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Jornal do Colégio JORNAL DO COLÉGIO ETAPA – 2016 • DE 12/08 A 25/08
ENTREVISTA
“Nunca se contentar, lembrar que depois de um passo vem outro.” Artur de Almeida Losnak entrou no Etapa no 5o ano do Fundamental. Ao final do Ensino Médio, entrou no ITA. Aqui ele fala do período em que estudou no Colégio Etapa, de sua participação em olimpíadas culturais e de suas dificuldades. Fala também do ITA, do mercado financeiro onde atualmente atua e comenta sobre seus planos profissionais.
Artur de Almeida Losnak
JC – Quando você escolheu Engenharia? Artur – Eu participava das olimpíadas de Matemática. Sempre gostei de Matemática, pelo desafio da matéria, por não ter que decorar, por ter grau de abstração maior. Considerei entrar no ITA como um novo desafio. Engenharia oferecia um leque de oportunidades, era um curinga, vamos dizer assim. Com a Engenharia eu tinha possibilidade de ir para outras frentes. Além do ITA, você prestou outros vestibulares? Prestei também Fuvest, para a Poli. Na Poli, em que Engenharia? Engenharia Eletrônica. No ITA entrei em Engenharia Eletrônica, depois mudei para Engenharia Mecânica-Aeronáutica. ENTREVISTA Carreira – Engenharia Mecânica-Aeronáutica
CONTO A nota de cem mil-réis – Artur Azevedo
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Minha mãe fez Farmácia e depois fez concurso para o Tribunal Regional Federal. Para isso tinha de ter diploma de Direito. Fez cursinho aqui, cursou Direito e se formou. Ela gostou do Etapa e nos trouxe, eu e minha irmã.
Você disse que fazia olimpíadas de Matemática. Desde quando? Desde a 6a série. Fiz Olimpíadas Paulista e Brasileira de Matemática, Paulista e Brasileira de Química e no 3o ano fiz Brasileira de Física. No total, ganhei umas 10 medalhas. Ganhei ouro na Paulista de Matemática, ganhei prata na Brasileira de Matemática, bronze na Paulista e na Brasileira de Química.
ARTIGO Universidades paulistas lideram pesquisa em cosméticos no mundo
PARA TREINAR SEU INGLÊS
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ENTRE PARÊNTESIS
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Galgo × coelho
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Math problem
ESPECIAL Simula Etapa: em debate, globalização e minorias
Brasil é premiado na Olimpíada Internacional de Física
SOBRE AS PALAVRAS
Ficar a ver navios
Como você veio estudar no Colégio Etapa na 5a série?
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ENTREVISTA
Você participou da preparação especial para o ITA? Fiz o Reforço para o ITA. Eu tinha uma base boa de Matemática e Química, mas minha dificuldade era com Física. Enquanto eu tirava 8 nos simulados de Português e Matemática, tirava 3 em Física. Nas férias de julho eu peguei as apostilas de Física dos três anos do colegial e fiz todos os exercícios de novo, para aprender detalhes, para realmente aprender mais um pouco de Física. Esse enfoque em Física foi a grande diferença. Peguei também as provas antigas do ITA, que eu fazia e lia diariamente, para guardar bem o estilo. Como foi seu início no ITA? Eu encarei de forma bastante tranquila. Morei no alojamento, não era uma obrigação, era mais uma comodidade. Na minha época, pagava acho que 45 reais por mês. Não pagava nem luz nem água. E tinha o refeitório, também gratuito. Acho que o grande ponto do alojamento é que, como 90% dos alunos moram lá, se você tem alguma dúvida, se tem uma prova no dia seguinte e quer correr atrás, esse acesso facilitava bastante. Por que sua mudança de Engenharia Eletrônica para Engenharia Mecânica-Aeronáutica? Na minha época, o ITA tinha cinco cursos: Engenharia Mecânica-Aeronáutica, Engenharia Eletrônica, Engenharia de Computação, Engenharia Aeronáutica e Engenharia Civil-Aeronáutica. Engenharia Aeroespacial foi criado em 2010. Eu não tinha consciência de qual curso fazia o quê e acabei indo para Eletrônica. Lá, vi que Eletrônica era muito específica, enquanto Mecânica tinha mais diversidade de matérias – matérias da Aeronáutica, da Eletrônica, da Computação, era um pouco de tudo. Como é um curso mais geral, quando se formam, as pessoas normalmente vão para outros setores que não necessariamente a Engenharia. Foi uma migração nesse sentido. Quando se deu essa mudança? O ciclo básico são dois anos. A gente pode optar no final do ciclo básico. Quais foram as matérias nesse período básico do curso? Uma coisa que me surpreendeu no ITA foi o nível – muito bom. Você tem um ciclo básico em que todo mundo é obrigado a fazer as mesmas matérias. Eram
oito Matemáticas, seis Físicas e duas Químicas. Havia algumas matérias opcionais, sobre humanidades e cultura brasileira. O grosso eram Matemática, Química e Física, bastante pesadas.
