Contos e Lendas... Com Histórias

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ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE FELGUEIRAS

2011

CONTOS E LENDAS͙ COM HISTÓRIA

Recolha de textos tradicionais


COMPOSIÇÃO: Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras Casa do Curral Rua do Curral, Margaride 4610-­‐156 FELGUEIRAS


&RQWRV H /HQGDV« Com Histórias

Recolha de textos tradicionais

Textos produzidos pelos formandos na Acção ͞ O CONTO TRADICIONAL NO JI E NO 1º / >K͟ Organização: José Alves Barroco e José Carvalho de Sousa

2011 ESTG de Felgueiras


TÍTULO: KEdK^ > E ^ ͙ KD ,/^dMZ/ ^ Recolha de Contos Tradicionais ORIENTAÇÃO: José Alves Barroco e José Carvalho de Sousa TEXTOS: &ŽƌŵĂŶĚŽƐ ĚĂ ĐĕĆŽ ͞K ŽŶƚŽ dƌĂĚŝĐŝŽŶĂů ŶŽ :/ Ğ ŶŽ ϭǑ ŝĐůŽ͟ ILUSTRAÇÕES: Alunos dos formandos SUPERVISÃO: Gabinete de Formação Contínua da ESTG de Felgueiras ARRANJO GRÁFICO: Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras EDIÇÃO: Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras Casa do Curral Rua do Curral, Margaride 4610-­‐156 FELGUEIRAS Maio de 2011


O mundo conheceu nos últimos anos um desenvolvimento tecnológico e científico que não encontra paralelo noutra época da História. Grande parte desse desenvolvimento assentou nas novas tecnologias da informação e comunicação e na sua massificação, de que se destaca a democratização da internet que permitiu que a globalização, de forma impetuosa, se impusesse a todos. A ubiquidade parece que de modo paulatino vai deixando de ser uma característica do transcendente para se converter numa competência humana, pois as TIC tornam presente os que estão distantes fisicamente. Com o proliferar das novas tecnologias e do seu livre acesso, o homem sente-­‐se o senhor do mundo, pois tudo está ao alcance de um simples clic. Em casa, no carro, na praia ou na montanha as tecnologias permitem-­‐nos quase tudo. Assim, neste ponto do desenvolvimento humano, falar de contos tradicionais parece no mínimo extemporâneo. É algo em que ninguém acredita, pois não passam de histórias. No entanto, são histórias que fazem sonhar e que nos transportam para um tempo distante e de magia em que tudo era possível. À fada basta pronunciar um conjunto de palavras e a realidade circundante do herói ou da heroína, que crê nos poderes mágicos, é transformada. A criança acredita nas fadas, apesar de viver rodeada de tecnologia. O adulto desliga-­‐se do mundo em que vive para se deixar levar pela história de príncipes e de princesas que são vítimas dos infortúnios da vida ou da malvadez dos homens, mas que sabe de antemão que triunfarão com a ajuda de um ser maravilhoso ou mesmo humano. A criança identifica-­‐ se com o herói e adulto compreende o valor das relações interpessoais e da amizade. Assim, passados tantos anos desde que surgiram na memória dos homens e através dela passando de geração em geração até à sua recolha, o conto tradicional continua a desempenhar um papel importante na educação das crianças porque permite incutir-­‐lhes os valores em que assenta a sociedade em que vivemos.


Neste sentido, não podíamos desprezar o conto tradicional pois ele constitui-­‐se por si mesmo como um recurso pedagógico que permite diversificar as actividades desenvolvidas nas salas dos jardins-­‐de-­‐infância e nas salas de aula do 1º ciclo do ensino básico. Foi este conceito que esteve na génese da Acção de formação «O conto tradicional no JI e no 1º ciclo». Nesta acção demos a conhecer aos formandos o mundo da literatura de tradição oral através da abordagem do conto tradicional. Para se conseguir tal intento, durante as sessões foram abordadas temáticas como o mito e as suas relações com o conto. Fez-­‐se uma breve incursão sobre as diferentes teorias da origem dos contos, pois o relevo foi dado aos diferentes modelos de leitura e análise. A tradição portuguesa não foi esquecida, pois foram valorizadas as colectâneas de contos populares portugueses em detrimento dos contos «clássicos». Por fim, foi dada primazia às novas tecnologias da informação e comunicação na abordagem do conto, pois não são antagónicos. As TIC são uma ferramenta que permitem actualizar o suporte de fixação do conto tradicional. Por conseguinte, foi pedido aos formandos que fizessem uma recolha de textos da tradição oral da região de cada um e que, após a sua transcrição, construíssem um e-­‐book para o utilizarem como ferramenta de diversificação das suas actividades lectivas e de reutilização do conto.

Os formadores José Alves Barrôco José Carvalho de Sousa


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    A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Felgueiras, do Instituto PolitÊcnico do Porto (ESTGF.IPP), tem por missão proporcionar formação de nível superior, com especial relevo para o desenvolvimento socioeconómico da região onde estå inserida ¹ Vale do Sousa e Baixo Tâmega. Na prossecução desta missão foi criado o Gabinete de Formação Contínua, no âmbito do qual foram estabelecidos protocolos e parcerias com diversas instituiçþes de ensino da região. Pretende-se com estas parcerias o benefício mútuo das instituiçþes, quer ao serviço das populaçþes que em conjunto servem, quer dos profissionais que nelas trabalham. Temos a certeza que assim aconteceu, mais uma vez, com a UHDOL]DomR GR FXUVR ³O Conto Tradicional no JI e no 1.º Ciclo´ QR $JUXSDPHQWR de Escolas D. Manuel Faria e Sousa, Felgueiras. Aos professores e aos formandos do curso endereçamos os nossos parabÊns pelo trabalho realizado, cujo sucesso pode ser aferido pelo prazer da leitura desta singela publicação.

LuĂ­s da Costa Lima (Presidente ESTGF)

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O CONTO TRADICIONAL NO JI E NO 1º CICLO

Nome

Nome do Trabalho

http://www.myebook.com /index.php?option=ebook &id=

Alcina da Conceição Rodrigues

Tradições - Canções Tradicionais

75004

Ana Maria Oliveira Ribeiro

Criação do Mundo

74743

Ana Paula Bessa da Silva

Lenda dos Sete Cruzeiros

74611

Ana Raquel Leite Cibrão

A Lenda das Andorinhas

74602

Célia Patrícia Carvalho da Costa Dias Lendas e Orações da Minha Avó

74603

Eduarda Assunção Ribeiro Sampaio

Lenda - Lenda da Vila da Sertã

74598

Elvira da Glória Costa Moreira Teles Sampaio

O Rei à Procura da Felicidade

74616 / 74156

Emília Amélia Gomes Cochat

Responso a Santo António

76816

Lenda de São Gonçalo - S.

74605

Eugénia Clara Ferreira de Magalhães Gonçalo vai à Feira Fausto Alberto Pereira Quintas

Orações - O Penedo da Moura

74608 / 74745

Uma História do Concelho de Vinhais A lenda das Amendoeiras em Flor no Algarve

73915

Heliana Alexandra Sousa Silva

Joaquina - Música Tradicional

74591

Ilda Maria Marinho Moreira Teles Braga

Lenda de São Martinho

77612

Maria Alice Oliveira Lopes

Lenda das Pegadas de São Gonçalo de Amarante

74410

A Raposa e o Lobo

74713

A Segada

74606

Lenda da Senhora da Aparecida

76436

Maria Elisabete Rodrigues Morais

Lenda da Porca de Murça

74628

Maria Gil Pavão Gabriel

Tradições - Encomendar as Almas

74612

Francisco José Pereira Gonçalves Graça Maria Martins Rodrigues

Maria Amélia Brochado Marinho da Cruz Maria da Conceição Fernandes Videira Maria de Lurdes de Sousa Ferreira Souto

74350

Maria Rosa Maia Pereira de Carvalho Os Cães da Lixa

74150

Mariana Fernandes Brás

A Aventura do Espantalho Firmino

77737

Sara Cristina Fernandes Ribeiro

Com Fafe Ninguém Fanfe

79892

Susana Maria de Oliveira Sampaio

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74599

Trabalhos no Myebook


Os Formandos Alcina da Conceição Rodrigues Ana Maria Oliveira Ribeiro Ana Paula Bessa da Silva Ana Raquel Leite Cibrão Célia Patrícia Carvalho da Costa Dias Eduarda Assunção Ribeiro Sampaio Elvira da Glória Costa Moreira Teles Sampaio Emília Amélia Gomes Cochat Eugénia Clara Ferreira de Magalhães Fausto Alberto Pereira Quintas Francisco José Pereira Gonçalves Graça Maria Martins Rodrigues Heliana Alexandra Sousa Silva Ilda Maria Marinho Moreira Teles Braga Maria Alice Oliveira Lopes Maria Amélia Brochado Marinho da Cruz Maria da Conceição Fernandes Videira Maria de Lurdes de Sousa Ferreira Souto Maria Elisabete Rodrigues Morais Maria Gil Pavão Gabriel Maria Rosa Maia Pereira de Carvalho Mariana Fernandes Brás Sara Cristina Fernandes Ribeiro Susana Maria de Oliveira Sampaio


O Conto O Conto Contou͙ E ŶĐĂŶƚŽƵ ͙ Contou Na Humildade Da Origem Em YƵĞ EĂƐĐĞƵ ͙ Encantou WŽŝƐ ZĞŶĂƐĐĞƵ͙ Numa Folha Anónima, Entoada Narrada no Papel da Vida. dƌĂĚŝĕĆŽ KƌĂů ƋƵĞ͙ Que consigo traz: O Caminho O Tempo A Imaginação A Transmissão Oral De Geração Em GERAÇÃO.

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A LENDA DAS ANDORINHAS

Foi assim que nasceram as andorinhas e a sua lenda. Conta a lenda que, num campo de Nazaré, cheio da luz do sol, o Menino Jesus brincava muito entretido, amassando barro, fazendo com ele passarinhos de asas abertas que ia colocando no chão.

De repente, passou por ali um homem mau, que tentou esmagar os passarinhos de barro com os pés.

O Menino Jesus, ficou muito aflito e batendo palmas com as suas mãos pequeninas fez voar para muito longe aquelas avezinhas que, com tanto carinho moldara.

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Um dia, vieram poisar sobre o beiral da casa onde vivia Jesus, e, do barro de que foram feitas, construíram o seu primeiro ninho.

Conta a lenda também que, quando Jesus foi crucificado, as andorinhas foram rodeá-­‐lo e com os seus pequeninos bicos tiraram-­‐lhe a coroa de espinhos que tanto magoavam a Sua cabeça.

Perante tanto sofrimento, as suas asas cobriram-­‐se de luto e assim permaneceram para sempre.

. Ilustração: Alunos do 4º ano do CEL

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O LOBO Certo dia, três senhores caminhavam numa estrada perto de um monte. A certa altura, encontraram um lobo morto. Então, resolveram dizer uma frase a respeito daquele lobo. Quem dissesse a melhor frase, teria um almoço pago pelos outros dois. Um dos homens disse: -­‐ ͞ ƐƚĞ ďŝĐŚŽ ĞŶƋƵĂŶƚŽ ŶŽ ŵƵŶĚŽ andou, tudo comeu e nada pagou.͟ O outro homem afirmou: -­‐͟ ƐƚĞ ďŝĐŚŽ ĞŶƋƵĂŶƚŽ Ž ŵƵŶĚŽ ĂŶĚŽƵ Ğŵ ĨĞƐƚĂ͕ ŶƵŶĐĂ ĚĞƐĐĂŶƐŽƵ ƚĂƌĚĞ ŶĞŶŚƵŵĂ ĐŽŵŽ ĞƐƚĂ͘͟ Foi a vez do terceiro homem proferir a sua frase: -­‐͟ ƐƚĞ ďŝĐŚŽ ĞŶƋƵĂŶƚŽ ŶŽ ŵƵŶĚŽ ĂŶĚŽƵ ǀŝǀŽ͕ ĐŽŵĞƵ ŵĂŝƐ ĐƌƵ ĚŽ ƋƵĞ ĐŽnjŝĚŽ͘͟ Qual dos três homens teria apresentado a melhor frase sobre o lobo? Não sabiam. Por isso, resolveram procurar um advogado, para que este os ajudasse a encontrar uma solução. No entanto, também o advogado ficou aflito, pois não conseguia encontrar uma solução para este problema. E, foi consultar os seus livros na tentativa de encontrar uma resposta. O advogado disse que estava difícil encontrar uma solução, mas, depois de tanto procurar, acabou por encontrar uma solução para o caso. -­‐ De facto, -­‐ disse o advogado -­‐ o almoço pagam vocês os três e comemos nós os quatro.

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O BARQUEIRO Há muitos anos, havia um homem que tinha um barco e levava as pessoas de um lado do rio para o outro. Era um barqueiro. Um dia, chegaram perto desse barqueiro dois intelectuais que pediram ao barqueiro se lhes dava um passeio no mar. O barqueiro lá os levou. A dada altura, um deles pergunta ao barqueiro: -­‐K ƐĞŶŚŽƌ͕ ĐŽŶŚĞĐĞ ĂůŐƵŵĂ ĐŽŝƐĂ ƐŽďƌĞ ŽƐ ĂƐƚƌŽƐ ;ĞƐƚƌĞůĂƐ͕ ƉůĂŶĞƚĂƐ͕ ͙Ϳ͍ -­‐ Não. Não conheço nada. Sou um pobre barqueiro. -­‐Então, devo dizer-­‐lhe que perdeu metade da sua vida. Continuaram a viagem e o outro passageiro interpelou o barqueiro: -­‐O senhor, conhece alguma coisa sobre a América? Sabe como é que as coisas funcionam lá? -­‐Não. Não conheço nada. Sou um pobre barqueiro. -­‐Então, o senhor perdeu metade da sua vida. A viagem prosseguiu e, a dada altura, o mar começou a ficar muito forte, muito bravo, revolto. O barco começou a balançar. O barqueiro virou-­‐se para os dois intelectuais e perguntou-­‐lhes: -­‐Os senhores sabem nadar? Eles responderam: -­‐Não, não sabemos. -­‐Então, perderam a vossa vida toda.

