Cartilha - Resíduos

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RESÍDUOS

Realização:

Apoio:

vol. 1 C O L E Ç Ã O D E SUSTENTABILIDADE


Apresentação

vol. 1

COLEÇÃO DE SUSTENTABILIDADE DA ENSEADA INDÚSTRIA NAVAL

RESÍDUOS

Os programas de Educação Ambiental e Comunicação Social da Enseada Indústria Naval têm como um de seus obje vos trabalhar temas estratégicos considerados de grande relevância para a gestão dos ecossistemas e das pessoas. Como material de apoio aos dois programas, foi criada uma coleção de livros temá cos ilustrados e escritos em linguagem coloquial e acessível aos nossos integrantes, ins tuições locais de ensino, comunidades do entorno e suas lideranças sociais. Os volumes abordam, de maneira didá ca, assuntos da atualidade que estão em pauta e cuja discussão fortalece o sen do de cidadania. Resíduos sólidos, é ca, saúde integral, patrimônio cultural e meio ambiente são algumas das questões apresentadas nesta coleção, a qual pretende aprofundar a compreensão em torno de um dos temas centrais do século XXI: A sustentabilidade das relações entre as pessoas e delas com seu ambiente. Com o lançamento desta coleção, inauguramos mais um canal de comunicação com nossos leitores que esperamos seja mo vador. Ao trazer para o dia a dia temas de interesse global, nossa intenção é que eles es mulem a reflexão de homens e mulheres sobre

C O L E Ç Ã O D E SUSTENTABILIDADE

seu papel de protagonistas na construção do seu próprio desenvolvimento e o de suas comunidades. A Enseada Indústria Naval, como empresa engajada nas causas contemporâneas da sustentabilidade, tem se empenhado na conservação e na gestão eficiente e eficaz dos ecossistemas e das pessoas sob a sua responsabilidade. Por isso, acredita na atuação diferenciada de seus integrantes e das comunidades locais como agentes de transformação para a construção de uma nova consciência cole va. Guarde com carinho este primeiro volume da Coleção de Sustentabilidade da Enseada Indústria Naval. Aproprie‐se de seu conteúdo e assuma o nobre papel de tornar‐se um agente de disseminação desses valores e posturas dentro de sua família, do seu ambiente social e do seu espaço de trabalho. Contamos com você! Humberto Rangel Diretor de Relações Ins tucionais e Sustentabilidade

Caroline Azevedo Gerente de Sustentabilidade


O excesso de lixo ĂŠ um grave problema ambiental. Por que nunca nos preocupamos com esse assunto?

Por que pensamos, somente, em nos livrar do lixo?

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A toda hora a gente ouve falar alguma coisa sobre resíduos. Você sabe o que é isso? Resíduo é tudo aquilo que, aparentemente, não tem mais u lidade e vai para o lixo. Com o aumento da oferta de produtos e o incen vo ao consumo desenfreado (quantas propagandas na internet, nas revistas, na TV!), passamos a comprar cada vez mais coisas – de biscoitos a telefones celulares. O resultado disso tudo é uma quan dade cada vez maior de resíduos. Um dos maiores problemas do mundo, hoje, é encontrar formas para tratar, reciclar, reu lizar e descartar, de forma segura, toneladas e toneladas de resíduos. A questão do lixo é um dos principais desafios que temos de enfrentar para alcançar uma boa qualidade de vida. Não só para a nossa família, mas também para nossa comunidade, nosso país e nosso planeta.

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A POLUIÇÃO, AS ALTAS TEMPERATURAS, A CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DAS ÁGUAS SÃO ALGUNS DOS PROBLEMAS QUE TEMOS DE CONTROLAR URGENTEMENTE, ANTES QUE SEJA TARDE DEMAIS.

Sem cuidar do lixo, não teremos controle sobre uma série de contaminações que ele causa – no solo e na água, por exemplo. Algumas a tudes contribuem para diminuir a quan dade de resíduos gerados:  comprar somente o necessário  não jogar fora coisas que possam ser consertadas e reu lizadas  evitar desperdícios  separar materiais/embalagens (como latas, papelão e garrafas PET), que possam ser reciclados.