Você conseguiu acompanhar o ritmo? Eu tive que dedicar um esforço maior à Física. Em Matemática o esforço foi menor pela base do Etapa. No primeiro ano não tinha muita novidade. No segundo ano ficava um pouco mais complicado, mas não era coisa do outro mundo. No 3o ano, já na Mecânica, o que você teve de matérias? Tive Introdução à Aeronáutica. Tive matérias de Economia. Vi a parte de Infraestruturas, que também se aproximava mais da Aeronáutica. A ênfase que a gente dava mesmo era em Controle, que se aproximava da Eletrônica e onde ficavam as matérias mais difíceis. No ITA, além das aulas, você fez alguma outra atividade? Eu participava da Atlética do ITA. No 4o ano fiz parte do Eife [Encontro de Integração Faculdade-Empresa]. A gente fazia uma captação de recursos para poder financiar nossa viagem para a Europa, para visitar fábricas na Alemanha e na Suíça. Você fez estágio durante o curso? Na Mecânica, no 5o ano, a gente estagia no segundo semestre. O primeiro é mais para começar o TCC. No segundo semestre você tem que entregar. Qual foi o tema do seu TCC? Era um tema de mercado financeiro. Basicamente, fazia uma análise setorial da empresa e discutia as premissas utilizadas no modelo. Era algo que eu já estava utilizando no estágio. Você estagiou em São Paulo ou em São José dos Campos? Em São Paulo, fazia bate e volta todo dia. Como é seu trabalho atual? Recebo relatórios, tomo decisões de investimento, com quem a empresa deve comprar, para quem deve vender. Cada dia é diferente e esse dinamismo me atrai bastante. Sempre surgem imprevistos e você tem que estar confortável com suas decisões.
ENTREVISTA Tem que ter maturidade para saber sair de uma opinião ruim e ter competência para acertar mais do que errar.
Você pretende voltar para a Engenharia Mecânica? O retorno para Engenharia Mecânica não deve acontecer porque não dei nenhum passo nessa direção. Minha ideia é ir evoluindo no que estou fazendo para novos setores. Agora estou focado no segmento de commodities. Pretendo ter mais noção de outros setores, como elétrico e varejo. Você busca fazer alguma especialização para isso? Pretendo ter certificações na área. A mais valorizada para quem não veio da Economia é o CFA [Chartered Financial Analyst – certificado “padrão-ouro” no mercado financeiro]. São três provas, uma a cada ano. Em 2014 fiz uma prova, em 2015 fiz outra e agora em junho fiz a terceira. São vários certificados. Estou fazendo também o FRM [Financial Risk Manager]. Como o mercado é dinâmico, você tem sempre que estar correndo atrás, estudando. O ritmo nunca para. Tem que ter um embasamento cada vez melhor. Em seu trabalho, qual a diferença entre você, que fez Engenharia, e profissionais que escolheram outras carreiras, como Economia? São três grandes grupos que existem: o de Economia, o de Administração e o de Engenharia. Quem fez Engenharia procura uma base mais lógica. A gente parte mais para a ação, porque temos noção de que não estudamos na mesma proporção aquelas matérias que eles tiveram nas faculdades de humanas. No começo, o pessoal de Economia e Administração tem um background melhor que o nosso. Depois de dois, três anos lá, não se cobra de onde você veio, mas o que você está entregando. Você sabe como foi o caminho dos que optaram em continuar na Engenharia? Em termos de Engenharia, pela proximidade, a Embraer é quase nosso campus, é o mais visado. Tem gente que seguiu na Embraer, tem gente que seguiu em outros projetos. Muita gente também vai para consultoria. Eu não acompanho o mercado de Engenharia no detalhe, mas houve sim uma retração da demanda por causa da Lava Jato. Muitos projetos foram interrompidos, outros foram suspensos. Mas lembro de uma frase do meu primeiro chefe – ele
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comentou que não importa o momento bom ou o momento ruim, se você gosta muito do que faz, não fique preocupado com a questão do emprego, corre atrás que uma hora ou outra você acaba achando.
