Contos, lendas e outros que tais

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE FELGUEIRAS

Contos, lendas e outros que tais Textos tradicionais

2011


COMPOSIÇÃO: ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE FELGUEIRAS Casa do Curral Rua do Curral, Margaride Telef. 255 314 002 * Fax 255 314 120 4610-­‐156 -­‐ FELGUEIRAS


Contos, lendas e outros que tais

Textos tradicionais

Textos produzidos pelos formandos na Acção ͞ Z /Es Ed Z > /dhZ ^ Z/d NA AULA DO 1º CEB E DO PRÉ-­‐ ^ K> Z͟ Organização: José Alves Barrôco e José Carvalho de Sousa

2011 ESTG de Felgueiras


TÍTULO: CONTOS, LENDAS E OUTROS QUE TAIS Textos tradicionais ORIENTAÇÃO: José Alves Barrôco e José Carvalho de Sousa TEXTOS: &ŽƌŵĂŶĚŽƐ ĚĂ ĐĕĆŽ ͞ZĞŝŶǀĞŶƚĂƌ Ă >ĞŝƚƵƌĂ Ğ Ă ƐĐƌŝƚĂ ŶĂ ƵůĂ ĚŽ ϭǑ Ğ ĚŽ WƌĠ-­‐ escolar͟ ILUSTRAÇÕES: Alunos dos formandos SUPERVISÃO: Gabinete de Formação Contínua da ESTG de Felgueiras ARRANJO GRÁFICO: Gabinete de Formação Contínua da ESTG de Felgueiras CAPA: José Alves Barrôco

EDIÇÃO: Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras Casa do Curral Rua do Curral, Margaride 4610-­‐156 FELGUEIRAS Maio de 2011


PARTILHAR PARA APRENDERMOS EM CONJUNTO

͞hŵ ůŝǀƌŽ ŶƵŶca é uma obra-­‐prima: torna-­‐ƐĞ ƵŵĂ͘͟ Jules Goncourt

ĐĕĆŽ ĚĞ &ŽƌŵĂĕĆŽ ĚĞ WƌŽĨĞƐƐŽƌĞƐ ͞ZĞŝŶǀĞŶƚĂƌ Ă >ĞŝƚƵƌĂ Ğ Ă ƐĐƌŝƚĂ ŶĂ ƵůĂ ĚŽ 1º CEB e do Pré-­‐ĞƐĐŽůĂƌ͟ ǀŝƐŽƵ ƉƌŽŵŽǀĞƌ Ă ƌĞĨůĞdžĆŽ Ğŵ ƚŽƌŶŽ ĚĂ ůĞŝƚƵƌĂ Ğ ĚĂ ĞƐĐƌŝƚĂ͕ nomeadamente dos textos da tradição oral, e enriquecer o leque de materiais e recursos conducentes à melhoria do processo de ensino-­‐aprendizagem entre as crianças mais novas. Não foi intenção esmiuçar o conto, enquanto elemento da designada Literatura Tradicional Oral, mas olhá-­‐lo como mais um recurso de que os professores e educadores podem socorrer-­‐se na tarefa de ensinar a ler e a escrever, numa época dominada pela evolução constante das tecnologias. Pretendemos acima de tudo agarrar em algo nosso, que faz parte do nosso imaginário colectivo, que não morreu e trazê-­‐lo para a sala de aula, utilizando as ferramentas que a evolução tecnológica permite, convertendo-­‐se, deste modo, os alunos nos dinamizadores activos das aulas de língua materna dedicadas à escrita e à leitura.


O conto permite uma maior diversidade de trabalho nas aulas de Língua Materna que outras tipologias textuais, por força da sua natureza, não facultam. Além disto, fomenta a interdisciplinaridade entre a aula de Português e as outras áreas do saber. O fantástico das histórias tradicionais auxilia o professor a incutir nos alunos o espírito crítico, porque nelas reside o conjunto de valores em que assenta a nossa sociedade. As crianças gostam dos contos. Acreditam nas histórias, nas fadas e nas princesas que existem no seu imaginário. Quando deixam de acreditar, dizem simplesmente que a história é bonita e são transportadas para as lembranças da infância. Sendo assim, porque não aproveitar e renovar este recurso nas aulas? Mais uma vez, foi neste contexto que nasceu a ideia de se construir este livro que reflecte a partilha de experiências relativas a actividades de leitura e escrita e que procura criar nos alunos o gosto pela leitura de livros, em geral, e de histórias, em particular. Os textos aqui apresentados resultam de uma recolha levada a cabo pelos formandos, cuja adaptação, recriação e ilustração tiveram a participação activa dos seus alunos. Dada a riqueza dos trabalhos apresentados, todos entenderam que não deviam morrer num qualquer arquivo do Centro de Formação. Era obrigatória a sua partilha com toda a comunidade educativa! Foi essa constatação e a necessidade de partilhar o que de bom se faz nos estabelecimentos de ensino a génese deste livro que procura ser mais um elemento que promove a leitura e a escrita através do que mais genuíno existe em nós: a infância e as suas histórias de encantar.

Os formadores José Alves Barrôco José Carvalho de Sousa


    A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, do Instituto PolitÊcnico do Porto (ESTGF.IPP), tem por missão proporcionar formação de nível superior, com especial relevo para o desenvolvimento socioeconómico da região onde estå inserida ¹ Vale do Sousa e Baixo Tâmega. Na prossecução desta missão foi criado o Gabinete de Formação Contínua, no âmbito do qual foram estabelecidos protocolos e parcerias com diversas instituiçþes de ensino da região. Pretende-se com estas parcerias o benefício mútuo das instituiçþes, quer ao serviço das populaçþes que em conjunto servem, quer dos profissionais que nelas trabalham. Temos a certeza que assim aconteceu, mais uma vez, com a UHDOL]DomR GR FXUVR ³Reinventar a Leitura e a Escrita na Aula do 1.º CEB e do PrÊ-Escolar´ QR &ROpJLR GH 6mR *RQoDOR Aos professores e aos formandos do curso endereçamos os nossos parabÊns pelo trabalho realizado, cujo sucesso pode ser aferido pelo prazer da leitura desta singela publicação.

LuĂ­s da Costa Lima (Presidente ESTGF.IPP) Â Â Â Â Â Â



Os Formandos Ana Olívia Baptista Soares de Queirós e Naia Ana Paula Faria Vaz Fontoura de Magalhães Ana Paula Gonçalves Branco Carla Isabel Araújo Graça Medeiros Carlos Filipe Lemos Martins de Carvalho Cristina Manuela Mendes Pereira Lopes Liliana Antília Carvalho de Sousa Luís Filipe Taveira Pinto Luísa Maria Alves Ferreira Mendes Maria Angelina Nogueira Pires da Silva Pinto Maria Aurora Ferreira Ribeiro Maria das Dores Mendes Amorim Maria Olívia Castro Lopes Cerqueira Maria Teresa Ferreira Carneiro Maria Teresa Pires Mesquita Marta Isabel Monteiro Pinto Rita Maria da Silva Soares Pereira Sandra Amélia da Silva Cerqueira de Magalhães Senhorinha das Dores de Sousa Teixeira Verónica Gabriela Queirós Pinheiro


Contos e Lendas São as Lendas ŽƐ ŽŶƚŽƐ ͙ E OutƌŽƐ ͙ Contadas pelas lendas dĂŝƐ ƋƵĂŝƐ ͙ Os Ouvidos Escrevem Os Olhos Pintam Com as Mãos Lendárias Da TRADIÇÃO.

