HISTÓRIAS DO CAMINHO

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Era uma manhã de quinta-feira, dia 18 de Janeiro de 2018. O clima ameno após uma noite fria anunciava que teríamos um dia com clima suportável. Eram 06:18 h da manhã quando entrei na padaria para comprar alguns pães, o dia ia ser corrido, velório de uma irmã querida da IEQ Simioni, Torre de Oração às 8 h, visitação no HC Criança... e assim estava tudo cronometrado e dentro do previsto! Ao adentrar à padaria lá estava ela, uma menininha, loirinha, com os cabelos cacheados, com o rosto colado na vitrine de doces, olhando cara-a-cara para um sonho que havia sido estrategicamente colocado ali para saltar aos olhos dos clientes! Os olhos marejados de lágrimas denunciavam as palavras proferidas pelo pai: _Hoje não tenho dinheiro para comprar!_ Eu não havia ouvido nem visto ele dizer as palavras, mas o rostinho colado ao vidro denunciava a crise financeira que habitava no bolso daquele pai com semblante abatido e que parecia estar se dirigindo para o trabalho, mas antes deveria deixar aquela pequena em algum lugar para ser cuidada por alguém! O grito dentro de mim saltou em forma de um carinho naquela pequena cabeça, que tratou logo de esconder o rosto para que não fosse flagrada as suas lágrimas! O valor na vitrine indicava que um sonho ficaria mais caro que os 06 filões que o pai havia pedido para levar! Eram R$ 3,50! Lá no fundo do coração o Espírito Santo entra em ação e diz: _Compre três e dê à ela!_ O questionamento foi imediato! Três? Porque três? Mas logo voltei os olhos para a menininha e para quebrar o *gelo* eu disse: _Esse pessoal é cruel, né? Coloca essas coisas na cara da gente para deixar a gente com vontade!!_ Foi quando aquele lindo rostinho molhado de lágrimas se voltou para mim e disse: _É verdade e eles fazem isso todo dia, e todo dia meu pai não tem dinheiro para comprar!! E continuou, quem sabe amanhã!!_ Ao olhar para o pai, os seus olhos também estavam marejados de lágrimas e pude perceber! Esses R$ 10,50 seriam valores que fariam falta para aquela família! Eles pegaram os filões e saíram! Fiquei embascado quando o Espírito Santo gritou dentro de mim, compre os três e um leite! Naquele momento eu percebi que aquela frase: *MANDA QUEM PODE E OBEDECE QUEM TEM JUÍZO* é uma das frases mais perfeitas que já tive conhecimento!!! *Bóra obedecer!!* Quando cheguei à fila do caixa lá estavam os dois e pensando que já tinha acabado, o Espírito Santo grita novamente dentro de mim: *PAGUE OS PÃES DELE!!* Como? Ele está na minha frente! Mas se é isso, e assim que o *SENHOR* quer, quando o pai encostou no caixa e a atendente pegou os pães eu disse: _Pode deixar que eu vou pagar os pães dele!!_ O homem assustado olha para mim e perplexo não fala uma palavra, somente o seu olhar já dizia tudo!!! E eu pude ouvir os seus olhos gritando: *OBRIGADO!!!* A atendente pediu gentilmente pode trazer os seus, passei os tão desejados *sonhos e o leite* primeiro, depois os meus filões! O homem já estava indo embora quando eu pedi que aguardasse um momento! Seus olhos que estavam marejados de lágrimas ficaram surpresos! Mas segurando na mão da menininha ele parou e ficou aguardando! Acertei o que devia, e me dirigi para eles! Quando coloquei a mão dentro da sacolinha e retirei a bandeja que continha três grandes sonhos abarrotados de creme e coloquei naquelas pequenas mãos trêmulas, os seus olhos azuis fitos em mim revelava que ela não estava entendendo nada, nem eu! Entreguei o leite para pai e disse: *JESUS TE AMA!!* Os seus lábios tremeram e tentou dizer alguma coisa que eu não entendi, mas as lágrimas que rolaram pelo rosto denunciavam o que a língua não conseguiu externar! Dei-lhe um aperto de mão e perguntei se estava tudo bem. A resposta foi negativa! Posso lhe fazer uma visita mais tarde? A resposta foi positiva! Pode me passar o endereço? Ele não conseguia falar, dei o papel e a caneta para ele, e ele escreveu com as mãos trêmulas o endereço. Perguntei qual o nome da menininha, e ela respondeu: *ANINHA* Perguntei se poderia dar-lhe um beijo e ela olhou para o pai que acenou com a cabeça positivamente! Mais que depressa os pequenos braços envolveram meu pescoço e fui presenteado com um abraço/grito de *OBRIGADO*, o beijo que molhou a minha face estava gelado, lembrei do rostinho encostado na vitrine refrigerada, agradeci pelo abraço e beijo! Saímos cada um para um lado e assim começava a quinta-feira, *DEUS* sempre me surpreendendo! Sei que ao longo da quinta-feira muito mais vai acontecer, mas isso é para outra História do Caminho! Que a sua quinta-feira seja abençoada! Grande Abraço! Pr. Estevão Machado


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