Campos Revir

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revir


Estênio Vitor Estevão de Carvalho Campos Revir: Um resgate histórico Cultural através de ilustrações aplicadas em ecobags. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito parcial para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico. Orientador: Alan Rene Lopes Neves

Campos dos Goytacazes - RJ, 2019


Biblioteca Anton Dakitsch CIP - Catalogação na Publicação

C331c

Carvalho, Estênio Vitor Estevão de Campos revir: um resgate histórico cultural através de ilustrações aplicadas em ecobags / Estênio Vitor Estevão de Carvalho - 2019. 90 f.: il. color. Orientador: Alan Rene Lopes Neves Trabalho de conclusão de curso (graduação) -- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, Campus Campos Centro, Curso de Superior de Tecnologia em Design Gráfico, Campos dos Goytacazes, RJ, 2019. Referências: f. 87 a 90. 1. Design Gráfico. 2. Design Sustentável. 3. Campos dos Goytacazes. 4. Sustentabilidade. 5. Ilustração. I. Neves, Alan Rene Lopes, orient. II. Título.

Elaborada pelo Sistema de Geração Automática de Ficha Catalográfica da Biblioteca Anton Dakitsch do IFF com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).


Estênio Vitor Estevão de Carvalho Campos Revir: Um resgate histórico Cultural através de ilustrações aplicadas em ecobags. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense, como requisito parcial para a conclusão do Curso Superior de Tecnologia em Design Gráfico. Aprovado em 27 de março de 2019. BANCA AVALIADORA

Alan Rene Lopes Neves (orientador) Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Bruno Pinto da Silva Pessanha Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense

Joelma Alves de Oliveira Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense


Agradecimentos Agradeço a minha turma Camaleões de Nanquim por me proporcionarem os melhores anos da minha vida, pelo respeito às diferenças e união. Aos meus professores e orientador que contribuíram com o meu crescimento profissional nessa jornada e por acima de tudo amarem a profissão e passarem isso a diante. Agradeço ao Instituto Federal Fluminense pela oportunidade de conhecimento e por toda a experiência de vida desde o Ensino Médio e também ao governo Lula e Dilma por todo investimento aos Institutos Federais durante os anos de minha formação. Um agradecimento especial à minha prima e historiadora Letícia Nunes, por ter me dado suporte com a parte histórica deste trabalho Dedico este trabalho aos meus amigos e aos meus familiares por sempre estarem comigo e por acreditarem no meu potencial.


Lista de Figuras Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura Figura

1 - Iceberg de sacola plástica...................................................................................................13 2 - Busto da Benta Pereira.......................................................................................................22 3 - D. Pedro II..................................................................................................................................25 4 - Nilo Peçanha............................................................................................................................27 5 - Derramamento de petróleo..............................................................................................29 6 - Ecobag: “Eu não sou uma bolsa de plástico”..........................................................34 7 - Anya Hindmarch....................................................................................................................35 8 - Projeto World Landmarks.................................................................................................39 9 - Fotografia de Referência..................................................................................................40 10 - Ilustração Naviglio................................................................................................................41 11 - Ilustração Copenhagen......................................................................................................42 12 - Ilustração Helsinki................................................................................................................43 13 - Ilustração Mini Rio 1............................................................................................................44 14 - Ilustração Mini Rio 2...........................................................................................................45 15 - Ilustração Porto 1..................................................................................................................46 16 - Ilustração Porto 2.................................................................................................................47 17 - Imagem Ilustrativa de Serigrafia...................................................................................56 18 - Processo de Naming..........................................................................................................59 19 - Selo Campos Revir................................................................................................................61 20 - Logotipo Campos Revir....................................................................................................61 21 - Processo Criativo 1.............................................................................................................64 22 - Processo Criativo 2............................................................................................................64 23 - Processo Criativo 3............................................................................................................65 24 - Processo Criativo 4............................................................................................................65 25 - Processo Criativo 5............................................................................................................66 26 - Processo Criativo 6............................................................................................................66 27 - Processo Criativo 7.............................................................................................................67 28 - Processo Criativo 8............................................................................................................67 29 - Ecobag Anya Hindmarch................................................................................................68 30 - Lettering em grafite..........................................................................................................69 31 - Vetorizando Lettering.......................................................................................................69 32 - Lettering Morro Itaoca.....................................................................................................69 33 - Conjunto das Ilustrações Campos Revir..................................................................71


Figura 34 - Ilustração Quadrilátero Histórico.................................................................................72 Figura 35 - Ilustração Morro Itaoca....................................................................................................73 Figura 36 - Ilustração Catedral São Salvador................................................................................74 Figura 37 - Ilustração Farol de São Thomé....................................................................................74 Figura 38 - Mockup Ecobag Morro Itaoca 2..................................................................................75 Figura 39 - Mockup Ecobag Solar do Colégio..............................................................................76 Figura 40 - Mockup Ecobag Villa Maria...........................................................................................77 Figura 41 - Mockup Ecobag Morro Itaoca.......................................................................................78 Figura 42 - Tag para Ecobags...............................................................................................................79 Figura 43 - E-book tela 1.........................................................................................................................81 Figura 44 - E-book tela 2........................................................................................................................81 Figura 45 - E-book tela 3.........................................................................................................................82 Figura 46 - E-book tela 4.........................................................................................................................82 Figura 47 - E-book tela 5.........................................................................................................................83 Figura 48 - E-book tela 6........................................................................................................................83 Figura 49 - E-book tela 7.........................................................................................................................84 Figura 50 - E-book tela 8........................................................................................................................84 Figura 51 - E-book tela 9.........................................................................................................................85 Figura 52 - E-book tela 10.......................................................................................................................85

Lista de Quadros Quadro 1 - Métodos de Impressão.......................................................................................................53


Sumário Cap. 1 Introdução ao Tema 12 Cap. 2 Metodologia 14 Pesquisa 15 Cap. 3 Campos dos Goytacazes 20 Benta Pereira 22 Abolicionista 23 D. Pedro II 24 Nilo Peçanha 26 Cap. 4 Sustentabilidade 28 Design & Sustentabilidade 32 Ecobags 34 Cap. 5 Introdução a Ilustração 36 Ilustração Digital 38 World Landmarks 39 Naviglio 40 European capitals 42 Mini Rio 44 Porto 46 Cap. 6 Introdução a Produção Gráfica 50 Breve Histórico 51 Métodos de Impressão 52 Cap. 7 Serigrafia 55


57 58 60 62 68 71 72 73 74 74 75 76 80 86 87

Processo Criativo Cap. 8 Naming Identidade Visual lustrações Lettering

Resultado Final Cap. 9 O Quadrilátero Histórico Solar do Colégio Catedral do Santíssimo Salvador Farol de São Thomé Área de Proteção Ambiental do Morro Itaoca Mockups

E-book Cap. 10 Considerações Finais Cap. 11 Referências


Cap. 1 Introdução ao tema

campos revir Campos Revir é um projeto de valorização da cidade de Campos dos Goytacazes. Este projeto foi idealizado em uma das minhas visitas ao Morro Itaoca, onde senti a falta de trazer para casa alguma lembrança daquele lugar que me proporcionou um contato tão interessante e desafiador com a natureza. Sendo assim, serão desenvolvidas ilustrações para alguns dos pontos mais importantes da cidade. Essas ilustrações serão serigrafadas em ecobags de pano. Mas o que é uma Ecobag? Geralmente são feitas de algodão ou outros materiais considerados sustentáveis, as ecobags são bolsas desenvolvidas para substituir o uso das sacolas de plástico. Campos Revir é um projeto sustentável e além de se preocupar com as questões ambientais, também deve se preocupar com as questões sociais e econômicas. Parte do lucro da venda das ecobags será destinada a projetos sociais do município e toda a produção será realizada com mão de obra local, com o objetivo de fomentar a economia e gerar emprego. O Design tem um papel transformador na sociedade e é de extrema importância 12.


que o designer tenha a sensibilidade de trazer para os projetos as dificuldades e problemáticas atuais como forma de solução. Hoje vivemos uma crise ambiental de âmbito mundial, não pensar em sustentabilidade em projetos de design é negar sua principal função de resolver problemas. Segundo a Organização das Nações Unidas (2018) calcula-se que a cada ano são consumidas 5 trilhões de sacolas plásticas no mundo. Elas são feitas em sua maioria de polietileno, um polímero derivado do petróleo que demora mais de 300 anos para se decompor. Devido a industrialização, poluição e extração de recursos naturais de forma desordenada vivemos hoje uma severa crise ambiental. Em mensagem ao Dia Mundial do Meio Ambiente (2018) o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou que se as tendências atuais continuarem em 2050 nossos oceanos terão mais plástico do que peixes. Portanto, o projeto tem como objetivo principal conscientizar que somos parte do local em que vivemos e somos também os responsáveis pela memória, preservação e valorização deste lugar. Manter viva nossa memória é essencial em nossa construção como indivíduos e sociedade. Conhecer nossas raízes culturais é afirmar nossa identidade e pertinência a nossa terra. Seja bem-vindo ao Projeto Campos Revir.

Figura 1. Iceberg de sacola plástica. Fonte: Site Matus Bence ImageWorks.

13.


