Jornal do Colégio - 627

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Jornal do Colégio JORNAL DO COLÉGIO ETAPA  –  2017  •  DE 12/05 A 25/05

CURSO – ENG. DE COMPUTAÇÃO “Você não pode deixar ninguém dizer que você não é bom o suficiente.” Alisson de Brito Ninomia saiu do Colégio Etapa para entrar no restrito grupo de estudantes com a prestigiosa bolsa MEXT do governo do Japão. Inicialmente, sem saber falar japonês, passou um ano em Tóquio, aprendendo o idioma na Universidade de Línguas Estrangeiras. Ingressou, em seguida, no Instituto Tecnológico de Nagoia, onde cursou Engenharia de Computação e fez mestrado. Aqui ele conta sua história, com os desafios de estudar e ser bem-sucedido em outro país.

Alisson de Brito Ninomia

JC – Como surgiu seu interesse em estudar no Exterior? Alisson – O Etapa me ajudou a enxergar que não era uma coisa impossível estudar fora. Aqui a gente via que o colégio formava gente que fazia coisas incríveis. Numa palestra que vi aqui no final do 2o ano, um ex-aluno falou sobre a expe­ riência dele de viver e estudar no Japão. Isso despertou meu interesse e é uma coisa que devo ao Etapa. No 3o ano do Ensino Médio, além de se candidatar à bolsa MEXT, do governo japonês, você também prestou vestibulares no Brasil? Prestei Fuvest para Engenharia de Computação e Unicamp para Ciência da Computação. Não sabia se ia conseguir a bolsa do Japão, o resultado só saiu em março. No Instituto Tecnológico de Nagoia você cursou Engenharia de Computação. A escolha desse curso ocorreu antes de ir para o Japão? A bolsa MEXT não é direta para a faculdade. No 1o ano a gente vai para uma universidade de línguas aprender japonês. Minha turma, composta de 50 bolsistas do mundo inteiro – sendo só eu do Brasil – foi separada em duas, uma ficou em Tóquio e outra em Osaka. Eu estudei na Universidade de Línguas Estrangeiras em Tóquio, de abril de 2009 a março de 2010. Conforme suas notas na prova final, você consegue escolher a faculdade para a qual quer ir. ENTREVISTA

Carreira – Engenharia de Computação

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Onde você morava, em Tóquio, enquanto estudava japonês? Dentro da própria universidade havia dormitórios para estrangeiros. A infraestrutura era ótima, um quarto para cada aluno – bem legal. Em Nagoia você continuou morando em dormitório do Instituto? Fiquei só seis meses no dormitório do Instituto, depois passei a morar no apartamento em que estou até hoje. Como foi o início em Nagoia como aluno de graduação? O primeiro ano em Nagoia foi um pouco mais difícil. Na Universidade de Línguas Estrangeiras o pessoal sabia que os bolsistas não falavam japonês e levavam a gente pela mão. Quando entra na graduação você já tem que se comunicar. Aí descobre que estudou japonês um ano e ainda não sabe bem a língua.

ARTIGO Aroma e sabor do café dependem de diferentes compostos químicos

COLUNA M

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SOBRE AS PALAVRAS

CONTO

A aia – Eça de Queirós

Você decidiu ir para o Instituto Tecnológico de Nagoia. Por que essa escolha? Eu queria trabalhar com Inteligência Artificial, aprender alguma coisa diferente. O supervisor do curso na faculdade me indicou o Instituto Tecnológico de Nagoia e acabei indo para lá.

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Pode tirar o cavalo da chuva

Adivinhando

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ESPECIAL

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Colégio Etapa e os resultados em Física

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CURSO – ENG. DE COMPUTAÇÃO

Em Nagoia as aulas eram apenas em japonês? Sim, tudo em japonês.

Quando você se formou engenheiro de Computação? Eu entrei em abril de 2010 e me formei em março de 2014.

Quanto tempo levou a adaptação à vida universitária? Foram dois anos para realmente me adaptar. Para o japonês técnico você tem os livros, basta consultar o dicionário. O que pesou mais foi conseguir me comunicar com o pes­ soal. É difícil ficar natural e fluente na língua.