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UMA MORTALHA PESADA A OURO Segundo reza a lenda, muitos foram os milagres realizados por S. Gonçalo, quando resolveu unir as duas margens do rio Tâmega, com a construção de uma ponte. Na altura, esta obra era considerada tão difícil, quer em termos humanos, quer financeiros, que todos achavam que só um milagre faria com que fosse possível alcançar tal empreendimento. Mas, o frade devoto em Deus não desistiu e chegado a uma localidade chamada Padrão da Teixeira dirigiu-­‐se a um nobre considerado o mais abastado da região, para que este o ajudasse, obtendo como resposta uma simples gargalhada e uma mortalha que dizia que a sua esposa lhe desse como esmola, o equivalente ao peso da mesma. O Santo pediu que fossem cumpridas as ordens do fidalgo e que a referida mortalha fosse pesada. Qual o espanto de ambos, quando depararam que a mortalha era mais pesada que um grosso anel, uns brincos e um cordão de ouro. O frade pegou então no que lhe pertencia, agradeceu e foi-­‐se embora feliz, agradecendo a Deus por lhe ter concedido mais um milagre. Ilustração Alunos 1ºC ʹ Colégio de S. Gonçalo

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AS HISTÓRIAS DO SANTO "SÃO GONÇALO"

PRIMEIRA HISTÓRIA

São Gonçalo é um santo português com culto permitido pelo papa Júlio III, em 24 de Abril de 1551. Nascido em Tagilde no ano de 1187, estudou rudimentos com um devoto sacerdote. Depois, frequentou a escola arquiepiscopal em Braga. Após ordenado sacerdote, foi nomeado pároco de São Paio de Vizela. Foi a Roma e Jerusalém. No regresso, São Gonçalo passou por um período de busca interior e encontrou na experiência popular a maneira de converter pecadores. Para converter as prostitutas, ele vestia-­‐se de mulher, tocava viola e dançava alegremente, apesar dos pregos no sapato, o que feria os seus pés. O santo zelava pela virtuosidade das mulheres; organizava, para elas, danças aos sábados até se cansarem. Ele entendia que as mulheres que participassem nessas danças aos sábados não cairiam em tentação no domingo. Quando vigário de São Paio de Vizela, fez vários casamentos de mulheres que perderam a virgindade. Pregou e operou supostos milagres por todo o norte de Portugal. Sobre o rio Tâmega construiu uma ponte. São Gonçalo morreu no dia 10 de Janeiro de 1259, em Amarante, no Douro, à margem direita do rio Tâmega. Após sua morte, passou a ser protector dos violeiros, remédio contra as enchentes, além de casamenteiro. Diz a lenda que a mulher que tocar com alguma parte do corpo o túmulo do santo, terá casamento garantido dentro de, no máximo, um ano. A dança inventada por ele continuou a ser realizada por diversos grupos que além de festejarem o santo, pagam promessas.

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SEGUNDA HISTÓRIA Beato Gonçalo de Amarante, São Gonçalo, é o santo português que, sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de Santo António de Lisboa. Na sua História Eclesiástica de Portugal, o Padre Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte: «S. Gonçalo de Amarante que se supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado por Pio IV (1561); Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem Dominicana (1671)». Terá sido São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer ideia ou propósito, ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou do seu culto? O mais antigo documento que se refere a São Gonçalo, é um testamento de 18 de Maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis lega os seus bens à Igreja de São Gonçalo de Amarante. Quer dizer, uns 20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita «de São Gonçalo de Amarante». E há outros documentos... e escritos sobre a figura de São Gonçalo e o seu culto. Na biografia oficial de São Gonçalo, apresentada como tal a partir do Flos Sanctorum de 1513, não há dúvidas: São Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou rudimentos com um devoto sacerdote e frequentou depois a escola arquiepiscopal de Braga. Ordenado sacerdote foi nomeado pároco de São Paio de Vizela. Depois foi a Roma e Jerusalém; no seu regresso vendo-­‐se desapossado do seu benefício prosseguiu um caminho de busca interior já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a pregação popular... e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o que se faria dominicano... As coisas não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre diocesano, cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou dominicano, tenha -­‐ quase por certo -­‐ passado de uma a outra condição, nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza e o vigor da sua figura. cf. MAGALHÃES, Arlindo (1995) São Gonçalo, História ou lenda, Ed. Amarante Magazine -­‐ Paróquia de São Gonçalo, p. 62.

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TERCEIRA HISTÓRIA Os pesquisadores relatam que São Gonçalo de Amarante viveu e morreu durante o século XII d. C. no Douro, Portugal. Ele era um homem comum, trabalhador, construiu a Igreja de Nossa Senhora, em cima de um rochedo, e diversas pontes sobre rios. Em toda sua vida dedicou-­‐se a fazer o bem e transmitir o amor a Deus e a paz espiritual ao homem. Nas suas peregrinações, levava consigo uma viola de cordas, invocava o povo através de suas melodias, tocadas nas rodas de danças formadas ao ar livre, por moças e rapazes. Além das mensagens de fé e carinho que transmitia, ele foi exemplo de dignidade e santificação. Existem muitas lendas a respeito do santo protector das mulheres e dos casais apaixonados. Contam que ele transmite tranquilidade e alegria a todos. Protege sempre os que amam. Ajuda as pessoas a encontrar a pessoa certa para amar e ser feliz por toda a vida. Para alguns, São Gonçalo possui poderes sobrenaturais contra o mal e contra as adversidades. Tanto no Brasil como em Portugal as procissões a São Gonçalo são acompanhadas por rapazes e moças que desejam casar, carregando velas acesas, durante todo o percurso. Se a vela não apagar até o final da procissão, é certeza casarem-­‐se no mesmo ano. www.lucianoqueiroz.com

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A LENDA DA DONA LOBA O Convento de São Gonçalo foi construído com a ajuda de muitos trabalhadores. As pedras eram pesadas e vieram da Serra do Marão para a vila de Amarante. Era um trabalho muito pesado e por isso foram pedir ajuda a São Gonçalo. Após ouvir a súplicas dos trabalhadores, São Gonçalo dirigiu-­‐se a uma senhora a quem chamavam Dona Loba e que vivia na aldeia de Gondar. A senhora possuía uma junta de bois e São Gonçalo pediu-­‐lhos emprestados. Os animais eram muito bravos segundo referiu a dona. São Gonçalo pediu um fio de linha a uma idosa que estava a fiar à soleira da porta, para os atar. A partir daquele momento tornaram-­‐se mansos. Os trabalhadores conseguiram trazer toda a pedra necessária para a construção do Mosteiro. No final do trabalho, São Gonçalo entregou, como tinha prometido, à Dona Loba os animais. Ao entregar perguntou-­‐lhe se os pretendia mansos ou bravos. Dona Loba respondeu que os pretendia mansos, São Gonçalo largou-­‐os e estes dirigiram-­‐se mansamente para o pasto.

