatra na minha frota naval Devorada pelas chamas Por entre alucinantes gritos de letras Da biblioteca alexandrina que por mim clamas! Paraíso divino Nas margens do Mediterrâneo O único lugar digno De criar tamanho engenho! Em ti está a virtude De tudo poder alcançar De numa simples quadra Tudo poder sonhar! (“As palavras têm a leveza do vento E a força da tempestade!”) Como uma Afrodite te criaram Com o poder de Ptah te tentaram destruir Apenas não se lembraram Que o eterno nunca deixa de existir! 16


Em ti o mundo entrou e contigo cresceu Foste abrigo de tantas formigas Obreiras do saber olhando o céu Esquecidas entre tantas intrigas! No teu ventre a Utopia nasceu! E inventaram-se histórias verdadeiras, Da terra, do mar, do fogo e do céu E de tantas formas e maneiras! (“Estamos condenados à civilização, Ou progredimos ou desaparecemos!”) As mesmas cinzas a que te reduziram Te fizeram renascer. Os mesmos ventos que as eclodiram As fizeram reaparecer! As palavras saem da alma Para um pedaço de papel ou de uma palma! Não vivem apenas de alguém que as recorda Germinam cada dia desde que o Ser as acorda! O cemitério dos livros não esquecidos Não é apenas ficção Resulta daqueles que são crescidos E não consentem a sua destruição! (“Um bom livro é um bálsamo... Uma biblioteca é o desfrutar do Paraíso por inteiro.") Não há maiores sóis do que as palavras Foi o que os “Homens de Negro” descobriram Por isso quiseram trancá-las Mas um esconderijo nunca conseguiram! Entre lendas e mitos É tanto o que fica sempre por contar Entre tantos veredictos Só quem esteve poderá afirmar. É como quando pegamos num livro: Nunca sabemos o que vamos encontrar Tal como a vida numa tribo, Nunca se sabe o que teremos de enfrentar! Devemos enfrentar aquilo que tememos 17


E não anular o perigo Porque somos demasiado pequenos Para cabermos neste abrigo. O ser humano pretende destruir Tudo o que lhe possa fazer “frente”, Mas nunca se deve dissuadir De que não se guia apenas pela mente! (“Não é a intenção que valida um acto Mas sim o seu resultado”) A arte de criar É aquela que todos quereriam ter. E a de desanimar É a que acaba sempre por vencer! A imensidade da sabedoria Ninguém pode medir Porque não há melhoria Para o mundo do mentir. Não se pode ser Afrodite sem se trabalhar Sem mostrar que se é capaz De voar mais alto e alcançar O que não consegue um vulgar rapaz. (“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido E não na vitória propriamente dita”) O dia nasce com o sol brilhante, Tantas vezes nos espera um céu azul. Saímos para a rua com um ar abrangente E regressamos com um de ignorante! As palavras são tantas e nelas não cabem Metade dos sentimentos que queremos mostrar. A biblioteca é um conjunto de portas que se abrem E a nós só nos cabe saber aproveitar! Olho para os que falam sem palavras E fico abismada: Num universo com tantas escadas Como poderia eu querer ficar parada? (" Dão-se conselhos, 18


Mas não se dá a sabedoria de os saber aproveitar") Ao longo da vida percorremos um longo corredor Com tantas estantes de um lado e do outro: Olhamos para um lado tão ameaçador E seguimos caminhando ao nosso encontro… A biblioteca da vida Não deve ser ignorada Tal como uma coisa tida Não deve ser mal encarada. Nada nos é dado sem o termos merecido, Nada nos apareceu no “longo corredor” Sem que aquela batalha tenhamos vencido Com todo o sofrimento e toda a dor! (“Quem quiser vencer na vida deve fazer como os seus sábios: Mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios”) Só lutando sempre podes sonhar um dia vencer! Só nunca esquecendo, algo pode renascer Da ressurreição das cinzas de Alexandria!

Elsa Cristina de Almeida

19


ADOLESCÊNCIA

Pensamos nós que é uma passagem no seguro, Mas o perigo é constante de minuto a segundo. Tudo em nós se transforma deformadamente Quer na aparência, quer no corpo, quer na mente. Tudo à volta se revolta, todos sempre a provocar. - É um pequeno problema, porque estás a dramatizar? Nunca ninguém o sente, apenas o nosso coração, A injustiça é tanta que me atirou ao chão. Não sei se tenho forças para me aguentar, Pintava a cara de preto para não me revelar. Mas que estranha idade! Tudo à volta é irritante… Nada mais desolador que esta vida intrigante. Está tudo denegrido, para quê continuar? Mais um passo de dança e posso escorregar. Nada à volta é permanente, nada à volta é seguro, É melhor não arriscar, pode ser um tiro no escuro. Para quê continuar, para quê sonhar? Vou parar, não vou conseguir mudar, Não vai valer de nada se tentar ignorar. Para quê viver, se morrer é sossegar? Isabela Queimadela