O que fez em seguida? Iniciei meu mestrado no mesmo Instituto Tecnológico. Eles querem que a gente tenha conhecimento para trabalhar logo em uma empresa, só que ao mesmo tempo a formação em mestrado é muito valorizada. Terminei o mestrado em março de 2016.

Como se desenvolveu o curso de Engenharia de Computação? No Instituto Tecnológico é um pouco de Engenharia misturada com Ciências. Eles não fazem muita diferenciação entre Ciências e Engenharia, como no Brasil. É misturado. Qual era a grade curricular do curso? O currículo é bem parecido, quase igual ao que a gente tem no Brasil no curso de Engenharia de Computação. Eu estudei o mesmo que meus amigos estavam estudando na USP. Tudo que qualquer engenheiro deveria saber. Uma coisa que percebi: a faculdade no Japão é excelente, mas eu acho que em matéria de currículo a Poli não perde nada. O formato das aulas e provas é também parecido? O diferente na faculdade do Japão em relação às faculdades brasileiras é que no curso de Engenharia no Brasil os professores aplicam provas difíceis de propósito, para você aprender o que não sabe. No Japão eles se preocupam mais em formar engenheiros com nível mínimo para entrar em alguma empresa. A faculdade não está voltada para pesquisa, mas para formar trabalhadores mesmo. Os professores ensinam o que você precisa saber para se formar e entrar numa empresa logo. Durante a graduação você fez algum estágio? Não. Explico: no Japão não tem muito essa coisa de estágio em empresa. Por outro lado, todo mundo que cursa faculdade de Engenharia, qualquer faculdade, no último ano tem um laboratório em que obrigatoriamente faz pesquisa. Você não escreve sua tese sozinho ou do nada. No laboratório tem um professor supervisor que dá um tema para fazer pesquisa e todo mundo escreve o TCC em cima disso. Qual foi o tema da sua pesquisa? O laboratório tinha uma série de dispositivos de reconhecimento de som. Todos os dispositivos eram relacionados a veículos. Por exemplo, pessoas com deficiência auditiva colocam um dispositivo no bolso e se estiver vindo uma ambulância, ou se tiver algum carro passando muito perto, ou se a campainha de sua casa toca, o dispositivo reconhece, processa o som e mostra na sua tela o que está acontecendo. Só que nenhum deles era conectado numa rede. Eu ajudei a desenvolver um sistema wi-fi para conectar todos os dispositivos. O que fiz foi desenvolver um jeito daqueles dispositivos se comunicarem um com outro pelo wi-fi. E tive a sorte de o laboratório estar conectando algumas empresas que fazem esse tipo de produto. Consegui ver ao vivo como essa pesquisa se tornava um produto.

Qual o tema do seu mestrado? Inteligência artificial, que pode ser usada em tudo. A gente consegue pegar tudo que é informação e separar em caixinhas pequenas, fazer um monte de categorias, saber como agir em certas situações. É saber o que usar, quanto usar e quando. A bolsa MEXT cobriu também o mestrado? Não. Tive vínculo com a bolsa só até o final da graduação. O mestrado, meus pais pagaram. Durante um ano, de março de 2014 a março de 2015, fiz arubaito [trabalho temporário para estudantes] para pelo menos pagar o aluguel. Se fosse para meus pais mandarem dinheiro toda hora, seria meio complicado. Onde você trabalhou? Eu, como vários amigos meus, fui trabalhar em restaurante. Comecei lavando pratos, conforme a hierarquia que funciona aqui. Você lava os pratos e eles te ensinam a cozinhar. Depois você toma conta da cozinha. Passei um ano subindo os degraus. O que essa experiência significou para você? Esse tipo de experiência sempre acrescenta no contato com as pessoas, como tratá-las direito. Eu acho que quando a gente é novo sabe pouco do mundo. Se você não faz um bico, um trabalho desse tipo, e um estágio, não chega no mundo profissional com experiência suficiente para tratar as pessoas direito, para conversar direito. Os arubaitos são da cultura japonesa. Os japoneses acreditam muito que trabalhar pelo próprio dinheiro faz você crescer mais rápido. E não precisa ser na sua área. Pouquíssima gente faz um arubaito relacionado à matéria que está estudando na faculdade. Seu mestrado durou dois anos e você fez arubaito um ano. Por que não continuou trabalhando no segundo ano? Eu parei de trabalhar porque é no 2o ano do mestrado que se começa a procurar emprego. Não é como no Brasil, onde a gente faz um currículo e vai mandando. Tem um mês certo em que a empresa vai à faculdade e faz uma palestra, tem outro mês exato em que você manda o currículo, tem outro mês em que eles fazem entrevista com você. É uma corrida, se você não conseguir daquela vez já era; só no ano seguinte, e olha lá. É uma época que deixa todo mundo muito nervoso.