Há uma outra versão da lenda que diz que Dona Loba não quis os bois aleijados e magros, mas sim como eram antes. Então São Gonçalo tê-­‐los-­‐á soltado, estes fugiram e nunca mais ninguém lhes pôs a vista em cima. Ilustração Turma do 4º B ʹ Colégio de S. Gonçalo Fernandes, Cidália (2008). As Pegadinhas de São Gonçalo. Lisboa: Plátano Editora, p. 31 a 37. www.eb1-­‐sede-­‐amarante.rcts.pt/3ano_c_actividades.htm www.lendarium.org

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AMADEO DE SOUZA CARDOSO Amadeo de Souza Cardoso foi um pintor português, precursor da arte moderna, nasceu em Amarante, Manhufe a 14 de Novembro de 1887 e morreu prematuramente com 31 anos, sem ter oportunidade de ver o seu trabalho reconhecido. Foi um visionário, vivia fora do seu tempo. Embora curta, a sua obra tornou-­‐se imortal. Frequentou o curso de Arquitectura, mas não o terminou. Com 19 anos mudou-­‐ se para Paris, tendo o primeiro contacto com o Impressionismo, Expressionismo e o Cubismo. Tornou-­‐se muito próximo de Amadeo Modigliani, repartindo com este o ateliê e realizando exposições. Em 1912 publicou um álbum com vinte desenhos e copiou o conto de Gustave Flaubert «La legende de Saint JulieŶ ů͛,ŽƐƉŝƚĂůŝĞƌ͕ͩ ƚƌĂďĂůŚŽ ŝŐŶŽƌĂĚŽ ƉĞůŽƐ apreciadores de arte. Este último trabalho, depois de ficar muitos anos nas mãos do editor, acabou sendo adquirido pela própria viúva do pintor, para evitar que fosse destruído. Depois de expor nos Estados Unidos da América em 1913, voltou a Portugal, onde realizou duas exposições, no Porto e em Lisboa. Em 1914, em Barcelona, encontra-­‐se com Antoni Gaudí e parte para Madrid onde é surpreendido pela I Guerra Mundial. Regressa então a Portugal, onde iniciou meteórica carreira na experimentação de novas formas de expressão, tendo pintado com grande constância, chegando a expor no Porto 114 obras com o título «Abstraccionismo». As suas obras foram criticadas, ridicularizadas e, em momentos, houve confronto físico entre críticos e defensores. Em 1918, Amadeo de Souza Cardoso, morre prematuramente em Espinho, vítima de «pneumónica» que grassava em Portugal. Texto adaptado de http://pt.wikipedia.org/wiki/Amadeo_de_Souza-­‐Cardoso

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Trabalho realizado pelos alunos do 1º ano do Colégio de S. Gonçalo no ano lectivo de 2009/2010

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POEMA / CANÇÃO PARA DIA DO PAI Ele é grande ouvinte Ele é um grande amigo Ele é um grande Pai Está sempre lá comigo. Olha, olha, olha E não para de pensar ŵ ƚƵĚŽ Ɖ͛ƌĂ ŵĞ ĂũƵĚĂƌ͊ Ele é um bom parceiro Ele é muito esperto Ele é campeão Está sempre ali por perto. Se eu choro ou estou a rir Sei que está ali W͛ƌĂ ůŽŐŽ ŵĞ ĂĐƵĚŝƌ͊ Eu gosto muito dele De todo o seu jeito Vou tê-­‐lo sempre guardado Aqui juntinho ao peito. Abraços e beijinhos Sempre lhe vou dar Sem nunca me cansar! Inspirado na música ͞sĞŵ YƵĞ Ƶ sŽƵ-­‐ƚĞ ĞŶƐŝŶĂƌ͟de Panda vai à escola. Ilustração Alunos JI de Real ʹ Vila Meã, Amarante.

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PAPOS DE ANJO DE AMARANTE Doce de ovos e amêndoa envolvidos em obreia e cobertos com calda de açúcar, eis os papos de anjo que Alcino dos Reis apresentou como sendo um dos doces mais tradicionais herdados do convento amarantino. Tempo de preparação: 1 hora Tempo de cozedura: 40 minutos Ingredientes 700g de açúcar 125g de miolo de amêndoa 12 gemas 2 folhas de obreia 1 dl de água Ponha 450g de açúcar ao lume com cerca de 2,5 dl de água; ao atingir o ponto de pérola, junte o miolo de amêndoa, pelado e passado pela máquina. Deixe ferver 5 a 6 minutos e retire do lume, esperando que o preparado fique morno para adicionar as gemas, previamente batidas só para deslassar. Deixe repousar até ao dia seguinte. Corte a folha de obreia em rodelas de 7 ou 8 cm de diâmetro e molhe-­‐as a toda a volta com um pincel humedecido. Coloque no centro 1 colher de chá bem cheia de recheio, dobre ao meio e calque para os bordos colarem. Faça com o restante açúcar uma calda em ponto de pasta e cubra com ela os papos de anjo. Deixe secar antes de servir. Livro: Tesouros da Cozinha Tradicional Portuguesa Ilustração Leonor 4 anos

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LÉRIAS DE AMARANTE As lérias, especialidade de Amarante, fazem parte de um conjunto de doces da terra cuja autoria se deve a Alcino dos Reis, vulgarmente conhecido como Alcino das Lérias, que possuía uma pastelaria cuja fama excedia os limites da vila. Tempo de preparação: 45 minutos Tempo de cozedura: 20 minutos Ingredientes: 250g de amêndoa 250g de açúcar refinado 50g de farinha 0, 5dl de água tépida 250g de açúcar pilé Farinha q.b. Amasse a farinha, o açúcar refinado e a amêndoa ralada juntamente com a água. Uma vez o preparado bem amassado, tenda rolos, envolva-­‐os em farinha, corte-­‐os às rodelas e espalme estas com a mão. Leve-­‐as ao forno brando em tabuleiro polvilhado de farinha. Entretanto, leve ao lume o açúcar pilé com 1 dl de água até formar ponto de espadana, esmagando-­‐o contra as paredes da caçarola até a calda se tornar opaca. Passe as lérias por esta calda e deixe-­‐as secar. Livro: Tesouros da Cozinha Tradicional Portuguesa Ilustração Leonor 4 anos

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GONÇALO E AS MOÇAS Conta a lenda que numa certa aldeia havia um rapaz que se chamava Gonçalo, o qual gostava de pregar muitas partidas às pessoas que ali viviam. A sua brincadeira preferida era partir as cantarinhas às moças que iam à fonte. Todas chorosas iam para casa acusando-­‐o de lhas partir. Os pais das moças ficavam zangados e iam ter com ele o qual mostrava as cantarinhas inteiras o que fazia com que os pais castigassem as filhas por serem mentirosas. Por seu lado Gonçalo livrava-­‐se desta partida e preparava-­‐se para arranjar outra.

