Revista Divulga Escritor

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SUMÁRIO Entrevistas Brasil

EXPEDIENTE Revista Divulga Escritor Revista Literária da Lusofonia Ano II Nº 05 Fevereiro/Março 2014 Publicação: Bimestral Editora Responsável: Shirley M. Cavalcante TRT: 2664 Projeto gráfico: EstampaPB Diagramação: Ilka Cristina N. Silva Para Anunciar: smccomunicacao@hotmail.com 55 – 83 – 9121-4094 Para ler edições anteriores acesse www.divulgaescritor.com

Os artigos de opinião são de inteira responsabilidade dos colunistas que os assinam, não expressando necessariamente o pensamento da Divulga Escritor.

Matéria exclusiva com o escritor Mário de Méroe...........................................05 Entrevista escritor Carlos José dos Santos.......................................................11 Entrevista escritora Elianete Vieira...................................................................14 Entrevista escritora Fabiana Juvêncio..............................................................18 Entrevista escritor Francisco Antônio Cavalcanti..............................................21 Entrevista escritora Janette Alvim Soares........................................................27 Entrevista escritor Jeremias Torres..................................................................32 Entrevista escritor Naicon Martins..................................................................38 Entrevista escritor Rinaldo Santori...................................................................41 Entrevista escritora Valeska Cabral..................................................................45 Entrevista escritora Neyd Montingelli..............................................................49 Entrevista escritor Marcelo Montandon Jr......................................................53 Entrevista escritor Marcin Baron.....................................................................56 Portugal Entrevista escritora Ana Antunes....................................................................59 Entrevista escritora Catarina Dinis..................................................................62 Entrevista escritora Celeste Leite....................................................................65 Entrevista escritor Helder Leal Martins..........................................................68 Entrevista escritor Luis Ferreira.......................................................................72 Colunas A Vida em Partes – Francisco Mellão Laraya....................................................10 Mercado Literário – Leo Vieira.........................................................................13 Entre Ideias&Atos – Patrícia Dantas..................................................................17 No Café com Ronaldo Magella........................................................................20 Pense Fora da Caixa – Pense Literatura............................................................25 Literatura na Prática – Alexsander Pontes........................................................30 Panorama Cultural – Ana Stoppa....................................................................40 O escritor e a Midia – Carlos Souza Yeshua....................................................47 Na Boca do Povo com Ruby Redstone...............................................................57 Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa – Isabel Simões.......................................61 Solar de Poetas – José Sepúlveda....................................................................64

Participação especial com: Pedro Gonçalves.............................................................................................37 Simone Guerra...............................................................................................44 Ademir Pascale...............................................................................................52


Quero agradecer enormemente a todos os leitores e leitoras da Revista Literária da Lusofonia – Divulga Escritor. Não está sendo fácil trabalharmos e publicarmos uma Revista 100% literária sem patrocínio e sem apoio do governo Federal, Estadual, Municipal, Empresas privadas... mas enfim, isso prova que unidos somos fortes. O que esta a cobrir os custos com a manutenção da Revista são as colaborações de cada um escritor entrevistado que faz parte desta Revista, os nomes de cada um se encontram na capa de cada Edição. Agradeço em especial a nossa diagramadora e responsável pela parte gráfica da Revista, Ilka Cristina muito obrigada, sem o seu apoio estou segura que este projeto não estaria sendo viável. Gente eu fico emocionada, sempre que vejo pronta a Revista, é cada uma mais linda que a outra, se me pedissem para escolher uma não saberia, as revistas são como filhos para mim, eu amo a todas edições por igual. Eu não tenho palavras para agradecer a cada um de vocês, porque ter vocês aqui é mais que a realização de um sonho, é a prova de que juntos somos capazes de formar uma grande família literária que eu chamo “Divulga Escritor”. Em 2014 a revista passa a ser bimestral, para termos mais tempo para trabalharmos com o projeto de elaboração da Revista. Esperamos que 2014 nos traga mais apoio literário de empresas públicas e privadas para participar do projeto Divulga Escritor, a Literatura, o projeto, precisa de apoio, precisa de cada um de vocês que fazem parte do Divulga Escritor. Contem sempre conosco, um 2014 repleto de conquistas e realizações para todos nós. Esta é a primeira edição do ano, feita com muito carinho para cada um de vocês. A Vocês desejamos uma Boa Leitura! E lembrem de compartilhar com os amigos. Com carinho. Shirley M. Cavalcante (SMC) Editora Administradora do projeto Divulga Escritor www.divulgaescritor.com

Shirley M. Cavalcante, é jornalista, radialista, editora, autora do livro: Manual Estratégico de Comunicação Empresarial/ Organizacional, administradora do projeto Divulga Escritor, assessora e consultora de Comunicação Empresarial, diretora executiva da SMC Comunicação Humana.



Matéria exclusiva com o escritor

Mário de Méroe Mário de Méroe é advogado em São Paulo, Membro Catedrático da Academia Brasileira de Ciências Sociais e Políticas, e Doutor honoris causa em Ciências Sociais. Possui trabalhos jurídico/dinásticos publicados, destacando-se os livros Tradições Nobiliárias Internacionais e sua Integração ao Direito Civil Brasileiro, Estudos de Direito Nobiliário, e A Perpetuação das Qualidades Soberanas em Dinastias ex-Reinantes. No campo histórico-eclesiástico apresentou o estudo “A Teocracia Bizantina na Itália: Estudos sobre os atributos de Soberania da Real Casa de Margiana e Arachosia, dinastia teocrática de direito histórico, em exílio”, veiculado na Itália. Por esse trabalho, recebeu reconhecimento acadêmico com o grau de Doutor em Direito Eclesiástico, bem como a atribuição da “Medaglia del Presidente della Repubblica Italiana Giorgio Napolitano”, conforme amplamente veiculado pela imprensa daquele país. Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Mário de Méroe completou sua trilogia de romances baseados em passagens bíblicas e espiritualidade, com a obra denominada O Outro. A trilogia foi composta por: O Refúgio – A saga da prostituta que cruzou o caminho de Jesus, O Estigma – Desvendando o segredo da lança que profanou o corpo de Jesus,

O Outro – Recriando a saga do homem que foi crucificado ao lado de Jesus. Embora baseados em passagens bíblicas, os romances não sugerem nem promovem doutrinamento. Os textos são redigidos de forma clara, com indicações históricas e bíblicas precisas, obedecendo uma cronologia que torna a narrativa atraente e de fácil assimilação. São ilustrados

com gravuras bico de pena dos artistas Jorge de Oliveira (Caçador-EC) e Carlos Henrique Claudino (Itapira-SP), e enriquecidos com esclarecimentos no texto e notas de rodapé. Escritor Mário de Méroe, você sempre atuou na área Jurídica; é uma referência mundial por suas obras sobre Direito Nobiliário. Atuou, também, como advogado, e analista Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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judiciário do Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Conte-nos, em que momento surgiu a ideia de escrever romances baseados em passagens bíblicas? Mário de Méroe - Como fiz constar no in memoriam do livro O Outro, meus pais e meus irmãos, todos já falecidos, sempre mantiveram uma fé inabalável em Jesus, que consideravam o Mestre Supremo. Essa convicção sincera que impregnou minha infância e juventude, fez nascer em mim um grande interesse pela história sagrada e seus personagens. Como foi feita a escolha dos 3 personagens bíblicos a serem os protagonistas de cada obra? Mário de Méroe - A escolha dos personagens não foi feita ao acaso. Procurei destacar, em cada um, seu modo de vida e como este foi substancialmente modificado pelo contato direto com Jesus, e as mensagens que essa modificação poderia perpetuar na memória do povo cristão. Os romances são fictícios, conte-nos após escolhido os personagens, o que o inspirou a escrever os romances? De forma geral, como foi criada cada narrativa? Mário de Méroe - Na apresentação de cada obra, os leitores são informados que a história de vida dos personagens é fictícia, embora os locais mencionados e as passagens que deram suporte à narrativa tenham sido colhidas na Bíblia e fontes de História. Mas não foi apenas a criatividade do autor que delineou as tramas. Há algo mais... A grande pensadora russa Madame Blavatsky, em seus estudos, pregava a existência de uma chamada verdade latente, somatória de experiências vivenciadas e memórias “arquivadas” em uma espécie de consciência universal, que poderiam ser acessadas em certos casos. O livro Arquivos Psíquicos do Egito, do mestre Hermínio C. Miranda faz menção a “arquivos invisíveis”, onde estão gravadas as vivências de fatos históricos do passado, cuja memória desafia os milênios. Sem dúvida, podem ser fontes inesgotáveis de pesquisas. Assim, um reestudo do contexto histórico da época de Cristo na terra, com a mente receptiva, mostrou que cada personagem traz, em sua história de vida, o “fio

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da meada” de onde pode ser extraída a mensagem que o imortalizou, servindo de base para a narrativa. Qual o objetivo do escritor ao escrever a trilogia de romances bíblicos? Mário de Méroe - Essa trilogia pretende incentivar a leitura de romances bíblicos, familiarizando os leitores com as passagens que foram objeto das narrativas. Pretende demonstrar, também, uma forma mais humana e racional de conviver pacificamente com as diferenças pessoais, atribuindo a Jesus uma postura igualitária, justa e superior, de resolver os conflitos humanos. A quem você indica a leitura das obras? Mário de Méroe - Esses livros são indicados para pessoas que têm um conhecimento básico da Bíblia, ou, pelo menos, das passagens mais conhecidas. Com esse conhecimento mesmo rudimentar, a pessoa pode acompanhar sem dificuldade as narrativas, que são ilustradas com muitas notas de rodapé e esclarecimentos nos próprios textos. Muito obrigada, escritor Mário de Méroe, por esta maravilhosa oportunidade que nos dá em conhecer melhor seu maravilhoso trabalho literário. Que mensagem deixa para nossos leitores? Mário de Méroe - As obras não se destinam a propagar diretrizes religiosas ou espiritualistas, nem desconstituir ou confrontar nenhum conhecimento ou rito, mas sim, transmitir uma mensagem onividente e de esperança, para o bem comum. Recomendo que leiam a apresentação de cada trabalho. Nela tracei as linhas gerais da narrativa e indicações importantes, para uma compreensão melhor da época em que ocorreram os fatos mencionados. As notas de rodapé são esclarecedoras, quando nos deparamos com alguma passagem, da Bíblia ou em livros históricos, que podem contribuir para a compreensão global do tema. Estou ansiosa para conhecer os romances bíblicos, estou segura que é uma leitura muito bem escrita, quero desvendar cada segredo apresentado em cada capitulo da obra. Boa Leitura a todos!


gregária, incentivou a participação delas em seu ministério, atribuindo-lhes tarefas importantes, para a manutenção de seu projeto.

Livro: “O Refúgio” – revela o amor de Jesus além dos preconceitos? O livro é enriquecido pelas obras de arte em bico de pena, do mestre Jorge de Oliveira, que acompanham a obra. Misturando o sacro e o profano, “O Refúgio” oferece conforto para quem acredita que Cristo foi um homem além de seu tempo e que pregava o amor de diferentes formas. Resumo Neste romance, foi adotado, como pano de fundo, o mundo pré-cristão próximo, época em que a importância da mulher era minimizada, reduzida ao trabalho braçal, aos cuidados da casa, da família e, basicamente, à procriação, sendo, ao mesmo tempo, a serva submissa ao marido, e a mantenedora do lar. Mas, a partir da era cristã, o papel da mulher não mais se limitava às tarefas domésticas; ela reergueu-se e passou a participar, ativamente, dos acontecimentos sociais. A postura igualitária de Jesus resgatou a dignidade da mulher. Derrubando as barreiras e os preconceitos da ancestral ordem

A saga de Ester Ambientada nessa conjuntura, desenrolou-se a saga ficcionada de Esther, a prostituta de Betúlia, que comercializava sexo, próprio e de terceiros, na cidade de Naim, e as diversas etapas de sua vida, até que o acaso a fez encontrar o primeiro homem que não a olhou como objeto de uso; a inclinação sexual de seu irmão Lúcio, que se apaixonou pelo pescador Tércio; o drama da princesa núbia e seu ódio aos egípcios; a afeição de Esther pelo mercador sírio. O leitor encontrará, também, um amargurado Pôncio Pilatos e o salteador Barrabás, participantes do drama de Jesus. Completa a narrativa-base, o perdão bíblico, que redimiu a personagem central do peso da culpa. Finaliza a obra, uma conjectural e ousada bênção de Jesus aos jovens Lúcio e Tércio, os amigos leais que manifestaram solidariedade, em sua noite de maior angústia. O enredo e os participantes são fictícios, bem como o roteiro de vida que se idealizou para a personagem de destaque, a talentosa Esther, a prostituta que cruzou, de maneira fortuita, a princípio; propositadamente depois, o caminho de Jesus, na terra. A personagem, sem nome na narrativa bíblica, desaparece dos textos conhecidos, após o famoso perdão, concedido a ela por Jesus, na casa do irônico Simeão (ou Simão), o fariseu, conforme a narrativa de Lucas, 7. Vamos agora encontrá-la, e conhecer sua história! Comercialização do livro: http://loja.livrariadapaco.com.br/ literatura/ooutro.html Fones (11) 4521.6315 – (11) 2449.0740

O Estigma: Desvendando o segredo da lança que profanou o corpo de Jesus Resumo Os homens semeiam na terra o que colherão na vida espiritual: os frutos da sua coragem ou da sua fraqueza. (Allan Kardec) Neste trabalho de ficção, é recriado o episódio da crucificação de Jesus e a saga do legionário Maximus, que O teria golpeado com sua lança e validado, embora sem ter esse propósito, o cumprimento das antigas profecias, especialmente o vaticínio sobre o Messias. Aquele ato do soldado romano, em singular ambientalização e sob visão espiritualista, teria provocado intensos desdobramentos espirituais, que se manifestariam nos ciclos de vida posteriores. Aqui encontramos um jovem casal na plenitude de sua vivência apaixonada, mas o amor não os imunizava dos efeitos de forças invisíveis, emanadas de situações não resolvidas em Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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ciclos de vida anteriores, e que seriam debeladas mediante a aplicação da Terapia de Vidas Passadas, considerada, neste caso, como recurso terapêutico desvinculado de quaisquer ritualismos ou conotações religiosas. Participam da trama o advogado Marcos, a médica Regina, o médium e parapsicólogo Marsilac e o psiquiatra Ivan Della Rocca. Esses profissionais se embrenharam em um contexto transcendente ao cotidiano, para pesquisar as origens do estranho sofrimento físico do advogado, e esclarecer o agressivo procedimento de algumas pessoas com quem ele tivera contato. Então surge, de maneira aparentemente casual, um misterioso garoto, de 10 ou 12 anos, vestido com um manto puído, inconsútil, com ferimentos na testa, nas mãos, nos pés e no flanco direito do corpo, que se torna a chave para desvendar o impenetrável mistério que cerca os personagens. Oculto entre os modernos monumentos de Jerusalém, Marcos localizou, com a ajuda do menino, o antigo monte Gólgota, de triste lembrança, no bojo do qual jazia, entranhada, a origem de seu sofrimento. Nesse local desolador, ele iniciou uma viagem mística, adentrando os domínios do chamado “mundo paralelo”, e encontrou, no espólio dessa tétrica herança, o caminho para a anulação do estigma que maculava sua existência, e a possibilidade de reencontro da felicidade ameaçada. No capítulo assinado “A mensagem no túmulo vazio”, é descrita uma conjectural mensagem, sob a forma de um lenço dobrado, que Jesus teria deixado em seu sepulcro, para reafirmar sua volta. Essa versão se harmoniza com o texto bíblico, onde consta que o lenço encontrado ao lado do pano de linho que cobriu o corpo de Jesus encontrava-se dobrado, reforçando 8

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assim a hipótese de que se tratava de uma mensagem nos moldes da época, ou um indicativo da promessa de Sua ressurreição. Incidentalmente, alguns personagens do romance “O Refúgio”, de lavra do autor, também visitam esta narrativa. Por se tratar de criação imaginária, alguns episódios podem exigir maior atenção dos leitores para a correta compreensão de sua mensagem, que flui livre de quaisquer amarras, direcionamentos ou intransigências de origem sectária. Boa leitura! Comercialização do livro: http://loja.livrariadapaco.com.br/literatura/ooutro.html Fones (11) 4521.6315 – (11) 2449.0740

O Outro: “Esse homem foi crucificado no monte Gólgota, ao lado de Jesus. Mas, quem era ele?” Resumo: O último livro desta trilogia, denominado O Outro, recria a saga do salteador que foi crucificado à esquerda de Jesus. Ele é passou à História como o

“mau ladrão”, de quem ninguém fala! A trama é uma junção da ficção com a espiritualidade, tendo por base a passagem bíblica a respeito desse personagem. O chamado “mau ladrão” nunca recebeu nenhuma consideração, quer de estudiosos ou teólogos, sobre esse valioso atributo, instituído por Deus, de ser uma pessoa humana, “feita à sua imagem e semelhança”. Foi estigmatizado como “o mau ladrão”, e nada mais foi levado em conta, uma vez que, para contrabalançar as consciências, de outro lado já havia um “bom ladrão”, o que contamina a credibilidade da narrativa pelo indisfarçável protótipo de maniqueísmo. Entretanto, mesmo desconhecido, vilipendiado e esquecido, esse salteador teve sua história de vida como todos os seres humanos, embora tenham sido registrados apenas os momentos finais de sua triste existência, ainda assim, não por méritos, mas unicamente pelas circunstâncias de sua morte! Nesta narrativa, procuramos vivificar o texto inserindo passagens da vida de outros personagens históricos contemporâneos à saga de Jesus, alguns nascidos do imaginário popular, reforçando, porém, o perfil básico do chamado “mau ladrão”, que somente constou na história bíblica pelo prestígio de seu ilustre acompanhante, no infamante martírio. Aqui, ele é apresentado pelo nome histórico mais comum, Gestas, em harmonia com inúmeros textos e tradições. Sua origem, história de vida e acontecimentos em sua conturbada carreira terrena, bem como o diálogo sobre seu destino pós-morte, são fictícios. Bem... mas quem poderá afirmar que não foi assim que ocorreu? Comercialização do livro: http://loja.livrariadapaco.com.br/literatura/ooutro.html Fones (11) 4521.6315 – (11) 2449.0740



Por Francisco Mellão Laraya Francisco Mellão Laraya é advogado, músico e escritor larayaescritor@hotmail.com

COLUNA: A Vida em Partes

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utro dia, vi uma menina meditando na rua, protestando contra algo! Havia no seu semblante um misto de paz e alegria, e ela na sua forma pacífica insistia em ficar ali, sentada, com as pernas cruzadas, em atitude contemplativa, com um cartaz ao lado, onde explicava sua luta, sem se importar com o falatório que surgia de seu ato. Estava calma, tranqüila e serena, trazia em si a certeza de que estava fazendo o correto em sua atitude contemplativa. Não pedia nada, não falava nada, apenas o texto ao lado dizia a razão de estar ali daquela forma. Assim é minha obra, apenas existe, o que explica ou fala é para apenas ser pensado. Não quero criar revoluções, criar correntes de pensamentos filosóficos, nem tampouco literários, apenas exprimir o que penso ou sinto, em uma atitude que me gera paz e satisfação.

Quem estava comigo naquele dia, me disse: mas que mulher louca! Mal sabe ela o quanto esta me atraiu e me identifiquei com sua atitude. Os loucos, os apaixonados e os poetas são feitos só de criatividade, o viver intensamente a vida, sem importar por eiras nem beiras, o olhar franco nos olhos exprime a emoção que vive-se constantemente, que aquela dor que se traz, no fundo da alma, permite brotar a emoção incontida, vivendo de forma livre, solta, brincando com as ideias, jogando sonhos e palavras ao ar, sorrindo quando não há nada para sorrir, guardando no mutismo a alegria existencial de viver, a graça de fluir no ritmo de expirar e inspirar, a essência da emoção... Daí brota, dando a imaginação, asas que fogem a razão, e, no entanto de tão coerente que deixa perplexo a todos os que vêem.


Entrevista escritor Carlos José dos Santos Escritor Carlos José dos Santos, nascido em São José dos Campos, no dia 15 de novembro, escreve desde os 10 anos de idade. É Professor com Formação em Letras e Habilitação em Português e Espanhol; Especialista em Literatura Infantojuvenil e Arteterapia; Diretor Teatral e Roteirista. Livros publicados: Virtual - A fantástica mala da tia Generalda e Impressos - Poemas Adolescentes e Poemas Maduros em 2009; Fases em 2010; Pérolas em 2011; Jogadas Bemassombradas em 2012 , O dia em que tentaram virar os pés do Curupira Os Palermas em 2013. “E no intuito de valorizar a Literatura Nacional, bate-papos com autores, aproximando deles os leitores. Isso pode ser realizado em escolas, bibliotecas e livrarias.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Carlos, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela comédia Romântica? Carlos José - Querida Shirley, queridos leitores, o que me motivou a gostar de comédia romântica foi perceber entre as pessoas com as quais convivo, uma preferência por histórias de amor, de humor e das duas coisas juntas. Sendo estas pessoas meus potenciais leitores, já que estão no meu entorno, decidi por me enveredar por esses estilos. Acabei gostando da experiência e descobrindo uma veia cômica em mim, que não imaginava ter. Como foi a escrita de seu livro “Os Palermas”? Conte-nos um pouco sobre esta obra. Carlos José - Foi uma obra que levou quatro anos para ser escrita. Eu precisava cativar os meus estudantes

adolescentes para a leitura, pois eles estavam muito resistentes a essa atividade. No início, levei crônicas de humor de autores como Luis Fernando Veríssimo e Stanislaw Ponte Preta, além de contos populares de Ricardo Azevedo para as aulas. Percebi que o que seduziu a garotada nas crônicas e contos lidos, foi o humor contido. Quando esgotou o material que eu tinha em mãos, pensei logo em escrever uma série de histórias que tivesse romantismo, mas com aquela pitada de humor, para serem utilizadas nas aulas. A primeira história arrancou tanto riso das turmas, que elas acabaram exigindo mais. Foi nesse momento que pensei em criar um folhetim, cujos capítulos pudessem ser lidos de forma sequenciada. Surgiu a obra OS PALERMAS, com o título genérico de “Humor à primeira vista”, num total de 30 capítulos, sendo 15 na primeira temporada, e outros 15 na segunda. No momento da edição, optei por distribuir os capítulos em dois livros, sendo o primeiro “Amor ou Humor? Só sei que foi à primeira vista”. O que diferencia o seu livro “Poemas Adolescentes” de “Poemas Maduros”? Carlos José - Poemas Adolescentes é um livro que conta minha origem como poeta. Nele apresento os poemas que escrevi dos 12 aos 18 anos e por isso o chamo também de “Gênesis do Poeta”. É um livro integralmente romântico, cheio de poemas apaixonados. Poemas Maduros, como o título diz, escrevi na fase da maturidade. Ali os poemas já não são tão Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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apaixonados, mas reflexivos e filosóficos, de versos livres e mais curtos. Que temas você aborda em sua obra “Fases, Pérolas, Histórias da Lua-Cheia”? Carlos José - Fases é uma versão compilada dos Poemas Adolescentes e Poemas Maduros. Achei mais viável do ponto de vista da comercialização, unir dois livros em um só. Pérolas é uma revolução no meu modo de fazer poesia. O título faz alusão a frases, pensamentos e ditados populares parodiados. É um livro que começa com poemas de humor, tem um meio recheado por textos de grande profundidade e sentimento de perda e um desfecho lúdico, como poemas de sonoridade e ritmos variados. Histórias da Lua-cheia é uma série para crianças e adolescentes, que apresenta histórias inéditas com os mitos do Folclore Brasileiro. O título de estreia é Jogadas bem-assombradas, seguido por O dia em que tentaram virar os pés do Curupira. Onde podemos comprar os seus livros? Carlos José - Informações sobre como comprar pelo email: carlossantosprof@hotmail.com ou www.facebook.com/carlossantosprof Quais os seus principais objetivos como escritor? Pensas em publicar um novo livro? Carlos José - Primeiro objetivo, dialogar com o leitor, levando a ele sentimento, conhecimento, alegria e diversão. Segundo, sentir-me bem, tirando de mim aquilo que não mais me cabe e precisa ser compartilhado. Tenho vários livros na fila para serem publicados, mas os três mais próximos posso adiantar: o Livro Dois da Série OS PALERMAS, intilulado “Cada 12