Cap. 2 Projeto Campos Revir

metodologia No dia 28 de maio de 2018 foi disponibilizado um questionário para o público através das redes sociais. Foram obtidas 274 respostas ao longo de três semanas. A pesquisa teve como objetivo extrair informações relevantes para o projeto relacionadas à Cidade de Campos dos Goytacazes, sustentabilidade e noção de mercado. Afim de embasar o que identificado como uma problemática foi realizada uma pesquisa de caráter quantitativo com a intenção de coletar anonimamente o máximo de dados e opiniões para fundamentar o projeto. Segundo Duarte (2012) a pesquisa quantitativa é utilizada para coletar dados numéricos a cerca de uma questão, traduzindo em números as opiniões e informações afim de obter uma análise de dados chegando a uma conclusão. Desta maneira, dentre os tipos de pesquisa existentes a que melhor se enquadra para o projeto é a pesquisa quantitativa. O questionário foi respondido majoritariamente por jovens adultos entre 21 a 30 anos que ocupam 59,5% dos entrevistados. A análise dos dados ocorrerá simultaneamente com a apresentação dos gráficos almejando uma melhor interação e compreensão. Segue abaixo o gráfico da faixa etária:

5,1%

2,2%

22,3%

10,6%

59,5%

15 - 20

14.

21 - 30

31 - 40

41 - 50

51 - 60


Projeto Campos Revir

pesquisa 1. Em sua opinião, quais são os principais pontos da cidade de Campos ? Escolha no mínimo 5 Catedral Praça do Liceu Jardim São Benedido Trianon Morro Itaoca Farol de São Thomé Villa Maria Calçadão Igreja da Lapa Solar da Baronesa Imbé Solar do Colégio Mosteiro de São Bento Lira de Apolo Igreja São Francisco de Assis 0

50

100

150

200

250

15.


Projeto Campos Revir

pesquisa 2. Você conhece a história por trás dos principais pontos de Campos ?

3. Você acha que a população campista conhece sua própria história ?

10,6%

Sim 63,5%

25,9%

Mais ou menos Não

Sim 97,4%

2,6%

Não

Analisando as respostas das perguntas 2 e 3 foi verificado a necessidade de desenvolver algum material além das ecobags, com informações relevantes de cada local escolhido para este projeto, com o objetivo de informar e despertar o interesse, uma vez que apenas 29 entrevistados (10,6%) de 274 afirmam conhecer a história dos locais apontados e 267 afirmam que a população não conhece a história da cidade. Desta maneira foi idealizada a criação de um e-book, um livro em formato digital, onde contenha informações e curiosidades. O eBook será baixado através de um QR code estampado na própria ecobag. A escolha pelo eBook foi realizada para que o projeto mantenha as diretrizes sustentáveis e que não haja desperdício de materiais.

16.


Projeto Campos Revir

pesquisa 4. Com qual frequência você costuma ir a estes locais ?

5. Por qual motivo você não frequenta esses lugares ? 5,5% 5,8%

7,3% 8,8%

Sempre

Não me interesso

13,5%

Não conheço a programação

As vezes 40,5%

43,4%

Raramente

38,3%

32,8%

Frequento Prefiro Netflix

Nunca

Não tenho muito tempo livre

As perguntas 4 e 5 têm o objetivo de entender o motivo ao qual as pessoas não visitam esses locais. Além das alternativas pré-definidas também foi concedida a oportunidade do entrevistado adicionar informações mais detalhadas, alguns deles deixaram informações importantíssimas que ajudaram de forma significativa entender o problema. Foram citados por diferentes entrevistados a dificuldade de locomoção devido a deficiência do transporte público. “Alguns locais são distantes da minha casa, não tenho carro, então não tem como eu ir e voltar. O transporte público da cidade é deficiente e não alcança todos os locais ou o horário é limitado.” “Alguns, localizados no centro, como a praça São Salvador e o calçadão são mais fáceis pela localização, já outros, como o Morro do Rato, Imbé e Solar do Colégio são mais difíceis por serem mais distantes.”

17.


Projeto Campos Revir

pesquisa 6. Qual seu nível de satisfação em relação a valorização cultural em Campos ?

7. Você utiliza Ecobag ? *Foi explicado previamente o que seria uma Ecobag.

4,7%

Satisfeito 92,7%

4,4% 2,9%

Indiferente

Sim 55,5%

39,8%

Insatisfeito

8. Você acha que o uso de Ecobags ajuda de alguma forma na diminuição do uso de sacolas plásticas que causam um grande impacto no meio ambiente?

Não

9. Você consumiria as Ecobags desenvolvidas nesse projeto ? Preço acessível, estampas criativas e uma porcentagem do lucro destinada a projetos sociais.

Sim

Sim 95,6%

18.

4,4%

94,9%

Não

Não Conheço

5,1%

Não


Projeto Campos Revir

pesquisa 10. O que você acha se a tinta escolhida para o projeto fosse menos agressiva ao meio ambiente?

Concordo 98,9%

1,1%

Discordo

11. O que você acha se as ecobags fos-sem confeccionadas por mão de obra do próprio município ?

Concordo 99,6%

0,4%

Discordo

Conforme pesquisa realizada fica evidente a necessidade e importância de um projeto como Campos Revir no atual contexto da cidade. Sendo assim, os cinco lugares que receberão as ilustrações serão: Catedral São Salvador, Praça do Liceu contemplando a Villa Maria, Câmara Municipal de Campos, o Liceu de Humanidades de Campos e o Coreto da praça, Solar do Colégio (atual Arquivo Municipal), Farol de São Thomé e o Morro Itaoca. O critério de seleção foi escolher locais dentre os principais lugares votados pelos entrevistados e os locais menos votados de acordo com o levantamento de dados referente a pergunta 1. A intenção deste projeto é abordar todos os pontos da cidade, porém incialmente os 5 locais citados acima foram os contemplados. No próximo capítulo será abordada a cidade que inspirou este projeto, Campos dos Goytacazes, e também um pouco sobre figuras importantes que marcaram nossa história.

19.


Cap. 3

campos dos

goytacazes De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) Campos dos Goytacazes é a cidade mais populosa do interior do Estado do Rio de Janeiro e o município com a maior extensão territorial do estado. Possui uma história rica, fascinante e cheia de acontecimentos. Campos foi Fundada em 28 de março de 1835, porém sua história pode ser contada desde os meados do Século XVI quando segundo Marinho(2012) Dom João III1 doou a Pero Góis da Silveira2 a capitania de São Tomé, posteriormente chamada de Paraíba do Sul. Os Índios Goytacá reagiram contra a presença dos colonizadores impedindo assim o processo ocupacional fazendo com que o Capitão e os colonos se refugiassem nas Capitanias vizinhas, com isso a terra voltou a pertencer à Coroa Portuguesa.

1 2

Décimo quinto rei de Portugal, filho de D. Manuel I. Capitão Hereditário de São Tomé.


Segundo a historiadora Sílvia Paes em entrevista ao G1 Norte e Fluminense, os Índios Goitacá eram arredios e briguentos. Tinham uma estatura mais alta que os outros índios e a pele mais clara. Eles gostavam muito de nadar no rio Paraíba e em outras áreas alagadas da região. Os cabelos eram muito compridos na parte de trás e tinham a cabeça raspada na parte da frente. Eles não usavam nenhuma espécie de tanga, só usavam pintura pelo corpo, Os Goitacazes eram guerreiros, como todos os povos primitivos, guerreavam entre si e seus vizinhos. Não faziam escravos e não utilizavam a escravidão como meio de produção. Talvez, em suas guerras, aprisionassem mulheres, que levavam suas aldeias. Do feito de guerrear dos Goitacazes fala Gabriel Soares: "Não costuma esta gente pelejar em mato, mas em campo descoberto." Saint-Hilaire escreve que "Os Goitacazes eram os mais cruéis e ferozes índios que habitavam a costa". (SILVA, 1984, p.12)

Após a falha tentativa de ocupação, a Coroa Portuguesa ordenou em 1627 que a então capitania de São Tomé fosse dividida em glebas, terreno próprio para cultivo, doando as terras a sete capitães portugueses, alguns deles donos de enge-

nhos, efetivando assim a ocupação. Em 1667 é fundada a Vila de São Salvador de Campos dos Goytacazes por Visconde d’Asseca que dominou a região por quase um século, período de grande expansão na pecuária. O primeiro engenho de açúcar na região surgiu em 1650 com a fundação do engenho São Salvador, entretanto a cultura da cana de açúcar só se consolidou na planície Goitacá no século seguinte, após a Revolta de Benta Pereira levando a queda dos Asseca e consequentemente a retomada da Capitania por parte da Coroa Portuguesa. Nesse momento a cultura de cana de açúcar ganha força que sobrepõe, inclusive, a criação de gado (PARANHOS, 2006). A Vila de São Salvador de Campos dos Goytacazes foi elevada à categoria de cidade em 28 de março de 1835. A seguir uma breve história sobre as principais personalidades Campistas como a Benta Pereira, José Carlos do Patrocínio, Luiz Carlos de Lacerda e Nilo Peçanha que marcaram brilhantemente seus nomes na história da cidade e do Brasil.

21.