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ORAÇÃO A SANTA BÁRBARA (para afastar a trovoada) ͞^ĂŶƚĂ ĄƌďĂƌĂ ƉĞƋƵĞŶŝŶĂ Se vestiu e se calçou E o seu caminho, caminhou. O Senhor a encontrou E lhe perguntou: -­‐Bárbara onde vais? Ela respondeu: -­‐Senhor vou ao céu Abrandar a trovoada, que anda muito brava. O Senhor disse-­‐lhe: -­‐ Vai Bárbara, vai degradar a trovoada para o monte maninho, onde não haja pão nem vinho, ŶĞŵ ďĂĨŽ ĚĞ ŵĞŶŝŶŽ͕ ŶĞŵ ŶĞŶŚƵŵĂ ĐƌŝƐƚĂŶĚĂĚĞ͘͟

TALHAR O MEDO DE ANDAR DOS BEBÉS Ao meio dia dizer a oração, várias vezes, com o bebé agarrado pelas mãos. ͞Assim como o Santíssimo meio-­‐dia está a dar, tire o medo a este menino e ponha-­‐o a andar͘ ͞

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LENDA DE SANTA BÁRBARA

Conta a lenda que Bárbara, filha de um homem rico, foi aprisionada numa torre por seu próprio pai, que receava que a extrema beleza de sua filha fascinasse pretendentes inadequados. Encerrada, Bárbara converteu-­‐se à fé cristã e escapou. Foi, no entanto, detida, julgada e castigada à morte. No momento em que o pai, com a espada, lhe cortava a cabeça, um raio atingiu-­‐o. Desde esse dia, o raio tornou-­‐se o elemento de devoção desta santa. Santa Bárbara é protetora daqueles que manobram armas de fogo. EM DIA DE TROVOADA É COSTUME O POVO CRENTE DIRIGIR A SANTA BÁRBARA O SEGUINTE PEDIDO:

Santa Bárbara pequenina Se vestiu e se calçou, O Senhor lhe perguntou: -­‐ Onde vais, Bárbara? -­‐ Vou ao céu Abrandar a trovoada Que anda muito abastada.

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-­‐ Vai, vai Bárbara. Bota pró monte Maninho, Onde não haja pão nem vinho, Nem bafo de menino, Nem gente da Cristandade. Valha-­‐nos as três pessoas Da Santíssima Trindade.

LENDA DE SANTO ONOFRE

Segundo o relato de um seu aluno, que o encontrou no deserto egípcio, Onofre era monge num mosteiro nas proximidades de Tebas (uma cidade do Antigo Egito), de onde ele saiu para viver uma vida de eremita. Durante 60 a 70 anos, Onofre viveu sozinho no deserto e usava como vestuário apenas o seu cabelo, barbas e uma espécie de calça feita de folhas. Santo Onofre é considerado o padroeiro da fortuna (sorte). PARA PEDIR QUE HAJA SEMPRE PÃO, CASA E DINHEIRO PARA DISTRIBUIR

Milagroso Santo Onofre, Que ao Monte Tabor subiste; De heras verdes te vestiste, Da Santíssima Trindade chamaste, Três desejos lhe pediste.

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Jesus Cristo te apareceu: -­‐ Que queres meu filho e servo meu? -­‐ Pão para comer, Casa para habitar E dinheiro para dar aos infelizes Que de mim se lembrarem.

ORAÇÃO AO ANJINHO DA GUARDA PARA PEDIR PROTEÇÃO CONTRA TODOS OS MALES E INIMIGOS: Anjinho da guarda Semelhança do Senhor Foste prá mim toda a vida Haveis de ser meu emparador. Diz o Anjo Bendito Por vós bem-­‐fazer Do laço do inimigo Me haveis de defender. Meu Senhor todo-­‐poderoso Filho da Virgem Maria Guardai-­‐me hoje nesta noite E toda a minha vida. Meu coração não fique preso, Minha alma não fique perdida. Jesus, Ave-­‐maria. (No final desta oração reza-­‐se a Ave Maria

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O REI À PROCURA DA FELICIDADE

Era uma vez um rei que andava à procura da felicidade e resolveu andar pelo mundo à procura dela. Viajou por muitas terras e passou por muitos lavradores. Perguntou a cada lavrador: -­‐ És feliz? Respondiam: -­‐ Não! Não sou feliz. Todos respondiam que não eram felizes. Um dia, ouviu um lavrador no meio do campo a cavar e a cantar. O rei dirigiu-­‐se a ele e perguntou-­‐lhe: ʹ És feliz? E o homem respondeu: -­‐ Sim, sou feliz. Então, o rei diz-­‐lhe: -­‐ Dá-­‐me a tua camisa? O homem respondeu-­‐lhe: ʹ Ó Senhor, a minha camisa? Foi coisa que nunca tive, e sou feliz!

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ORAÇÃO A SÃO SEBASTIÃO Ó meu S. Sebastião bendito Bendito seja o teu nome, Livrai-­‐nos da peste e guerra Livrai-­‐nos também da fome. S. Sebastião bendito S. Sebastião sagrado, Livrai-­‐nos da peste e guerra Do que sois advogado. S. Sebastião bendito Bendito sempre sejais, No céu por todos os anjos Na terra pelos mortais

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O REI E OS SEUS CONSELHEIROS Era uma vez um rei que andava a passear com os seus conselheiros e chegou a um local onde encontrou um senhor idoso e disse-­‐lhe: -­‐ Muita neve vai na serra! E o lavrador respondeu-­‐lhe: -­‐ Já senhor é tempo dela. Os conselheiros ficaram admirados porque era Verão (não havia neve). Então o rei perguntou-­‐lhe: ʹ Quantas vezes te ardeu a casa? -­‐ Já senhor por duas vezes. (lavrador) -­‐ E quantas contas de ser depenado? (rei) -­‐ Ainda me faltam três vezes! (lavrador) -­‐ Pois então, se cá vierem três patos depena-­‐os tu. (rei) Respondeu o homem: -­‐ Depenarei real senhor, já que assim o manda. (lavrador) O rei disse aos conselheiros: -­‐ Quero que me expliquem a conversa que tive com o lavrador, senão mando-­‐vos matar! Os conselheiros vieram ter com o lavrador e deram-­‐lhe muito dinheiro para ele lhes explicar a conversa que teve com o rei. Então, o lavrador explicou-­‐lhes: -­‐ KůŚĞŵ ƐĞŶŚŽƌĞƐ͕ ƋƵĂŶĚŽ ĞůĞ ŵĞ ĚŝƐƐĞ ͞ŵƵŝƚĂ ŶĞǀĞ ǀĂŝ ŶĂ ƐĞƌƌĂ͊͟ sinal que tenho o cabĞůŽ ďƌĂŶĐŽ͕ ũĄ ƐŽƵ ǀĞůŚŽ͘ ͞YƵĂŶƚĂƐ ǀĞnjĞƐ ƚĞ ĂƌĚĞƵ Ă ĐĂƐĂ͍͟ Ğ ĞƵ ƌĞƐƉŽŶĚŝ͕ ͞ũĄ ƐĞŶŚŽƌ ƉŽƌ ĚƵĂƐ ǀĞnjĞƐ͘͟ ƌĂ ƉĂƌĂ ĚŝnjĞƌ ƋƵĞ ĐĂƐĞŝ ĚƵĂƐ ĨŝůŚĂƐ͘ ͞ ƋƵĂŶƚĂƐ ĐŽŶƚĂƐ ĚĞ ƐĞƌ ĚĞƉĞŶĂĚŽ͍͟ ZĞƐƉŽŶĚŝ ͞ĂŝŶĚĂ ŵĞ ĨĂůƚĂŵ ƚƌġƐ ǀĞnjĞƐ͘͟ YƵĞƌ ĚŝnjĞƌ ƋƵĞ ƚĞŶŚŽ ƚƌġƐ ĨŝůŚĂƐ ƐŽůƚĞŝƌĂs. (Quem casa ĨŝůŚĂ͕ ĚĞƉĞŶĂĚŽ ĨŝĐĂͿ͘ ͞^Ğ ĐĄ ƚĞ ǀŝĞƌĞŵ ƚƌġƐ ƉĂƚŽƐ ĚĞƉĞŶĂ-­‐ŽƐ ƚƵ͘͟ ͞ ĞƉĞŶĂƌĞŝ ƌĞĂů ƐĞŶŚŽƌ ƉŽƌƋƵĞ ĂƐƐŝŵ Ž ŵĂŶĚĂ͘͟ KƐ ƚƌġƐ ƉĂƚŽƐ͕ ĞƌĂŵ vocês, que me tinham de pagar quanto eu quisesse para eu lhes explicar a conversa, senão o rei mandaria matar-­‐vos.

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ORAÇÃO A SÃO BARTOLOMEU S. Bartolomeu diz que me deite eu, Que não tenha medo nem a bombas nem a tombas Nem a coisas de más sombras. Se o pesadelo me vier pesar, Que o mande contar as areias ao mar. Depois delas contadas que se deixe lá estar.

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SÃO PEDRO, O SENHOR E A FERRADURA

Era uma vez o Senhor que andava pelo mundo a passear com S.

Pedro. Num certo dia chegou a uma povoação e o Senhor viu no chão uma ferradura de um cavalo. Dirigiu-­‐se para S. Pedro e disse-­‐lhe: -­‐ Pedro, olha aquela ferradura e apanha-­‐a. S. Pedro virou-­‐se para o Senhor e disse-­‐lhe: -­‐ Ó Senhor vou tão cansado, custa-­‐me tanto a baixar. O Senhor baixou-­‐se e apanhou-­‐a. Chegou ao primeiro ferreiro que encontrou e vendeu-­‐a por uns reais. Na primeira loja que encontrou cŽŵƉƌŽƵ ĞƐƐĞƐ͟ƌĞĂŝƐ͟ ĚĞ ĐĞƌĞũĂƐ͘ K ĐĂůŽƌ ĞƌĂ ĂďƌĂƐĂĚŽƌ Ğ Ž ^ĞŶŚŽƌ ĚĞŝdžĂǀĂ cair ao chão uma cereja de cada vez. S. Pedro apanhava-­‐a e dizia: -­‐Que fresquinha! O Senhor de vez em quando deixava ʹas cair até ficar sem nenhuma. Quando já não tinha nenhuma cereja, o Senhor virou-­‐se para S. Pedro e disse-­‐lhe: -­‐ Ó Pedro não te quises-­‐te baixar uma só vez por uma ferradura que te mandei apanhar e olha as vezes que te baixas-­‐te pelas cerejas. (Moral da história, nunca devemos ter preguiça para fazer os trabalhos que nos mandam).

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O DIABO E O SENHOR Era uma vez um diabo que andava pelo mundo e cortava as árvores todas porque queria chegar ao céu, para fazer mal ao Senhor. Quantas árvores existiam cortou-­‐as todas e colocou-­‐as umas em cima das outras. Faltava-­‐lhe uma para chegar ao céu e então disse: -­‐ Ó Senhor falta-­‐me apenas uma árvore para chegar junto de vós. E o Senhor respondeu-­‐lhe: -­‐ Tira-­‐a do fundo e coloca-­‐a no cimo. As árvores caíram todas por cima dele e o Senhor ficou a rir-­‐se. Queria aproximar-­‐se do Senhor e não conseguiu.

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A VELHA PREGUIÇOSA Era uma vez uma velha muito preguiçosa. Deitava-­‐se na cama e morria de frio. Como sabia tecer dizia: -­‐ YƵĂŶĚŽ ǀŝĞƌ Ă ͞ŵĂŶŚĂŶĂ͟ ǀŽƵ ƚĞĐĞƌ ƵŵĂ ͞ŵĂŶƚĂŶĂ͘͟ Vinha a manhã com um sol radioso e ela ficava ao sol e dizia: -­‐ Estende-­‐te aqui minha perna, nem qual manta nem qual nada. E, assim sucederam-­‐se dias e noites até que a velha morreu de frio. Moral da história ʹ para não trabalhar, pois sabia tecer, preferiu morrer ao frio. A preguiça não ajuda ninguém.

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> E >h^/s K ͞ZKh K͟ ^ Ed Z/^d/E &/'h /ZM

Antigamente Figueiró possuía terras que hoje pertencem a outras

freguesias nomeadamente Santa Cristina, mas também possui actualmente terras que outrora pertenciam a outras freguesias.

Existe até umĂ ůĞŶĚĂ ĂůƵƐŝǀĂ ĂŽ ͟ƌŽƵďŽ͟ĚĞ ^ĂŶƚĂ ƌŝƐƚŝŶĂ Ă &ŝŐƵĞŝƌſ͘ Conta-­‐se que antigamente se faziam procissões de Figueiró a Santa

Cristina e vice-­‐ versa, mas para que a Santa ao entrar na igreja de Santa Cristina tivesse direito a sair teria de entrar de traseiras. Como o povo de Figueiró e o de Santa Cristina não se entendiam bem, aproveitaram o facto da Santa numa dessas procissões ter entrado virada para a frente e então nunca mais a deixaram sair de lá, ficando Santa Cristina a ser também uma freguesia independente de Figueiró (Santiago). (Os Santos quando iam em procissão a outra freguesia tinham que entrar na Igreja de costas voltadas para o altar senão não tinham direito a sair.)