CURSO – ENG. DE COMPUTAÇÃO Concluído o mestrado, onde foi trabalhar? Fui direto para a empresa onde estou agora, a Brother, que trabalha mais com impressoras. Ela tem filial em São Paulo. Comecei em abril de 2016. Em que área da empresa você entrou? Eu estou desenvolvendo softwares num setor que trabalha com vários produtos novos, compactos. É uma linha de impressoras portáteis, mais fáceis de usar. Todo mundo que trabalha em entregas aqui no Japão tem uma impressora portátil no bolso e na hora que precisam eles imprimem etiquetas e colocam nos produtos. A gente fornece para eles. Como é o seu trabalho em uma empresa japonesa? Isso também é uma coisa diferente no Japão, o primeiro ano inteiro é de treino. Eles querem treinar você para fazer o trabalho direito. O que estou fazendo agora: digamos que tem uma impressora nova, surge uma ideia nova, eu e um supervisor meu passamos a ideia para todos os setores – de administração, de hardware, de mecânica – e todo mundo se junta para ver se a ideia é boa mesmo. Se a ideia for boa começa o desenvolvimento do produto. E conforme surgem problemas a gente vai criando mais documentos para fazer a produção terminar o mais rápido possível. Como empregado de primeiro ano faço mais coisas básicas. Se tem alguma função nova no produto, crio a documentação para deixar escrito tudo direitinho. Todo mundo aprovando o documento, a gente começa a desenvolver em cima disso. Depois de desenvolvido e testado, o produto passa a ser vendido. Nesse primeiro ano de treino no trabalho você passou por diversas áreas da empresa? Quando você entra numa empresa aqui no Japão eles querem saber para que setor você quer ir. Não tem de passar por várias áreas para decidir. O máximo que a gente decide é em qual dos produtos quer contribuir. Como é seu dia a dia? Você se relaciona com a comunidade brasileira que vive no Japão? Infelizmente, aqui no Japão existe uma separação muito grande entre quem vem trabalhar e quem se forma na faculdade. Tem essa distinção. Eu não cheguei a conhecer muitos brasileiros. O meu dia a dia é mais sair com meus amigos estrangeiros ou japoneses. E uns poucos brasileiros que eu conheci na faculdade. A sua família costuma ir ao Japão? Você vem ao Brasil? Ainda bem que hoje existe o Skype. Eles não chegaram a vir para cá porque é muito caro. O meu irmão veio uma vez e eu voltei uma vez ao Brasil. Você vê que loucura. Além da passagem ser cara tem o tempo de trânsito. Se você tem uma semana de férias, dois dias são no avião. Você pretende fazer carreira no Brasil? Eu não pretendo voltar para o Brasil, não porque o país está assim ou assado. Não gosto muito de voltar atrás.

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Para mim, voltar para o Brasil seria meio como interromper tudo que fiz até agora.