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Ao gerar menos lixo e ao encaminhar para a reciclagem parte dos resíduos que produzimos, estamos contribuindo para um futuro melhor para todos nós. É isso, na prá ca, que se chama SUSTENTABILIDADE: agir de forma respeitosa com o mundo em que vivemos, para que ele con nue bonito e habitável para as futuras gerações. Afinal, nossos filhos, netos e bisnetos merecem desfrutar das belezas naturais que tanto nos encantam. Preservar a qualidade de vida dos que ainda nascerão é uma tarefa cole va. Cuidar e proteger a natureza são compromissos de todos e uma questão de sobrevivência para nós, humanos.

O HOMEM CORRE RISCO DE EXTINÇÃO Quando se diz por aí que o planeta está ameaçado, imaginamos que “o mundo pode acabar”. Na verdade, a capacidade de regeneração da Terra é fantás ca. Pode demorar milhões de anos, mas, como costumam mostrar os filmes de ficção cien fica, ela um dia se recupera. Somos nós, como espécie, que corremos o risco de ex nção. O excesso de poluição, as altas temperaturas, a contaminação do solo e das águas são alguns dos problemas que temos de controlar urgentemente, antes que seja tarde demais. Cada um se esforçando em fazer o que está ao seu alcance já é um bom começo.

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Um lugar melhor para todos só depende de nós! O BRASIL MANDA PARA LIXÕES OU ATERROS COMIDA SUFICIENTE PARA ALIMENTAR 20 MILHÕES DE PESSOAS COM TRÊS REFEIÇÕES DIÁRIAS.

SUSTENTABILIDADE 07


RESÍDUOS SÓLIDOS, O QUE FAZER?

Cada brasileiro produz de 600 gramas a 1 quilo de lixo por dia – o que, mul plicado pelo número de habitantes (quase 200 milhões de pessoas), pode chegar a assustadoras 200 mil toneladas diárias. Logo não haverá mais lugar para tanto lixo. Muito poderia ser reciclado (transformado para ter outra u lidade), muito poderia ser reaproveitado (usado para outras finalidades) e outro tanto nem precisaria ter sido gerado. O excesso de lixo é um grave problema ambiental. Por que nunca nos preocupamos com esse assunto? Porque pensamos apenas em como nos livrar dele, em deixar a nossa casa limpa.

VAMOS REFLETIR:

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Bom...as pessoas que moram nas outras cidades também estão pensando como nós. Será que as outras cidades querem o nosso lixo? Onde colocariam tanto lixo, o nosso e mais o deles? E assim também vai acontecer em outros estados e outros países, pois todos já sabem que lixo mal cuidado é prejudicial e, portanto, ninguém quer esse LIXO!

VIVEMOS SOMENTE NA NOSSA CASA? NÃO! ENTÃO O LIXO DO NOSSO BAIRRO TAMBÉM AFETA NOSSA VIDA. E VIVEMOS SOMENTE NO NOSSO BAIRRO? NÃO! ENTÃO O LIXO ACUMULADO EM QUALQUER PARTE DA CIDADE PREJUDICA A NOSSA VIDA! E SE TIRARMOS O LIXO DA NOSSA CIDADE? BOM, ELE CONTINUARÁ EXISTINDO EM OUTRO LUGAR.

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PENSE NA SOMA DOS LIXOS DE TODAS AS CIDADES, TODOS OS PAÍSES. O QUE SERÁ DO PLANETA SE NÃO ENCONTRARMOS UMA BOA SOLUÇÃO? ANTES DE PENSAR NELA, VAMOS CONHECER OS TIPOS DE RESÍDUOS.

Residencial

SEPARAÇÃO DOS RESÍDUOS A forma mais simples e prá ca de administrar a montanha de lixo que geramos é separar os resíduos em duas categorias: lixo seco e lixo molhado. No seco vão todos os materiais úteis para a reciclagem: papelão, embalagens, garrafas de vidro e PET, latas, plás cos. Todo o restante – restos de comida, cascas de frutas, verduras e ovos, guardanapo de papel usado, por exemplo – é considerado lixo molhado.