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panela tem sua tampa”, para jovens e adultos; e mais dois livros da Série HISTÓRIAS DA LUA-CHEIA, “Apaixonados ou Assombrados?” e “O aniversário da Mula-sem-cabeça” , para crianças e adolescentes. Escritor Carlos, de que forma você divulga o seu trabalho? Carlos José - Divulgo pela internet nos meus sites pessoais: www.novelaparaler.blogspot.com www.dramatura.com www.garciaedizioni.com.br e em breve, pela Amazon.com Quais os principais objetivos de seu projeto Humor à primeira vista? Quem pode participar? Carlos José - Trata-se de uma turnê por escolas públicas e particulares, com o objetivo de levar humor para as escolas, através de propostas de jogos de improviso, encenações e leituras a partir da obra OS PALERMAS, e de crônicas de humor de autores consagrados. O projeto tem três formatos: Bate-papo com estudantes pelo prazo de 1 hora; Workshop com duração de até 2h30’ e Oficina de produção de textos com até 10 horas. Podem participar professores, estudantes e demais interessados. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Carlos José - O mercado literário necessita de mais eventos como feiras, circuitos e bienais. E no intuito de valorizar a Literatura Nacional, bate-papos com autores, aproximando deles os leitores. Isso pode ser realizado em escolas, bibliotecas e livrarias. É necessário também incentivar os leitores antenados com a tecnologia, os quais não apreciam livros impressos, a buscarem alternativas de leituras a partir de sites na internet,

fomentando hábitos de leitura de ebooks. Mas o que é mais importante em termos de incentivo de leitura é a queda nos preços dos livros. Nenhum governo pensou ainda em redução de IPI para produção de livros, com repasse para a comercialização. Fica a ideia. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Carlos José dos Santos, que mensagem você deixa para nossos leitores? Carlos José - Elaborei uma frase e a adesivei no meu carro há um ano. Ela resume tudo o que eu penso sobre os livros e sobre a leitura. Gostaria dedicá-la a todos os leitores: “Livros são asas. Leia e voe!” São José dos Campos, dezembro de 2013

Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor


Por Leo Vieira Leo Vieira é escritor acadêmico em várias Academias e Associações Literárias; ator; professor; Comendador; Capelão e Doutor em Teologia e Literatura. leovieirasilva@gmail.com

COLUNA: Mercado Literário

MARKETING

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ofício do escritor é uma missão. Algo que você pratica durante a vida toda. Você não brinca de escrever e nem mesmo deve passar essa impressão. Uma coisa muito incômoda é quando você diz que é escritor e o outro dá um sorrisinho e pergunta: “Ah ta; mas você trabalha com o quê”? Infelizmente isso acontece. O escritor vive escrevendo, mas nem tudo se resume a apenas livros. Você escreve artigos, atualiza blogs, colabora em colunas, responde a e-mails, participa com comentários, entre outras coisas. Tudo isso de certa forma, contribui para uma biografia, mesmo que informalmente. O escritor deve viver e praticar o marketing. Isso acontece porque também um escritor é descoberto e reconhecido através de sua obra cultural literária. Vai chegar o momento em que alguém importante e formador de opinião reconhecerá e ficará admirado com o seu trabalho; e o que acontecerá? Ele pesquisará tudo o que você já escreveu, seja na linha virtual como na editorial. Nessa questão, nun-

ca a carreira virtual foi tão importante para a propagação e ascensão do autor. Isso também é muito importante na hora de postar algo polêmico. Seja gentil e não tente oprimir opiniões alheias e controversas. Vivemos em um país democrático que também defende a liberdade de expressão. Todos têm o seu direito de opinar sobre algo, mas também deve-se saber que certas ideologias podem soar como um tanto opressoras e preconceituosas. Seja ético e saiba respeitar. Cuidado para não ser polêmico virtualmente. Outra alternativa virtual importante é contratar uma assessoria jornalística. Existem esses serviços até mesmo de forma accessível. Há contratos e pacotes, inclusive. O autor escolhe o tipo de trabalho publicitário, que inclui alguns exemplares de livros. O jornalista e/ou publicitário irá selecionar os colunistas e blogueiros e cobrar as resenhas e divulgações. Em breve, sua obra ou projeto literário estará devidamente e consideravelmente reconhecido.

Revista Divulgar Escritor • novembro 2013

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Entrevista escritora Elianete Vieira minha vida escrever um livro, um romance ou tema técnico, mas não havia encontrado o tema, algo que me motivasse a escrita. Para o aprendizado dela, procurei por livros básicos e não encontrei nas livrarias algo que fosse básico o bastante para minha mãe e ela mesma me deu a ideia: porque você não escreve esse livro?

Elianete Vieira é Analista de Sistemas formada pela SESAT do Rio de Janeiro, pós-graduada em “E-business e Gestão Empresarial” e “Gestão de Negócios em Serviços” pelo Mackenzie na cidade de São Paulo, onde mora há 20 anos. Autora dos livros “Desvendando a Informática na Melhor Idade”, “O Início da Descoberta” e coautora do livro “Reciclando Vidas”. Participou também com crônicas nas Antologias Scortecci “Nossa História, Nossos Autores” e “Palavras Desavisadas de Tudo”. “Iniciativas como o projeto “Divulga Escritor“ são maravilhosas, pois a cultura brasileira é tão vasta que nunca faltará espaço para mais um escritor, mais um livro, seja em qual tema for, mas sem divulgação não chegarão aos devidos leitores.” Boa Leitura!

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Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Elianete é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Sabemos que a decisão de publicar o livro apareceu devido ao suporte informático dado em casa a sua mãe. Conte-nos em que momento você decidiu publicar um livro? Elianete Vieira - O prazer é todo meu em participar deste projeto que promove a literatura brasileira. Eu comecei a ensinar a mamãe, que mora no Rio de Janeiro, com o intuito de facilitar sua comunicação com toda a família espalhada pelo Brasil e, comigo também. Fui percebendo as principais dificuldades e o interesse crescente no aprendizado, porém ela apresentava dificuldade de memorização, então comecei a anotar itens importantes num caderno dela. Há muitos anos eu tinha como meta em

Quais as principais particularidades que você destaca em seu livro “Desvendando a Informática na melhor idade”? A ideia de que nunca é tarde para aprender algo novo? Elianete Vieira - Eu escrevi como se estivesse conversando com minha mãe, numa linguagem clara, direta e compreensível para ela com 68 anos na ocasião. Embora ela seja esperta no uso de vídeo cassete e celular, nunca tinha usado o computador. Quando o livro ficou pronto e ofereci para os amigos, descobri que eu não era a única que estava nesta fase de ensino. Mães, pais, esposas, avós estavam buscando o aprendizado com alguém na família que ou não tinham tempo, ou não tinham paciência em ensinar. O livro foi um sucesso de imediato. Voltado ao público da melhor idade, descreve como utilizar o mouse e o teclado, como ligar/desligar o computador, como digitar suas receitas e outros textos, como acessar a internet para se comunicar enviando mensagens através de e-mails ou blogs. Ensina também como realizar bate-papo via internet, acessar uma rede social, executar pesquisas sobre qualquer assunto ou mesmo como encontrar treinamentos on-line para dar prosseguimento ao aprendizado que este


livro proporciona de forma simples e básica. Em 2012, através da Editora Scortecci, publiquei a 2ª edição e levamos para a Bienal do Livro de São Paulo, contudo, foi um sucesso. Em que momento você pensou em escrever “O Início da Descoberta, desvendando o uso do computador, da internet e das redes sociais”? Elianete Vieira - Observei que muitas pessoas estavam com dificuldade em iniciar o mesmo aprendizado por não terem ainda intimidade com o computador, mas ficavam sem jeito devido ao público alvo do livro. Então, após a Bienal, veio a ideia de levar o conteúdo para um público mais jovem, estudantes e profissionais, e nasceu “O Início da Descoberta” que vai do nível básico, um pouco mais detalhado e um pouco mais além, ensinando como montar uma planilha de cálculo, preparar apresentações para trabalhos escolares ou profissionais, a necessidade de usar antivírus, como usar o armazenamento em nuvem, executar pesquisas sobre qualquer assunto, como encontrar treinamentos on-line para dar prosseguimento ao aprendizado que o livro proporciona de forma simples e básica. Qual a mensagem que você quer passar através de seus textos literários? Elianete Vieira - Nestes dois livros de informática quero contribuir com a inclusão digital para os profissionais de áreas não técnicas e que ainda não puderam iniciar seu aprendizado. E ainda para estudantes de escolas públicas que possuem contato apenas na escola, ou nem isso. O Início da Descoberta faz parte do ensino de informática à distância na escola João Franco Sarmento em

Elianete, onde podemos comprar os seus livros? Elianete Vieira - Os livros podem ser encontrados nas Livrarias Virtuais: Asabeça(www.asabeca.com.br), Cultura (www.livrariacultura.com.br), Martins Fontes na loja da Av. Paulista (www.martinsfontespaulista.com. br). Os dois de informática podem ser ainda encontrados na Livraria Travessa Sete de Setembro no Rio de Janeiro (www.travessa.com.br).

Suruacá no interior do Pará. O livro Desvendando a Informática na Melhor Idade vem sendo utilizado como material de ensino de escolas que possuem turmas específicas para a maior idade, em Brasília e São Paulo. Descobri o gosto pela escrita, fiz diversos cursos na Escola do Escritor em SP, e participei como coautora e coordenadora editorial de um livro de ficção – Reciclando Vidas – uma obra idealizada por 12 pessoas durante um workshop, que conta a saga de dois escritores em mundos diferentes: um morador de rua e um escritor de sucesso. E, apesar das barreiras sociais e econômicas mostra que é possível vencer as dificuldades e realizar sonhos. Reciclando Vidas mostra que a sociedade não joga só o seu lixo fora, mas também talentos que poderiam ser aproveitados, vidas que poderiam ser “recicladas”. Um modelo saturado, um grande desperdício que, no fim das contas, diz a essa mesma sociedade que ela também precisa ser reciclada.

Você ministra palestras? De que forma você divulga o seu trabalho atualmente? Elianete Vieira - Iniciei a divulgação através da minha grande família e dos inúmeros amigos, prosseguindo através dos leitores que gostam e recomendam os livros, além das principais redes sociais e alguns anúncios publicados em revistas como O Cuidador, Ser Mais e Em Condomínios. Em outubro/2012 a Ana Maria Penteado da Jovem Pan ao vivo levou ao ar uma entrevista onde conversamos sobre a vantagem de sempre aprendermos algo novo. Mais detalhes sobre os livros, contatos, fotos dos eventos, entrevistas, podem ser encontrados no meu site www.elianetevieira.com Quem é a escritora Elianete Vieira? Quais seus principais hobbies? Elianete Vieira - A escritora é uma eterna curiosa, gosta de aprender sempre mais, gosta de compartilhar conhecimentos e espera, com seus livros, fazer as pessoas felizes com o novo aprendizado na área de informática. Hobbies? Além de ler muito e escrever um pouco, gosto de filmes, viajar e fazer crochê. Gosto de escrever crônicas, mini contos e tento de vez em quando rascunhar um poema. Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Textos diversos poderão ser degustados nos blogs dos livros e através do blog da escritora http://elianetelivros.blogspot.com.br/. Além disso, desde janeiro escrevo crônicas mensalmente na Cooperativa das Letras. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Elianete Vieira - O incentivo à leitura pelos pais para os seus filhos desde pequenos fará com que o gosto pela leitura os acompanhem por toda a vida. O conhecimento adquirido na infância permanecerá enraizado por toda a vida. Quem lê muito tende a escrever e, algumas vezes, novos escritores se veem perdidos sem saber como publicar um livro e, mesmo depois que chegam lá, não sabem como divulgar. Iniciativas como o projeto “Divulga Escritor“ são maravilhosas, pois a cultura brasileira é tão vasta que nunca faltará espaço para mais um escritor, mais um livro, seja em qual tema for, mas sem divulgação não chegarão aos devidos leitores. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto “Divulga Escritor”, muito bom conhecer melhor a Escritora Elianete Vieira e que mensagem você deixa para os nossos leitores? Elianete Vieira - Agradeço pela oportunidade para esse bate papo gostoso. Aos leitores sugiro nunca se esquecerem dos seus sonhos, mas não os deixem congelados por muito tempo ou perderão a validade. Invistam em estudos e novos aprendizados. A internet é muito rica em informações valiosas. Existem muitos cursos oferecidos por pessoas que compartilham conhecimento no YouTube, cursos gratuitos de pequena e média duração por entida16

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des como Senac, Sebrae, etc, muitas faculdades conhecidas e muito boas no Brasil e em vários países com cursos extra curriculares, ou mesmo de graduação à distância. Sonhem alto, mas vão em busca de realiza-los.

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Patrícia Dantas Licenciada em História e Pós Graduação em Turismo de Base Local (UFPB), blogueira, poetisa, colunista de alguns portais e revistas eletrônicas pathdantas2012@gmail.com

COLUNA: Entre Ideias & Atos

UNS OLHOS VIAJANTES

N

ão ter como descrever por completo a imagem, não ter palavras para o que se passa nuns olhos tão dourados, de cílios fluidos, grandes, armados em espirais, que se mostram somente no sonho, mais preparados que os da vida real, que se erguem cheios de pretensões previsíveis. Por que se mostraram tão dourados, como luzes ao sol, reluzindo sem medos, sem sombras, sem torpores ilusionistas? Eles eram tão reais, tão cheios de uma vida luminosa, de raios e uma dose de embriaguez alegre, que não se conseguia distinguir de quem era, talvez eles nunca apareceram realmente para ninguém, ou se mostraram em sua essência, brilhantes, como muitos tentam ser para os outros, e nem sempre conseguem fazê-lo. Eles (os olhos mais cheios de luz) conseguiram se mostrar praticamente como um corpo nu, distante de qualquer vestimenta que encobrisse sua vergonha, pois já estavam ali, mirando, acariciando a pessoa, também nua; já se conseguia escapar, bailar, penetrar a pele, mas eram apenas uns olhos que vieram, não se sabe de onde, como uma visita, um viajante solitário já cansado dos desertos. Traziam algumas palavras, eram muitas e confundiam, dava para se ver cada vez mais suas composições flertando no ar, ao passo que perscrutavam todo o ambiente, desejariam mesmo viver ali por um tempo. Como arrancar palavras que poderiam tomar

as formas mais inimagináveis, erguer moradias fantasiosas, as dos sonhos? Elas mordiscavam, como o inseto na ponta da língua, a andar por dentro da boca morna, de saliva viva, de partículas que também caminhavam em seu habitat natural. Provavelmente eles – os olhos que impressionam – virão todas as noites, estão mais que instalados, são inquilinos dos sonhos, não podem se despedir sem cumprir sua história, como dizem “hão de cumprir seu destino”. É tão impessoal falar de uns olhos, são tão reais, irreais, puros ilusionistas dos palcos, dos corações, da vida; conseguem arrastar qualquer um para vulcões ou paraísos, talvez sejam mesmo como um destino que não se acredita, mas está ali, preso nos passos, e quando menos se dá conta, ele está traçando as linhas, o caminho, o desenho minucioso da estrada; é contraditório e talvez seja o que se pode dar um nome quando nem mesmo se entende seu roteiro de viagem. Um dia, estes mesmos olhos dos sonhos irão se entregar em outros horizontes, viajarão muitas milhas, vão para o mais distante possível - eles são muitos, sabemos, e possuem tonalidades diferentes -, vão mirar novamente, mais umas vezes, até deixarem as contradições e suas ambiguidades irem embora, até fazerem a pessoa entender o real significado do olhar que se estende para além dos sonhos, das aparências, da vida que se vive.


Entrevista escritora Fabiana Juvêncio Escritora Fabiana Juvêncio, é Doutoranda em Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa - Portugal. Mestra em Ciências da Educação pela Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa – Portugal. Investigadora e Pesquisadora do CeiEF – Centro de Estudos e Intervenção em Educação e Formação da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias – Lisboa - Portugal. Especialista em Educação, Desenvolvimento e Políticas Educativas (ISED). Especialista em Psicopedagogia Institucional (IESP). Graduada em Letras (CESMAC). Professora Universitária de Graduação e Pós-Graduação em João Pessoa, Paraíba, Brasil. É autora e orientadora de artigos científicos no campo da Educação e do Direito, publicada em português. “O abuso sexual em menores é um fenômeno complexo, envolvendo questões jurídicas, psicológicas e sociais. Muitas vezes, este fato influi de maneira tão intensa na vida de uma pessoa que mudará sua rotina e suas expectativas em relação à vida futura.” Boa Leitura! 18

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Fabiana Juvêncio é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você decidiu escrever sobre abuso sexual e direitos humanos? Fabiana Juvêncio - O desejo pela temática surgiu nos corredores das escolas públicas onde atuava como docente e, sentia a angústia de alguns professores quando ocorria um fato dessa natureza, desde então senti a necessidade de acrescer meu conhecimento para essa violência tão agravante que adentra os lares das vítimas e os muros das instituições escolares com consequências grandiosas para vida de nossas crianças e jovens. O abuso sexual é um ato realizado em muitas das vezes, através, da coação, que, consequentemente acarreta sérios transtornos para a vida do menor vitimado.


De que forma você aborda os temas em seu livro “Abuso Sexual e Direitos Humanos: Encontros e desencontros nas políticas de formação docente”? Fabiana Juvêncio - O abuso sexual é abordado com todo seu histórico no Brasil e em alguns países que o consideram um fato cultural, que não é o nosso caso e, suas consequências, legislação e punibilidade brasileira, em relação as políticas de formação aborda-se a utilização de informativos/conhecimento para a formação de nossos docentes através de orientação quanto à forma de conduta, notificação e esclarecimento acerca do abuso sexual que ocorreu ou ocorrerá entre seus estudantes. A quem você indica a leitura desta obra? Fabiana Juvêncio - Aos operadores do Direito, Docentes e ao público em geral, independente ou não, de atuarem na Educação, pois a temática abordada é informativa e esclarecedora quanto aos tipos e consequências do abuso sexual em menores. Onde podemos comprar o seu livro? Fabiana Juvêncio - Em João Pessoa no Sebo Cultural e na Livraria da Usina Cultural da ENERGISA. De que forma você divulga o seu trabalho, você ministra palestras? Fabiana Juvêncio - Por enquanto a divulgação apenas nas redes sociais. Quais os seus principais objetivos como escritora?

essas crianças, quebrando a barreira do silêncio que cerca este fenômeno, para que a sociedade tome consciência da dimensão real deste problema. Quais os seus principais hobbies? Fabiana Juvêncio - Pesquisar sobre os temas pertinentes a minha pesquisa acadêmica e assistir bons filmes. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Fabiana Juvêncio - Que possa haver mais incentivo aos jovens escritores através de apoio e divulgação de seus trabalhos. Enfim, uma ampla divulgação dos novos autores brasileiros.

Fabiana Juvêncio - Levar informações para o público sobre esse tema tão polêmico; divulgar minha pesquisa acadêmica; buscar colaboradores para meu trabalho. Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Fabiana Juvêncio - Aos operadores do Direito, Docentes e pesquisadores. O abuso sexual em menores é um fenômeno complexo, envolvendo questões jurídicas, psicológicas e sociais. Muitas vezes, este fato influi de maneira tão intensa na vida de uma pessoa que mudará sua rotina e suas expectativas em relação à vida futura. É necessário dar voz a

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Fabiana Juvêncio, que mensagem você deixa para nossos leitores? Fabiana Juvêncio - É um imenso prazer fazer parte desse projeto incentivador aos mais novos escritores brasileiros. Agradeço imensamente a participação e peço que façam a leitura do meu livro.

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Por Ronaldo Magella ronaldomagella@hotmail.com - Professor, jornalista, poeta, radialista, escritor e acadêmico de Pedagogia, UFPB, autor de três livros de crônicas

COLUNA: No Café com Ronaldo Magella

O BARULHO DO SILÊNCIO “Nada não”, foi o que você começou a repetir, no mesmo tom, com a mesma voz, sempre o mesmo olhar, distante, sem vontade, ocupada consigo mesma, em si, fechada, trancada, sempre lá, do meu lado, cá, como se um muro, sim, ele existia, aceitava aquelas duas palavras como se elas quisessem dizer, “está tudo bem, não se preocupe, vai passar, só me deixa aqui um pouco”, me deixa, um pouco, queria dizer tudo o que não conseguia perceber, você não queria ser deixada ali um pouco, já não iria passar, não havia mais retorno, não havia mais algo a ser dito, o silêncio estava cantado com todas as letras, em sons destoantes, em riffs alucinantes, e dançávamos loucamente sobre o nosso próprio túmulo, abraçados, morrendo aos poucos sem conseguir nos salvar, embriagados pelo loucura de ainda estarmos juntos, talvez pela esperança, mas não sei se acreditava ou se me enganava se aceitava ou até mesmo queria que assim o fosse, não havia reação, uma força maior me tomava o impulso, calara a voz, silenciava minhas reações, como se preso estivesse e não fosse possível dá um passo adiante, pensava, desgostosamente, que tudo iria ficar bem logo mais, que era

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um pedaço de tempo, que era possível de acontecer, éramos casais e isso acontece com eles, sim, éramos bons, os melhores, a vida iria seguir e a gente melhorar, mas era bem assim que as coisas estavam em nós, para nós, o silêncio que se tomara de nós, doía como uma ferida aberta, o som do caminhar, o cheiro do perfume, o timbre da voz, tudo aquilo nos irritava, já não nos suportávamos, não sentíamos alegria em viver, de viver ali, e aos poucos não tínhamos mais o que falar, surdamente ouvíamos o nosso amor, tínhamos gritos de socorro para alardear, e sem falar, gritávamos, que alguém nos salvasse, por Deus, socorro, pedíamos, alguém, peço por favor, nos tira daqui, da nossa morte, da nossa dor, do nosso fim, em vão, queríamos que os outros nos pudessem ver, ouvir, perceber, chorávamos tanto, sentíamos tanto, cansávamos até para nos confessar, guardávamos em nós o que de pior sentíamos, e era aos outros que suplicávamos, pois em nós nada mais restava, já havia sido decretado a falência do que havíamos sido um dia, éramos silêncio e dor, um som morto, uma luz escura, uma angústia sem fim, um tempo que se arrastava penante, quando tudo era apenas

vazio, apossando-se, concreto, como uma rocha, bem ali, em meio a nós, era papável, duro, forte, intenso, mortal, primeiro foi matando o que sentíamos, depois o que poderia nos salvar, as palavras, enchíamos nossa vida de coisas e perdíamos a nós mesmos a cada instante. “Sim”, “não”, “pode ser”, “talvez”, hum rum”, tínhamos sidos expulsos do paraíso, não tínhamos mais dicionários, livros, revista, voz, som, barulho, palavras, frases, não havia música, palavrão, raiva ou dor, saudade ou ciúme, tristeza ou mágoa, estávamos indiferentes das gentes, não nos cabíamos em nós mesmos, de lado agora era sempre mais interessante, dormir a nossa cura , estar longe o nosso desejo, voltar o nosso inferno, falar a nossa dor, sorrir nos magoava, quanta dor muitas vezes há na felicidade e na alegria falsa, em manter as aparências, em ter que viver o que já se não podia mais, talvez nunca em toda a nossa a ideia da morte nos acalentava tanto o coração, já estávamos mortos, só queríamos que alguém nos enterrasse, vivos, nossa dor era a nossa doença, estarmos juntos era a nossa condenação, o silêncio o nosso pecado, sorrir a nossa maldição.