Heroína Campista

benta pereira Viúva e mãe de seis filhos, Benta Pereira (1675-1760) é considerada uma heroína na história Campista. Segundo Penna (2014) Benta é uma figura tão importante na história de Campos dos Goytacazes que até o lema do Brasão da cidade faz menção a força da figura feminina: IPSAE MATRONAE HIC PRO JURE PUGNANT que traduzido do latim: As próprias mulheres aqui lutam pelo direito. Benta Pereira junto a sua filha Mariana Barreto tiveram grande participação no histórico levante de 21 de maio de 1748, onde tentaram impedir com outros 500 populares de diferentes classes sociais a posse do 4º Visconde de Asseca como donatário3 da Capitania da Paraíba do Sul. O grupo reivindicava a propriedade das terras e acusava os Asseca de não cumprir seus deveres exercendo um domínio tirano sobre os colonos. O levante resultou em dezenas de prisões e no exílio de parte deles para Angola, incluindo Mariana Barreto, filha de Benta Pereira. Em 1752 todos receberam o perdão real e um ano depois o 4º Visconde de Asseca teve que devolver a capitania à Coroa. Benta Pereira e sua filha tiveram 22.

grande importância na articulação do Levante em um tempo em que as mulheres não tinham voz, mostrando de fato sua importância perante a história. “O levante de 21 de maio de 1748, muitas vezes chamado de "Revolta de Benta Pereira", foi responsável por imortalizar a figura desta mulher, dando a ela uma conotação de salvadora e libertadora da planície goitacá. ” (PENNA, 2014, p. 108) Figura 2. Busto da Benta Pereira.

Fonte: Site Impressões Rebeldes 3 Os donatários eram fidalgos leais ao rei de Portugal e membros da alta aristocracia, que receberam da coroa portuguesa extensos lotes de terra


abolicionista Importância Histórica no movimento

O movimento abolicionista encontrou grande suporte em Campos tendo seu ponto Alto com a fundação da Sociedade Campista Emancipadora em 17 de Julho de 1881 onde lutavam pela emancipação dos negros. Luis Carlos de Lacerda, nascido em Campos no dia 25 de maio de 1853, foi um dos maiores líderes do movimento abolicionista. Segundo Ferreira (2015) os memorialistas e historiadores não se escusam em classificar Luis Carlos de Lacerda como o maior líder abolicionista em Campos. Evaristo de Moraes, historiador brasileiro, ao escrever sobre ele, diz: “um homem de grande coragem pessoal”, Luis Carlos de Lacerda “foi o motor central da agitação abolicionista em Campos, e, por isso mesmo, o mais perseguido pelo ódio dos proprietários de escravos”. Luis Carlos de Lacerda promovia ações diretas que irritavam os fazendeiros: libertava os cativos, ocultava os escravos em quilombos, incitava-os à revolta, solicitava inquéritos e exames de corpo de delito por ofensas a escravos e, nas contendas públicas, palestras e julgamentos, exibia instrumentos de tortura. Organizava ainda as queimadas dos canaviais, provocando

enormes prejuízos aos detentores do poder político e econômico. Outro nome muito importante no processo abolicionista foi José Carlos do Patrocínio, negro filho de escrava, nascido em Campos no dia 9 de outubro de 1853, participou ativamente na campanha abolicionista, realizando conferência em todo o país reivindicando a libertação dos escravos. Ficou conhecido internacionalmente como O Tigre da Abolição. No dia 13 de maio de 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, acaba a escravidão. O Jornal Cidade do Rio saudou o aniversário de um ano pós abolição trazendo palavras do próprio José do Patrocínio: O dia 13 de maio nos deve ensinar a preferir as obras da paz e do amor. A fecundidade dessa reforma é a profecia da nossa grandeza. Daremos um novo exemplo ao mundo, resolvendo pelo mesmo processo todas as nossas questões de autonomia nacional. Olhemos para a natureza e aprendamos a sua eterna lição. O sereno, quase imperceptível no ambiente, leva a umidade mais longe que a mais impetuosa torrente. (CARVALHO; RIBEIRO, 1996, p.274)

23.


Visita do Imperador

d. pedro ii Segundo Venâncio (2018), publicitário e autor de A Enciclopédia Campista, campos também recebeu a visita do Imperador D. Pedro II no dia 24 de março de 1847. Ele tinha 21 anos de idade e sua chegada foi aguardada pela população na Igreja de São Francisco durante todo o dia, porém houve um imprevisto com sua carruagem que acabou atolando na lama por conta do período de chuvas, fazendo com que o imperador trocasse de carruagem e passasse a noite na fazenda do Queimado. “No dia 25 a cidade estava em festa para receber o Imperador, desfile das guardas imperiais, bandeiras pelas janelas das casas e bandeiras pelas ruas. ” (VENÂNCIO, 2018). D. Pedro II celebrou a famosa cerimônia do lava-pés, onde lavou os pés de 12 pobres da cidade conforme ato de Jesus relatado nas escrituras sagradas. O fato simbólico não representou apenas a fé, mas também a união entre igreja e monarquia que tinha o catolicismo como religião oficial do Brasil. Na varanda do Solar da Lagoa Dourada, atual Liceu de Humanidades, o imperador D. Pedro II assistiu a procissão e mais tarde foi a um grande baile na 24.

fazendo do Becco, atual Asilo do Carmo. Na mesma semana ele também foi ao Teatro São Salvador, o mais importante teatro da cidade na época. O Canal Campos Macaé começou a ser construído em 1844 e foi considerado uma das maiores obras de engenharia do período imperial, logo a visita de D. Pedro II também serviu para inspecionar as obras do Canal (GOMES, 2017). Na primeira quinzena de abril o imperador se despede de Campos dos Goytacazes. Durante sua visita agraciou diversos campistas com os títulos de barão, visconde, comendador, oficiais, coronéis entre outros títulos do Brasil Império. Anos mais tarde concedeu a campos energia elétrica: No ano de 1883 D. Pedro II inaugurou na cidade o primeiro serviço público municipal de iluminação, tornando Campos dos Goytacazes a primeira cidade do Brasil e da América Latina a receber iluminação pública elétrica, através de uma termelétrica a vapor acionadora de três dínamos com potência de 52 KW, fornecendo energia para 39 lâmpadas de 2000 velas cada. (FERREIRA, 2018)


Figura 3. D. Pedro II. Fonte: Site imgur.


nilo

peçanha Nilo Peçanha, Campista de morro do Coco, nascido dia 02 de outubro de 1867 foi considerado um homem à frente do seu tempo. Importante personagem na política brasileira, Nilo Peçanha foi Presidente da República, Presidente (nomenclatura de governador nos tempos atuais) do Estado do Rio de Janeiro, Senador, Deputado Federal e Ministro das Relações Exteriores (FERREIRA, 2016). Nascido em família pobre, Nilo sempre foi incentivado aos estudos por seu pai, padeiro. Estudou no Liceu de Humanidades de Campos e completou seu Ensino Médio em Niterói. Cursou faculdade de Direito em São Paulo, concluindo o curso em Recife aos 20 anos de idade. Após período acadêmico, Nilo Peçanha iniciou sua vida política retornando a Campos. Republicano e abolicionista em sua vida política sempre apoiou o progresso da Agricultura, Indústria e Comércio e investiu poderosamente em Educação. Segundo Rodrigues (2017), no breve período em que assumiu a presidência da República (um ano e cinco meses), Nilo Peçanha continuou com o programa político do antecessor prosseguindo com a ampliação da malha 26.

ferroviária e construção de estradas nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Ampliou as obras de saneamento básico para a Baixada Fluminense e também modificou parte do fornecimento de luz na cidade do Rio de Janeiro para o sistema elétrico. Investiu na educação criando a Escola de Aprendizes e Artífices (Atuais Institutos Federais) com o objetivo de promover mão de obra qualificada para atender a demanda das indústrias. Nilo deixou sua marca no país, sendo homenageado em diversos Estados e Municípios. Em Campos, seu nome foi designado a uma importante Avenida, Escola Estadual, a centenária Biblioteca Municipal e ainda foi inaugurada, em 2014, uma estátua em sua homenagem, situada na frente da Câmara Municipal (FERREIRA, 2016). Nilo Peçanha foi um cidadão campista, de pele negra, filho de pessoas humildes que conquistou não só a cidade Campos, mas também o Brasil.


Figura 4. Nilo Peรงanha. Fonte: Acervo da Biblioteca Nacional Nilo Peรงanha.


Cap. 4 Questões ambientais ao logo dos anos

sustentabilidade As questões ambientais começaram a ser debatidas na década de 1960 e ganharam visibilidade através de publicações de livros sobre o tema. A Primavera Silenciosa, livro escrito pela bióloga Rachel Carson, não só ajudou no lançamento do movimento ambientalista na época, mas também foi um marco na história da gestão ambiental. (NASCIMENTO,2012). Em 1972 ocorreu na Suécia a Conferência de Estocolmo que foi a primeira reunião de chefes de estado organizada pela ONU para tratar das questões relacionadas à degradação do meio ambiente (MARTINEZ, 2010). Após a conferência, visando o controle da poluição ambiental diversas nações começaram a estruturar seus órgãos ambientais e estabelecer sua legislação. Em 1973 foi criada aqui no Brasil a SEMA, Secretaria Especial do Meio Ambiente (SILVEIRA, 2015). Conforme nos assegura Nascimento (2012) ao descobrirem que o petróleo era um recurso natural não renovável iniciou-se uma crise do petróleo na década de 1970 onde houve diversas alterações no valor do produto gerando discussões sobre a racio28.


nalização do uso de energia e busca por combustíveis renováveis. Segundo o relatório de Brundtland, Nosso Futuro Comum (1987) a definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. Portanto, é o desenvolvimento que não esgota os recursos. Aos poucos esse conceito ganhava visibilidade e discussão. Segundo Nascimento (2012) por mais que as medidas ambientais estavam começando a serem aplicadas às indústrias o pensamento ainda estava em solucionar a poluição e não se pensava em medidas para minimizar o impacto ambiental durante cada processo da produção. A década de 1980 foi marcada por acidentes de grandes impactos ambientais e serviu para trazer a discussão dos temas ambientais ao cotidiano da população ao redor do mundo. Em 1986, na antiga União Soviética, houve o vazamento letal de material radioativo na Usina de Chernobyl. Em 1989 houve o derramamento de petróleo pelo Exxon Valdez, navio petroleiro, no mar do Alasca. Segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) cerca de 36 mil toneladas de petróleo bruto se espalharam pelo mar. Estima-se que 250 mil aves marinhas, 2.800 lontras marinhas e 300 focas tenham morrido. Preocupados com a conservação do

figura 1

Figura 5. Derramamento de petróleo. Fonte: Site EcoWatch.