Nesse período aí no Japão, assustou-se com os terremotos? Como os japoneses estão acostumados com terremotos, hoje em dia nem se assustam mais. Eu ainda tremo um pouquinho, mas falo: esse terremoto foi nível 1; foi terremoto, mas não foi. Você planeja ter negócio próprio? Eu nunca fui muito de querer um negócio próprio, ser presidente de alguma coisa. Eu acho que a gente tem que tentar ser um pouco mais feliz e menos importante. Tenho que aproveitar um pouco mais a vida. Ter um lar, um emprego normal, uma vida normal, aproveitando o país em que estou. Você se formou no Etapa há nove anos. O que tem de recordação daquela época? O Etapa foi muito bom porque é um colégio do mais alto nível. Eu conheci muita gente que me ensinou a ver o mundo de um jeito diferente. Tinha vários amigos. Não acreditava que eram da mesma idade que eu, porque eram muito inteligentes. E os professores eram muito legais. O Etapa foi um lugar em que me senti seguro. Aquela foi uma época tranquila, bem gostosa para mim. Chegou a participar de atividades extracurriculares no Colégio? Eu fiz um pouco de olimpíadas de Matemática, Química e Física. Consegui uma medalha de prata na Olimpíada Paulista de Matemática. Eu me metia nas aulas de preparação porque, na verdade, eu era muito ruim. Na 5a série, quando cheguei no colégio, não sabia nada de Exatas. Mas o colégio dava chance de você aprender bastante. Nunca faltou oportunidade de aprender. Nunca senti o Etapa colocando aquela pressão assim: você não é bom o suficiente para fazer tal coisa. O Etapa deixava fazer tudo que quisesse, contanto que você tivesse força de vontade. O Etapa foi ótimo para eu transformar meus pontos fracos em pontos fortes. Também fiz um pouco de aulas de francês e em uma gincana cultural cantei com uma amiga minha. Você ainda tem amigos da época do colégio? Sim. Parece mentira, mas o que todo mundo fala é verdade mesmo. Aqueles amigos próximos que você teve no colegial vão durar para a vida inteira. O que você pode dizer a quem, como você há 10 anos, está pensando em estudar em outro país? Você não pode deixar ninguém dizer que você não é bom o suficiente. Todo mundo é bom para fazer o que quiser. Acho que todo mundo tem que se valorizar. Você não precisa ser o melhor em tudo, mas precisa ser melhor naquilo de que gosta.


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CONTO

A aia Eça de Queirós

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ra uma vez um rei, moço e valente, senhor de um reino abundante em cidades e searas, que partira a batalhar por terras distantes, deixando solitária e triste a sua rai­ nha e um filhinho, que ainda vivia no seu berço, dentro das suas faixas. A Lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, começava a minguar – quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue seco e do pó dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do rei, trespassado por sete lanças entre a flor da sua nobreza, à beira de um grande rio. A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda deso­ ladamente o esposo, que era formoso e alegre. Mas, sobretudo, chorou ansiosamente o pai que assim deixava o filhinho de­ samparado, no meio de tantos inimigos da sua frágil vida e do reino que seria seu, sem um braço que o defendesse, forte pela força e forte pelo amor. Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmão bastardo do rei, homem depravado e bravio, consumido de cobiças gros­ seiras, desejando só a realeza por causa dos seus tesouros, e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, à maneira de um lobo que, entre a sua atalaia, espe­ ra a presa. Ai! a presa agora era aquela criancinha, rei de mama, senhor de tantas províncias, e que dormia no seu berço com o seu guizo de ouro fechado na mão! Ao lado dele, outro menino dormia noutro berço. Mas este era um escravozinho, filho da bela e robusta escrava que ama­ mentava o príncipe. Ambos tinham nascido na mesma noite de verão. O mesmo seio os criava. Quando a rainha, antes de adormecer, vinha beijar o principezinho, que tinha o cabelo louro e fino, beijava também por amor dele o escravozinho, que tinha o cabelo negro e crespo. Os olhos de ambos reluziam como pedras preciosas. Somente o berço de um era magnífico e de marfim entre brocados – e o berço do outro pobre e de verga. A leal escrava, porém, a ambos cercava de carinho igual, porque se um era o seu filho – o outro seria o seu rei. Nascida naquela casa real, ela tinha a paixão, a religião dos seus senhores. Nenhum pranto correra mais sentidamente do que o seu pelo rei morto à beira do grande rio. Pertencia, porém, a uma raça que acredita que a vida da Terra se continua no Céu. O rei seu amo, decerto, já estaria agora reinando num outro reino, para além das nuvens, abundante também em searas e cidades. O seu cavalo de batalha, as suas armas, os seus pajens tinham su­ bido com ele às alturas. Os seus vassalos, que fossem morrendo, prontamente iriam nesse reino celeste retomar em torno dele a sua vassalagem. E ela um dia, por seu turno, remontaria num raio de luz a habitar o palácio do seu senhor, e a fiar de novo o linho das suas túnicas, e a acender de novo a caçoleta dos seus perfu­ mes; seria no Céu como fora na Terra, e feliz na sua servidão. Todavia, também ela tremia pelo seu principezinho! Quantas vezes, com ele pendurado do peito, pensava na sua fragilidade, na sua longa infância, nos anos lentos que correriam antes que ele fosse ao menos do tamanho de uma espada, e naquele tio cruel, de face mais escura que a noite e coração mais escuro que a face, faminto do trono, e espreitando de cima do seu roche­ do entre os alfanges da sua horda! Pobre principezinho de sua