Como você vê a importância do colégio em sua carreira? O Etapa me ensinou a não ter medo de prova. Aprendi também a tomar o remédio amargo que eram as matérias de que eu não gostava muito, que tem de fazer de uma maneira ou de outra. É uma coisa que você tem que encarar. Não pode ficar só no que lhe é mais conveniente.
Em termos de matérias, o que você viu aqui que mais lhe ajudou na faculdade, no dia a dia? Sempre gostei bastante de História, entender o que aconteceu, como as coisas surgiram. Acho que também me fez ter um olhar crítico para as coisas que vejo hoje. Às vezes a gente comenta que tal ação está barata, tal ação está cara. Por quê? Tem que ter noção de como as coisas se comportaram antes, o que as levaram para determinado ponto. Esse olhar crítico é bastante valorizado.
Que recordações você tem de seu tempo no colégio? O que eu mais lembro do colégio é que eu particularmente não gostava das provas. Minha aula era às 7h15min, eu chegava às 6h30min, não sabia que matéria ia cair na prova. Era um grande desafio, eu tinha que aprender rápido. É uma coisa que eu aprendi: a aprender rápido. O que eu admirava bastante era a cultura daqui, a conscientização de que algo vai acontecer mais para frente. É uma coisa boa.
O que mais você quer dizer para nossos alunos? Acho que a principal mensagem é: se entrar na faculdade é importante, você tem que justificar porque entrou numa faculdade e não em outra. Entrar passivamente é um pouco errado, você tem que ter seus motivos. Não adianta achar que se você se formar numa faculdade boa vai ter qualquer emprego e automaticamente vai tocar sua vida. Uma coisa que falaram na minha formatura foi que você tem sempre que estar incomodado. Tem sempre que correr atrás, definir metas e procurar atingi-las. Nunca se contentar, lembrar que depois de um passo vem outro. E seguir caminhando.
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CONTO
A nota de cem mil-réis Artur Azevedo
O
Cavalcânti era um marido incorreto, para não empregar um adjetivo mais forte; imaginem que os seus recursos não davam para acudir a todas as necessidades da família e, no entanto, era ele um dos amantes da Josephine Leveau, uma cocotte francesa, cujo nome era muito conhecido nas rodas alegres, e se prestava aos trocadilhos mais interessantes, quer em francês, quer em português. Como a esposa do Cavalcânti era uma hábil costureira, recorreu à sua habilidade para ajudar nas despesas de casa. Um dia fez um vestido para uma amiga, e, tão bem feito, tão elegante, que a sua fama correu de boca em boca, e valeu-lhe uma freguesia certa, que lhe dava algum dinheiro a ganhar. Havia meses em que ela fazia trezentos mil-réis. O Cavalcânti não protestou, pelo contrário aprovou. Fez mais, como vão ver. Uma bela manhã, a Josephine mandou-lhe pedir cem mil-réis para uma necessidade urgente, e ele não os tinha, nem sabia onde ir buscá-los. Hesitou durante algum tempo em cometer uma baixeza, mas acabou cometendo-a. Já o leitor adivinhou que o miserável pediu à esposa o dinheiro que devia mandar à amante. A pobre senhora não manifestou a menor contrariedade: foi ao seu quarto, abriu uma gaveta onde guardava o fruto do seu trabalho, e tirou uma nota de cem mil-réis, ainda nova. Antes de levá-la ao marido, que esperava na sala de jantar, contemplou-a durante algum tempo como para despedir-se dela para sempre, e então notou que alguém escrevera num canto estas palavras com letra miúda: “Nunca mais te verei, querida nota!” E como D. Margarida – ela chamava-se Margarida – tivesse um lápis à mão, escreveu por baixo daquelas palavras “Nem eu!”. O Cavalcânti empalmou os cem mil-réis com um estremeção de alegria. – Este dinheiro faz-te muita falta? – perguntou ele. – Não – respondeu ela – hoje mesmo espero receber igual quantia. Meia hora depois, o Cavalcânti entregava a nota, dentro de um envelope, a Josephine Leveau. Nesse mesmo dia D. Margarida recebeu os outros cem mil-réis que esperava. Contra o seu costume, o Cavalcânti estava em casa.