29.


meio ambiente, ainda na década de 80, houve o Protocolo de Montreal, em 1987, que proibiu os clorofluorcarbonos (CFC’s) responsáveis pela degradação da camada de ozônio. O Relatório Brundtland (1987) que foi o grande responsável por disseminar o conceito de Desenvolvimento Sustentável para o mundo. Nele foi abordado a interligação entre meio ambiente e desenvolvimento, afirmando que não há desenvolvimento se não existe melhora na qualidade de vida da sociedade e que é possível alcançar o desenvolvimento sem degradar os recursos naturais (NASCIMENTO, 2012). Na sua essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de mudança no qual a exploração dos recursos, o direcionamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional estão em harmonia e reforçam o atual e futuro potencial para satisfazer as aspirações e necessidades humanas. (RELATÓRIO BRUNDTLAND, 1987)

Na década de 90 a consciência ambiental ganhou cada vez mais destaque. Em 1992 houve a Cúpula da Terra, também conhecida por Rio-92 ou Eco-92, chegando à con30.

clusão de que temos de agregar os componentes econômicos, ambientais e sociais para garantir a sustentabilidade do desenvolvimento. As questões ambientais ganharam proporções globais e a preocupação do uso indiscriminado de recursos naturais não renováveis, as questões energéticas, opção pela reciclagem e consumo consciente passaram a ser extremamente debatidos. Diferentemente da Conferência de Estocolmo, a Eco-92 teve um caráter especial em razão da presença maciça de inúmeros chefes de Estado, demonstrando assim a importância da questão ambiental no início dos anos 90. Durante o evento, o presidente Fernando Collor de Mello transferiu temporariamente a capital federal para o Rio de Janeiro. As forças armadas foram convocadas para fazer uma intensa proteção da cidade, sendo responsáveis também pela segurança de todo o evento. (FRANCISCO, 2009)

Ainda segundo Francisco (2009) a Eco-92 contou com a participação de inúmeras Organizações Não Governamentais (ONGs), que em paralelo desenvolveram, no Fórum Global, a Carta para Terra, conforme este documento os países mais ricos têm maior responsabilidade na preservação do planeta. Outro importante acontecifigura 1


mento durante a Eco-92 foi a assinatura da Agenda 21, um plano de ações com metas para a melhoria das condições ambientais do planeta.

Portanto, segundo Nascimento (2012) difundiu-se então, ainda na década de 90, o conceito de prevenção optando pela otimização de todo o processo produtivo, pensando no “ciclo de vida” do produto desde sua concepção até seu descarte, diferente do pensamento das décadas anteriores onde se pensava apenas no final do processo. No século XXI ocorreu na África do Sul a conferência Rio+10, com a finalidade de avaliar os resultados obtidos no Rio-92 e conciliar o desenvolvimento da sociedade e preservação do meio ambiente para as gerações futuras. Temas como a erradicação da pobreza/fome e maior acesso a saúde e saneamento básico também foram debatidos. Os resultados não foram significativos, porém o ponto alto foi uma sociedade mais informada e organizada em prol do meio ambiente (FRANCISCO, 2010). Vivemos em um modelo de consumo que vai contra toda a proposta de sustentabilidade. A vida útil dos produtos foi reduzida, além do consumismo sempre reforçar a ideia

de que o novo é sempre mais interessante e que o antigo é defasado e ineficiente, ainda mais se tratando de tecnologia. Obsolescência Programada, também chamada de obsolescência planejada, é quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um período de tempo relativamente curto de forma proposital, ou seja, quando empresas lançam mercadorias para que sejam rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente. (PENA, 2013)

Esse sistema causa o excesso do descarte do lixo que, em sua maioria, é realizada de maneira incorreta causando grande impacto ambiental. O Design está diretamente relacionado a tornar um produto mais interessante para o consumo, e na maioria das vezes as questões sustentáveis são deixadas de lado, porém existem algumas vertentes no Design que pensam na sustentabilidade como veremos a seguir.

figura 1

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design& sustentabilidade Falar sobre design e sustentabilidade é falar de ecodesign, design social e design sustentável. O Designer tem um papel fundamental na sociedade, por meio dele são projetados tudo que está a nossa volta: cadeiras, mesas, livros, revistas, automóveis, embalagens, entre outros e é de suma importância que as questões ambientais estejam cada vez mais incorporadas em cada etapa dos projetos. Ecodesign e Design Sustentável são propostas distintas que muitas vezes são confundidas. Segundo Pazmino (2007) o ecodesign é o encontro entre projeto e o Meio Ambiente, ou seja, é o design orientado por diretrizes ecológicas. O mesmo deve ser economicamente viável, sendo assim, além de ser um produto que cause menos impacto ao meio ambiente também deve ser competitivo no mercado. O Ecodesign é aplicado quando o designer realiza um redesign ou a criação de um novo produto pensando ecologicamente em cada etapa do seu ciclo de vida (pré-produção, produção, uso, descarte, reciclagem, reuso) com o objetivo de minimizar os impactos ambientais. A maior diferença 32.

entre o Ecodesign e Design formal é que o design formal tem como maior objetivo satisfazer as necessidades emocionais sem pensar no impacto ambiental causado. Logo o ecodesign vai além dos aspectos estéticos, funcionais e ergonômicos, mas principalmente no fator ambiental ao longo do ciclo de vida do produto. Pensar produtos, planejando seu ciclo de vida e futuras possibilidades de reaproveitamento e considerando a possibilidade de utilizar materiais recicláveis é um grande avanço institucional que muitas empresas de vanguarda já adotam. E as empresas já adotam estes conceitos na medida em que percebem disponibilidade de percepção no mercado consumidor, que atribui valor para a iniciativa e em função disto se dispõe a remunerar a iniciativa. (NAIME; ASHTON; HUPFFER, 2012, p. 1511)

Antes de abordar o design sustentável é preciso entender o design social que, segundo Pazmino (2007) é o design voltado para a sociedade, ou seja, o desenvolvimento de produtos que atendem as reais necessidades dos cidadãos menos favorecidos, social,


cultural e economicamente. O Design social deve ser economicamente viável e socialmente benéfico. O design sustentável é mais abrangente e complexo que o ecodesign, pois conforme Pazmino (2007) além de ser ecologicamente correto e economicamente viável também deve ser socialmente equitativo, atendendo as necessidades da comunidade. Design sustentável é consciência, atitude e tem o compromisso de ir além da forma e da função, é fazer mais com menos melhorando a qualidade de vida e ajudando na inclusão social. Pazmino (2007) nos assegura que o design sustentável necessita da colaboração de outros grupos sociais, como ONGs, órgãos públicos e empresas para viabilizar o projeto e que o designer junto aos demais profissionais devem estar preparados para organizar, planejar e desenvolver projetos em conjunto com a sociedade. […] para atingir a sustentabilidade ambiental, não é suficiente melhorar o que antes já existia, mas sim pensar em produtos, serviços e comportamentos diversos dos conhecidos até hoje. Ou seja, é necessário operar também em níveis mais altos, com outros aspectos a serem considerados (o projeto de novos produtos serviços intrinsecamente sustentáveis e a proposta de novos cenários que correspondam a estilos de vida sustentáveis (MANZINI; VEZZOLI, 2011, p. 22).

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Sacolas Reutilizáveis

ecobags Segundo site Mega Curioso(2011) em 2007 a designer inglesa Anya Hindmarch projetou uma bolsa de pano com a frase “I’m not a plastic bag” (Eu não sou uma bolsa de plástico). O produto foi incluído ao seu catálogo pelo preço de aproximadamente 15 reais e foi assim que as ecobags se popularizam. A tendência logo chegou ao Brasil e no mesmo ano houve a exposição “Eu não sou de plástico”, organizada pela prefeitura de São Paulo que movimentou profissionais de moda do país a desenvolverem bolsas ecologicamente corretas. Nesta ocasião as estilistas Adriana Barra, Daniella Helavel e Glorinha Para-

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naguá provaram que o Brasil também estava engajado na luta contra o uso indiscriminado de sacolas plásticas, desenvolvendo peças de excelente qualidade. Em pouco tempo as sacolas amigas do meio ambiente ganharam um espaço no dia a dia de milhares de pessoas ao redor do mundo. Surgiu como uma alternativa as sacolas de compras e hoje também são utilizadas como bolsas despojadas para quem pretende um visual descontraído. Ainda segundo Mega Curioso (2011) de acordo com uma pesquisa realizada pela Agência Britânica do

Figura 6. Ecobag: “Eu não sou uma bolsa de plástico”. Fonte: Site Shift Design.


