1 Maria Ester Fardin Dalcin
UNIVERSIDADE VILA VELHA FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
MARIA ESTER FARDIN DALCIN
A CURA ATRAVÉS DA ARQUITETURA: CASA DE APOIO AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE CÂNCER
VILA VELHA 2015 2 Maria Ester Fardin Dalcin
MARIA ESTER FARDIN DALCIN
A CURA ATRAVÉS DA ARQUITETURA: CASA DE APOIO AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE CÂNCER
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do Grau em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª Deborah Martins Zaganelli
VILA VELHA 2015 3 Maria Ester Fardin Dalcin
MARIA ESTER FARDIN DALCIN
A CURA ATRAVÉS DA ARQUITETURA: CASA DE APOIO AO PACIENTE EM TRATAMENTO DE CÂNCER Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Vila Velha como requisito parcial para obtenção do Grau em Arquitetura e Urbanismo. COMISSÃO EXAMINADORA
Orientador: Profª M. Sc. Deborah Martins Zaganelli
Avaliador: Profª M. Sc. Ana Dieuzeide Santos Souza
Avaliador:,Doris Ferreira Coutinho Borba
VILA VELHA 2015 4 Maria Ester Fardin Dalcin
Aos meus pais, pela oportunidade de estar me formando, pelo apoio incondicional,. pelos nãos que recebi, pela educação e princípios que me foram dados e que me fizeram ser o que sou hoje; Ao meu tio/padrinho, por todo carinho dedicado à mim, como ele mesmo diz: duas bênçãos; Às minhas irmãs, anjos de Deus em minha vida, pelo amor incondicional e incentivo nos momentos difíceis. E aos meus amigos, família que tive a oportunidade de escolher. 5 Maria Ester Fardin Dalcin
AGRADECIMENTOS
A vida é mesmo incrível! Uma sucessão de ciclos que se
Aos AMIGOS que cultivei nessa caminhada, a família que
fecham para que outros possam se iniciar. Estou prestes a
pude escolher.
concluir mais um deles... E algo que parecia tão distante está se aproximando e me deparo escrevendo essas palavras entre lágrimas, com um flashback passando diante dos olhos, como um filme, com todos os momentos que fizeram parte da minha vida para que esse sonho se concretizasse. Momentos alegres, de dúvidas, de raiva; momentos em que a saudade do meu bem mais precioso, MINHA FAMÍLIA, me fazia sentir
Meu muito obrigada a todas as pessoas que passaram pela minha vida e deixaram sua parcela de contribuição direta ou indireta nessa jornada. Quero deixar meu agradecimento a essa turma que me acolheu, acolheram a miss Calypso, porque no Norte é tudo a mesma coisa não é?! E que tenho muito orgulho em fazer parte.
vontade de jogar tudo para o alto. Mas esse mesmo bem me
Ao mesmo tempo que foi um longo período até aqui, hoje
dava força para seguir em frente, pois sabia que mesmo não
parece que tudo passou muito rápido. Quantas noites viradas
estando ao meu lado fisicamente, em pensamento e coração
coletivas e individuais, tardes na faculdade, na biblioteca, na
estavam comigo sempre, me apoiando e me incentivando.
casa daquele amigo, cuja casa passa a ser sua de tanto
Não há palavras que eu possa usar que descrevam o meu
tempo que fica lá. Todos esses momentos regados à
agradecimento a vocês: PAI, MÃE, MAGDA, ELAINE e TIO
gordices, às melhores conversas, às “melhores” playlists,
AGOSTINHO.
filosofias, sonhos compartilhados... e quando olho para trás
Meu agradecimento a DEUS e pela VIDA, pela oportunidade
TUDO valeu à pena!
de concluir esse sonho, de viver momentos ímpares. 6 Maria Ester Fardin Dalcin
"De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, pode atingir, sendo bem conduzido, o nível superior de uma obra de arte. Oscar Niemeyer 7 Maria Ester Fardin Dalcin
RESUMO
Saber conhecer o próximo, suas limitações e anseios e
família também adoece junto. Para a obtenção dos resultados
usar desse artifício para promover qualidade de vida através
foi realizado uma Avaliação Pós-Ocupação na Instituição,
de um projeto arquitetônico é algo que tem ganhado espaço
gerando um banco de dados que norteará a segunda fase
nos dias de hoje. O presente trabalho tem por objetivo aplicar
deste estudo que será composta pela geração das diretrizes
os conceitos da psicologia ambiental em uma Instituição de
projetuais e aplicação dos conceitos da psicologia ambiental;
Acolhimento
infanto-juvenil
criando assim um espaço com qualidade, levando em
localizada na cidade de Vitória. Busca-se a melhoria do bem-
consideração os desejos dos usuários deste local que é
estar e minimização do stress causado pela doença tanto
composto pelos moradores temporários e funcionários.
para
portadores
de
câncer
para a criança, quanto seu acompanhante; visto que não apenas o doente sofre das consequências de tal mal, sua
Palavras-chave: Cura. Arquitetura. Avaliação. Psicologia Ambiental.
8 Maria Ester Fardin Dalcin
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Imagem da Casa Ronald McDonald em 1994, quando inaugurada ................................................................................................26 Figura 2: Imagem atual da Instituição ..................................................27 Figura 3: Mapa ilustrativo, mostrando a localidade da Instituição ...27 Figura 4: Fachada atual da Associação...............................................28 Figura 5: Mapa de localização ACACCI ..............................................29 Figura 6: Fachada e entrada da Instituição .........................................29 Figura 7: A imagem mostra a brinquedoteca, caracterizada de acordo com a faixa etária dos usuários, a imagem abaixo traz a dos adolescentes ............................................................................................31 Figura 8: A brinquedoteca, caracterizada para as crianças .............31 Figura 9: Sala de atividades ..................................................................31 Figura 10: A montagem traz na primeira foto o local onde as oficinas são ofertadas e na seguinte o espaço de armazenamento dos materiais utilizados ..........................................................................32 Figura 11: Imagem mostrando o acervo da biblioteca ......................32 Figura 12: Imagem da sala de estudos da biblioteca ........................33 Figura 13: Quarto criança e acompanhante.......................................33 Figura 14: Sala da assistência social ...................................................33 Figura 15: Sala de TV .............................................................................34 Figura 16: Sala do voluntariado ............................................................34 Figura 17: Guarita e controle de acesso ..............................................34 Figura 18: Refeitório................................................................................34 Figura 19: Escovário ...............................................................................35 Figura 20: Vestiário .................................................................................35 Figura 21: Lavanderia .............................................................................35
Figura 22: Esquema ilustrativo dos itens que compõe o ciclo de uma Avaliação Pós-Ocupação .............................................................. 44 Figura 23: Mapa de localização ............................................................ 49 Figura 24: Mapa de setorização ........................................................... 50 Figura 25: Fachada lateral ..................................................................... 53 Figura 26: Bazar da instituição .............................................................. 53 Figura 27: Vista externa da guarita ...................................................... 54 Figura 28: Pátio interno .......................................................................... 54 Figura 29: Serviço social, sala de melhor desempenho na avaliação ................................................................................................................... 56 Figura 30: Sala do nutricionista, sala de pior resultado na avaliação ................................................................................................................... 56 Figura 31: Imagem do quarto visto da porta de entrada .................. 57 Figura 32: Imagem do quarto visto de dentro para a porta de entrada ...................................................................................................... 57 Figura 33: Imagem mostrando pia e box do banheiro ....................... 57 Figura 34: Imagem mostrando o banheiro visto da porta de entrada ................................................................................................................... 57 Figura 35: Brinquedoteca parte infantil ................................................ 58 Figura 36: Ângulo 2 da brinquedoteca parte infantil .......................... 58 Figura 37 Ângulo 3 da brinquedoteca parte infantil ........................... 58 Figura 38: Brinquedoteca juvenil .......................................................... 58 Figura 39: Registro do serviço de carga e descarga ......................... 60 Figura 40: Carta Bioclimática com TRY de Vitória ............................. 61 Figura 41: Cone visual............................................................................ 61 Figura 42: Imagem da edificação tida através do cone visual criado mostrando as aberturas na parte externa na edificação................... 62
9 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 43: Frequência de ocorrência dos Centos e velocidade, de acordo com a rosa dos ventos, na primeira foto e na segunda a ilustração na implantação desse resultado. ........................................62 Figura 44: Na foto é mostrada a brinquedoteca .................................64 Figura 45: Ergonomia observada na biblioteca ..................................65 Figura 46: Áreas permeáveis e tratamento paisagístico do local ....65 Figura 47: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança A .68 Figura 48: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança B .68 Figura 49: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança C .69 Figura 50: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança D .69 Figura 51: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança E .70 Figura 52: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado – Criança A ...............................................................................71 Figura 53: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado - Criança B ................................................................................71 Figura 54: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado – Criança C ...............................................................................72 Figura 55: Questionário aplicado aos funcionários – Funcionário A ....................................................................................................................73 Figura 56: Questionário aplicado aos funcionários - Funcionário B 73 Figura 57: Questionário aplicado aos funcionários – Funcionário C ....................................................................................................................74 Figura 58: Questionário da participante Laís ......................................75
Figura 59: Mapa mostrando em azul a parte que será reformada e em laranja a parte onde será feita a ampliação da Instituição ......... 78 Figura 60: Planta baixa mostrando a situação atual da sala............ 80 Figura 61: Planta baixa mostrando a situação atual dos ambientes ................................................................................................................... 80 Figura 62: Planta baixa da nova proposta para o térreo................... 81 Figura 63: Planta baixa mostrando a disposição atual dos ambientes citados ................................................................................... 82 Figura 64: Planta baixa com a nova proposta para o primeiro pavimento ................................................................................................. 83 Figura 65: Planta baixa atual dos quartos ........................................... 84 Figura 66: Planta baixa com a nova proposta para os quartos ....... 84 Figura 67: Planta baixa do segundo pavimento ................................. 85 Figura 68: Planta baixa do projeto paisagístico para a Instituição .. 88 Figura 69: Imagem mostrando o pátio interno sendo visto por quem está no muro olhando para gente. ........................................................ 89 Figura 70: Foto ilustrativa na parte lateral direita. .............................. 89 Figura 71: Iluistração das espécies frutíferas escolhidas ................. 89 Figura 72: Caminho visto do muro pelo pedestre .............................. 90 Figura 73: Foto que apresenta as espécies e mobiliário. ................. 90 Figura 74: Gira-gira adaptado para o apoio de um acompanhante 90 Figura 75: Gangorra com apoio extra .................................................. 91 Figura 76: Planta de Cobertura ............................................................. 92 Figura 77: Corte AA' ............................................................................... 93 Figura 78: Corte BB' ............................................................................... 94 Figura 79: Imagem mostrando a relação entre as edificações ........ 95 Figura 80: Elevação Frontal................................................................... 97 Figura 81: Imagem mostrando a fachada da ampliação ................... 98 Figura 82: Fachada Principal................................................................. 99 10 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 83: Elevação lateral / corte CC' ..............................................100 Figura 84: Fachada lateral ...................................................................101
11 Maria Ester Fardin Dalcin
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Caracterização urbanística...................................................50 Tabela 2: Resumo da metodologia utilizada na realização da APO na ACACCI ...............................................................................................51 Tabela 3: Caracterização dos resultados quanto seu desempenho ....................................................................................................................55 Tabela 4: Quadro de apuração dos resultados da APO de cada ambiente do térreo ..................................................................................55 Tabela 5: Quadro de apuração dos resultados dos demais pavimentos ...............................................................................................56 Tabela 6: Quadro de critérios avaliativos ............................................59 Tabela 7: Quadro de desempenho funcional do item: localização ..59 Tabela 8: Quadro de estratégias bioclimáticas...................................61 Tabela 9: Quadro de apuração de resultado no item: implantação 63 Tabela 10: Quadro de apuração do programa de projeto e dimensionamento dos ambientes .........................................................63 Tabela 11: Quadro com o resultado obtido da funcionalidade e uso da ACACCI ...............................................................................................63 Tabela 12: Quadro avaliativo referente à escala humana ................64 Tabela 13: Quadro avaliativo dos mobiliários e equipamentos........64 Tabela 14: Quadro de avaliação do paisagismo existente ...............65 Tabela 15: Resultado da avaliação da acessibilidade na Associação ....................................................................................................................66 Tabela 16: Quadro avaliativo da saúde e higiene no local ...............66
12 Maria Ester Fardin Dalcin
LISTA DE SIGLAS
EDRA – Environmental Design Research Association IPT – Instituto de Pesquisas Tecnológicas
ACACCI – Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil INCA – Associação Nacional de Câncer CNAS - Nacional de Assistência social APO – Avaliação Pós-Ocupacional MDS – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
NORIE – Núcleo Orientado para a Inovação da Edificação GEPA – Grupo de Estudos Pessoa-Ambiente CTE – Centro de Tecnologia de Edificações OMS – Organização Mundial de Saúde LabEEE – Laboratório de Eficiência Energética em Edificações
SUS – Sistema Único de Saúde AACN-RJ – Associação de Apoio à Criança com Neoplasia do Rio de Janeiro APALA – Associação de Pais e Amigos dos Leucêmicos de Alagoas CONIACC – Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária 13 Maria Ester Fardin Dalcin
5 APO: ASSOCIAÇÃO CAPIXABA CONTRA O CÂNCER INFANTIL
SUMÁRIO
1
NTRODUÇÃO
17
1.1
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA .......................................17
1.2
JUSTIFICATIVA .......................................................................19
1.3
OBJETIVO ................................................................................19
1.4
ESTRUTURA DO TRABALHO ..............................................20
2 INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE CÂNCER
6
23
2.1 A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DAS INSTITUIÇÕES NO BRASIL..................................................................................................23
3
5.1
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO .................... 49
5.2
METODOLOGIA UTILIZADA ................................................ 50
5.2.1
Avaliação técnico-construtiva
53
5.2.2
Avaliação funcional
59
5.2.3
Aspectos comportamentais
66
PROPOSTA PROJETUAL
77
6.1
REFORMA E AMPLIAÇÃO ................................................... 77
6.2
CONCEITO .............................................................................. 79
6.2.1
Pavimento Térreo
79
2.1.1
Classificação das Instituições de Acolhimento 24
6.2.2
Primeiro pavimento
82
2.1.2
Casas de Apoio existentes no país
25
6.2.3
Segundo pavimento
84
2.2 ASSOCIAÇÃO CAPIXABA CONTRA O CÂNCER INFANTIL (ACACCI) ...........................................................................28
6.2.4
Paisagismo
86
6.2.5
Cobertura
91
2.2.1
Projetos sociais desenvolvidos
30
6.2.6
Cortes
93
2.2.2
Estrutura física
33
6.2.7
Elevações
95
PSICOLOGIA AMBIENTAL
38
7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
103
3.1
RELAÇÃO PESSOA AMBIENTE ..........................................39
8
REFERÊNCIAS
106
3.2
A SAÚDE NO HABITAT CONSTRUÍDO .............................40
9
APÊNDICES
110
3.2.1 4
49
Ambientes Restauradores
41
9.1
AVALIAÇÃO FUNCIONAL ................................................... 110
44
9.2
AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA .......................... 111
FORMAS DE AVALIAÇÃO ....................................................46
9.3
POEMA DE DESEJOS ......................................................... 112
AVALIAÇÃO PÓS OCUPACIONAL 4.1
14 Maria Ester Fardin Dalcin
9.4 PRIMEIRO POEMA DE DESEJO APLICADO NAS CRIANÇAS .........................................................................................112 9.5 SEGUNDO POEMA DE DESEJO APLICADO NAS CRIANÇAS .........................................................................................113 9.6 RESULTADO DA AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA NO PRIMEIRO PAVIMENTO ..........................................................114 9.7 RESULTADO DA AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA NOS DEMAIS PAVIMENTOS .........................................................115 9.8 RESULTADO DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL GERAL DA INSTITUIÇÃO ....................................................................................116 9.9
PLANTA BAIXA TÉRREO ....................................................117
9.10
PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO ........................118
9.11
PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO........................119
9.12
PLANTA DE COBERTURA .................................................120
9.13
PAISAGISMO E IMPLANTAÇÃO .......................................121
9.14
CORTES .................................................................................122
9.15
ELEVAÇÕES..........................................................................123
15 Maria Ester Fardin Dalcin
16 Maria Ester Fardin Dalcin
1
[...] a Psicologia Ambiental habilita-se a ser este espaço, constituindo-se locus onde a soma entre o conhecimento psicológico e o arquitetônico pode alimentar a produção de um ambiente mais humanizado e ecologicamente coerente. (ELALI, 1997, p. 352).
NTRODUÇÃO
O homem e o espaço em que vive é algo que possui relação estreita, apesar de, muitas vezes serem vistos de forma isolada. Diante disso é importante prestarmos atenção nos locais que criamos, alerta Elali (1997), voltando o olhar
Diante disso, a Psicologia Ambiental pode ser definida como sendo a ponte dessa multidisciplinaridade, destacando a importância do tema.
para a relação existente entre o homem e o lugar em que está inserido, chamando atenção para a Psicologia Ambiental. A psicologia tem o olhar voltado para o social e,
1.1
CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA
atualmente ambiental, ampliando o leque de atuação na busca de se entender as interações entre ambiente e comportamento (ELALI, 1997).
Quando uma criança está sob suspeita do câncer inicia-se uma série de crises que englobam desde o período
A arquitetura tem o papel de criar espaços edificados,
do pré-diagnóstico, plano de tratamento ou intervenção. É
tem poder de transformação, porém é pouco visto a interface
uma etapa difícil, pois tanto a família quanto o paciente se
entre ambiente-usuário. Esse olhar mais clínico vem sendo
desestruturam (CARVALHO et al. 2008).
trabalhado aos poucos, mudando o foco atual centrado nas características estéticas, construtivas e funcionais, abarcando a satisfação do usuário, com isso cria-se espaços centrados no indivíduo/coletivo, somando a isso a preocupação que essas intervenções causam no ambiente (ELALI, 1997).