– Olha, disse-lhe ela, aqui estão os cem mil-réis que eu contava receber. A freguesa é boa. – Quem ela é? perguntou o marido. – Não a conheço; veio ter comigo e pediu-me que lhe fizesse um vestido de seda, riquíssimo. Tinham-lhe dito que eu trabalhava bem e barato. – Mas é senhora séria? – Parece. É francesa, e casada com um banqueiro, disse-me ela. Naturalmente o marido é também francês, porque ela chama-se Madame Leveau. – Leveau! repetiu o Cavalcânti empalidecendo. – Conheces? – Não. – Então, por que fizeste essa cara espantada? Boa freguesa! O vestido foi hoje de manhã cedo, e hoje mesmo veio o dinheiro. – Onde mora essa Madame Leveau? – Na Rua do Catete. Dizendo isto D. Margarida abriu o envelope e retirou os cem mil-réis. – Que coincidência! disse ela; a nota é da mesma estampa da qual te dei hoje de manhã! Por sinal que a outra tinha no canto... Oh!... Este grito quer dizer que D. Margarida tinha lido a frase “Nunca mais te verei”, e o seu acréscimo: “Nem eu!”. – Que foi? perguntou o Cavalcânti. – A nota é a mesma!... – A mesma? repetiu o marido gaguejando. – A mesmíssima! Reconheço-a por causa destas palavras... Vê! a minha letra!... O Cavalcânti arranjou uma desculpa esfarrapada: disse que tinha pago os cem mil-réis ao banqueiro Leveau, a quem os pedira emprestados; mas D. Margarida não engoliu a pílula, e foi à casa de Josephine certificar-se de que esta era uma cocotte frequentada por seu marido. A pobre senhora separou-se do desgraçado, e abriu casa de modista. Ganha muito dinheiro. Extraído de: <www.dominiopublico.com.br>.
SOBRE AS PALAVRAS
Ficar a ver navios O rei de Portugal, Dom Sebastião, morreu na batalha de Alcácer-Quibir, mas o corpo não foi encontrado. A partir de então (1578), o povo português esperava sempre o sonhado retorno do monarca salvador. Em 1580, em função da morte de Dom Sebastião, abre-se uma crise sucessória no trono vago de Portugal. A consequência dessa crise foi a anexação de Portugal à Espanha (1580 a 1640), governada por Felipe II. Evidentemente, os portugueses sonhavam com o retorno do rei, como forma salvadora de resgatar o orgulho e a dignidade da pátria lusa. Em função disso, o povo passou a visitar com frequência o Alto de Santa Catarina, em Lisboa, esperando, ansiosamente, o retorno do dito rei. Como ele não voltou, o povo ficava apenas a ver navios. Ou seja, esperava em vão.