Entrevista escritor Francisco Antônio Cavalcanti Nascido em Natal-RN, Francisco Antônio Cavalcanti (F.A.C.) sempre demonstrou paixão pela literatura, expressando sua sensibilidade nos poemas e textos que costuma escrever, apesar de uma formação acadêmica de caráter eminentemente técnico. É engenheiro, especialista em desenvolvimento, mestre em administração e doutor em engenharia de produção. Profissionalmente, direcionou sua preocupação a duas áreas: planejamento estratégico e gestão de tecnologia. Docente da Universidade Federal da Paraíba orientou trabalhos acadêmicos e participou de vários projetos de pesquisa com a Universidade de Grenoble, França. Publicou Tecnologia e Dependência: O Caso do Brasil, pela Editora Civilização Brasileira; Planejamento Estratégico Participativo: Concepção, Implementação e Controle de Estratégias, e Êxito Profissional: Conhecimentos e Atitudes, ambos pela Editora Senac São Paulo. Mais recentemente, Brindou o público leitor com sua primeira ficção, O Violoncelo: Uma Trajetória de Acasos e Mistério, pela Editora Livre Expressão, Rio de Janeiro. “Entendo que os textos mais intimistas, que por vezes surgem sob alguma carga emocional ou que revelam o sentimento de personagens, são dificilmente formuláveis fora do isolamento criativo. Pelo menos para mim, é imprescindível estar só. Talvez essa tenha sido a razão do surgimento de “O Violoncelo.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Francisco Antonio Cavalcanti, para nós é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Fale-nos um pouco sobre sua transição da escrita de livros técnicos para Romance. F.A.C.:– Muito grato pela oportunidade. Bom! Sempre fui um consumidor de livros, tendo desde cedo me encantado com os clássicos da literatura universal. Estou convencido de que essa arte veiculadora das histórias em todos os espaços e tempos Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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é um dos denominadores comuns da experiência humana. Graças a ela é que conseguimos dialogar, independentemente dos nossos desígnios, ocupações ou circunstâncias. Certamente, na condição de leitor é que podemos viver outras experiências e somos capazes de estabelecer um vínculo fraterno com aqueles que produziram literatura em outras latitudes ou em épocas passadas. Já na condição de autor, poderemos contribuir ao estabelecimento desses vínculos com aqueles que porventura vierem a ler o que produzimos. Quando me cessaram as obrigações profissionais pela aposentadoria, apesar de continuar com algumas atividades em cursos e palestras, senti uma enorme compulsão em dar expansão a uma vontade por muito tempo contida. Os limites, condicionamentos e rigor da produção de caráter técnico-científico à qual me dedicara até então, sugeriam-me permanentemente a busca de uma alternativa de gênero mais livre à criatividade. Parece que na vida, há um momento certo para tudo, não? Apesar da realização com os trabalhos aos quais me dediquei, a sensação que me vem agora é a de que estou diante de um grande mas prazeiroso desafio. Li a sinopse do seu livro e fiquei encantada. Como foi que surgiu a ideia de escrever “O Violoncelo”? F.A.C.: – Ah! A inspiração veio de uma informação sobre o achado de um violoncelo, possivelmente valioso, como peça de decoração em uma casa comercial. Sabemos que esses achados fazem parte do imaginário de muitos músicos dessa família de instrumentos que, interessantemente, não se modificaram desde o século XVII. O músico norte-americano 22

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que o encontrou conseguiu restaurá-lo através de um reconhecido luthier em Nova York, que todavia não foi capaz de identificar sua origem. Essa história me seduziu e resolvi desenvolver um “thriller” com jeito de romance que fosse às últimas conseqüências, isto é, que identificasse o autor e o itinerário do instrumento. Conte-nos um pouco sobre esta obra. F.A.C.: – Trata-se de uma ficção com o caráter de crônica histórico-cultural que se desenvolve no Brasil, Estados Unidos e Itália. A partir do achado, inicia-se uma busca obstinada pela autoria do instrumento, com a ajuda de um jovem violinista brasileiro e de sua esposa, pesquisadora em história da arte. Um famoso luthier, responsável pela recuperação do violoncelo, não consegue decifrar marcas nele existentes mas, em uma antiga tela com que foi presenteado e que retrata uma camerata, são encontrados elementos sinalizadores. Cruzamentos de informações de caráter histórico sobre pintores e luthiers criam um quadro referencial para a investigação. A arquitetura, o comércio, os meios de transporte fluviais, marítimos e terrestres são descritos de maneira a proporcionar uma visão ambientada dos locais onde os eventos tiveram lugar. A urdidura do processo de busca foi realizada de modo a atrair e desafiar o leitor que se vê diante de um final emocionante e surpreendente. Em quem você se inspirou para a construção dos personagens? F.A.C.: – Bem! Eles são, podemos dizer, um composto de temperamento, expectativas, inclinações e aparência, subordinado a determinadas circunstâncias. Esses elementos

condicionam e definem a identidade dos personagens e podem dar vida e personalidade àqueles que protagonizam a cena. Eu diria que é quase impossível pensar nos aspectos que


mais interessante é aceitá-los após o término da obra como se efetivamente existam ou tenham existido.

caracterizam um personagem sem que nos inspiremos em traços de pessoas que conhecemos ou com quem convivemos. Para mim, no tocante a personagens, a experiência

Você já recebeu email de várias personalidades elogiando “O Violoncelo”. Como se sente ao receber estas mensagens? Sei que todas são maravilhosas, mas pode citar uma das que mais marcou? F.A.C.: – Bom! Tenho que adotar um critério. Mas explico! Os profissionais da luteria são obrigados a uma boa formação musical, instrumental e de arquitetura e engenharia construtiva de instrumentos. Normalmente ainda são intelectuais de largo descortino e grande sensibilidade. Por essa razão, entre os muitos depoimentos que recebi, escolho o do violinista e luthier Saulo Dantas-Barreto, professor em São Paulo e um dos mais importantes luthiers brasileiros do momento. ‘Caro Prof. Cavalcanti, Um amigo em comum, Rucker Bezerra, enviou-me um exemplar do seu livro “O Violoncelo”. Acabei a leitura há pouco e me apresso em enviar-lhe esta mensagem ainda sob o efeito benéfico dessa “trajetória de acasos e mistério”. Impressionou-me não só a agradável aula de História, a trama atraente e o raro prazer de encontrar a minha profissão como tema de um ótimo livro brasileiro, mas também a sensação de conhecer esses personagens que se movem em lugares onde vivi. Afinal, nas páginas de seu livro encontrei a OSPB, onde comecei como luthier; Cremona, onde estudei luteria por muitos anos; Moroni, sobrenome da mãe de Stradivari e também de minha esposa, que é de Cremona; uma imagem de Hildegard Dodel, minha colega de classe no Instituto Internacional de Luteria; Miglioli, professor daquele Instituto. E tudo isso no momento em que es-

tou atendendo a uma encomenda para um instrumentista da Sinfônica da Paraíba: nada menos do que um violoncelo. Será um simples acaso misterioso? Enfim, parabéns pela bela obra e obrigado por ter escolhido esse tema. Um forte abraço, Saulo Dantas-Barreto.’ – Nada melhor para um autor, não? Muito bom mesmo, parabéns, estou segura que é um romance maravilhoso! Agora conte-nos, onde podemos comprar os seus livros? F.A.C.: – Podem ser encontrados nos seguintes endereços: Na rede Cultura, na rede Saraiva, na rede Leitura, na Amazon, na SENAC-SP, ou na Livre Expressão, nos endereços: O e-mail para um eventual contato comigo é: franciscoantonio.cs@uol. com.br Soube que vem vindo um novo livro, o que pode nos adiantar sobre essa obra literária? F.A.C.: – Bom! O título provisório é “Diário de Bordo: O Legado de Jacques Drouvot” e já se encontra averbada no Escritório de Direitos Autorais da FBN. Acho que poderia resumi-la da seguinte maneira: Em finais do século XVIII, as Cartas de Corso autorizando a pilhagem de naus portuguesas eram prodigamente expedidas pelo governo francês. Um desses corsários, ao abordar uma nau oriunda do Rio de Janeiro, depara-se com um enorme contrabando de ouro e gemas de alto valor. Apossando-se da preciosa carga, resolve, por motivos particulares, não levá-la a seu país, encontrando uma maneira de escondê-la com vistas a posterior resgate. O diário de bordo é utilizado como meio de cifragem para orientação a seus descendentes, em caso de não conseguir fazer o Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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que pretendia. Muitas gerações iriam enfrentar o desafio imposto por essa decifração. Impressionado com o documento histórico que lhe chega às mãos, um dos pretensos herdeiros nascido no Brasil, resolve dar solução ao enigma. A história é narrada a partir de fatos recentes que deflagram todo o processo de descortino do passado. Buscas, sondagens, aventuras, paixões, traições e crimes acontecem durante o desenrolar da trama , que reserva surpresas e um emocionante final ao leitor. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? F.A.C.: – Uma sociedade como a nossa, onde não existe o hábito da leitura, tende, naturalmente, a enfrentar limitações no tocante à produção e distribuição de livros. Um dado simples nos dá uma idéia: a Argentina tem cinco vezes menos habitantes que o Brasil e suas tiragens são cinco vezes maiores. Naturalmente, com a elevação da demanda por livros, as redes de distribuição vêm a ser mais atuantes e capilarizadas. Como conseqüência, os editores podem tornar-se mais audaciosos e, portanto, menos refratários aos novos autores. Aqui, vivemos uma espécie de “nó górdio”, isto é, o novo autor não publica por não ter nome e não tem nome porque não publica. Ele é quase sempre obrigado a uma cansativa peregrinação até que alguma porta lhe venha a ser aberta. Bom! Obviamente, as empresas editoriais, em um mercado restrito, tendem a arriscar o mínimo possível. Trata-se de um problema que só poderá ser resolvido a largo prazo, com investimentos em uma educação que se desenvolva no marco da orientação pedagógica para o hábito da reflexão e da leitura, elementos determinan24

Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

tes da elevação da demanda por livros e, por via de conseqüência, do padrão intelectual da sociedade e do seu desenvolvimento.

veis fora do isolamento criativo. Pelo menos para mim, é imprescindível estar só. Talvez essa tenha sido a razão do surgimento de “O Violoncelo”.

Antes de encerrarmos, gostaria que nos falasse um pouco de como é a vida de um escritor que perdeu a visão, como é o seu caso. F.A.C.: – Ah! Agradeço pela oportunidade de falar sobre isso. Meu primeiro livro, escrevi-o ainda com visão. Com a perda, por problemas de retina, fui obrigado a enfrentar as óbvias dificuldades de quem não enxerga e tem como principais atividades a docência e a pesquisa. Foi um período de difícil adaptação, mas contei com o inestimável apoio de minha mulher, dos meus filhos e, claro, de colegas e alunos, a quem sou imensa e eternamente grato. Durante muito tempo redigi relatórios de pesquisas e artigos técnico-científicos, ditando-os para alguém. Meu segundo livro é resultado de textos redigidos para suporte didático, que posteriormente foram integrados no marco de uma única temática. A partir daí, a tecnologia da informação me foi e continua sendo de enorme ajuda, seja pela disponibilização de livros gravados, digitalizados ou pelos sistemas ultra-desenvolvidos de leitura de tela. Esses sistemas nos possibilitam elevada desenvoltura no uso do computador. Meu terceiro livro, uma obra de auto-ajuda, já foi redigido de maneira completamente independente. Aqui, acho que cabe uma observação. Acredito que depois dessa experiência, não teria partido para a literatura ficcional se não fosse a ajuda da tecnologia. Entendo que os textos mais intimistas, que por vezes surgem sob alguma carga emocional ou que revelam o sentimento de personagens, são dificilmente formulá-

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista e agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor. Muito bom conhecer melhor o Escritor Francisco Antonio Cavalcanti. Que mensagem você deixa para nossos leitores? F.A.C.: – Bom! A responsabilidade é grande, não? Eu diria que, apesar de a vida parecer um infindável processo de renúncia aos nossos ideais, vale a pena sonhar. Estou certo de que é exatamente no sonho onde se encontra a motivação fundamental para a busca dos meios à sua realização. Esses meios implicam, invariavelmente, em novos aprendizados que viabilizem o alcance dos nossos objetivos. Desistir de aprender é, seguramente, uma boa maneira de desistir da própria vida. Acredito que é imperioso compreender que quando abrimos mão de sonhar, para dizer o mínimo, a vida pode transformar-se em um cotidiano monótono, repetitivo e tedioso.

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Por Isa Lisboa

COLUNA: Pense Literatura

O PRIMEIRO POETA

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screver é um acto tão importante na vida humana que a escrita é considerada como um marco entre a história e a pré-história. Surgiu como resposta à nossa necessidade de comunicar de forma mais abrangente, e chegando a mais pessoas. Iniciou-se com formatos bastante diferentes dos que conhecemos hoje em dia, e com símbolos mais literais que as letras. Tal importância tomou esta forma de comunicação, que, ao longo dos séculos foi evoluindo, não só no seu formato, mas principalmente no seu conteúdo. E hoje em dia, a escrita não é só uma forma de comunicação, mas também uma forma de expressão, que, pela mão de escritores de estilos diversos, se transforma em arte. Por estas razões, propus-me pesquisar sobre a origem da escrita, mas mal tinha começado, já a minha curiosidade viajava para o início da literatura. Não sobre qual o primeiro livro publicado, o primeiro texto mostrado ao mundo, ainda na época do papel e da pena, longe de Guthemberg. Antes sobre o primeiro poeta… O primeiro que juntou algumas palavras e as misturou em figuras de estilo que não conhecia e, assim, talvez sem saber, fez um poema… Talvez o tenha feito apenas na sua cabeça, sem se lembrar que o podia passar para o papel e assim levá-lo a outras mentes… Quem terá sido?

E o primeiro romancista? Terá ele sido um contador de histórias, daqueles que as distribui a quem as não conhece? Ou até um poeta que decidiu sair dos seus primeiros horizontes? E mais me poderia perguntar, tantos são os estilos em que a literatura se manifesta. Mas voltei à primeira pergunta e coloquei-a a um motor de busca na internet e os primeiros resultados apontavam uma resposta ao início surpreendente: o primeiro poeta terá sido Adão! Pensando bem, creio que sim, Adão terá sido o primeiro poeta, porque afinal a literatura é algo que tem tão grande efeito em nós que só pode ter nascido com o primeiro homem! Escrever é um acto tão importante na vida humana que a escrita é considerada como um marco entre a história e a pré-história. Surgiu como resposta à nossa necessidade de comunicar de forma mais abrangente, e chegando a mais pessoas. Iniciou-se com formatos bastante diferentes dos que conhecemos hoje em dia, e com símbolos mais literais que as letras. Tal importância tomou esta forma de comunicação, que, ao longo dos séculos foi evoluindo, não só no seu formato, mas principalmente no seu conteúdo. E hoje em dia, a escrita não é só uma forma de comunicação, mas também uma forma de expressão, que, pela mão de escrito-

res de estilos diversos, se transforma em arte. Por estas razões, propus-me pesquisar sobre a origem da escrita, mas mal tinha começado, já a minha curiosidade viajava para o início da literatura. Não sobre qual o primeiro livro publicado, o primeiro texto mostrado ao mundo, ainda na época do papel e da pena, longe de Guthemberg. Antes sobre o primeiro poeta… O primeiro que juntou algumas palavras e as misturou em figuras de estilo que não conhecia e, assim, talvez sem saber, fez um poema… Talvez o tenha feito apenas na sua cabeça, sem se lembrar que o podia passar para o papel e assim levá-lo a outras mentes… Quem terá sido? E o primeiro romancista? Terá ele sido um contador de histórias, daqueles que as distribui a quem as não conhece? Ou até um poeta que decidiu sair dos seus primeiros horizontes? E mais me poderia perguntar, tantos são os estilos em que a literatura se manifesta. Mas voltei à primeira pergunta e coloquei-a a um motor de busca na internet e os primeiros resultados apontavam uma resposta ao início surpreendente: o primeiro poeta terá sido Adão! Pensando bem, creio que sim, Adão terá sido o primeiro poeta, porque afinal a literatura é algo que tem tão grande efeito em nós que só pode ter nascido com o primeiro homem!



Entrevista escritora Janette Alvim Soares Nasci em MG, órfã de pai aos três anos, passei grande parte de minha infância numa pequena fazenda. Estudei em colégio de freiras, mas sempre sentia que me faltava algo muito importante, sem saber definir bem o que era. Fugi de casa no final dos anos 70 para ser HIPPIE, em busca de minhas realizações pessoais e emocionais, fui usuária de drogas dos 14 aos 42 anos, e como dependente química, minhas emoções estavam sempre brigando comigo, porque eu queria respostas e não as encontrava... Em conseqüência do uso de drogas, me contaminei com o vírus HIV no início dos anos 90, e em 96 adoeci de AIDS em estado terminal. Até 2004, ainda buscava erroneamente nas drogas minha respostas para as inquietações que me atormentavam a alma. Há 10 anos liberta das drogas, por ter sido resgatada pelo evangelho, vivo em Guarapari/ES, num lindo lugar, em contato com a natureza, onde encontro grande prazer em cuidar do meu jardim. Ativista dos Movimentos sociais Por Shirley M. Cavalcante (SMC) RNP+ (Rede nacional de pessoas Com HIV/AIDS) MNCP (Movimento Escritora Janette Alvim é um prazer contarmos com a sua participação no proNacional Das Cidadãs PositHIVas). jeto Divulga Escritor, conte-nos em que momento você decidiu escrever um “Leia o livro. “Pássaros ainda cantam em minha janela!”, pois descobrirão coisas fantásticas que irão acrescentar valores ás suas vidas, em todos os sentidos...” Boa Leitura!

livro? Janette Alvim - O desejo e necessidade de escrever um livro sempre foram muito fortes em mim, por causa de minhas experiências, e modo de vida nada convencional. Costumava escrever situações, decepções, alegrias, em papéis aleatórias, e os guardava, porque sabia que um dia os reuniria num livro sobre minha vida... Eu sentia que deveria deixar registrada toda minha trajetória, para de certa forma auxiliar quem sentisse as mesmas emoções que eu, e ainda não encontraram respostas, e também para ser útil para os jovens em geral que por vezes nem percebem que os questionamentos os inquietam. Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Demorou muito ou foi rápido o processo para publicação de sua obra? Conte-nos um pouco sobre o processo de publicação. Janette Alvim - Sinceramente, foi mais difícil encontrar uma editora do que propriamente escrever o livro. Porque escrever dependia exclusivamente de mim, contrario ao ato final da edição do livro. Praticamente entrei em contato com todas as editoras do Brasil: Grandes, pequenas, Gospel, enfim, quase todas... E tristemente descobri que se eu quisesse editar meu livro, deveria pagar cinco mil reais por 100 exemplares, sem contrato, sem compromisso nenhum, pois não acreditavam em minha obra. Até que numa madrugada, desolada em frente ao computador, senti desejo de digitar no GOOGLE: “Novo escritor procura editora”. E me surgiu na tela a Editora Italiana que me abraçou, a “GARCIA EDIZIONI”. Concorri ao prêmio Internacional “GARCIA GOLDEN BOOK 2013”, e para minha surpresa, fui a vencedora! Que temas você aborda em seu livro “Pássaros ainda cantam em minha janela”? Janette Alvim - Os temas que eu vivi: Movimento HIPPIE/ DROGAS/ FAMÌLIA/ AMOR/PERDÃO/ HIV/ AIDS/RESGATE. Busca e respostas de um ser humano que não aceita apenas o que o mundo de certa forma nos obriga a viver... A história é baseada em fatos reais ou ficção? Janette Alvim - Fruto de muitas lágrimas, alegrias e orações, eu sou a protagonista do livro. “Pássaros ainda cantam em minha janela!” Baseada exclusivamente em minha vida: Sentimentos, frustrações, decepções 28

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amorosas, maternidade, alegrias, viagens, descobertas... Escritora Janette, a quem você indica a leitura desta obra? Janette Alvim - Eu costumo dizer em minhas entrevistas e palestras, que essa obra deveria ser lida por toda faixa etária, menos as crianças, que não iriam assimilar o conteúdo, mas por todos, digamos que de 13 a 100 anos, rsrsrsr... porque todos leitores se identificam com alguma parte do livro, e de certa forma acrescenta muito á vida de todos, porque não trata apenas de temas como drogas, HIV/AIDS, mas de uma vida rica de experiências vivas. Também sempre friso que se eu tivesse tido acesso á um livro como esse em minha adolescência, talvez minha vida tivesse sido diferente... SMC - Onde podemos comprar o seu livro? Janette Alvim - Se desejarem um livro autografado, diretamente pelo meu email: Janette.soares@yahoo. com.br Posto livros para todo o Brasil. Ou pelo site da editora: www.garciaedizioni.com.br Quais os seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro? Janette Alvim - O meu maior objetivo, como escritora, e creio estar alcançando, á medida que vendo livros e vou realizando palestras pelo Brasil, é alertar aos jovens sobre o uso indevido de drogas e suas desastrosas conseqüências, tanto físico/ emocionais/emocionais/financeiras/ psicológicas/emocionais.. Provocar o leitor a fazer um balanço de sua vida, para que saiba que as respostas que busca freneticamente estão na Bíblia Sagrada, e que a lei da semeadura é


real! Atualmente já estou finalizando uma nova obra, que também vai impactar o ser humano... Você hoje ministra palestras, que temas você aborda? Quem desejar como deve fazer para convidá-la para palestrar? Janette Alvim - Abordo os temas. PREVENÇÃO E VIVENDO COM: DROGAS/ HIV/ AIDS/ DST/VIDA POSITHIVA/RESGATE. Minhas palestras podem ser agendadas diretamente comigo pelo email: janette.soares@ yahoo.com.br FACEBOOK. Janette Alvim, ou diretamente com meu editor, Ismael Garcia: info@garciaedizioni.com.br Ou pelo site da editora www.garciaedizioni.com.br. Ainda pelo Cel (27) 9 8865 3784 (OI), (27) 9 8117 2957 (TIM) OBS: Há uma PG no FACEBOOK com o nome do livro. “Pássaros ainda cantam em minha janela” Onde o leitor pode conhecer um pouco sobre a obra, pois sempre posto um parágrafo do livro. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Janette Alvim - Na verdade, eu como nova escritora, vejo que é meio mafioso esse mercado, pois o escritor que não é conhecido, não tem valor algum... Importam livros “água com açúcar” do exterior, e dão a estas obras o maior destaque, enquanto que no Brasil temos muitos bons escritores, e ninguém dá á mínima... Eu sonho com uma grande feira literária, com novos escritores, com grande divulgação, apoio cultural, para que nossas obras se fizessem conhecidas e fossem divulgadas, na mídia, porque o que não se divulga, fica no anonimato! Pois bem, estamos chegando ao fim

da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Janette Alvim Soares, que mensagem você deixa para nossos leitores? Janette Alvim - Sinceramente: Leia o livro. “Pássaros ainda cantam em minha janela!”, pois descobrirão coisas fantásticas que irão acrescentar valores ás suas vidas, em todos os sentidos... E de certa forma, os tornarão seres humanos melhores, mais centrados no universo, ignorando um pouco a ilusão que o mundo nos escraviza. Presenteie seu irmão, seu amigo, a você mesmo com essa obra, que é rica em realidades, e jamais use drogas, abominem o uso de drogas, e se por ventura conheces algum dependente químico, JAMAIS DESISTA DELE. PREVINA_SE CONTRA HIV/AIDS. Ame muito seu próximo, como a si mesmo, e se for muito difícil exercitar e praticar esse amor, ame com o amor de Cristo. Jesus abençoe o idealizador desse projeto: “DIVULGA ESCRITOR” e a todos nós! Obrigada pela oportunidade. Atenciosamente Janette Alvim. Afinal: “Pássaros ainda cantam em minha janela!”