Meio Ambiente, as ecobags devem ser reutilizadas no mínimo 171 vezes para que cumpra sua função, caso contrário a emissão de gases que contribuem para o efeito estufa se torna maior que as versões de plástico. O modelo lançado por Anya em 2007 apenas ajudou a popularizar as ecobags, porém o pioneirismo fica com

a gigante Chanel que em 1997, se preocupando com o meio ambiente, lançou uma bolsa de malha plástica dura, com acabamento dourado, para ser usada em substituição às vilãs de plástico. A Totem foi a primeira marca brasileira que aderiu a ideia da grife francesa e em 1998 desenvolveu sua versão em algodão. Marcas como Cantão e Hering também lançaram suas versões assim que as sacolas de pano se popularizaram em 2007. A Ecobag foi escolhida como produto deste projeto por tudo que ela representa na luta contra as sacolas de plástico e pelas causas ambientais. No próximo capítulo acompanhe o processo criativo desde o naming até o desenvolvimentos das ilustrações.

Figura 7. Anya Hindmarch. Fonte: Site Anya Hindmarch.


Cap.5 Introdução a

ilustração Desde a pré-história os homens tinham a necessidade de se comunicar e umas das formas foi por meio do desenho. O homem primitivo desenhava nas paredes suas experiências do dia a dia, como a caça de animais e também acontecimentos até então sobrenaturais, como o fogo, o raio, o sol e a lua (STRUNCK, 2003). As ilustrações são comuns em jornais, revistas e livros e são muito utilizadas na publicidade e na propaganda. Ilustrar é design, não só pelo fato da palavra design traduzida do inglês se referir a desenho, mas por toda a estrutura de projeto que a envolve. Segundo Cardoso (2008) a origem mais remota da palavra design vem do latim designare, verbo que abrange tanto o sentido de designar quanto o de desenhar, ou seja, do ponto de vista etimológico, o termo design já possui uma ambiguidade em sua origem entre o aspecto abstrato de conceber/projetar/atribuir e outro concreto de registrar/configurar/formar. Em geral, ilustração “é toda imagem, desenho ou fotografia que serve para ilustrar algo, normalmente um texto, de forma a facilitar a sua compreensão” (ANTUNES, 36.


2007, p.4). Ou seja, a ilustração diferente do desenho artístico tem a necessidade de comunicar e transmitir uma mensagem clara e definida. Conforme nos assegura Antunes (2007) , nas artes plásticas a obra é interpretada de acordo com a sensibilidade do espectador estando sujeita a diversas interpretações, tornando a comunicação mais receptiva do que transmissiva. Com o surgimento da fotografia e consequentemente os movimentos artísticos modernos como o impressionismo, expressionismo, cubismo, construtivismo, dentre outros, deram uma nova roupagem as ilustrações, rompendo as tradições e proporcionando trabalhos cada vez mais expressivos, porém segundo Cavalcante (2010) por mais que as ilustrações estejam frequentemente associadas a arte, como a composição, a cor, a forma, o estilo e a técnica, o que realmente importa é a comunicabilidade da imagem.

embora isso possa ocorrer sempre que for estabelecida uma interconexão entre obra e observador. (CAVALCANTE, 2010, p.13) O impacto da arte moderna no design e também na ilustração foi determinante não apenas no que diz respeito a questões de estilo, mas sobretudo a um novo olhar e a uma nova atitude em relação ao mundo e às representações visuais. (CAVALCANTE, 2010, p.147)

Segundo Digolo e Mazrui (1988) as ilustrações podem ser classificadas pelas técnicas utilizadas (pintura, colagem, grafite, aquarela, nanquim, digital, entre outras), porém existem outras maneiras de classificar uma ilustração como pelo seu estilo (realista, minimalista, surrealista, cartum, caricatura, científica, etc).

A ilustração tem as suas características formais influenciadas pelos movimentos estéticos, mas está comprometida com uma informação. A ilustração tem como ponto de partida um texto ou um conteúdo, e, por isso, está atrelada a uma função. Não tem como foco principal despertar a fruição estética,

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ilustração digital Segundo Castagini (2010) a ilustração invadiu o meio digital a partir da metade da década de 90. O uso do computador para o desenvolvimento e manipulação de imagens foi se popularizando e se especializando. Softwares sofisticados e novos materiais foram criados especialmente para esta finalidade. Com o surgimento dos softwares de computação gráfica como o Photoshop, Illustrator e CorelDraw possibilitaram que as ilustrações feitas à mão fossem manipuladas digitalmente após serem digitalizadas através de recursos como o scanner ou até mesmo aplicativos de celular. Sendo assim, a Ilustração digital é, portanto, aquela que se produz no ambiente gráfico computacional. As ilustrações criadas neste projeto foram desenvolvidas digitalmente, após uma minuciosa busca por referências. A princípio, a estética das ilustrações já estava previamente definida, por ser um estilo minimalista a qual já me identifico, porém a busca por referências foi essencial e abriu um leque de possibilidades e ideias. Seguem as principais referências de base para o projeto Campos Revir: 38.


Figura 8. Projeto World Landmarks. Fonte: Site Behance.

World Landmarks é um projeto desenvolvido pela Makers Company, Estúdio de ilustração e animação situado na Cidade do Cabo, África do Sul. Esse é um projeto de ilustração minimalista em outline das principais referências mundiais, como a Estátua da Liberdade, o Cristo Redentor, a Torre de Pisa, entre outros.

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Figura 9. Fotografia de Referência. Fonte: Site Behance. Naviglio é um projeto de ilustração do Diretor de Arte Fabio Pistoia situado em Milão, Itália. A Ilustração foi desenvolvida para ser aplicada como adesivos de parede para um consultório odontológico localizado no Naviglio, um famoso canal da Itália.

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Figura 10. Ilustração Naviglio. Fonte: Site Behance.

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Figura 11. Ilustração Copenhagen. Fonte: Site Behance. European capitals é um projeto de ilustração das capitais Européias desenvolvida pelo Ilustrador russo, Vitaliy Kapustyanov.

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Figura 12. Ilustração Helsinki. Fonte: Site Behance.

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Figura 13. Ilustração Mini Rio 1. Fonte: Site Behance.

Mini Rio é um projeto independente do designer brasileiro Fabio Lopez. O projeto é uma extensa coleção de pictogramas e ilustrações criados especificamente para apresentar e celebrar visualmente o patrimônio cultural da cidade do Rio de Janeiro. O Rio sediou as Olimpíadas de 2016 e foi então que Fabio Lopes viu uma ótima oportunidade para o desenvolvimento deste projeto.

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Figura 14. Ilustração Mini Rio 2. Fonte: Site Behance.

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Figura 15. Ilustração Porto 1. Fonte: Site Behance. Porto é um fascinante projeto de Identidade Visual desen desenvolvida pela EDUARDO AIRES WHITE STUDIO. É um projeto inspirado nos famosos azulejos portugueses, onde foram desenvolvidos ícones de várias partes da cidades que se conectam de uma maneira única.

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Figura 16. Ilustração Porto 2. Fonte: Site Behance.

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Todas as referências pesquisadas além de compartilharem de uma estética em comum, também possuem o mesmo interesse de enaltecer e valorizar os patrimônios histórico culturais dos locais tema. As ilustrações são figurativas, ou seja, apresentam formas que representam a realidade, elas também são modernas e minimalistas, um perfeito exemplo aplicado do mantra moderno “menos é mais”. A simplificação da forma nos remete até aos pictogramas, que são muito utilizados na sinalização. Pictogramas são representações gráficas extremamente simplificadas de objetos, ações, narrativas ou mesmo conceitos abstratos. O fato de as formas serem sintetizadas ao máximo está ligado a uma comunicação simples, direta e, acima de tudo, eficiente. Nesse tipo de representação, toma-se um objeto ou conceito a ser representado e omite-se todo e qualquer detalhe que não seja essencial ao entendimento de seu significado, como cores e detalhamentos supérfluos. Seu uso geralmente está associado à sinalização pública, instruções, orientações e qualquer outro meio para transmitir informações. É muito comum encontrar o uso de pictogramas em diversos contextos cotidianos, como placas em shoppings, aeroportos, guias, manuais, mapas, infográficos, etc. (DANKA, 2012, p.3)

O minimalismo segundo BERTONI(2004) surgiu como oposição ao 48.

excesso dos anos 80, identificando-se com o pós-modernismo. A arte minimalista foi um movimento artístico que surgiu na década de 50 nos Estados Unidos, tendo como artistas Robert Morris, Donald Judd e Carl Andre. Obras com formas geométricas tridimensionais, materiais industriais sem simularem outros, e uma composição limpa marcam as características do movimento minimalista. A minimal art significou uma quebra de paradigmas e naturalmente influenciou outros meios de arte como a música, arquitetura, literatura e também o design em que se emprega o termo minimalismo a um tipo de estética pura e desprovida de excessos (FERREIRA; BRAGA, 2010).