O diagnóstico do câncer infantil é o início de efeitos desalentadores sobre toda a família e não somente à criança. Também a família é vítima do câncer infantil. Uma das razões que justificam esse efeito na família é a concepção de que os filhos devam necessariamente sobreviver aos pais (CARVALHO et al. 2008, p.
17 Maria Ester Fardin Dalcin
18 apud VALLE & VENDRÚSCULO 1996, p.736).
usuários qualidade de vida através de um ambiente construído; mantendo o convívio familiar e a vivência
Partindo do pressuposto que toda doença, quando considerada grave, acarreta uma mistura de sentimento; sofrimento versos expectativa e fazendo uma analogia desta afirmação com a habitação, já que é o lugar onde passamos grande parte da nossa vida; aliar o tratamento do câncer com
comunitária, bem como o acompanhamento de profissionais especializados dada a problemática da doença e as implicações que esta ocasiona. Sendo somado à isso a garantia de sua reintegração, por meio do convívio com diferentes usuários.
a assistência familiar e de outros profissionais especializados, buscando com isso manter a rotina dessa nova etapa o mais
Saber estudar como as pessoas se comportam nos
próximo da que o paciente já possuía, pode trazer ganhos
locais em que estão inseridas e incorporar essa informação
para ambas as partes (NASCIMENTO, 2014 apud ORTIZ;
no projeto, engloba um estudo aprofundado da relação
LIMA, 2007).
pessoa-espaço.
Complementando
o
que
foi
afirmado
(ORNSTEIN; VILLA, 2013): O acolhimento institucional, é um direito adquirido pelo cidadão que se encontra em situação de vulnerabilidade, sendo aprovado pelo Conselho Nacional de Assistência social (CNAS), Resolução nº 145 de 15 de outubro de 2004. Com o propósito de promover dignidade humana, promoção da
O modo como as pessoas se comportam nos ambientes não depende apenas dos aspectos construtivos desse ambiente; quanto mais vivência de um local a pessoa tem, mais os elementos subjetivos serão decisivos para a ação final do usuário (ORNSTEIN; VILLA, 2013, p. 21).
autonomia, fortalecimento de vínculos e apoio às famílias no seu papel protetivo (CNAS, 2013). Seguindo esse raciocínio, salientamos a relevância de projetos com esse apelo assistencial, em proporcionar aos 18 Maria Ester Fardin Dalcin
1.2
JUSTIFICATIVA
1.3
OBJETIVO
A relevância do projeto surge a partir da necessidade
Percorrendo sobre a abordagem das instituições de
do tratamento oncológico ocorrer, em grande parte dos casos,
acolhimento existentes no Brasil, por meio de pesquisa
em outra cidade ou estado, pela necessidade de buscar
histórica sobre sua origem e classificação em conformidade
centros
com os serviços oferecidos, o objetivo deste trabalho é
de
tratamento
especializado,
dependendo
da
complexidade da doença.
compilar as informações obtidas, seguindo para isso uma metodologia de trabalho, neste caso a utilização da Avaliação
Nem sempre o paciente e a família possuem
Pós-Ocupacional, com o propósito de gerar no final deste
condições de alugar uma moradia temporária ou algum
estudo, um banco de dados com as necessidades, anseios,
familiar onde o tratamento vai ser realizado. Isso acarreta
expectativas, erros e acertos existentes no local, dando
uma série de consequências, agravando o enfrentamento da
seguimento ao projeto final que resultará na proposta de
doença: desgastes físico, financeiro e psicológico, tanto para
melhoria e ampliação da Instituição estudada, levando em
o enfermo quanto para a família.
consideração o resultado obtido na APO.
Neste sentido, considerando a premissa que o local adequado pode ajudar na melhor forma de tratamento, além
Para alcançar esse resultado, serão levados em consideração:
de ser um direito adquirido por Lei e tomando como partida o exposto acima; a magnitude de projetos com essa tipologia é um desafio, dado que a inserção do doente e família é o
Pesquisas
sobre
casas
de
acolhimento
e
sua
classificação quanto o porte e os serviços prestados;
principal objetivo.
19 Maria Ester Fardin Dalcin
Estudos de casos de entidades existentes no país em
partes
funcionamento que dão esse auxílio ao doente e sua
Expondo a justificativa e o objetivo deste volume ao longo do
família;
primeiro capítulo.
O resultado da APO no que tange os aspectos técnicoconstrutivos, funcionais e comportamentais;
envolvidas,
contextualizando
o
tema
proposto.
O segundo capítulo traz a definição de Instituição de Acolhimento
e
a
contextualização
histórica
sobre
o
A partir dos tópicos pontuados serão desenvolvidas
surgimento das mesmas, em seguida sua classificação
as diretrizes projetuais, na elaboração do novo projeto,
quanto ao porte, período de permanência, as atividades e os
resultando em um espaço que atenda os princípios da
serviços desenvolvidos no local. Apresenta Instituições que
psicologia
e
prestam esse serviço assistencial e posteriormente traz a
compatibilidade). E com isso, conceber um ambiente ainda
história da ACASSI no estado, como se mantém, os projetos
mais acolhedor, que atendam as expectativas de seus
sociais desenvolvidos e a estrutura física da entidade.
ambiental
(escape,
escopo,
fascinação
usuários.
No terceiro capítulo é apresentada a psicologia ambiental; onde é tratada a relação entre pessoa e o 1.4
ESTRUTURA DO TRABALHO
ambiente no qual está inserida de forma mais detalhada, trazendo a importância de se pensar no espaço edificado levando em consideração o usuário e os ganhos que isso
Este volume foi organizado de forma a proporcionar o
pode proporcionar às partes envolvidas.
entendimento sobre como a arquitetura, por meio da Psicologia ambiental, pode amenizar os efeitos da doença tanto para o enfermo, quanto para sua família. Em seguida, em como o espaço adequado pode trazer ganhos para as
No capítulo seguinte, é apresentada a definição de APO, como se deu seu surgimento e mostra as formas de avaliação existentes, para a partir delas, escolher qual 20 Maria Ester Fardin Dalcin
metodologia será utilizada para realizar este trabalho na ACACCI. O capítulo seguinte apresenta a metodologia utilizada e os resultados da avaliação. Encerrando
a
fase
de
pesquisa,
serão
feitas
conclusões parciais, com base nas informações obtidas por meio da revisão bibliográfica juntamente com o resultado da APO na instituição para dar seguimento ao projeto que é a proposta de melhoria e ampliação da entidade concluindo o projeto
21 Maria Ester Fardin Dalcin
22 Maria Ester Fardin Dalcin
2
INSTITUIÇÕES DE ACOLHIMENTO PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE CÂNCER
Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Nutrindo como objetivo, no Art. 2º a redução da mortalidade, cooperando na melhoria da
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate
à
Fome
(MDS),
a
definição
Instituição
de
qualidade de vida do enfermo por meio de ações de prevenção,
detecção
precoce,
tratamento
e
cuidados
Acolhimento, é como o próprio nome diz: o acolhimento
paliativos. O Art. 3º, por sua vez, é um complemento do
temporário
de
exibido acima, por apresentar a articulação de subsídios que
vulnerabilidade com o intuito de assegurar ao beneficiado sua
sustentam os objetivos do Ministério da Saúde, por intermédio
autonomia, respeitando as diferenças, os costumes, as
de sistemas de apoio, logístico, regulação e governança da
tradições, além da garantia de privacidade do mesmo,
rede de atenção à saúde entre o ministério e as Secretarias
propiciando o convívio familiar e a integração social (MDS,
de esfera tanto Federal quanto Estadual e Municipal por meio
2015).
da portaria nº 4.279/GM/MS, de 30 de dezembro de 2010
de
qualquer
indivíduo
em
situação
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2013). 2.1
A HISTÓRIA DO SURGIMENTO DAS INSTITUIÇÕES NO BRASIL
Embasado no exposto acima, de acordo com Melo; Sampaio (2013), foi a partir daí que começou a ser disseminada a demanda por instituições de acolhimento para
Segundo Melo; Sampaio (2013), o Ministério da
portadores de neoplasias. Dado que, por meio de análise
Saúde, amparado pela portaria 2.439/GM, de 08 de dezembro
conjunta das entidades, hospitais e Ministério foi constatado
de 2005, atualmente revogada e substituída pela de nº 874,
que grande parte dos pacientes interrompiam o tratamento
de 16 de maio de 2013, expos a Política Nacional para a
por falta de recursos financeiros para custear sua estadia
Prevenção e Controle do Câncer na Rede de Atenção à
onde o tratamento ocorre, ou pelo desgaste físico e mental 23 Maria Ester Fardin Dalcin
que o deslocamento, muitas vezes de grandes distâncias
são dotados com uma infraestrutura de amparo ao paciente
proporciona. O autor também salienta que os pacientes que
em tratamento com profissionais especializados onde é
precisam desse amparo, na sua maioria, são os que o
realizado o acompanhamento psicológico, religioso, escolar,
tratamento é mais agressivo e doloroso ao paciente
nutricional, entre outros serviços tanto para o enfermo, quanto
(quimioterapia e ou radioterapia). Por serem de alta
seu acompanhante. A reintegração é garantida através desse
complexidade, os centros especializados de tratamento que
apoio, utilizando como uma das formas, as oficinas de
prestam esse serviço, nem sempre estão próximos às
artesanato, música, corte e costura, entre outras atividades de
demandas (MELO; SAMPAIO, 2013).
capacitação. Quando o local é dotado dessa característica ele é considerado de alta complexidade, de acordo com o Ministério da Saúde.
2.1.1 Classificação das Instituições de
Outro
Acolhimento
ponto
considerado
na
classificação
das
Instituições de Acolhimento é baseado no número de leitos disponíveis. Quando é superior a 20 quartos o local é
A
classificação
dessas
entidades,
segundo
a
caracterizado como de grande porte, quando a estrutura física
Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde,
dispõe de 10 a 20 acomodações, esse porte varia entre
varia de acordo com os serviços prestados no local, a
pequeno e médio (Ministério da Saúde, 2013).
quantidade de leitos e o tempo de estadia.
No que diz respeito ao período de permanência, o
Tratando dos serviços prestados nestas instituições,
suporte é considerado de curta duração quando a estadia é
podemos pontuar os serviços de reintegração social e
inferior a 30 dias, quando é superior sua classificação é dada
assistencial, de acordo com a Cartilha do Ministério da Saúde.
como de longa duração.
Para tornar possível a realização desse propósito, os locais 24 Maria Ester Fardin Dalcin
Diante das características levantadas, segundo o
2.1.2 Casas de Apoio existentes no país
Ministério da Saúde, esses locais podem ser agrupados em duas tipologias:
O Brasil hoje, dispõe de diversas entidades que dão
Tipo I: Local de suporte temporário de curta ou longa
amparo ao paciente oncológico espalhadas pelo país. Citadas
permanência, dispondo dos serviços de alimentação,
abaixo, estão duas escolhidas por suas peculiaridades.
acomodação
e
transporte
para
realização
do
tratamento. Os pacientes incluídos nesse primeiro tipo, não estão no estado grave da doença e apresentam condições de participar das oficinas e atividades desenvolvidas para os mesmos. Propiciando com isso, a reintegração social e buscando manter a nova rotina o mais próximo da que o assistido possuía.
Tipo II: Apresenta as mesmas condições de amparo do primeiro tipo, porém nesse caso, o paciente encontrase mais debilitado, necessitando de uma atenção maior e auxílio de profissionais especializados.
A primeira é a Casa Rondald McDonald situada na cidade do Rio de Janeiro, umas das primeiras a serem implantadas no país. A história do Instituto Ronald McDonald, teve início nos Estados Unidos em 1974, quando o jogador de futebol americado Fred Hill, passou pela experiência de acompanhar sua filha no tratamento da doença e com isso percebeu a dificuldade que muitos enfrentavam por residirem em local divergente ao do tratamento. Ao conhecer uma médica que tinha o interesse de criar um local que acolhesse essas pessoas, organizou eventos com o intuito de arrecadar fundos em prol dessa causa, paralelo a isso conversou com responsáveis da rede McDonald’s que abraçaram o projeto também, sendo inaugurada neste mesmo ano, a primeira casa da rede. A escolha do nome deu-se pelo apoio prestado
25 Maria Ester Fardin Dalcin
da rede de Fast-food1 em prol da realização deste projeto,
implantação da casa de apoio. Sendo adquirido o imóvel,
somado ao fato do personagem passar uma mensagem
formalizando sua parceria com o INCA e a rede de alimentos
positiva. Atualmente são mais de 291 instituições espalhadas
rápidos. Sua inauguração foi no dia 24 de outubro de 1994
em 30 países.
conforme informações do Instituto. E foi a primeira Casa da
No Rio de Janeiro, a história começou em 1989, quando um casal ficou hospedado em uma das Casas Ronald, na cidade de Nova Iorque, para acompanhar o
América Latina, mostrada na figura 1 quando inaugurada e na figura 2, sua imagem atual. Figura 1: Imagem da Casa Ronald McDonald em 1994, quando inaugurada
tratamento de seu filho. Esse contato com a instituição fez com que ao retornarem ao Brasil, um ano depois, e vendo que esse tipo de estrutura poderia beneficiar muitas famílias no país, se engajaram em diversos projetos sociais em prol da causa. Sendo criada, no dia 05 de dezembro de 1992, por esse grupo, a Associação de Apoio à Criança com Neoplasia do Rio de janeiro (AACN-RJ) estabelecendo como meta a criação de uma casa de apoio. Em Junho de 1993, o McDonald’s realizou o McDia Feliz2 e dedicou sua renda para a AACN-RJ, para
Fonte: Casa Ronald, disponível em: <http://www.casaronald.org.br/sites/default/files/perfil2010_miolo_ca saronald.pdf>. Acesso em: 26 mar. 2015
1
Fast-food significa comida rápida em inglês, é um tipo de comida para as pessoas que não dispõem de muito tempo para fazer suas refeições. 2 McDia Feliz é a maior campanha do país em prol de crianças e adolescentes com câncer, onde todo o recurso arrecadado com a venda é
revertido para instituições de apoio e combate ao câncer infanto-juvenil de todo país.
26 Maria Ester Fardin Dalcin
A Casa está localizada na Rua Pedro Guedes, nº 44 –
Figura 2: Imagem atual da Instituição
Maracanã, Rio de Janeiro – RJ, localização ilustrada no mapa da figura 3. Figura 3: Mapa ilustrativo, mostrando a localidade da Instituição
Fonte: Casa Ronald, disponível em: <http://www.casaronald.org.br/casa/como-chegar>. Acesso: 26 mar. 2015
O
local
oferece
gratuitamente
os
serviços
de
hospedagem, alimentação, transporte para o hospital onde o tratamento é realizado e atividades recreativas. Para o acompanhante são oferecidos cursos profissionalizantes,
Fonte: Casa Ronald, disponível em: <http://www.casaronald.org.br/casa/como-chegar>. Acesso: 26 mar. 2015
acompanhamento escolar e psicológico. A Casa abriga 32 crianças acompanhadas de um responsável familiar. A
A segunda casa a ser descrita é Associação de Pais e
estrutura é composta por 20 quartos, desse total 16 são
Amigos dos Leucêmicos de Alagoas (APALA), mostrada na
suítes, sendo um andar exclusivo para crianças submetidas
figura 4. A peculiaridade na escolha é pelo fato desta ser a
ao transplante de medula óssea. Atualmente, após uma
primeira casa que acolhe adultos em tratamento oncológico
expansão, passou a dispor de 39 suítes, deste total 9 para
no país. Localizada na Rua Roberto Simonsen, 178 – Gruta
pacientes pós transplante.
de Lourdes, Maceió – AL, fundada em 10 de março de 1993 e em
1996
os
serviços
oferecidos
no
local,
segundo
27 Maria Ester Fardin Dalcin
informações no site da instituição, passou a atender, na fase
medicamento,
infanto-juvenil,
pedagógico e atividades recreativas.
todos
os
tipos
de
câncer
e
adultos
diagnosticados com leucemia.
além
de
oficinas,
acompanhamento
A instituição se mantém exclusivamente por meio de
Figura 4: Fachada atual da Associação
doações, o trabalho desenvolvido é feito por voluntários e funcionários
cedidos
pelas
Secretarias
Estaduais
de
Educação e de Saúde e pela Secretaria Municipal de saúde.
2.2
ASSOCIAÇÃO CAPIXABA CONTRA O CÂNCER INFANTIL (ACACCI)
A história da ACACCI no Estado teve início marcado
Fonte: Google Earth. Acesso em 27 mar. 2015
no ano de 1987, quando o hospital Estadual Infantil Nossa O local atende atualmente, segundo a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC), em torno de 536 pacientes e seus acompanhantes. Disponibilizando todas as refeições diárias, transporte para a realização do tratamento, acompanhamento odontológica,
social
fisioterapia,
e
psicológico, cestas
assistência
básicas,
auxílio
Senhora
da
Glória,
localizado
em
Vitória
prestava
atendimento para cerca de 100 crianças e adolescentes com neoplasia em condições precárias. À vista disso, voluntários resolveram criar a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil, no dia 15 de março de 1988, iniciando os serviços assistenciais aos envolvidos. A primeira sede da unidade ficava também no Bairro Jardim Camburi, funcionando até a
28 Maria Ester Fardin Dalcin
conclusão da nova casa no ano de 2007, situada na Rua Domingos Póvoa Lemos, 297, Vitória – ES. Na figura 5 está ilustrada a localização da Instituição, marcada na cor laranja. O ponto de referência hachurado em azul é um posto de combustível da rede Marcela. As ruas próximas estão representadas por cores: a cor amarela é a
A
instalação
possui 2.718
m², disponibilizando
ambientes acessíveis, adequados às limitações das crianças e adolescentes na fase de tratamento, em conformidade com as exigências da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na figura 6 é mostrada a entrada da ACACCI. Figura 6: Fachada e entrada da Instituição
Rua Gelu Vervolet dos Santos, conhecida como Norte-Sul. Roxo, Rua Carlos Gomes Lucas. Vermelho Rua Domingos Póvoa Lemos, entrada na ACACCI e em rosa Avenida Ranulfo Barbosa dos Santos. Figura 5: Mapa de localização ACACCI
Fonte: Acervo do autor
A administração da entidade é composta por um Conselho Fiscal de Administração, Diretoria Executiva, Conselho Fiscal e Conselho Técnico Científico. O local se mantém por meio de parcerias abarcando o setor público, Fonte: Acervo do autor
29 Maria Ester Fardin Dalcin
sociedade privada e civil. As formas de obtenção de recursos
da Associação se dão por meio de:
Doador
fixo:
comprometem
composto
Bazar de Novos e usados: ação permanente, tanto no Hospital Infantil, quanto na sede da ACACCI, que
por
mensalmente
pessoas em
doar
que
comercializa roupas, acessórios, sapatos, entre outros
se
itens doados por terceiros, além de artigos da marca
alimentos,
produtos de limpeza ou valor em dinheiro, utilizado no custeio dos projetos assistenciais desenvolvidos pela
da associação;
Doações esporádicas.