Comercial Lixo Molhado

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Público

Saúde

Resíduos Secos

Essa prá ca, que facilita o trabalho das prefeituras na hora da coleta, pode ser adotada como um hábito familiar, envolvendo as crianças na dinâmica da separação dos resíduos sólidos. Elas vão se sen r úteis e terão a exata noção de como é importante exercer a cidadania. É bom saber que essa classificação ajuda a tornar nossa casa e nossa comunidade mais limpas e entender que tudo o que é resíduo sólido pode ser reaproveitado.

= =

Lixo Orgânico

Resíduos Inorgânicos

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RESPONSABILIDADE DE TODOS comprome mento e mudança de a tude. Cada pessoa é responsável por depositar o seu próprio lixo (e o de sua casa) em locais apropriados, como cestos, lixeiras e sacolas. Fazendo isso, assegura que ele seja coletado e transportado até um lugar onde não cause danos à saúde pública e ao meio ambiente.

T

odos nós somos responsáveis pelo problema do lixo: o trabalhador, o pai de família, a dona de casa, o pescador, a marisqueira, as crianças, os jovens, o comerciante e os representantes do poder público. Sua solução depende de conhecimento,

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Apesar de ser um problema de todos, as prefeituras de cada município são as responsáveis pela gestão de todo o resíduo gerado em seus territórios. Cabe a elas recolher e dar des nação correta ao lixo. No entanto, o que pode ser feito de imediato pela população, em favor da comunidade e da própria saúde, é separar o lixo adequadamente.

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O LIXO É UM PROBLEMA AMBIENTAL Por que ninguém quer o lixo? Ah, porque ele traz muitos prejuízos. O des no a ser dado ao lixo é um problema constante em quase todas as a vidades, sejam elas urbanas (na cidade) ou rurais (fora da cidade). Dependendo do lugar onde é depositado, o lixo pode causar graves prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à boa qualidade de vida.

Quando depositado em local inadequado, o lixo traz inúmeros prejuízos para a sociedade, como por exemplo:  mortalidade de animais – eles morrem

meio ambiente, ele forma um líquido escuro (chorume), malcheiroso e altamente poluente, contaminando o solo e por consequência as águas dos rios, lagos e mares. Também a água que está dentro do solo é afetada por este chorume, ficando suja e contaminada. Além disso, o acúmulo de resíduos no solo serve de alimento e abrigo para animais (vetores) como ratos, moscas, mosquitos e baratas, transmissores de doenças graves.

As pessoas, por não saberem o que fazer com tanto lixo, acabam dando a ele um des no inadequado, sujando e contaminando a água, o solo, o subsolo (camada mais profunda do solo) e até o ar.

Quando se queima o lixo, o ar é contaminado pelo odor e pela fumaça que se produz. O fogo também prejudica o solo e pode se espalhar causando incêndios.

Quando o lixo é simplesmente jogado sobre o solo, sem nenhuma medida de proteção ao

Viu que não é tão simples jogar fora o lixo?

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ao ingerir sacos plás cos e outros materiais descartados sem cuidado. Outros animais são contaminados por resíduos jogados nas margens e nas águas dos rios.  inundações – o lixo jogado nas ruas e estradas entope os bueiros e, quando chove, pode provocar inundações e erosão (desgaste do solo), devido ao desvio do caminho natural das águas.  doenças – os depósitos de lixo à céu aberto são locais de alimentação e reprodução de animais (vetores) que

transmitem graves doenças, como leptospirose (transmi da pelos ratos), cólera, disenteria, verminoses e a dengue. mau cheiro – proveniente do esgoto sem tratamento e do lixo em decomposição a céu aberto. degradação da paisagem – os montes de lixo, além do mau aspecto, são sinal de desleixo e deixam feios e sujos os lugares onde vivemos e por onde passamos. contaminação das águas – o esgoto lançado nas águas, sem tratamento, provoca a contaminação das águas e a torna imprópria para o consumo humano e para a vida dos peixes e outros animais. problemas sociais – os depósitos de lixo à céu aberto es mulam o trabalho, em condições precárias de famílias que sobrevivem como “catadores” de resíduos.