alma! Com uma ternura maior o apertava então nos braços. Mas se o seu filho chalrava ao lado – era para ele que os seus braços corriam com um ardor mais feliz. Esse, na sua indigência, nada tinha a recear da vida. Desgraças, assaltos da sorte má nunca o poderiam deixar mais despido das glórias e bens do mundo do que já estava ali no seu berço, sob o pedaço de linho branco que resguardava a sua nudez. A existência, na verdade, era para ele mais preciosa e digna de ser conservada que a do seu príncipe, porque nenhum dos duros cuidados com que ela enegrece a alma dos senhores roçaria sequer a sua alma livre e simples de escravo. E, como se o amasse mais por aquela humildade ditosa, cobria o seu corpinho gordo de beijos pesados e devoradores – dos beijos que ela fazia ligeiros sobre as mãos do seu príncipe. No entanto um grande temor enchia o palácio, onde agora reinava uma mulher entre mulheres. O bastardo, o homem de rapina que errava no cimo das serras, descera à planície com a sua horda, e já através de casais e aldeias felizes ia deixando um sulco de matança e ruínas. As portas da cidade tinham sido seguras com cadeias mais fortes. Nas atalaias ardiam lumes mais altos. Mas à defesa faltava disciplina viril. Uma roca não governa como uma espada. Toda a nobreza fiel perecera na grande batalha. E a rainha desventurosa apenas sabia correr a cada instante ao berço do seu filhinho e chorar sobre ele a sua fraqueza de viúva. Só a ama leal parecia segura – como se os braços em que estreitava o seu príncipe fossem muralhas de uma cidadela que nenhuma audácia pode transpor. Ora uma noite, noite de silêncio e de escuridão, indo ela a adormecer, já despida, no seu catre, entre os seus dois meni­ nos, adivinhou, mais que sentiu, um curto rumor de ferro e de briga, longe, à entrada dos vergéis reais. Embrulhada à pressa num pano, atirando os cabelos para trás, escutou ansiosamen­ te. Na terra areada, entre os jasmineiros, corriam passos pesa­ dos e rudes. Depois houve um gemido, um corpo tombando molemente, sobre lajes, como um fardo. Descerrou violenta­ mente a cortina. E além, ao fundo da galeria, avistou homens, um clarão de lanternas, brilhos de armas... Num relance tudo compreendeu – o palácio surpreendido, o bastardo cruel vindo roubar, matar o seu príncipe! Então, rapidamente, sem uma vacilação, uma dúvida, arrebatou o príncipe do seu berço de marfim, atirou-o para o pobre berço de verga – e tirando o seu filho do berço servil, entre beijos desesperados, deitou-o no berço real, que cobriu com um brocado. Bruscamente um homem enorme, de face flamejante, com um manto negro sobre a cota de malha, surgiu à porta da câ­ mara, entre outros, que erguiam lanternas. Olhou – correu ao berço de marfim onde os brocados luziam, arrancou a criança, como se arranca uma bolsa de ouro, e, abafando os seus gritos no manto, abalou furiosamente. O príncipe dormia no seu novo berço. A ama ficara imóvel no silêncio e na treva. Mas brados de alarme de repente atroaram o palácio. Pe­ las vidraças perpassou o longo flamejar das tochas. Os pátios ressoavam com o bater das armas. E desgrenhada, quase nua, a rainha invadiu a câmara, entre as aias, gritando pelo seu filho. Ao avistar o berço de marfim, com as roupas desmanchadas, vazio, caiu sobre as lajes, num choro, despedaçada. Então ca­


