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Programa
Alfama
Um passeio ao Bairro do Fado
O Fado é património imaterial da Humanidade e algo que faz de Lisboa uma cidade única. Mas será que os nossos filhos sabem onde nasceu o Fado e onde se canta? E em família, já visitou este museu único no mundo? Talvez esteja na altura de ir conhecer Alfama.
O passeio ao Bairro do Fado pode começar, desde logo, junto à estação de comboios de Santa Apolónia. Depois de estacionar o carro, é só ir a pé até ao Largo do Chafariz de dentro, a porta de entrada de Alfama. Fica mesmo em frente ao Museu do Fado. A visita impõe-se. Não há outro museu do fado no mundo e este está mesmo à mão de semear, proporcionando uma visita superinteressante, especialmente para os mais novos. É uma viagem à história do fado e dos fadistas. Muito interativo, nada maçador e cheio de experiências audiovisuais que nos trazem as memórias do fado.
Visto o museu, segue-se, então, a visita ao bairro. Talvez não saibam, mas a palavra Alfama vem da palavra árabe “al-hammâ” que significa “fonte de água quente”. É que o bairro está construído sobre uma rede de lençóis de água. Essas águas, com temperaturas que em alguns casos se situam acima dos 20 °C, chegaram a ser classificadas, em finais do século XIX, como águas mineromedicinais. Não é de estranhar a quantidade de chafarizes e de banhos públicos que há no bairro. Um jogo divertido é chegar ao fim da visita e ver quem
Museu do Fado
Museu do Fado Teatro Severo
descobriu mais fontes ou banhos nas ruas estreita deste bairro, que é o mais antigo e um dos mais típicos da cidade de Lisboa.
Outro aspeto interessante e divertido de Alfama é procurar as 20 “figuras” do bairro que estão imortalizadas nos azulejos espalhados pelas paredes das ruas. Algumas dessas figuras ainda estão vivas e é possível encontrá-las. Vejam se durante o passeio encontram, por exemplo, a D. Carmelinda, conversem com ela que não se vão arrepender. Damos-vos uma pista para a encontrar: procurem uma esquina e os copos da Ginjinha.
Talvez não saibam, mas este bairro medieval é o bairro mais antigo da Europa, depois de El Pópulo em Cádis. É uma verdadeira relíquia dos tempos anteriores ao terramoto de 1755. Escapou à catástrofe graças aos sólidos alicerces na colina mais alta da cidade. É um bairro para se perder por becos e largos. Passeie com as crianças pelos espaços do bairro, vendo estendais nas varandas e as fantásticas vistas do Tejo. O fado está em todas as esquinas. Vale a pena espreitar alguns dos restaurantes onde se canta a típica canção de Lisboa.
Mas Alfama tem algumas pérolas a não perder. Procure pelo Beco do Carneiro, a rua mais estreita do Bairro. Nunca chove nesta rua, porque os telhados dos prédios se tocam. Tire uma selfie com a família nas escadinhas deste beco, onde duas pessoas têm dificuldade em se cruzar.
Outra pérola, é provavelmente o sinal de trânsito mais antigo do mundo! De Lisboa e de Portugal é, sem dúvida. Na Rua do Salvador, está lá, numa parede, desde 1686 uma placa de pedra, mandada afixar por D. Pedro II, para orientar os coches que passavam por esta rua estreita. A placa diz o seguinte: “Ano de 1686. Sua Majestade ordena que os coches, seges e liteiras que vierem da portaria do Salvador recuem para a mesma parte” — isto tudo para dizer “Sentido Proibido”. Extraordinário. Já valeu a pena vir a Alfama. O passeio não pode terminar sem uma ida ao miradouro das Portas do Sol, para se deliciar com uma das mais bonitas vistas da cidade de Lisboa voltada para o Tejo. PN