ARTIGO
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Universidades paulistas lideram pesquisa em cosméticos no mundo Elton Alisson
A
s Universidades de São Paulo (USP) e Estadual de Campinas (Unicamp) estão entre as instituições científicas mais produtivas na pesquisa em cosméticos no mundo ocupando, respectivamente, a 1a e a 8a colocações. As constatações são do estudo State of Innovation 2016, realizado pela área de negócios de propriedade intelectual e ciência da Thomson Reuters. O estudo apontou que a USP publicou 177 artigos científicos indexados na Web of Science relacionados a cosméticos no período entre 2005 e 2015, à frente da Food and Drug Administration (FDA) – a agência regulatória de alimentos e fármacos dos Estados Unidos –, com 108 publicações; da empresa norte-americana de bens de consumo Procter & Gamble (P&G), com 103 artigos; e da Harvard University, com 83 publicações. Já a Unicamp publicou 78 trabalhos científicos no mesmo período e superou a University of California Los Angeles (70) e a University of California San Francisco (68). “O Brasil, historicamente, sempre teve uma participação importante no setor de cosméticos globalmente [o país é o terceiro maior mercado consumidor de produtos de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da China]. Isso acaba se refletindo nas pesquisas realizadas na área no país”, disse Ricardo Horiuchi, especialista em inovação, propriedade intelectual e ciência da Thomson Reuters, à Agência FAPESP. Há dez anos o Brasil não figurava nem entre os dez países com maior participação em congressos científicos internacionais de cosmetologia – a área da ciência farmacêutica dedi cada à pesquisa e desenvolvimento de produtos cosméticos –, relembra Patricia Maia Campos, professora da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da USP. Esse cenário, contudo, começou a mudar com a instituição de centros de pesquisa na área no país, como o Núcleo de Estudos Avançados em Tecnologia de Cosméticos (Neatec) da FCFRP, fundado em 1998 e do qual Campos é coordenadora, que começaram a interagir mais com empresas do setor, apontou a pesquisadora. Por meio de parcerias com indústrias de cosméticos e instituições de pesquisa internacionais na área, os pesquisadores da instituição têm realizado uma série de projetos de pesquisa e desenvolvimento de formulações cosméticas inovadoras, estudos de caracterização de pele e de cabelos e de eficácia clínica de formulações, entre outras linhas de pesquisa. As parcerias resultaram na publicação de 67 artigos em revistas indexadas por pesquisadores do Neatec nos últimos 10 anos e na obtenção de cinco patentes, das quais três estão
depositadas no Brasil, uma registrada e em licenciamento e outra depositada no exterior. “As parcerias com as empresas estimulam a realização de pesquisas aplicadas que podem resultar em inovações”, avaliou Campos. Uma das inovações desenvolvidas por pesquisadores do Neatec em parceria com a fabricante brasileira de produtos veterinários Ourofino, foi um produto à base de uma microalga (a Spirulina), obtida pela empresa por meio de processos biotecnológicos, que consegue manter a hidratação e controlar a oleosidade da pele ao mesmo tempo. A aplicação resultou em uma patente depositada pela Ourofino nos Estados Unidos e na Europa. Por meio de um projeto de pesquisa que realiza atualmente com apoio da Fapesp, Campos pretende desenvolver um produto fotoprotetor à base da microalga. “Isso seria uma nova aplicação para a Spirulina e poderia resultar em outra patente”, indicou. Já por meio de um projeto de pesquisa anterior, também realizado com apoio da Fapesp, a pesquisadora e colaboradores desenvolveram um filtro solar à base de ginkgo biloba e algas marinhas vermelhas que, além de proteger contra os efeitos nocivos da radiação ultravioleta, melhora a textura e elasticidade da pele, estimula a renovação celular, hidrata e diminui as rugas (leia mais em http://agencia.fapesp.br/15079). O produto também rendeu uma patente e despertou a atenção de pesquisadores do Centre de Recherches et d’Investigations Épidermiques et Sensorielles da empresa francesa Chanel, com quem acabaram firmando uma parceria. “Atualmente, além da Chanel e da Ourofino, também temos parcerias com a L’Oréal e outras empresas francesas, além da Nikkol, do Japão, a Galena, no Brasil, e com universidades da França, Alemanha e Portugal”, elencou Campos. Já a Unicamp também possui parcerias com a L’Oréal e a Natura e tem aumentado o número de licenciamentos de tecnologias oriundas de projetos realizados na universidade com aplicações em cosméticos e diversas outras áreas.