Associação;
Telemarketing: arrecadação feita por operadoras, através de ligações telefônicas na Grande Vitória;
Compromisso com a criança: projeto de marketing que associa o nome da empresa ao da instituição, através de um selo, se comprometendo a contribuir com uma cota mensal em dinheiro, produtos ou serviços. Sendo esta parceria formalizada por meio de contrato assinado entre ambas as partes;
2.2.1 Projetos sociais desenvolvidos
Inúmeros projetos sociais existem atualmente na Casa, segundo o site da associação. Dentre eles podemos mencionar o Recrearte, Convivendo com arte, Classe hospitalar e Gerar, devido sua relação direta com a estrutura física do local, o espaço construído.
Eventos: composto de festas, desfiles, lançamento de
O Recrearte é um projeto relacionado com os
livros, leilões, promovidos pela entidade ou terceiros,
impactos emocionais provocados pela doença e o tratamento,
mediante aprovação da ACACCI;
cujo objetivo é minimizar esses efeitos. Os ambientes físicos
Campanha McDia Feliz: realizada anualmente, toda
desse projeto são compostos pela brinquedoteca, subdivida
renda obtida é aplicada em projetos no local;
em duas, com usos diferenciados correspondendo com a faixa etária de seus usuários: uma para crianças e outra para 30 Maria Ester Fardin Dalcin
os adolescentes e pela sala de atividades como mostrado nas
Figura 9: Sala de atividades
figuras 7, 8 e 9. Figura 7: A imagem mostra a brinquedoteca, caracterizada de acordo com a faixa etária dos usuários, a imagem abaixo traz a dos adolescentes
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
O segundo projeto a ser descrito é o Convivendo com Figura 8: A brinquedoteca, caracterizada para as crianças
arte, é um projeto voltado para o acompanhante, buscando a diminuição dos efeitos psicossociais e financeiros trazendo, mediante
capacitação,
complementação
de
renda
formas por
alternativas
meio
de
cursos
de de:
artesanato, culinária, corte e costura, cabelereiro, manicure, entre outros, realizados através do trabalho de voluntários. O espaço físico que dá suporte ao projeto é a sala de oficinas, localizada sobre o bazar. A figura 10 explica e mostra o Fonte: Acervo do autor
espaço correspondente. 31 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 10: A montagem traz na primeira foto o local onde as oficinas são ofertadas e na seguinte o espaço de armazenamento dos materiais utilizados
O projeto Classe hospitalar, é o apoio escolar para os doentes, em concordância com a Política Nacional de Educação Especial, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação e com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Garantindo a assistência pedagógica e educacional de acordo com seu grau de escolaridade atual. O local que dá assistência a essa atividade é a biblioteca, mostrada nas figuras 11 e 12. Figura 11: Imagem mostrando o acervo da biblioteca
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor
32 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 12: Imagem da sala de estudos da biblioteca
Figura 13: Quarto criança e acompanhante
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor Figura 14: Sala da assistência social
2.2.2 Estrutura física
A estrutura física da entidade é composta de quartos, escritórios, brinquedoteca, oficinas, bazar, sala de TV, biblioteca, capela, recepção, cozinha industrial, fisioterapia, serviço social, entre outros ambientes. O local possui capacidade
de
hospedagem
para
30
pessoas
com
acompanhante. A relação de figuras 13 a 21 apresenta os
Fonte: Acervo do autor
ambientes ainda não mostrados anteriormente. 33 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 15: Sala de TV
Figura 17: Guarita e controle de acesso
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
Figura 16: Sala do voluntariado
Figura 18: Refeit贸rio
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
34 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 19: Escovário
Figura 21: Lavanderia
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor Figura 20: Vestiário
Perante o que foi apresentado da instituição em conformidade com a classificação dessas entidades segundo o Ministério da Saúde, podemos concluir que a Associação Capixaba Contra o Câncer Infantil se enquadra com relação às atividades prestadas, como promotora da reintegração, somando a isso o apoio assistencial tanto para o doente, quanto seu acompanhante. Diante do exposto, tratando o grau de complexidade em que a Associação se enquadra, Fonte: Acervo do autor
este é conceituado como nível de complexidade de grau alto. 35 Maria Ester Fardin Dalcin
O local é de grande porte, de acordo com a quantidade de acomodações existentes e com base ao período de permanência, curta ou longa, isso varia de caso a caso; pois o assistido pela instituição fica o tempo necessário para realização do tratamento, variando essa estadia de acordo com a complexidade da doença. A tipologia em que a ACACCI se enquadra é considerada tipo II, pois conta com a assistência social, transporte
para
realização
do
tratamento,
estadia,
alimentação e o apoio de profissionais especializados, como nutricionistas e fisioterapeutas.
36 Maria Ester Fardin Dalcin
37 Maria Ester Fardin Dalcin
3
PSICOLOGIA AMBIENTAL
Segundo Pinheiro (1997), esse tema originou-se com base em duas vertentes teóricas, uma externa e outra interna
De acordo com Cavalcante e Elali (2011), quando se
à psicologia. Levar esses dois fatores em consideração é
trata do surgimento deste campo de conhecimento, constata-
indispensável para a compreensão do assunto, visto a
se que o mesmo veio da necessidade de se estudar a
problemática de um conceito teórico sobre o tema, em razão
reciprocidade entre a relação da pessoa com o ambiente em
da inter-relação teórica e prática (PINHEIRO, 1997 apud
que está inserida, abraçando as relações sócioespaciais e
BECHTEL, 1996a; CRAIK, 1996; STOKOLS, 1996).
psicoespaciais, no qual o comportamento humano é baseado.
É importante salientar, tomando como partida às
O tema transforma o mundo em local de pesquisa, com a
vertentes externas, que se começa então a busca de estudos
intenção de estudar o local do cotidiano da vida humana; “[...]
que tratem essa ligação. Com base nisso pode-se destacar a
cujas análises podem contribuir para atividades em áreas
relação entre arquitetura e planejamento ambiental por
relacionadas a temas tão variados como a gestão dos
intermédio dos autores Robert Sommer (1973, 1979), Kevin
espaços, o planejamento urbano e as mudanças climáticas
Lynch (1982) e Terence Lee (1977), os primeiros a voltarem o
(CAVALCANTI, ELALI, 2011 p. 15)".
olhar para a compreensão de como os espaços edificados
Fazendo um breve histórico a respeito da psicologia
influenciavam o comportamento humano (PINEHIRO, 1997).
ambiental, seu nascimento é datado na segunda metade do
Posteriormente, pode-se pontuar como segunda linha
Século XX, nos Estados Unidos e na Europa. No Brasil, esse
de pensamento, segundo Bonnes e Secchiaroli (1995), a
assunto começou a ganhar destaque na década de 70, porém
Geografia como influenciadora. Aproximando os profissionais
foi só nos anos 90 que este tópico ganhou força nas
desta área com a Psicologia, estudando a contribuição das
universidades (CAVALCANTI, ELALI, 2011).
pessoas no papel da conformação da morfologia de determinada localidade. 38 Maria Ester Fardin Dalcin
Autores desse segmento consideravam central o papel dos fatores socioculturais na conformação do comportamento espacial humano e achavam que este, ao longo do tempo, ajudava a definir a morfologia do território. Ao incluírem a mediação dos processos de cognição espacial e percepção ambiental na correlação dinâmica entre pessoa e ambiente, esses geógrafos se aproximavam de áreas tradicionalmente estudadas por psicólogos [...] (PINHEIRO, 1997 p.383).
Ainda sobre o surgimento da Psicologia Ambiental, destaca-se outro elemento determinante da conformação do
3.1
RELAÇÃO PESSOA AMBIENTE
De acordo com Elali (1997), tratar da relação entre pessoa e ambiente é algo pouco discutido e aproveitado na hora da concepção de um projeto. Em decorrência do tratamento individual das disciplinas/questões envolvidas, quando na verdade há uma multidisciplinaridade que envolve o tema.
tema: a crescente preocupação com o meio ambiente em decorrência dos problemas ambientais enfrentados na atualidade e a inserção do homem nesse contexto. Tendo
Em concordância com o que foi apresentado,
notar a relevância das influências de um indivíduo no
O homem e suas extensões constituem um sistema inter-relacionado. É um erro agir como se os homens fossem uma coisa e sua casa, suas cidades, sua tecnologia, ou sua língua, fossem algo diferente. Devido à inter-relação entre o homem e suas extensões é conveniente prestarmos uma atenção bem maior ao tipo de extensões que criamos [...]. Como as extensões são inanimadas, é preciso alimentá-las com feedback (pesquisa), para sabermos o que está acontecendo, em particular no caso das extensões modeladoras ou substitutivas do meio ambiente natural (ELALI, 1997 p. 350 apud E. Hall, 1966, pp. 166-167).
ambiente e a do ambiente sobre o indivíduo na conformação
Ainda sobre essa relação, em conformidade com
final do meio em que está inserido, influenciando sua
Cavalcante e Elali (2011), pode-se reiterar que o tema é
percepção e vivência do espaço edificado.
trabalhado de forma conjunta; envolvendo: componentes
isso como fundamentação, podemos mencionar a somatória entre a percepção ambiental e as dimensões espaciais e temporais, de acordo com os processos cognitivos e afetivos que um ambiente representa para a sociedade como um todo (PINHEIRO, 1997). Em conformidade com tudo que foi citado, pode-se
39 Maria Ester Fardin Dalcin
físicos (arquitetura, acústica, iluminação, mobiliário, etc.),
intervenções sofridas pelo homem (ALVARIÑO DE LA
componentes não físicos (expectativas, motivações, crenças,
FLUENTE, 2013).
entre outros fatores), aspectos sociais (papéis, atividades e valores dos participantes), além dos fatores econômicos, culturais e políticos.
Em vista disso podemos observar a relação entre os dois conceitos, que mostra que a saúde está intimamente relacionada com o estilo de vida e habitat que possuímos (ALVARIÑO DE LA FLUENTE, 2013).
3.2
A SAÚDE NO HABITAT CONSTRUÍDO
Quando um projeto vai ser concebido, segundo Alvariño de La Fluente (2013), ele precisa levar em
Saúde, de acordo com a Organização Mundial de
consideração além da Tríade Vitruviana3, o uso de fontes
Saúde (OMS), é um completo bem-estar físico, mental e
limpas de energia, a economia de recursos naturais,
cultural, não se limitando apenas à ausência de doença
aproveitamento de iluminação e ventilação natural, os
(OMS, 1946).
materiais utilizados na execução do projeto, entre outros aspectos que somados garantem qualidade de vida para os A saúde é um conceito positivo, que acentua os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas. Em consequência, a promoção da saúde não é responsabilidade exclusiva do setor da saúde, pois exige estilos de vida saudáveis para atingir o bem-estar (CARTA DE OTTAWA, 1986).
Conceituando habitat, este está vinculado com o local em que vivemos, fazemos nossas atividades de trabalho e lazer; podendo ser natural ou modificado por meio de
usuários finais.
3Tríade
Vitruviana é definida na obra de Vitrúvio, como os quatro elementos fundamentais de arquitetura: a firmitas (que se refere à estabilidade, ao caráter construtivo da arquitetura/resistência), a utilitas (que originalmente se refere à comodidade e ao longo da história foi associada à função e ao utilitarismo), a venustas (associada à beleza e à apreciação estética) e o decorum (associado à dignidade da arquitetura, à necessidade de rejeição dos elementos supérfluos e ao respeito das tradições/ordens arquitetônicas).
40 Maria Ester Fardin Dalcin
Diante disso constata-se o quão importante é o papel
sonora (cognitivo). E isso nos transportar para outra
da arquitetura para o bem-estar das pessoas e os ganhos que
dimensão, neste caso proporcionar o esquecimento ou
um projeto que considera além dos aspectos técnicos,
diminuição da tensão que a doença causa por algum
estéticos e econômicos pode proporcionar a quem fará uso de
momento.
tal edificação, pois o objetivo final de qualquer projeto é acolher seus moradores da melhor maneira.
O escopo está relacionado com a capacidade de exploração que o ambiente pode proporcionar, permitir a visão do que está ao redor, não se limitando a sua extensão física, liga-se também à familiaridade com os ambientes
3.2.1 Ambientes Restauradores
existentes. No que tange a fascinação, podemos salientar que esta emana tanto do processo, quanto do conteúdo envolvido;
Ambientes
que
que
é a ligação direta do indivíduo com o lugar, sua capacidade
contribuem para a diminuição da fadiga mental. O local para
de captar as informações contidas no mesmo e saber aplicá-
ser considerado com essa peculiaridade deve ser dotado de
las. A última característica, a compatibilidade, está acordada
quatro
com a expectativa que o ambiente proporciona, se isto está
características:
restauram
escape,
são
escopo,
aqueles
fascinação
e
compatibilidade (CAVALCANTI; ELALI 2011). A primeira característica, conforme Cavalcanti e Elali
de acordo ou não com o que o usuário deseja (CAVALCANTI; ELALI 2011).
(2011) é o escape, ligado à capacidade de nos levar,
Assim sendo, quando um ambiente físico é dotado de
fisicamente ou não, para outros lugares. Isso pode ser
qualidades que levem em consideração os princípios
proporcionado pelos meios físicos e cognitivos: através de
abordados
uma viagem (meio físico) ou o fato de olhar uma paisagem,
impulsiona a mudança do comportamento humano, pois
uma imagem, por meio do tratamento paisagístico, ambiência
ambas as ações estão relacionadas (CARVALHO, 2006).
acerca
da
restauração
dos
espaços,
isso
41 Maria Ester Fardin Dalcin
Ao tratar desse assunto e fazer um paralelo com as instituições de acolhimento, nota-se que explorar o potencial da análise do comportamento dos indivíduos nesse tipo de ambiente e aplicar os dados obtidos, seja no desenvolvimento de um novo projeto ou na melhoria de algo já existente, pode trazer ganhos e influenciar na forma como o espaço é vivenciado por cada pessoa.
42 Maria Ester Fardin Dalcin
43 Maria Ester Fardin Dalcin
4
AVALIAÇÃO PÓS OCUPACIONAL
Figura 22: Esquema ilustrativo dos itens que compõe o ciclo de uma Avaliação Pós-Ocupação
A avaliação pós ocupação é definida, tomando como referência Ornstein e Roméro (2003), como uma série metodológica de análise e classificação, positiva ou não de determinado ambiente após sua utilização. Abrangendo nesse estudo os aspectos construtivos, estéticos, funcionais e conforto ambiental. Podendo ser acrescido mais critérios dependendo do local em que a avaliação está ocorrendo. O resultado da APO leva em consideração a percepção dos avaliadores, projetistas, clientes e usuários e somado ao que foi mencionado também é agregado o nível de satisfação das
Fonte: VILLA, Simone Barbosa; ORNSTEIN, Sheila Walbe. Qualidade ambiental na habitação: avaliação pós-ocupação. São Paulo: Oficina de Textos, 2013
pessoas e o atendimento de suas necessidades ao utilizar tal espaço. A figura 22 mostra os itens que compõe uma APO,
O surgimento da Avaliação Pós-Ocupação deu-se
nota-se um ciclo contínuo de ações que envolve um projeto,
pela ânsia de se agregar os conhecimentos acerca da relação
seja esta, na elaboração ou comprovação de sua eficiência.
entre as pessoas e o ambiente onde estão inseridas, vista a multidisciplinaridade envolvida no tema, tratados até então separadamente.
Pois
a
análise
em
questão,
abarca
profissionais de áreas distintas como arquitetos, engenheiros, psicólogos, paisagistas, antropólogos, entre outras áreas (ORNSTEIN, VILLA, 2013). 44 Maria Ester Fardin Dalcin
A consolidação das APO’s deu-se por meio da fundação
Environmental
Design
Research
Association
(EDRA)4 em 1969, associando profissionais de diversas áreas
como mecanismo realimentador de controle de qualidade ou de desenvolvimento de projetos complexos e/ou populações especiais [...]” (ORNSTEIN, ROMÉRO, 2003).
a fim de gerar projetos conjuntos e interdisciplinares. Hoje em dia, a entidade possuí mais de 300 associados e desse total, presume-se que haja menos de 15 brasileiros. O ápice em torno
das
avaliações,
difundindo-se
ocorreu
posteriormente
pelo
nos
Estados
mundo
Unidos,
(ORNSTEIN,
ROMÉRO, 2003).