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Responso a Santo António Faz-­‐se o sinal da cruz e diz-­‐se: Quem milagres quer achar Contra os males e o demónio Busque logo o Sto. António Que aí os há-­‐de encontrar. Aplaca o frio do mar Os doentes torna sãos O perdido faz achar E sem respeitar os anos Socorre a qualquer idade Abona esta verdade Todos os cidadãos Padoanos E todos os mais que o experimentam. Glória ao Pai ao Filho e Espírito Santo Assim como era no princípio Agora e para sempre amén. A primeira vez diz-­‐se tudo até ao fim da Glória e logo a seguir diz-­‐se a partir de: Aplaca o frio do mar até ao fim da Glória. A segunda vez diz-­‐se tudo até ao fim da Glória e logo a seguir diz-­‐se a partir de: Aplaca o frio do mar até ao fim da Glória.

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A terceira vez diz-­‐se tudo até ao fim da Glória e logo a seguir diz-­‐se a partir de: Aplaca o frio do mar até ao fim da Glória. Só no fim das três vezes é que se reza esta oração: Oremos ó Deus que concedeste a graça ao vosso Glorioso Santo de interceder em tantas necessidades Fazei Senhor que: (apareça.........., sare............,a tempestade.......) Para honra e glória Do vosso Glorioso Santo. Glória ao Pai ao Filho e Espírito Santo Assim como era no princípio Agora e para sempre Amén. Faz-­‐se o Sinal da Cruz.

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Talhar Esipela (Erisipela) Tem que ser três dias seguidos 1º dia Tem que ser uma vez por dia, mas três vezes seguidas. Temos que ter vinte e sete carochas de sempre verde em montinhos de três (nove para o 1º dia; nove para o 2º dia e nove para o terceiro dia). Sempre verde é o sabugueiro-­‐são rebentos novos pequenos do sabugueiro e segundo reza a tradição no dia em que lhe chamarem ƐĂďƵŐƵĞŝƌŽ ŶĆŽ ĚĄ ĞĨĞŝƚŽ ͞ ƐƐŝŵ ĚŝnjŝĂ Ž ŵĞƵ ƉĂŝ ƋƵĞ ŵŽƌƌĞƵ ĐŽŵ ϴϲ ĂŶŽƐ͟ Sinal da Cruz Pega-­‐se na primeira carocha de um grupo de três e fazendo sempre o sinal da cruz com a carocha reza-­‐se: Sempre verde em cruzado Nem foste metida nem semeado Com o poder de Deus, da Virgem Maria, S. Pedro e S. Paulo e S. Silvestre Nosso Senhor seja o Divino Mestre E tudo o que eu fizer tudo preste. Reza-­‐se a seguir: um Pai Nosso e uma Salvé Rainha e pousa-­‐se a 1ª carocha. Reza-­‐se tudo de novo e pousa-­‐se a 2ª carocha. Torna-­‐se a rezar tudo de novo e pousa-­‐se a 3ª carocha. Aqui termina o 1º grupo de carochas (3). Deve-­‐se repetir a mesma reza com os outros 2 grupos do 1º dia. No 2º e 3º dia repete-­‐se a mesma coisa. No caso de ser urgente faz-­‐se tudo seguido. As vinte e sete vezes seguidas.

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No fim de se fazer a 1ª, 2ª e 3ª vez, queimam-­‐se os raminhos no fogão ou em lume que queime e a cinza deita-­‐se num pouco de água corredia (ex: na banca e vai pelo esgoto).

Talhar o Fogo Lobo O que é o Fogo Lobo? Quando uma mulher estava grávida e via um incêndio em voz baixa ou ĂůƚĂ ĚĞǀŝĂ ĚŝnjĞƌ ƚƌġƐ ǀĞnjĞƐ ͞ĂƋƵŝ Ě͛Ğů-­‐rei o fogo͟ ƉĂƌĂ ƋƵĞ ŶĆŽ surgissem os problemas na pele ao filho ou filha. Arranjar 3 molhos com três caninhos cada de leitaria (total de 9 caninhos de leitaria que são leitugas que dão uma flor amarela e quando se cortam deitam um líquido branco da cor do leite). Depois tem que preparar numa tijela o seguinte: um pouco de água fria, 3 pedrinhas de sal grosso de cozinha e 3 pingas de azeite. 1º Dia Sinal da Cruz Molha a 1ª leitaria na água e vai fazendo o sinal da cruz sobre a pele que parece queimada enquanto diz a reza. Reza-­‐se: Elisa tinha um menino que no fogo ardia. Pegou nele ao colo e foi para o monte de Alvuria. Perguntou à Virgem Maria ao seu menino o que fazia. Vai para casa Elisa curar o teu menino com três caninhos de leitaria (leitugas), um pouco de água fria, 3 pedrinhas de sal, 3 pingas de azeite que o teu menino jamais sofreria. Pelo poder de Deus e da Virgem Maria, S. Pedro, S. Paulo e S. Silvestre, tudo o que eu fizer, tudo te preste. Pousa a 1ª leitaria para o lado. Sinal da Cruz

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Faz a 2ª reza e pousa 2ª leitaria para o lado. Sinal da Cruz Faz a 3ª reza e pousa 3ª leitaria para o lado. No fim de fazer isto três vezes diz uma Salvé Rainha e faz o Sinal da Cruz. Queimam-­‐se as três leiteiras em lume que queime e as cinzas deitam-­‐se na água corredia (ex: na banca da cozinha). 2º Dia Repete-­‐se tudo o que foi dito antes. 3º Dia Torna-­‐se a repetir tudo o que foi dito antes. Atenção: Não convém tomar banho nos três dias em que se faz o talhar.

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A LENDA DE SÃO GONÇALO Era uma vez um casal que tinha um filho chamado Gonçalo.

Um dia o pai e a mãe foram para a feira e deixaram o Gonçalo a guardar o milho que estava na eira, para que os passarinhos não o comessem.

Mas a certa altura o Gonçalo disse: -­‐ Não! Também vou à feira.

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Então caçou os passarinhos todos, meteu-­‐os dentro do beiral e pôs-­‐lhes uma grade na frente. E lá foi para a feira, ao encontro dos pais.

Quando chegou à feira, os pais deram com ele e perguntaram-­‐lhe: -­‐ Ó Gonçalo, então que vai ser do nosso milho? Estás aqui na feira e os passarinhos na eira a comerem o nosso milho? -­‐ Ó meu pai, ó minha mãe, cacei os passarinhos todos e meti-­‐os no beiral, depois, pus uma grade na frente e eles ficaram lá presos. -­‐Ó meu filho, deus me livre! Uma grade? -­‐E para atravessares para aqui o que fizeste?

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-­‐Ó minha mãe! Deitei o casaco no rio, pus-­‐me em cima dele e aqui estou. -­‐Não pode ser! Mas vamos já para casa. Quando chegaram a casa, o pai e a mãe, viram que realmente os passarinhos estavam presos no beiral, com a grade na frente.

A mãe que já tinha sentido que o seu filho tinha um dom especial, viu nesse dia, que realmente Gonçalo era santo. Ilustrada por: Inês Pinto

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Medicina doméstica Laranja Sumo de laranja verde é usado para as frieiras, chegando mesmo a cura-­‐ las. Folha de marmeleiro O chá de folha de marmeleiro é usado para tratar da ureia. Pinheiro (caruma) Banho com água em que se ferveu a caruma verde é bom para curar as hemorróides. Cebola A casca seca de cebola é usada para fazer chá para o estômago. Cereja Chá de carolos de cereja para tratar infecções urinárias.

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Cantigas populares Tia padeira A minha tia padeira, Anda na praça a vender, Vende pão e vende tudo E tudo é de comer, ƐƚĄ ůĄ͙͕ ĞƐƚĄ ůĄ͙͕ ĞƐƚĄ ůĄ͙ A minha tia padeira ƐƚĄ ůĄ͙͕ ĞƐƚĄ ůĄ͙͕ ĞƐƚĄ ůĄ͙ Ela é uma grande feiticeira. Menina da poupa alta Menina da poupa alta Quem a há-­‐de rebaixar Ó menina erga a poupa, Erga a poupa lá p´ro ar Menina da poupa alta Siga o caminho da rusga (bis) Agora anda na moda Poupa alta e saia curta (bis).

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O PENEDO DA MOURA Na encosta poente do Monte do Castelo junto da aldeia, existe um penedo muito especial designado por ͞ K WĞŶĞĚŽ ĚĂ DŽƵƌĂ͞, cuja história se perde no tempo e no espaço.

Desse penedo se conta a seguinte lenda

Quando os mouros habitaram nesta região, tinham o seu castelo no lugar de Alfala, no cimo do Monte do Castelo e eram comandados pelo temível chefe Almadu. Senhor duma vasta área de terrenos (A Moirama do Castelo), que se estendia desde a encosta norte do monte Almari até às margens do rio Alvize.

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Da sua vasta família fazia parte Aldina, a filha mais nova e o encanto dos mouriscos. Todos os dias, Aldina saía da moirama acompanhada pelas aias para se banhar na margem esquerda do rio. Na margem direita ficavam as terras pertencentes ao conde Mendes, inimigo dos mouros e que nunca lhe dava tréguas para os expulsar da região. O filho mais novo dum dos rendeiros do condado, de nome Ramiro, rapagão vivaço e astuto, fingia não se aperceber da presença da filha do chefe mouro até ao rio, continuando o seu trabalho nos campos, embora sorrateiro a fosse espreitar. Aldina a quem o pai lhe chamava ͞ EĂůĚŝ ͞, desde logo se apercebeu da sua presença, tendo ficado encantada com ele, depressa se enamorou. Um dia em que o pai se teve de ausentar por vários dias, resolveu atravessar a nado o rio e ir ter com ele, pedindo às suas aias que não contassem nada a ninguém. E assim durante muito tempo, sempre que se pai tinha que sair com os seus guerreiros, Ramiro e Aldina se encontravam, umas vezes na margem esquerda e outras na margem direita.

Certo dia o pai regressou mais cedo e chegado ao castelo não a encontrando, foi ter com ela ao rio. Quando se aproximava, uma das suas aias apercebendo -­‐se da sua chegada, foi logo a correr avisá-­‐la.

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Ramiro nunca nadou tão depressa na sua vida. Num abrir e fechar de olhos pôs-­‐se na outra margem. Quando Almadu chegou, logo se apercebeu que algo de estranho se estava a passar. No regresso ao castelo, proibiu a filha de ir com as suas aias banhar-­‐se ao rio, enquanto estivesse ausente. Ela bem insistiu mas a resposta foi a mesma. -­‐ Enquanto eu cá não estiver, não vais. Perante esta ordem, Aldina bem tentou arranjar argumentos, mas a resposta foi sempre a mesma. -­‐ Só podes ir, quando eu estiver no castelo. Ramiro ficou muito admirado com a ausência da amada, mas pensava que se encontrava doente. Aldina nos primeiros dias nem se quer saía do castelo, mas depois pensou que ao menos podia avistar do penedo o seu amado. Para lá se dirigiu acompanhada das aias e ao avistá-­‐lo ficou banhada em lágrimas. As aias ainda tentavam consolá-­‐la mas de nada valia. Numa das ausências do pai, arranjou que uma das suas aias fosse avisar Ramiro do que se estava a suceder. Conhecedor bem do terreno onde se encontrava o penedo, Ramiro conseguiu passar as linhas defensivas dos mouros e ir ter com ela. Aldina nem queria acreditar no que os seus olhos viam. Assim continuaram de novo os encontros secretos. Certo dia, Ramiro ouviu aos homens do conde Mendes dizer que iriam expulsar os mouros de Alfala. Nessa noite atravessou o rio e dirigiu-­‐ se ao castelo tendo sido aprisionado pelos mouros.

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Quando ia ser levado à presença do chefe Almadu, Aldina soube do sucedido, sentiu que o seu amado corria perigo de morte e foi junto do pai contar toda a verdade e pedir clemência. O pai ficou abismado com o que a filha lhe contara, mas não teve pena dele e mandou-­‐o matar. Ainda a ordem estava a ser dada quando o conde Mendes com os seus homens tomavam de assalto o castelo e a debandada era grande por parte dos mouros. Ramiro ainda tentou encontrar a sua amada, mas não conseguiu. Perante aquela situação de desvastação e pranto, resolveu ir até ao penedo lamentar o sucedido. Quando se encostou ao penedo, ouviu do seu interior saírem murmúrios de dor. Numa primeira audição sentiu medo, depois voltou a colocar o ouvido e escutou a voz da sua amada a dizer: -­‐ Estarei sempre aqui contigo, nunca te abandonarei. E assim sucedeu desde aquele dia até hoje. Do Ramiro nada mais se sabe.

