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Programa
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Faróis
as sentinelas do mar
Portugal, como todos sabemos, tem uma costa marítima muito extensa. Verdadeiras sentinelas, os faróis são como anjos que guiam as centenas de embarcações que de noite passam ao largo da nossa costa. Saiba mais sobre a poesia e a utilidade destas obras!
Farol-Museu de Cascais
Só quem anda no mar dá o verdadeiro valor aos faróis da costa de Portugal e aos faroleiros que mantêm viva esta milenar atividade de proteção e segurança dos oceanos. Têm um lado poético estas verdadeiras obras de arquitetura e engenharia e são hoje tão precisos como há milhares de anos. Em Portugal, há mais de 50 e 30 estariam abertos em condições normais. Em tempo de pandemia, apenas o Núcleo Museológico da Direção de Faróis, em Paço de Arcos, se encontra a receber visitas, por agendamento, às quartas-feiras, entre as 14h.30h e as 17h, e no 1.º e 3.º domingo de cada mês, entre as 10h e as 12.30h.
Desde 2011 que as portas dos faróis se abriram ao público. Nas visitas, além da beleza do próprio local, qualquer ponto da costa é sempre bonito, há o edifício e o seu espólio para ver. Em muitos faróis há pequenas exposições com os utensílios antigos
Farol de Leça da Palmeira
Farol do cabo Espichel Farol do Bugio
que eram usados. Não se esqueçam que há faróis muito antigos e a maioria é anterior à eletrificação. Alguns são do século XVIII, mandados construir pelo Marquês de Pombal. Sabiam que há não muitas décadas um faroleiro precisava de ativar um mecanismo de duas em duas horas para que o farol funcionasse. Imaginam?
No continente, há 15 faróis visitáveis. Logo que possível, agendem uma visita para um verdadeiro passeio em família e um dia bem passado. Para saber quando abrem os faróis e preparar a visita, é aconselhável consultar o site da Autoridade Marítima Nacional (http://www.amn.pt/), onde pode também consultar os horários e qualquer outra informação sobre a possibilidade de visitar o farol escolhido. No site ainda é possível fazer a visita virtual de um farol onde não podemos ir, infelizmente. O do Bugio, à entrada do estuário do Rio Tejo, em Lisboa. Os mais pequenos vão adorar ver. Para quem vive na zona de Lisboa, recomendamos uma visita ao Polo Museológico da Direção de Faróis, em Paço de Arcos, porque ali estão peças dignas de se ver. As principais atrações são as enormes lâmpadas utilizadas nos faróis. Mas há muito mais para ver.
Na impossibilidade de aqui falar de todos os faróis, ficam algumas dicas para aguçar o apetite sobre os faróis mais emblemáticos de norte a sul do país. Leça da Palmeira - Para subir ao seu topo, onde é emitida uma luz com um alcance de 28 milhas (cerca de 52 quilómetros), é necessário subir 213 degraus. Foi deste farol que saíram, durante várias décadas, os profissionais que têm por missão manter em funcionamento estas importantes estruturas de apoio à navegação. Aveiro - O Farol de Aveiro é o mais alto de Portugal e goza ainda o estatuto de ser um dos três maiores da Europa. Para chegar ao topo, há que ter pernas para subir 271 degraus de
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Farol do Cabo da Roca
Farol do Cabo Sardão
Farol do Cabo de S. Vicente pedra mais 20 de ferro mas lá bem no alto terá a oportunidade de apreciar uma magnífica vista sobre o mar e a ria. No rés do chão, a estrutura guarda alguns equipamentos e máquinas, verdadeiras peças museológicas, que permitem dar a conhecer aos visitantes a evolução da luz emanada a partir do alto do farol. Cabo da Roca - O Farol do Cabo da Roca está situado no ponto mais ocidental da Europa Continental, no concelho de Sintra e oferece uma magnífica panorâmica sobre o Oceano Atlântico. Este é um dos faróis mais antigos da costa portuguesa, um dos seis que foram mandados construir por alvará pombalino, em 1758. Santa Marta - É único farol-museu português. O Farol de Santa Marta, em Cascais, remonta a 1868 foi sempre uma referência na sinalização costeira da barra do Tejo. No percurso do museu é possível ver o filme documentário “Faróis de Portugal. Cinco Séculos de História”. Cabo Espichel - Situa-se num dos locais com registos mais antigos da existência de uma luz para os navegantes. Tem a particularidade de ser uma torre hexagonal e, imaginem, já foi cenário para uma história de mistério. Lembram-se de “Uma aventura na falésia”, de Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada? Pois é, está na altura de conhecer o cenário da história. (E já agora, de reler o livro). Cabo de São Vicente - Possui um dos maiores aparelhos óticos do mundo (é o maior dos faróis portugueses). O Farol do Cabo de São Vicente está edificado no ponto mais a sudoeste do continente europeu, o Cabo de São Vicente, em Sagres, e a sua ativação data de 1846.
Já chega? Penso que sim! Comece esta aventura marítima pelo Núcleo Museológico da Direção de Faróis e, logo que seja possível, visite os restantes faróis. PN