Conforme Elali (1997), a psicologia é vista como avaliadora do ambiente construído durante o processo de ocupação e com isso é capaz de gerar banco de dados com as informações obtidas. A avaliação por sua vez, seja com o intuito de criação de um novo projeto, reforma ou manutenção mostra-se como ferramenta chave para a criação de espaços
Segundo Ornstein e Roméro (2003), no Brasil o
com qualidade de vida, conscientizando-nos de que pouco se
fenômeno começou pouco depois, no início da década de 70,
contribuirá nesse processo se continuar a mentalidade
por meio de Institutos de Pesquisas Tecnológicas, grupos
individualista ao invés de uma visão que vai além do
existentes
edificado. Com isso o projeto é enxergado além das
em
algumas
Faculdades
de
Arquitetura
e
Urbanismo do país, além de empresas particulares. Diante do exposto, pode-se atestar que começou na década de 60, a magnitude a respeito deste assunto. Onde “[...] passa-se a verificar a relevância da aplicação da APO EDRA – Environment Design Research Association: Associação profissional multidisciplinar criada com o propósito de avançar a pesquisa na arte e na ciência do desenho ambiental, melhorar o entendimento dos relacionamentos entre as pessoas e os ambientes construído e natural, ajudando a produzir ambientes responsivos para as necessidades do homem. 4
características construtivas e passa a ser discutido sua vivacidade. À construtibilidade e funcionalidade é agregado a análise
comportamental
e
social,
indispensável
na
compreensão do todo. Implicando a análise dos usos, como ferramenta para transformação dos espaços considerando os anseios do usuário e sua realidade, uma vez que este é o destinatário final do espaço.
45 Maria Ester Fardin Dalcin
Diante do abordado no terceiro e quarto capítulo,
informações e ao edifício. É o primeiro contato, onde é feito o
atesta-se a relação estreita entre a psicologia ambiental e a
registro fotográfico da estrutura e seu entorno (VILLA;
avaliação pós-ocupacional. E a notória viabilidade desse
ORNSTEIN, 2013).
instrumento, visto que ante o apresentado, o produto obtido é embasado em dados e escalas reais (ORNSTEIN; ROMÉRO, 2003).
Walkthrough é conhecido como percurso assistido, o avaliador é acompanhado por um funcionário ou usuário que apresenta lugar em estudo ao avaliador, este pode ir fazendo anotações, gravações de áudio ou vídeo do que é dito pelos
4.1
FORMAS DE AVALIAÇÃO
participantes durante o percurso. Esta é uma metodologia que tem como objetivo a coleta e análise em curto prazo de vários aspectos do ambiente avaliado, permitindo o levantamento
As formas de realização de uma APO, tomando como
descritivo e qualitativo; seus aspectos positivos e negativos,
princípio Villa e Ornstein (2013), tem como objetivo final
as apropriações dos moradores e usuários, o nível de
apresentar os aspectos qualitativos e quantitativos de um
familiarização com os espaços (VILLA; ORNSTEIN, 2013).
ambiente. As tipologias existentes dos meios de avaliação variam de acordo com o local e o objetivo que se espera,
No mapa comportamental, o avaliador faz registro por
podendo ser citado o levantamento de dados, walkthrough,
meios de fotografias e observações, anotações em planta dos
mapa comportamental, poema dos desejos, mapeamento
lugares
visual, mapa mental, entrevista, questionário, matriz de
comportamento, se há integração ou não. É um instrumento
descoberta, entre outras formas (RHEINGANTZ, 2009).
que
que
registra
os
o
usuários
costumam
comportamento
e
ficar
as
e
seu
atividades
desempenhadas pelos usuários. Esse olhar permite a O levantamento de dados é feito pelo avaliador, com
produção de informações, além de mostrar as relações
base nas visitas ao local, para tal é necessário o acesso às 46 Maria Ester Fardin Dalcin
existentes entre indivíduo e ambiente, princípios da psicologia
compreensão do quanto o lugar avaliado é conhecido pelo
ambiental (ROMÉRO; ORNSTEIN, 2003).
usuário, quais os elementos e aspectos físicos mais fortes
O poema de desejos é uma metodologia mais livre, onde os usuários descrevem por meio de textos ou
para cada um, em diferentes perspectivas (RHEINGANTZ, 2009).
ilustrações os desejos, necessidades e sentimentos a respeito
As entrevistas são muito utilizadas nesse tipo de
do local analisado. Essa técnica foi desenvolvida por Henry
avaliação, sendo o relato verbal, positivo ou não, de como o
Sanoff
espaço é vivenciado, o que se espera, qual a sensação tida
objetivando
a
espontaneidade
das
respostas
(RHEINGANTZ, 2009). O mapeamento visual, de acordo com Rheingantz (2009), tem como característica identificar a visão dos usuários sobre certo ambiente em relação à apropriação, demarcação de territórios, inadequações, mobiliário do
em determinado lugar, entre outros levantamentos. O questionário por sua vez, permite a identificação do perfil dos respondentes e sua opinião acerca dos pontos a serem analisados tanto qualitativos quanto quantitativos (VILLA; ORNSTEIN, 2013).
mesmo, entre outras particularidades. Ou seja, sua relação
A matriz de descoberta é uma metodologia que tem
com o local construído, auxiliando a construção da imagem
como objetivo, segundo Rheingantz (2009) apud Rodrigues et
ambiental do conjunto.
al. (2004); Castro, Lacerda, Penna (2004), formular os
O mapa mental é fundamentado na produção de desenhos ou relatos dos usuários sobre a imagem que cada
resultados de uma APO, facilitando com isso sua leitura e compreensão, apresentando de forma gráfica as descobertas.
local representa; obtendo com isso, segundo os princípios de Kevin Lynch (1982), a imagem ambiental que cada indivíduo possui de determinado espaço. Essa metodologia possibilita a 47 Maria Ester Fardin Dalcin
48 Maria Ester Fardin Dalcin
5
APO: ASSOCIAÇÃO CAPIXABA CONTRA O CÂNCER INFANTIL 5.1
Figura 23: Mapa de localização
CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
A figura 23 apresenta a localização da entidade e seus pontos de referência marcado por cores. A entidade está situada na cidade de Vitória, na Rua Domingos Póvoa Lemos (linha vermelha), nº 297 – Bairro Jardim Camburi, como ponto de referência pode ser citado o posto de combustível, hachurado em azul, entre à Rua Gelu Vervloet dos Santos, mais conhecida como Norte-Sul (em amarelo) e a Rua Carlos
Fonte: Acervo do autor
Gomes Lucas (em roxo). O entorno é de característica residencial com predomínio da tipologia multifamiliar. Tratando de sua implantação, pode-se observar que a implantação é setorizada de acordo com as atividades que acontecem, separadas por blocos; como mostrado na figura 24. A cor amarela é onde se encontra a parte administrativa da Instituição, a cor laranja está representando o bloco onde estão os apartamentos e os serviços assistenciais oferecidos aos usuários, a cor vermelha aponta o local onde ocorrem as oficinas e o bazar, este último possui comunicação direta com 49 Maria Ester Fardin Dalcin
a parte externa e é onde está locada a guarita que controla o
Tabela 1: Caracterização urbanística
acesso à Casa. Figura 24: Mapa de setorização
CARACTERÍSTICAS URBANÍSTICAS Bairro
Jardim Camburi
Zona de ocupação Taxa de Ocupação Coeficiente de Aproveitamento Taxa de Permeabilidade Gabarito
ZOC1/04 – Zona de Ocupação Controlada 60%
Tipo de via Vagas de estacionamento Carga e descarga
1,2 10% 5 pavimentos Rua Carlos Gomes Lucas – Local principal Norte-Sul – Arterial metropolitana 3 vagas 0 vagas
Fonte: PDU de Vitória. Disponível em: <http://www.vitoria.es.gov.br/>. Acesso em: 18 mai. 2015
5.2
METODOLOGIA UTILIZADA
Fonte: Acervo do autor
A metodologia de pesquisa utilizada para a coleta de No que diz respeito às características urbanísticas, a tabela 1 traz relacionados os índices que a localização da ACACCI se enquadra, de acordo com o Plano Diretor Urbano local vigente.
informação pode distinguir-se como mista, pois tantos os aspectos qualitativos quanto quantitativos foram levantados. Para obtenção dos produtos relativos a esses aspectos a tipologia de pesquisa é considerada descritiva, pois faz-se o
50 Maria Ester Fardin Dalcin
uso de técnicas padronizadas para o levantamentos das
Tabela 2: Resumo da metodologia utilizada na realização da APO na ACACCI
informações (BAPTISTA, 2009).
instrumentos: poema de desejos e observações. No que diz
METODOLOGIA UTILIZADA Técnica Instrumento Roteiro de avaliação técnica e roteiro de avaliação funcional, roteiro realizado com Análise Walkthrough funcionário da instituição e com as crianças, utilizando para sintetizar as informações as gravações de áudio. Observação Análise dos traços de Anotações e fotos comportamento Obtenção e análise de Anotações e fotos imagens Observação dos Anotações e fotos participantes Desenho e formulário de Poema de desejos Questionário entrevistas Levantamento Análise crítica de cada Medições in loco físico ambiente
respeito à parte quantitativa da pesquisa fez-se uso do
Fonte: Acervo do autor, adaptado de Baptista (2009)
A pesquisa descritiva trabalha a observação, o registro, a análise e a correlação dos fatos ou fenômenos sem, contudo, manipulá-los. Trabalha com dados ou fatos colhidos da própria realidade, assumindo, em geral, a forma de levantamento. Seu objetivo é descobrir a frequência com que um fenômeno ocorre, sua natureza e sua relação e a conexão com outros fenômenos, variáveis ou fatos. A coleta de dados é uma tarefa característica desse tipo de pesquisa (BAPTISTA, 2009 apud CERVO; BERVIAN; KÖCHE; GIL, apud BISSOLI, 2007).
Para a obtenção das informações referentes aos aspectos
qualitativos
foram
utilizados
os
seguintes
Método
levantamento físico, o qual alimentará a pesquisa quanto ao desempenho da edificação. A análise Walkthrough foi de grande relevância, pois através dela foram analisadas as características físicas e funcionais de cada ambiente, para posteriormente entender a organização física como um todo, se está em conformidade com sua estrutura organizacional, além da compreensão dos objetos de interesse tanto dos usuários, quanto dos 51 Maria Ester Fardin Dalcin
funcionários. Esta técnica foi realizada com as crianças e
relativas ao que a ACACCI é para cada uma e o que
também com as pessoas que trabalham no local.
gostariam que o local tivesse e como fosse, o meio de
A
observação
dos
traços
comportamentais
foi
expressão das respostas também foi livre para as crianças.
importante, pois através dela pôde ser constatada a
O levantamento in loco foi feito em todos os
integração entre as pessoas e o ambiente construído, assim
ambientes, em horários onde os mesmos não estivessem
como extrair informação sobre a edificação. As imagens
sendo usados. Com isso foram colhidas informações acerca
foram colhidas ao longo de toda pesquisa, sendo de grande
dos aspectos positivos e negativos de cada um, servindo para
relevância para as análises posteriores e na hora da
as análises técnicas-construtivas e funcionais de toda
apresentação da instituição, dos ambientes existentes, bem
Instituição.
como os resultados obtidos. A análise dos usuários proporcionou a vivência parcial de cada ambiente, garantindo com isso o entendimento da rotina existente da Instituição e dos moradores; suas necessidades e anseios. Serviu também para analisar os dados obtidos através das outras técnicas, se estão coincidindo ou não.
A soma de todas as técnicas possibilitou a extração e geração um banco de dados dos participantes envolvidos na pesquisa; com reclamações, sugestões, dados para as diretrizes projetuais, necessidades, expectativas, acertos e erros existentes no edifício. Fundamentando assim, a importância desta ferramenta para a coleta de informações.
Os questionários usados foram na forma de poema de desejos, sendo aplicados nas pessoas que trabalham e nas crianças; nos adultos as informações dizem respeito ao que gostariam que o local de trabalho tivesse; a forma de representação desse anseio foi livre, podendo ser de forma escrita ou por desenho. Nas crianças as informações foram 52 Maria Ester Fardin Dalcin
5.2.1 Avaliação técnico-construtiva
acompanhantes durante estadia no entidade. Ao lado está a guarita, que controla o acesso à instituição. Por ela
Tratando os aspectos conceituais da ACACCI, pôde-
funcionários, usuários, visitantes e o serviço de carga e
se constatar um partido de traços simples, sem muitos
descarga é monitorado, sendo mostrados nas figuras 26 e 27.
adornos. A organização espacial
é dada por blocos
Figura 26: Bazar da instituição
independentes, como visto na figura 25. Figura 25: Fachada lateral
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
Na parte de chegada se encontra o bazar da Associação, onde são vendidos os produtos oriundos de doações, inclusive os trabalhos manuais realizados pelos 53 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 27: Vista externa da guarita
Figura 28: Pátio interno
Fonte: Acervo do autor
Em seguida está situado o setor de apoio aos usuários, um bloco de três pavimentos, contando o térreo,
Fonte: Acervo do autor
mantendo as características da fachada externa. No primeiro (térreo) e segundo pavimento estão locados os serviços
Ao fundo, em outro bloco separado, está situado o
assistenciais e no último o de hospedagem. A implantação
setor administrativo da ACACCI; este é mais isolado e restrito,
desse bloco é composta por um pátio interno coberto (figura
tendo o aceso às dependências permitido apenas para os
28), propiciando luminosidade e ventilação a esse bloco, além
funcionários. Este edifício possuí quatro (04) pavimentos
de promover a integração entre os usuários e funcionários
contando com o térreo, mantendo a mesma característica
que atuam nessa área.
arquitetônica dos demais blocos. A avaliação técnico-construtiva foi feita através da medição in loco, por meio da análise crítica dos aspectos 54 Maria Ester Fardin Dalcin
arquitetônicos de cada ambiente. Os resultados obtidos foram
a sala da família, sala do voluntário, a sala do nutricionista, a
separados e organizados por pavimentos. A cada critério
assistência social, escovário, vestiário, pátio interno e a sala
avaliado, apêndice 9.2, foi atribuído uma nota quanto ao seu
de manutenção. Em conformidade com a tabela 4, que traz a
desempenho, para ao final, ter-se a média do local em
apuração resumida dos resultados, sendo apresentado a
questão, bem como a média geral de cada item examinado
média geral dos ambientes, foi possível constatar que os
apresentados no apêndice 8.6 o resultado geral e as
ambientes em questão tiveram notas entre dois (2) e quatro
observações de cada espaço.
(4), caracterizando-os como adequados e bons. Os resultados mais baixos foram na sala do nutricionista e no pátio interno e
Tabela 3: Caracterização dos resultados quanto seu desempenho
a melhor nota foi obtida na sala da assistência social. A figura
CARACTERIZAÇÃO DE DESEMPENHO Cond. Pont.
A= Excelente 5
B= Bom 3
C= Adequado 2
D = Inadequado ou inexistente 0
Não foi avaliado \
29 e 30 trazem os ambientes que obtiveram o melhor e o pior resultado.
Fonte: Acervo do autor
A primeira análise a ser apresentada é a do pavimento térreo. Nele estão locados o refeitório, a cozinha industrial
Média do ambiente
3,35 3,38 3,32 2,93 4,06 3,29
Sala de manutenção
Pátio interno
pontuados no apêndice 9.2, e não a qualidade estética.
Ambientes avaliados
Vestiário
luminosidade e ventilação natural, entre outros aspectos
Escovário
manutenção, os materiais utilizados, a conservação do local,
Asist. Social
resultado, tabela 3, leva em consideração sua facilidade de
Tabela 4: Quadro de apuração dos resultados da APO de cada ambiente do térreo AVALIAÇÃO TÉCNICA/CONSTRUTIVA PAVIMENTO TÉRREO
Nutrição
seu
Sala do voluntário
dada aos ambientes quanto
Sala da família
atribuição
Refeitório
A
3,2 2,83 3,12
Fonte: Acervo do autor
(não sendo avaliada, pelo acesso se restringir à funcionários), 55 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 29: Serviço social, sala de melhor desempenho na avaliação
Os resultados apresentados a seguir são dos demais ambientes da ACACCI. No segundo pavimento estão situados a capela, biblioteca, sala de atividades, sala de música, brinquedoteca, sala de fisioterapia e um quarto. No terceiro pavimento estão os aposentos e a sala de TV. A sala de oficinas, se encontra sobre o bazar da Instituição. Em análise dos resultados, é possível constatar que a média ficou entre
Fonte: Acervo do autor
dois (2) e três (3), apresentada na tabela 5, tomando como parâmetro o apêndice 9.2. Com relação ao desempenho, este se manteve entre adequado e bom. A melhor colocação foi
Figura 30: Sala do nutricionista, sala de pior resultado na avaliação
obtida pelos quartos e a pior foi a da brinquedoteca.
Média do ambiente
3,00 3,31 3,19 3,03 3,29 3,25
Sala de TV¹ Sala de oficinas²
Quarto s¹
Capela
Biblioteca
Sala de atividades
Sala de música
Fisioterapia
Ambientes avaliados
Brinquedoteca
Tabela 5: Quadro de apuração dos resultados dos demais pavimentos AVALIAÇÃO TÉCNICA/CONSTRUTIVA DEMAIS PAVIMENTOS
3,32 2,87 3,25
¹ A sala de TV e o restante dos quartos se encontram no segundo pavimento ² A sala de Oficina se encontra no primeiro pavimento, sobre o Bazar
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
56 Maria Ester Fardin Dalcin
A relação de imagens presentes da figura 31 a 34
Figura 33: Imagem mostrando pia e box do banheiro
apresentam o ambiente melhor qualificado. Figura 31: Imagem do quarto visto da porta de entrada
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor Figura 34: Imagem mostrando o banheiro visto da porta de entrada Figura 32: Imagem do quarto visto de dentro para a porta de entrada
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor
57 Maria Ester Fardin Dalcin
A relação a seguir apresenta o ambiente com menor
Figura 37 Ângulo 3 da brinquedoteca parte infantil
nota, figuras 35, 36, 37 e 38. Figura 35: Brinquedoteca parte infantil
Fonte: Acervo do autor Fonte: Acervo do autor Figura 38: Brinquedoteca juvenil Figura 36: Ângulo 2 da brinquedoteca parte infantil
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
58 Maria Ester Fardin Dalcin
5.2.2 Avaliação funcional
o tratamento é realizado, a mobilidade urbana, o contexto urbano onde a ACACCI se encontra e a hierarquia viária. De
A funcionalidade da Instituição foi medida tomando
aspecto positivo, pôde-se pontuar a localização com relação
como princípio o apêndice 9.1 e qualificada quanto seu
ao contexto urbano da área, visto que a predominância do
desempenho, conforme tabela 6.
entorno é de característica residencial, diante disso, pode ser citado como positivo o transporte disponibilizado pela casa
Tabela 6: Quadro de critérios avaliativos
para os usuários realizarem o tratamento de forma adequada.