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Mas a partir daí os novos habitantes da aldeia começaram a chamar ao penedo ͞ K WĞŶĞĚŽ ĚĂ DŽƵƌĂ ͞. Quem duvidar pode ir até lá, colocar o ouvido no penedo e escutar a voz da Aldina Desenho: Filomena Camoesas Fotografias: Alunos da EB 1 do Seixo, Penacova, Felgueiras

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Oração a Santa Bárbara ͞ ƐƚĂ ŽƌĂĕĆŽ ĚĞƐƚŝŶĂ-­‐ƐĞ Ă ĂďƌĂŶĚĂƌ ĂƐ ƚƌŽǀŽĂĚĂƐ͟

Oração: Santa Bárbara se vestiu e se calçou, por esse caminho andou e o Senhor lhe perguntou: -­‐ Bárbara, onde vais? -­‐ Senhor, vou ver se abrando as trovoadas, que no céu andam armadas e levá-­‐las para o monte de maninho, onde não haja pão nem vinho, nem bafinho de menino, nem gente de cristandade. Valha-­‐nos Deus e a Santíssima Trindade. Reza-­‐se o Pai Nosso, Avé Maria e Glória

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Oração a Santo Onofre ͞ ƐƚĂ ŽƌĂĕĆŽ ĚĞƐƚŝŶĂ-­‐ƐĞ Ă ƉĞĚŝƌ ĂũƵĚĂ ƉĂƌĂ ŶĆŽ ĨĂůƚĂƌ ŶĂĚĂ Ğŵ ĐĂƐĂ͟

Oração: Santo Onofre se vestiu e se calçou, as suas santas mãos lavou, por esse caminho andou e o Senhor lhe perguntou: -­‐ Onofre, onde vais? -­‐ Senhor, vou ver se encontro casa para viver, pão para comer e dinheiro para gastar. -­‐ Onofre, torna atrás, que lá encontrarás, casa para viver, pão para comer, dinheiro para gastar e de quem teu nome se lembrar. Reza-­‐se o Pai Nosso, Avé Maria e Glória

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Responso a São Tomás de Vila Nova ͞ ĚĞƐƚŝŶĂĚŽ Ă ƉĞĚŝƌ ĂƐ ĐŽŝƐĂƐ ƋƵĞ ƚĞŶŚĂŵ ĚĞƐĂƉĂƌĞĐŝĚŽ͟ Pedido:

São Tomás de Vila Nova, que foste bispo e arcebispo, fazei que apareça (dizer o que se quer que apareça) pelas cinco chagas de Cristo. Repetir a oração três vezes Rezar o Pai Nosso, Avé Maria e Glória

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Lenda das amendoeiras em flor do Algarve

Sei uma lenda do Algarve, que gosto muito, uma lenda antiga e o porquê de se plantarem as amendoeiras no Algarve.

Era um rei Moiro, moreno, alto, de olhos negros, muito bonito, que se enamorou perdidamente por uma princesa do norte, dos países frios.

Gabando-­‐lhe tanto as belezas do seu Algarve, que tinha as areias loiras como os cabelos dela, o céu era tão azul como os seus olhos, era quente e ardente e tinha paisagens encantadoras, além de um belo mar; disse-­‐lhe coisas maravilhosas, e tão apaixonado estava, que a princesa enamorou-­‐ se também do rei Moiro.

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Casaram e vieram viver para o Algarve.

Eram muito felizes até que passado uns anos, a princesa começou a ficar triste. O rei não sabia porquê mas o seu amor era tão grande que ele começou a adivinhar o motivo da tristeza dela. A saudade da neve, dos países do norte, onde ela tinha nascido.

A princesa continuava cada vez mais triste até que adoeceu. Ele já não sabia o que havia de fazer, lembrou-­‐ƐĞ ĞŶƚĆŽ ĚĞ ĂƌƌĂŶũĂƌ ŶĞǀĞ͙ ^ĆŽ ĂƐ artimanhas, as artes, as maravilhas que pode fazer o amor, não é?! A paixão que ele tinha pela princesa e o medo de a perder, fez com que mandasse plantar os grandes amendoais pelo Algarve fora.

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Quando as amendoeiras floriram, pegou na princesa, muito doente, nos braços e trouxe-­‐a à varanda dizendo: -­‐ ͞KůŚĂ Ă ŶĞǀĞ͊͟ ůĂ ĂďƌŝƵ ŽƐ ŽůŚŽƐ Ğ ǀŝƵ ĂƋƵĞůĂ ďƌĂŶĐƵƌĂ͕ ĨŝĐŽƵ ƚĆŽ maravilhada, que sorriu pela primeira vez depois de tanto tempo. E melhorou! E então foi um milagre, um milagre de amor. É por este motivo que há os grandes amendoais do Algarve. E ͞Ž ŶŽƐƐŽ ůŐĂƌǀĞ ƚĞŵ ůĞŶĚĂƐ ŵĂŝƐ ǀĂƉŽƌŽƐĂƐ ƋƵĞ ĂƐ ƌĞŶĚĂƐ͟ e esta é uma delas. Aquele grande amor fez transformar em neve um sítio ĂƌĚĞŶƚĞŵĞŶƚĞ ƋƵĞŶƚĞ͙

Ilustradores: Turma do JI de Vilarinho, Vila Caíz, Amarante

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Histórias do Avô Eu tinha um avô maravilhoso que era lavrador, ia de manhã cedo lavrar a terra e quando o sol rompia na Serra da estrela, que era uma paisagem deslumbrante do nosso quintal, ele que todos os dias a via, comovia-­‐se sempre. E em lágrimas tirava o chapéu da cabeça e fazia uma saudação ao sol. Eu ficava, pequenina, encantada a ver aquilo, achava lindo, ele era um poeta, um lavrador poeta, um pouco ilustrado porque ele gostava muito de ler. Ainda me recordo das palavras que ele dizia, não de todas, quando nascia o sol na montanha ͞:Ą Ž ĂƐƚƌŽ ƌĞŝ ĚĞƐƉŽŶƚĂ ǀĂŵŽƐ ĞƌŐƵĞƌ ƵŵĂ ƉƌĞĐĞ ƉĂƌĂ ƋƵĞ Ž ĚŝĂ ƋƵĞ ĂŵĂŶŚĞĐĞ ŵĞ ƐĞƌ ůŝǀƌĞ ĚĞ ŵĂůĚĂĚĞ ;͙Ϳ͟, depois continuava mas eu já não me recordo porque era muito pequenina, mas achava isto tão lindo, ficava sempre maravilhada pois adorava aquele velhinho santo, que era a coisa mais linda que eu tive na minha vida de criança. Em sendo dez horas ele punha a semente à terra, achava que aquela era a hora certa para o fazer. Respeitava muito a Natureza e ensinava-­‐me a respeitá-­‐la e a amá-­‐la, a ver as belas noites de luar, a amar as árvores em flor, as árvores com os seus frutos. Mostrava-­‐me o valor enorme que tem a Natureza, eu habituei-­‐me com ele a amá-­‐la profundamente. As sementes também eram lançadas à terra consoante as luas, isso não me recordo, só sei que umas coisas eram semeadas na lua cheia, outras no quarto crescente, outras no quarto minguante e as pessoas davam muita atenção àquilo, principalmente o meu avô e eu achava muita piada àquilo, só que ele infelizmente faltou-­‐me demasiado cedo e eu não tive tempo de aprender toda a sabedoria que ele tinha, que era muito grande e ainda hoje amo esse velhinho e o venero como se fosse um deus.

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Lenda de São Martinho (padroeiro da freguesia de Mancelos)

Há muitos séculos atrás seguia estrada fora um mendigo. Este homem era muito pobre por isso estava quase nú apesar do frio e chuva que estava nesse dia.

De repente aparece um homem montado num belo cavalo pois tratava-­‐se de um homem de grandes recursos e de nome Martinho.

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Ao aproximar-­‐se do mendigo Deus tocou-­‐lhe no coração e este teve compaixão do mendigo. Desce do cavalo, dirigiu-­‐lhe a palavra e vestiu-­‐o com a própria capa.

A partir desse momento sol brilhou e a chuva parou.

Ainda hoje se diz (durante o mês de Novembro) chegou o Verão de S. Martinho, mas esta frase baseia-­‐se na boa atitude. Ilustrações: Crianças do JI de Felgueiras (sala amarela)

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Lenda de Santa Cristina Conta a lenda de Santa Cristina que: Santa Cristina e São Tiago são irmãos, a sua nacionalidade é espanhola. Vieram da Galiza no tempo da Guerra e ficaram em Figueiró. Por tradição emprestavam o andor à freguesia vizinha. O andor de Santa Cristina entrava de costas, reza a lenda para ela regressar a casa. Um certo dia por engano ou manhosice das pessoas entraram com a Santa Cristina de frente, que foi para ela entrar e não mais sair. E assim ficou as duas freguesias vizinhas divididas. Figueiró Santiago e Figueiró Santa Cristina contam os antigos que as pessoas diziam que a Santa Cristina foi roubada, até havia uma certa rivalidade e inveja.

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Encomendar as Almas Acorda ó pecador Desse sono em que estais As almas se estão queixando Que delas vos não lembrais.

³&DSHOD GR (VStULWR 6DQWR´

Lembrai-­‐vos agora delas Com um pai-­‐nosso e uma avé Maria A virgem nossa senhora Vá na nossa companhia.

52


³$GUR GD ,JUHMD´

Rezemos um padre-­‐nosso Ao biato Santo António Que nos livre as nossas almas Da tentação do demónio.

³&DSHOD GH 6DQWD &UX]´

À porta das almas santas Bate deus a toda a hora As almas lhe estão queixando Ó meu deus que quereis agora.

³6HQKRU GD 6DQWD &UX]´

53


Vós que estais nas vossas camas Dormindo e descansando Ficai-­‐vos com Jesus Cristo Que eu com Deus me vou andando.

³6HQKRUD GD &RQFHLomR´

³/DUJR GD 1RVVD 6HQKRUD GH )iWLPD´

O porquê de Encomendar as Almas Encomendar as Almas nas Sextas-­‐feiras da Quaresma é pelos sacrifícios da morte de Cristo, em lugares estratégicos (largos, encruzilhadas e pontos altos). Trabalho realizado na Freguesia de Ligares, Concelho de Freixo de Espada à Cinta, Distrito de Bragança.

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OS CÃES DA LIXA

Sobre o apodo de Cães da Lixa, muito se tem falado, mas há duas versões para justificar tal facto:

-­‐ A primeira é que na Lixa, dantes chamada Serra Lisa, apenas existia, uma casa, cujo dono tinha vários cães.

Os viandantes, idos de Guimarães ou outras terras para Trás-­‐os-­‐Montes, ou vice-­‐versa, necessariamente tinham que passar pela Serra Lisa.

Então, os ditos cães atacavam-­‐nos, ladrando e mordendo, se o seu dono os não acalmasse. Daí a repugnância do povo, pelos cães da Lisa!!!

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E quando alguém sabia que um seu familiar ou amigo vinha para estes ůĂĚŽƐ͕ ŶĆŽ ĚĞŝdžĂǀĂ ĚĞ ĂǀŝƐĂƌ͗ ͞ ƵŝĚĂĚŽ ĐŽŵ ŽƐ ĐĆĞƐ ĚĂ >ŝƐĂ͟

Porém com o decorrer do tempo, estes cães (animais) foram-­‐se ĂĚĞƐƚƌĂŶĚŽ Ğ Ɛſ ĐŽŶƐŽĂŶƚĞ ĂƐ ĐŝƌĐƵŶƐƚąŶĐŝĂƐ ĂĐƚƵĂŵ͙

Como se pode constatar, os cães da Lixa são ordeiros e bastante unidos, desde que não lhe ƉŝƐĞŵ ŽƐ ͞ĐĂůŽƐ͟ ŽƵ ůŚĞƐ ĐĂůƋƵĞŵ Ž ͞ƌĂďŽ͙͟

͙ŵĂƐ͕ ƐĞ Ž ͞ĨĞƌŝƌĞŵ͟

Adaptado do livro: Cidade Lixa de ontem e hoje 2000

Ilustração: Crianças de 5 anos do Jardim de Infância de Felgueiras (Sala Azul)

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Conta a minha avó... Um dia, um pai resolveu oferecer um presente a cada um dos seus três filhos. A um deu um anel. A outro uns brincos. A outro uns sapatos. K ƋƵĞ ƌĞĐĞďĞƵ Ž ĂŶĞů ĂƉŽŶƚĂǀĂ ĐŽŵ Ă ŵĆŽ Ğ ĚŝnjŝĂ͗ ͞olha ali um bicho͊͘͟ O que receďĞƵ ŽƐ ďƌŝŶĐŽƐ ĂĐĞŶĂǀĂ ĐŽŵ Ă ĐĂďĞĕĂ Ğ ĚŝnjŝĂ͗ ͞eu não o vejo͊͘͟ K ƋƵĞ ƌĞĐĞďĞƵ ŽƐ ƐĂƉĂƚŽƐ ďĂƚŝĂ ĐŽŵ Ž ƉĠ ŶŽ ĐŚĆŽ Ğ ĚŝnjŝĂ͗ ͞eu que o mato͘͟ E cada um à sua maneira exibia a sua vaidade.