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MAIS TRABALHO PARA A NATUREZA Os resíduos sólidos, da atualidade, são bem diferentes dos de an gamente. Compare, por exemplo, a quan dade de embalagens plás cas que jogamos fora com a que nossos avós jogavam. Bem diferente, não é? A absorção pelo meio ambiente dessa enorme quan dade de resíduos, feitos de diferentes materiais, ocorre de forma lenta. Fica di cil para a natureza dar conta de decompor em pouco tempo essa enorme quan dade de lixo. A decomposição, que se dá pela ação dos fungos e bactérias e do tempo, pode levar muitos anos. O resultado disso é o acúmulo cada vez maior de resíduos descartados de maneira inadequada.

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TEMPO DE DECOMPOSIÇÃO DE ALGUNS MATERIAIS

Caixa de papelão mínimo 6 meses

Chiclete 5 anos

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Fralda descartável cerca de 450 anos

Pano 6 meses a 1 ano

Bóia de isopor cerca de 80 anos

Linha de pesca mais de 600 anos

Papel 3 a 6 meses

Madeira pintada 5 anos

Copinho de plás co Garrafa plás ca quase 100 anos mais de 100 anos

Lixo radioa vo uns 250.000 anos

Vidro 1 milhão de anos

Embalagem de leite 6 meses

Filtro de cigarro 5 anos

La nha de cerveja mais de 100 anos

Pneu ninguém sabe ao certo

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TEMOS O COMPROMISSO DE PENSAR EM SAÍDAS

PEQUENAS MUDANÇAS DE HÁBITO SÃO BEM‐VINDAS...

É preciso ter menos lixo: isso é um fato. E, para gerar menos resíduos, precisamos mudar de a tude em relação ao consumo e estar dispostos a adotar novos hábitos. Ao avaliarmos, com cuidado, o que podemos reu lizar (antes de sair comprando coisas novas), ou reciclar (transformando uma caneca lascada num porta‐lápis, por exemplo), estamos mudando de a tude em relação à geração de lixo. E essa nova consciência pode, além de contribuir para dimininuir a quan dade de lixo, nos ajudar a economizar dinheiro. Trata‐se de um exercício saudável que podemos fazer, começando por nossa casa. Produtos como plás cos, garrafas PET, embalagens de papelão, bandejas de isopor, latas de alumínio, entre outros, são descartáveis ou feitos para durar pouco. Se não forem encaminhados para a reciclagem, viram lixo. Devemos parar e refle r sobre as prá cas do nosso dia a dia. De que forma elas interferem no meio ambiente?

Vamos refle r

O que eu posso fazer para gerar menos lixo e, com isso, ajudar a preservar a vida no planeta?

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5Rs

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UM CONVITE AO CONSUMO CONSCIENTE

REPENSAR, REDUZIR, RECUSAR, REAPROVEITAR, RECICLAR. ESSAS CINCO PALAVRAS SÃO, NA VERDADE, PROPOSTAS PARA MUDAR NOSSO COMPORTAMENTO. AO EXERCITARMOS ESSES PRINCÍPIOS NO DIA A DIA, ESTAREMOS FAZENDO A NOSSA PARTE NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR.

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REPENSAR

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O primeiro dos 5 Rs nos convida a refle r

VOCÊ PRECISA MESMO DE UM CELULAR NOVO?

Repensar nossos hábitos de consumo nos torna mais conscientes na hora de ir às compras. Um bom exercício é perguntar se realmente precisamos daquilo que queremos comprar. Mesmo que seja uma simples caneta. Toda vez que compramos algo por impulso, estamos contribuindo para o esgotamento dos recursos naturais: de minérios (o ferro, por exemplo, que se transforma em aço) à água, que é um elemento essencial à fabricação de qualquer produto. Outras perguntas importantes: reaproveitamos de alguma forma o que não nos serve mais? O que fazemos com objetos que deixamos de usar? Será que estamos jogando no lixo materiais que podem ser reciclados? Repensar nossos hábitos é essencial para assumirmos novas posturas de compra, u lização e descarte de produtos.