CONTO lada, muito lenta, muito pálida, a ama descobriu o pobre berço de verga... O príncipe lá estava, quieto, adormecido, num sonho que o fazia sorrir, lhe iluminava toda a face entre os seus cabelos de ouro. A mãe caiu sobre o berço, com um suspiro, como cai um corpo morto. E nesse instante um novo clamor abalou a galeria de mármore. Era o capitão das guardas, a sua gente fiel. Nos seus clamores havia, porém, mais tristeza que triunfo. O bastardo morrera! Colhido, ao fugir, entre o palácio e a cidadela, esma­ gado pela forte legião de archeiros, sucumbira, ele e vinte da sua horda. O seu corpo lá ficara, com flechas no flanco, numa poça de sangue. Mas ai! dor sem nome! O corpozinho tenro do príncipe lá ficara também, envolto num manto, já frio, roxo ainda das mãos ferozes que o tinham esganado!... Assim tu­ multuosamente lançavam a nova cruel os homens de armas – quando a rainha, deslumbrada, com lágrimas entre risos, er­ gueu nos braços, para lho mostrar, o príncipe que despertara. Foi um espanto, uma aclamação. Quem o salvara? Quem?... Lá estava junto do berço de marfim vazio, muda e hirta, aquela que o salvara! Serva sublimemente leal! Fora ela que, para con­ servar a vida ao seu príncipe, mandara à morte o seu filho... Então, só então, a mãe ditosa, emergindo da sua alegria extáti­ ca, abraçou apaixonadamente a mãe dolorosa, e a beijou, e lhe chamou irmã do seu coração... E de entre aquela multidão que se apertava na galeria veio uma nova, ardente aclamação, com súplicas de que fosse recompensada, magnificamente, a serva admirável que salvara o rei e o reino. Mas como? Que bolsas de ouro podem pagar um filho? En­ tão um velho de casta nobre lembrou que ela fosse levada ao tesouro real, e escolhesse de entre essas riquezas, que eram as maiores da Índia, todas as que o seu desejo apetecesse... A rainha tomou a mão da serva. E sem que a sua face de már­ more perdesse a rigidez, com um andar de morta, como num sonho, ela foi assim conduzida para a câmara dos tesouros. Se­

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nhores, aias, homens de armas, seguiam num respeito tão co­ movido que apenas se ouvia o roçar das sandálias nas lajes. As espessas portas do tesouro rolaram lentamente. E, quando um servo destrancou as janelas, a luz da madrugada, já clara e rósea, entrando pelos gradeamentos de ferro, acendeu um maravilhoso e faiscante incêndio de ouro e pedrarias! Do chão de rocha até às sombrias abóbadas, por toda a câmara, reluziam, cintilavam, refulgiam os escudos de ouro, as armas marchetadas, os montões de diamantes, as pilhas de moedas, os longos fios de pérolas, to­ das as riquezas daquele reino, acumuladas por cem reis durante vinte séculos. Um longo “Ah!”, lento e maravilhado, passou por sobre a turba que emudecera. Depois houve um silêncio, ansioso. E no meio da câmara, envolta na refulgência preciosa, a ama não se movia... Apenas os seus olhos, brilhantes e secos, se tinham erguido para aquele céu que, além das grades, se tingia de rosa e de ouro. Era lá, nesse céu fresco de madrugada, que estava agora o seu menino. Estava lá, e já o sol se erguia, e era tarde, e o seu menino chorava decerto, e procurava o seu peito!... Então a ama sorriu e estendeu a mão. Todos seguiam, sem respirar, aquele lento mover da sua mão aberta. Que joia maravilhosa, que fio de diamantes, que punhado de rubis, ia ela escolher? A ama estendia a mão – e sobre um escabelo ao lado, entre um molho de armas, agarrou um punhal. Era um punhal de um velho rei, todo cravejado de esmeraldas, e que valia uma província. Agarrara o punhal, e com ele apertado fortemente na mão, apontando para o céu, onde subiam os primeiros raios do sol, encarou a rainha, a multidão, e gritou: – Salvei o meu príncipe – e agora vou dar de mamar ao meu filho! E cravou o punhal no coração. Extraído de: Eça de Queirós, Obra completa, vol. II, Ed. José Aguilar, 1970.

