ILAESE Luci Praun
Participação nos Lucros?
Mas de onde vem o lucro?
Decomposição do trabalho do produtor
• Trabalho necessário – sustento do produtor
• Trabalho excedente – Subproduto social do trabalho (não destinado ao produtor) – Sustento da classe dominante
Como a produção consegue gerar capital? Mais-valia absoluta Concorrência
A
04 h
B
04 h
C’ C 02 h
Produção
Capital-mercadoria
Prolongamento da jornada de trabalho Mais-valia relativa
Circulação Capital-dinheiro
04 h A 02
B 06 04 h
C
Redução vr da FT decorrente do aumento da força produtiva do trabalho. Mercadoria: CC+CV+MV
Salários e encargos em relação ao faturamento bruto da GM – 2000/2008 – em bilhões de dólares 12.000,0
Em bilhões de dólares
10.000,0 8.000,0 6.000,0 4.000,0 2.000,0 0,0
2000
2001
2002
2007
2008
8.484,4
8.558,7
7.689,5
10.284,5
10.731,5
salários/encargos
872,5
857,1
762,4
860,8
896,3
% folha no total
10,3%
10,0%
9,9%
8,4%
8,4%
faturamento
Fonte: Revista Exame – As 1000 Maiores e Melhores 2009
“Que queremos dizer quando afirmamos que os preços das mercadorias são determinados pelos salários? Como o salário não é mais do que uma denominação do preço do trabalho, queremos dizer com isso que os preços das mercadorias regulam-se pelo preço do trabalho”.
Só existe mais-valia porque o trabalhador não vende trabalho nem o produto do trabalho (riqueza produzida), mas a sua força de trabalho;
Diferença: a força de trabalho é a capacidade de produção do trabalhador
Valor histórica e socialmente determinado Muda de acordo com os períodos históricos; Difere entre países ou entre as regiões de um
mesmo país; Difere entre as categorias profissionais; Difere entre os níveis de qualificação; Sofre interferência da luta de classes.
As planilhas contábeis da empresa são abertas?
O sindicato tem acesso ao faturamento? E ao lucro líquido da empresa?
Primeira conclusão: Não há participação nos lucros.
Crise do fordismo
Produção flexível e acumulação de capital
Os resultados da produção...
Produção e trabalho flexíveis Just in time; kanban; células produtivas. Reorganização da produção: diminuição dos postos
de trabalho; multifuncionalidade; polivalência. Contratação de força de trabalho mais jovem. Diminuição hierárquica. Consórcio modular; condomínio de terceiros.
Intensificação da terceirização e outras formas de
contratação precárias; ▪ Contratações oscilam de acordo com a produção.
Banco de Horas, de Dias etc. ▪ Jornada oscila de acordo com a produção. Remuneração flexível ▪ Salário oscila de acordo com a produção / produtividade Ideia central: diminuir a possibilidade de estoque e baixar custos de produção e circulação das mercadorias.
Aumento da produtividade do trabalho; Redução relativa de trabalhadores empregados; Acumulação realizada por meio do aumento da
composição orgânica do capital. Fórmula da Produção Capitalista:
Cc
+
Cv
+
Tendência da produção capitalista: aumento da composição orgânica Cc Cc + Cv
Cc Cc + Cv
Cc Cc + Cv
Mv Cc Cc +
Cv
Mas o capital não pode prescindir do trabalho vivo...
Imagem 8
Núcleo “estável”
Periferia
(+) tecnologia
(-) tecnologia
Maior produtividade
Menor produtividade
Menor custo com FT no produto final
Custo maior com FT no produto final Imagem 9
Salários melhores
Rendimentos deteriorados
WV – Alemanha - Wolfsburg
China – linhas de montagem
1) Maior controle do trabalho e do tempo de trabalho; 2) Ritmo de trabalho acelerado / produtividade;
Trabalho e remuneração determinado pelas metas Lógica da concorrência substituindo a solidariedade
de classe (indivíduo x categoria); Individualização do trabalho
▪ Negociação por grupo; por empresa; ▪ Negociação de diferentes acordos em um mesmo espaço ▪ Diferentes categorias de trabalhadores (parciais/ ñ parciais; terceirizados/ ñ terceirizados; ingressantes / ñ ingressantes)...
Achatamento da remuneração fixa (salário);
Disputa entre trabalhadores, grupos de trabalhadores e/ou de plantas diferentes;
Ruptura do tecido de solidariedade de classe;
Aumento das doenças profissionais (físicas e mentais);
Enfraquecimento do sindicato.
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A base quer a PLR...
O que fazer?
Trabalhador por planta São José dos Campos São Caetano do Sul Gravataí Total GMB
quantidade 2008
% sobre total 2008
quantidade 2009
% sobre total 2009
9.322
39%
8.394
36%
10.390
42%
10.033
44%
4.500
19%
4.650
20%
24.212
100%
23.077
100%
Produção carros por trabalhador/ano São José dos Campos São Caetano do Sul Gravataí Média de produção por trabalhador
Carros/ano 2008 Carros/ano 2009 23 19 43 25
23 19 46 26
Antecipação: R$ 4.500,00 Possibilidade: superar os R$10.000,00
Meta: Proposta inicial da GM: 418 mil carros Acordado em SJC: ▪ 385 mil carros – R$8.350,00 ▪ 415 mil carros – R$10.020,00 ▪ A cada + 3 mil carros, adicional de 2%
SITUAÇÃO ATUAL 605 mil carros produzidos nas três plantas. Nº funcionários 2 turnos METAS Manter 20% do mercado Produzir 700 mil veículos COMO RESOLVER ESSA EQUAÇÃO? Intensificação do trabalho por meio de metas de produção
Mais-valia absoluta A
04 h
B
04 h
C’ C 02 h
Prolongamento da jornada de trabalho Mais-valia relativa 04 h A 02
B 06 04 h
C
Redução vr da FT decorrente do aumento da força produtiva do trabalho.