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
Tratando dos aspectos negativos, pode-se assinalar a
Cond.
A= Excelente
B= Bom
C= Adequado
D = Inadequado ou inexistente
Não foi avaliado
distância da ACACCI até o local de tratamento e a falta de
Pont.
5
3
2
0
\
transporte público nas proximidades. Diante do exposto, a
Fonte: Acervo do autor
constatação é de que este ponto se enquadra entre as categorias: adequado e bom em virtude da nota obtida,
Dos critérios saíram as notas para categorizar o desempenho da Instituição de maneira geral, de cada item e
representada na tabela 7. Tabela 7: Quadro de desempenho funcional do item: localização
seus subitens inseridos nesta categoria. As informações que ITEM
alimentaram a planilha, apêndice 9.8, foram obtidas por meio da observação. Utilizando Análise Walkthroug, observação dos
participantes,
obtenção
de
imagens
e
medições
realizadas em campo. No que tange à localização da instituição, este item
LOCALIZAÇÃO
SUBITEM AVALIAÇÃO Da entidade em relação ao local 2 de tratamento (proximidade) Rua/avenida/circulação (tráfego) 3 Adequação da vizinhança e 3 ambiente próximos (entorno) Acessibilidade (transporte 3 coletivo, ciclovia, vias e calçadas)
MÉDIA DO ÍTEM
2,75
Fonte: Acervo do autor
englobou a distância da entidade em relação ao hospital onde 59 Maria Ester Fardin Dalcin
No que concerne a implantação da instituição, foram
No que se refere ao conforto ambiental, pôde-se
considerados a relação entre os usos, o conforto ambiental e
constatar que o local em grande parte do tempo está exposto
também o tipo de terreno onde a mesma está estabelecida.
à radiação solar em virtude da sua forma arquitetônica e
Os usos estão compatíveis com a implantação na maioria dos
implantação. Em conformidade com a Carta Bioclimática de
casos. Como algo a ser melhorado, é citado a entrada da
Vitória, figura 22, apenas 17,8% do total de horas do ano a
instituição, único acesso onde acontece a chegada dos
cidade se encontra na zona de conforto, em desconforto por
moradores, visitantes, funcionários e o serviço de carga e
calor Vitória tem 71,8% de horas e por frio 17,9%. Dados
descarga. A figura 39 retrata o serviço acontecendo na
extraídos da Tabela 8. Essas condicionantes deixam a
entrada principal.
localidade 88% do tempo fora da zona de conforto. Fazendo a
Figura 39: Registro do serviço de carga e descarga
necessidade de utilização de elementos de proteção e promoção da ventilação natural no edifício.
Fonte: Acervo do autor
60 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 40: Carta Bioclimática com TRY de Vitória
MA/AS AS AA
Massa térmica para aquecimento/Aquecimento solar Aquecimento Solar Aquecimento Artificial
Fonte: Acervo do autor, adaptado de GOULART, Solante; LAMBERTS, Roberto; FIRMINO, Santada (1998)
Em avaliação da edificação foi constatada a ausência de elementos de proteção nas fachadas que minimizam a incidência direta do sol na edificação, visto que todas as aberturas estão nas fachadas, figura 41 e 42, isso melhoraria o conforto término no local. Fonte: GOULART, Solange; LAMBERTS, Roberto; FIRMINO, Samanta. DADOS CLIMÁTICOS PARA PROJETO E AVALIAÇÃO ENERGÉTICA DE EDIFICAÇÕES PARA 14 CIDADES BRASILEIRAS. 2. ed. Florianópolis: Núcleo de Pesquisa em Construção/UFSC, 1998. 345 p
Figura 41: Cone visual
Tabela 8: Quadro de estratégias bioclimáticas ESTRATÉGIAS BIOCLIMÁTICAS CONFORTO
17,80% CALOR
DESCONFORTO FRIO
V RE MR AC
V RE MR AC MA/AS AS AA
61 3,8 4,3 2,7 17,8 0,1 0
LEGENDA Ventilação Resfriamento evaporativo Massa térmica para resfriamento Ar condicionado
71,80%
17,90%
Fonte: Acervo do autor
61 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 42: Imagem da edificação tida através do cone visual criado mostrando as aberturas na parte externa na edificação
Figura 43: Frequência de ocorrência dos Centos e velocidade, de acordo com a rosa dos ventos, na primeira foto e na segunda a ilustração na implantação desse resultado.
Fonte: Acervo do autor
Com relação à ventilação, baseando-se na rosa dos ventos da cidade de Vitória, figura 43, utilizando para obtenção dessa informação o software Sol-Ar do Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (LabEEE), observase que a maior frequência dos ventos é na direção Nordeste. Fonte: Acervo do autor
62 Maria Ester Fardin Dalcin
Diante do exposto, o resultado apurado relativo à
Tabela 10: Quadro de apuração do programa de projeto e dimensionamento dos ambientes
implantação da Instituição, o local apresentou desempenho ITEM
entre bom e adequado, apresentado na tabela 9. Tabela 9: Quadro de apuração de resultado no item: implantação ITEM
SUBITEM Implantação da edificação x adequação dos usos Implantação da edificação x IMPLANTAÇÃO conforto ambiental Tipo de terreno (plano, declive ou aclive)
AVALIAÇÃO 3 0
MÉDIA DO ÍTEM
SUBITEM Adequação ao programa arquitetônico PROGRAMA DE PROJETO E Adequação da área útil do DIMENSIONAMENTO ambiente x uso DOS AMBIENTE Relação usuário x serviços prestados
AVALIAÇÃO 3 2
MÉDIA DO ITEM
3,33
5
Fonte: Acervo do autor 2,67
5
Fonte: Acervo do autor
Tendo em consideração a funcionalidade e uso da estrutura
física
da
ACACCI,
as
atividades
realizadas
garantem a integração entre os moradores, bem como Com relação ao programa arquitetônico que a Casa necessita, este é atendido parcialmente. Já a adequação da área útil de alguns ambientes, não corresponde à demanda; em conversa informal com funcionários foi percebido que a sala que presta o serviço assistencial não é adequada ao número de funcionários que trabalham. Já a relação dos usuários com os serviços disponibilizados é boa; os programas desenvolvidos beneficiam os moradores, por meio de capacitação através das oficinas, apoio psicológico, nutricional.
usuários e funcionários. Existe uma familiaridade com o local, os ambientes são utilizados, as pessoas se apropriam de todos os espaços e há interação entre os moradores. Tabela 11: Quadro com o resultado obtido da funcionalidade e uso da ACACCI ITEM
SUBITEM Adequação das atividades realizadas Acessos aos equipamentos (classificação etária) FUNCIONALIDADE Acesso à instituição E USO (localização e acessibilidade) Flexibilidade e arranjo espacial
AVALIAÇÃO 3
MÉDIA DO ÍTEM
5 5
4,14
3
63 Maria Ester Fardin Dalcin
Integração entre os ambientes
5
organização são notórias. Já a ergonomia se limitou aos
Integração interior x exterior Possibilidade de expansão da Instituição
3
ambientes de uso específicos como a brinquedoteca e a
5
biblioteca. As figuras 44 e 45 apresentam esses ambientes.
Fonte: Acervo do autor Tabela 13: Quadro avaliativo dos mobiliários e equipamentos
Ao avaliar a escala humana, este item, abarcou a adequação do pé-direito dos ambientes, altura de peitoril e a adequação do número de pavimentos com os usuários. Esse estudo foi o que teve melhor desempenho, pois seus subitens foram todos bem pensados na hora do projeto, visto na tabela
ITEM
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO
SUBITEM
AVALIAÇÃO 3
Ergonomia dos mobiliários Quantidade de mobiliário em relação aos usuários
MÉDIA DO ÍTEM
3 3
Facilidade de manutenção
3
3
Estado de conservação
Fonte: Acervo do autor
12. Figura 44: Na foto é mostrada a brinquedoteca Tabela 12: Quadro avaliativo referente à escala humana ITEM ESCALA HUMANA
SUBITEM Adequação do pé direito dos ambientes Altura do peitoril Número de pavimentos x adequação aos usuários
AVALIAÇÃO 5 5
MÉDIA DO ÍTEM
4,33
3
Fonte: Acervo do autor
Em referência ao mobiliário e aos equipamentos, tabela 13, a facilidade de manutenção foi pensada em grande
Fonte: Acervo do autor
parte dos ambientes, em todos eles a conservação e 64 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 45: Ergonomia observada na biblioteca
Figura 46: Áreas permeáveis e tratamento paisagístico do local
Fonte: Acervo do autor
Ao ser analisado o paisagismo, foi visto que a quantidade de áreas permeáveis existente é pequena e o potencial paisagístico não foi muito explorado, de acordo com a tabela 14. A relação de imagens da figura 46 apresenta fotos que comprovam a afirmação. Tabela 14: Quadro de avaliação do paisagismo existente ITEM
PAISAGISMO
SUBITEM AVALIAÇÃO Quantidade de área permeável 0 (jardins, tanques de areia, etc) Adequação das áreas permeáveis 3 x usos 3 Facilidade de manutenção 3 Estado de conservação
MÉDIA DO ÍTEM
2,25
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
65 Maria Ester Fardin Dalcin
No que abarca a acessibilidade, este item se limitou
captação e armazenamento da água de chuva contribuindo
apenas a deficiência física motora e o atendimento de
na redução de despesas relacionadas ao consumo de água.
pessoas com mobilidade reduzida, dotando o espaço com
A tabela 16 traz a média obtida nesta avaliação.
rampas e elevadores. Os outros tipos de deficiência não Tabela 16: Quadro avaliativo da saúde e higiene no local
foram considerados no projeto.
ITEM
Tabela 15: Resultado da avaliação da acessibilidade na Associação ITEM
SUBITEM AVALIAÇÃO Adequação para deficientes 0 visuais Adequação para deficientes 0 auditivos ACESSIBILIDADE Adequação para deficientes 5 físicos e com mobilidade reduzida Adequação para deficientes 0 mentais
MÉDIA DO ÍTEM SAÚDE E HIGIENE 0,5
MÉDIA DO ÍTEM
SUBITEM AVALIAÇÃO Qualidade do ar (ventilação, 3 odores) conforto térmico Existência de 0 tratamento/aproveitamento de água servida 3 Separação/tratamento do lixo Existência de ruídos
2
Exposição ao sol / conforto térmico
3
2,33
3
Facilidade de cuidado de limpeza
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
5.2.3 Aspectos comportamentais No
que
compete
ao
último
item
relativo
à
funcionalidade da ACACCI, pode-se acentuar como aspectos Visto os danos causados pelo câncer na criança e na
positivos a limpeza e organização de todos os espaços. Com relação à separação e tratamento de lixo é feita a coleta seletiva dos resíduos gerados no local. Analisando os pontos negativos, podemos pontuar a ausência de elementos de proteção nas fachadas. Outro elemento que poderia ser agregado à Instituição é a reutilização das águas cinzas e
família e como o foco dessa pesquisa é analisar o espaço existente da instituição para posteriormente melhorar e criar um local mais aconchegante fazendo com que esses ocupantes se sintam como se estivessem em casa, adotando os
princípios
da
psicologia
ambiental,
a
avaliação
66 Maria Ester Fardin Dalcin
comportamental
possibilitou
conhecer
os
espaços,
os
utilizadores e sua apropriação.
brinquedoteca e o playground que existe no térreo, nos fundos do terreno.
No que tange os sinais comportamentais das áreas
No primeiro questionário realizado com as crianças
avaliadas, pôde ser constatado, visto a organização e limpeza
aplicado em forma de poema de desejo, apêndice 8.4,
do local, a ausência de sinais comportamentais. Também foi
buscou-se obter a percepção do que a ACACCI é para cada
avaliado as condições de trabalho, para que os funcionários
uma, a forma de expressão foi deixada livre. Os desenhos
tenham um local adequado para a realização das suas
feitos por elas, foram de casas e prédios, para a maioria a
atividades.
visão da entidade é a de uma casa. A relação de fotos
Para a apuração desse estudo foram utilizados os
organizada das figuras 47 a 51 trazem esses desenhos.
seguintes instrumentos: observação, conversas informais durante a pesquisa, registro fotográfico, gravação de áudio e questionários em forma de poema de desejos. A soma desses meios avaliativos proporcionou resultados significativos no que diz respeito à Instituição, e os utilizadores deste ambiente. Durante a avaliação das crianças, foi observada a integração entre elas e a familiarização com os ambientes e a apropriação dos espaços. Ao serem questionadas sobre os locais que mais gostavam a resposta de todas foi a
67 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 47: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança A
Figura 48: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança B
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
68 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 49: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança C
Fonte: Acervo do autor
Figura 50: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança D
Fonte: Acervo do autor
69 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 51: Resultado do poema de desejos aplicado nas crianças ao serem questionadas o que a ACACCI é para elas – Criança E
No segundo questionário, apêndice 9.5, a resposta a ser obtida era do que eles queriam que a casa tivesse, a maioria queria que tivesse ar condicionado. Em conversa, ao serem indagadas sobre esse tema, antes da aplicação do teste, o desejo era que o local tivesse piscina e piscina de bolinhas no pátio. Uma criança durante a conversa disse que o desejo dela era que pudesse ter um armário só dela, para guardar suas coisas. As figuras 52 a 54 mostram os desenhos feitos com os desejos.
Fonte: Acervo do autor
70 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 52: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado â&#x20AC;&#x201C; Criança A
Fonte: Acervo do autor
Figura 53: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado - Criança B
Fonte: Acervo do autor
71 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 54: Resultado do poema de desejos do segundo teste aplicado – Criança C
O mesmo teste foi aplicado com funcionários, apêndice 9.3, porém a atividade não contou com a participação ativa dos mesmos, a minoria respondeu o questionário. Dos que participaram foi possível extrair seus desejos, que é a aquisição de mais computadores, estações de trabalho e locais para guardar pertences pessoais. A relação das fotos a seguir, nas figuras 55, 56 e 57 relatam esses anseios.
Fonte: Acervo do autor
72 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 55: Questionário aplicado aos funcionários – Funcionário A
Figura 56: Questionário aplicado aos funcionários - Funcionário B
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
73 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 57: Questionário aplicado aos funcionários – Funcionário C
Em
análise
dos
questionários
uma
participante,
destacou-se na resposta, figura 58, iniciando seu poema de desejo com uma frase fazendo alusão às crianças da ACACCI. “Mesmo com dores no peito, Deus se faz presente. Os anjos sobem e descem, andam nos carrinhos, gritam, choram. E assim continuamos a luta pela vida e pela cura”5
Fonte: Acervo do autor
5
Frase obtida na aplicação do poema de desejo da participante Laís, funcionária da Instituição
74 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 58: QuestionĂĄrio da participante LaĂs
Fonte: Acervo do autor
75 Maria Ester Fardin Dalcin
76 Maria Ester Fardin Dalcin
6
repentina em seu curso, impulsionando o doente, de maneira imperativa, para novas formas de enfrentamento do cotidiano.
PROPOSTA PROJETUAL
Impõe cuidados que necessitam de uma parcela de tempo considerável, inclusive na administração dos efeitos colaterais do tratamento, muitas vezes interferindo no desempenho geral (CARVALHO et al. 2008, p. 342)
Embora a composição arquitetônica da ACACCI atenda às necessidades básicas de seus moradores e funcionários, algumas modificações se fazem necessárias para otimização dos espaços de modo a se aproveitar ao máximo a área existente. A ampliação da unidade trará ganhos não só à Região Metropolitana da Grande Vitória, bem como as
6.1
REFORMA E AMPLIAÇÃO
cidades do interior do Estado além de moradores de estados vizinhos devido à carência de lugares que prestam o apoio assistencial para pessoas com câncer.
A reforma e a ampliação se respaldaram na APO realizada, para dotar qualidade os espaços existentes
Visto que em todo país, o câncer está em primeiro
aplicando os princípios da psicologia ambiental (escape,
lugar entre as causas de morte por doença na fase infanto-
escopo, fascinação e compatibilidade) no novo projeto, figura
juvenil segundo o Ministério da Saúde (2011) e de acordo
59. Através da análise, foi possível observar e identificar os
com o livro, Carvalho, et al. (2008), as neoplasias são
pontos fortes e fracos no projeto e com isso os estudos que
consideradas um grande desafio a ser encarado pelo fato de
induziram algumas modificações no que já existe e na
ser uma doença impactante, vinculada à dor, sofrimento e a
ampliação, o aprimoramento dos espaços. Por se tratar da
morte.
ampliação de algo já existente, houve uma preocupação em Caracteriza-se como uma doença que impõe mudanças significativas na vida de quem se relaciona com ela, ocasionando uma alteração
manter uma releitura da forma existente com a que está sendo proposta. 77 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 59: Mapa mostrando em azul a parte que será reformada e em laranja a parte onde será feita a ampliação da Instituição
No primeiro e segundo pavimento as mudanças foram poucas, havendo a necessidade de uma reorganização dos serviços com os espaços existentes. Diante das análises, a organização das atividades nos pavimentos será mantida também no novo projeto. O projeto busca captar e entender os seus usuários, objetivando o melhoramento dos espaços, associando a isso a sensação de conforto e bem-estar, fazendo com que a mudança para a “nova casa” seja o mínimo impactante possível.