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Ao encontrar um grupo de pessoas que pouco faziam, dizia-­‐se: Três e um burro andam bem. Um carrega. Outro tem mão. O outro olha se vai bem. Serra-­‐se a velha E o velhão E ao António mete-­‐se o serrão. (expressão para fazer troça de alguém) Pico, pico já piquei Grãos de milhinho achei Deitei-­‐os a moer Para os meus pitinhos comer. (rima) Milhãos ao penedo e à nogueira, Pão e vinho à igreja. (expressão utilizada para afastar as ervas daninhas das searas e das vinhas, uma vez que era necessário proteger as vinhas e as searas pois, era com os produtos que daí provinham que se pagavam as rendas). Sola, sapato da Rainha Foi ao mar buscar sardinha, Para o filho de Dom Luís Que está preso pelo nariz. (rima)

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Lenda de São Roque

͞ZŽƋƵĞ ĞƌĂ Ƶŵ ũŽǀĞŵ ƋƵĞ ĐƵƌĂǀĂ ŽƐ ĚŽĞŶƚĞƐ ĚĂ ůĞƉƌĂ͘ hŵ ĚŝĂ͕

adoeceu e foi-­‐se meter numa mina onde mais tarde um cão deu com ele e começou-­‐lhe a lamber as feridas. Depois foi a casa do dono e todos os dias lhe levava um pão para ele comer. Os donos davam falta do pão e começaram a seguir o cão. Eles deram com o S. Roque numa mina e levaram-­‐no para casa e curaram o S. Roque. Depois ele sarou e continuou a curar as doenças do povo onde Deus ficou muito contente com a acção que ele fez e tornou-­‐o Santo. Onde agora se festeja a festa dele todos os anos com o cão ao lado dele. É um santo milagreiro onde todos gostam ĚĞůĞ͘͟

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ZĞnjĂ ƉĂƌĂ ͞ƚĂůŚĂƌ Ž ďŝĐŚŽ͟ ͞ ŝĐŚŽ͕ ďŝĐŚĆŽ Sapo, sapão Cobra ou cobrão Aranha ou aranhão Bicho de qualquer nação Seco esmirrado serás como este carvão. Depois de talhar mete-­‐ƐĞ Ž ĐĂƌǀĆŽ ŶŽ ůƵŵĞ͘͟

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KƌĂĕĆŽ ƉĂƌĂ ͞ƚŝƌĂƌ ĂůŵĂƐ ĚŽ ĨŽŐŽ Ğŵ ƉĞŶŽ͟ ͞&ŽƐƚĞƐ ƉĂƌĂ Ž ŵŽŶƚĞ ĚŽ ĐĂůǀĄƌŝŽ ĐŽŵ ƵŵĂ ĐƌƵnj ăƐ ĐŽƐƚĂƐ͘ ůĂ ĞƌĂ ƚĆŽ pesada que nem sete a levavam. Encontrou Santa Maria Madalena com um lencinho de cor na mão para limpar as cinco chagas ao nosso Senhor. Nosso Senhor lhe disse: -­‐ Trata, trata Madalena. Não mas trates de limpar. Isto são as cinco chagas que por mim têm de passar. Pelo rio dá-­‐me amargura, pelo rio dá-­‐me tristura. Quem disser esta oração tirará quatro almas do fogo em peno. Primeiro será sua, segundo de seu pai, terceiro de sua mãe, quarto de quem nosso Senhor quiser. ŵĠŵ :ĞƐƵƐ͘͟

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Lenda de Santa Rita

͞^ĂŶƚĂ ZŝƚĂ ĞƌĂ ĐĂƐĂĚĂ Ğ ĚĞƉŽŝƐ Ž ŚŽŵĞŵ ĞƌĂ ŵƵŝƚŽ ŵĂƵ ƉĂƌĂ ĞůĂ͘

ela pediu ao Senhor que lhe arranja-­‐se um marido melhor. E depois ela estava ajoelhada ao Senhor e disse ao Senhor que só queria saber as dores que vós tiveste quando vos puseram a coroa de espinhos. E o Senhor deixou-­‐lhe cair um (espinho). (Acentua a confirmação de que S. Rita possui uma ferida na testa, com a senhora, cunhada, que está a seu lado). E depois ela queria ir comungar a Roma mas a ferida (aponta para a sua testa) cheirava muito mal. Enquanto ela foi (a Roma) sarou assim que veio voltou outra vez a abrir (a ferida). Depois ela teve três filhos e ela disse a Deus: -­‐ ͞ƐĞ ĞůĞƐ ƐĂşƐƐĞŵ ĂŽ ƉĂŝ (maus) que lhos leva-­‐ƐĞ͘͟ ĞƵƐ ůĞǀŽƵ-­‐lhe um por um e ela ficou sozinha. E depois foi quando ela foi para um convento. No convento só lhe davam que fazer o que as outras não queriam fazer, só lhe davam de comer o que as outras não queriam comer. (Engana-­‐se e volta a contar o inicio da lenda). Morreu que os anjos levaram-­‐ŶĂ ĚĞ ĐŽƌƉŽ Ğ ĂůŵĂ ƉĂƌĂ Ž ĐĠƵ͘͟

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Lenda de Fafe ͞ Žŵ &ĂĨĞ EŝŶŐƵĠŵ &ĂŶĨĞ͟

Contam as pessoas mais idosas, que esta tradição surgiu quando na Corte do Reino, um Visconde de Moreira de Rei se atrasou para uma sessão e ao chegar um fidalgo que assistia o insultou, julgando-­‐o por um vilão. No momento o Visconde ignorou os insultos, mas no final da sessão, o Fidalgo continuou a censurá-­‐lo, atirando-­‐lhe as luvas à cara. Então ajustou-­‐se um duelo, na qual o Visconde é que escolhia as armas. Marcou-­‐se a hora, o dia e o local. De acordo com o combinado, o Visconde escolheu as armas: dois Paus de Marmeleiro.

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Visto que o Fidalgo não sabia muito bem manejar o pau o Visconde deu a primeira paulada.

A população, vendo tal "palhaçada" pois o Fidalgo limitou-­‐se a defender-­‐ se, o que fez com que todos desatassem às gargalhadas, proclamando: ͞sŝǀĂ Ă :ƵƐƚŝĕĂ ĚĞ &ĂĨĞ͘ Žŵ &ĂĨĞ EŝŶŐƵĠŵ &ĂŶĨĞΗ

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HISTÓRIA DO CONCELHO DE VINHAIS

HISTÓRIA DO CONCELHO DE VINHAIS

Uma vez estava um senhor com a machada a partir um cano de um castanheiro.

Estava no lado que o cano havia de cair.

Passou outro senhor e diz-­‐lhe assim: -­‐ Então, não sabes que aí vais cair? Não podes estar desse lado. Tens de estar no outro.

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ĂĐŽŶƚĞĐĞƵ͙ O senhor caiu e ainda se feriu bastante.

Depois disse: -­‐ Ai, o senhor adivinha? Também lhe vou perguntar quando é que eu vou morrer?

Ele ia a cavalo de um burro e disse-­‐ -­‐lhe: -­‐ Meta-­‐lhe uma cana, aí, no rabinho ao meu burrinho.

E ele meteu-­‐lha.

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Ele disse assim: -­‐ Quando o meu burro der três estouros é quando o senhor vai morrer.

De maneira que o burro deu um estouro e ele não ligou, deu outro e não ligou.

Ao terceiro foi a cana bateu na testa, tombou-­‐Ž Ğ Ž ŚŽŵĞŵ ŵŽƌƌĞƵ͙͟ Maria do Carmo Pereira

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A Lenda da Porca de Murça

Há muitos e muitos anos conta a lenda que no séc. VIII havia nesta povoação uma grande quantidade de ursos e javalis. Os senhores da Vila, implorados pelo povo, tantas montarias fizeram, que extinguiram tão daninha fera, ou a escorraçaram para muito longe. Mas, entre esta multidão de quadrúpedes, havia uma porca (outros diziam ursa) que se tinha tornado o terror dos povos, pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade que comia tudo o que havia nos arredores, e por ser tão matreira, que nunca poderia ter sido morta pelos caçadores.

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Em 775. o senhor de Murça, cavaleiro de grandes forças e não de menor coragem, decidiu matar a dita porca, e tais manhas empregou que o conseguiu; libertando a terra de tão incómodo hóspede. Em memória desta façanha construiu-­‐se tal um monumento, ĂůĐƵŶŚĂĚŽ ͞ WŽƌĐĂ ĚĞ DƵƌĕĂ͘͟ ŽƐ ŚĂďŝƚĂŶƚĞƐ ĚĂ ƚĞƌƌĂ ĐŽŶƚĂ Ă ůĞŶĚĂ ƋƵĞ comprometeram-­‐se, por si e por seus sucessores, a darem ao senhor da Terra, em reconhecimento de tão grande benefício, para ele e seus herdeiros, até ao fim do mundo, cada fogo três arráteis de cera anualmente, sendo pago este foro mesmo junto à porca.

As pessoas de Murça ainda hoje para elas é muito importante não deixando sequer encostar-­‐se ninguém a ela.

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Joaquina ʹ Música Popular

Oh Joaquininha, Oh Joaquininha De trás do mosteiro Está a pedir namoro Está a pedir namora a um carpinteiro

Carpinteiro não, carpinteiro não Que é tranca na porta Antes soldadinho, antes soldadinho Que marcha na tropa.

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Soldadinho não, soldadinho não Que ele é mandão Antes padeirinho, antes padeirinho Que me amassa o pão.

Padeirinho não, padeirinho não Que come o farelo Antes ferreirinho, antes ferreirinho Que bate o martelo.

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Ferreirinho não ferreirinho não Queima muito o dedo Antes pedreirinho, antes pedreirinho Que racha o penedo.

Pedreirinho não, pedreirinho não Que pica na pedra Antes lavrador, antes lavrador Que trabalha a terra.

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Lenda dos sete cruzeiros

Há dezenas de anos atrás havia uma tradição, maldita, espalhada por Portugal inteiro. Em Lustosa também acontecia o mesmo. E era assim: Quando os pais ficavam velhos, todos os filhos levavam o seu pai ao monte. Levando-­‐lhe uma manta e uma broa de pão. Eles ficavam lá abandonados, no monte, até que por fim acabavam por morrer.

Ora um dia, um velho, decidiu acabar com essa tradição. E, quando chegou a hora de ele ir para o monte. O filho disse: -­‐ Pai, tens aqui a tua manta e a tua broa de pão e vamos para o monte. Ele disse-­‐lhe:

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-­‐ Meu filho, fica já com metade da manta e metade da broa de pão porque os teus filhos, também te vão fazer igual a ti. O filho, pensou duas vezes e não levou o seu pai ao monte e tratou-­‐o, até ele acabar a sua vida.

O pai como recompensa e porque tinha prometido levantar sete cruzeiros. E foi isso mesmo que fez (levantou os sete cruzeiros) que são, que ainda hoje estão aqui em pé, na freguesia de Lustosa, concelho de Lousada, que são: lugar da Cruz de Várzea, em S. Roque, Pedregal, Covilhô, Loureiro, Igreja e Talhos.

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CANTIGA A SANTA HELENA

I

Ó Helena, Helena Helena adorada, Tu, na tua terra Como eras chamada? II Eu na minha terra era Helena fidalga e agora na tua serei desgraçada! III Pegou no alfange e a mulher matou coberta de ramos no monte a deixou. IV Passado uns anos ele por lá passou coberta de rosas no monte a encontrou!

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CANTIGA DAS SEGADAS O GAROTO DA RUA

I Vendo jornais e cautelas Não tenho quem mande em mim Pelas ruas e vielas Todos me encontram assim. II Trago a farda esfarrapada Como o rancho dos quartéis E com esta vida airada Nunca me sujeito a leis. III Sou um guarda atravancado Nunca tive educação Foi assim que me criara Sem Deus nem religião. IV Não conheço pai nem mãe Meu nome não sei qual é Ando por toda a cidade Faço parte da ralé.

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CANTIGA DAS SEGADAS

A FILHA DO RICO RENDEIRO I

Existe na minha terra Erguida no cimo da Serra Um moinho ao abandono Foi por destino cruel O testemunho fiel Do triste fim do seu dono. II Seu dono amara outrora Uma jovem encantadora Filha de um rico rendeiro E o pai por ser um cruento Não quis dar em casamento A filha ao pobre moleiro. III A jovem morreu de dor E o pobre louco de amor Ao ver morrer a donzela Enforcou-­‐se no moinho Sem amparo e sem carinho Beijando o retrato dela.

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IV O moinho a cair De manhã se faz ouvir As aves em seus trinados E mesmo assim cantando Parecem estar chorando A morte aos namorados.

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CANTIGA DOS TOSQUIADORES I

Laurindinha está na janela Na janela debruçada Passa ali um rapaz novo Viva à minha namorada II Viva à minha namorada Eu vinha para a namorar Venho-­‐lhe pedir menina Se comigo quer casar III Eu consigo não caso Que lhe não tenho amor Você é um rapaz novo Não sei o seu interior

IV Laurindinha foi para o quintal O malvado foi atrás dela Deito-­‐lhe as mãos à cintura E ao chão atirou com ela

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V Não me aperte a cintura Que eu não sou nenhum anel Não perde você que é homem Perco eu que sou mulher VI Dali foi para sua casa À tia se foi gabar Enganei a Laurindinha Antes do galo cantar.

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CANTIGA DA JUVENTUDE (ACÇÃO CATÓLICA)-­‐1950) I

Foi cruel o meu destino Que eu fiquei de pequenino Sem carinho de meus pais Sou um pobre, um desgraçado Que vivo abandonado À porta dos hospitais. II Ando ao frio e ao vento Passo noites ao relento No canto da rua Até durmo ao orvalho Sem ter outro agasalho A não ser a luz da lua. III Como é triste este mundo A vida de um vagabundo Que não tem cama nem lar Nem família nem abrigo Nem conforto de um amigo Passando a vida a chorar

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IV Pedi a nossa senhora Que tem pena de quem chora Que tenha pena de mim Sou um pobre um desgraçado Que vive abandonado De pequeno sempre assim .