Ilustração Margarida

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HINO AO COLÉGIO Amiguinho, vem daí Vem connosco aprender Vamos juntos descobrir A aventura do saber. Nesta escola começámos Há algum tempo atrás Os dias passam depressa Não olhamos para trás. Já sabemos muito bem Os contos de fadas ler E as contas de somar Muito fáceis de fazer. Dançar, cantar e sorrir

E o caminho que nos falta

É ainda bem melhor

Brincamos, damos as mãos,

Só terminará assim:

Com alegria e amor.

Quando formos

Aos professores devemos

Engenheiros

O apoio que nos dão

E doutores

Ao colégio agradecemos

Enfermeiros,

Porque nos deu sempre a mão

Polícias,

Professores,

Valeu a pena, perguntam.

Bombeiros...

É evidente que sim

Canção interpretada pela turma do 3ª A -­‐ Colégio de S. Gonçalo.

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ANA, IVO E O RATO RATINHO Era segunda-­‐feira, o céu estava azul e sol bem redondinho e sorridente batia mesmo em cima do girassol amarelinho. Na casa da menina Ana, e sem ninguém saber, vivia o rato Ratinho que gostava muito de queijinho. Na terça-­‐feira, o céu estava escuro e caíam pingas de água fresquinha. O menino Ivo resolveu fazer uma visita à amiga Ana. Vestiu a camisa verde, o casaco preto e calçou umas botas amarelas. Ao chegar a casa viu a Ana à janela. -­‐ Olá Ana! Que bonito girassol tens na janela! -­‐ Está a apanhar sol para ficar mais quentinho. Vou buscar a chave para te abrir a porta. ʹ disse a menina. ĞƐĐĞƵ Ă ĞƐĐĂĚĂ Ğ ƚƌŽƉĞĕŽƵ ŶŽ ƐĂƉĂƚŽ͙ ŵĂƐ pôs-­‐se de pé muito depressa porque viu o rato Ratinho. -­‐ Vou atirar-­‐te com o sapato, seu rato feio! -­‐ Dá-­‐me antes uma uva! -­‐ pediu o Ratinho. -­‐ hŝ͊ dƵ ĨĂůĂƐ͍͊ ͙ ŐŽƐƚĂƐ ĚĞ ƵǀĂƐ͍͊​͊​͊ ĞǀŽ ĞƐƚĂƌ Ă ƐŽŶŚĂƌ͙ sŽƵ chamar o Ivo. Com a chave, abriu a porta da casa branca de telhado vermelho. -­‐ Ó IIIIIIIvo! Está aqui um rato que fala e que gosta de uvas! Acreditas? -­‐ Nãããããão! Caíste e bateste com cabeça?

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-­‐ ^ŝŵ͕ ƚƌŽƉĞĐĞŝ ŶŽ ƐĂƉĂƚŽ ƋƵĂŶĚŽ ĚĞƐĐŝĂ Ă ĞƐĐĂĚĂ͙ -­‐ Magoaste-­‐te? ʹ perguntou o Ratinho. O Ivo ficou de boca aberta. -­‐ Estás a ver como eu tinha razão? ʹ disse a Ana. Aaaaaahhhh!!!!!! Um rato! E desatou a correr tanto que só parou à beira da árvore verde, onde estava um ninho com um ovinho e a galinha da vizinha. A Ana desatou a rir e o rato também. -­‐ Vamos lá comer umas uvinhas? -­‐ perguntou a Ana. -­‐ Sim, uvinhas redondinhas e docinhas! ʹ disse o Ratinho. Passado pouco tempo, e sem medo, o Ivo apareceu e os três comeram uvas. Tantas uvas que ficaram com uma grande dor de barriga, mas MUITO AMIGOS. História inédita construída oralmente pelos alunos, auxiliados pela professora. Foi baseada no método das 28 palavras. Ilustração alunos 1º A Colégio de S. Gonçalo -­‐ Amarante

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AS FADAS IRMÃS A fada das meninas, a fada dos meninos, a fada das dores de barriga, a fada das meias e a fada dos sapatos já estavam sentadas na mesa redonda, onde uma vez por ano todas as fadas do reino se reúnem para falarem de tudo, pois para quem não sabe, as fadas são muito curiosas. Para variar, faltavam as fadas atrasadas: a fada da roupa, a fada das flores coloridas, a fada do tempo, a fada dos livros, a fada das borboletas, a fada do rio que andava sempre molhada e a fada do pó mágico. Passado algum tempo, em fila indiana, muito bem organizada, entraram as fadas atrasadas. -­‐Irmãs, estamos todas. -­‐disse a fada das meninas. As fadas são todas irmãs, nascem no primeiro dia de Outono quando as primeiras gotas de orvalho beijam levemente as folhas verdes das acácias. A cada uma delas é dada uma missão e uma varinha de condão que protegem e guardam como o maior tesouro do mundo. -­‐Tive a sensação de estarmos a ser seguidas quando nos dirigíamos para aqui ʹ disse a fada do rio. Resolvemos separar-­‐nos ao vir para aqui. Foi por isso que chegamos atrasadas. -­‐Eu acho que era o rei Ricardo! -­‐Não repitas o nome que até fico com pele de galinha! ʹ disse a fada do tempo que é a mais pequenina.

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Ouviu-­‐se um estrondo, o rei tentava entrar. As fadas tentaram esconder-­‐se por todo o lado e, mal o rei colocou um pé dentro da casa, começaram a ser disparados raios de água, corações de amor, sapatos velhos, livros enormes e pesados e trovões. Mas o rei continuava a entrar devagarinho, pois nada lhe causava mossa alguma. -­‐ Ahahahahah! Não me podem fazer mal. Eu sou o rei Ricardo, senhor das trevas e imperador do mal! Vou raptar-­‐vos, congelar-­‐ vos e colocar-­‐vos no meu jardim. Não voltarão a ser mais poderosas do que eu e serei senhor de todo o vosso reino! E começou a disparar uma luz azul forte que iluminou toda a casa. -­‐Estou a sentir frio, tenho as mãos geladas, não sinto os pés! ʹ disse a fada dos meninos. Uma a uma, as fadas foram caindo duras como pedras, congeladas! O rei Ricardo carregou-­‐as sem dar conta que não tinha congelado a fada do tempo, que entretanto se tinha escapado para o jardim. Seguiu o carro do rei até sua casa. Como era pequena, conseguiu entrar através do buraco da fechadura e, com a sua varinha de condão, derrubou o rei que, atordoado, caiu ao chão. Vencido o rei, era urgente libertar as queridas irmãs! Resolveu acordar o Sol quente do Verão e pedir-­‐lhe que brilhasse com toda a sua força. Ele assim fez porque gostava dela. Aos poucos o gelo foi derretendo e as fadas lá conseguiram ver-­‐se livres da sua prisão. Quando o rei Ricardo acordou, as fadas deram-­‐lhe uma lição e ele nunca mais se meteu com elas. Ilustração Alunos do 2.ºB Colégio de S. Gonçalo.