Fonte: Acervo do autor
Considerando a relação existente entre as pessoas e
No pavimento térreo a primeira constatação foi a
os locais onde se inserem, visto que este pode trazer
necessidade de uma entrada para o serviço de carga e
benefícios quando bem trabalhados, o projeto buscou
descarga, uma vez que este é feito pela entrada principal. A
elementos que desenvolvessem a parte cognitiva de seus
segunda constatação é a necessidade de ampliação da sala
moradores e funcionários. Agregando ao local diversas
onde as assistentes sociais atuam, visto que o local não
formas de estímulos, que alivie o estresse mental que não só
atende a quantidade de funcionários que trabalham. Outro
os doentes, bem como seus acompanhantes e funcionários
item a ser pontuado é o tratamento paisagístico que o local
estejam passando.
possui, tendo um grande poder de transformação. O projeto se focou no melhoramento dos espaços, considerando a avaliação funcional. O tratamento paisagístico é o foco na nova Instituição, uma vez que a imagem que o 78 Maria Ester Fardin Dalcin
local transmite para as crianças é de seu lar, manter isto o
representando os galhos e ninhos, os pilares se assemelham
mais próximo dessa visão foi o objetivo.
ao equipamento utilizado para afinar instrumentos musicais, diapasão, em razão da afinação ser a sintonia entre as notas e a saúde ser a sintonia entre o homem e seu estado interno.
6.2
CONCEITO
A proposta conceitual é rebater na ampliação a
6.2.1 Pavimento Térreo
imagem que as crianças mostraram ter da Instituição no teste aplicado, que é a de uma casa. Manter esse “novo lar” o mais
Nesse pavimento, apresentado por meio da planta
parecido com o que o paciente já possuía. Aplicando os
humanizada na figura 62 e planta técnica apêndice 9.9, no
princípios
escopo,
que diz respeito aos acessos, no térreo é onde acontece a
fascinação e compatibilidade) na reforma do que já existe,
chegada dos moradores temporários, entrada de funcionários
bem como no que será proposto, com a finalidade de diminuir
e o serviço de carga e descarga. Pensando no melhoramento
a fadiga mental e o estresse causado pelo câncer
desses fluxos, foi criado um segundo acesso, onde o serviço
principalmente para os moradores e também para os
de carga e descarga será feito. No térreo é onde acontece o
funcionários que mantem contato direto com os pacientes e
acolhimento das crianças e seus respectivos acompanhantes,
acompanhantes. Proporcionando o contato com a natureza e
onde ocorre a integração entre os moradores e funcionários.
atividades que proporcionem isso através do tratamento
Diante disso ficaram concentradas as atividades compatíveis
paisagístico. Para isso foram escolhidos alguns elementos
com esse uso, como a sala da família, local onde o novo
que foram rebatidos no projeto: a árvore pelos quartos já
morador é recepcionado, o serviço social, apoio nutricional, o
possuírem
da
Psicologia
nome
de
Ambiental
pássaros,
a
(escape,
trama
de
madeira 79 Maria Ester Fardin Dalcin
serviço voluntariado, as salas de oficinas, fisioterapia, a
Figura 60: Planta baixa mostrando a situação atual da sala
capela, cozinha, refeitório, vestiário, sanitários e escovários. Para o projeto foi criado um segundo ponto de acesso vertical com rampa, elevador e escada, trazendo mais comodidade aos seus usuários. Outra melhoria foi na reorganização
da
cozinha,
a
figura
61
apresenta
a
conformação atual deste ambiente, nesta área foi feita a reorganização dos espaços e inserido um sanitário exclusivo
Fonte: Acervo do autor
para os profissionais que trabalham no lugar. A sala de assistência social também teve modificações, aumentando
Figura 61: Planta baixa mostrando a situação atual dos ambientes
sua área para atender a demanda de funcionários que trabalham neste ambiente, a figura 60 traz a planta de como era o local antes da nova proposta. A sala no nutricionista ficou mais próximo à cozinha, na antiga sala do serviço voluntariado, e este centralizado, situando-se ao lado do pátio de convívio da nova proposta, devido proximidade com as novas salas de oficinas, playground, horta educativa, entre outras atividades. Fonte: Acervo do autor
80 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 62: Planta baixa da nova proposta para o térreo
28
29
30
31
27
32
33
26
25
24
23
LEGENDA
22: REFEITÓRIO
01: GUARITA
23: PÁTIO DE CONVÍVIO
02: BAZAR
24: SALA VOLUNTARIADO
03: DEPÓSITO
25: CABINE TELEFÔNICA
04: ADMINISTRAÇÃO
26: SANITÁRIOS MORADORES
05: CARGA E DESCARGA
27: ESCOVÁRIO
06: DML
28: OFICINA 01
07: CHEGADA E PRÉ PREPARO
29: OFICINA 02
08: CÂMARA FRIGORÍFICA CARNES
30: OFICINA 03 31: FISIOTERAPIA
09: CÂMARA FRIGORÍFICA LEGUMES
05
10: DEPÓSITO DE ALIMENTOS
07
09
22
33: CAPELA
11: CIRCULAÇÃO
08 11
32: YOGA
04
06
12: COZINHA
10
12
02
13
13: SANITÁRIO
03
14: SALA DA FAMÍLIA 15: ARQUIVO 14
15
16
16: SALA NUTRICIONISTA 17: SANITÁRIO FUNCIONÁRIOS 18: SERVIÇO SOCIAL 20 21
19 18
01
19: ESCOVÁRIO
17
20: VESTIÁRIO 21: SALA DE MANUTENÇÃO
Fonte: Acervo do autor
81 Maria Ester Fardin Dalcin
6.2.2 Primeiro pavimento
No andar se encontram atividades recreativas, de lazer e parte das acomodações. Devido à criação de novos
No primeiro pavimento as mudanças foram pontuais,
espaços recreativos no térreo, a ampliação de local não se
havendo mudança na localização da capela, antes situada ao
faz necessária. A parte de capacitação destinada aos
lado da biblioteca (figura 63) passa a ser no térreo, próxima
acompanhantes fica sobre o bazar, com cursos promovidos
ao pátio interno (figura 62). O apêndice 9.10, apresenta a
por voluntários ou cursos ofertados a baixo custo por
planta com informações técnicas. A biblioteca com isso fica
entidades parceiras da Instituição, estes relacionados com
maior, para o atendimento da nova demanda de moradores.
trabalhos artesanais. A criação de um novo local, ampliará o leque de opções para essas pessoas, voltando-se o novo
Figura 63: Planta baixa mostrando a disposição atual dos ambientes citados
local para qualificação profissional. Os quartos são identificados por nome de pássaros da fauna brasileira, pois o novo conceito traz elementos da natureza, a árvore é o abrigo desses animais, seu lar. E a ACACCI é considerada a casa, mesmo que temporária, para seus usuários.
Fonte: Acerto do autor
82 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 64: Planta baixa com a nova proposta para o primeiro pavimento
17
18
19
20
22
21
LEGENDA:
20: QUARTO
01: BIBLIOTECA
21: QUARTO
02: LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA
22: QUARTO
03: SALA DE ATIVIDADES 16
04: DML
15
05: DEPÓSITO 14
06: SANITÁRIOS 07: DEPÓSITO OFICINA 08: OFICINAS ACOMPANHANTES 09: BRINQUEDOTECA INFANTIL 13
11
10: CONTROLE DE ACESSO
12 10
08 7
09 7
11: BRINQUEDOTECA INFANTO-JUVENIL 07 7
12: QUARTO 09
13: QUARTO 14: OFICINA E CAPACITAÇÃO ACOMPANHANTE 15: COPA
04
16: DML 01
02
06
03 05
17: QUARTO 18: QUARTO 19: QUARTO
Fonte: Acervo do autor
83 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 65: Planta baixa atual dos quartos
6.2.3 Segundo pavimento
O segundo pavimento é mais restrito, destinado aos aposentos. O local conta também com copa que dá suporte aos quartos e sala de estar e TV, sendo mais um canal de integração entre os moradores. A conformação dos quartos foi mudada na parte de ampliação, a fim de valorizar o espaço e dota-lo de qualidade. Os corredores que hoje ficam voltados para o pátio interno, passa, na parte ampliada, a ser na
Fonte: Acervo do autor
fachada externa por ser mais castigada pelo sol e não possuir um visual atrativo. O novo quarto tem as aberturas voltadas
Figura 66: Planta baixa com a nova proposta para os quartos
para o pátio interno e varandas, criando com isso uma área de convívio mais restrita, com um visual atrativo, para o novo “quintal”. Os quartos atuais possuem as aberturas de alguns banheiros no corredor, enquanto que nos nossos o consumo novos estão na parede que fica a varanda, na fachada externa e ao mesmo tempo escondidas, pois ficam na varanda. A figura 65 apresenta a planta atual dos quartos e a 66 a disposição da nova acomodação proposta para a Casa. A figura 67 apresenta a planta do pavimento, e o apêndice
Fonte: Acervo do autor
9.11 contém suas informações técnicas. 84 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 67: Planta baixa do segundo pavimento
Fonte: Acervo do autor
85 Maria Ester Fardin Dalcin
6.2.4 Paisagismo
conceito, rebatendo no desenho do pátio o elemento árvore, (figura 68).
Toda área externa foi pensada para potencializar a
As espécies de plantas escolhidas para compor o
utilização e exploração deste espaço, visto à carência do
projeto são todas frutíferas, dentre elas estão: laranja,
tratamento paisagístico hoje na Instituição levantado na APO
jabuticaba, pitanga e acerola. É proposto para o novo projeto
realizada. Diante disso a proposta de criar um jardim
uma horta educativa, com atividades desenvolvidas com os
terapêutico, através da vivência e estímulos aos sentidos,
usuários no local, faz-se assim com que toda área externa
influenciando no bem-estar dos pacientes, acompanhantes e
seja explorada pelos usuários de diferentes formas.
funcionários. A proposta é deixar a liberdade de escolha para a ocupação dos espaços e com isso os sentidos e a intuição
A organização externa levou em consideração a
serem explorados por meio das atividades educativas
orientação do terreno, a fim de promover a utilização desse
promovidas.
espaço na maior parte do dia. As atividades da horta, situada nos fundos do terreno pode ser realizada na parte da manhã,
A nova proposta buscou potencializar o que já existe
pois estará sombreada nesse horário devido nascer do sol ser
agregando melhorias no local, considerando e aplicando os
na outra extremidade. A utilização do restante da área externa
princípios
psicologia
e pátio descoberto pode ser feita no restante dos horários, por
ambiental, escape, escopo, fascinação e compatibilidade,
estar orientado à leste, sombreado pela edificação existente
explicados no capítulo 3 em todo projeto. Criando locais
ao lado (norte) e posteriormente pela própria edificação
atrativos visualmente, que leve as pessoas a se apropriarem
(oeste).
de
ambientes
restauradores
da
dos espaços, a explorarem o lugar e com isso o alívio do estresse mental é garantido. Levou-se em consideração o
O segundo pátio, já existente, é coberto e continuará com essa conformação, sendo agregado a ele duas faixas no 86 Maria Ester Fardin Dalcin
chão de tinta lousa, podendo ser utilizado de diversas formas, como caminhos ou como recreação por meio de atividades educativas que podem ser desenvolvidas pelos voluntários, além de deixar a criança livre para escolher como usufruir desta área. Ao longo da área foram distribuídos bancos, criando áreas de ócio para as crianças, bem como acompanhantes e funcionários. O apêndice 9.13 traz as informações técnicas.
87 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 68: Planta baixa do projeto paisagístico para a Instituição
Fonte: Acervo do autor
88 Maria Ester Fardin Dalcin
As figuras, 69, 70, 71, 72, 73 e 74, mostram detalhes
Figura 70: Foto ilustrativa na parte lateral direita.
do projeto e a sua integração com a edificação e como esse cuidado pode promover uma transformação no espaço e na forma como este é usufruído. Garantindo qualidade de vida a seus utilizadores e maior apropriação dos espaços.
Figura 69: Imagem mostrando o pátio interno sendo visto por quem está no muro olhando para gente.
Fonte: Acervo do autor
Figura 71: Iluistração das espécies frutíferas escolhidas
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
89 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 72: Caminho visto do muro pelo pedestre
Como a proposta desses ambientes lúdicos é de proporcionar o contato com a natureza aliando a isso a integração entre os usuários e pensando no atendimento dessa proposta, a ampliação do playground ocorreu no pátio, sendo distribuídos os equipamentos infantis ao longo de sua extensão. Pensando nessa integração, a preocupação com a escolha dos equipamentos foi no atendimento do maior número de usuários, considerando essa perspectiva os brinquedos
estão
adaptados
para
as
crianças
mais
debilitadas, fazendo com que estas se sintam incluídas. Fonte: Acervo do autor Figura 74: Gira-gira adaptado para o apoio de um acompanhante Figura 73: Foto que apresenta as espécies e mobiliário.
Fonte: Acervo do autor
Fonte: Acervo do autor
90 Maria Ester Fardin Dalcin
A Figura 75: Gangorra com apoio extra
cobertura
escolhida,
figura
76,
levou
em
consideração o custo-benefício. A telha escolhida para a instituição é a do tipo: fibrocimento canalete, com inclinação de 5%. Para a Guarita e Bazar, a telha é colonial, com inclinação de 30%. Diante da preocupação com o meio ambiente, além de reduzir o consumo a água da chuva será captada e armazenada em cisternas, e utilizada na horta educativa e jardim terapêutico. As caixas d’água estão locadas sobre as caixas de escada e elevadores, distribuindo melhor a tubulação e consequentemente
otimizando
o
sistema.
Fonte: Acervo do autor
6.2.5 Cobertura
A cobertura está em 3 níveis, sobre a cozinha e a guarita, no nível do primeiro pavimento. No segundo pavimento sobre o bazar e no restante da edificação como visto na figura 76, onde se encontram as caixas d’água.
91 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 76: Planta de Cobertura
Fonte: Acervo do autor
92 Maria Ester Fardin Dalcin
6.2.6 Cortes Os cortes AA’ e BB’, representados nas figuras 77 e 78, trazem o posicionamento dos ambientes com a identificação dos níveis de cada pavimento mostrando as circulações existentes. Figura 77: Corte AA'
Fonte: Acervo do autor
93 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 78: Corte BB'
Fonte: Acervo do autor
94 Maria Ester Fardin Dalcin
6.2.7 Elevações
O novo projeto buscou integrar os edifícios, por intermédio de elementos existentes (vidro e madeira) mantendo uma releitura do que está atualmente na
A fachada da eficação é composta por traços simples, sem
muita
preocupação
com
sua
composição,
observado na figura 79. Figura 79: Imagem mostrando a relação entre as edificações
como
Instituição. A forma na ampliação assemelha-se à árvore com o embasamento menor e os demais pavimentos mais robustos, lembrando uma copa, figura 80 e 83. A tonalidades utilizadas em tons claros, deixando o destaque para os elementos escolhidos e o paisagismo. Os elementos adotados foram a trama de madeira vazada, permitindo a circulação do vento, dando privacidade sem perder a visibilidade com a parte externa, assemelhando aos galhos e a ninhos. Os pilares em formato de diapasão, busca representar o equilíbrio, sendo utilizado na afinação de instrumentos musicais que é o sincronismo entre o som do instrumento com o do equipamento, podendo, diante disso, ser feito um paralelo com a cura e bem-estar dos usuários que é quando o corpo está em equilíbrio. As novas propostas: foi inserido varandas nos quartos,
Fonte: Acervo do autor
com o intuito de criar uma área de estar íntima para os pacientes e acompanhantes. Essa fachada está voltada para a parte interna do pátio, proporcionando um visual atrativo, 95 Maria Ester Fardin Dalcin
para as pessoas que usufruem desse apoio assistencial, uma medida simples que atende ao escape, princípio de ambientes restauradores na psicologia ambiental, que é a criação de paisagens, figuras 81 e 84. Os corredores ficaram locados nas fachadas externas, por serem as mais castigadas pelo sol, exercendo assim papel de elemento de proteção aumentando o conforto térmico no local, além de não possuir um potencial paisagístico no seu entorno por estar situado numa área consolidada na cidade de Vitória.