Pare e pense: quantas vezes você gastou dinheiro à toa (e depois se arrependeu) comprando alguma oferta “imperdível”? Despertar em nós o desejo pelo que não precisamos (seja um celular supermoderno ou uma simples caneta) é a função da publicidade. Somos bombardeados diariamente por uma enxurrada de anúncios na TV, tentando nos convencer de que, ao comprar determinado carro ou xampu, ficaremos mais bonitos, magros, charmosos, engraçados e inteligentes. No supermercado, por exemplo, quem consegue resis r ao mosaico de cores, às embalagens chama vas, às ofertas tentadoras nos atraindo a cada prateleira, a cada ponto de venda? Deixar de comprar por impulso é um ó mo começo.

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REDUZIR O segundo dos 5 Rs é uma questão de consciência Reduzir quer dizer economizar, de todas as formas possíveis, consumindo ou desperdiçando menos, a fim de diminuir a produção de lixo. O desperdício de alimentos, por exemplo, é gravíssimo no Brasil. Aquela montanha de 200 mil toneladas de resíduos, que os brasileiros produzem diariamente, seria bem menor se não con vesse alimentos. Reduzir não significa abrir mão do conforto. Trata‐se de descobrir, no dia a dia, formas de subs tuir produtos ou serviços pouco eficientes, do ponto de vista ambiental, por outros, mais “sustentáveis”. Na prá ca, o que podemos fazer? Levar nossa própria sacola no mercado, em vez de trazer as compras nos sacos plás cos, que entopem as lixeiras. Ou diminuir o tempo do banho para economizar energia.

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VEJA OUTROS EXEMPLOS:  Faça uma lista do que precisa comprar e, no mercado, siga‐a à risca.  Dispense o saco plás co, se ele não for necessário.  Compre produtos de boa procedência, que costumam durar mais.  Prefira alimentos frescos e não embalados.  Controle o que está na geladeira, para não deixar estragar frutas e verduras.  Escolha produtos que venham com menos embalagem.  Evite o uso de copos e talheres de plás cos. No trabalho tenha sua própria caneca ou copo.  Só imprima documentos necessários, que não possam ser guardados ou enviados digitalmente.  Lave menos vezes o quintal e o carro. Em vez da mangueira, use vassoura e balde.  Não deixe luzes ligadas à toa.  Economize combus vel: peça e dê carona aos amigos e vá à pé aos locais próximos de casa.

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RECUSAR O terceiro dos 5 Rs nos torna mais atentos Reavaliar as nossas prá cas nos leva a recusar produtos fabricados de maneira irregular. Pode ser uma peça de roupa de uma grife da moda, denunciada por u lizar trabalho escravo. Ou um tênis feito no Paquistão explorando mão de obra infan l. Produtos que de alguma forma desrespeitam o meio ambiente também devem ser recusados. Muitas empresas jogam resíduos químicos nos rios ou poluem a atmosfera com fumaças tóxicas. E há ainda aqueles produtos, especialmente alimentos e bebidas, com componentes (como corantes ar ficiais ou gordura hidrogenada, por exemplo) prejudiciais à saúde. Trocar tomates com agrotóxicos por tomates orgânicos é outra sugestão.

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REAPROVEITAR O quarto dos 5 Rs amplia nossa percepção Antes de jogar fora algum objeto devemos perguntar: “Será que isto poderia servir para mais alguém ou virar outra coisa?”. Reaproveitar ou reu lizar significa ter esse olhar atento para as coisas. É dar uma nova finalidade a objetos que, para nós, deixaram de ser úteis. Em casa podemos começar encontrando usos alterna vos para embalagens usadas (latas podem virar vasos de plantas ou brinquedos). Ves dos ganham outro visual com bordados e fitas, um simples pedaço de madeira usada vira prateleira.