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ARTIGO
A fim de dar maior visibilidade a essas tecnologias que estão protegidas por meio de patente ou registro em um sistema computacional, a agência de inovação da universidade – a Inova Unicamp – criou um repositório de informações em sua página na internet com informações sobre cada uma das tecnologias, listadas por categoria. Em cosméticos, por exemplo, a instituição possui um portfólio de 29 tecnologias. Entre elas uma partícula em escala nanométrica (equivalente à bilionésima parte do metro), que possui óleo de buriti e ceramidas em sua composição e promete aumentar a eficácia contra a queda de cabelos. “Com a disponibilização do nosso portfólio de patentes na internet, conseguimos registrar um recorde de 15 licenciamentos em 2015”, disse Milton Mori, diretor executivo da Inova Unicamp.
Inovação aberta Essa prática de “inovação aberta” já adotada pela Unicamp e a USP, em que corporações, universidades, órgãos governamentais e institutos de pesquisa firmam parcerias a fim de lançar novos produtos e tecnologias no mercado, tem se tornado cada vez mais comum e impulsionado a inovação no mundo, aponta o estudo da Thomson Reuters. Na área de cosméticos, por exemplo, a P&G, a USP, o FDA e a Harvard University, por exemplo, firmaram um acordo para melhorar o processo de produção de produtos cosméticos. Já a Ford, a University of Michigan e o Politecnico di Torino, na Itália, se uniram para desenvolver tecnologias na área automotiva, destaca o estudo. “Observamos que há um número crescente de patentes em cotitularidade [nas quais uma empresa divide a titularidade com uma universidade ou instituição de pesquisa], o que demonstra uma maior aproximação entre esses dois mundos que antes eram muito distantes”, afirmou Horiuchi. “Além disso, também estamos identificando muitos artigos em que pesquisadores de empresas e de universidades e instituições de pesquisa dividem a autoria”, ressaltou.
O estudo apontou que o volume total de patentes em todo o mundo cresceu 13,7% em 2015. Já o volume total de novas pesquisas científicas em 12 áreas analisadas – aeroespacial e defesa; automotiva; biotecnologia; cosméticos e bem-estar; alimentos, bebidas e tabaco; eletrodomésticos; tecnologia da informação; equipamentos médicos; óleo e gás; farmacêuticos; semicondutores e telecomunicações – apresentou uma queda de 19% no ano passado e de 27% desde 2009. O aumento do número de patentes em 2015 foi impulsionado pelos setores aeroespacial e de defesa (15%), dispositivos médicos (27%) e eletrodomésticos (21%). O setor de biotecnologia foi o único que registrou uma desaceleração no número de patentes, com uma retração de 2% em 2015, apontou o estudo. O declínio das publicações científicas sugere uma potencial desaceleração da inovação no futuro porque tipicamente precedem descobertas que podem resultar em novas tecnologias e inovações, aponta o estudo. “As patentes costumam ser oriundas de pesquisa básica, geralmente realizada em universidades e instituições de pesquisa, que vai sendo aprimorada até chegar a um ponto mais maduro em que uma empresa começa a se interessar e a desenvolver tecnologias a partir de seus resultados”, avaliou Horiuchi. “Se o número de publicações de resultados de pesquisas básicas realizadas na universidade começar a cair, isso pode impactar na geração de inovação no futuro”, apontou o especialista. Em sua sétima edição, o estudo anual baseia-se em dados globais de propriedade intelectual, tais como depósito de patentes e publicações científicas em todo o mundo como indicadores de inovação em 12 áreas tecnológicas. Os dados do estudo foram compilados usando as plataformas Derwent World Patents Index – um banco de dados mundial de patentes – e a Web of Science – conjunto de bases de dados de publicações científicas –, administradas pela Thomson Reuters. Extraído de: Agência FAPESP – Divulgando a cultura científica, jun./ 2016.