96 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 80: Elevação Frontal
Fonte: Acervo do autor
97 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 81: Imagem mostrando a fachada da ampliação
Fonte: Acervo do autor
98 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 82: Fachada Principal
Fonte: Acervo do autor
99 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 83: Elevação lateral / corte CC'
Fonte: Acervo do autor
100 Maria Ester Fardin Dalcin
Figura 84: Fachada lateral
Fonte: Acervo do autor
101 Maria Ester Fardin Dalcin
102 Maria Ester Fardin Dalcin
acompanhantes com a instituição, com os demais moradores 7
CONSIDERAÇÕES FINAIS
temporários e funcionários. Além de contribuir de forma positiva, para minimizar os efeitos da doença entre ambas as
Por meio dos resultados alcançados é possível atestar a viabilidade e eficácia da APO em conjunto com a psicologia ambiental, ferramentas capazes de nortear as diretrizes para reforma, ampliação e melhoria das condições existentes na instituição. Tomando como embasamento os anseios das pessoas que convivem e usufruem diariamente dos espaços que a entidade dispõe.
partes, por meio da convivência familiar e comunitária mantida. Diante do que foi apresentado, visto
que
seus
usuários são pessoas de outras localidades, com um poder aquisitivo baixo. Outro aspecto positivo extraído desse estudo que pode ser mensurado é o apoio assistencial que tanto o acompanhante quanto a criança possuem, visto que as duas
Os métodos utilizados para extração das informações
partes passam por uma fase delicada, diante da gravidade da
dos participantes se mostraram eficazes e de fácil aplicação.
doença e as implicações que esta ocasiona. Também pode
Proporcionando apontar as condições atuais da entidade,
ser pontuada a capacitação por meio dos programas
suas potencialidades e deficiências, por meio das análises
desenvolvidos
qualitativas e quantitativas, criando assim um banco de dados
acompanhante. Outro ponto positivo é a busca de tentar
que servirá de ferramenta para as proposições de projeto.
manter a rotina da criança menos desgastantes, tornando
na
entidade,
para
o
enfermo
e
seu
menos impactantes os novos desafios a serem encarados. Por meio dos resultados
obtidos na APO, é
comprovado que a aplicação dos conceitos da Psicologia
As instituições de acolhimento, de uma maneira geral,
ambienta através de um projeto arquitetônico promove o
têm o papel de promotora da continuidade do tratamento do
acolhimento e a sensação de familiaridade das crianças e
câncer, e com isso aumentam-se as chances de cura, visto que, segundo o Ministério da Saúde, muitos abandonam o 103 Maria Ester Fardin Dalcin
tratamento por não disporem de recursos para custeio de uma
consideração visto às possíveis limitações dos que usufruirão
moradia temporária e realização do tratamento de forma
dos espaços desenvolvidos. O tratamento paisagístico foi o
adequada. Também pode ser agregada a essas casas o
foco no projeto, diante da carência desse cuidado na entidade
atributo de promoção da qualidade de vida, por meio dos
e também como se atentar a este item pode trazer ganhos
programas desenvolvidos, dando ao acompanhante a chance
para as partes envolvidas e influenciar na forma de como
de aprender novas formas de aumentar a renda familiar.
esse local será apropriado. Buscou-se agregar lazer e
Os objetivos gerais desse trabalho almejam o
educação nas atividades desenvolvidas na Instituição.
atendimento das necessidades de todos os participantes, em
Em virtude do que foi apresentado, conclui-se que o
especial das crianças, já que são as que estão mais
projeto atendeu aos objetivos dos princípios de ambientes
vulneráveis pela doença. Além da melhoria das condições de
restauradores, como promotores do alívio do estresse mental
conforto ambiental, funcionalidade, da edificação além da
provocado pela doença em todos os ocupantes do local, de
promoção da acessibilidade. Diante do trabalho realizado,
forma direta ou indireta. O estudo tornou público o
conclui-se que com as informações obtidas da avaliação é
conhecimento sobre lugares que prestam esse serviço à
possível pensar um projeto que atenda os anseios das partes
população, bem como a importância de um estudo prévio e
envolvidas. Além de assegurar o quão vantajoso é seguir um
avaliação com a finalidade de desenvolver espaços dotados
ciclo metodológico ao se elaborar um projeto desse cunho.
de adjetivos que promovam a cura e atendam às expectativas
O projeto obteve, por meio das informações da APO, uma melhoria dos espaços existentes, além da criação de ambientes lúdicos, que propiciam sua exploração de maneira
dos moradores e funcionários. No entanto, para que o local apresente resultado satisfatório é preciso que haja um estudo específico de cada localidade.
saudável e sem riscos, integrando paciente, morador e funcionário. A acessibilidade nesse local foi levada em 104 Maria Ester Fardin Dalcin
105 Maria Ester Fardin Dalcin
8
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108 Maria Ester Fardin Dalcin
109 Maria Ester Fardin Dalcin
9
APÊNDICES 9.1
ITEM
LOCALIZAÇÃO
IMPLANTAÇÃO PROGRAMA DE PROJETO E DIMENSIONAM ENTO DOS AMBIENTE
FUNCIONALIDA DE E USO
ESCALA HUMANA
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO
AVALIAÇÃO FUNCIONAL
AVALIAÇÃO FUNCIONAL SUBITEM Da entidade em relação ao local de tratamento (proximidade) Rua/avenida/circulação (tráfego) Adequação da vizinhança e ambiente próximos (entorno) Acessibilidade (transporte coletivo, ciclovia, vias e calçadas) Implantação da edificação x adequação dos usos Implantação da edificação x conforto ambiental Tipo de terreno (plano, declive ou aclive) Adequação ao programa arquitetônico Adequação da área útil do ambiente x uso
PAISAGISMO
AVALIAÇÃO
ACESSIBILIDA DE
SAÚDE E HIGIENE
Relação usuário x serviços prestados
CONDIÇÃO
Adequação das atividades realizadas Acessos aos equipamentos (classificação etária) Acesso à instituição (localização e acessibilidade) Flexibilidade e arranjo espacial Integração entre os ambientes Integração interior x exterior Possibilidade de expansão da Instituição Adequação do pé direito dos ambientes Altura do peitoril Número de pavimentos x adequação aos usuários Ergonomia dos mobiliários Quantidade de mobiliário em relação aos usuários Facilidade de manutenção
PONTUAÇÃO
Estado de conservação Quantidade de área permeável (jardins, tanques de areia, etc) Adequação das áreas permeáveis x usos Facilidade de manutenção Estado de conservação Adequação para deficientes visuais Adequação para deficientes auditivos Adequação para deficientes físicos e com mobilidade reduzida Adequação para deficientes mentais Qualidade do ar (ventilação, odores) conforto térmico Existência de tratamento/aproveitamento de água servida Separação/tratamento do lixo Existência de ruídos Exposição ao sol / conforto térmico Facilidade de cuidado de limpeza CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO D= A= B= C= Inadequado Excelente Bom Adequado ou inexistente 5 3 2 0
Não foi avaliado \
110 Maria Ester Fardin Dalcin
9.2
ITEM ( ) ALVENARIA ( ) DIVISÓRIA ALTA ( ) DIVISÓRIA BAIXA ( ) OUTRA
AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA
AVALIAÇÃO TÉCNICA/CONSTRUTIVA SUBITEM DIVISÃO INTERNA Juntas e fixação Aparência Desgastes/arranhões/manchas Estado de conservação Facilidade de manutenção
( ) EMBUTIDA ( ) APARENTE Se outra, qual:
AVALIAÇÃO
ILUMINAÇÃO NATURAL VENTILAÇÃO NATURAL TRATAMENTO ACÚSTICO RUÍDO Aparência Desgastes/arranhões/manchas MOBILIÁRIO Estado de conservação Facilidade de manutenção
Se outra, qual: TETO ( ) GESSO ( ) LAJE PINTADA ( ) OUTRO
Nivelamento Aparência Desgastes/arranhões/manchas Partículas ou películas descamando Estado de conservação Facilidade de manutenção
Aparência Desgastes/arranhões/manchas Estado de conservação Facilidade de manutenção
CONDIÇÃO PONTUAÇÃO
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO D= A= B= C= Inadequado Excelente Bom Adequado ou inexistente 5 3 2 0
Não foi avaliado \
Se outro, qual:
( ) CERÂMICO ( ) PORCELANAT O ( ) MÁRMORE ( ) VINÍLICO ( ) OUTRO
PISO Nivelamento Aparência Desgastes/arranhões/manchas Partes soltas Estado de conservação Desgaste Aderência Facilidade de manutenção
Se outro, qual: LUMINÁRIA
111 Maria Ester Fardin Dalcin
9.3
9.4
POEMA DE DESEJOS
PRIMEIRO POEMA DE DESEJO APLICADO NAS CRIANÇAS
POEMA DE DESEJOS POEMA DE DESEJOS
EU GOSTARIA QUE MEU LOCAL DE TRABALHO...
A ACACCI É...
CROQUI CROQUI
112 Maria Ester Fardin Dalcin
9.5
SEGUNDO POEMA DE DESEJO APLICADO NAS CRIANÇAS
POEMA DE DESEJOS
EU GOSTARIA QUE FOSSE/TIVESSE...
CROQUI
113 Maria Ester Fardin Dalcin
9.6
RESULTADO DA AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA NO PRIMEIRO PAVIMENTO
114 Maria Ester Fardin Dalcin
AVALIAÇÃO TÉCNICA/CONSTRUTIVA
( x ) ALVENARIA
Juntas e fixação
5
(
Aparência
5
) DIVISÓRIA ALTA
Pátio interno sala de manutençã
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
5
Vestiário
Asist. Social
Escovário
5
Nutrição
Sala do voluntário
DIVISÃO INTERNA
Sala da família
SUBITEM
ITEM
Refeitório
PAVIMENTO TÉRREO
(
) DIVISÓRIA BAIXA Desgastes/arranhões/manchas
3
3
3
3
3
5
3
3
3
(
) OUTRA
Estado de conservação
5
5
3
3
5
5
3
5
3
Facilidade de manutenção
5
5
5
5
5
5
5
5
5
Observação Geral
MÉDIA GERAL 5,00 5,00
OBSERVAÇÕES PONTUAIS POSITIVAS -
NEGATIVAS Em grande parte observa-se desgastes e manchas nas paredes, em todos os ambientes
3,22 4,11 5,00
-
-
5,00 4,22 2,11 1,67 4,00 4,67
-
-
5,00 3,00 2,67 0,56 2,89 2,67 3,89 4,11
-
-
2,89 0,56 4,78 4,22
-
-
De um modo geral, as divisórias apresentam um bom desenpenho em todos os ambientes avaliados no pavimento térreo.
TETO ( x ) GESSO
Nivelamento
5
5
5
5
5
5
5
5
5
(
) LAJE PINTADA
Aparência
5
5
5
5
5
3
5
2
3
(
) OUTRO
Desgastes/arranhões/manchas
0
0
3
0
5
3
3
2
3
Partículas ou películas descamando
0
0
0
0
5
5
0
0
5
Estado de conservação
5
5
3
3
5
5
3
2
5
Facilidade de manutenção
5
5
5
5
5
5
5
2
5
Observação Geral
Todos os ambientes possuem acabamento simples, com rebaixamento de gesso
PISO ( x ) CERÂMICO
Nivelamento
5
5
5
5
5
5
5
5
5
(
) PORCELANATO
Aparência
3
3
3
3
3
3
3
3
3
(
) MÁRMORE
Desgastes/arranhões/manchas
3
3
3
3
3
3
3
0
3
(
) VINÍLICO
Partes soltas
0
0
0
0
5
0
0
0
0
(
) OUTRO
Estado de conservação
3
3
3
3
3
3
3
2
3
Desgaste
3
3
3
3
3
2
3
2
2
Aderência
3
5
3
3
5
3
5
5
3
Facilidade de manutenção
3
5
5
3
5
3
5
5
3
Observação Geral
Apenas o pátio central é de outro material, placa cimentíca.
LUMINÁRIA ( x ) EMBUTIDA (
) APARENTE
Observação Geral
Aparência
3
3
3
3
3
3
3
2
3
Desgastes/arranhões/manchas
0
0
0
0
5
0
0
0
0
Estado de conservação
5
5
5
5
5
5
5
3
5
Facilidade de manutenção
5
5
5
5
5
3
5
2
3
A iluminação do pátio interno é feita por refletores, diferenciando-se dos demais ambientes
ILUMINAÇÃO NATURAL
5
3
2
0
3
3
2
5
2
2,78 Todos os ambientes possuem
-
VENTILAÇÃO NATURAL
5
2
2
0
3
0
2
5
2
2,33
-
Apesar de todos os ambientes possuirem janelas, há utilização de ventilação artificial (ar, ventilador), na maioria dos ambientes
TRATAMENTO ACÚSTICO
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,00
-
Não há nenhum tipo de tratamento acústico nos ambientes
RUÍDO
3
3
5
2
5
3
2
2
2
3,00 ambientes analisados
Aparência
3
3
3
3
3
3
2
3
2
Desgastes/arranhões/manchas
2
3
3
3
3
3
3
2
3
Estado de conservação
2
3
3
3
3
3
3
3
3
Facilidade de manutenção
5
5
5
5
3
3
3
3
3
2,78 Os mobiliários são de 2,78 qualidade e atendem a 2,89 necessidade 3,89 3,27
MOBILIÁRIO
MÉDIA DE CADA AMBIENTE
3,35
3,38 3,32 2,93 4,06 3,29 3,19 2,83 3,12
O nível de ruído é baixo nos
-
A qualidade estética e a ergonomia não são predominância em grande parte dos ambientes
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CONDIÇÃO PONTUAÇÃO
A = Excelente
B = Bom
C = Adequado
5
3
2
D = Inadequado ou inexistente 0
9.7
RESULTADO DA AVALIAÇÃO TÉCNICO-CONSTRUTIVA NOS DEMAIS PAVIMENTOS
115 Maria Ester Fardin Dalcin
AVALIAÇÃO TÉCNICA/CONSTRUTIVA
( x ) ALVENARIA (
( (
) DIVISÓRIA ALTA
Sala de oficinas²
Sala de TV¹
Quarto s¹
Capela
Biblioteca
Sala de música Sala de atividades
DIVISÃO INTERNA
Fisioterapia
SUBITEM
ITEM
Brinquedotec a
DEMAIS PAVIMENTOS
Juntas e fixação
5
5
5
5
5
5
5
5
5
Aparência
5
5
5
5
5
5
5
5
5
) DIVISÓRIA BAIXA Desgastes/arranhões/manchas
3
3
3
5
3
3
3
3
3
) OUTRA
Estado de conservação
5
5
3
5
3
3
3
3
3
Facilidade de manutenção
0
5
5
5
5
5
5
5
5
Observação Geral
OBSERVAÇÕES PONTUAIS
MÉDIA GERAL
POSITIVAS -
5,00 5,00
-
NEGATIVAS Em grande parte observa-se desgastes e manchas nas paredes, em todos os ambientes
3,22 3,67 4,44
-
-
5,00 4,78 2,78 0,00 3,89 4,78
-
-
De um modo geral, as divisórias apresentam um bom desenpenho em todos os ambientes avaliados no pavimento térreo.
TETO ( x ) GESSO
Nivelamento
5
5
5
5
5
5
5
5
5
(
) LAJE PINTADA
Aparência
5
5
5
3
5
5
5
5
5
(
) OUTRO
Desgastes/arranhões/manchas
3
0
3
3
0
3
5
5
3
Partículas ou películas descamando
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Estado de conservação
5
5
3
5
5
3
3
3
3
Facilidade de manutenção
5
5
5
5
5
5
5
3
5
Observação Geral
A maioria dos ambientes possuem acabamento simples, com rebaixamento de gesso. Apenas a brinquedoteca e a sala de TV possuem um teto mais trabalhado
PISO ( x ) CERÂMICO
Nivelamento
5
5
5
5
5
5
5
5
5
(
) PORCELANATO
Aparência
5
3
3
3
3
3
3
3
3
(
) MÁRMORE
Desgastes/arranhões/manchas
3
3
3
3
3
3
3
3
3
0
0
0
0
0
0
0
0
(
) VINÍLICO
Partes soltas
0
(
) OUTRO
Estado de conservação
3
3
3
3
3
3
3
3
3
Desgaste
3
3
3
0
3
3
3
3
3
Aderência
0
5
5
3
3
3
3
3
3
Facilidade de manutenção
2
5
5
3
3
5
5
3
5
Observação Geral
5,00 3,22 3,00 0,00 3,00 2,67 3,11 4,00
-
-
-
-
As rampas de acesso diferem dos ambientes avaliados, são emborrachadas e brinquedoteca possuí piso vinílico
LUMINÁRIA ( x ) EMBUTIDA
Aparência
5
3
3
3
3
3
3
3
3
(
Desgastes/arranhões/manchas
0
0
0
0
0
0
0
0
0
Estado de conservação
3
5
5
5
5
5
3
3
5
Facilidade de manutenção
3
5
5
3
5
5
3
0
5
) APARENTE
Observação Geral
3,22 0,00 4,33 3,78
As luminárias utilizadas atendem as necessidades, porém a qualidade estética não foi atribuida as mesmas
ILUMINAÇÃO NATURAL
2
3
2
2
5
2
5
3
2
2,89 Todos os ambientes possuem
-
VENTILAÇÃO NATURAL
2
2
2
3
5
2
3
3
2
2,67
-
Apesar de todos os ambientes possuirem janelas e há utilização de ventilação artificial (ar, ventilador) nos mesmos
TRATAMENTO ACÚSTICO
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0,00
-
Não há nenhum tipo de tratamento acústico nos ambientes
RUÍDO
3
3
2
0
3
3
3
2
3
2,44 ambientes analisados
Aparência
5
3
2
3
3
3
3
2
3
Desgastes/arranhões/manchas
3
3
3
3
2
3
3
3
3
Estado de conservação
3
3
3
3
2
3
3
0
3
Facilidade de manutenção
2
5
3
3
5
5
5
5
5
MÉDIA GERAL DE CADA AMBIENTE
3,00
3,00 Os mobiliários são de 2,89 qualidade e atendem a 2,56 necessidade 4,22 3,17
MOBILIÁRIO
3,31 3,19 3,03 3,29 3,25 3,32 2,87 3,25
O nível de ruído é baixo nos
-
A qualidade estética foi levada em consideração na brinquedoteca
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CONDIÇÃO PONTUAÇÃO
A = Excelente
B = Bom
C = Adequado
5
3
2
¹ A sala de TV e o restante dos quartos se encontram no terceiro pavimento ² A sala de Oficina se encontra no primeiro pavimento, sobre o Bazar
D = Inadequado ou inexistente 0
9.8
RESULTADO DA AVALIAÇÃO FUNCIONAL GERAL DA INSTITUIÇÃO
116 Maria Ester Fardin Dalcin
ITEM
SUBITEM Da entidade em relação ao local de tratamento (proximidade)
LOCALIZAÇÃO
IMPLANTAÇÃO
PROGRAMA DE PROJETO E DIMENSIONAMENTO DOS AMBIENTE
FUNCIONALIDADE E USO
ESCALA HUMANA
MOBILIÁRIO E EQUIPAMENTO
PAISAGISMO
ACESSIBILIDADE
SAÚDE E HIGIENE
AVALIAÇÃO FUNCIONAL GERAL AVALIAÇÃO MÉDIA DO ÍTEM 2
Rua/avenida/circulação (tráfego)
3
Adequação da vizinhança e ambiente próximos (entorno) Acessibilidade (transporte coletivo, ciclovia, vias e calçadas)
3
Implantação da edificação x adequação dos usos
3
Implantação da edificação x conforto ambiental Tipo de terreno (plano, declive ou aclive)
0
Adequação ao programa arquitetônico
3
Adequação da área útil do ambiente x uso Relação usuário x serviços prestados
2
Adequação das atividades realizadas
3
Acessos aos equipamentos (classificação etária)
5
Acesso à instituição (localização e acessibilidade)
5
Flexibilidade e arranjo espacial
3
Integração entre os ambientes
5
Integração interior x exterior Possibilidade de expansão da Instituição
3
Adequação do pé direito dos ambientes
5
Altura do peitoril Número de pavimentos x adequação aos usuários
5
Ergonomia dos mobiliários
3
Quantidade de mobiliário em relação aos usuários
3
Facilidade de manutenção Estado de conservação
3
Quantidade de área permeável (jardins, tanques de areia, etc)
2
Adequação das áreas permeáveis x usos
3
Facilidade de manutenção Estado de conservação
3
Adequação para deficientes visuais
0
Adequação para deficientes auditivos
0
Adequação para deficientes físicos e com mobilidade reduzida Adequação para deficientes mentais
5
Qualidade do ar (ventilação, odores) conforto térmico
3
Existência de tratamento/aproveitamento de água servida
0
Separação/tratamento do lixo
3
Existência de ruídos
2
Exposição ao sol / conforto térmico Facilidade de cuidado de limpeza
3
OBSERVAÇÕES POSITIVAS
OBSERVAÇÕES NEGATIVAS
2,75
O local não é bem servido de transporte público e está A localização da Instituição está em um bairro tranquilo, de relativamente distantênte de onde o tratamento do câncer é um padrão de classe média, com predomínio residencial. realidado. Porém os usuários contam com transorte para deslocamento até o hospital e do hospital para a Instituição
2,67
A implantação aproveitou bem o terreno e a disposição da Devido à exposição de alguns ambientes a incidência solar em planta com relação aos serviços oferecidos está adequada grande parte do dia a utilização de elementos que garantem com as necessidades dos usuários corforto ambiental pode trazer ganhos
3,33
O programa da Instituição é atendido pelo arquitetônico
A área útil de alguns ambientes não está de acordo com a necessidade do mesmo para a realização das atividades, demandando um ambiente com área útil superior à existente
4,14
As atividades realizadas garantem integração entre os usuários, usuário x funcionários. Os ambientes são utilizados, as pessoas se apropriam de todos os espaços. O local dispõe de elevadores e rampas para promover o acesso à toda instituição das pessoas deficiêntes e com mobilidade reduzida.