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Alexsander Pontes Formado em Letras e pós-graduado em Produção e Recepção de Textos - alexsander.pontes@gmail.com

COLUNA: Literatura na Prática

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lá caros colegas leitores, estamos aqui novamente, após um breve período de férias para dar continuidade aos nossos textos, espero que todos tenham tido ótimos momentos nesse período de festas de fim de ano. Para prosseguirmos com nossa coluna sugiro a releitura do último texto (do mês de dezembro), para que possamos retomar nosso raciocínio. Na última edição demos uma breve pincelada nas figuras de linguagem em uma tentativa de exemplificar esse que é um dos principais recursos linguísticos utilizados pelos poetas e escritores em geral. Falamos, naquela ocasião sobre a aliteração, recurso utilizado através da repetição de consoantes para conseguir, entre outros motivos, um efeito sonoro. Hoje, para melhor aproveitarmos nosso tempo, veremos um poema no qual poderemos visualizar duas figuras de linguagem, uma de cada grupo: - Anáfora; Representada através da repetição de palavras ou expressões no início dos versos e orações com o objetivo de se conseguir um maior realce na

musicalidade e ritmo dos textos. Não por menos ela é tão utilizada, principalmente nos poemas. - Hipérbole; Consiste no exagero intencional de uma expressão para ampliar e/ou reforçar o que foi dito, com o intuito de impressionar o receptor. Abaixo poderemos ver na prática a utilização dessas duas figuras em um poema: Solução Que culpa tenho eu deste mundo? Deste mundo imundo Deste mundo meu, seu e de Raimundo Que culpa tenho eu? Toda a culpa do mundo Note que no poema acima a anáfora e a hipérbole se complementam para enfatizar o tamanho da nossa culpa pelo infortúnio político e socioeconômico e todas as mazelas pelas quais passamos. Muito obrigado pela leitura, um abraço e até a próxima!

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Entrevista escritor Jeremias Torres JEREMIAS F. TORRES, Funcionário Público, focou no trabalho sua vida , razão pela qual somente agora, vai concluir sua formação acadêmica. Escritor (cronista, poeta), escreve em alguns sites, sendo o principal do Recanto das Letras (www.jfranck. prosaeverso.net); no Artigonal; Site do Escritor; Alguns e-books na amazon.com e mais recentemente está escrevendo também no Site da Associação Internacional de Escritores e Artistas. Participou de diversas coletâneas ao longo de alguns anos, conta atualmente com 12 livros publicados, dentre eles, destaque para PORQUE NÃO EXISTE JUSTIÇA NO BRASIL!; NÃO HÁ RACISMO NO BRASIL!; MARCHA SOLDADO! Dentre outros. “Eu quero dizer o seguinte: todo e qualquer texto, seja em prosa ou verso, ou outro gênero literário, só pode ir para o papel se o artífice (no caso , o escritor), tiver alguma experiência pessoal sobre esses escritos e principalmente, a leitura profunda sobre esses temas...” Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Jeremias Torres é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Jeremias Torres - O prazer é todo meu e é uma honra. Essa pergunta inevitavelmente me faz remontar a minha primeira infância, onde morei na Cidade do Nordeste chamada Caruaru/PE e a diretora da escola em que estudei me permitia ter acesso aos livros da biblioteca. Eu tinha por volta dos 05 ou 06 anos e foi aí, sem muito incentivo e apenas minha curiosidade, que tomei gosto pela leitura e consequentemente , mais tarde, pela escrita. Você hoje tem livros publicados que abordam diferentes temas: Poesia, Poemas, Sonetos, Crônicas, Política, Ciência, Educação, Crítica Literária, Esporte (corrida), Espiritualidade, Filosofia, etc. Como foi surgindo estes diferentes gostos literários?


Jeremias Torres - Shirley, antes de responder essa pergunta, ou melhor dentro dessa mesma pergunta, me recordo, de um trecho onde Jesus (não sou crente) fala para Nicodemos: “não falamos senão o que sabemos e não damos testemunho senão do que somos!” (João, 3:1 a 12). Eu quero dizer o seguinte: todo e qualquer texto, seja em prosa ou verso ou outro gênero literário, só pode ir para o papel se o artífice (no caso , o escritor), tiver alguma experiência pessoal sobre esses escritos e principalmente, a leitura profunda sobre esses temas, com efeito, gosto de Ciência, li muito sobre Filosofia e Religiosidade, fui atleta do SESI/Leopoldina e Osasco (corredor). Comecei escrevendo poesias, depois alguns sonetos, depois Crônicas e finalmente, depois de algum tempo, livros. Quanto à crítica, procuro simplesmente mostrar os fatos revoltantes, sem ofender diretamente ninguém, é claro, através das palavras. O que o influenciou a ter esta diversificação de temas publicados? Jeremias Torres - Naturalmente, foi surgindo a necessidade da diversificação do passado até o presente momento, assim como vai surgir a necessidade de mudanças em mais estilos para o futuro. De um modo geral, o grande influenciador e incentivador à minha ansiedade de escrever, sem dúvida nenhuma, deu-se pela observação(?!) Sim, estar no olho do furacão. O sofrimento, o desemprego, a falta de estrutura familiar, a dificuldade para estudar e acima de tudo, ser um legítimo apreciador da arte e música e de ter de atuar em área distinta para sobreviver. Entende? Daí me recordo de uma frase de uma música de Zé Ramalho: “e todo pranto, forma a ima-

gem do homem!” E mais, ler diversos estilos de livros e participar e interagir com diversos segmentos sociais. Ex.? Convivi com pessoas com ideais políticos, com atletas (profissionais, inclusive), músicos (também sou músico), frequentei diversas religiões, captando pontos positivos de cada uma e o logicamente, trabalhando no dia a dia, com pessoas totalmente alheias ao meu modo de pensar e de sentir a vida. Escritor Jeremias, conte-nos qual o livro que demorou mais tempo para ser escrito e publicado? Que temas você aborda neste livro? Jeremias Torres - Com prazer. Na verdade, foram dois. Um deles, devido a complexidade do próprio tema em si e o qual pretendo dar continuidade, posteriormente em um segundo volume (pois o tema é vasto) é: “PORQUE NÃO EXISTE JUSTIÇA NO BRASIL!” e o outro, chama-se “O DIA EM QUE A POLÍCIA LUTOU!” (este livro retrata o conflito que houve em 2008 entre as duas polícias (CIVIL / MILITAR). Eu iria o publicar em parceria com um determinado Sindicato. Perderam meu original digital e tive que recuperá-lo em forma de imagem (jpg). Três anos depois, após encontrar um programa Alemão de conversão, consegui transformá-lo novamente em texto e depois em PDF, para poder publicar. Qual o livro que demorou menos tempo para ser escrito e publicado? O que o motivou a escrever de forma mais intensa que os demais livros escritos? Que temas você aborda neste livro? Jeremias Torres - Um infantil. Intitulado: “Gigi e a Fada!”. Está apenas no arquivo digital, mas, vou publicá-lo dentro em breve. O que me fez tra-

balhar de forma mais intensa nele, foi minha filhinha GIOVANA (para quem fiz o livro), todo dia me cobrar: “pai, cê já acabou o livro?” Onde podemos comprar os seus livros? R: Pois não, na LOJA PERSE (on line) e no site da AMAZON.COM (No KDP, Kindle Direct Publisher). Meu nome lá é: TORRES, JEREMIAS F. Quais os seus principais objetivos como escritor? Jeremias Torres - Meus principais objetivos como escritor é continuar mostrando através de textos simples, a injustiça social, contestar as falcatruas políticas, elogiar quem merece ser elogiado e continuar escrevendo, pois escrever para mim, é uma extensão dos meus pensamentos, sem nenhum interesse material no fato, apenas mostrar que qualquer um pode escrever é só querer. E mais: através da escrita poder mostrar que apesar dos pesares, vale a pena viver. E nos momentos de extrema inspiração, escrever os meus poemas simples. Soube que vem vindo um novo livro, podes nos contar um pouco sobre sua nova obra? Jeremias Torres - Claro. Mas, na verdade, eu nem sei se isso é normal, mas, estou escrevendo três livros. O primeiro deles, intitula-se: I - “PERSONALIDADES INTRIGANTES DO NORDESTE!” (já iniciado) retratando personalidades que influenciaram e de uma certa forma alavancaram à região e sustentaram e contestaram tudo que houve por lá em matéria de religião e política; II “BREVÍSSIMO COMENTÁRIO SOBRE A LOUCURA!” (este, o nome já diz, sobre comentários da loucura, também iniciado); Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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“INIMIGO NÚMERO UM DO BRASIL!” ( já no Oitavo Capitulo, com imagens), retrata esse político brasileiro, desonesto, egoísta, que só pensa em si. O título está no singular, mas é uma denominação geral, plural. Quais os seus principais hobbies? Jeremias Torres - Meus hobbies são eles: ouvir música (toda espécie de música, exceto funk), ler , (toda espécie de leitura e isso inclui a Bíblia até o Código Penal), ainda pratico esporte (sem a intensidade de outrora), mas regularmente corro, não bebo, não fumo. Também sou músico amador, gosto de tocar bateria também, rotineiramente pratico. É isso. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Jeremias Torres - Eu não gostaria de falar sobre isso, pois, o tema é (a meu ver), bastante controverso. Pois, existe duas vertentes sobre essa assunto. 34

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É assim, o mercado literário em si e a quem vai ser direcionado esse mercado. Pois bem, pode ser que aqui no Brasil, em São Paulo, haja algum lugar onde as pessoas são mais voltadas para a literatura, jornais, revistas, etc. Porque na periferia onde resido, só existe uma única leitura: O FUTEBOL! Quer um exemplo? Onde trabalho, um ou outra pessoa, se interessam por cultura literária é logicamente, cultura. Um ou outra pessoa, compreende a real importância de ler, escrever, etc. Isso, seres ditos, letrados. Imagine, o resto da população, voltados tão somente para o... “coringão!” Porém, com o advento da Internet e do FACEBOOK, cumprindo sua função educadora (será?), gradativamente as pessoas vão interagir com o mercado literário e, obviamente, a recíproca será igual. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer me-

lhor o Escritor Jeremias Torres, que mensagem você deixa para nossos leitores? Jeremias Torres - Um dos meus maiores prazer na vida (como escritor) é saber que alguém lê aquilo que eu leio e mais, satisfação total, quando gostam. Para um verdadeiro poeta, escritor, artista, isso por si só já é a consagração. Bem, em suma, o leitor é a razão do trabalho dos criadores e manuseadores das letras. Continuem lendo, mas, se quiserem, bastante escrever a primeira palavra, com o intuito de divulgar uma mensagem, escreverá uma segunda e consequentemente, também será um escritor, então, bem vindo ao universo infinito das “escrituras literárias!”

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Participação Especial

Pedro Gonçalves goncalves_dro@hotmail.com www.pedropoetaa.blogspot.com.br

Gigante especial Posso ser diferente, Não vim de outro planeta, Mas do ventre que Deus criou. Com seu olhar indiferente, só me faz crescer, Tornando-me um gigante especial, querendo viver. Mesmo que você não queira, Não vou desistir, Vencendo preconceitos, Só quero viver Esta poesia esta no livro resultado do concurso cultural Poesia Todo Dia, realizado pela AlphaGraphics do Brasil, rede de franquias que atua na área gráfica e de comunicação com mais de 260 unidades em 7 países. No quesito social, beneficiará as crianças da APAE (Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais) de São Paulo, pois os direitos autorais arrecadados com a venda dos livros serão doados á instituição.

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Entrevista escritor Naicon Martins Natural de Nova Venécia/ ES, Naicon de Souza Martins nasceu em 17 de maio de 1990. Aos oito anos escreveu seu primeiro livro “O Menino Mágico” e aos onze já produzia pequenas peças teatrais para o colegial. Em 2005, inicia a saga “Firewitch’s” que o ocuparia pelos anos seguintes. Após seis tentativas frustradas de terminar o livro, Naicon conclui “O Sétimo Espírito” e começa a dar vida ao fantástico mundo de Aragorn. Em 2008, conclui o segundo livro da saga: “O Mestre das Sombras”; e no ano seguinte suspende a carreira de escritor e inicia a vida acadêmica. Atualmente, com dois livros escritos e outros inacabados, Naicon retorna ao Mundo de Aragorn para dar continuidade aos três livros que encerrarão a saga. “Que sonhar é possível. É através deste sonhos que podemos afastar todo o mal. É através de um livro que nossos jovens podem se afastar da marginalidade. A ideia de poder criar um universo e encantar pessoas me impulsiona.” Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Naicon, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Naicon Martins - Shirley o prazer é todo meu. É uma honra ter a oportunidade de participar de um projeto tão distinto quanto este. Bom, meu gosto pela escrita começou a surgir aos 12 anos. É verdade que eu já escrevia uma coisa aqui e outra ali, mas acredito que tenha sido nesta época que a paixão realmente aflorou. Eu sempre gostei de peças teatrais e no meu antigo colégio, havia muito incentivo nesta parte. Outro fator que ajudou muito, foi a influência da escritora britânica Agatha Christie. Foi inspirado em seus romances policiais que escrevi meus primeiros esboços de uma obra ainda inédita, mas que um dia publicarei. Aos 8 anos você escreveu seu primeiro livro “O Menino Mágico” Conte-nos sobre esta sua experiência, chegou a publica-lo? Naicon Martins - O Menino Mágico possui uma história interessante. A ideia surgiu de uma atividade em sala de aula. A professora havia passado um trabalho para produzirmos um pequeno livro. Para isso, deveríamos criar uma história, ilustrá-la e depois grampear as folhas para que pudesse virar um livro. Meu trabalho rendeu 12 pequenas páginas. Na época eu também gostava de desenhar, então caprichei. Quando entreguei o trabalho, a professora ficou impressionada com a história e levou meu livro para a Secretaria de Educação, para expor o que tinha feito. Desde aquele dia, nunca mais vi “O Menino Mágico”, mas a lembrança ainda é viva em minha mente. Acho que aquele trabalho foi um sinal do profissional que poderia me tornar futuramente. Como surgiu a ideia de escrever “Firewitch’s - O Sétimo Espírito”? Naicon Martins - Firewitch’s nasceu de um momento de frustração. Em 2005, eu estava concluindo um livro de suspense inspirado nas obras de Agatha Christie quando um problema no computador me fez perder um pouco mais


do que 200 páginas escritas. Frustações a parte, resolvi iniciar algo totalmente novo, afinal, não era a primeira vez que aquilo acontecia. Inicialmente desejei escrever um livro voltado para o público infanto-juvenil com a temática bruxos e criaturas fantásticas. O livro recebeu o nome de Witchfire. Mais tarde, por recomendações de um amigo, o título foi invertido para Firewitch’s. Naicon, onde podemos comprar o seu livro? Naicon Martins - O livro impresso pode ser adquirido no site da Editora Selo Jovem (www.selojovem. com.br). O e-book está disponível no site da Amazon (www.amazon.com. br) na guia nas categorias: Aventura e Mitos, lendas e sagas. Mas para quem desejar o livro impresso autografado com marcadores, poderá estar adquirindo no pelo e-mail: naiconmartins@hotmail.com Em quem você se inspira para criar os personagens? Naicon Martins - Alguns personagens foram inspirados em meus amigos. São pessoas que de alguma forma, foram marcantes e se tornaram eternas em minha obra. Quais os seus próximos projetos literários? Naicon Martins - Firewitch’s é uma saga em cinco volumes e portanto, meu grande projeto. Minha meta de final de ano é revisar o segundo volume da saga, que já se encontra concluído desde 2008, porém, sem nenhuma revisão após seu término. Pretendo enviar este volume para a editora no início de 2014 e começar, em seguida, a escrever o terceiro livro de Firewitch’s. Quais escritores são as suas referên-

cias literárias? Por que eles se tornaram uma referência para você? Naicon Martins - No momento meu gênero literário é fantasia, porém uso autores de outros gêneros como referência. É o caso de Agatha Christie que é fonte de minha inspiração para criar os mistérios e o desfecho final da obra. No campo da fantasia, busco referencias em JK. Rowling e um pouco em J.R.R. Tolkien, justamente pela riqueza de universos que estes dois autores criaram e principalmente pela forma como escrevem. É algo que me fascina. Que mensagem você quer transmitir para as pessoas através de seus escritos? Naicon Martins - Que sonhar é possível. É através deste sonhos que podemos afastar todo o mal. É através de um livro que nossos jovens podem se afastar da marginalidade. A ideia de poder criar um universo e encantar pessoas me impulsiona. Quem é o escritor Naicon Martins? Quais seus principais hobbies? Naicon Martins - No dia-a-dia sou uma pessoa bem humilde, batalhadora e que não mede esforços para conseguir alcançar o que deseja. Quando não estou escrevendo ou estudando, gosto de assistir filmes inteligentes e de ouvir uma boa música. Além de escritor, também sou músico e reservo uma parte do meu final de semana para ensinar música para um trabalho voluntário na cidade onde moro. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Naicon Martins - Acredito que o escritor brasileiro não recebe muitos incentivos para a publicação de sua obra. O mercado editorial é domi-

nado por grandes editoras que só objetivam incentivar best-sellers internacionais, deixando, muitas vezes, o escritor brasileiro como última opção. Esta é a grande problemática dos novos escritores: conseguir espaço num mercado de best-sellers. Isso precisa ser mudado. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Naicon Martins, que mensagem você deixa para nossos leitores? Naicon Martins - Shirley, mais uma vez agradeço pela oportunidade e gostaria de dizer ao leitor que o livro é a melhor forma de nos refugiarmos do nosso mundo real. Um bom livro pode transformar o homem e tirá-lo do mal caminho. Não agregamos apenas conhecimento, mas experiências que talvez, jamais teríamos. Incentive mais, leia mais. Obrigado! Participe do projeto Divulga Escritor https://www.facebook.com/DivulgaEscritor Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Por Ana Stoppa Advogada, Pós Graduada em Direito e Processo do Trabalho, PUC/SP, Escritora, Ambientalista, Ativista Cultural - anamstoppa@hotmail.com

COLUNA: Panorama Cultural

PORQUE HOJE EU PRECISO DE PAZ

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orque hoje eu preciso de paz, daquela paz profunda, capaz de fazer a alma serenamente adormecer. Necessito dos braços de Morfeu para enveredar na seara da tranquilidade, onde os espinhos dão lugar às rosas da compreensão e a dor ao intenso aroma de jasmins revelados no ombro do amigo leal. Preciso de paz para dar um basta nas páginas banhadas de dor registradas no livro da vida através das desilusões, para ver acender nem que seja uma única estrela chamada esperança. Preciso de paz para refazer no

recôndito da memória a trajetória da infância, para entender que os sonhos não morrem; que as fadas, duendes, magos e estrelas são as provas vivas de que a imaginação pode fazer a ponte entre a realidade e o encanto. Preciso de paz para enxugar o pranto, aprender a perdoar, acreditar nas pessoas, traçar novos planos, esquecer os desenganos. Preciso de paz para recobrar a alegria de tomar banho de chuva, de caminhar descalça na relva, de fazer castelos de areia, de conversar com as árvores e os animais, de esquecer as agruras

da lida, de simplesmente viver a vida. Preciso de paz para colher girassóis nos jardins da amizade, hortênsias no recanto da felicidade, rosas amarelas no paradisíaco jardim do amor sem fim. Preciso de paz, para ao menos um instante sentir o perfume da dama da noite, contar luz de pirilampos, assistir o nascer da lua, caminhar de mãos dadas nas ruas. Preciso de paz para que a alma desperte após o longo sono compulsório a fim de enxergar o colorido da existência neste viver apressado. Por hoje eu preciso de paz.


Entrevista escritor Rinaldo Santori Rinaldo Koester Santori é médico neurocirurgião e acupunturista, nascido na cidade de São Paulo em 14 de Setembro de 1968, filho de imigrantes europeus vindos ao Brasil em meados da década de 60. Por ocasião em que viveu na Alemanha (1998-2000), para aprimoramento na área médica e aperfeiçoamento do idioma alemão, publicou dois contos e um poema pela R.G. Fischer Verlag, de Frankfurt, iniciando aí sua carreira literária. Na Itália, mais tarde, publicou artigo na revista católica Fiamma di Caritá (da Congregação das Irmãs Pobres Filhas de São Caetano), a respeito de trabalho realizado em missão junto às populações ribeirinhas do vale do São Francisco (2002). Além disso, tem vários trabalhos realizados, também, como tradutor, para livros na área médica, e participações como colunista no Jornal da cidade em que vive, Limeira (Jornal de Limeira), situada no interior de São Paulo. “’Canção de Uma Lágrima sem Rosto’_ que, semelhantemente a “Páginas Douradas”, também ganhou um prêmio na Itália__ temos 184 páginas narrando uma única estória, escrita na forma de versos. Um poema épico, composto por mais de 700 estrofes ou quadras, com rimas emparelhadas.” “Assim, acredito na minha mensagem, e da mesma forma que escrevê-la foi uma terapia para mim, ela poderá ter o mesmo efeito para quem lê-la. De certo modo, não deixo de ser médico, mesmo sendo escritor.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritor Rinaldo, é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que o motivou a ter gosto pela escrita? Rinaldo Santori - Bom Shirley, acho que posso incluir um pouco de tudo nessa resposta, até mesmo a genética. Pois venho de uma família de escritores, de um avô russo a um tio que viveu na África do Sul e financiou parte de seus trabalhos atuando como mercenário na guerra da Namíbia. Além disso, minha mãe me influenciou muito, me contando histórias de quando era jovem, e quando foi apaixonada por um escritor de origem russa, na Berlim da década de 40, chamado Alexander Koval (hoje tem uma biblioteca com o nome desse dramaturgo, tradutor e escritor). Por fim, minha casa vivia cheia de livros, sempre fui rodeado de livros. Desse modo, não tinha como não gostar de ler. E assim, cedo também, desenvolvi meu gosto pela literatura, escrevendo meu primeiro conto com nove anos. Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Como foi a escolha do título “Millefollium” para seu livro? Rinaldo Santori - Esse título revela a proposta que eu tinha, na época, de escrever um livro, no final (juntando todos os contos), que completasse mil folhas (assim, é um sonho ainda possível). Foi meu primeiro livro publicado no Brasil (já tinha participado de antologias, mas na Alemanha), com 118 páginas. Mas meu livro mais extenso, até agora, foi o terceiro, “Páginas Douradas” (495 pp.). Conte-nos sobre o seu romance “Páginas Douradas” Rinaldo Santori - Em “Páginas Douradas” já desponta um pouco daquilo que aparecerá, agora, nesse novo livro (“A Sexta Hora”) explicado de forma mais científica. No caso de “Páginas Douradas”, no entanto, a coisa é toda romanceada. Assim, há um livro, de páginas douradas (que dá título à obra, portanto), que se encontra escondido nas profundezas da terra (representando o nosso subconsciente). Escrevendo-se nele, pode-se mudar os destinos do planeta (ou do homem, no sentido oculto). Mas, para fazê-lo, é preciso usar a pena de um anjo. Então, o demônio entra na história, fazendo com que a 42

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tal pena apareça, e caia em mãos erradas (afinal, antes de ser demônio, foi anjo, não?). Enigmas matemáticos, um gato sensitivo, dragões___ esses grandes seres mitológicos muito comuns na literatura mundial, repletos de dualidade__ também aparecem para colorir o livro e dar um tom fantástico à obra. Como foi a escolha dos personagens? Rinaldo Santori - Os personagens em “Páginas Douradas” foram escolhidos com base em dados autobiográficos (assim, o personagem principal é um escritor, que herdou uma pena capaz de dar-lhe inspiração num nível muito acima do normal), e de histórias contadas por minha mãe, na época que o nazismo ruiu (e quando, então, foi forjada a tal pena). Ao mesmo tempo, como sou protetor dos animais, decidi questionar um pouquinho essa pretensão do ser humano de querer ser o elemento mais importante do universo. Assim, coloquei a salvação da humanidade nas mãos de um reles gato (que não era tão reles assim, já que era sensitivo, pertencendo a um estudioso de psi animal em Londres). Junto com um casal, eles seguem as pistas, e

avançam no romance, até chegar a Meggido, onde ocorrerá a batalha final do Apocalipse. Como se pode ver, trata-se de uma história na linha do romance fantástico, que ganhou um prêmio em 2006, na Itália. Fale-nos sobre o seu novo livro “A Sexta Hora” Rinaldo Santori - Trata-se de um trabalho interessantíssimo, baseado no antigo Livro Tibetano dos Mortos (chamado Bardo Thödol, no original), mas que se estende muito além disso, para os terrenos do Cristianismo, da Filosofia, Psicologia e Medicina. Nele discorro sobre a origem do subconsciente, sobre os mistérios da vida e da morte, sobre nossos demônios interiores, e como vencê-los sem medo. Enigmas matemáticos, como o 666__descrito no Apocalipse__ ou a razão de nossa freqüência cardíaca, ou ainda dos calendários maias e astecas são explicados de forma clara e lógica, ao final tudo se encaixando de forma surpreendente. Sem dúvida, é um trabalho que vale a pena conferir. De forma geral que temas você aborda em seus textos literários? Rinaldo Santori - Meus principais fo-


cos de interesse, em literatura, são relacionados a temas como espiritualidade, filosofia, religião, ocultismo, misticismo e poesia, nos seus moldes tradicionais (por exemplo: no meu segundo livro, “Canção de Uma Lágrima sem Rosto”_ que, semelhantemente a “Páginas Douradas”, também ganhou um prêmio na Itália__ temos 184 páginas narrando uma única estória, escrita na forma de versos. Um poema épico, composto por mais de 700 estrofes ou quadras, com rimas emparelhadas. Em outras palavras, algo do tipo antigo, naquele estilo que não se faz mais, e que se via apenas em autores como Torquato Tasso, Camões, Dante Alighieri, etc... Claro, sem querer me comparar de igual para igual a esses mestres do lirismo mundial). Onde podemos comprar os seus livros? Rinaldo Santori - O livro pode ser adquirido via internet (ou encomenda) nos seguintes endereços: •Livraria Asabeça: http://www.asabeca.com. br/home.php •Livraria Martins Fontes Paulista; •Livraria Cultura (apesar da disponibilidade mencionada de “24 dias úteis”, a livraria me informou que se trata de mensagem automática, e mesmo necessária, pelo fato de existirem autores independentes que demoram a entregar o livro para venda. No meu caso, porém, onde a editora faz entrega diretamente no Centro de Distribuição da Cultura, promete-se o recebimento do volume em 4 a 5 dias). Já na cidade em que vivo, Limeira, ele pode ser encontrado em quase todas as livrarias. Quais os seus principais objetivos como escritor? Rinaldo Santori - Seria a divulgação da minha obra, da minha mensagem.

