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Honesto

Lá vai um homem de bem, afirmou alguém apontando com o indicador. Enquanto o citado homem atravessava a rua a passos largos, eu me perguntava: existe homem do mal? Pensava eu, na minha inocência, que todos os homens fossem honestos.

Aos oito anos de idade, eis a minha primeira decepção. Enquanto Casimiro escrevia seus oito anos, eu, que nada tinha de poeta, achando que todos fossem honestos, repito – pensava que ser ho- nesto era uma obrigação de todos, indistintamente.

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Conta-se que um filósofo de Atenas, ao meio dia, com uma lanterna acesa procurava um homem de bem. Mas, afinal, que se entende por homem de bem?

É aquele que persiste no cumprimento dos deveres, agindo conforme a lei e os bons costumes. Ultrapassadas a infância e a adolescência, já adaptado aos conceitos que os homens impõem aos outros, volto a pensar no assunto por ter lido nos jornais a aprovação de uma lei inti - tulada “Lei dos bons costumes”. De imediato me pergunto: existe lei dos maus costumes?

Responde alguém que não. Toda lei como todos os homens nasceram para os bons costumes. Ocorre que o batismo do seu nome indica a sua intenção e assim fica com o nome de Lei Áurea, Lei do Ventre Livre ou dos Sexagenários, para aqueles das antigas.

Entendo que a finalidade da lei é permitir ao homem fazer ou deixar de fazer alguma coisa e assim tem sido desde remota antiguidade.

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