20


PROCURA

Para quê abrir um livro, Se o tornamos a fechar? Para quê amar, Se o amor é apenas uma invenção? Para quê falar, Se há sempre alguém que não quer ouvir? Para quê olhar, Se o olhar for em vão? Para quê corrermos, Se quem não chega primeiro não é ninguém? Para quê respirar, Para quê caminhar, Para quê acreditar, Se neste mundo cruel, não vai haver ninguém que grite o meu nome? Ninguém que seja capaz de pintar outro amanhã. Para quê dar mais um passo de dança, Se me posso enganar? Então para quê tentar? Para ser feliz! Inês Jesus , 7º A

21


ENCANTO

Como uma melodia delicada O teu toque corrói a minha pele. Deixa um rasto de fogo incansável E lava a minha alma amargurada.

Intensamente defrontando-me Com o teu olhar da luz latente Derretes o meu ser imprudente Lentamente transformando-me

No ar doce dos teus lábios Recusas os desejos ávidos Num gesto simples e terno

O teu aroma deleitoso Acaricia o meu íntimo angustioso Cega-me num sonho eterno. Andrea Santos, 10º E

22


INEXISTENTE

Decidi escrever Na esperança de te ver… No vazio de te ter, Encontro no silêncio das palavras A triste mágoa de te perder. E no vazio do meu coração Esvaziam agora lágrimas de solidão. A saudade parece resistente, Roubando o brilho à mente De quem nunca amou devidamente. E perdura a insaciável paixão… Flutuas-me levemente no pensamento, A inexistência de ti causa-me sofrimento. Contemplo-te e não te tenho… Talvez, se sentisses esta dor, Descobrisses a aflição que detenho E que impede este amor!

Fevereiro, 2010 Ana Patrícia R. Silva, 11º A

23


ESCREVO PORQUE ESCREVO

Escrevo para esquecer, Escrevo para recordar. Escrevo para esconder Aquilo que não quero lembrar! Escrevo por escrever Como quem vive por viver… Esqueço o que é “sentir” E vivo apenas para existir. Estranhamento fujo de mim E procuro-me no silêncio. Refugio-me no vazio sem fim Quando a noite cai suave. Fevereiro, 2010 Ana Patrícia R. Silva, 11º A

24


LONGE

Longe… Longe vão os sonhos… Longe os recados na mesinha de cabeceira… Longe estão as brincadeiras até de madrugada… Longe ficaram as promessas egoístas… Pedi um pequeno espaço no mundo, Pedi força para subir pelas paredes, Chegar ao topo e gritar, até me sangrar a voz… Não quis rosas vermelhas, Nem espinhos que me matassem, Somente aguardei nas escadas O suicídio do pequeno mundo Que vedava os corpos choramingas...Desejei ser anjo negro, VOAR de noite e pela noite morrer… Esconder-me nos perigos, e nos perigos sobreviver… Quis desmaiar enquanto o sol passava, Quis regressar com o silêncio… Mas querer não bastou, Não consegui ser maior… Acabei por rasgar as folhas das ilusões, Queimei as frases feitas de imagens vitoriosas, Limitei-me apenas a um sinal feroz de mim E esperei que o sentimento me libertasse, Até eu libertar o que sentia. 18 de Março de 2010 Catarina Ribeiro, 9º E 25


26


Sobre as autoras Ekaterina Malginova Ekaterina, a jovem russa que fez da língua portuguesa o espelho da sua alma e deixou brotar da sua imaginação todos os sentimentos de uma jovem sonhadora e lutadora. Determinada, perseverante, dedicada e confiante. É assim que a Ekaterina se apresenta perante os desafios. Desafios sem nacionalidade, sem tempo nem espaço, e sem dono. Publicou o seu primeiro livro de poemas Espelhos de Alma, em 2010 e ficamos à espera do segundo. O poema que publicamos é inédito e foi escrito para o Concurso Faça lá um poema, em 2010, promovido pelo PNL, e divulgado e concretizado pela Biblioteca da Escola Secundária de S. Pedro do Sul. Não tendo merecido a apreciação do júri nacional, merece a nossa. Desejamos-lhe todas as felicidades e que nos convide para a apresentação do seu próximo livro.

Elsa Cristina de Almeida, A Elsa tem 18 anos gosta de escrever Matilde Bandeira, A Matilde tem 17 anos, natural de S. Pedro do Sul, aluna dedicada,

Junho 2010 A Equipa da Biblioteca

27


28


29


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.