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Dia de Reis em São Pedro dos Sarracenos

Como passei alguns anos da minha infância em S. Pedro, em casa da minha avó paterna e ainda hoje a visito várias vezes pois tenho lá casa vou recordar alguns costumes e tradições que havia naquela época na povoação de S. Pedro de Sarracenos nomeadamente por ocasião dos Reis. Naquela altura era hábito na terra pôr alcunhas a todas as pessoas que nela habitassem, algumas das quais se transmitem à descendência. Assim temos, o Jim Jim, o Chouriça, o Trinta Reis, o Totinha, o Manhanas, o Gordinha, o Pão Mole, o Cravinho, o Cagato. A festa dos reis era cheia de pitoresco e realizava ʹ se anualmente, em obediência a uma tradição muito antiga. Com cerca de dois meses de antecedência ŽƐ ͞ĚĂŶĕĂŶƚĞƐ͟ ĞƐĐŽůŚŝĚŽƐ ĞŶƚƌĞ ŽƐ ƌĂƉĂnjĞƐ ƋƵĞ ŶĞƐƐĞ ĂŶŽ ou no seguinte iam tirar a sorte ensaiavam sob a orientação do Sr. Manuel ĚĂ &ŽŶƚĞ ƉŽƌ ĂůĐƵŶŚĂ Ž ͞WĞƐƋƵĞŝƌĂ͟ Ğ ĞƌĂ ĐŚĂŵĂĚŽ ĞŶƚƌĞ ŽƐ ƉĂƵůŝƚĞŝƌŽƐ ĚĞ ͞ƌĞnjƵŶŐĂ͟ ƉŽŝƐ ĂĐŽŵƉĂŶŚĂǀĂ ĂƐ ĚĂŶĕĂƐ ĞŶƚŽĂŶĚŽ ĂƐ ƌĞspectivas músicas. Quando chegava o dia seis de Janeiro os pauliteiros estavam muito bem ensaiados. As raparigas da aldeia enfeitavam-­‐lhes os chapéus de aba larga que levavam no dia de Reis, durante as danças. Os chapéus eram enfeitados com fitas de várias cores, cordões de ouro e ramalhetes de flores. Logo de manhã davam uma volta ao povo e à porta de cada morador davam um laço. Dois homens vestidos de careto encarregavam-­‐ se de tirar a esmola com que cada casa contribuía para a festa seguindo na companhia dos pauliteiros.

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É preciso dizer que os pauliteiros no dia da festa dançavam ao som de uma gaita de fole e de um tambor tudo tocado por um homem o tamborileiro que vinha de uma aldeia raiana espanhola porque na aldeia não havia. Ao mesmo tempo outras pessoas pediam castanhas aos moradores mais ricos e coziam-­‐nas num grande caldeirão para depois serem comidas em público e outras eram dadas às pessoas que não tinham podido estar presentes indo de casa em casa. Ao meio dia celebravam-­‐se uma missa cantada em honra de Santo Estêvão a que ia muitas pessoas e os dançantes iam cobertos com xailes de mulher e com paulitos. No fim da missa os pauliteiros faziam, no cabido da igreja, um laço dedicado ao padre e por isso era chamado de laço do padre. Da música desta dança pouco me lembro mas consegui recordar-­‐me de parte da letra que vou passar a dizer: Jesus Cristo , Jesus mio, Criador Y Redentor De los dos e de los três En nombre de Dios Padre ámen E de los otros dos tambien; Pesa-­‐me Señor De todo el mu corazon, Adorando a Dios E besando la tierra, Perdonaz-­‐me Jesus Cristo Daz-­‐me la glória eterna.

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Depois o padre acompanhado pelos membros da Junta de Freguesia e pelas pessoas mais importantes da aldeia seguiam acompanhados também pela massa do povo até ao largo da povoação junto à capela de S.Caetano. Aí sentavam-­‐se a uma mesa enorme muitas pessoas: à cabeceira o padre, à sua direita os membros da Junta e à esquerda os convidados de honra do povoado. Era então servido um almoço no fim do qual o padre rezava umas orações para benzer a mesa e uns responsos pelas almas do purgatório e pelas obrigações de todos os presentes. Era nessa ocasião que as pessoas zangadas faziam as pazes e ouviam umas palavras dirigidas aos desavindos pelo senhor padre. Esta festa era muito conhecida nas redondezas e era costume aparecerem pessoas de fora para assistirem. Os pauliteiros dançavam no largo de S. Caetano da parte de tarde e colocavam o chapéu de dançantes na cabeça dos visitantes em sinal de respeito. Este gesto costumava ser retribuído com uma quantia em dinheiro que os homenageados pagavam para ajuda das despesas.

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A Segada

Chamava-­‐se segada à ceifa dos cereais. Tinha início nos começos de Junho na parte sul do distrito de Bragança ou seja na região conhecida por ͞ƚĞƌƌĂ Ƌuente͟ Ğ ĚŽƐ 20 de Junho em diante nas regiões do distrito ĐŽŶŚĞĐŝĚĂƐ ƉŽƌ ͞ǀĂůĞ͟ ŽƵ ͞ƚĞƌƌĂ ĨƌŝĂ͘͟ DiziĂ Ž ƉŽǀŽ ƋƵĞ ͞dĂƌĚĞ ƋƵĞ ĐĞĚŽ Ă Ɛegada vem pelo S. WĞĚƌŽ͘͟ Por este tempo os cereais encontravam-­‐se prontos para serem ceifados. A segada era feita por segadores, homens queimados pelo sol que em grupos de dez, quinze e vinte, chamados de camaradas vinham das ribas do Douro e de outros lugares, primeiro para a terra quente e depois para o vale ou terra fria onde as searas amadurecem mais tarde. O ceifeiro vinha com a intenção de amealhar uns cobres, durante trinta ou quarenta dias. A sua vestimenta era pobre e o físico mal cuidado mas eram exigentes na alimentação e alguns patrões viam-­‐se em dificuldades para arranjarem alimentos e bebidas de primeira qualidade. Cada um destes homens ficava tão caro pela alimentação como pelo salário em dinheiro e este chegava a atingir os quarenta escudos. O ceifeiro era uma pessoa alegre e brincalhona. Cantava, dançava e espalhava alegria a toda a camarada. A quem os via de fora dava a impressão que era feliz. Algumas vezes traziam cantigas novas que a mocidade das terras ƉŽƌ ŽŶĚĞ ƉĂƐƐĂǀĂŵ ĂƉƌĞŶĚŝĂ ƉĂƌĂ ĚĞƉŽŝƐ ĂƐ ĐĂŶƚĂƌĞŵ ĐŽŵŽ Ă ĚĂ ͞ĚĞůŐĂĚĂ ͙ŽŚ ĚĞůŐĂĚŝŶŚĂ͘͟ Os segadores trabalhavam mais quando cantavam por essa razão os patrões pediam-­‐lhes para cantarem algumas canções.

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O segador era um homem feliz que munido de um saco, um bordão, de uma ceitoura e de um chapéu de palha andava de aldeia em aldeia à procura de patrão que precisasse de ceifar as searas amadurecidas. E ia espalhando o seu pregão ͟YƵĞŵ ƋƵĞƌ ƐĞŐĂƌ ăƐ ŽŝƚĞŶƚĂ ĐŽƌŽĂƐ͍ acrescentava: Sol e vento que a segada faz-­‐ƐĞ ĐŽŵ Ž ƚĞŵƉŽ͘͟ E os patrões com medo que viesse uma trovoada o que causaria muito prejuízo para a sua economia justavam a segada. O lavrador não podia suportar os encargos da segada desde que não colhesse mais de cinco sementes nas suas terras isto é semear um alqueire e colher pelo menos seis. O segador não queria saber de desgraças: Estivesse o cereal bom ou ruim ele continuava a cantar e a andar de aldeia em aldeia à procura de patrão durante a época das ceifas.

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Oração para talhar o coxo Eu te talho coxo coxão De aranha ou aranhão De sapo ou sapão De cobra ou cobrão De bicho de qualquer nação Eu te corto pela cabeça pelo rabo e até pelo coração Em louvor de São Ciprião Pra trás andes tu Pra diante não Em louvor de São Silvestre Pra que tudo por mezinha preste

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Orações 1.Oração pronunciada por quem perde alguma coisa e a quer achar. Responso a Santo António Ó beato Santo António, em paz nasceste, em Lisboa vos criastes, no púlpito onde o senhor pregou, pregastes lá, no meio do caminho o vosso santo diário, previstes o filho da Virgem Maria, por vós 3 vezes chamou: António, António, António, volta atrás o perdido seja achado, o esquecido seja lembrado em louvor da Virgem Maria e de São Silvestre que esta oração me preste em louvor da Virgem Maria, um Pai Nosso e uma Avé Maria. 2. Orações usadas para males de pele -­‐ coxos dos bichos, utilizando uma faca, para fazer cruzes no local afectado Oração do coxo de rata Toupa, toupinha contigo me encontrei 3 porradinhas te dei, arredadeira te matei um Pai Nosso como Avé Maria. Oração dos bichos Eu te corto rata, ratão, sapa, sapão, cobra, cobrão, víbora, víborão, salamandra, salamandrão, aranha, aranhão, alicante, alicantão, bicho de toda a nação, secos sejas como um cobrão.

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3. Oração para a dor de pernas; fazem-­‐se cruzes com uma faca no local da dor. Oração da ciática Eu te corto ciática, Eu te torno a recortar. Vai-­‐te pr´as ondas do mar , Que este corpinho Te non pode sustentar. Em honra de Deus e da Virgem Maria Um Padre-­‐nosso e uma Ave-­‐maria

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Romance Em certa aldeia indigente Isto em tempos já passados Vivam muito santamente Dois velhinhos bem casados. A mulher e o companheiro Diziam juntos os dois: -­‐ Se tu morreres primeiro Morrerei logo depois. Mas o marido dizia: -­‐ Ai mulher escuta bem Quando tu morreres um dia No mesmo morrerei eu também. Nisto uma pancada forte À porta se faz ouvir. -­‐ Quem é? -­‐ perguntam -­‐ A morte, quero entrar, venham abrir! -­‐ ͞ ŝĂĐŚŽ͊͟ -­‐ diz o marido. -­‐ Como há-­‐de isto agora ser? -­‐ Tenho aqui um pé dorido Vai lá tu abrir, mulher.

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Mas ela logo se queixa Valha-­‐me Nosso Senhor ƐƚĞ ͞ĨůĂƚŽ͟ ŶĆŽ ŵĞ ĚĞŝdžĂ Vai lá tu se faz favor. Então a morte enfadada Investiu pelo postigo Entrou assim na pousada Levou os velhinhos consigo.

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Poesias Minha mãe, ó minha mãe Não se pode ser mulher Ser bonita agrada a todos Ser feia ninguém a quer. Eu amar bem te amava Sabendo que eras para mim Amar e lograr-­‐te outro São penas que não têm fim. O amor e o dinheiro Não podem andar encobertos O dinheiro é chocalheiro E o amor desinquieto. O amor quando se encontra EĂ ƌƵĂ ƐĞŵ ƐĞƌ ͞ĂŶƚĆŽ͟ Sobem as coras ao rosto E alegra-­‐se o coração. O amor quando se encontra Na rua sem ser espada Sobem as coras ao rosto É sinal da namorada.

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A RAPOSA E O LOBO

Era uma vez uma raposa que andava cheia de fome e foi procurar comida. Andou, andou, andou e ao passar por uma casa cheirou-­‐lhe a arroz de frango. Resolveu entrar e enfiar a cabeça na panela onde comeu quase todo o arroz. Ficou assim com a cabeça toda suja. Quando apareceu a dona da casa deu-­‐lhe uma grande tareia. A raposa fugiu a gemer de dores. O lobo perguntou-­‐lhe: O que foi que te aconteceu, comadre? -­‐ Ai compadre lobo, caí por uma borda abaixo parti a minha cabecinha e até os miolos saíram! Tenho tantas dores que nem posso andar! -­‐ Coitada de ti! Tenho tanta pena! Põe-­‐te às minhas cavalitas que eu levo-­‐te a casa, disse o lobo. ͞ ŝ ĐŽŵƉĂĚƌĞ͕ ƋƵĞ ŐƌĂŶĚĞ ĞƐŵŽůĂ͊ KďƌŝŐĂĚĂ͟ ĚŝƐƐĞ Ă ƌĂƉŽƐĂ ƋƵĂŶĚŽ saltou para as costas do lobo. Entretanto, a raposa consolada ia dizendo: Ai que rico regalo, comer arroz e andar a cavalo! O lobo ouvindo aquilo perguntou: Tu que dizes comadre? Nada, nada, respondeu ela. Tantas vezes repetiu aquilo, que o lobo zangou-­‐se, subiu a um grande penedo e atirou a raposa manhosa por lá abaixo.

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NOVENA DAS ALMAS

Quem quiser ir para o céu Venha comigo que eu vou Eu já tenho saudades De uma mãe que me criou Quem for devoto das almas não lhe perca a devoção Para que alcancemos todos O fruto desta missão Avé Maria, Maria José Salvai minha alma Que ela vossa é Que ela vossa é Vossa há-­‐de ser Salvai minha alminha Quando eu morrer Quando eu morrer Quando eu faltar Salvai a minha alminha para algum lugar Para bom lugar Que eu lá queria ir Não sou merecedora de o senhor me ouvir nota: imagem retirada de: http://umdeusdoimpossivel.blogspot.com/2010/10/almas-­‐do-­‐purgatorio-­‐nossa-­‐missao-­‐as.html

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SEMANA SANTA Na quarta-­‐feira de ͞ƚƌĠŐƵůĂƐ͟ ŶŝŶŐƵĠŵ ĨŝĂǀĂ ă ŶŽŝƚĞ ƋƵĞ Ă ŵŝŶŚĂ mãe não nos deixava fiar, nem fiava. Dizia que foi no dia em que Judas fiou as cordas para prender nosso Senhor. Nessa noite tocavam as Trindades, porque era quarta-­‐ĨĞŝƌĂ ĚĞ ͞ƚƌĠŐƵůĂƐ͘͟ Havia umas senhoras velhŽƚĂƐ ƋƵĞ ƐĞ ƉƵŶŚĂŵ ŶĂ ͞ĐƌŽƵĂ͟ ĚĞ Ƶŵ alto. Era no Forcado, e faziam aí uma cruz, faziam uma roda em terra e metiam-­‐ƐĞ ůĄ ĚĞŶƚƌŽ͘ ŝnjŝĂŵ ĞůĂƐ ƋƵĞ ĞƌĂ Ž ^ĆŽ ͞^ĞůŝŵĆŽ͟ Ğ ŶĂ ŚŽƌĂ ĚĂƐ trindades cantavam: ó rezai rezai, um padre-­‐nosso e uma ave-­‐maria pelas almas que estão no fogo do purgatório. Diziam isto nove vezes, tinham um funil ou um corno para se ouvir na freguesia, ouvia-­‐se no mosteiro todo e ouvia-­‐se tudo por lá baixo. Eu estava a servir na Covilhã, no Senhor Teles, novinha com 12 anos, e a senhora mandou-­‐me fechar o portão. Eu ouvi uma voz e fugi. Disse assim: minha senhora não fechei o portão ʹ porque é que não fechas-­‐te o portão? ʹ porque eu ouvi uma voz, -­‐és palerma, é a senhora Marquinhas Lomba a botar as ave Marias. ʹ não sei o que é, sei que parecia uma voz do outro mundo e fugi.