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LENDA DAS SENHORINHAS E DOS GERVÁZIOS Há muitos anos atrás Lá para as bandas de Barroso Corria o rio Rabagão No fundo de um desfiladeiro tortuoso. Eis que um dia um criminoso Que vadiava pela região Apressado na sua fuga Queria atravessar o Rabagão Sem ponte para atravessar Iria ser preso e julgado Não esteve com meias medidas Vendeu a alma ao diabo Estando este satisfeito A ponte fez aparecer Chegando o criminosos à outra margem Ouviu-­‐se um barulho de ensurdecer Algum tempo depois Tratou de cobrar A alma que lhe pertencia Estava na hora de a levar Aflito o criminoso O padre mandou chamar Queria os últimos sacramentos E do diabo se livrar Lá partiu o corajoso padre Mas o mesmo problema encontrou Não havia ponte para atravessar

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Ergueu as mãos e a Deus orou A noite ia chegando E cansado de esperar Avista o padre na outra margem Um bicho negro a olhar! Era Satanás Que logo uma ponte fez aparecer Tentando o zeloso padre Que não se deixou convencer Em direcção ao diabo A água benta atirou Que logo desapareceu E um cheiro a enxofre deixou Ponte mágica ou ponte do diabo Conhecida assim ficou A ponte da Misarela Devido ao que aqui se passou Os dois santos Gervázio e Senhorinha Por esta ponte passaram Pensaram em benzer estas águas E ao primo e bispo S. Rosendo a sua intenção confessaram Espalhou-­‐se então a fama Das águas milagrosas e fecundas do rio Rabagão Que aliviavam todos os males Das gentes da região Acontecia que nestes tempos A muitos jovens casais Morriam muitos filhos Que não chegavam a conhecer os pais Então um casal barrosão Com medo de mais um filho perder Decidiram ir à ponte das águas santas.

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O seu filho na barriga benzer Quando lá chegaram Tiveram de esperar Depois da meia-­‐noite e antes de o nascer do sol Quem seria o primeiro a passar? Já cansados de esperar Passos ouviram a aproximar Viram então um barrosão Que com eles foi falar Pediu o casal ao passante Se o baptizado podia fazer Com estas águas da vida Que por baixo da ponte continuavam a correr O passante assim o fez Do rio o caneco cheio puxou Erguendo a saia da mulher Na barriga a água derramou ͞ Ƶ ƚĞ ďĂƉƚŝnjŽ ĐƌŝĂƚƵƌĂ ĚĞ ĞƵƐ Se fores rapaz, Serás Gervás, Se fores menina, Serás SĞŶŚŽƌŝŶŚĂ͘͟ E assim na região de Barroso Muitos moços e mocinhas Ainda hoje se chamam Gervázios e Senhorinhas! A ponte da Misarela Em toda a sua magnitude De ponte mágica ou do diabo Passou a ser também ponte prenha da virtude! Lenda em rima, baseada no livro do padre Fontes

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LENDA SENHORA DA APARECIDA Nos últimos anos do século XVIII, pedia esmola por esta terra um pobre ermitão, contando-­‐se ser estrangeiro. Todos o amavam porque era muito bondoso, estimava os animais e respeitava as crianças. Morava num subterrâneo, numa antiga mina seca, que existia no monte da Conceição, lugar onde hoje se encontra a Ermida de Nossa Senhora Aparecida. Trazia consigo, num oratório, uma imagem da Virgem Maria, que apresentava quando pedia esmola. Por vezes alargava os seus passeios e, assim, se passavam meses sem ser visto nestes sítios. Mas, um dia, desapareceu de vez. O que lhe teria acontecido? Ninguém sabia responder. E, assim passou ao esquecimento. Passaram-­‐se muitos anos, até que um fenómeno veio chamar a atenção do povo para o antigo abrigo do ermitão. Eram estrelas cadentes que, em noites seguidas, ali pareciam ir beijar o chão. E também faíscas eléctricas que, em dias de tempestade, ali caíam sem perigo. O povo e o vigário, admirados com o que se passava, resolveram ir escavar e encontraram sinais de uma mina aluída, onde apareceu a pequena imagem da Virgem, que passou a tomar o nome de Senhora Aparecida. Perto de tal imagem, encontra-­‐se uma panela, alguns restos e carvão. Era ali que o pobre mendigo descansava e foi ali, também, a sua sepultura. Foi, por certo, um novo aluimento que soterrou, mas deixando inteira a pequenina imagem que o acompanhou em vida. Quando isto se descobriu, os sinos repicaram e lágrimas de alegria cobriram o rosto de todos quantos assistiram a este acontecimento. A notícia correu todo o norte de Portugal. A partir daí, começou a peregrinação a este santo lugar. Assim começou a festejar-­‐se a Romaria de Senhora Aparecida, nos dias 13, 14 e 15 de Agosto de cada ano. Foto da imagem da capela de Nossa Senhora Aparecida

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NOTÍCIA DO JORNAL DE AMARANTE 23 DE DEZEMBRO DE 2010 -­‐ COLÉGIO DE S. GONÇALO No passado dia 16, quinta-­‐feira, teve lugar no Colégio de S. Gonçalo, uma festinha com os pequeninos do Jardim-­‐de-­‐infância e Creche, que contou com a presença dos pais e avós, que muito se divertiram com as actuações musicais dos mais pequenos. Participar neste encerramento escolar, preparando as férias do Natal, contando com o interesse do Director do Colégio, Reverendo Padre Clemente, e da Senhora Professora Rita Pereira, Responsável pelo Infantário, Jardim-­‐de-­‐infância e Internato, e beneficiando da contribuição monetária dos Pais na ajuda aos mais vulneráveis, revertendo ƉĂƌĂ Ă ƐƐŽĐŝĂĕĆŽ ͞ d ZZ K^ ,KD E^͕͟ ĨŽŝ Ƶŵ ĨƌƵŝƌ ĚĞ emoções que se regista e agradece.

À Educadora Rita, com experiência pelo seu papel de voluntariado,

desempenhado em várias Instituições, naquele desafio de que gosta de partilhar, agradecemos muito a sua alegria e motivação, determinantes para a canalização do valor recolhido. Às alunas do Internato que também contribuíram com as suas economias e quiseram ĚĂƌ ŽƵƚƌĂ ĚŝŵĞŶƐĆŽ ŶĂƚĂůşĐŝĂ ĂŽƐ :ŽǀĞŶƐ ĚĂ ͞dĞƌƌĂ ĚŽƐ ,ŽŵĞŶƐ͕͟ Ă ŝƌĞĐĕĆŽ ĚĞƐƚĂ Instituição agradece a maneira fraterna e espontânea do gesto recebido. Mantém-­‐ƐĞ Ž ĐŽŶǀŝƚĞ ƉĂƌĂ ƵŵĂ ǀŝƐŝƚĂ ă ͞dĞƌƌĂ ĚŽƐ ,ŽŵĞŶƐ͟ Ğ ĂƐƐŝŵ ŝƌĆŽ entender, localmente, o empenho diário das profissionais que contribuem para dar às crianças e jovens o que nunca tiveram até cheŐĂƌ Ă ĞƐƚĂ ĐĂƐĂ͗ DKZ͘ ͞dĞƌƌĂ ĚŽƐ ,ŽŵĞŶƐ͟ Ġ ƵŵĂ /ŶƐƚŝƚƵŝĕĆŽ ĚĞ ^ŽůŝĚĂƌŝĞĚĂĚĞ ^ŽĐŝĂů͕ ƐĞŵ ĨŝŶƐ ůƵĐƌĂƚŝǀŽƐ͕ ƋƵĞ ĂĐŽůŚĞ crianças e jovens em risco. Foi fundada em 1992, acolhe crianças dos 0 aos 12 anos, de ambos os sexos, que se encontram em risco, estando actualmente 25 no Centro de Acolhimento Temporário e 5 em Unidade de Emergência. A Direcção da Terra dos Homens Ilustrações da notícia do Jornal de Amarante ʹ 23/12/2010 Festa de Natal da Creche e do Jardim-­‐de-­‐infância do Colégio de São Gonçalo