A acessibilidade se limitou às pessoas com deficiência de mobilidade. Os outros tipos de deficiência não foram privilegiados
4,33
Este ítem é o que possuí melhor resultado, pois foi bem pensado todos os seus subitens
A demanda dos ambientes x usuários as vezes não é atendida, havendo a necessidade de mais de um doente ficar em um quarto
3
A facilidade de manutenção foi pensado em grande parte dos ambientes. Todos os ambientes estão bem conservados.
A ergonomia dos mobiliários se limitou em ambientes especificos
2,75
O paisagismo existe e é de fácil manutenção. Os espaços abertos ecistentes é bem conservado e cuidado.
A quantidade de áreas de verde é pequena, poderia ser mais aproveitado esse espaço.
1,25
O local é dotado de rampas e elevadores, garantindo o acesso à todos os ambientes por qualquer pessoa
A acessibilidade se limitou às pessoas com deficiência de mobilidade. Os outros tipos de deficiência não foram privilegiados
2,33
Todos os ambientes são bem limpos, organizados. Há separação e coleta seletiva de lixo.
Mais elementos de proteção para promover conforto ambiental poderia ser utilizado. A reutilização de água cinza poderia ser implantado para redução de despesas relacionadas com o consumo de água.
3
5
5
5
3
3
3
0
3
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CONDIÇÃO PONTUAÇÃO
A = Excelente
B = Bom
C = Adequado
D = Inadequado ou inexistente
5
3
2
0
9.9
PLANTA BAIXA TĂ&#x2030;RREO
117 Maria Ester Fardin Dalcin
B
MURO DE LIMITE DO TERRENO
4910,48 3590
15
J1 P1
15
300
J1
P2
P2
P2
P2
P2
P2
15
160
J2
J2
W.C. FEM.
W.C. MAS.
+ 44,00
A
6 5 4 3 2 1
520
S CIRC.
7 8 9 10 11 12
160
15
15
336,5
15
329
J9
15
329
J9
J9
J9
OFICINA 01
OFICINA 02
OFICINA 03
+ 45,00
+ 45,00
+ 45,00
15
+ 44,00
P1
P1
+ 44,00
P1
P1
P1
J14
15 132,5
J9
FISIOTERAPIA
YOGA
CAPELA
+ 45,00
+ 45,00
+ 45,00
J10
+ 45,00
SAN. MAS.
SAN. FEM.
15
465
+ 44,00
P2 1314151617
15
336,5
P1
P1
+ 45,00
S
15
329
15
15
300
P1
J14
P1
J14
P1
J14
512,5
15
200
782,5
15
264,98
A
15
15
1025,5
PROJ. DA TRAMA VAZADA
15
J14
J15
155
330
SALA J9
15
+ 45,00
P1
C
715
C
+ 45,00
507,5 15
720
J8
P6
10 11 12 13 14 15 16 17
+ 45,00
P6
330 P5
665
590
DML
+ 45,00
S
312,5
+ 45,00
335
COZINHA
P1 162,5
+ 45,00 + 45,00
+ 45,00
P1 P1
+ 45,00
P4 W.C.
170
187,5
LOJA
170
9 8 7 6 5 4 3 2 1
726,2
P1
309
665
335
+ 45,00 340
170
J7
335
J7
158,14
1383,5
ACESSO CARGA E DESCARGA
P8
3165 567,5
15
P1
156,86
15
ACESSO
CHEGADA E
+ 45,00
P4
15
15
+ 45,00
232,5
170
P1
+ 44,00
585
180
W.C.
P11
257,5
362,5
220
P11 P1
P1
6 5 4 3 2 1 400
+ 45,00
J1
P1
15
700
+ 44,00
J1
HALL P10
+ 45,00 131415161718
HALL
J5 58,3
J6
+ 45,00
NUTRICIONISTA
+ 45,00
7 8 9 10 11 12
160,46
ARQUIVO
500
130
385
160
560
S 300
I = 8,33%
S
P9
ACESSO PRINCIPAL
P10
305
+ 45,00
P3
ACESSO
436
2110 + 00,45
15
45
150
150
P12
P1
P1
P1
P1
RAMPA I = 8,33%
0
PAREDE BAIXA H=1.2 S
S I = 8,33%
P2
+ 45,00
VEST. FEM. P2
+ 44,00
+ 44,00
P1
P1
+ 45,00
W.C. FEM.
W.C. MAS.
J1
J2
J2
J1
W.C. MAS.
+ 44,00
+ 44,00
P1
J4
S I = 8,33%
P1
W.C. FEM.
P2
P2 J3
P1
P13
J4
J2
W.C
130
P2 VEST. MAS.
+ 45,00
15
SOCIAL
+ 45,00
GUARITA/ESPERA
535
520
+ 45,00 P2
P2
P1
382,5
CIRC.
15
4202,5
350
PROJ. DA TRAMA VAZADA
P7
142,5
1255
J2
MURO DE LIMITE DO TERRENO
15
255
300
300
15
15
160 15
160 15
635
165
15
15
15
0
2
5m
227,5 15
15 620
4435,5
1
1025,5
165 15
3315,5
NM
B
229,5 15 500
13
ACESSO PEDESTRE
9.10 PLANTA BAIXA PRIMEIRO PAVIMENTO
118 Maria Ester Fardin Dalcin
B
MURO DE LIMITE DO TERRENO
15
15
1025,5
264,98
3590
100,01
232,5
15
PAREDE BAIXA H=1.2
A
6
5
4
3
2
+ 355,00
1 S
P1
7 8
667,5
P1
QUARTO
W.C.
9
+ 354,00
+ 355,00
10
302,5
D
P1
W.C.
QUARTO
+ 354,00
+ 355,00
P1
W.C.
QUARTO
W.C.
+ 354,00
+ 355,00
P1
QUARTO
+ 354,00
P1
QUARTO
+ 355,00
W.C.
W.C.
+ 354,00
+ 355,00
A
QUARTO
+ 354,00
+ 355,00
520
11 12
131415161718 S
RAMPA I = 8,33%
P1
185
J2
P1
P1
J2
P13
P1
J2 P13
P13
J2
J2
+ 354,00
+ 354,00
P13
P13
206
PAREDE BAIXA H=1.2 136
P1
P1
J2 P13
+ 354,00
15
+ 355,00
+ 354,00
+ 354,00
+ 354,00
PAREDE BAIXA H=1.2 P1
J12
330
519,98 DML
COPA
+ 355,00
+ 355,00
J12
15
200,5
J12
360
170
15
170
15
J12
360
15
J12
360
15
170
15
170
15
15
J12
J12
356,94
360 15
170
15
170 15
18,06
360 15
15
P1
555
200
550
770,5 J12
C
1060
C
2802,5
ACOMPANHANTE + 355,00
15
P1 200
+ 355,00
135
770,5
CALHA
350
TRAMA VAZADA
860
J9
J9
J9
J2
J2
J9
P1
177,5
QUARTO
+ 355,00
ADOLESCENTE + 355,00
P1 W.C.
J2
15
360
J11
200
J11
370
15
650
15
OFICINA ACOMPANHANTE P1
890
335
15
P4 W.C.
J12
P1
J11
590
+ 355,00
170
135
+ 355,00
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
P1
P1
J11
PAREDE BAIXA H=1.2
+ 355,00
P1
327,5
BRINQUEDOTECA + 355,00
+ 355,00
+ 354,00 P1
P11
335
J12
+ 354,00
QUARTO
205
S
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
W.C.
660
10 11 12 13 14 15 16 17 18
J9
P1
340
515
9 8 7 6 5 4 3 2 1
295
1180
P1
520
J2
185
J9
15 P1
2235,5 560
575
6 5 4 3 2 1
J12
CALHA
+ 355,00
700
690
500 INFANTIL
232,5
7 8 9 10 11 12
575 131415161718 D
+ 355,00
J12
2095
135
15 15
J11
J11
P1
700
LAB.
520
BIBLIOTECA
DML
P1
RAMPA I = 8,33%
TIPO COLONIAL I = 30%
P1
+ 355,00
P1
P1
+ 355,00 + 355,00
W.C. FEM.
TIPO COLONIAL I = 30%
W.C. MAS.
+ 354,00
D
15
+ 354,00
J9
J9
J9
125 S
+ 355,00
SALA DE ATIVIDADES
+ 355,00
150 PAREDE BAIXA H=1.2
154
P1 140
P1
+ 355,00
135
135
+ 355,00
120
PAREDE BAIXA H=1.2
J9
J9
J9
J2
J2
MURO DE LIMITE DO TERRENO 845
360
15
15
360 15
275 15
165 15
1
0
2
5m
1025,5
165 15
3315,5
NM
PRIMEIRO PAVIMENTO B
15
15
9.11 PLANTA BAIXA SEGUNDO PAVIMENTO
119 Maria Ester Fardin Dalcin
B
15
PAREDE BAIXA H=1.2 + 665,00 D
A
6 5 4 3 2 1 P1
P1
P1
P1
P1
P1
RAMPA I = 8,33%
667,5
7 8 9 10 11 12
QUARTO
W.C.
W.C.
QUARTO
+ 665,00
+ 664,00
+ 664,00
+ 665,00
P1
QUARTO + 665,00
W.C.
W.C.
QUARTO
W.C.
W.C.
QUARTO
+ 665,00
+ 665,00
+ 664,00
+ 664,00
+ 665,00
+ 664,00
+ 664,00 P1
P1
QUARTO
P1
P1
A
P1
131415161718 D J2
J2
P13
P13
J2
J2
+ 664,00
+ 664,00
P13
P13
P13
J2
J2
+ 664,00
+ 664,00
P13
136
+ 665,00 + 664,00
+ 664,00
15
PAREDE BAIXA H=1.2 J12
QUARTO
J12
360
170
15
330
330
519,98
15
170 15
J12
J12
360
360
15
170
15
170
15
15
15
J12
J12
360
356,94 15
J12
170 18,06
170 15
360 15
15
3891,48
15
+ 665,00
P1
P1
+ 664,00
J1 + 664,00
P1
P1
C
1060
15
+ 664,00 377,5
170
355 150
15
135
302,5 W.C.
330
QUARTO J12
330
P1
15
15
+ 665,00
350
845
3150 15
255
15
360 J9
15
15
200 J2
15
360 J9
15
360
15
200
J9
15
360
J2
360
J9
15
15
200
J9
360
J2
J9
9
7 6
515
5 4 3 2 1
10
295
8
11
W.C.
W.C.
+ 664,00
+ 664,00
W.C.
12
QUARTO
13 14
P1
15
QUARTO
+ 665,00
16 17
205 15
P11
+ 665,00
QUARTO
QUARTO
+ 665,00
+ 665,00
P1
P1
P1 W.C.
P1
135
J11
J12
+ 665,00 TIPO COLONIAL I = 30%
W.C. + 664,00
P1
P1
J2
QUARTO
+ 664,00
+ 664,00
+ 664,00
P1 J11
P1
QUARTO
+ 665,00
P1 W.C.
D
135
150
J2
J11
J11
J12
J2
J11
+ 665,00
P1
PAREDE BAIXA H=1.2 P1
2235,5
TIPO COLONIAL I = 30%
+ 665,00
+ 665,00
340
COPA
QUARTO
J13
J12
715
P1
P1
600
2095
J12
275
15
P1
135
PAREDE BAIXA H=1.2 + 665,00 J2
J11
P1
695 520
QUARTO P1 + 665,00
P1 RAMPA I = 8,33%
S
W.C.
+ 664,00 P1
QUARTO
QUARTO
+ 665,00
+ 665,00
+ 664,00
P1
QUARTO
P1
+ 665,00
W.C.
W.C.
+ 665,00
PAREDE BAIXA H=1.2 P1
P1
W.C.
COPA
135,5 J2
J11
P1
520
15
J11
P1
580
+ 665,00
330
DML SALA DE TV + 665,00
J13
+ 664,00
+ 664,00
D 15
2802,5
355
C
J1
170
W.C. + 664,00
15
15
P1
J9 15
J9
255
J2 360
J9 200
15
J9 360
15
15
J2
360 15
J9
200 15
1025,5
420 15
15
3315,5
1
0
2
5m
NM
SEGUNDO PAVIMENTO B
15
9.12 PLANTA DE COBERTURA
120 Maria Ester Fardin Dalcin
B
135 632,5
A
COBERTURA IMPERMEABILIZADA TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
CALHA
LAJE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASTALTICA
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
679,98
3145 3894,98
C
1060
CALHA
1537,5
CALHA
LAJE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASTALTICA
350 CALHA
380
2802,5
C
CALHA
CALHA
797,5
190
CALHA
A
CALHA
200,01
100,01
264,98
530
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
CALHA
TIPO COLONIAL I = 30%
135
LAJE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASTALTICA CALHA
CALHA CALHA
CALHA
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
579,99
CALHA
700
715
CALHA
TIPO COLONIAL I = 30%
CALHA
130
CALHA
CALHA
CALHA 135,5
LAJE IMPERMEABILIZADA COM MANTA ASTALTICA
695
COBERTURA IMPERMEABILIZADA
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
535
TELHA DE FIBROCIMENTO CANALETE 40 - ETERNIT I = 5%
1552,5 1
0
2
5m
677,5
1025,5
NM
PLANTA DE COBERTURA
B
9.13 PAISAGISMO E IMPLANTAÇÃO
121 Maria Ester Fardin Dalcin
322,13 335,02
PISO DRENANTE PRATA PALHA
HORTA EDUCATIVA PISO DRENANTE PRATA PALHA
PISO DRENANTE PRATA PALHA
MATERIAL ANTIDERRAPANTE
01
143,9
MEIO FIO
PISO DRENANTE PRATA PALHA BLOCO INTERTRAVADO MATERIAL ANTIDERRAPANTE
EQUIPAMENTO HORTA
PISO PODOTATIL DE ALERTA
+ 45,00
PISO DRENANTE PRATA PALHA
ACESSO CARGA E DESCARGA PISO DRENANTE PRATA PALHA
PISO PORCELANATO IPE HD
LAVANDERIA + 45,00
TINTA LOUSA S
RAMPA DE ACESSO CADEIRANTE
I = 8,33%
TINTA LOUSA I = 8,33%
S
ACESSO PRINCIPAL
ACESSO
01
BLOCO INTERTRAVADO MATERIAL ANTIDERRAPANTE
S
I = 8,33%
S I = 8,33%
ACESSO PEDESTRE
RAMPA DE ACESSO S I = 10%
1
0
2
5m
NM
9.14 CORTES
122 Maria Ester Fardin Dalcin
LINHA DE DESVIO
+ 1465,00 COBERTURA
+ 1265,00
+ 1265,00
100 20
20 100
+ 1075,00 PLATIBANDA + 975,00
QUARTO
QUARTO
QUARTO
QUARTO
+ 665,00
290
QUARTO
QUARTO
QUARTO
QUARTO
290
300
QUARTO
+ 45,00 SANITARIO MAS.
1
0
2
OFICINA 01
OFICINA 02
OFICINA 03
FISIOTERAPIA
YOGA
+ 355,00
20
10
+ 355,00 QUARTO
300
300
165
QUARTO
20
+ 665,00 QUARTO
+ 975,00 BARILETE
290
290
BARRILETE
+ 45,00
CAPELA
5m
CORTE AA'
200
+ 1465,00 COBERTURA
+ 1265,00
275
10
+ 1265,00
20 290
SALA DE ESTAR
SALA DE TV
CIRC.
QUARTO
CIRC.
CIRC.
290
2
5m
+ 355,00
+ 45,00 CIRC.
COZINHA
QUARTO
FOSSO
CORTE BB'
20
BAN.
300
BRINQUEDOTECA
+ 45,00
0
+ 665,00
290
110
290 300
20
+ 355,00 QUARTO
BAN.
1
+ 975,00 BARRILETE
290
20
QUARTO
150
1030
QUARTO
20
+ 665,00
160
290
150
20
150
+ 975,00 BARRILETE
BAN.
+ 45,00
9.15 ELEVAÇÕES
123 Maria Ester Fardin Dalcin
+ 1465,00 COBERTURA
120
+ 1075,00 PLATIBANDA
20
+ 975,00 BARILETE
110
VARANDA
20,36
1030
BANHEIRO
+ 355,00
290
+ 355,00
+ 665,00 CIRC.
269,64
20
+ 665,00
+ 45,00
1
0
+ 20,00
2
5m
1
0
2
5m
+ 45,00
124 Maria Ester Fardin Dalcin