Nota imagem retirada de: http://www.google.pt/imgres?imgurl=http://www.equipotimondejovenes.com/wp-­‐ content/uploads/2010/03/semanasanta.jpg&imgrefurl=http://www.equipotimondejovenes.com/&usg=__XQ1d8PC Db6bYlSexJV6Q2qjLlCI=&h=350&w=300&sz=16&hl=pt-­‐ PT&start=32&zoom=1&tbnid=JzhfVpq0HNH_CM:&tbnh=160&tbnw=174&ei=IHy1TazpDc-­‐Y4AaR-­‐ dmMDA&prev=/images%3Fq%3Dsemana%2Bsanta%26hl%3Dpt-­‐ PT%26sa%3DG%26biw%3D1245%26bih%3D500%26gbv%3D2%26tbm%3Disch0%2C1050&itbs=1&biw=1245&bih=5 00&iact=rc&dur=250&page=4&ndsp=10&ved=1t:429,r:2,s:32&tx=136&ty=89

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O TRABALHO DO LINHO

EŽ ŵġƐ ĚĂƐ ͞ůĂďŽŝƌĂƐ͟ ƋƵĞ ĞƌĂ ŶŽ ŵġƐ ĚĞ ďƌŝů ƚĂŵďĠŵ ƐĞ Ɛemeava

Ž ůŝŶŚŽ͕ ͞ĐŽŶƐĂŶƚĞ͟ ƐĞ ƐĞŵĞŝĂ Ž ŵŝůŚĆŽ͕ ƋƵĂŶĚŽ ĞůĞ ĞƐƚĂǀĂ ŵĂĚƵƌŽ ŶŽ ŵġƐ de Junho, mais ou menos, arrancava-­‐ƐĞ͘ KƐ ͞ůĂďƌĂĚŽƌĞƐ͟ ĐŽŶǀŝĚĂǀĂŵ Ƶŵ pouco de povo para arrancar o linho. Arrancava-­‐se o linho e levava-­‐se para a eira aos molhos, estava um homem na eira com um ripão de ferro para tirara a bagarela, que era a semente. Havia uns poços de linho onde s e punha umas tábuas e o linho por cima às camadinhas, e por cima umas pedras pesadas e estava lá uma média de 9 dias, mais ou menos. No fim de nove dias tirava-­‐se e levava-­‐se para o monte, numa costeira onde houvesse pinheiros. De vez em quando ia-­‐se lá virar com o bico de uma foucinha ou um pau com duas ganchas. Estava lá também prai nove dias, tinha de ser todo pernão. Depois ia-­‐se lá, apanhava-­‐se o linho, botava-­‐se no carro dos bois e levava-­‐se para o engenho. Moía-­‐se aí o linho, trazia-­‐se para casa, punha-­‐se ás panadinhas em termos de as pessoas o espaldar. A patroa rogava umas poucas de mulheres ou de noite ou de dia como elas pudessem, mas era quase sempre de noite. Íamos fazer aquela espadada mas antes disso íamos ao monte ver se achávamos Carvalhas novas com maçãs, chamávamos-­‐lhe as maçãs do cuco ou escalheiros

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bravos que davam peras pequeninas. Era para nós darmos aos rapazes que nos vinham pedir as peras. No fim espadavamos o linho. O lavrador tinha um assafate de pão partido aos bocados e uma travessa de sardinhas, uma cabaça de vidro ou cantara como ele pudesse. Comíamos e no fim fazíamos uma dança. No fim da dança os moços levavam todos uma racha e pediam-­‐nos se podiam ir com nós. Metiam a racha dentro do cortiço, botavam o cortiço ao ombro e iam com nós até casa. Íamos sempre a cantar: mondadeira do meu linho, mondai o meu linho bem, não olheis para o caminho Que a merenda já lá vem. Eu hei-­‐de ir á tua arriga Apanhar a bagarela Depois de ela apanhadinha Fazemos a cama nela

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Eu hei-­‐de ir à tua arriga Do teu linho temporão Hás-­‐de ser minha cunhada Se casares com o meu irmão

Nota: imagem retirada de http://lombadamaia.planetaclix.pt/home.html

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REIS Boas noites, meus senhores Boas noites trago eu Venho trazer a notícia Que o Deus menino nasceu Ele nasceu em Belém Em Jordão foi baptizado No monte calvário morto Ai numa cruz crucificado Quem diremos nos que viva no casquinho da cebola Viva o senhor desta casa e mais a sua senhora Vivam também os filhinhos O senhor os fade bem Para gosto da mãezinha E do paizinho também

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Venha o pão e venha o vinho Cá para a nossa rapaziada Cenho o queijo da serra da estrela E bocados de marmelada Se não tiver que nos dar Dê-­‐nos figos ou dinheiro Ou castanhas o ouriço Ou salpicão do fumeiro

Nota: imagem retirada de http://jmvalferrarede.blogspot.com/2009/01/cantar-­‐os-­‐reis.html

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COSTUMES Quando tinha os filhinhos andava com o lenço na cabeça durante um mês, não se podia comer de tudo. Fruto que tivesse caroço não se podia comer, figos principalmente, que tinha grainha, vinha tudo à tona ĚĂ ƉĞůĞ͘ dŽĚĂƐ ĂƐ ŵƵůŚĞƌĞƐ ƐĞ ͞ŐƵĂƌĚĂǀĂŵ͕͟ ŶĆŽ ůĂǀĂǀĂŵ ĂƐ ŵĆŽƐ Ğŵ água fria. Eu estive numa patroa que em três semanas não meteu as mãos em água fria, não lavava os pés nem a cabeça. Eu como não me podia guardar muito, no prazo de oito dias já ia para o tanque com uma safatão de roupa e as minhas filhinhas a ajudar, porque tive 17 filhinhos. Eu estive numa patroa que durante um mês comeu trinta galinhas e no fim comeu o galo para fechar o corpo.

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A HISTÓRIA DO PISCO

Era uma vez um piquinho que encontrou perto da eira três greirinhos de milho e voou com eles para cima de um carvalhinho que havia ali perto. Só que ao pousar nos ramos, os três greirinhos caíram-­‐lhe na toca do carvalhinho já velho. Ficou muito aflito porque não podia tira-­‐ los de lá e foi ter com o dono e pediu-­‐lhe: -­‐ óh Homem corta o carvalhinho para eu tirar os três greirinhos de milho que me sabiam tão bem. Mas o homem que tinha um mau coração respondeu: -­‐ tenho mais que fazer do que me incomodar com os três grãos de milho ou com um pisco como tu. E não cortou o carvalhinho. Mas o pisco não desistiu e foi pedir ajuda à justiça. Óh justiça, prende o homem, que o homem não cortou o carvalhinho, para eu tirar os três greirinhos de milho que me sabiam tão bem. Mas a justiça não ligou ao pisco, porque ele era muito pequenino. Mas ele continuou a tentar e lembrou-­‐se de um cão que o podia ajudar, e pediu-­‐lhe, óh cão: ferra na justiça porque ela não prende o homem, e o homem não corta o carvalhinho, para eu tirara os três greirinho de milho que me sabiam tão bem. O cão estava a dormir a sesta, pôs-­‐se a rosnar e não quis ir. Lá foi o pisquinho, cada vez mais triste, mas sem desistir. Encontrou um pau que estava caído no caminho, e pediu-­‐lhe quase a chorar: óh pau, bate no cão, porque o cão não ferra na justiça, a justiça não prende o homem, e o homem não corta o carvalhinho, para eu tirar os três greirinhos de milho que me sabiam tão bem. O pau nem sequer se mexeu, e o pisquinho lá foi andando aos saltinhos porque as forças já lhe iam faltando, quando viu uma fogueirinha.

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Animou-­‐se e foi pedir ao lume que queima-­‐se aquele pau tão seco que não batia no cão, e o cão não ferrava na justiça, a justiça não prendia o homem, e o homem não cortava o carvalhinho, para ele tirar os três greirinhos de milho que lhe sabiam tão bem. O lume também não estava interessado em ajudar o pisco. Lembrou-­‐se de pedir à água que passava ali no ribeirinho para a apagar o lume que não o queria ajudar. Mas a água ia muito apressada e não o quis ouvir. Andava ali uma vaca a pastar e o pisco foi ter com ela, pousando-­‐lhe perto das orelhas e pediu-­‐lhe: óh vaca bebe a água, que não apaga o lume, o lume não queima o pau, o pau não bate no cão, o cão não ferra na justiça, a justiça não prende o homem, e o homem não corta o carvalhinho, para eu tirar os três greirinhos que me sabiam tão bem. A vaca estava com muita sede e disse que sim. Está bem, eu bebo a água. Mas a água já quis apagar o lume, o lume já quis queimar o pau, o pau já quis bater no cão, o cão já quis ferrar na justiça, a justiça já quis prender o homem, o homem já quis cortar o carvalhinho e o pisco já pode comer os três greirinhos de milho que lhe souberam tão bem.

Nota: imagens retiradas de http://www.bigmae.com/passarinhos-­‐animais-­‐de-­‐estimacao/ http://www.fernandorigotti.com/dia-­‐da-­‐arvore/ http://gadinovagabundo.blogspot.com/

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Criação do mundo

Vou contar uma história muito bem contada. Deus criou o mundo tirou-­‐o do nada.

De principio nada havia, Nem mãe, nem pai nem céus, nada no mundo existia Mas já existia Deus. Só de não ter de principio, nem tão pouco há-­‐de ter fim criou o mundo em 6 dias eu vou contar foi assim:

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Logo ao começar no 1º dia Deus criou a Luz que é toda a alegria Ao 2º dia fez o firmamento quando o céu n esta azul esta cinzento Ao 3º fez a terra e separou-­‐a do mar, com plantas para a cobrir e flores para enfeitar. Fez a erva e o pinheiro, a laranja e o limão fez o trigo e rio para o bem e para o mal.

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História do Joãozinho, do Toninho e da Maria Era uma vez uma mãe que tinha três filhos, e era muito pobrezinha e decidiu mandar os filhos buscar lenha para fazer de comer. O primeiro que chegou como não tinha o que lhe dar de comer decidiu mata-­‐los para lhe dar de comer aos outros irmãos. Matou-­‐o chamou por ele e disse: -­‐ O Toninho traz-­‐me aquele alguidar e a faca que é para te lavar o cabelo, mas primeiro vou-­‐te catar um piolho, e assenta-­‐te aqui no meu regaço. E matou-­‐o e escondeu o corpo dele aos bocados de baixo da cama, atrás da lareira e começou a fazer o jantar, os outros irmãos quando chegaram perguntaram pelo Toninho. Eles não sabiam dele, não sabiam que ela o tinha matado. A Maria chorava muito, ia pelos campos a chorar à procura do irmão. Encontrou uma velhinha que se fez passar por velhinha mas era Nossa Senhora. E perguntou-­‐lhe: -­‐ O que tens menina? -­‐ Foi a minha mãe que matou o meu irmão. -­‐ Amanhã traz os ossinhos todos que eu vou trazer-­‐te o teu irmão de volta. A menina assim o fez, e levou à velhinha que era Nossa Senhora. Quando chegou com os ossos todos ela transformou-­‐os no irmão. Vieram ao encontro da irmã, a mãe e o Joãozinho. O Toninho trazia no regaço uma cesta com maçãs de ouro. E então o irmão disse: -­‐ ó Toninho dá-­‐me uma maçã de ouro. -­‐ Não dou porque me comeste. E a mãe disse: -­‐ ó Toninho dá-­‐me uma maçã de ouro. -­‐ Não dou porque me mataste. E a Maria disse:

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-­‐ ó Toninho dá-­‐me uma maçã de ouro. -­‐ Dou que me salvaste. E então descobriram que foi a mãe que o matou, o menino ficou transformado e a história é contada.

Provérbios O Janeiro é geadeiro. O Fevereiro é chuvoso. O Março frio e ventoso. ďƌŝů ĂŐƵŝŶŚĂƐ ŵŝů͕ ĐƵĂĚŝŶŚĂƐ ƉŽƌ Ƶŵ ͞ŵĂŶĚŝů͘͟ Maio pardo. São João claro. Junho e Julho águas de Santa Marinha, até na arca faz farinha. Agosto amadurece e Setembro verdimece. Outubro chuvoso, faz o lavrador venturoso. Dos Santos ao Natal, Inverno natural. Mal vai Portugal se não há duas cheias antes do Natal. Ao Fevereiro e ao rapaz Perdoa tudo quanto faz Contando que o Fevereiro não seja secalhão E o rapaz não seja ladrão. Não vás ver a vinha ao desfolhar, pão ao encanar e a mulher ao levantar. mandil -­‐ avental

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Lenda da Vila da Sertã

Há muitos, muitos anos, ainda nos tempos dos romanos houve um ataque ao castelo, durante o qual o seu chefe morreu.