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COLÉGIO DE SÃO GONÇALO Festa de Natal

ŶƚƌĞŐĂ ĚŽ ĐŽŶƚƌŝďƵƚŽ ĚĞ EĂƚĂů ĂŽ ZĞƉƌĞƐĞŶƚĂŶƚĞ ĚĂ ͞dĞƌƌĂ ĚŽƐ ,ŽŵĞŶƐ͟

Ilustração Paulo José Pereira Idade: 7 anos Colégio de São Gonçalo

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O CASAL DE DIABOS DE AMARANTE No período das Invasões Francesas em 1809, no séc. XIX, o casal de diabos que existia no Mosteiro de São Gonçalo e fazia parte do culto da fertilidade, não passou despercebido e, por isso, também não foi poupado. Os soldados de Napoleão pegaram nos diabos, vestiram-­‐nos com roupas de frades e queimaram-­‐nos. Depois, organizaram uma procissão pelas ruas da vila, mostrando as suas habilidades de mau gosto e o pouco respeito que tinham pelos frades do convento.

Muito depois da fuga dos franceses, os frades do convento pediram ao mestre

António Ferreira de Carvalho que fizesse um casal de diabos igual ao que tinha sido queimado na altura da invasão.

O mestre lá fez os diabos, mas desta vez eles ficaram com um furo de cada lado

da cabeça, que servia para colocar uma vela ou uma cruz. Depois de prontos, lá foram fazer companhia aos santos do altar.

Mas, a história de tão atribulado casal continuou.

Por volta de 1870, o bispo de Braga considerou uma vergonha os diabos

partilharem lugar com os santos e ordenou que os queimassem. Tal não aconteceu, no entanto, o diabo ficou sem os órgãos sexuais.

Mais tarde, um inglês que passou por Amarante achou os diabos engraçados,

comprou-­‐os e levou-­‐os, apesar dos protestos da população. Em 1889 este inglês expôs o casal na Feira Internacional de Paris. O casal regressou pouco tempo depois face a várias investidas diplomáticas exercidas pelo então presidente da Câmara Municipal, António do Lago Cerqueira, e nesse dia houve festa. O dia dos diabos passou a ser a 24 de Agosto e nesse dia não se trabalhava, era como se fosse dia santo.

Os diabos estão agora no Museu Amadeo de Souza Cardoso, como símbolo de

tradição. www.wikipedia.org/wiki/ Procissão_dos_diabodiabosdeamarante2010.blogspot.com/ www.cm-­‐amarante.pt/

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PRINCESA DO TÂMEGA Amarantina por casamento e adopção, aprendi, com o decurso dos anos, a apreciar as belezas desta cidade e sobretudo do rio que a atravessa. Observando meu marido a descrever aos netos como se vivia em Amarante e como o rio era importante na vida dos amarantinos. Contava assim: «Da vossa idade, ou mais novitos, quatro ou cinco anos, aprendíamos a nadar. ^ĂşĂŵ ƚŽĚĂƐ ĂƐ ŵĂŶŚĆƐ ĚŽŝƐ ŽƵ ƚƌġƐ ďĂƌĐŽƐ͕ ƵŶƐ ĚŽ ͞ ƌƋƵŝŶŚŽ͕͟ ŽƵƚƌŽƐ ĚŽ ͞DĞƌĐĂĚŽ͟ Ğ juntos navegavam, rio acima, impulsionados por vigorosas remadas dos filhos da ^ĞŶŚŽƌĂ ͞/ƐĂďĞůnjŝŶŚĂ͕͟ ĐĂƌƌĞŐĂĚŽƐ ĚĞ ŵŝƷĚŽƐ Ğ ƵŵĂ DĆĞ Ğŵ ĐĂĚĂ ďĂƌĐŽ͘ ŚĞŐĂĚŽƐ ăƐ ͞ njĞŶŚĂƐ͕͟ ĞƌĂŵ-­‐nos postas debaixo dos braços duas cabaças, unidas por uma correia e assim flutuávamos aprendendo alguns movimentos de ŶĂƚĂĕĆŽ͘ YƵĂŶĚŽ Ă ^ĞŶŚŽƌĂ ͞/ƐĂďĞůnjŝŶŚĂ͟ ĞŶƚĞŶĚŝĂ ƋƵĞ ĞƐƚĄǀĂŵŽƐ ĂƉƚŽƐ͕ acompanhava-­‐nos até ao meio do rio e largando-­‐ŶŽƐ͕ ƐĞŵ ĐĂďĂĕĂƐ͕ ŐƌŝƚĂǀĂ͗ ͞Ž ŵĞŶŝŶŽ mexa que enquanto mexer não vai ao ĨƵŶĚŽ͘͟ KůĄ ƐĞ ŵĞdžşĂŵŽƐ Ğ ƋƵĞ ƌĂƉŝĚĂŵĞŶƚĞ chegávamos à margem! Ao fim da manhã; pão com aquelas compotas caseiras ou ĂƋƵĞůĂ ŵĂŶƚĞŝŐĂ ĂǀƵůƐŽ ĚĂ ͞sŝƷǀĂ ĚŽ dĞſĨŝůŽ͖͟ ƐĞĐĂƌ ĂŽ ƐŽů Ğ ƌĞŐƌĞƐƐĂƌ Ă ĐĂƐĂ͘ EŽ ĚŝĂ seguinte voltaríamos. Mais tarde, adolescentes e alunos do Colégio de São Gonçalo, situado na margem do rio, era este que com as suas cheias nos dava alguns dias sem aulas. Galgando as margens inundava o ginásio e a entrada dos rapazes, (sim, havia uma entrada de rapazes e outra para raparigas). Anos houve em que a destruição foi ŝŵĞŶƐĂ͕ ĐŚĞŐƵĞŝ Ă ĂŶĚĂƌ ĚĞ ďĂƌĐŽ ŶŽ ͞ ƌƋƵŝŶŚŽ͘͟ ZĞƉĂƌĞŵ ƋƵĞ ĂƐ ŵĂƌĐĂĕƁĞƐ ĨĞŝƚĂƐ ŶŽ ͞ ŽǀġůŽ͟ ƐĆŽ ŵĂŝƐ ĂůƚĂƐ ƋƵĞ ǀſƐ͘ Anos depois era ainda este rio testemunha de tímidas promessas de amor que fazíamos, passeando nas suas margens e atirando pequenas pedras para o seu leito. Agora, tal como eu, está mais velho, lento e poluído, espero que, como a mim, o vosso amor o mantenha vivo.» Foi ouvindo estas e muitas outras histórias que aprendi a observar e gostar deste rio que fez de Amarante sua princesa.