(ENTRE PARÊNTESIS)
Galgo × coelho
Logo:
8 12 n = n + 12 ` n2 = 45 pulos . 3 2 5 2
n2 $ x2 = (n1 + 12) x1 vantagem = 12 pulos
coelho
galgo
Pelos dados: n1 = 12 e 8x1 = 3x2 . n2 5 n2 : no de pulos do galgo até alcançar o coelho n1 : no de pulos do coelho até ser alcançado pelo galgo Sejam: x1 : distância que o coelho cobre num pulo x2 : distância que o galgo cobre num pulo
Um coelho está 12 pulos na frente de um galgo. Sabe-se que enquanto o galgo dá 5 pulos, o coelho dá 12; mas 3 pulos do galgo equivalem a 8 pulos do coelho. Após quantos pulos o galgo alcança o coelho, supondo-se que os dois pulem numa trajetória reta?
RESPOSTA
PARA TREINAR SEU INGLÊS
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Math problem SAM & SILO/Dumas
RESPOSTA
Se x é o número de livros que custam 0,25, então o número de livros que custam 0,40 deve ser x + 2. Temos 0,25x + 0,40(x + 2) = 4,70. Resolvendo, obtemos x = 6. Logo, temos 6 livros de 0,25 e 8 livros de 0,40.
ESPECIAL
Simula Etapa: em debate, globalização e minorias Alunos participaram de simulações de reuniões nos moldes dos comitês da ONU.
A
lunos do 9o ano do Ensino Fundamental II à 3a série do Ensino Médio do Colégio Etapa e do Colégio Carbonell, de Guarulhos – instituição parceira do Sistema Etapa – participaram do primeiro Simula Etapa e durante quatro dias debateram sobre o tema “Globalização e minorias” em Valinhos. A atividade extracurricular é parte da programação do EMUN – Etapa Model United Nations, que por meio da simulação de reu niões nos moldes dos comitês da Organização das Nações Unidas (ONU) procura ampliar a visão de mundo dos alunos sobre temas atuais ou de importância histórica. Os alunos foram divididos em seis comitês: 1) Imprensa; 2) Supremo Tribunal Federal (STF), que julgou o sistema de cotas
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ESPECIAL
nas universidades federais; 3) Ad hoc – comitê que desenvolveu seu trabalho como um jogo de RPG (role-playing game), com debates sobre a questão indígena no Brasil; gabinetes 4) israelense e 5) árabe, que abordou a Guerra dos Seis Dias; 6) Organização Mundial da Saúde (OMS), que debateu sobre a obesidade e seus riscos à saúde.
“O Simula Etapa traz o mundo para dentro da sala de aula, ampliando os olhares; além de desenvolver a oratória, a cordialidade, o trabalho em equipe. O aluno é levado a refletir sobre seu papel como cidadão”, disse Luiz Carlos Dias, professor-coordenador do EMUN.
Brasil é premiado na Olimpíada Internacional de Física Das 5 medalhas do Brasil, os alunos do Etapa ganharam 3 – ouro, prata e bronze.
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Brasil conquistou uma medalha de ouro, uma de prata e três de bronze na 47a Olimpíada Internacional de Física (International Physics Olympiad – IPhO), realizada em Zurique, Suíça, de 11 a 17 de julho, com participação de 450 estudantes do Ensino Médio de 90 países. Três dos cinco integrantes da equipe brasileira são alunos do Colégio Etapa: Thiago Ross-White Bergamaschi, 3a série, conquistou medalha de ouro; Henrique Corato Zanarella, 3a série, medalha de prata; e Diogo Correia Netto, 2a série, medalha de bronze. Os outros dois integrantes da equipe, Ítalo Silva e Leonardo Lessa, ganharam medalhas de bronze. A IPhO é a segunda mais antiga olimpíada científica internacional. Sua primeira edição foi em 1967, na Polônia – antecedeu-a apenas a Olimpíada Internacional de Matemática (International Mathematical Olympiad – IMO), que começou em 1959, na Romênia. Em Zurique, as provas da IPhO, com cinco questões no total, foram aplicadas nos dias 12 (experimental, máximo de 20 pontos) e 14 de julho (teórica, máximo de 30 pontos). Para participar da Olimpíada Internacional de Física os estudantes brasileiros passaram por treinamentos finais organizados pela Sociedade Brasileira de Física (SBF) na Universidade de São Paulo (USP), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
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