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Cap. 6 Introdução a

produção grágica Segundo Arede (2015) a produção gráfica é um conjunto de etapas que reúne materiais, serviços, custos e prazos para que o resultado final do trabalho gráfico seja alcançado, ou seja, a produção gráfica é um conjunto de operações envolvidas na materialização de qualquer projeto gráfico, desde um cartão de visita até a produção de folhetos, livros, embalagens, dentre outros. Independente do processo de impressão a produção gráfica é sempre dividida em 3 etapas: pré-impressão, impressão e pós-impressão (acabamentos) (SILVA, 2008). Na pré-impressão é realizado o briefing do projeto, a criação da peça gráfica e a confecção das matrizes, que variam de acordo com o método de impressão escolhido. Na etapa de impressão é realizada a produção do material gráfico. A escolha do processo de impressão é importantíssimo e varia de acordo com a necessidade do projeto. O tipo de material do suporte, a tiragem, a verba, o tempo de execução entre outras variáveis ajudam na escolha do método de impressão. Ela pode ser em Offset, flexografia, rotogravura, serigrafia, impressão digital, entre outras. Na pós-impressão são realizados os acabamentos e existe uma grande variedade: verniz, laminação, relevo, hot-stamping, faca especial, dobras, vincos, entre outros, conforme explica o Professor Claudio Silva em seu livro Produção Gráfica. 50.


Produção Gráfica

breve histórico No século XV Johannes Gutenberg, conhecido mundialmente como o pai da imprensa, inventou a prensa com tipos móveis que popularizou a publicação de livros. Esse sistema de impressão evoluiu a partir de um método de impressão chamado de xilogravura4. Em 1454, quando Gutenberg inventou a prensa com tipos móveis, criou também a possibilidade de reprodutibilidade das idéias para toda a humanidade. Essa foi uma grande revolução e, com avanços tecnológicos constantes, a Indústria Gráfica foi evoluindo mundialmente. (SILVA, 2008, p.5)

4 A xilogravura é uma antiga técnica chinesa e o primeiro processo de impressão mundial, em que o artesão entalhava uma gravura sobre a madeira, criando desta forma um relevo, em seguida era aplicada uma tinta sobre este relevo e ao final era utilizada uma prensa para exercer pressão e revelar a imagem no papel ou em outro suporte. 5 Na litografia a gravura era desenhada por um lápis gorduroso sobre uma matriz de pedra calcária ou placa de metal, utilizando o princípio da repulsão entre água e óleo. A litografia é planográfica, ou seja, o desenho é feito através do acúmulo de gordura sobre a superfície da matriz, e não através de fendas e sulcos como na xilografia.

No século XVI houve a criação da Litografia5. A evolução da litografia levou ao surgimento da cromolitografia, método que permitiu a impressão em diversas cores elevando ainda mais as possibilidades de criação e reprodução das ilustrações. Os avanços das técnicas de reprodução de imagens – notadamente da litografia – beneficiaram a proliferação das publicações ilustradas. Descoberta por Aloys Senefelder em 1796, a litografia teve grande influência na publicação de livros, jornais e revistas, além de permitir o desenvolvimento do cartaz. O processo se desenvolveu a partir da descoberta da propriedade que têm as pedras calcárias de Solenhofen (região próxima a Munique) de rejeitar a tinta oleosa quando

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ainda úmidas. Torna-se possível, então, o desenho livre diretamente sobre a pedra (nesse caso o desenho era invertido) ou no papel de transporte para ser impresso na pedra e posteriormente impresso no papel definitivo. (AZEVEDO, 2009, p.82)

A litografia foi muito utilizada nos primórdios da imprensa moderna no século XIX, eram impressos rótulos, cartazes, jornais, mapas, dentre outros, além de levar novas possibilidades aos artistas e ilustradores. O primeiro pintor que utilizou a litografia em seus trabalhos foi o Goya, em sua série Touradas, de 1825. Nas últimas décadas do século XIX grandes nomes da arte como Renoir, Cézanne e Toulouse-Lautrec promoveram o uso litografia em cores em suas obras. A Revolução Industrial trouxe a mecanização ao processo de impressão. Por volta de 1850, as prensas planas de madeira foram substituídas pelas impressoras rotativas de metal. Com o desenvolvimento de bobinas tornou possível as impressoras rotativas a vapor atenderem à demanda de jornais de circulação em massa (OLLANDEZOS, 2001). A produção gráfica viveu uma inércia por muito tempo, enquanto os meios de comunicação como a televisão e o rádio evoluíam a produção gráfica se manteve inalterada. Porém, com a era da informatização da pré-impres52.

são, houve um grande salto. Graças aos softwares sofisticados, imagens digitalizadas, fim dos fotolitos, máquinas cada vez mais rápidas com capacidade de impressão em até dez cores, impressão frente e verso simultânea, acabamentos em linha na própria impressora, entre outros recursos incríveis possibilitaram, desta maneira, escrever um novo capítulo na história da produção gráfica (SILVA, 2008, p.3). Saiu de cena a era do romantismo e entrou uma nova era de equipamentos de impressão dignos dos filmes de ficção, onde as novas impressoras planas, as imensas rotativas e a sofisticação das impressoras digitais, conquistaram o cenários de novos tempos. (SILVA, 2008, p.3)

métodos de impressão Os principais métodos de impressão são Offset, Rotogravura, Flexografia, Tampografia, Serigrafia e Mídias sociais. Silva (2008) desenvolveu uma tabela para melhor compreensão sobre a difereça entre cada método de impressão. A seguir será apresentada uma relação dos meios de impressão mais utilizados na indústria gráfica, divididos em métodos de imprimir.


Quadro 1. Métodos de Impressão. Fonte: SILVA (2008).


Antes de analisar os dados apresentados é preciso explicar alguns termos que são comuns no meio das Artes Gráficas. A matriz é o original de onde serão reproduzidas as demais cópias. As matrizes podem ser físicas ou virtuais, dependendo do processo de impressão utilizado. Quando falamos em suporte, estamos especificando a superfície ou material que receberá o pigmento, como o papel, plástico, metal, madeira, tecido etc. As retículas são uma rede de pontos que torna possível a reprodução dos meios-tons. O meio-tom é a graduação (variação de tonalidade) de uma cor. O traço, ao contrário do meio-tom, ocorre quando o elemento é impresso por uma única cor, sem variação na tonalidade. Após analisar os dados apresentados o método de impressão escolhido foi a Serigrafia, por melhor se enquadrar no perfil do projeto. Ela proporciona a possibilidade de impressão em diversos tipos de suportes e superfícies, inclusive o tecido que é o suporte deste projeto, além de ser um método de impressão com baixo custo de investimento na produção (SILVA, 2008). A serigrafia ou silk-screen é o método de impressão mais popular do mundo. Ele permite imprimir em uma gama de superfícies quase ilimitada, com uma gama de tinta quase ilimitada. O universo visual da serigrafia é rico e a diversidade de efeitos e texturas faz dela o

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veículo perfeito para se expressar e aprimorar sua criatividade. Além disso é uma técnica muito fácil de aprender e exige pouco investimento para começar. Tudo isso faz com que a serigrafia seja tão infinitamente variada e atraente para entusiastas e profissionais.(KOMURKI;BENDANDI;DEMORATTI, 2017, p.1)

A possibilidade de tiragens na serigrafia é ideal para o projeto, uma vez que as ecobags serão produzidas sob demanda, ou seja, elas serão produzidas somente quando encomendadas, evitando custos desnecessários e desperdício de matéria-prima, seguindo o viés sustentável do projeto. As ilustrações serão serigrafadas a traço e não possuem meio-tom, almejando manter a boa qualidade do grafismo. A seguir um olhar mais aprofundado sobre a Serigrafia.


Cap. 7 Produção Gráfica

serigrafia Komurki, Bendandi e Demoratti (2017) nos asseguram que na serigrafia é muito importante considerar os espaços onde serão realizadas cada etapa do processo. Eles geralmente são divididos em: área de impressão, área sem tinta, área escura e área de lavagem. A área de impressão é o local onde será realizado o processo de impressão e este ambiente deve ser funcional e agradável. Equipamentos e materiais: mesa de impressão, telas, secador metálico, tinta, fita adesiva, rodo, espátula, avental, soprador térmico etc. A área sem tinta é o local reservado ao trabalho de design, ou seja, o local de projeto. Equipamentos e materiais: computador, impressora, material de arte, transparências, livros, papel etc. A área escura é o local reservado para revestir e secar as telas. Equipamentos e materiais: emulsão, aplicador de emulsão (calha), mesa de revelação, cronômetro, secador de cabelo, suporte para telas etc. A área de lavagem é o local destinado a limpeza e recuperação das telas. Equipamentos e materiais: mangueira de pressão (extremamente recomendável), unidades de lavagem (pia, tanque ou banheira), removedor de emulsão etc. Na serigrafia a tela é um dos principais elementos, ela é composta pelo quadro e malha. 55.