ARTIGO

Aroma e sabor do café dependem de diferentes compostos químicos Elton Alisson

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lém da cafeína, o aroma e o sabor do café podem depender de uma série de outros compostos químicos encontrados em diferentes partes da planta, que não apenas nos grãos. Um grupo de pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), em colaboração com colegas das universidades Estadual de Londrina (UEL), do Oeste Paulista (Unoeste) e da Estadual Paulista (Unesp), campus de Rio Claro, além da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café) e do Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique Pour le Développement (Cirad), da França, mediu as concentrações de dois desses compostos químicos – o caveol e o cafestol – nas folhas, raízes, flores e frutos de uma variedade de café arábica.

Os resultados do estudo foram publicados na revista Plant Physiology and Biochemistry e foram destacados pela Science. “Foi a primeira vez que foram quantificados esses dois compostos que acreditamos ter relação com o sabor e o aroma do café em outros órgãos da planta, que não apenas os grãos”, disse Douglas Silva Domingues, professor do Departamento de Botânica da Unesp de Rio Claro, um dos autores do estudo, que realiza pesquisa sobre o café arábica apoiada pela Fapesp na modalidade Apoio a Jovens Pesquisadores. “Uma vez que temos agora informações sobre quais órgãos da planta podem produzir esses compostos pretendemos comparar a produção deles em diferentes variedades de café arábica e identificar quais genes são responsáveis por produzi-los”, afirmou.


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ARTIGO

De acordo com Domingues, o caveol e o cafestol são lipídeos e fazem parte de uma classe de compostos químicos chamados terpenoides, que conferem o sabor da menta e o aroma do sândalo, por exemplo. Produzidas por diferentes partes do cafeeiro para repelir insetos herbívoros ou para atrair animais polinizadores, essas duas substâncias estão presentes em grandes concentrações no óleo da planta. Estudos realizados a partir dos anos 1980 mostraram que esses compostos têm propriedades antioxidantes, o que motivou seu uso pela indústria de cosméticos. E nos anos 1990 foi descoberto que também possuem propriedades antitumorais, o que despertou o interesse da indústria farmacêutica. Os estudos sobre a quantificação dessas substâncias no cafeeiro, realizados por pesquisadores das áreas de Química e de Engenharia de Alimentos, contudo, focalizaram apenas o grão da planta, onde os dois compostos estão presentes em concentrações que variam entre 10% e 15%, apontou Domingues. “Partindo do princípio de que esses dois compostos representam uma fração importante do grão e que substâncias da mesma classe química têm influência no sabor da menta e no aroma do sândalo, decidimos quantificá-los em outras partes da planta”, explicou.

Níveis desiguais Os pesquisadores mediram as concentrações de caveol e cafestol nas folhas, raízes, flores e frutos de uma variedade de café arábica em sete estágios de desenvolvimento (entre 30 e 240 dias após a floração) por meio de cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC, na sigla em inglês) – um método que permite separar os compostos químicos de uma solução. Os resultados das análises indicaram que nos botões florais houve um maior nível de cafestol e nas raízes uma maior concentração de caveol em comparação com os frutos, respectivamente. Em contrapartida, a concentração de cafestol aumentou ao longo do desenvolvimento do fruto, atingindo um pico após 120 dias da floração. Entretanto, não foram detectados caveol e cafestol em folhas. “Uma das hipóteses para explicar a presença desses compostos em algumas partes da planta e a ausência em outras é a de que, como algumas de suas funções são repelir insetos e atrair polinizadores, talvez seja mais interessante para a planta usá-los contra organismos que interajam com seus frutos e