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BREVE HISTÓRIA DE AMARANTE Vamos contar uma história Que fica p´ra cá do Marão Da cidade de Amarante Que temos no coração É uma cidade encantadora Cheia de rara beleza Tem aos pés o Rio Tâmega De extraordinária grandeza Amarante é um jardim Matizado de flores As telas foram pintadas Por grandes e ilustres pintores Esta cidade encantada É um mundo de poesia De muitas telas pintadas E cheias de fantasia A alegria das fontes São lágrimas de Pascoaes As flores são o poeta Nos arranjos florais. Mosteiro de S. Gonçalo Monumento de rara beleza É o nosso património E uma grande riqueza.

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A igreja de S. Gonçalo Visitada por muitos turistas Actuam grandes orquestras E também boas fadistas. Há vestígios romanos E igrejas medievais Solares que guardam história Recheados de canaviais. Não podemos esquecer O nosso S. Gonçalinho Casamenteiro das velhas Quando puxam o cordelinho. Nesta pequena história Não esquecemos a gastronomia O nosso cabrito assado E a deliciosa doçaria. Muito mais havia a contar Da cidade de Amarante Convidamos toda a gente A ver o Marão deslumbrante. Ilustração Alunos do 4º A -­‐ Colégio de S. Gonçalo

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LENDA DE SÃO GONÇALO E OS PÁSSAROS Em data não precisa, no que respeita não só ao dia mas também ao mês e ano, os pais de Gonçalo Pereira, menino em idade de brincar, tiveram necessidade de ir a uma romaria a S. Paio de Vizela, aldeia próxima de sua residência, não só para fazerem algumas compras mas também para venerarem o santo padroeiro. Como, logo de manhã cedo, tivessem posto o milho-­‐alvo na eira para secar visto estar um dia soalheiro, chamaram o filho Gonçalo e incumbiram-­‐no de vigiar o milho para que os pardais e os outros pássaros não o comessem. Gonçalo prometeu cumprir com as recomendações do pai mas também queria ir à festa. Deixou que os pais saíssem e começou a pensar como é que haveria de ir à romaria sem deixar que os pardais comessem o milho. Pensou, tornou a pensar e sem demoras descobriu como ir à festa. Começou a chamar todos os pássaros que havia por ali e meteu-­‐os todos no alpendre fechando a porta com todo o cuidado. Guardados os pássaros meteu pés ao caminho e foi à festa. Chegado ao rio, Gonçalo pediu ao barqueiro que o atravessasse para a outra margem, este instruído pelos pais dele recusou. Gonçalo lançou a sua capa sobre o rio e atravessou-­‐o em cima dela. Já na festa, seus pais encontraram-­‐no e ficaram muito zangados por ele ter abandonado o milho na eira à sorte da passarada, apesar de Gonçalo os acalmar e lhes contar o que havia feito. Não acreditaram e sem grandes demoras voltaram para casa. Ao chegarem à eira verificaram que o milho estava muito bem espalhado, muito sequinho e nem um pardal à vista. Estavam todos presos no alpendre. Seu pai pensou logo em apanhar uns quantos para fazer uma refeição mas Gonçalo foi a correr e abriu-­‐lhes a porta dizendo: -­‐Fujam passarinhos. Não ficou um que fosse e, de novo, todos gozaram de liberdade. Ilustração: Alunos do 1º B Colégio de S. Gonçalo

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SÃO GONÇALO DE AMARANTE

S. Gonçalo de Amarante

És um Santo Milagreiro

O Colégio tem teu nome

Deitas perfume nas novas

Teu lugar é o primeiro

És um bom casamenteiro.

Todos os que aqui passam

Sentem orgulho no padroeiro.

Esta terra de Amarante

Tem muito que agradecer

Minha terra é Amarante

Ao Santo que lhe dá nome

Terra que me viu nascer

E que sempre a fez crescer.

S. Gonçalo o padroeiro

Para sempre o vamos ter.

Deram-­‐te o nome Gonçalo

Quando foste baptizado

Logo que olhaste para a cruz

Viste o teu destino traçado.

Não és natural de Amarante

Mas aqui vieste parar

Trazer alegria ao povo

Que aqui estava a morar.

Teus milagres se espalham

Por esse Portugal fora

Não há ninguém que não saiba

Que és Santo aqui, e agora.

Ilustração Helena Beatriz, 4º D Colégio de S. Gonçalo

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TEIXEIRA DE PASCOAES IIustração Decalque realizado pelos alunos do 3º ano C -­‐ Colégio de S. Gonçalo

Biografia ͞ ŵ EŽǀĞŵďƌŽ ŶĂƐĐŝ͕ ƉŽƌ ƵŵĂ ƚĂƌĚĞ ƚƌŝƐƚĞ͕ Quando os sinos soluçam badaladas; ͙ EĂƐĐŝ ŶŽ ĚŝĂ ĞůĞŝƚŽ ĚĂ ^ĂƵĚĂĚĞ͕͟ ;͞ ŵŝŶŚĂ ŚŝƐƚſƌŝĂ͟ ŝŶ Terra Proibida) Joaquim Pereira Teixeira de Vasconcelos é o nome completo do grande poeta e prosador amarantino de vasta projecção nacional e internacional. Nasceu na freguesia de S. Gonçalo, mas viveu na casa de Pascoaes, em Gatão, propriedade de seus pais, conselheiro João Pereira Teixeira de Vasconcelos e D. Carlota Guedes Monteiro, grande casa solarenga que depois herdou. Nasceu a 2 de Novembro de 1877 e morreu na sua casa de São João de Gatão em 1952. Estudou no liceu de Amarante, e licenciou-­‐se em Direito na Universidade de Coimbra, em 1901, tendo exercido advocacia em Amarante e no Porto. Foi nomeado juiz substituto em Amarante, em 1911, cargo que exerceu durante 2 anos, dando por finda a sua carreira judicial em 1913, altura em que se refugia na sua casa de Gatão, dedicando-­‐se à gestão das propriedades e à contemplação nostálgica da natureza, em especial da sua amada Serra do Marão, fonte de sua inspiração, à leitura e sobretudo à escrita. Era desde novo um ser solitário mas Pascoaes era local de peregrinação de inúmeros intelectuais e artistas nacionais e estrangeiros.

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Pascoaes, segundo palavras de Eugénio de Andrade, que privou com ele já este tinha 70 anos, «era uma pessoa espontânea, simples, tímido e reservado, apesar de a sua grandeza ser visível. A sua presença era inquieta e feliz, sendo também terrível e acusador como um profeta do Velho Testamento não deixando nada em sossego, em nome da verdade. A mentira era para ele o maior dos pecados.»