Os quadros podem ser de alumínio (mais caro e durável) ou madeira (mais barato e menos durável). A malha é feita de fios de poliéster e são divididas em: branca e amarela. A malha branca não é recomendada para trabalhos com muitos detalhes, pois possui menos quantidade de fibras, diferente da malha amarela que possui mais fibras proporcionando mais detalhes. O rodo é a ferramenta que empurra a tinta através da tela. O fotolito é a folha transparente com a imagem a ser serigrafada, ele será utilizado para transferir a imagem para a tela. A emulsão é a mistura química sensível à luz que reveste a tela. A calha é usada para aplicar a emulsão na tela. A mesa de revelação é responsável por revelar as telas. A espátula serve para recolher a emulsão e misturar a tinta. O soprador térmico serve para secar a tinta entre outras funções (KOMURKI;BENDANDI;DEMORATTI, 2017). O processo de impressão funciona da seguinte maneira: primeiro é preparada a tela de Nylon que recebe a emulsão fotosensível. Aguarde a tela secar. Com a tela seca o fotolito com a arte é colocado sobre a tela que é exposta à luz na mesa de revelação. A parte coberta pelo design permanece solúvel em água, enquanto a parte descoberta, em que a luz incide diretamente, endurece devido a reação fotoquímica. Enxágue a tela e revele o desenho com a mangueira de pressão. Segure a 56.

tela contra a luz e verifique as possíveis falhas a serem retocadas. Com a tela devidamente revelada a posicione sobre o suporte desejado. Aplique a tinta sobre a tela e com o rodo a espalhe cobrindo totalmente a parte a ser impressa. Seque a estampa com o secador térmico e lave a tela para remover o excesso de tinta, processo concluído (SILVA, 2008). Figura 17. Imagem Ilustrativa de Serigrafia. Fonte: Site M&C Visual Graphics.


Cap. 8

processo

CriativO “Antes de desejar o resultado é preciso amar o processo.” Alline Valek


Processo Criativo

naming Naming é o projeto de desenvolvimento e escolha do nome de uma marca, definição apresentada por Delano Rodrigues, professor e consultor de identidade de marca, em seu livro “Naming: O nome da marca”. Segundo ele o naming faz parte do branding e contribui para posicionar corretamente a marca no mercado e facilitar a comunicação com seu público alvo. O branding é um sistema de ações interdisciplinares que visa ao estabelecimento de imagens, percepções e associações pelas quais públicos de interesse se relacionam com uma marca, seja ela de pessoa, lugar, produto ou empresa. (RODRIGUES,2011, p.12)

A primeira etapa para o desenvolvimento do naming foi definir o conceito deste projeto: trata-se de uma iniciativa de valorização a cultura, história e meio ambiente da cidade de Campos dos Goytacazes que tem como principal objetivo fazer com que as pessoas se identifiquem mais com a cidade, mas para isso elas precisam reconsiderar seus conceitos e olhar para a cidade sob uma nova perspectiva. Sendo “Antes de desejar o resultado assim iniciou-se a busca por palavras que tradué preciso amar o processo.” zissem a ideia do projeto. Alline Valek Durante o todo o processo de naming os principais nomes foram: Valoriza Campos, 58.


Revela Campos, Campos Real, Inspira Campos e Herança Campos. Até que a palavra revir despertou um interesse especial e conseguiu traduzir exatamente o que significa este projeto. Revir significa vir novamente, retornar, regressar e é exatamente essa a proposta do projeto, fazer com que as pessoas retornem, reavaliem, se reposicionem em relação a cidade e que de fato essa valorização possa trazer um novo momento de admiração, respeito e mudanças significativas. Conforme Rodrigues (2011) o nome das marcas possuem diversas classificações que nos permitem compreender as motivações que levaram o designer a escolher o nome como a melhor solução. Neste caso, Campos Revir é classificado como nome toponímico e nome metafórico O nome toponímico é quando o nome da marca se refere ao lugar de origem ou de atuação, neste caso a palavra Campos se referindo a cidade de Campos dos Goytacazes. O nome metafórico refere-se a nomes que provocam associação com a natureza do negócio de maneira indireta, neste caso a palavra Revir se referindo ao conceito do projeto. A seguir acompanhe o processo de criação da Identidade Visual do Projeto Campos Revir.

Figura 18. Processo de Naming. Fonte: Própia (2019).

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Processo Criativo

identidade visual “A identidade visual é o conjunto de elementos gráficos que irão formalizar a personalidade visual de um nome, ideia, produto ou serviço”, (STRUNK, 2003, p.57). Ainda segundo Strunk em seu livro “Como criar Identidade Visuais de sucesso” as identidades visuais são compostas basicamente por 4 elementos, os principais: o logotipo e o símbolo e os secundários: cores padrão e alfabeto. O logotipo se refere a parte escrita da marca e ele é composto por letras criadas, modificadas ou que apenas fazem parte de um alfabeto já existente, como é o caso do Campos Revir. Neste projeto foram utilizadas duas famílias tipográficas já existentes para compor o logotipo: a Playfair Display SC e Montserrat. A serifada6 Playfair Display SC foi aplicada na palavra REVIR que é o destaque do logotipo, sua forma é clássica e traz um toque orgânico levando elegância e sofisticação para a marca. O kerning, espaçamento entre as letras, foi levemente aumentado para trazer ainda mais imponência à marca. 6

As serifas são os pequenos traços e prolongamentos que ocorrem no fim das hastes das letras. 7 As famílias tipográficas sem serifas são conhecidas como sans-serif (do francês "sem serifa").

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A sans-serif7 Montserrat foi aplicada à palavra de apoio CAMPOS, sua forma moderna serve como contraste de forma para a palavra


principal e por sua leveza não compete atenção gerando balanceamento visual. Campos Revir não possui um símbolo, somente logotipo. “Símbolo é um sinal gráfico que, com o uso, passa a identificar um nome, ideia, produto ou serviço. Nem todas as marcas têm símbolos ” (STRUNK, 2003, p.71). Como apoio para a marca foi criada sua versão em selo. O selo foi desenvolvido para transmitir originalidade, como um carimbo, algo mais artesanal. As cores corporativas são a rosa e o azul, que são cores complementares, ou seja, cores opostas no círculo cromático. Esse contraste quente e frio foi escolhido para transmitir energia e maior identificação com público jovem. * Vale ressaltar que o foco do projeto não foi a criação da marca gráfica, porém se fez necessário seu desenvimento e uma breve explicação sobre o processo de naming e de criação da Identidade Visual.

Figura 19. Selo Campos Revir. Fonte: Própria (2019).

revir Figura 20. Logotipo Campos Revir Fonte: Própria (2019).

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Processo Criativo

ilustrações De acordo com a pesquisa de referências realizada anteriormente, as ilustrações seguirão o mesmo estílo estético minimalista. A síntese da forma se deu respeitando também as caracteríticas físicas das edificações, mantendo seus detalhes principais, respeitando sua aparência e história. Diferente dos outros locais, o “carro chefe” do projeto, que deu origem a tudo, o Morro Itaoca, ganhou um lettering, ao invés de uma ilustração. O lettering8 foi inspirado na ecobag da Anya Hindmarch, fazendo

8 Lettering é uma combinação específica de letras trabalhadas, para uma única utilização e finalidade. O lettering é, na maioria das vezes, desenhado à mão, com lápis, canetas, entre outros. Mas há também quem trabalhe isso diretamente no computador.

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também uma homenagem a designer responsável por popularizar as ecobags no mundo. Conforme dito anteriormente, os lugares que receberão as ilustrações serão: Catedral São Salvador, Praça do Liceu contemplando a Villa Maria, Câmara Municipal de Campos, o Liceu de Humanidades de Campos e o Coreto da Praça, Solar do Colégio (atual Arquivo Municipal), Farol de São Thomé e o Morro Itaoca. Foram desenvolvidos neste projeto 7 ilustrações e um lettering, porém Campos Revir vai além de um projeto de ilustração, ele utiliza a ilustração para alcançar um bem maior que é a valorização da cidade de Campos dos Goytacazes e uma reflexão sobre nosso impacto no meio ambiente. O processo criativo das ilustrações foi dividido em 3 etapas:


Seleção de imagens com visão frontal das edificações

1. Imagem

Realização de ajustes de proporção e detalhes

2. Contornos

3. Ajustes

Criação do contornos sobre a base da imagem

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Figura 21. Processo Criativo 1. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 22. Processo Criativo 2. Fonte: Prรณpria (2019).

64.


Figura 23. Processo Criativo 3. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 24. Processo Criativo 4. Fonte: Prรณpria (2019).

65.


Figura 25. Processo Criativo 5. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 26. Processo Criativo 6. Fonte: Prรณpria (2019).

66.


Figura 27. Processo Criativo 7. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 28. Processo Criativo 8. Fonte: Prรณpria (2019).

67.


Processo Criativo

lettering A primeira etapa para o desenvolvimento do lettering do Morro Itaoca foi identificar as características do lettering da ecobag da Anya Hind-

Figura 29. Ecobag Anya Hindmarch Fonte: Site Inhabitat.

68.

march. A forma é orgânica não se preocupando com a simetria entre as letras, passando uma ideia de algo artesanal feito à mão. A Segunda etapa foi desenvolver diversas alternativas de lettering que mantivesse a ideia central da referência: algo despojado e orgânico. A leta “i” muito bem trabalhada na referência ganhou destaque na versão do Morro Itaoca. A terceira etapa foi digitalizar e vetorizar o lettering desenhado à mão e para finalizar foram realizados ajustes de forma e proporção. A frase de apoio “Eu não sou uma bolsa de plástico” vem logo abaixo do lettering como principal referência à ecobag da Anya.


Figura 30. Lettering em grafite. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 31. Vetorizando Lettering. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 32. Lettering Morro Itaoca. Fonte: Prรณpria (2019).