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 Crie o hábito de doar roupas, brinquedos, móveis, aparelhos domés cos, livros e outros objetos.  Aproveite garrafas, latas e outras embalagens para fazer brinquedos, porta‐trecos e outros objetos.  Reu lize sacolas plás cas.  Faça blocos de anotações com o verso do papel impresso.  Invente bonecas e bolas a par r de roupas e meias velhas.  Use potes de vidro para guardar geleias, picles e pimentas.  Separe sacolas, sacos de papel, vidros, caixas de ovos e papel de embrulho para reu lizar.  Conserve, conserte e restaure móveis, antes de descartá‐los.  Venda ou encaminhe aparelhos quebrados para o ferro velho.  Desmonte aparelhos elétricos quebrados para reu lizar peças boas.

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RECICLAR O quinto dos 5 Rs é um exercício ambiental A maioria das pessoas já ouviu falar em reciclagem e nos seus bene cios para o meio ambiente e para a economia. Mas o que é reciclar? É reaproveitar ou dar nova u lidade a uma coisa ou material que foi rejeitado. E como a reciclagem é feita? Um processo industrial transforma o resíduo descartado (plás co, papel, papelão, alumínio e vidro, por exemplo) em matéria‐prima de um novo produto. O plás co da garrafa PET pode se transformar em cerdas de vassouras ou entrar na composição de fibras que viram camisetas. Com isso, menos recursos naturais são extraídos do solo, menos recursos finitos – como água e energia – são usados. Ao diminuir o volume de lixo, a reciclagem ajuda também a reduzir a demanda por espaço nos aterros sanitários. No Brasil, apenas 2% dos resíduos descartados são reciclados. Já viu quanta caixa de papelão, quanto isopor e plás co vêm na embalagem das TVs e terminam na lixeira?

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CONSUMO CRESCENTE Somos mais de 7 bilhões de habitantes no planeta, com diferentes es los de vida e visões de mundo. Para dar conta das demandas de tanta gente, é necessário construir cada vez mais cidades, indústrias, hidrelétricas, escolas, hospitais, bancos e lojas – o que pode levar ao esgotamento dos recursos naturais. Todo chinês, brasileiro, peruano, norte‐americano precisa consumir produtos e serviços para sobreviver. O problema é que nem sempre nos contentamos em comprar coisas de primeira necessidade (como roupa e comida) ou que sejam essenciais ao pleno desenvolvimento das nossas potencialidades (como assis r a um show ou cursar uma faculdade).

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RECICLAGEM NA ENSEADA INDÚSTRIA NAVAL Embora a coleta e a des nação do lixo e dos resíduos sejam de responsabilidade das prefeituras, empresas como a Enseada Indústria Naval também têm a obrigação de gerenciar os resíduos que produzem. No estaleiro, toneladas de papelão, restos de alimentos e outros resíduos precisam ser separados, antes de seguir para a reciclagem, para aterros ou para incineração. Em geral, são incinerados os resíduos sólidos industriais chamados de “Classe 1”, porque seu manuseio inadequado pode ser prejudicial à saúde e ao meio ambiente.

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FECHADO E SEPARADO Sobras de nta, de óleos minerais, lubrificantes e produtos químicos, como ner, por exemplo, são considerados de alta periculosidade. Luvas de trabalho e estopas sujas de graxa ou de qualquer outro elemento químico tóxico ou corrosivo são resíduos de Classe 1, assim como todo o material usado nos ambulatórios. A legislação exige que esse po de resíduo tenha tratamento diferenciado. Ele deve ser armazenado, temporariamente, num recipiente fechado e devidamente iden ficado, no próprio ambiente onde é gerado, antes de ser incinerado.

JUNTOS VAMOS CONSTRUIR UM AMBIENTE DE TRABALHO MAIS SAUDÁVEL E COLABORAR PARA AUMENTAR, DENTRO DA OBRA, A PORCENTAGEM DE MATERIAL DESTINADO À RECICLAGEM.