Então, sua mulher, Celinda , ao saber da notícia e percebendo que o inimigo chegava às muralhas do seu castelo, subiu as ameias do castelo com uma enorme sertã cheia de azeite a ferver lançando-­‐a à cara do inimigo, obrigando-­‐o a recuar.

Foi assim que o nome de Sertã foi dado a este lugar.

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As Aventuras do Espantalho Firmino

Firmino, o espantalho, ia no bico dos seus amigos pássaros. De lá de cima via as casas muito pequeninas, as árvores e as pessoas que pareciam formiguinhas. Viu paisagens que nunca tinha imaginado existirem, montanhas, vales, planícies, rios, lagos, praias e o grande e imenso mar azul. Levado pelos pássaros, lá ia o espantalho muito sorridente e feliz. Firmino estava tão feliz que não pensava em voltar para a seara de onde os pássaros o tinham tirado. Ao sabor do vento e muito devagarinho era o espantalho levado no céu. E a aventura continuava...

De repente aconteceu uma tragédia.... os pássaros já cansados e exaustos deixaram cair o Firmino numa floresta. O espantalho ficou tão assustado que não percebia o que estava a acontecer. Viu-­‐se caído no meio das árvores da floresta, na erva fofa e macia, mas muito fria.

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Levantou-­‐se num brusco movimento e começou a gritar pelos seus amigos pássaros. Mas onde estavam eles? Os pássaros tinham-­‐se afastado e não ouviam os gritos do Firmino que estava escondido entre as árvores. Só e perdido, olhou em todas as direcções sem saber o que fazer.

Começou a caminhar e ao longe viu uma sombra entre as árvores. Correu para ver o que era aquilo. Ao chegar viu que era uma mulher. Ela cumprimentou-­‐o e perguntou-­‐lhe o que andava ele ali a fazer naquele lugar. Firmino disse-­‐lhe que estava perdido e que era a primeira vez que estava ali, mas sentiu algum conforto e já não se sentia tão triste, pois tinha alguém junto de si. Então, meigamente, a mulher pediu-­‐lhe que a acompanhasse ao seu castelo. Mas Firmino não sabia que a senhora que lhe falava com tanto carinho era uma bruxa má. Ela segurou-­‐lhe na mão e Firmino ficou muito contente e sentiu-­‐se seguro com aquela senhora.

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A bruxa levou o espantalho para o seu grande castelo assombrado... Será que firmino sabia o que o esperava? Firmino estava tão feliz por ter encontrado alguém no meio da floresta que não pensava no medo, nem nos seus amigos pássaros.

Já no castelo e preso no cimo da torre, Firmino estava tão triste e desiludido com tudo o que lhe tinha acontecido que só desejava voltar para a sua seara onde tudo era igual, mas onde ele era feliz. Apesar de ter visto coisas tão maravilhosas quando ia preso no bico dos pássaros, naquele momento tudo era aterrorizador. Como poderia haver pessoas tão cruéis! Ele não fazia mal a ninguém, somente desejava conhecer outros lugares e ser amigo dos pássaros que sempre tiveram medo dele! A bruxa colocou o espantalho no cimo da torre do seu castelo para assustar os pássaros que ali pousavam. Ele que tanto esforço fez para ser amigo dos pássaros, agora voltava a ter que os assustar! Preso no castelo da bruxa má, o espantalho só desejava sair dali o mais rápido possível. Mas como poderia ele sair dali? Só um milagre o poderia salvar. Eis que ele surge: ao longe um bando de pássaros, aproximava-­‐se dele sem receio e sem medo, Firmino estava a achar tudo muito estranho,

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não sabia por que razão os passáros não tinham medo dele. Será que finalmente eram os seus verdadeiros amigos? Quando os pássaros se aproximaram cada vez mais, Firmino reconheceu os seus queridos amigos. Mas como poderiam eles salvá-­‐lo se ele estava preso a umas correntes de ferro? Firmino viu uns pozinhos cintilantes cairem nas correntes e de repente ele sentiu-­‐se solto. Foi então que os pássaros pegaram nele e o elevaram novamente no ar. A aventura do espantalho Firmino continuou no bico dos seus grandes amigos pássaros...

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Lenda das Pegadas de São Gonçalo de Amarante

-­‐ Ora, ele (S. Gonçalo) vivia em Vizela e estava a pensar fazer lá um mosteiro, mas achou o rio muito pequeno͘ ƐƚĞǀĞ Ă ǀĞƌ͙ ŶĆŽ͕ ŶĆŽ ƋƵĞƌŽ aqui o meu mosteiro. Vou lançar a bengala e ver onde é que ela vai cair. Lançou de lá, a bengala veio cair ali ao rio Sousa.

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-­‐ Ele veio ver, a bengala caiu em cima de um penedo. Ele chegou ali, subiu ao penedo, andou a ver, está lá tudo marcadinho, a bengala, as pegadas de ele andar ali, uma buraquinha de ele fazer chichi. E põs-­‐se a ver, subiu ao penedo ʹ ah não! Também não gosto deste rio, é muito pequeno ʹ é realmente um rio pequeno. Vou voltar lançar a bengala. Dali lançou a bengala , foi cair em Amarante, à beira do rio Tâmega

Ele foi ver ʹ é aqui que eu quero o meu mosteiro. -­‐ Foi lá que fez o mosteiro, porque era um rio grande ʹ o Tâmega é um rio grande ʹ então, fez lá o mosteiro dele e assim acabou a lenda.

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A Lenda da Senhora da Aparecida

Era um pedinte que andava pelas portas a pedir com uma imagem de Nossa Senhora e uma panela.

E depois aquele senhor que trazia aquela imagem e que adorava a imagem que trazia e andava de porta em porta, de porta em porta, e ia ficar numa mina (onde está hoje colocada a Nossa Senhora da Aparecida, na dita ermida). Chegou a uma altura o desapareceu. As pessoas perguntavam por ele e ĚŝnjŝĂŵ ͞K ŚŽŵĞŶnjŝŶŚŽ ŶƵŶĐĂ ŵĂŝƐ ĂƉĂƌĞĐĞƵ ƉŽƌ Ăş͘ K ƋƵĞ ůŚĞ ƚĞƌŝĂ ĂĐŽŶƚĞĐŝĚŽ͍͘͟ Passou-­‐se uns tempos e o homenzinho não aparecia e foram espreitar à mina.

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Quando foram espreitar à mina viram a panela, quer dizer descobriram que a vida do senhor era na mina. E viram a panela e não viram o homenzinho o pedinte desapareceu. Começaram a coscuvilhar e apareceu a Nossa Senhora. Deram com a Nossa Senhora Aparecida.

E depois, aí foi então que fizeram a Ermida e colocaram lá a Nossa Senhora Aparecida. E é isto o que eu sei da lenda.

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Índice: O ContŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙..͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϬ A Lenda das Andorinhas ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ 11 K >ŽďŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϯ K ĂƌƋƵĞŝƌŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙..͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϰ Oração a Santa Bárbara ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͘​͘ 15 Talhar o Medo de Andar dos Bebés ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϱ Lenda de Santa Bárbara ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ ϭϲ >ĞŶĚĂ ĚĞ ^ĂŶƚŽ KŶŽĨƌĞ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϳ Oração ao Anjinho da Guarda ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ ϭ8 O Rei à Procura da Felicidade ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙͘ ϭϵ KƌĂĕĆŽ Ă ^ĆŽ ^ĞďĂƐƚŝĆŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϮϬ O Rei e os ƐĞƵƐ ŽŶƐĞůŚĞŝƌŽƐ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ 21 Oração a São Bartolomeu ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ 22 São Pedro, O Senhor e a Ferradura ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ Ϯϯ O Diabo e o ^ĞŶŚŽƌ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 24 A Velha Preguiçosa ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙. 25 A Lenda Alusiva ĂŽ ͞ZŽƵďŽ͟ ĚĞ ^ĂŶƚĂ ƌŝƐƚŝŶĂ Ă FigƵĞŝƌſ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ Ϯϲ Responso a Santo António ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙ Ϯϳ Talhar Esipela ; ƌŝƐŝƉĞůĂͿ ͙​͙​͙​͙..͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙ Ϯϵ dĂůŚĂƌ Ž &ŽŐŽ >ŽďŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ ϯϬ

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>ĞŶĚĂ ĚĞ ^ĆŽ 'ŽŶĕĂůŽ ͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϮ Medicina Doméstica ͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϯϱ ĂŶƚŝŐĂƐ WŽƉƵůĂƌĞƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙ ϯϲ O Penedo da Moura ͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϯϳ Oração a SĂŶƚĂ ĄƌďĂƌĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϰϮ Oração a SĂŶƚŽ KŶŽĨƌĞ ͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 43 ZĞƐƉŽŶƐŽ Ă ^ĆŽ dŽŵĄƐ ĚĞ sŝůĂ EŽǀĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͙͘͘ ϰϰ >ĞŶĚĂ ĚĂƐ ŵĞŶĚŽĞŝƌĂƐ Ğŵ &ůŽƌ ĚŽ ůŐĂƌǀĞ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϰ5 ,ŝƐƚſƌŝĂƐ ĚŽ ǀƀ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.... 48 >ĞŶĚĂ ĚĞ ^ĆŽ DĂƌƚŝŶŚŽ ͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘ 49 LenĚĂ ĚĞ ^ĂŶƚĂ ƌŝƐƚŝŶĂ ͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 51 Encomendar as Almas ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙:͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ 52 KƐ ĆĞƐ ĚĂ >ŝdžĂ ͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϱϱ ŽŶƚĂ Ă DŝŶŚĂ ǀſ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͙͘͘ ϱϳ Lenda de São RoqƵĞ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϱϵ ZĞnjĂ ƉĂƌĂ dĂůŚĂƌ Ž ŝĐŚŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϲϬ KƌĂĕĆŽ ƉĂƌĂ ͞dŝƌĂƌ ůŵĂƐ ĚŽ &ŽŐŽ ŵ WĞŶŽ͟ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙͘ ϲϭ >ĞŶĚĂ ĚĞ ^ĂŶƚĂ ZŝƚĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙͘​͘ ϲϮ >ĞŶĚĂ ĚĞ &ĂĨĞ ͞ Žŵ &ĂĨĞ EŝŶŐƵĠŵ &ĂŶ&Ğ͟ ͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙ ϲϯ ,ŝƐƚſƌŝĂ ĚŽ ŽŶĐĞůŚŽ ĚĞ sŝŶŚĂŝƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϲϱ A Lenda da Porca de DƵƌĕĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ϲϴ Joaquina ʹ Música PopulĂƌ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϳϬ Lenda dos Sete CruzeirŽƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 73 Cantiga a Santa Helena ͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 75 ĂŶƚŝŐĂ ĚĂƐ ^ĞŐĂĚĂƐ ;K 'ĂƌŽƚŽ ĚĂ ZƵĂͿ͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͙͘͘ ϳϲ Cantiga das Segadas ( &ŝůŚĂ ĚŽ ZŝĐŽ ZĞŶĚĞŝƌŽͿ ͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϳϳ

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ĂŶƚŝŐĂ ĚŽƐ dŽƐƋƵŝĂĚŽƌĞƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙͘​͘​͘​͘ 79 Cantiga da Juventude (Acção Católica ʹ 1950) ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙͘ 81 Dia de Reis em são Pedro dos Sarracenos ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 83 ^ĞŐĂĚĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ 86 KƌĂĕĆŽ ƉĂƌĂ ƚĂůŚĂƌ Ž ĐŽdžŽ ͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϴϴ Orações ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͘​͙͘͘ ϴϵ Romance ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 91 WŽĞŵĂƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϵϯ ZĂƉŽƐĂ Ğ Ž >ŽďŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙͘ ϵϰ EŽǀĞŶĂ ĚĂƐ ůŵĂƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘͘​͘ 95 ^ĞŵĂŶĂ ^ĂŶƚĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘ ϵϲ K dƌĂďĂůŚŽ ĚŽ >ŝŶŚŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϵϳ ZĞŝƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ ϭϬϬ ŽƐƚƵŵĞƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭ02 ,ŝƐƚſƌŝĂ ĚŽ WŝƐĐŽ ͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϬϯ Criação do DƵŶĚŽ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘​͙͘​͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͙͘͘​͘ϭϬϱ História do Joãozinho, do Toninho e da Maria ͙​͙​͙​͙͙͘​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭϬϳ WƌŽǀĠƌďŝŽƐ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ϭϬϴ >ĞŶĚĂ ĚĂ sŝůĂ ĚĂ ^ĞƌƚĆ ͙​͙​͙͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙͘​͘ 109 As Aventuras do Espantalho Firmino ͙​͙​͙​͙​͙​͙.͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ ϭ10 >ĞŶĚĂ ĚĂƐ WĞŐĂĚĂƐ ĚĞ ^ĆŽ 'ŽŶĕĂůŽ ĚĞ ŵĂƌĂŶƚĞ ͘​͙͘​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙ 114 >ĞŶĚĂ ĚĂ ^ĞŶŚŽƌĂ ĚĂ ƉĂƌĞĐŝĚĂ ͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙​͙..͙ ϭϭϲ

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