69.


revir Resultado Final


Coreto da Praça do Liceu

Câmara de Vereadores

Figura 33. Conjunto das Ilustrações Campos Revir. Fonte: Própria (2019).

Liceu de Humanidades de Campos

Villa Maria

Solar do Colégio

Catedral Santíssimo Salvador

Farol de São Thomé


O Quadrilátero Histórico

Figura 34. Ilustração Quadrilátero Histórico. Fonte: Própria (2019).

A Praça Barão do Rio Branco, conhecida popularmente como praça do Liceu e denominada por Tavares (2009) como o “quadrilátero histórico” é composto pelo seguinte conjunto arquitetônico: o prédio do Liceu de Humanidades de Campos, construído nos meados do século XIX para residência do Barão da Lagoa Dourada, A Villa Maria, edificada nas primeiras décadas do século XX, o Fórum Nilo Peçanha, atualmente ocupado pela Câmara de Vereadores de Campos construído em 1935 e a própria praça, que conserva suas características originais. Esse conjunto é um marco de uma época e de uma classe sócial, ícones de poder econômico e político da elite social Campista. Em 2018 o prédio da Villa Maria completou seu centenário. Segundo Trindade (2018) o palacete Villa Maria é considerado um dos mais fascinantes prédios da cidade e integra um dos mais belos conjuntos arquitetônicos de Campos ao lado do antigo fórum Nilo Peçanha (atual Câmara de Vereadores), o Liceu de Humanidades e a praça do Liceu. O imponente prédio pertenceu ao casal Atilano Crisósthomo de Oliveira e Maria Queiroz de Oliveira, conhecida como Dona Finazinha. Após perderem sua filha Alice, Dona Finazinha doou em testamento o imóvel para a primeira universidade pública que se instalasse na cidade. Depois de abrigar a sede da prefeitura, a Villa Maria se transformou em Casa de Cultura, em 1993, quando foi criada a Universidade Estatual do Norte Fluminense (TRINDADE, 2018). 72.


Solar do Colégio

Figura 35. Ilustração Morro Itaoca. Fonte: Própria (2019).

De acordo com Mello (2009) o Solar do Colégio, localizado no distrito de Tocos, foi construído em meados do século XVII pelos jesuítas, o Solar do Colégio é o prédio mais antigo ainda existente em Campos e era sede da extensa fazenda Nossa Senhora da Conceição e Santo Inácio. Aproximadamente 1500 escravos trabalhavam nos engenhos, lavouras e criação de gado. Os Jesuítas obtiveram êxito na tarefa de pacificação e catequização dos índios nativos facilitando a exploração da região. O prédio é composto por solar, torre e capela. Dentre tantas características marcantes no interior do prédio é possível observar as lápides referentes a alguns integrantes da família Barroso, bem como da heroína Benta pereira. O Solar também recebeu visitas importantes como a de D. Pedro II e da Imperatriz. Em 1759 o Marquês de Pombal expulsa os Jesuítas de Portugal e de suas colônias, anos mais tarde a fazenda foi arrematada por Joaquim Vicente dos Reis e a outros dois sócios. A fazenda prosperou consideravelmente em sua posse e o mesmo edificou um hospital para a pobreza de Campos onde se mantinham cirurgiões e enfermeiro à sua custa. Após a sua morte em 1813 seu genro e herdeiro coronel Sebastião Gomes Barroso se torna o novo proprietário da fazenda (MELLO, 2009). A partir de um projeto elaborado pela UENF em 2002 é inaugurado o Arquivo Municipal de Campos no Solar do Colégio com o objetivo de não apenas manter vivo nosso patrimônio histórico, mas também manter viva toda nossa história a partir da restauração de documentos históricos. 73.


Catedral do Santíssimo Salvador A Catedral do Santíssimo Salvador é o coração da cidade de Campos dos Goytacazes. Localizada bem no centro da cidade, chama atenção pela sua beleza e arquitetura. Conforme Gomes (2014) junto à praça do Santíssimo Salvador, registram as transformações do espaço urbano ao passar dos anos, porém, a Catedral guarda sua história preservada sendo o principal cartão postal da cidade. Figura 36. Ilustração Catedral São Salvador. Fonte: Própria (2019).

Farol de São Thomé Segundo Siqueira e Dantas (2002) o Farol de São Thomé foi inaugurado dia 29 de julho de 1882, no aniversário da Princesa Isabel. Foi projetado por Gustave Eiffel, o mesmo que idealizou a Torre Eiffel, em Paris. O monumento, que deu o nome a localidade, tem 45 metros e serve como ponto de referência para os navegantes. Figura 37. Ilustração Farol de São Thomé. Fonte: Própria (2019).

74.


Área de Proteção Ambiental do Morro Itaoca O morro Itaoca, também conhecido como morro do rato, localizado no distrito de Ibitioca há 17km do centro da cidade, é o ponto mais alto do Município. São 395 metros de altitude que proporcionam aos visitantes uma vista panorâmica da Cidade. Ele é frequentado por amantes da natureza, do voo livre, ciclistas, cientistas e religiosos. Itaoca significa casa de pedra na língua dos índios Goitacá. Criado em 2013 pela lei municipal 8424, a Área de Proteção Ambiental (APA) do Morro do Itaoca faz parte das unidades de conservação de uso sustentável, isto é, garante a conservação de processos naturais e da biodiversidade, adequando atividades humanas às características ambientais da área. Para isso, a Prefeitura de Campos tem investido para promover a preservação ambiental e o Turismo do local, além de alavancar a economia. É a parceria de interesse ambiental, turístico e econômico. (MENDES, 2016)

Figura 38. Mockup Ecobag Morro Itaoca 2. Fonte: Própria (2019).

75.


Figura 39. Mockup Ecobag Solar do Colégio. Fonte: Própria (2019).


Figura 40. Mockup Ecobag Villa Maria. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 41. Mockup Ecobag Morro Itaoca. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 42. Tag para Ecobags. Fonte: Prรณpria (2019).


Cap. 10 Processo Criativo

e-book

9

QR code, ou código QR, é a sigla de "Quick Response" que significa resposta rápida. QR code é um código de barras, que foi criado em 1994, e possui esse nome pois dá a capacidade de ser interpretado rapidamente pelas pessoas. 10 Diagramação é o ato de diagramar e diz respeito a distribuir os elementos gráficos no espaço limitado da página que vai ser impressa ou outros meios. É uma das práticas principais do design gráfico, pois a diagramação é essencialmente design gráfico. * Vale ressaltar que o foco deste projeto não é diagramação, porém se fez necessário seu desenvimento mediante a problemática apresentada.

80.

Conforme detalhado anteriormente, um e-book para cada local escolhido será desenvolvido para propagar todas as informações pesquisadas neste projeto mostrando a importância histórica e cultural da cidade de Campos dos Goytacazes e dos locias escolhidos. A escolha pelo e-book veio como alternativa aos impressos para manter a proposta sustentável do projeto além de ser de fácil acesso, uma vez que os celulares estão sempre à mão. O e-book será baixado através de um QR Code9 estampado na própria ecobag, sendo assim a diagramação10 se dará pensando nas telas dos celulares por ser o dispositivo móvel mais utilizado. Os celulares em sua maioria apresentam a proporção de 1080x1920 pixels. A estética seguirá a mesma proposta minimalista do projeto, mantendo uma diagramação limpa e funcional. Apenas um e-book foi desenvolvido como exemplo, uma vez que o padrão de diagramação se manterá. Acompanhe a seguir o e-book do Solar do Colégio, atual arquivo Público Municipal.


Figura 43. E-book tela 1. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 44. E-book tela 2. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 45. E-book tela 3. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 46. E-book tela 4. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 47. E-book tela 5. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 48. E-book tela 6. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 49. E-book tela 7. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 50. E-book tela 8. Fonte: Prรณpria (2019).


Figura 51. E-book tela 9. Fonte: Prรณpria (2019).

Figura 52. E-book tela 10. Fonte: Prรณpria (2019).


Cap. 11 Projeto Campos Revir

considerações finais O sentimento de pertinência a um lugar muda a visão, o cuidado e a troca com o mesmo e o projeto Campos Revir cumpre seu papel preenchendo essa lacuna proporcionando valorização histórico cultural e conscientização ambiental, despertando na população Campista mais comprometimento com seus patrimônios históricos e trazendo mais engajamentos as causas sociais e ambientais. O designer gráfico assumindo seu papel como agente transformador na sociedade tem a capacidade, como formador de opinião, de transformar o mundo em um lugar melhor, mais incluso, mais diverso e com mais respeito ao meio ambiente. O designer gráfico é o profissional responsável por tornar um produto atrativo no mercado, o que nos torna diretamente responsáveis sobre o impacto dele na sociedade e no meio ambiente, então deve-se ter a mesma responsabilidade de educar nossos clientes sobre as problemáticas atuais e aos poucos reeducar o mercado. Muito debate ainda deve ser realizado sobre nosso atual sistema de consumo, mas o projeto Campos Revir junto a milhares de outros projetos 86.

como esse são os responsáveis por despertar, nem que seja em algumas poucas pessoas, a mudança necessária visando uma sociedade menos desigual e mais consciente. Portanto através de uma produção gráfica menos agressiva ao meio ambiente e a confecção de um produto ecologicamente correto foi possível aplicar áreas do design, como a ilustração, para agregar valor e consequentemente atingir o objetivo de valorização histórico cultural e consciência ambiental.


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90.



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