Claro, se eu puder comprar um castelo no sul da França como resultado do meu trabalho, não vou reclamar (risos), mas não é esse o foco principal. Acredito que, na verdade, nada se cria. Tudo já seria engendrado pelo Criador, por Deus, e a única coisa que acontece é que nos é dado acesso a esse outro mundo. Assim, o escritor, o artista, em si, é um ser privilegiado (embora cada profissão manifeste a presença de Deus à sua forma). No meu caso em específico, falamos em mensagens recorrentes, que se repetem de livro em livro, coisa à qual nem eu tinha atinado, de princípio. Assim, acredito na minha mensagem, e da mesma forma que escrevê-la foi uma terapia para mim, ela poderá ter o mesmo efeito para quem lê-la. De certo modo, não deixo de ser médico, mesmo sendo escritor. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Rinaldo Santori - Acho que, a rigor, o mercado literário se expandiu consideravelmente nos últimos tempos. Isso é bom, pois oferece oportunidade a todos de realizar seus sonhos, e decerto muitos talentos antes perdidos talvez não o sejam mais. Por outro lado, é preciso atentar para a qualidade dos trabalhos, pois um mercado abarrotado de títulos pode sufocar bons autores em meio a uma avalanche de publicações. Por sorte, o brasileiro anda lendo mais (o que pode até ser resultado dessa difusão maior de obras em nosso meio. Nesse sentido, as editoras estariam, então, até mesmo prestando um serviço á cultura nacional, ao permitir que isso aconteça), o que é muito bom também, na formação do espírito crítico. Assim, em suma, essa movimentação toda que estamos vi-

venciando pode ser vista de maneira bastante positiva, e o pluralismo de idéias, boas ou más, é sempre saudável, fazendo parte da democracia. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o escritor Rinaldo Santori, que mensagem você deixa para nossos leitores? Rinaldo Santori - Bom, permita-me tirar da “Sexta Hora” a mensagem final direcionada ao leitor. Assim, gostaria de dizer que, na verdade, o que vivemos é um mundo de limitações aparentes, onde o principal elemento limitador está encerrado em nossas próprias mentes. No meu livro explico como isso se forma, e como age em nós, e faço uma correlação do que a medicina hoje conhece com o que é revelado em inúmeras escrituras, da budista à cristã. Tudo isso, claro, de forma bastante acessível e didática. Gostaria que o leitor percebesse a sutileza desse mecanismo, pois este seria o primeiro passo para vencer essa ilusão. Em seguida, a partir desse “novo olhar”, uma nova disposição mental também pode ser formulada. Por ela, conseguiremos “ultrapassar a nós mesmos”. E quando isso acontecer, estaremos livres, e os sonhos poderão ser realizados. E isso é fé. Acreditar é princípio, meio e fim.

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Participação Especial

Simone Guerra

Viver é um encantamento

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vida vem nos presenteando de formas variadas o nosso viver. Viver não é fácil! Viver é sublime! Viver pode contagiar e desorientar. E somos nós, que decidimos o que fazer para seguir adiante nossas realidades de existência. Quem quiser compactuar ideias contrárias as minhas, também as aceitarei. Cada um com seu ponto de vista. Com suas artimanhas para manipular seus dias, e fazer com que tenham vidas únicas. Cada um é livre, e os caminhos são tão diversos que existem pessoas para todas as direções, até mesmo para lugares não existentes. O equilíbrio da vida está no deliciar de cada manhã, que desponta alegria pelo simples fato de existir, de ter saúde, ter um trabalho, ter um amor, ter uma família. Há pessoas que vão buscar esse equilíbrio em outros desejos, sonhos, que poderão confrontrar com novas conquistas e decepções. O mais importante é que não podemos esquecer nossa vulnerabilidade em sermos humanos. Entre acertos e desacertos vamos reco-

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meçando, palavra esta, que é como oração diária para nosso viver. Não podemos deixar de fazer o mundo acontecer à nossa volta. É preciso por em prática nossos sonhos, não esperando que o medo, a insegurança, não nos permitam permanecer na mediocridade do mesmo. É preciso ir atrás daquilo que acreditamos, que possam nos fazer felizes ou realizados, porque o tempo foge de nós a cada instante, e se você planejar a longo, longo prazo, talvez a vitória será derrotada por ser tarde demais. Faça acontecer sua vida! Se tem projetos, planeja, coloque-o em prática, antes que a apatia se instale e devore a sua coragem. Se seu sonho ainda não foi realizado, comece você mesmo a fazê-lo acontecer, caso contrário, você padecerá de pesadelos de insatisfação. Lembre-se, a sua vida só acontece através de você. A ajuda do outro é imprescindível, sim, todavia só você, é o ator principal do seu espetáculo de viver bem. A vida é uma conquista diária. Viver é estar em alto mar constante, com dias claros de sol intenso, com

tempestades que passam logo ou levam dias. Nada melhor do que respirar a brisa da vontade de ser feliz, mesmo que os conflitos, tentam apagar de nossos rostos a serenidade de viver bem. Se mudarmos nossos pensares, permitirmo-nos uma pessoa melhorada e feliz, então estaremos cooperando para que o mundo a nossa volta também sofra mudanças positivas. Se apenas tivermos uma vida enfadonha e de coisas iguais, nada vai acontecer, pura insatisfação. Não espere que o milagre aconteça em sua vida como em um conto de fada, pois o encanto depende de você. Lembre-se que até as varinhas mágicas no filme de Harry Potter, só fazem magias se elas te pertencerem, e tiver a intenção para tal encantamento. A vida é assim, colocar intenção no seu desejo e fazer acontecer. Viver já é o próprio encantamento. Sigas as instruções, faça funcionar a vontade de viver, e viver bem. Sonhos podemos realizar. Projetos fazemos acontecer. Felicidade, basta aproveitar o momento da cena feliz. Viva, e não brinque de viver, apenas!


Entrevista escritora Valeska Cabral Valeska Cabral é Carioca, atriz, escritora, poeta, contadora de histórias, produtora/ divulgadora cultural e professora. O hábito de ler e escrever vem desde a infância quando anotava em pedaços de papéis tudo o que lhe chamasse atenção. Tinha o lápis e papel como seus melhores amigos. Chegou à adolescência a ser atleta no Clube de Regatas Vasco da Gama, onde praticava corrida com obstáculos e posteriormente arremesso de disco. Mas isso não durou muito. Formou-se em Educação Física e Geografia, mas pouco lhe serviu de inspiração. Foi para o teatro, estudou música na Escola de Música Villa Lobos, porém sua grande paixão falou mais alto e por opção tornou-se professora municipal, na maioria das vezes atuando em turmas de projetos, onde desenvolve projetos literários, visando a prática da leitura e escrita, tanto com seus alunos, como em apresentações em hospitais, praças, restaurantes, teatros. A dramatização é o instrumento principal para o entendimento e interpretação da mensagem passada. “Meus objetivos são incentivar a leitura e escrita, também mostrar que a literatura é um excelente remédio que CURA, medos, solidão, que nos diverte, nos ensina, nos permite conhecer pessoas, lugares, sonhos, nos permite ter em mãos verdadeiros amigos, onde muitas vezes nos encontramos.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Valeska é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a escrever poesias? Valeska Cabral - Desde criança a poesia faz parte da minha vida. No início eram simples versinhos rimados. Sempre observei letras de musicas mais do que as melodias, e quando comecei conhecer poesias de autores diversos , a paixão só aumentou. Hoje você tem 3 livros de poesias publicados: “Fonte de Sorrisos” “Um Pouco de Mim Para Vocês” e “Hipnose”, o que os diferenciam? Valeska Cabral - Na verdade são dois livros até o momento; “Um Pouco de Mim pra Vocês” - poesias biográficas, e Hipnose - que caracterizo como poesias da alma do ser humano. Este foi escrito após quase oito anos de observação do comportamento humano em diversas regiões e culturas. Onde chego a conclusão que no íntimo somos todos portadores das mesmas ansiedades, dores, alegrias. Fonte de Sorriso é o título que meu primeiro poema publicado e merecedor de menção honrosa em um concurso em 1985(IV Concurso Raimundo Correa Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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de Poesia) e para minha imensa alegria ele acaba de ser classificado em 1º lugar no Festival de Poesia do Rio de Janeiro. Que temas você aborda em sua escrita? Valeska Cabral - Temas diversos. Em Hipnose (94 páginas) abordo os sentimentos ligados diretamente a amizade, esperança, decepções, sensualidade, amor e otimismo. Atualmente tenho escrito poemas mais ligados as injustiças sociais (preconceitos de forma geral), juventude (prevenção aos desvios anti sociais de comportamento) etc Onde podemos comprar os seus livros? Valeska Cabral - Meus livros podem ser adquiridos através do site da editora Perse link : http://www.perse. com.br/novoprojetoperse/WF1_ ShopWindows.aspx , diretamente através do email: valeskal.cabral@ gmail.com ou pelo facebook (mensagem in box). (Remessa via correio autografado) Quais seus principais objetivos como escritora? Pensas em publicar um novo livro? Valeska Cabral - Meus objetivos são incentivar a leitura e escrita, também mostrar que a literatura é um excelente remédio que CURA, medos, solidão, que nos diverte, nos ensina, nos permite conhecer pessoas, lugares, sonhos, nos permite ter em mãos verdadeiros amigos, onde muitas vezes nos encontramos. Sim, estou em fase final de um romance e uma coletânea de doze livros infanto-junvenis abordando os temais transversais, que pretendo lançar no segundo semestre de 2014. Fale-nos como começou seu traba46

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lho como Contadora de Histórias, e de que forma, hoje, ele esta sendo trabalhado? Valeska Cabral - Sempre gostei de ouvir e contar histórias, porém me vi contadora de histórias depois que iniciei minha atividade em teatro quando passei a utilizar algumas técnicas em sala de aula. Depois fui aprimorando através de observação e cursos. Coordenei um grupo literário por dois anos, onde nos apresentávamos em praças, teatros, restaurantes, hospitais e até em trens fazendo contação, poesias e performances. Era uma forma a mais de levar a literatura ao povo em geral. Valeska, você realiza palestras? Valeska Cabral - Já fiz algumas palestras motivacionais, geralmente em reunião de responsáveis, onde o tema maior era o Olhar de Familia para com o filho e não o olhar de “mãe” ou “pai”, pois família é muito mais que pais... é acolhida! No momento não tenho feito por falta de tempo devido a minha dedicação a alguns projetos.

Precisamos de leis de incentivo, de mídia que divulgue e estimule a escrita, precisamos de preços compatíveis, onde faça valer a pena não só a editora, mas também ao escritor que também é um profissional que precisa se manter e precisamos de locais públicos (bibliotecas/casas de leitura) em todos os bairros, onde poderiam se desenvolver projetos/ intercambios... etc Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a escritora Valeska Cabral , que mensagem você deixa para nossos leitores? Valeska Cabral - Em primeiro lugar gostaria de agradecer a oportunidade de estar aqui. Quero dizer ao leitor: Nosso mercado é vasto, existe uma leitura perfeita para cada momento de nossa vida. A leitura é uma arte que cura, que abraça, que te identifica. Leia sempre! Beijos! “A arte é o retrato oculto nas entrelinhas da vida.” (Valeska Cabral).”

De que forma você desenvolve o seu trabalho como produtora/divulgadora cultural? Valeska Cabral - Sempre me preocupei em divulgar arte de uma maneira geral. E por vezes acabei atuando como produtora/ diretora de artistas ainda anônimos, mas os quais possuidores de um talento sem igual. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário no Brasil? Valeska Cabral - Bem, tenho me sentido mais feliz ultimamente, pois percebo um aumento significativo no interesse dos jovens pela leitura. Mas isso ainda é muito pouco.

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Carlos Souza Yeshua carlossouzamkt@hotmail.com Carlos Souza Yeshua é jornalista, profissional de marketing e professor. Presta serviço de assessoria de imprensa e marketing pessoal para escritores.

COLUNA: O Escritor e a Mídia

PLANEJAMENTO PESSOAL

O

ano de 2014 chegou repleto de novas esperanças, como é comum a cada novo ano. E é neste período que renovamos nossas forças e acreditamos que o que não foi alcançado no ano anterior, agora vai se concretizar. Mas é preciso entender, que “O sucesso não ocorre por acaso”, como defende o Dr. Lair Ribeiro. “Você acha que alguém chega por acaso ao topo do Monte Evereste, sem planejamento? É claro que não. Para chegar lá, é preciso planejar cada detalhe... Sem isso, a pessoa morre no caminho. Sem planejamento, é quase impossível atingir grandes metas”. É esta palavra “planejamento”, que precisamos se apropriar, pois é fundamental para contribuir com a realização daquilo que pretendemos. O sucesso, em qualquer área da vida, é fruto de muito esforço, dedicação, entusiasmo, resiliência é um bom planejamento estratégico pessoal. No caso do escritor, quais as metas poderiam ser planejadas para 2014? Embora cada um tenha objetivos diferentes, algumas ideias podem ser interessantes para quase todos. Por exemplo: vou escrever algum livro este ano? Caso positivo, em que mês pretendo finalizar este trabalho? Estou com alguma obra já iniciada que almejo terminar até dezembro? Quais serão as estratégias para consolidar minha marca e marketing pessoal? Reflita sobre estas questões... Com a explosão das bienais, festas literárias e feiras de livros que estão ocorrendo em diversas cidades

brasileiras, faz-se necessário planejamento para definir em quais desses eventos se deseja participar. E se esta participação é meramente como espectador ou se tem a intenção de ser um dos convidados oficiais, ou simplesmente pensa em integrar a programação paralela, com um lançamento de livro, por exemplo. Outra dica para o planejamento dos escritores é a atenção que devem ter, com relação aos concorridos Concursos e Prêmios Literários que são realizados no Brasil anualmente, pois são importantes para valorizar e reconhecer o mérito do escritor. Estou me referindo a concursos que se destinam a livros publicados no ano anterior, alguns deles são bem famosos (Jabuti, Portugal Telecom, Prêmio Literário Biblioteca Nacional) e disputados pelos grandes autores nacionais. Vale a pena entrar na disputa! O escritor profissional deve desejar ganhar esses prêmios, pois eles abrirão novos caminhos, tais como espaço na grande mídia, convites para participar de eventos literários nacionais e internacionais, novos leitores, atenção de editoras, ou quem sabe até um convite para transformar o livro em uma obra cinematográfica. Na maioria desses concursos, o ganhador até recebe uma quantia em dinheiro, o que não deixa de ser um incentivo a mais, afinal, o escritor também é filho de Deus e tem todas as necessidades comuns a qualquer mortal. Vamos planejar que o resultado é garantido!

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Entrevista escritora Neyd Montingelli outro. E lá vem a ansiosa, faminta: “E o meu?” Ele entrega um enorme embrulho de jornal contendo um REPOLHO e diz com a cara mais feliz, já empreendendo fuga: “É grande, barato e não engoooorda”. Você também é autora do livro “Receitas para minha filha que vai Casar”, obra da qual achei bem interessante, pois você elaborou inicialmente um manuscrito que seria para sua filha que casou. Conte pra gente como foi toda essa história e o que os leitores encontrarão neste livro?

Por Ademir Pascale

Como foi o início de Neyd Montingelli para o meio literário? Neyd Montingelli: Em 2007 Eu queria colocar em livro algumas receitas, modo de fazer queijo e um pouco da minha história com as cabras e o leite. A Editora 5 Continentes aceitou minhas ideias e aprovou o meu livro, sem custos. Foi interessante e gratificante receber impresso um trabalho que era só meu. O trabalho na Caixa Econômica Federal, onde trabalhou até se aposentar, rendeu o livro “Memórias de um caixa da Caixa”. Poderia falar mais sobre esta obra? Neyd Montingelli: Este foi o mais divertido e que rende conversas compridas até hoje. São relatos do cotidiano do meu tempo de caixa,

os divertidos episódios com clientes e colegas. Cada vez que acontecia alguma coisa inusitada, eu sempre dizia: “quando me aposentar, vou escrever um livro contando isso”. E foi o que fiz. Afinal, cliente e colega de banco é muito criativo. Poderia destacar um trecho deste livro especialmente para os nossos leitores? Neyd Montingelli: Um dos colegas estava saindo para comprar lanche e perguntou o que os outros queriam. Cada um fez a encomenda e deu o dinheiro. A minha vizinha de guichê, sempre de regime, pediu: “Traga uma coisa grande, barata e que não engorde”. E entregou uns míseros trocados para ele. Na volta, o danado foi entregando pastel para um, cachorro quente para outro, (cheirinho bom), empadinha para

Neyd Montingelli: Quando minha filha estava para casar ela pediu que eu fizesse um arquivo no computador com as receitas das comidas que ela gosta. Comecei a escrever e a cada receita eu ficava preocupada, pois esta filha (e todas as filhas desta geração) não sabe cozinhar, então eu não poderia simplesmente escrever a receita, teria que explicar timtim, por timtim. Assim fiz. Não satisfeita, pensei, além de não saber cozinhar, ela (e as outras) também não vai saber lavar essa panela em que cozinhou. Então fiz um capítulo ensinando a lavar a louça. Depois, veio: e a geladeira? Outro capítulo: Como limpar a geladeira e o freezer. E assim foi. Ficou comprido o arquivo. Afinal, a gente cria a filha para nós, não pensa que ela vai ter a vida dela, não vai ter a mamãe perto e isto é um erro. Com o livro, tentei colocar as dicas de como cuidar da casa e dos afazeres domésticos, cumprindo essas tarefas ela mesma ou dando ordens para uma empregada ou diaRevista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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rista, pois coloquei até um capítulo de como comandar uma funcionária, caso ela trabalhe fora. Por isso que no título do livro tem um complemento: Para a cozinha e para a vida. Além das receitas coloquei algumas dicas de relacionamento com a sogra e com o marido. Eu quero sempre que o casamento seja: Felizes para sempre. Você teve um Laticínio e se especializou em queijos e derivados finos com o Leite de Cabra, o que resultou também na criação do livro “Culinária com produtos Caprinos”. Fale mais sobre este livro e para quem você o indicaria. Neyd Montingelli: Quando fiz este livro a intenção era compartilhar o que aprendi com a criação de cabras e com o meu trabalho no Laticínio. A Editora aceitou o meu livro e fez a edição sem custos para mim, o que agradeço profundamente. É uma pequena amostra do que tenho para dividir com as pessoas. Quem gosta de carne, leite e queijos de cabra encontra 74 receitas fáceis. Coloquei também algumas receitas de fabricação de queijos caseiros e falo do começo da minha história com as cabras. O leite de cabra é nutritivo, saboroso, mais digestivo e com indicações até médicas para auxiliar na recuperação de convalescentes, idosos, pessoas com problemas digestivos e crianças. O queijo tem sabor diferenciado e na Europa é requisitado nos melhores pratos. “Sangue é Sangue & outras histórias”, é sua coletânea de quatro contos que fala sobre família e pessoas comuns. Qual foi a sua principal inspiração para a criação desta obra? Neyd Montingelli: Minha mãe foi a maior incentivadora para que eu começasse a gostar de ler crônicas, 50

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romances, contos principalmente os de Aghata Cristie. Eu acordo com histórias e personagens novos povoando a minha mente. Tenho que colocar no computador e tranformar em uma trama, tenho que dar nomes e fazer o cenário senão eu não sossego. Como tenho vários contos em andamento, tive que pedir a ajuda do editor para a escolha. O conto que deu o nome ao livro é o mais forte dos 4, “Sangue do meu sangue”, e foi de um sonho que tive. Acordei com a trama toda pronta. Fui direto ao computador e escrevi a sinopse. Depois foi só descrever os personagens, o cenário e começar a escrever. Adorei escrever esse. Poderia destacar um trecho de “Sangue é Sangue & outras histórias” especialmente para nossos leitores? Neyd Montingelli: - Ô Dona, pode me dar um remédio para essa dor nas minhas costas? Um analgésico qualquer. Já faz uns 4 dias que eu tô assim. Antes eu tomava pinga e passava, agora não adianta mais. A minha barriga fica dura. – Jakeline fala com a voz melosa pela embriaguez e abre o vestido deixando à mostra a barriga proeminente de menina grávida e muito magra. Cecília quase desmaia. Ela não tinha visto que a moça estava grávida. Sentiu-se culpada por deixar que ela bebesse toda aquela cachaça enquanto comia! Pensou que poderia ter deixado que ela entrasse para comer na cozinha, pensou outras coisas... - Oh meu Deus, aquela barriga. Perdoa-me. Que inveja. Eu queria ter aquela barriga. Oh Meu Deus, por que, por quê? – Os pensamentos de Cecília mereciam censura. Coloca a mão sobre a barriga da moça e leva um susto. - Jakeline! Você está tendo contrações.Você está bem?Você tem

que ir a um médico! Começa a chover mais forte, raios e trovões lá fora deixam tudo um caos. A casa fica sem energia novamente.