Anuário da Industria automobilistica - ANFAVEA - 1980-2008 - produção de automóveis (não incorpora caminhões e ônibus e máquinas a ano
PRODUÇÃO(UNID) TRABALHADORES CARRO P/ TRAB faturamento liq US$ FATUR. P/ TRAB. Us$ valor unit carro Us$ 1980 1.048.692 133.683 7,8 25.368.000.000 R$ 189.762,35 R$ 24.190,13 1981 691.098 103.992 6,6 19.437.000.000 R$ 186.908,61 R$ 28.124,81 1982 802.752 107.137 7,5 22.288.000.000 R$ 208.032,71 R$ 27.764,49 1983 854.761 101.087 8,5 21.095.000.000 R$ 208.681,63 R$ 24.679,41 1984 808.814 107.447 7,5 20.766.000.000 R$ 193.267,38 R$ 25.674,63 1985 893.552 122.217 7,3 26.380.000.000 R$ 215.845,59 R$ 29.522,62 1986 960.570 129.232 7,4 25.289.000.000 R$ 195.686,83 R$ 26.327,08 1987 832.227 113.474 7,3 27.182.000.000 R$ 239.543,86 R$ 32.661,76 1988 978.519 112.985 8,7 30.688.000.000 R$ 271.611,28 R$ 31.361,68 1989 936.000 118.369 7,9 28.455.000.000 R$ 240.392,33 R$ 30.400,64 1990 847.838 117.396 7,2 21.219.000.000 R$ 180.747,21 R$ 25.027,19 1991 887.912 109.428 8,1 21.811.000.000 R$ 199.318,27 R$ 24.564,37 1992 1.017.550 105.664 9,6 27.096.000.000 R$ 256.435,49 R$ 26.628,67 1993 1.324.665 106.738 12,4 31.376.000.000 R$ 293.953,42 R$ 23.685,99 1994 1.499.817 107.134 14,0 37.543.000.000 R$ 350.430,30 R$ 25.031,72 1995 1.536.866 104.614 14,7 37.760.000.000 R$ 360.945,95 R$ 24.569,48 1996 1.738.273 101.857 17,1 40.790.000.000 R$ 400.463,39 R$ 23.465,82 1997 1.984.403 104.941 18,9 44.724.000.000 R$ 426.182,33 R$ 22.537,76 1998 1.501.060 83.049 18,1 42.892.000.000 R$ 516.466,18 R$ 28.574,47 1999 1.286.503 85.100 15,1 35.638.000.000 R$ 418.777,91 R$ 27.701,45 2000 1.596.882 89.134 17,9 38.808.000.000 R$ 435.389,41 R$ 24.302,36 2001 1.716.522 84.834 20,2 39.454.000.000 R$ 465.072,97 R$ 22.984,85 2002 1.700.146 81.737 20,8 37.372.000.000 R$ 457.222,56 R$ 21.981,64 2003 1.721.841 79.047 21,8 36.197.000.000 R$ 457.917,44 R$ 21.022,27 2004 2.181.131 88.783 24,6 44.784.000.000 R$ 504.420,89 R$ 20.532,47 2005 2.377.453 94.206 25,2 48.333.000.000 R$ 513.056,49 R$ 20.329,74 2006 2.471.211 93.243 26,5 51.754.000.000 R$ 555.044,35 R$ 20.942,77 2007 2.803.841 104.274 26,9 61.747.000.000 R$ 592.161,04 R$ 22.022,29 2008 3.004.535 109.848 27,4 65.649.000.000 R$ 597.634,91 R$ 21.849,97
Crescimento
186%
-18%
251%
63%
215%
-9%
Produção: 186% Número de trabalhadores: -18% Produtividade p/ trabalhador: 251% Faturamento líquido: 63% Faturamento por trabalhador: 215% Valor unitário dos carros: -9%
Por que o trabalhador quer? Arrocho salarial; funciona como um 14º salário mais gordo;
etc.
Por que a patronal quer? Distribui riscos da produção com os trabalhadores; Oficializa o achatamento salarial; Amplia a divisão e competição no interior da classe
trabalhadora. Amplia o consumo e movimenta a economia local sazonalmente. “responsabilidade social” e obtenção da certificação ISO.
Fordismo (“divisão dos ganhos de produtividade” e Estado de Bem estar)
Anos 1980 – 90 (Brasil) Constituição de 1988 (obrigatoriedade); 1994 – medidas provisórias 2000 – Lei 10.101 (facultativa) ▪ Autoriza trabalho em domingos e feriados ▪ S/ incidência de encargos trabalhistas
Denunciar, esclarecer e conscientizar;
Recolocar a luta pela recomposição e aumento salarial como elemento principal;
Lutar pela desvinculação das metas de produção.