RESÍDUOS ORGÂNICOS

RESÍDUOS NÃO RECICLÁVEIS METAL

PAPEL + PAPELÃO PLÁSTICO

VIDRO

Na Enseada Indústria Naval, a maior quan dade de resíduos gerados pertence à Classe 2 – que engloba desde restos de alimentos do refeitório até os chamados RCC (resíduos da construção civil), compostos de aparas metálicas, restos de madeira, recipientes de plás co, por exemplo. Também pertencem à Classe 2 os resíduos administra vos (embalagens descartáveis, caixas, papel, papelão, copos plás cos, cartuchos, tonner). No processo de gerenciamento desse grande volume de resíduos, o estaleiro segue três princípios: reduzir na fonte a quan dade de resíduos gerados, reaproveitar tudo o que for passível de reciclagem e des nar materiais reaproveitáveis a coopera vas instaladas no território onde opera. Para enfrentar esse desafio, a Enseada Indústria Naval conta com o comprome mento dos seus funcionários e acredita que, com programas de educação ambiental e campanhas de sensibilização, todos entenderão a importância de pra car a coleta sele va na obra. Você pode colaborar jogando, nos recipientes corretos, os diferentes pos de resíduos que produz.

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MANGUE NÃO É LIXEIRA Na área onde a Enseada Indústria Naval está instalado se concentra uma infinidade de espécies vegetais e animais de importância vital para o equilíbrio do meio ambiente. Estamos cercados por um dos ecossistemas mais ricos e, ao mesmo tempo, mais frágeis do planeta: o manguezal. É nele que muitos peixes e mariscos se reproduzem e se mantêm protegidos. O manguezal funciona como abrigo temporário (berçário) de espécies marinhas. Imagine o que significa, para esse berçário, se ver cercado de lixo, contaminado por esgoto e resíduos tóxicos? É como se o manguezal fosse um pulmão, que vai sendo asfixiado por elementos degradantes e começa a morrer sufocado. Se cada um fizer a sua parte – empresas, poder público e cidadãos – será possível preservar esse ecossistema que traz tantos bene cios ao ser humano e à natureza. Cerca de dois terços das populações de peixe do mundo se alimentam de detritos (restos de animais, de algas, por exemplo) procedentes dos manguezais. E quem vive em torno dos manguezais se alimenta das espécies que ali habitam. Além disso, a pesca é uma das grandes fontes de renda das populações tradicionais da zona costeira, onde se inclui a de Enseada do Paraguaçu. Portanto, preservar o manguezal é fundamental, inclusive, para garan r um meio de vida para nossos filhos e netos.

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AO CUIDAR DO MANGUEZAL, CUIDAMOS DA VIDA E DA NOSSA SOBREVIVÊNCIA 39


FONTES Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia TELES, Luiz Antonio Souza. LIXO: Como cuidar dele: Manual para prefeituras de cidades de pequeno e médio porte. ‐ Ilustração: Paulo Serra. 2ª edição, 2001 ‐ Salvador ‐ Secretaria de Infra‐Estrutura do Estado da Bahia ‐ SEINFRA  Odebrecht S/A  h p://educador.brasilescola.com/estrategias‐ensino/educacao‐ambiental‐os‐5‐rs.htm Acesso em 18‐08‐13.  

FICHA TÉCNICA DIRETORIA DE RELAÇÕES INSTITUCIONAIS E SUSTENTABILIDADE Humberto Rangel GERÊNCIA DE SUSTENTABILIDADE Caroline Azevedo TEXTO E EDIÇÃO Denise Ribeiro (MTB 12379) REVISÃO Isabela Bri o ILUSTRAÇÃO Belinda Neves e Marilene Sampaio PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO Luciano Roba o

FICHA TÉCNICA

A Coleção de Sustentabilidade é um projeto desenvolvido pela Enseada Industria Naval, que detém os direitos autorais de todos os volumes que a compõem. A reprodução parcial ou integral de seu conteúdo precisa ser autorizada pela Enseada Indústria Naval. 1ª Edição, 28/08/2013. Tiragem: 5.000 unidades

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