O livro “Crianças Roubadas”, que também é uma coletânea de quatro contos, parece seguir o mesmo ritmo de “Sangue é Sangue & outras

histórias”. Como foram suas pesquisas para criar este livro? Neyd Montingelli: No ano passado, eu já estava cansada em receber tantos e-mails e de ver posts com msgs de crianças desaparecidas. Como não compartilho nada sem verificar a procedência e a veracidade das informações, eu levava um tempo enorme fazendo pesquisa nos sites da Polícia e daqueles de farsas da internet. Sempre fiz questão de devolver a informação correta aos amigos, para que eles não ficassem levando para frente uma mentira, o que é na maioria das vezes. Muitas vezes liguei para os telefones de contato para saber se a criança já havia sido encontrada, mandei e-mails, mas nunca recebi resposta. Só os verdadeiros casos de desaparecimento são aqueles que constam nos sites da Polícia. Fiquei pensando naquelas famílias, que buscam seus filhos e em como seria um final diferente e fiz um conto assim. Depois vieram os outros. As histórias poderiam ser de qualquer caso verídico que já aconteceu no mundo, pois os bandidos são criativos e usam de toda astúcia para ludibriar a polícia e a vigilância dos pais para conseguir roubar, comprar ou fazer os negócios sujos com as crianças. Eu li histórias terríveis de crianças roubadas, vendidas, trocadas pelo mundo todo. Conversei com diversas pessoas a respeito e fui até o SICRIDE que é o órgão que faz a investigação de crianças desaparecidas em nosso estado. No dia do lançamento distribuí as cartilhas do João Esperto, que foi idealizada pelo SICRIDE para as crianças da rede Pública ou para qualquer entidade que solicitar. Esta cartilha ensina a criança a proteger-se de pessoas mal intencionadas. Todo cuidado é pouco e as famílias devem ficar atentas. Eu

deixo um alerta no livro: “Protejam seus tesouros”. Como os leitores deverão proceder para adquirir seus livros e para saber mais sobre Neyd Montingelli? Neyd Montingelli: Através do meu site www.neydmontingelli.com.br qualquer pessoa pode entrar em contato comigo, mandando um e-mail. Terei o maior prazer em responder. Perguntas Rápidas: Um livro: Jesus o Cristo Um(a) autor(a): Aghata Christie Um ator ou atriz: Sean Connor Um filme: O segredo do Abismo Um dia especial: Hoje Deseja encerrar com mais algum comentário? Neyd Montingelli: Sim. Todos deveriam escrever. Para si mesmo, para os filhos, para os netos, para os sobrinhos, para o amor, para alguém. Escrevam em um caderno, qualquer coisa, os sonhos da noite anterior, os desejos para o futuro, as lembranças do passado, as receitas que mais gostam, o amor que sentem por alguém ou por algum animal. Só quando escrevemos expomos a melhor parte que temos. Se vamos deixar alguém ler é outra história. Vamos fazer como Scarlet O’Hara em E o vento levou: “Amanhã eu penso nisso”.

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Participação Especial

Ademir Pascale é escritor e ativista cultural, já tendo participado em mais de 40 livros. Contato: pascale@cranik.com

Ser recluso, ou não?

A

ntigamente, antes da era digital, muitos autores eram reclusos, mas alguns ainda são, como Thomas Pynchon, que não cede entrevistas e muito menos posa para fotos, mesmo assim ainda possui uma legião de fãs ao redor do mundo. Pynchon, com seus textos que abrangem campos diferenciados, como ocultismo, filosofia, psicologia, mitologia, física, quadrinhos, matemática, etc, é nome constantemente citado para concorrer ao Nobel de Literatura. J. D. Salinger (1919-2010), também preferiu a solidão, isso depois do sucesso da obra “O apanhador no campo de centeio”, o que gerou ainda mais buzz (disseminação) em torno de suas obras e, consecutivamente, mais fãs. No Brasil, Dalton Trevisan, autor da obra minimalista “Ah, é?” (1994), e do romance “A polaquinha” (1985), também evita entrevistas, vive no anonimato e é apelidado de “O Vampiro de Curitiba”. Rubem Fonseca, vencedor do Prêmio Camões, autor das obras “Fe-

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liz Ano Novo” (1975), “Amálgama” (2013), entre outras, foi citado pelo escritor Raphael Draccon, autor da série “Dragões de Éter”, em entrevista cedida para “O Globo”, em 28/08/2013, que disse: “Rubem Fonseca, hoje, não seria publicado”, o que gerou críticas e comentários nas redes sociais, principalmente dos fãs de Rubem Fonseca. Entendo que Draccon não mencionou tal frase se referindo a qualidade literária do autor, mas referente ao que as editoras buscam no momento, que são autores não reclusos e que são fotografados facilmente, que estão nas redes sociais, que conversem com os leitores e que cedem entrevistas. É claro que todo autor precisa de um espaço para se dedicar aos seus textos, um tempo recluso e longe de coisas que lhe tiram a atenção. Mas no caso dos autores citados nesta matéria, como Thomas Pynchon, J. D. Salinger, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca, foram anos e até décadas de total reclusão. E mesmo reclusos, são autores famosos. Não devemos

esquecer que eles surgiram quando as editoras tinham outro pensamento, antes da grande rede, antes do Twitter e Facebook, que além de ferramentas de entretenimento e inclusão social, tornaram-se necessidade diária para milhares de brasileiros. Hoje, para saber o que acontece com Thalita Rebouças, Paula Pimenta, André Vianco, Eduardo Spohr, Raphael Draccon e diversos outros escritores, basta segui-los nas redes sociais, além disso, a maioria deles interagem com os leitores e os equipamentos para ter este acesso são muitos, como notebooks, computadores de mesa, celulares, tablets, etc. Paulo Coelho, autor conhecido mundialmente, sabe da importância das redes sociais e usufrui disso diariamente postando frases, pensamentos e notícias sobre os seus livros para seus quase 9.000.000 de seguidores no Twitter. Ser escritor recluso é uma opção, mas algo que pode não ser aceito pelas editoras e pelo público leitor que quer estar ali, lado a lado, sempre pertinho do seu autor preferido.


Entrevista escritor Marcelo Montandon Jr Além de médico especialista em Diagnóstico por Imagem e Radiologia, você é investidor e estudioso do mercado financeiro. Por favor, fale mais sobre suas experiências no mercado de ações. Marcelo Montandon Jr: Sou Médico Radiologista atuante e pretendo seguir minha carreira. Sou apaixonado pela medicina diagnóstica!... Por outro lado, meu primeiro contato com o mercado financeiro foi no segundo semestre de 2007. Em fevereiro de 2008 comecei a operar diretamente com ações. Entrei no mercado financeiro junto com a chegada da segunda maior crise mundial de todos os tempos, o que dificultou o meu desempenho. Entretanto, os ensinamentos adquiridos nos últimos 6 anos foram muito marcantes. Foram inúmeros cursos, leituras de livros e revistas especializadas, além da experiência com os “erros e acertos”. Todos os aprendizados adquiridos nos últimos anos foram repassados para o livro. Assim, acredito que o conteúdo poderá ajudar os investidores iniciantes. Tenho também o certificado profissional – CPA10 – pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercado Financeiro e de Capitais). Qual o objetivo principal do seu livro? Marcelo Montandon Jr: Sem dúvidas, o principal objetivo do livro é tentar inserir as pessoas no mercado financeiro, através de uma linguagem simples e acessível para a maioria das pessoas. Por Ademir Pascale

Como surgiu a ideia para a criação do livro “Investir cada vez melhor - Aprenda a investir sozinho” (2013)? Marcelo Montandon Jr: A ideia surgiu no final de 2010 quando percebi que a grande maioria das pessoas, apesar de bem sucedidas nas suas profissões, não tem conhecimento básico sobre investimentos. Quase ninguém terá um futuro digno, apenas trabalhando. É preciso saber investir! Com a taxa básica de juros em patamares mais baixos, investimentos populares de renda fixa como a poupança, o CDB e os fundos DI terão rendimentos cada vez menos atrativos.

O seu livro é dividido em tópicos distintos. Por favor, comente um pouco sobre os tópicos do livro. Marcelo Montandon Jr: Diferentemente de vários outros títulos livros já publicados sobre o assunto, este livro traz informações relevantes sobre praticamente todas as diversas modalidades de investimentos no Brasil, desde a caderneta de poupança e os imóveis, até o complexo mercado de ações e derivativos. Nos capítulos iniciais faço comentários sobre o Sistema Financeiro Nacional e conceitos básicos de economia. Escrevi também um extenso capítulo dedicado exclusivamente à análise técnica (gráficos) no mercado de ações. Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores? Marcelo Montandon Jr: “A maior ambição de uma pessoa deve ser a plena felicidade em casa. Não deixe de aproveitar a vida, especialmente curtir sua família e seus amigos. Na vida há espaço para todos os momentos. Entretanto, nunca se esqueça de que a nossa capacidade de trabalho se declina a partir de certa idade. Pense no futuro o quanto antes”! Como os interessados deverão proceder para adquirir um exemplar da sua obra? Marcelo Montandon Jr: O livro é uma edição própria do autor, sem vínculo com qualquer editora. Contém 320 páginas em acabamento de alta qualidade: papel couché 115 gramas e impressão digital colorida. Ele pode ser adquirido diretamente pelo site do livro, www. investircadavezmelhor.com.br, com frete incluso para todo o Brasil (PAC Correios) e um sistema seguro de compra (PAG UOL). O livro está disponível nas livrarias Leitura (Goiânia Shopping) e Nobel (Bougainville), em Goiânia. Desde 2014, a versão digital pode ser adquirida no site da Amazon: http://www. amazon.com.br/Investir-cada-vez-melhor-investir-ebook/dp/B00HYMOKOO/ref=sr_1_19?s=digital-text &ie=UTF8&qid=1390302250&sr=1-19&keywords=investir Deseja encerrar com mais algum comentário? Marcelo Montandon Jr: Gostaria de comentar que desde o lançamento do livro em março de 2013, criei uma Fan Page (www.facebook. com/investircadavezmelhor) e o site 54

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www.investircadavezmelhor.com.br , onde o leitor poderá obter informações adicionais e atualizadas sobre o mercado financeiro. Lembrando que a principal meta de ambos é a educação financeira. Obrigado pela oportunidade.

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Entrevista escritor Marcin Baron é que levam o leitor a uma reflexão de sexualmente, deliciosamente bem viver. Como os interessados deverão proceder para adquirir “Nossos Íntimos Relatos”? Marcin Baron: O Canal de aquisição é a PoloBooks: clique aqui. Você trabalha em novos projetos literários? Marcin Baron: Sim Perguntas Rápidas: Um livro: O Código Da Vinci. Um(a) autor(a): Carlos Drummond de Andrade. Um ator ou atriz: Al Pacino. Um filme: Perfume de Mulher. Um dia especial: 26 de Fevereiro de 2012. Por Ademir Pascale

Como foi o início de Marcin Baron no meio literário? Marcin Baron: O projeto de escrever um livro já vem de algum tempo, a oportunidade real apareceu quando ao conhecer uma pessoa impar, então buscamos relatar nossos encontros, isto evoluiu de tal forma que o romance mereceu este registro escrito... Quais são suas principais influências? Marcin Baron: O erotismo romântico. Você lançou recentemente a obra “Nossos Íntimos Relatos” (PoloBooks). Poderia comentar? Marcin Baron: Este trabalho vem de encontro ao registro uma convivência real, entre duas pessoas desconhecidas, um homem e uma mulher que processam uma convivência harmoniosa em um romance sensivelmente erótico. O vocabulário utilizado é de um teor eroticamente apimentado. Poderia destacar um trecho do seu livro especialmente para os nossos leitores? Marcin Baron: Pelo simples fato deste romance ser real, o primeiro relato é um episódio muito interessante, como pessoa se encontram dentro de uma anonimato, os demais relatos eroticamente descritos e bem apimentados 56

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Deseja encerrar com mais algum comentário? Marcin Baron: O descobrimento pessoal foi a grande tona no desenvolver deste romance eroticamente vivido por volta de nove meses, retratado em relatos, descritos com esmerado senso de uma sexualidade erótica, extremamente picante e excitante. O romance pretende levar o leitor a refletir sobre como uma relação sexual pode ser desenvolvida para que ambos sintam e participem do delicioso prazer.

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Ruby Redstone Escritor e jornalista graduado com honras pela conceituada California State University (Universidade Estadual da Califórnia), com especialidade em Comunicação Intercultural e língua Inglesa - rubyredstone1@hotmail.com

COLUNA: Na Boca do Povo

SOBRE ADAPTABILIDADE “Se você não faz o que gosta, procure trocar de profissão.” Original: “Se você não faz o que gosta, procure gostar do que faz”. Noventa e cinco por cento da força trabalhista está empenhada ou envolvida em funções alheias aos gostos e capacidades próprias. Daí da necessidade de improviso e especialmente de adaptabilidade. Do outro lado, existe o problema do comodismo e a falta de iniciativa própria para procurar e encontrar a profissão ideal – aquela em que se produz mais, e melhor, que gera maior prazer pessoal. Por isso eu diria: nunca se canse de encontrar essa satisfação própria, empenhando-se numa profissão gratificante, ou seja, naquela em que você se sinta realizado. “Martele enquanto o ferro está quente, do contrário, só terá barulho.” Original: “Malhar em ferro frio...” Mesmo aquele bigorneiro com pouca ou nenhuma experiência sabe de

antemão que o ferro ideal para se trabalhar é aquele superaquecido, ainda incandescente. O princípio é muito simples: quanto mais quente, melhor. A explicação para o fenômeno parece óbvia. Quanto mais aquecido estiver o ferro, tanto mais maleável (mole mesmo) ele se torna, e consequentemente mais fácil de moldar ou ganhar o formato desejável. Do contrário, sua rigidez aumenta, tornando inútil martelar. Daí saiu o dizer, malhar ou martelar em ferro frio, para se referir às pessoas insensíveis, que por mais que você tente ajudar, aconselhar e estimular, eles não respondem ao seu apelo, mostrando completo descaso e frieza. Por fim, você é ainda acusado de agitador e barulhento, por bater terminantemente o seu martelo sempre no mesmo ponto, mas sem nenhum resultado, exceto, pelo ruído. Aproveito o ensejo para lançar mais um provérbio, que provavelmente tem tudo para se tornar popular – malhar em ferro frio é fria. “O perigo de malhar o ferro quente,

é de se queimar.” Original: “Malhar em ferro frio...” Nos dias atuais – dias em que o físico ganha mais ênfase do que a inteligência, e que o exercício do corpo se torna mais importante do que o da mente, malhar se tornou um verbo indispensável. Tornou-se sinônimo de exercitar com afinco e aplicação, a fim de se obter bíceps avantajados e barrigas retraídas, vulgarmente chamada tanquinhos. Mas malhar ou martelar pode também ser usado no sentido de acusação, reprimenda, correção verbal. Dessa modalidade de malhação, surgiram grandes atletas, cujos músculos lingue-labiais são nada invejáveis, de tão cortantes e ferinos que são! Esses não medem esforços para se tornarem indesejáveis e inoportunos. Mas nesse processo turbulento, tanto o réu quanto o promotor saem queimados. É uma pena, porque se houvesse mais prudência por parte do bigorneiro, e o martelo não fosse usado no clímax do calor da discussão, é possível que o efeito tivesse sido benéfico.

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Entrevista escritora Ana Antunes Ana Antunes nasceu na Póvoa de Lanhoso, em 1962. Estudou em Braga, onde reside atualmente. Tirou o curso do magistério Primário e posteriormente a licenciatura em administração Escolar. Exerce a profissão de professora. Neste percurso de vida, casou e teve três filhos, que lhe preenchem na totalidade o seu lado maternal. É muito sensível e aprecia a humildade e a sinceridade das pessoas. Nos tempos livres adora ler e escrever. Publicou dois livros de poesia. O primeiro intitula-se Sentimentos em Poesia e o segundo Elogio à vida. “É com mágoa que digo que a editora que editou os meus livros, nem os que eu paguei me deu… Já fui falar de poesia a uma escola e não tive livros para levar pois a editora por mais que eu pedisse não me deu.” Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Ana Antunes é um prazer ter você conosco no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela leitura? Ana Antunes - Sempre fui uma pessoa sensivel e a forma que tinha de me alienar dos problemas era lendo. Sonhava com os protagonistas, que me levavam a viajar pelo mundo, me faziam viver as suas emoções e sonhar, sonhar,… Entrava num mundo encantado que me fazia crescer, amadurecer, evoluir e aprender com essas histórias. A leitura ajudou-me a ultrapassar conflitos pessoais, a descobrir a essência da minha existência… Em que momento começou a escrever poesias? Qual a importância da poesia para sua vida? Ana Antunes - Desde criança que me lembro de ver poesia em tudo o que me rodeava. Ficava parada a observar a natureza. As paisagens com toda a sua

magnificiência e os pormenores: um botão de flor a abrir para a vida, uma abelha a pousar de flor em flor, o aveludado e as cores das pétalas, o trabalho das formigas, uma pinga de chuva a cair num charco, os desenhos das nuvens, a água a correr num pequeno ribeiro,… Enfim todas as maravilhas que a natureza encerra me fascinavam e fascinam. Por vezes sentia o meu coração a doer e a natureza confortava o meu olhar e a minha alma (tive uma infância com muito amor e muita dor - conflitos entre os pais). Colocar essa poesia no papel, só em outubro de 2011 quando fui obrigada a parar de trabalhar por causa de uma operação. E de um mês e meio de atestado médico surgiu o 1º livro “Sentimentos em Poesia”. Entretanto nunca mais deixei de escrever, por isso passado um ano lancei o 2º livro “Elogio à Vida”. Neste momento tenho poesia para o 3º livro. A poesia é vida e a vida sem poesia é muito pouco, por isso escrevo para viver melhor. O que diferencia seu livro “Sentimentos em Poesia” de seu livro “Elogio à Vida”? Ana Antunes - O 1º livro “Sentimentos em poesia”, foi escrito em catadupa pondo cá fora todos os sentimentos que estavam guardados em gavetas mal fechadas e por isso com um pequeno toque elas abriram e as palavras saltaram para o papel de uma forma extraordinária. Estava tudo no coração e saltou para a minha mão. O 2º livro foi uma continuação do 1º, embora um pouco mais maduro, mais pensado. De qualquer forma também este surge de sentimentos, da observação da natureza, de sonhos e sobretudo do amor na Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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sua forma mais global, por isso lhe dei o título “Elogio à Vida” Como você se sente ao terminar de redigir uma poesia? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Ana Antunes - Depende dos sentimentos que me vão na alma no momento. Se estou feliz escrevo de uma forma suave e tento escrever para os outros, mostrando que o amor é a essência da vida e que vale a pena lutar por ele em busca da felicidade. Por vezes gosto do resultado que até me interrogo se fui mesmo eu que escrevi. Outras vezes as emoções são tantas que as coloco no papel de uma forma mais dura e não gosto tanto do resultado. Mas poesia é isso mesmo, “é tudo o que há de intimo em tudo”. A minha poesia prima pela simplicidade. É uma poesia palpável, que se toca, que se sente de imediato…e apela ao amor pela vida, pois esta é uma dádiva. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Ana Antunes - Divulgo a minha poesia colocando-a no Facebook e falando dos meus livros aos amigos. A maioria das editoras não faz muito para divulgar o trabalho dos novos autores. É com mágoa que digo que a editora que editou os meus livros, nem os que eu paguei me deu… Já fui falar de poesia a uma escola e não tive livros para levar pois a editora por mais que eu pedisse não me deu. Tenho tido pessoas a querer comprar-me o livro mas a editora não me responde aos emails nem atende os telefonemas… Onde podemos comprar os seus livros? Ana Antunes - A editora foi a Papiro, mas como nem os meus livros me deram muito menos distribuiram nas livrarias. Seria bom que lhes fossem 60

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pedidos livros para ver se respondem… link http://blogdapapiroeditora.blogspot.pt/ Tels. 224955513 / 915447146 Rua de Pinto Bessa nº 615 - 4300 Porto Escritora Ana, pensas em publicar um novo livro? Ana Antunes - Como já disse em cima estou a pensar publicar novo livro. Já enviei a minha poesia para algumas editoras e estou a aguardar respostas. Gostaria de ter mais sorte com a nova editora. Quem é a escritora Ana Antunes? Quais seus principais hobbies? Ana Antunes - A escritora Ana Antunes é uma pessoa muito sensivel, gosta de fazer os outros sentir aquilo que sinte, porque sabe o que sinte. Sente que a vida é um presente; sente que a vida não é uma coincidência, mas uma luta constante pelas conquistas e que é no amor que está a conquista; sente que o amor quando é está lá para vencer e não ser vencido. É uma pessoa que apesar de frágil e de se deixar ir abaixo com alguma facilidade, mesmo com as lágrimas a correr, não desiste, vai à luta. É sonhadora e tem necessidade de mudanças. Gosta de ter amigos e aprecia imenso a natureza. É maternal e o seu amor maior são os filhos. O que mais gosta de fazer é passear a pé ou de carro para observar a natureza, pois esta transmite-lhe tranquilidade, energia para conquistar o dia seguinte e inspiração para escrever. Gosta de ler, de ir ao cinema e de conviver com os amigos. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Ana Antunes - Gostaria imenso que as editoras fizessem um esforço maior na divulgação dos novos autores. Divulgam livros que por vezes não têm grande valor literário, mas são de

pessoas muito conhecidas do público. Atenção que não estou a falar dos escritores… Por vezes há talentos escondidos, que nunca chegam a ver o sol, porque não têm nome no mercado, contudo se as editoras não fizerem um esforço maior, nunca terão. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Ana Antunes, que mensagem você deixa para nossos leitores? Ana Antunes - Diria que um livro é um um bem precioso e um amigo. Nele podemos encontrar tanta coisa, que, com certeza dará alento à nossa vida. Principalmente diria que a vida vale a pena ser vivida, se nela colocarmos Amor. “O amor é um dos astros mais belos e liminosos existentes no firmamento da vida humana” Braga, 03 de novembro de 2013 - Ana Antunes

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Por Isabel Simões

COLUNA: Poeta Poveiros e Amigos da Povoa

Meus pensamentos Maus ventos Abraços precisam-se Um convite à leitura,duas perguntas, um conselho e um poema. Convite: Por favor, leiam estas palavras da autoria de Henrique Pinto, publicadas na revista Cais #187, de Setembro de 2013. “A lei perde soberania O povo cidadania. Existem em Portugal elites impenetráveis e poderosas, brasões de família, grupos partidários, económicos, religiosos, culturais… que como tribos que se autodefendem e promovem, exercem sub-repticiamente sobre a sociedade, e pela via do Estado e das suas instituições, uma enorme influência a seu favor. As leis foram feitas por eles e para eles. Por isso, não surpreende que, ávidos de poder, e sem que nada os impeça, saltem de Câmara em Câmara, de Banco em Banco, de Empresa em Empresa, de Governo em Governo, de Cátedra em Cátedra, convencidos de que não há melhor do que eles, e que por isso o fazem por dever de consciência e por amor ao comum cidadão. E são estes os privilegiados, os que têm visto a crise passar-lhes ao lado, mesmo quando vêm a público falar sobre os milhões que já perderam. E são estes os que continuam a malhar no povo, os que, como em tempos idos, não só cobram impostos em nome de uma maquiavélica solidariedade, como retiram aos rendimentos que são devidos por lei a um pobre reformado, dignidade e poder de compra. Portugal diz-se estado de Direito, mas nunca como hoje a lei se viu

despida de soberania, condicionada, pressionada, manipulada, maltratada na praça pública.” Primeira pergunta: (também inserida no texto de Henrique Pinto) “A quem pertence o que resta do povo?” Segunda pergunta: Será que ficamos elucidados ao prestarmos atenção às notícias que umas “caixas” (grossas ou finas) que quase todos temos em casa, nos vão dando em horários pré-definidos? Faço apenas a pergunta, deixando a resposta para cada um de vós, após a discussão do tema em grupo de amigos interessados em questões que podem ser, quanto a mim, consideradas simples e vulgares, mas que, na verdade, poderão ser bem complexas. Conselho: Usemos e abusemos dos abraços, do carinho e do amor. O homem tem vindo a lutar, desde os primórdios, por uma vida melhor, dando passos sucessivos nesse sentido, travando ao longo dos tempos lutas e mais lutas. Assim não fosse, estaria ainda na idade da pedra, do bronze ou na idade média, submetido aos regimes feudais, Assim não fosse, ainda haveria a escravatura protegida por lei (porque escravatura ainda há). Assim não fosse, ainda haveria o trabalho de sol a sol protegido por lei (porque trabalho de sol a sol ainda há). Assim não fosse, a mulher estaria subjugada ao querer absoluto. Assim não fosse, a mulher não teria direito ao trabalho. Assim não fosse, à mulher seriem vedadas determinadas funções. Abraços precisam-se. Porquê?