Integrado no movimento cívico e cultural portuense, em 1911 juntamente com

Leonardo Coimbra e Jaime Cortesão funda o grupo, «RENASCENÇA PORTUGUESA, e entre 1912 e 1916 dirige a parte literária da revista a «Águia» tornada então no órgão daquele movimento. Nesta publicação Pascoaes pretende inculcar a saudade como «expressão superior da alma portuguesa nas suas duas vertentes de lembrança e desejo, afirmando-­‐se como o grande teorizador do Saudosismo, movimento religioso e filosófico de auto-­‐conhecimento e reconstrução nacional desencadeado pela convulsão política de 1910 (advento da República). Pretende «restituir Portugal aos seus valores espirituais próprios» No liceu de Amarante ensaia os seus primeiros versos, poesias líricas e satíricas, sendo publicadas em antigos números da «Flor do Tâmega», jornal local. A sua obra está traduzida em várias línguas. O seu primeiro livro intitulava-­‐se Embriões (1895) e foi seguido de uma série de publicações. A sua obra literária mais significativa Poesia: Sempre -­‐1898; À Minha Alma -­‐1898; Terra Proibida -­‐1899; Vida Etérea -­‐1906; As Sombras -­‐1907; Marânus -­‐1911; Regresso ao Paraíso -­‐1912; Elegias -­‐1912; O Doido e a Morte -­‐1913; Contos Indecisos -­‐1921; Sonetos -­‐1925; Cânticos -­‐1925.

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Prosa O Espírito Lusitano ou o Saudosismo -­‐ 1912; O Génio Português na sua Expressão Filosófica, Política e Religiosa -­‐1913; A Era Lusíada -­‐ 1914; O Penitente -­‐ 1942 Dos seus poemas escolhi Canção Duma Sombra Ai, se não fosse a névoa da manhã E a velhinha janela onde me vou Debruçar para ouvir a voz das causas, Eu não era o que sou. Se não fosse esta fonte que chorava ĐŽŵŽ ŶſƐ͕ ĐĂŶƚĂǀĂ Ğ ƋƵĞ ƐĞĐŽƵ ͙ E este sol que eu comungo, de joelhos, Eu não era o que sou. Ai, se não fosse este luar que chama Os aspectos à Vida, e se infiltrou, Como fluido mágico, em meu ser, Eu não era o que sou. E se a estrela da tarde não brilhasse; E se não fosse o vento que embalou Meu coração e as nuvens nos seus braços Eu não era o que sou. Ai, se não fosse a noite misteriosa Que meus olhos de sombras povoou E de vozes sombrias meus ouvidos, Eu não era o que sou. Sem esta terra funda e fundo rio Que ergue as asas e sobe em claro voo; Sem estes ermos montes e arvoredos Eu não era o que sou.

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A DEFESA DA PONTE DE AMARANTE A época das Invasões na minha região é um grande ponto de encontro de Amarante com a História. A defesa da ponte de Amarante é um dos actos heróicos preconizados pelo militar General Silveira. Foi durante 14 dias que este General ajudado pelos nossos soldados resistiu à luta travada pelo General Soult que trazia consigo forças superiores em número e disciplina. Soult, inquieto com as notícias de que as tropas portuguesas e inglesas sob o comando de Beresford vinham ao seu encontro, tinha enviado uma coluna do seu exército para o vale do Tâmega, para preparar uma eventual retirada para além -­‐ fronteiras. A coluna, comandada por Loison e Delaborde, veio por entre pilhagens, escaramuça e tentativas, frustrada de atravessar o rio, instalar-­‐se em Amarante, onde entra em 18 de Abril de 1809, não sem antes ter saqueado e incendiado as povoações de Vila Meã e Manhufe. Na vila de Amarante prosseguiram as pilhagens e o fogo posto. Ainda hoje as telas furadas por baioneta em busca de hipotéticos tesouros que tivessem por trás, na sacristia da igreja de São Gonçalo, falam de vorazes rapinas francesas. E dos incêndios que provocaram na sequência das pilhagens fala ainda hoje o solar dos Magalhães. O convento de Santa Clara (onde por precaução, já não havia monjas) ardeu a seguir. E praticamente toda a vila, com excepção das casas necessárias a quartel-­‐general e o hospital dos Franceses. Porém a ponte por que contavam atravessar o Tâmega estava defendida pelos soldados do General Silveira.

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E por isso os Franceses tiveram que estacionar mais tempo do que contavam -­‐ tempo esse dedicado à destruição sistemática da Vila, com tentativas de romper passagem. 14 Dias durou a defesa da ponte, e só graças a uma manobra de diversão, aliás engenhosa, puderam os Franceses passar, simulando uma tentativa de passagem do rio vau no açude dos Moreleiros na noite de 2 de Maio de 1809. Colocaram do lado do entrincheiramento português cargas explosivas que às 3 da manhã rebentaram com estrépito, causando feridos e o pânico entre os defensores. As tropas francesas fizeram a retirada com o que restava do poderoso exército e deste modo chegava ao fim a invasão francesa determinada por Napoleão com a derrota dos mais prestigiados generais. Pelo seu comportamento, o General Silveira recebeu o título de Conde de Amarante, mas a nossa Vila ficou destruída. Ilustração Inês Gonçalves Luís Van Zeler Macedo, Pequena História de Amarante

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ÍNDICE ŽŶƚŽƐ Ğ >ĞŶĚĂƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϭϬ Uma mortalha pesada a ouro ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϭ Ɛ ŚŝƐƚſƌŝĂƐ ĚŽ ƐĂŶƚŽ ͞^ĆŽ 'onçalo" ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϮ Primeira história ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϭϮ Segunda história ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ ϭϯ Terceira história ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϭϰ A lenda da dona loba ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘ ϭϱ Amadeo de Souza Cardoso ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘ ϭϲ Poema / canção para dia do pai ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘͘​͘​͘ ϭϴ Papos de anjo de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘ ϭϵ Lérias de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙..͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ϮϬ Gonçalo e as moças ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ Ϯϭ Hino ao colégio ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͘ϮϮ Hino Colégio São Gonçalo ʹ pauta musical ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ Ϯϯ Ana, Ivo e o rato ratinho ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ Ϯϰ As fadas irmãs ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ Ϯϲ Lenda das Senhorinhas e dos Gervázios ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ Ϯϴ Lenda Senhora da Aparecida ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϭ Notícia do Jornal de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘32 Colégio de S. Gonçalo ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϯ O casal de diabos de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϯϰ Princesa do Tâmega ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϱ Breve história de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϲ Lenda de são Gonçalo e os pássaros ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϴ São Gonçalo de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ ϯϵ Teixeira de Pascoaes ʹ biografia e poema seleccionado -­‐ canção duma sombra ͙​͙​͙ ϰϬ A defesa da ponte de Amarante ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙... 43

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE Reinventar a FELGUEIRAS Leitura ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE e FELGUEIRAS a Escrita na Aula do 1º CEB e do Pré-­escolar

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