O carinho e o amor, em toda a sua plenitude, são necessários na vida de cada um de nós, para que os trilhos que vamos pisando sejam bem menos rugosos. Nos tempos de agora, como em todos os outros, há muitas dúvidas e medos que se vão acumulando e, portanto, elejo os Abraços e o Amor como sendo dois ingredientes principais do prato diário da vida! Poema: Meus pensamentos Vão as formigas Em seus carreiros Mas os maus ventos Que são intensos Trocam-lhes as voltas Barram-lhes os caminhos Para seus celeiros E nestes tempos Esses maus ventos Fazem lembrar Uns outros tempos E elas lá vão Em fila cerrada Teimosas e firmes Oscilam e tremem Caindo e erguendo E nestes tempos Esses maus ventos Fazem lembrar Uns outros tempos Em trilhos incertos Teimosos e firmes Em fila cerrada Seguirão sempre Os meus pensamentos Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Entrevista escritora Catarina Dinis Biografia Catarina Dinis. Nasci em Fânzeres Gondomar. Onde continuo a viver. Já tive a oportunidade de viajar um pouco e inclusive vivi 2 anos no México. Tenho o 12º ano de Comunicação e Difusão mais um curso de Animadora Sociocultural. Trabalhei como secretária, em organização de festas e em Creche (actualmente). Escrevo desde os 13 anos, a escrita é uma forma de refugio ou de transformarme num ser diferente. Durante o tempo que estive no México escrevi sob o nome de Nina de regresso a Portugal optei pelo meu nome mas a escrita tornou-se diferente.. talvez como eu…Os primeiros textos que escrevi ao longo do tempo são como uma Antologia… passa de 2000 agora comecei a escrever como livro “As histórias que os livros não contam”, “ Teus Olhos Lilases” e “ Saudade do Ontem” têm cerca de 20 poemas cada um, A Mágia das Palavras,Amando México (guia pessial do México) e uma autobiografia sobre os motivos de ter viajado. Nada está publicado em livro. “Aos leitores quero deixar a mensagem que só através deles nós escritores e poetas conseguimos voar na liberdade de escrever… e por isso um grande obrigada por nos darem asas…” Boa Leitura! 62

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Catarina Dinis para nós é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter gosto pela escrita? Catarina Dinis - Antes demais quero agradecer a Shirley e a este fantástico projecto Divulga Escritor assim como esta grande oportunidade de sair do “ silêncio”. Em relação a base para começar a escrever acredito que tenha sido fundamentalmente graças aos meus pais me incentivaram a leitura e desde pequena que conhecia as histórias de encantar de cor e ninguem podia se enganar, recordo-me de ter sido uma infância e adolescencia sempre rodeada de livros e escrevia muitas frases… depois por volta de 1995 é que tomei a consciência que escrever era uma forma de me expressar, já que por vezes não encontrava a melhor maneira de o fazer até porque fui uma adolescente muito timida. Que tipos de textos literários gostas de escrever? Catarina Dinis - De inicio essencialmente poemas ou frases curtas. Mas já algum tempo começei a dar asas a imaginação e escrever em prosa, deixar a caneta fluir porque afinal escrever é tão maravilhoso.. é de uma certa forma pintar um quadro mas com palavras… Através destes textos que temas você aborda em sua escrita? Catarina Dinis - O tema principal da minha escrita é sem duvida o amor ou


desamor embora também tenha feito poemas sobre o universo de escrever e da poesia ou sobre situações do nosso quotidiano. Além disso também já escrevi uma especie de autobiografia sobre um determinado período da minha vida Que mensagem você quer transmitir através dos seus textos? Catarina Dinis - Quando comecei a escrever poesia não me preocupei com a mensagem que iria tramsmitir porque era algo completamente pessoal só com o tempo e com o desvendar aos poucos do que escrevo e o feedback de alguns leitores é que tive a noção que afinal neste Universo tão vasto eu não era a única a sentir-me assim e que para além de as pessoas se identificaram com aquelas palavras em um determinado momento isso dava mais força para eu continuar a deixar falar o coração e a alma… Escritora Catarina, pensas em publicar um livro? SMC - Claro que sim. Esse é um dos meus maiores sonhos, colocar a minha poesia num livro real para pessoas reais, mas é preciso ir com calma até porque o mais dificil para mim é fazer um único livro porque tudo o que tenho daria para imensos e é dificil seleccionar apenas meia duzia de poemas para um livro que será o meu “ primeiro filho”… De que forma você hoje divulga o seu trabalho? Catarina Dinis - Essencialmente através da internet. No meu facebook pessoal, https://www.facebook. com/catarina.dinisramos na minha página do facebook https://www.facebook.com/Poesiadalma , no meu blog http://poesiacatarinadinis.blo-

gspot.pt e em especial no grupo “ Solar de Poetas” https://www.facebook.com/groups/solardospoetas/ a quem agradeço todo o trabalho e empenho na divulgação dos poetas e da sua poesia. Quais os seus principais hobbies? Catarina Dinis - Para mim a poesia é o meu grande e melhor hobbie, tem ocupado (e com gosto) uma grande parte do meu tempo livre, fora disso, adoro ouvir musica, viajar, passear pela natureza, ler e algo de base para mim … estar com a minha familia

ticipação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor a Escritora Catarina Dinis, que mensagem você deixa para nossos leitores? Catarina Dinis - Eu é que agradeço o convite Shirley. É um prazer participar com vocês. Aos leitores quero deixar a mensagem que só através deles nós escritores e poetas conseguimos voar na liberdade de escrever… e por isso um grande obrigada por nos darem asas… Além disso nunca deixem de ler…. Leiam , leiam e leiam é um bom remédio para muitos males.

Como você vê o mercado literário na área em que você escreve? Catarina Dinis - Sinceramente vejo um mercado mau, em que há poucas oportunidades para quem não tem um nome já conhecido nem que seja de outras areas porque como todos sabemos há um numero de escritores (e não importa o estilo) que anteriormente já estabeleceram uma carreira pública e nem sempre ligada a arte da escrita. Penso que há um medo cultural de apostar nos talentos que há escondidos em cada um. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Catarina Dinis - As melhorias estaria ao nivél das oportunidades e melhoria do preço necessario desde o momento em que é concebido até estar no mercado e ser adquirido, todo esse processo vai sendo inlacionado quando a minha opinião pessoal é que deveria ser mais baixo para chegar literalmente a todos e provavelmente a leitura estaria em melhores “ condições “ do que as actuais. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua par-

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Por José Sepúlveda

COLUNA: Solar de Poetas PORQUÊ UMA ANTOLOGIA DO SOLAR DE POETAS?

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esde há muito tempo que no silêncio da noite vinha acalentando o desejo de reunir em livro, para a posteridade, poemas que diariamente vão sendo publicados no Solar, muitas vezes a um ritmo alucinante e dos quais seria de todo inglório não ficar um registro por modesto que seja. Se bem que alguns desses trabalhos já se encontrem guardados em coletâneas diversas publicadas virtualmente, uma edição em papel estava a tornar‐se premente. Essa vontade, cada dia mais partilhada por um número crescente de poetas, foi‐se transformando em realidade no momento certo em que determinada pessoa se propôs coordenar uma edição, convidando, coligindo, assumindo toda a dinâmica. Foi a Maria Esther. Ponderados muitos fatores ‐ mesmo alguns riscos, decidimos avançar. Tarefa difícil, tendo em conta a diversidade de estilos dos nossos poetas, a proposta ou não duma temática, a dispersão geográfica dos autores, a problemática da escolha de um local para a sua apresentação, as sensibilidades em presença. Tudo fatores em equação que decidimos resolver... E arriscar, sem medo ‐ porque a poesia vive dentro de cada de nós.

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Depois de alguns meses de intenso trabalho, muita canseira e uma grande abnegação, eis o culminar de todo este labor: dezenas de poetas, centenas de páginas... e um sonho que se transforma em realidade. Processo perfeito? Temos consciência que não. Não há modelos perfeitos nesta área. Creio que não os haverá em área alguma ‐ a perfeição é uma meta distante da qual apenas nos vamos aproximando... lenta e gradualmente, sem que possivelmente um dia logremos atingir. Mas a Antologia está aqui. É apenas o início de um ciclo ao qual desejamos dar continuidade. O tempo o dirá. Até lá, continuaremos a produzir e a publicar virtualmente algumas coletâneas cuja temática irá sendo apresentada como desafio aos poetas que dia após dia publicam no Solar, desafios que espontaneamente abraçam, contribuindo com trabalhos generosos de elevada qualidade poética. Em nome da administração do Solar de Poetas, agradeço á Maria Esther e a todos aqueles que com carinho e empenho abraçaram este desafio e mostraram entender o quão difícil é concretizar um trabalho desta envergadura, dando‐nos sempre o seu sorriso e compreensão. Bem hajam

A Festa dos Poetas Chegaram-nos poetas de Lisboa, De Aveiro, de Viana, que alegria, De todos os lugares, coisa boa, Para lançar a nossa Antologia Cantaram o amor, o mito, a loa, Num fim de tarde cheio de magia E nesta maratona veio a proa Um hino triunfante á poesia Na salas principescas da Barbot Havia poesia, mas não só, Que a música soava ar derredor Viveram-se momentos de amizade Sentia-se no ar felicidade, Imensa simpatia, paz e amor!


Entrevista escritora Celeste Leite CELESTE FERNANDES LEITE, nasceu em Viseu, atualmente mora em Lisboa, Portugal. Escreveu um livro aos 14 anos de toda a sua história até ali vivida. Ganhou-lhe o gosto e foi escrevendo textos para livros escolares franceses. Ao iniciar uma vida a dois resolveu escrever um livro de culinária que não chegou a editar. Foi então que decidiu fazer uma colecção de roupas numa fábrica adquirida pelo seu marido. Um ano mais tarde abriu uma galeria de arte onde expunha principalmente as suas telas pintadas a óleo Foi tirando em simultâneo alguns cursos. Abriu várias lojas de decoração e na febre dos franchising de engomadorias resolveu abrir também um negócio desses. Mas faltava-lhe sempre algo… Até que após uma doença prolongada do seu pai, toda aquela vivência constante com ele e não o podendo ajudar, sem saber como desabafar, começou a escrever de novo. Desta vez com prosas e poemas, que lhe foram ocupando primeiro as noites e agora também os dias, resolvendo fazer da escrita o seu principal projecto de vida. As suas primeiras palavras editadas, nesta área da poesia/prosa, foi na participação do livro de um grande amigo Joaquim António Godinho intitulado O Arrumador de Palavras com o poema: Caminho de Incertezas. Foi um dos seus grandes incentivadores, nesta pequena, mas já grandiosa caminhada. Boa Leitura!

Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

Escritora Celeste Leite, para nós é um prazer contar com a sua participação no projeto Divulga Escritor, conte-nos o que a motivou a ter o gosto pela escrita? Celeste Leite - Tudo começou na minha infância, pelos meus 4 anos, : o meu avô materno era uma pessoa muito culta e viajada, tinha sido boxeur, tinha tido um hotel em Espanha, enfrentou a guerra civil de Espanha nessa altura com o General Franco… E e eu tinha uma grande admiração pelo meu avô, ; sentava-me junto dele sempre que podia para ouvir todas as histórias e ia fazendo rabiscos num papel a fazer de conta que escrevia o que ele me dizia, foi então que esse avô me ensinou a ler e a escrever. E comecei a escrever de facto o que ele me ia contando. Tu trabalhas com pinturas, conte-nos o que gostas de pintar? O que diferencia os momentos de inspiração para a pintura dos momentos de inspiração para a escrita? Celeste Leite - Bem a pintura é uma maneira de transmitir cá para fora só o que de sereno existe em mim, porque normalmente pinto paisagens de mar, de serra, de vilas piscatória, vilas de gente humilde e rostos felizes ou gentes com ar feliz. Quanto à escrita …já é um conjunto variado de emoções. Revista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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Que temas você aborda em seu livro “Prosas em Mim”? O que veio primeiro o livro ou o Título? Celeste Leite - São poemas ou prosas que revelam o nu da minha alma, é o meu subconsciente a falar por entre palavras. São os sentimentos, principalmente abordar o amor através da escrita. O livro chegou primeiro que o titulo, porque primeiro chegou a necessidade de libertar sentimentos retidos no meu interior.

á sua maneira muito rápida de captar o seu sofrimento e o sofrimento dos outros resolver escrever tudo o que lhe vai na mente, sem véus, sem barreira alguma, tudo a nu, como a sua alma transparente. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Celeste Leite - Acho que deveria haver cada vez menos literatura violenta para os jovens, menos vulgar no acto das palavras, com um vocabulário mais cuidado.

Estas lançando o livro “Confrontos de Alma” conte-nos em que momento te sentias mais inspirada a escrever esta obra? Que temas abordas? Celeste Leite - Depois de ter escrito o meu primeiro livro “Prosas em Mim” achei que era muito pouco para me dar a conhecer, porque a vida não é só dissabores, nem rosas. Por isso é uma mistura de sentimentos, bons e maus momentos e tudo o que actualmente atravessamos na sociedade. Qual o público que você pretende atingir com o seu trabalho? Que mensagem você quer transmitir para as pessoas? Celeste Leite - Pretendo atingir o maior numero de publico, de todos os níveis e classes sociais, principalmente os mais humanos e todos os outros, tentar pelo menos fazer chegar um pouco da minha sensibilidade como ser humano e que possam pensar um pouco no outro, porque em todo o ser humano existe um coração a bater e os mais atingidos sofrem de dor. De que forma você, hoje, divulga o seu trabalho? Celeste Leite - Principalmente atra66

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vés do facebook, agora pelos livros também, pelas tertúlias realizadas ás quintas feiras no Ainda a Noite É Uma Criança, um bar muito aconchegante, situado no Príncipe Real em Lisboa e também por escolas do ensino básico.

Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação, muito bom conhecer melhor a escritora Celeste Leite, que mensagem você deixa para nossos leitores? Celeste Leite - Que agradeço a todos que gostam de me ler, que ao fazê-lo que isso os faça sentir melhor ou mais felizes, e que ainda surgirão muitas surpresas da minha parte, que me continuem a acompanhar, porque sem eles eu não sou nada. Não vale a pena escrever se não existir quem nos leia.

Escritora Celeste, onde podemos comprar os seus livros? Celeste Leite - Podem adquirir os livros junto da editoras, Pastelaria Estudios e Modocromia, ou então através de mim para e email: celestefleite@ gmail.com Quem é a escritora Celeste Leite? Quais os seus principais objetivos como escritora? Celeste Leite - A Celeste é uma pessoa que devido à sua sensibilidade interior,

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Entrevista escritor Helder Leal Martins Escritor/poeta Helder Leal Martins, nasceu em Vila Nova de Ferral, concelho de Montalegre, em 15.3.1959. Com 9 anos ingressou no Seminário dos Missionários do Espírito Santo, em Viana do Castelo, tendo abandonado esta instituição em 1981, quando frequentava o Curso de Filosofia da Universidade Católica em Braga. De 1983 a 1986 frequentou o curso de Engenharia Mecânica na Universidade do Minho que abandonou por razões profissionais. Em 1993 inicia o Curso de Arquitetura, em horário pós-laboral, na Escola Superior de Arquitetura do Porto, tendo concluído a licenciatura, em Julho de 2000, na Universidade Lusíada, em Vila Nova de Famalicão, continuando a sua actividade profissional como Arquiteto, até ao presente. Como pintor autodidata, realizou, em 1987, uma exposição de pintura na “Casa de Trás os Montes”, em Braga, e em 1988 participou na Mostra dos Artistas de Guimarães, na Sociedade Martins Sarmento. “A alma do poeta é diferente das outras almas, porque resulta dessa magia que emaranha poesia e viva de uma forma criadora e criativa. Foi essa magia, esse prazer de jogar e brincar com as palavras, construindo outras realidades, que me levou, desde muito novo, a desenhar um outro universo no vazio das folhas.” Boa Leitura! 68

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC)

artefacto, unificando duas entidates que se auto constroem e justificam. A poesia constroi a nossa identidade, a nossa alma, abrindo os trilhos em direções tantas vezes inesperadas, definindo as fronteiras e contornos dos próprios sentimentos e emoções num processo perfeitamente interativo. A alma do poeta é diferente das outras almas, porque resulta dessa magia que emaranha poesia e viva de uma forma criadora e criativa. Foi essa magia, esse prazer de jogar e brincar com as palavras, construindo outras realidades, que me levou, desde muito novo, a desenhar um outro universo no vazio das folhas.

É um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor. Conte-nos o que o motivou a escrever poesia? Helder Martins - A produção poética é, quase sempre, um retrato da vida do poeta, sobretudo quando não se destina a ser publicado. É uma espécie de salvaguarda da sua identidade e da sua história, uma memória de emoções, sentimentos, pessoas e momentos da vida, que não quer perder. A criação poética, que, à primeira vista, se poderia definir como o acto de fabricar o poema, é muito mais do que isso. No fundo, é esse “muito mais” que me leva a escrever. É uma necessidade compulsiva e imperativa, de registar momentos importantes, configurando uma realidade complexa e misteriosa em que o poema é simultaneamente causa e efeito, tornando a poesia artífice e

Que temas você aborda em seu livro “Até Ser Dia”? Helder Martins - Sendo este o meu primeiro livro, após tantos anos de escrita, achei mais seguro escolher os melhores, independentemente da data em que foram escritos ou de uma temática única.Procurei, no entanto, organizar os poemas e em grupos temáticos, segundo uma lógica causal e ou temporal, num paralelismo com o normal curso da vida. O primeiro conjunto de poemas diz respeito à criação poética, ao mistério da inspiração, à forma como o poema acontece e depois, ganhando vontade própria, se autoconstoi e impõe ao poeta. O segundo grupo de poemas diz respeito aos afectos, com destaque para os vários tipos e estádios do amor, nomeadamente o encantamento, a paixão, o amor sereno, a posterior deceção, desen-


Escritor Helder, além de poesias, você escreve em outros segmentos? Helder Martins - Até 2007, escrevi apenas poesia. A partir de então, fui escrevendo alguns contos, dois romances, histórias para a infância e alinhavei um ou outro ensaio sobre assuntos de que falo mais à frente.

gano, sofrimento da perda, esquecimento e solidão. No grupo seguinte alinho alguns poemas de homenagem a personagens relevantes, a familiares e amigos que foram partindo. Na última parte do livro reúno alguns poemas relacionados com a angústia existencial, decorrente da escassez de tempo para concretizar tantos projectos e sonhos, confrontado com a inevitabilidade da morte e com da insignificância e brevidade da existência humana. Como foi a escolha do Titulo? Helder Martins - Depois de muita procura, entre algumas opções escolhi o título do último poema. Curiosamente, o poema “até ser dia” é uma espécie de síntese metafórica desse caminho misterioso e do paralelismo e interdependência entre a lina do poema e a linha da vida, como uma fita de ADN que rege a existência do poeta. A expressão “até ser dia” comporta uma multiplicidade de sentidos, entendimentos e perspectivas perfeitamente identificáveis na generalidade dos poemas e na sua gênese. A palavra “Até” está profundamente ligada ao conceito de tempo, e a tudo ao que o envolve, a sua relatividade, o seu sentido único e sua irreversibilidade, dominando todos os momentos da vida. A palavra “ser” concentra em si mesma a criação, a construção e destruição, o princípio e o fim. Guarda em si todas as incertezas, dilemas, emoções, sonhos e conquistas, toda a dialética da evolução e ao longo do caminho entre a chegada e a partida. A palavra “Dia” assume imensas realidades e sentidos: luz, conheci-

mento, objetivo, meta. Pode ser o dia “D” de todas as decisões, de todas as conquistas. Pode ser a hora e o lugar de chegada ou de partida, o ponto final. Onde podemos comprar o seu livro? Helder Martins - Em Portugal, o livro está à venda em várias livrarias, cuja lista vou atualizando na minha página do Facebook, www.facebook. com/helder.lealmartins . Na fotografia de fundo do perfil encontram-se todos os dados e indicações para para a encomenda do mesmo, via e-mail, através do endereço: helderlealmartins@gmail.com, sendo a entrega feita por via postal. Para fora de portugal, indicarei brevemente os custos de envio para alguns países, nomedamente o Brasil.

Qual a mensagem que você quer transmitir ao leitor através de seus textos literários? Helder Martins - Na medida em que a minha poesia não é comprometida, confessional ou de intervenção política, não pretende transmitir qualquer mensagem especial. Partilho os seus sentimentos, vivências e ideias, sem pensar na mensagem. É evidente que, de uma forma ou de outra, todos os poemas são portadores de mensagens, mais ou menos explicitas, mais ou menos relevantes, mas cabe ao leitor sentir o que lê ou ler o que sente e, a partir desse posicionamento, percebê-las, interpretá-las e como entender. Helder, quais os seus principais objetivos como escritor? Pensas em publicar um novo livro? Helder Martins - No segmento do que afirmei no início da entrevista, eu ainda não sou escritor, e não sei se o virei a ser. Para isso terei de continuar a escrever e a publicar. Com o tempo, as críticas e o tipo de aceitação das obras encarregar-se-ão de me indicar o caminho e o estatuto. Neste momento, a carreira de escritor não se me apresenta nem como um sonho nem como uma meta. Publicar é apenas dar visibilidade ao que escrevo para mim por necessiRevista Divulgar Escritor • janeiro/fevereiro de 2014

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dade e prazer. A sua publicação só se justifica a partir do momento em em que essas criações tenham suficiente valor literário ou de conteúdo para que as tornem interessantes e proveitosas para potenciais leitores. Quanto a futuras publicações, sairá em 2014 o meu primeiro romance, cuja história decorre por volta do ano 1500, época do descobrimento do Basil. Relativamente a outros gêneros literários, é provável que venha a publicar um livro de contos e um ou outro livro de histórias para crianças, eventualmente, com ilustrações da minha autoria. Você é pintor autodidata, de que forma você vê a união entre a poesia e a pintura? Helder Martins - Todas as obras de arte implicam, na sua criação e expressão, uma dose mínima de poesia e, por consequência, a pintura não é exceção. Aliás, o desenho e a pintura serão, entre as várias artes, aquelas em que a importância e presença da poesia estará mais patente. A poesia no sentido mais onírico, etéreo, transfigurador e metafórico, incubador de visões e entidades que transcendem ou reconfiguram a realidade da matéria, da forma e das ideias é indispensavel à criação, à invenção e à vida do desenho ou da pintura, e como seria de esperar, este mecanismo de dependência e influência mútua está presente tanto na minha pintura como na minha poesia. Quais os seus principais hobbies? Helder Martins - Apesar do meu tempo livre ser muito pouco, vou conseguindo tempo para as coisas que me interessam, não propriamente como hobbies, mas como atividades complementares da minha realização integral como criador. 70

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Entre essas ocupações, a leitura é uma das principais. Leio muita poesia, alguns romaces, mas sobretudo ensaios ligados a assuntos culturais e científicos. A escrita vem logo a seguir, mas com uma regularidade mais variável, dependendo do gênero literário em que estou envolvido. A minha verdadeira paixão, está na área da ciência, da tecnologia, da invenção e inovação, do entendimento do universo, do espaço, das teorias na área da astrofísica e da cosmologia. Passo muito tempo a rabiscar e registar as minhas engenhocas e as minhas próprias teorias sobre muitos desses assuntos, que sempre me fascinaram e aos quais me dedicaria profissionalmente, se pudesse voltar atrás no tempo.

critor, muito bom conhecer melhor o Escritor Helder Leal Martins, que mensagem você deixa para nossos leitores? Helder Martins - A minha mensagem final é simples: os livros são o alimento da alma. Leiam cada vez mais, mas não se deixem levar pelas estratégias e interesses do “mercado”. Abram outros livros, folheiem, espreitem o seu interior sem medo. Comprem e leiam o que vos intressa e não o que interessa a quem vende.

Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Helder Martins - Parece-me que há ainda muito a fazer, sobretudo no sentido de promover o gosto não apenas pela leitura, mas pela leitura de livros com qualidade, que enriqueçam cultural e humanamente quem os lê. Sem perder de vista as contingências decorrentes deste mundo globalizado e capitalista, onde o lucro domina os investimentos, sobrepondo-se ao interesse público, julgo que é possível conciliar os dois na democratização o acesso aos livros, inovando para baixar o seu custo. Além disso, é fundamental que os grandes grupos, que dominam o negócio do livro em portugal, abram as portas a novos autores portugueses ou de lingua portuguesa, os estimulem e apoiem na sua atividade criativa. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Es-

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Entrevista escritor Luis Ferreira Luís Ferreira nasceu no Barreiro a 8 de Maio de 1970, vive actualmente em Alcochete. Publica em diversos sites ligados à escrita e às artes. Possui diversas obras de poesia editadas, assim como participou com a sua escrita em mais de 20 antologias. Livros Editados (Obras individuais): “Mar de Sonhos” – Editado em Novembro 2007; “Rio de Sal” - Editado em Maio 2008; “Momentos…” – Editado em Setembro 2009; “Rosas & Espinhos” – Editado em Novembro 2010; “O Céu também tem degraus” – Editado em Julho 2011; “Entre o silêncio das pedras” – Editado em Novembro 2013 “’Entre o silêncio das pedras’ é para mim um livro poderoso, apaixonado, um romance terno e comovente, uma mensagem de fé, uma luta individual entre o sentimento de perda e a descoberta da própria natureza. Um empolgante e belíssimo relato que expõe claramente a magnitude das fragilidades humanas.” Boa Leitura!

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Por Shirley M. Cavalcante (SMC) Escritor Luis Ferreira é um prazer contarmos com a sua participação no projeto Divulga Escritor conte-nos o que o motivou a escrever poesias? Luis Ferreira - Desde criança que tenho uma atracção pelas letras e pelas palavras. Desde sempre encontrei na poesia uma forma de expressar os meus sonhos, os meus sentimentos, o meu olhar sobre a vida, sobre o mundo, sobre os outros. Como um pássaro, sou livre nas palavras que escrevo, com elas parto para além do horizonte, descubro novos mundos e sonho. Hoje você tem vários livros de poesias publicados, quais os principais temas abordados em: “Mar de Sonhos” – O meu primeiro livro, o mar porque sempre fui apaixonado por esta grande massa e extensão de água. Sonhos porque era o meu primeiro livro e como autor deixei fluir os meus desejos. Este primeiro livro fala exactamente de sonhos e da minha visão sobre alguns aspectos da vida. Um livro muito a cru de muitos poemas que escrevi e que decidi publicar, não fora isso, estariam ainda guardados na gaveta. “Rio de Sal” - Talvez o meu “primeiro” livro a sério. Um livro que fala da vida, dos momentos bons, dos momentos maus. Um livro de sentimento, utilizando o sal como aquilo que tempera a nossa vida. O rio, como as lágrimas que percorrem o nosso rosto. Uma visão muito fria do que nos rodeia, um livro de encontro e de desencontros. Como alguém escreveu, um livro para ser lido e sentido. “Momentos…” – Um livro que fala de momentos, de amor, talvez um contras-

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te ao livro anterior, onde a escrita aparece mais alegre, menos negativa. O amor neste livro é rei e domina a maioria dos poemas. Porque a vida possui diversos momentos, todos eles se encaixam naquilo que nos faz existir. “Rosas & Espinhos” – Existe perfume e dor na nossa vida, as rosas que embelezam o nosso ser e nos transportam para algo belo, mágico, e a dor dos espinhos que magoam e ferem. No fundo escrevo sobre dois mundos, o amor e a dor, uma luta constante entre o ser amado e o ser ferido pela ausência desse mesmo amor. “O Céu também tem degraus” – O caminho da vida, diversos patamares, desde o inicio de algo, passando pelas divaga-


abracei outro género literário. Necessitava de desafiar os meus limites, de encarar um outro mundo. Após 2011 e o “Céu também tem degraus”, iniciei um novo projecto, tinha mesmo necessidade de o fazer. Assim acabo de lançar o meu primeiro romance “Entre o silêncio das pedras”.

ções e duvidas como autor. O livro convida o leitor a subir umas escadas desde o estado terreno até ao encontro com Deus criador. Os temas principais abordados são o amor e o silêncio e solidão. Provoco contrastes e levo o leitor a beber de diversos estados de alma, como se fosse ele o próprio autor dos poemas. Que mensagem você quer transmitir através dos textos poéticos publicados em seus livros? Luis Ferreira - Não fujo aos sentimentos, sendo o amor aquele que mais prende a minha escrita e perfuma as minhas palavras. Tento apesar de algum cinzentismo em alguns poemas (que é normal), transmitir uma mensagem de esperança, de que podemos sonhar e acreditar nesses mesmos sonhos. Gosto de escrever sobre o amor e por isso tento adocicar a minha escrita com uma forte imagem da união entre homem e mulher, ou não fosse o amor a origem de todas as coisas. Pensas em publicar em outro gênero Literário? Luis Ferreira - Já o fiz. A partir do meu último livro desviei a minha escrita para a prosa, sai do meu quadrado, da minha zona de conforto, no fundo

Pode falar um pouco acerca desse seu último livro “Entre o silêncio das pedras”? Luis Ferreira - O Caminho de Santiago tem servido de inspiração a diversas pessoas ligadas às artes e à cultura para a realização e composição das suas pinturas, livros e músicas. Os mais diversos trabalhos e obras têm surgido ao longo dos tempos, procurando retratar todo o poder mítico e divino que o caminho possui. Como autor não fugi à regra e empreendi em 2012 uma peregrinação a Santiago de Compostela desde a vila de Ponte de Lima. Dessa viagem sai verdadeiramente transformado e apaixonado pelo caminho, ao ponto de escrever o meu primeiro romance, com o objectivo de partilhar através de uma história fictícia, toda a magia existente na rota lendária que os peregrinos trilham desde a Idade Média. “Entre o silêncio das pedras” é para mim um livro poderoso, apaixonado, um romance terno e comovente, uma mensagem de fé, uma luta individual entre o sentimento de perda e a descoberta da própria natureza. Um empolgante e belíssimo relato que expõe claramente a magnitude das fragilidades humanas. Escritor Luis, onde podemos comprar os seus livros? Luis Ferreira - Os meus livros podem ser adquiridos em todas as livrarias,

apesar de estarem praticamente todos esgotados, por isso recomendo uma visita ao meu site, onde poderão encontrar os links para as editoras, e assim requerer os mesmos. Site do autor - http://www.luisferreiraescrita.com/ Página do Facebook - http:// www.facebook.com/pages/Luis-Ferreira/441660765356 Quais os seus principais hobbies? Luis Ferreira - Gosto de caminhar, contacto com a natureza, de fotografia, de cinema, de música, coleccionar selos. Procuro ter sempre aquele espaço só meu, onde deixo os meus pensamentos fluírem. Quais as melhorias que você citaria para o mercado literário em Portugal? Luis Ferreira - No fundo terem atenção aos novos autores. Considero o mercado muito fechado e extremamente dirigido apenas aos grandes nomes da literatura nacional. É necessário que o público descubra os novos autores e para isso, é necessário que as editoras tenham coragem e apostem mais nos novos nomes que vão surgindo. Pois bem, estamos chegando ao fim da entrevista, agradecemos sua participação no projeto Divulga Escritor, muito bom conhecer melhor o Escritor Luis Ferreira, que mensagem você deixa para nossos leitores? Luis Ferreira - Aquilo que sempre transmito nas apresentações dos meus livros. Não existem palavras sem o autor, mas também não existem livros sem os leitores. Eu como autor sou apenas o reflexo das minhas palavras e nas suas asas, sonho… os meus livros são aquilo que os leitores descobrirem.

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ESTRADA PERFUMADA

SE EU ME PERGUNTASSE

Sinto as tuas mãos, o teu coração, em ternos abraços. Nos teus doces beijos. divinos desejos, Forte os nossos laços.

Se eu me perguntasse um dia... O que gostaria de ser, sem a mínima fantasia, com certeza, eu diria. Poeta para o povo ler...

Em ti sinto a chama, chama de quem ama, um amor sentido. Fortalece a alma, descontrai, acalma, amor apetecido. E em harmonia, doce melodia, de um amor perfeito. Nesta caminhada. Na longa estrada, feita ao nosso jeito. Estrada perfumada, estrada ladeada, De flores a abrir. São a nossa força, Que o amor reforça, Fazem-nos sorrir. De: Adelaide Simões Rosa 21/11/2013

Poeta como Camões? Poeta como Pessoa? Não!...Queria apenas ser poeta: Poeta de mente liberta. Meu sonho tão alto não voa! Queria escrever o amor... De uma forma bem diferente. Fazer dos meus versos flores. As letras, o seu odor. Perfumando os indigentes. Ao deixa-los perfumados. Infelizes indigentes. Saiam do esquecimento, libertas do empobrecimento. Para viverem condignamente. Queria escrever a paz... Coloca-la na voz do vento. Para a espalhar pelo mundo, este mundo moribundo. Onde a paz está morrendo. Queria escrever o meu povo... O meu povo alentejano. Queria fazê-lo sentir, alegria para sorrir. Fazer do presente um engano! De Adelaide Simões Rosa 03/10/2013

Adelaide Simões Rosa AMORES DIFERENTES Saber amar é aceitar, o mal e o bem. Porque o amor, traz dissabores. Mas é o melhor que a vida tem. Amor paixão, incontida loucura. Chama ardente, Depressa apaga. Deixa uma chaga, que tarde cura. Amor aventureiro, é traiçoeiro, fingindo ternura. Não é perfeito, tem todo o jeito, p’ra aventura. Amor amizade, amor de verdade. Chama é mantida. Não arrefece. Conforta aquece. Dura uma vida. De Adelaide Simões Rosa 08/10/2013


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A vida é uma coisa engraçada Ora parece um pássaro desajeitado A pousar distraído em ramos improváveis Ora pica o ar como um morcego Em busca do recolhimento húmido e frio Dos recantos moribundos de alegria A vida é uma massa pegajosa Incómoda, às vezes Por não sabermos, o que fazer dela E que nos deixa o tédio De olhar para as outras Só para nos atormentar As decisões dos moldes e dos caminhos A vida é, por vezes, um elástico Tão tenso, que temos medo De arriscar movimentos E nos magoarmos a sério Na imprudência dos gestos Mas a vida também é um jogo Um tabuleiro rústico de imagens Que nos levam ao colo, ao lado A muitos sítios desejáveis e indesejáveis E de repente, vem com os castigos Pendurados em adereços Das regras que julgáramos ter cumprido E afinal, ignorámos Na nossa cobiça Pelos objectivos reais e imaginários Que nos ensinaram a ter sob mira E quando cansados e baralhados Com tantas casas atrás E ainda muitas para a frente Somos ocasionalmente cingidos Pelo desejo infantil de gritar Rebenta Jogo E no entanto, não é possível É preciso passar água fresca pelo rosto Olhar o espelho com coragem Vestir o peão que há em nós De roupas agradáveis à pele E rematar a indumentária Com uma armadura de lucidez paciente Para enfrentar o próximo dia Ana Wiesenberger

Gosto de ver os pássaros em bandos Atravessarem o cinzento azulado do cair da tarde Agrada-me o rebuliço das suas asas, A estridência dos sons que emitem Numa harmonia organizada Os meus cães já comeram Eu ainda não Estou a entreter a fome Com tinta e cerveja para nutrir a alma; Ela anda triste, tenho de a animar Os pássaros continuam os seus voos no céu da avenida E são lindos e livres E parecem saber para onde vão Não me parecem nada confusos como as pessoas Às vezes são, e outras, não Quando deveriam ser, ficar, sei lá Inquietas pela opacidade das coisas A nostalgia de outro espaço invade-me os olhos Um lugar encantado, que eu amo e visito, quando posso Mas está sempre comigo, como na canção Porto Côvo dos dias cinzentos, de mar bravio A rebentar nos penhascos românticos da costa recortada Um silêncio recatado do farol que imaginei Com os olhos presos no horizonte Ana Wiesenberger


A Felicidade O Bem-Estar A Paz Seriam possíveis er num caixote Se deixássemos de viv ceitos e medos Entabulados por precon Ancestrais ou recentes das Víboras artificiais gera sistemas de s Por manipuladore ta Para cegar gente incau verdade Que julga ver a luz da um rio em beleza Se o amor fluísse como ciar como tal E se o soubessem apre caretas néscias Não se quedavam em e se beijam Perante dois homens qu casam Duas mulheres que se e de bens imensos Um testamento afluent de companhia A um gato ou um cão o aceitar Porque teimam em nã ntir Que o importante é se ntimentos se s E poder usufruir do rdas Sem contingências absu pacotilha De morais abjectas de es em publicidade Para entorpecer as gent classe E folhetins de terceira sse Talvez, se assim não fo

Ana Wiesenberger sesperados Não houvessem jovens de Que desistem da vida Por terem sido convencidos Que estão errados Como peças defeituosas consumo Sem lugar no mercado de Talvez, se assim não fosse s explosivos Houvesse menos massacre De cidadãos improváveis va Que enlouqueceram de rai Talvez, se assim não fosse Pudéssemos amar e zelar os Pelos que nos estão próxim s Nas comunidade s E evitássemos tantas vítima De violência familiar De pedofilia E de desespero Talvez, se assim não fosse cada dia Pudéssemos construir em Um Mundo Melhor Ana Wiesenberger 19-01-2013


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CORAÇÃO DESESPERADO

Aurora Martins LÁGRIMAS INSPIRADORAS

Uma noite escura e fria. Uma estrada sombria. Uma rua meio deserta. Um frio que aperta. Um beco sem ninguém. Alguém esperando alguém. Sons duns passos errantes. Ecos cada vez mais distantes. Alguém que já se afastou. Do encontro se distanciou. Deixando uma alma vazia. Na noite sombria e fria. Um encontro assim falhado. Um coração desesperado. Uma espera feita em vão. Uma lágrima caída no chão. Uma espectativa falhada. Que esperou tudo em nada. Uma explosão de dor. Ódio, revolta, ou amor. E nos degraus da escuridão Sua companhia é a solidão.

Pelos corredores da vida, absorvida vagueei pensativa. Sozinha no tempo caminhei. O tempo passou nem por ele dei. Cansei-me de sempre escutar, O meu silêncio a me segredar. Quantas lágrimas deslizaram, sem eu as conseguir segurar. Fiz da própria nostalgia O meu hino de poesia. Mas por falta de alegria. minha poesia se penalizou se entristeceu se debilitou. Compreendi que era altura de mudar. Saí dos corredores da vida devagar, para em liberdade melhor respirar. O vento limpou o meu rosto, enxugou as lágrimas de desgosto. Assim, as lágrimas se congelaram poucas dentro de mim restaram. Das poucas formaram-se cristais. que se diluíram em sorrisos divinais. Dos sorrisos fiz um lindo jardim para a poesia florir dentro de mim. Palavras silenciadas começaram a surgir. estavam retidas, sem conseguirem sair. Das palavras desabrocharam versos por magia. E com lágrimas de alegria reguei a poesia.

CATEDRAL DOS SONHOS Na Catedral dos sonhos liberais, onde as aspirações são imortais, as longas esperas se diluíram. os minutos, esses se suprimiram. As Horas por magia se eternizaram. e a melodia dos silêncios soou calma, por entre os acordes sensíveis da alma. E o homem sonhou então ser poeta. Poeta sonhador com mente aberta, embalado pela emoção que o envolvia. Porém, a obscuridade não o seduzia. Decidiu clicar no interruptor da mente. A mente fez contacto com o pensamento. E uma fonte de luz se projectou. A luminosidade se propagou, A inspiração assim germinou, o poema acordou O seu olhar brilhou. O sorriso se acendeu. O coração se comoveu. As sílabas emergiram. As palavras floriram. Os sons se propagaram. Os sinos tocaram. O poeta se enterneceu. E a poesia assim nasceu.


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MANHÃ

ANGELUS

Quando a noite chegar, a terra adormecerá, o luar será a única luz que nos vê, entretanto, tenho a saudade, enquanto não estejas junto a mim.

Naquele dia, a luz dos astros revelou-se.

Fica comigo nos sonhos desta noite.

Diga ao meu amor que o coração pulsou, quando recebi o seu de presente.

Se o céu estrelado escurecer a montanha desmoronar, não chorarei uma lágrima, quando estiveres comigo. Fica comigo, até ao amanhecer. Nada recearás, poupa uma pequena parte da aurora, guarda-a para mim, para te ver em paisagem edílica, de alma branca de linho, cheirar o perfume do teu corpo com a lua suspensa entre o meu sonho de bruma, de modo a esconder a escuridão, ao não te sentir, neste tempo de relógio parado, sem ponteiros.

E, a pedido, em preces ao anjo:

Comunique-lhe que as nuvens são, agora, de cristal e vivo de sonhos coloridos. na magia da fortuna, da lembrança, onde tudo nasceu. Do tempo onde a nossa solidão procurava ternura.

MARIPOSA

Diga-lhe que é a luz dos dias meus e Quero ficar na sua vida eternamente.

Percorro flagelado, ansioso pela realidade.

Quero ver-te claramente. Aproximando-te, mas o que desfruto é um sonho de névoa a continuar, durante o dia e, ao fechar os olhos, a cada segundo da noite, vivo outra vida, num sonho que dorme. Cada momento acordado, mais me sinto. Como uma primavera no inverno rumando em parede de vitral com visão focalizada, segurando a esperança, mas as palavras não têm forma, desfilam pelos meus lábios. O sonho retém-me.

José Lopes da Nave

Estar no tempo do te conhecer, te acompanhar, deixando para trás o todo que me estreitara. Esperar, até que a delonga me mover para momentos contigo ser, esquecendo o que mais meconstrangera: O completamente incompleto estar. Aproximaste o éden de mim, estando vivendo em ti. Nada há a perder, a encontrar que possa este sentimento transformar. Em alvor de mariposa, confirmaste a minha vida. De voo azul, vestida.


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QUERO-TE! Quero-te, mais do que querer-te é querer-te tanto e portanto te querer solto e canto lágrimas de encanto Quero-te nas palavras silenciadas Quero-te nas palavras sussurradas na noite abafadas Quero-te nas palavras não ditas eruditas, nas palavras gritadas em surdina segredadas ao ouvido Quero-te nas palavras soletradas estranguladas na garganta Quero-te, nas palavras com gestos, sinais gemido sem lamentos e ais Quero-te nas mãos amarfanhadas de tanto apertadas Quero-te nos abraços asfixiados sem espaço para respirar em cadência e compasso Quero-te na boca incendiada com beijos de fogo posto no corpo, no rosto um calor do mês de agosto

MAS EU NÃO SOU POETA! Hoje foste a musa do meu poema que nunca escrevo verdadeiramente porque eu não sou poeta eu apenas partilho com o papel ou a máquina o que sinto, o que sou ou penso que sou o que quero, enfim, falo de mim e não só….. eu recordo quem vive na solidão naqueles que resistem ao amor, daqueles que não têm quem amar e dos que amam no silêncio e no escuro separados por um muro que não deixa passar

Quero-te na frescura e no perfume das flores do campo, selvagens Quero-te Na beleza das manhãs Na emoção do nascer do sol No fascínio da estrada prateada que deixa desenhada no mar quando se recolhe no final do dia Quero-te, Sem limites ou condições na mansidão ou bravura das ondas no céu, na lua cheia e vazia nas noites de luar Quero-te, no voo de uma gaivota livre que parte à conquista do céu Quero-te na alegria de viver e saber que neste momento , te quero ainda mais do que te queria no instante que passou Hoje venho apenas lembrar-te Que te quero! Por Fernanda Lopes

uma nesga de emoção, de calor Mas eu não esqueço os amantes que não sentem as manhãs, param as madrugadas afogam os ponteiros que acordam o vento e apagam as luzes da vela que ardeu sem iluminar mas deixou uma sombra de fumo nas vidraças da janela. onde escrevo com um só dedo de cada mão o que nos aconteceu na noite mais bela de louca paixão sem esquecer cada suspiro e pontos de exclamação…. Se eu fosse poeta….escrevia este poema! Por Fernanda Lopes


LISBOA... Esta Lisboa que eu amo é tristeza quando parto, é saudade, é nostalgia, uma emoção que me invade e deixo no chão que piso nas ruas por onde passo do Castelo à Mouraria da Madragoa ao Beato Quando volto à cidade vadia por tradição Ouço a canção da tarde cantada de mão com mão Cada esquina é uma menina ladina e travessa gaiata , atrevida pendurada na janela perdida numa calçada encontrada na viela De aventura em aventura namora à luz da lua vaidosa e provocadora toda ela se insinua e nua serena e bela, se atira às águas do rio que à noite canta para ela

Fernanda Lopes

Veste-se de prata e ouro em dias de romaria De festas e procissões cabelos soltos ao vento Lisboa é um castelo com outros castelos dentro Passo na rua da esperança e o coração da cidade conhece-o a vizinhança com lembrança sem idade sabe de cor o pregão e o nome do padroeiro lembra o cais das colunas em dias de nevoeiro e um velho marinheiro que canta na travessia a canção do cacilheiro à mesma hora do dia Em romaria e a passo o destino é a Graça desce a rua, desagua no Terreiro, uma praça a madrugada sem horas é um tempo de magia fecha portas e janelas antes de nascer o dia

parte com o pôr do sol, regressa com a alvorada e deixa por onde passa uma palavra encantada LIBERDADE !!!

Uma piada, uma laracha e uma taça de tinto um fino, uma cantiga que vem do fundo do peito uma história divertida , contada por quem tem jeito

Conquistada por um povo que sofria e morria com a voz amordaçada

Lisboa tem flores e amores perfeitos corpos gelados apertados com frieza, desamor encontros de hora incerta que partem silenciosos quando a cidade desperta com beijos amargurados

Sente a saudade no peito e o coração a bater um sentimento um querer, um sentir que é hora de abraçar Lisboa inteira, mandar a saudade embora porque a saudade não pára mas chora

Vadia pla noite fora e amante na madrugada é uma gaivota que voa sobre um céu azul dourado de uma cidade que à tarde embarca para o outro lado

Lisboa é a cidade que eu amo e quando parto é sempre com ansiedade de voltar!


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SAUDADE ade, Uma saud u coração! otiva me lgada em a Invadiu o s u e r r o ima c Uma lágr s os suspiro Trazendo agonia! m O choro e ta voou… o iv a Uma g nte m estride …e um so m turbilhão nu Penetrou oção! em a! De tanta uma lágrim tanto… !… e to Saudad n … querer ta egou te e d a Vid ch ento norte refrescante …Mas o v a is r numa b E te levou e mel ra do doc r te a a r a P a e rar da águ Do sussur rdilhão, de energia o c caída! , Do pleno ade! Uma lágrima ud magia! Sa

BORBOLETA Do casulo se soltou sua mão libertou E seus versos de amor começaram Deu asas ao vento e voou Daquele espaço de tormento em que mergulhou Esvoaçando em liberdade seu amor encontrou Saindo da ansiedade do casulo e amou Com suas cores florescentes sentiu-se Princesa do ar rainha a voar magia no ar E com o seu amor se foi refrescar Num riacho de luz de cor e sabor De framboesas anis e flor se deliciou E com tanta beleza na sua mão pegou E, voou… voou… Ao infinito onde estava escrito Dois corações… Duas emoções dois seres Amantes de seus quereres!

Teresa Teixeira - Zinha PORQU E CHOR AM OS MEUS O Porque choram LHOS os meu Derram so am

lhos po a fres Abraça r ti m a got ca manhã de engano a de or Choram valh as lamú rias e o o sofrido, s engan os Porque ch Nesta s oram por ti m inf eus olh o Sinto o onia de dor d e te qu s desejo e de re Só para mim se entrar na flor r tanto , tocá-la ntindo cada be ijo, nes Desejo te dese de cor jo q u Penetra e me d eu dor r no teu de abra E lá no querer çar pr nu De uma ofundo do me m espaço sub -te u li pureza fantasio ser sentir as b me rumas sa que eleva m eu ser




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