raízes do que para afastar os insetos que atacam suas folhas”, estimou Domingues. Os pesquisadores ainda não sabem se esses níveis desiguais dos compostos em diferentes partes da planta se aplicam a todas as variedades de café arábica, uma vez que avaliaram apenas uma variedade. Mas, uma vez que se sabe agora quais órgãos da planta podem produzir esses compostos, eles pretendem comparar a produção deles entre variedades de café. “Com base na constatação que fizemos de que as raízes do cafeeiro apresentam níveis de caveol similares aos encontrados nos grãos pretendemos comparar agora durante o projeto apoiado pela Fapesp os padrões de atividades de genes nessas duas partes da planta para tentar identificar quais deles estão relacionados à produção desse composto e do cafestol”, disse Domingues. A fim de elucidar essa questão, eles pretendem sequenciar o transcriptoma de duas variedades de cafés com histórico de melhoramento distinto para tentar identificar quais genes estão presentes em diferentes tecidos das plantas. Para isso, irão usar uma técnica, chamada de inferência de redes, que é utilizada pelo Facebook para identificar quais assuntos uma pessoa gosta e quem são seus amigos mais próximos, por exemplo. “Sabendo que um determinado gene não é ativo na folha, mas é ativo na raiz e em outras partes da planta, por inferência podemos testar a hipótese de ele ser o responsável pela produção de caveol e cafestol”, detalhou Domingues. De acordo com o pesquisador, que participa do consórcio internacional para o sequenciamento do genoma do café arábica, a prioridade, agora, é entender a base genética do café e as razões moleculares das diferenças de concentração de caveol e cafestol nas partes da planta. Posteriormente, a ideia é utilizar esse conhecimento para aumentar a resistência, auxiliar o melhoramento genético da planta e produzir esses compostos utilizando estratégias de biotecnologia, apontou. “Hoje é possível produzir aroma de menta usando estratégias biotecnológicas. Sabendo quais os genes são responsáveis pela produção do caveol e cafestol seria possível usar essa mesma estratégia para produzir esses compostos em laboratório”, afirmou. Extraído de: Agência FAPESP – Divulgando a cultura científica, mar./2017.

SOBRE AS PALAVRAS

Pode tirar o cavalo da chuva Significa que algo vai demorar para acontecer. A frase teve origem em cidade do interior, onde o meio de transporte mais utilizado era o cavalo, pois não enguiçava, nem parava por falta de combustível. O cavalo deixava clara a intenção do visitante na chegada: se ele fosse amarrado na entrada da casa era sinal de que a visita seria breve, mas se ele fosse levado para um lugar protegido da chuva e do sol, estava claro que a visita ia demorar. Depois o sentido da expressão se estendeu para desistir de um propósito qualquer.


COLUNA M

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Adivinhando Siga as instruções: 1) Tome um número entre 100 e 999. 2) Inverta a posição dos algarismos. Por exemplo, se você escolheu 100, você terá 001. 3) Faça a diferença dos dois números anteriores (o maior menos o menor). 4) Inverta a posição dos algarismos do número obtido na linha 3. 5) Some os números das linhas 3 e 4. Se você disser quantos algarismos tem o número obtido na linha 5, eu lhe direi que número é. Se o número de algarismos foi zero, o número é 0. Se o número de algarismos foi três, o número é 198. Se o número de algarismos foi quatro, o número é 1 089. Explicação: As linhas 1 e 2 são números 100a + 10b + c e 100c + 10b + a. Um desses números é maior que o outro. Suponhamos a ≥ c (se a < c, poucas modificações são necessárias no que se segue, mas as conclusões são as mesmas).

Temos 100a + 10b + c − (100c + 10b + a) = 100(a − c) − (a − c) = 99(a − c). Temos três casos a considerar: i) a − c = 0 Nesse caso, 99(a − c) = 0. Invertendo a posição, a soma é 0. Você obteve portanto um número de um algarismo e esse número é 0. ii) a − c = 1 Nesse caso, 99(a − c) = 99. Invertendo a posição, a soma é 0. Você obteve portanto um número de três algarismos e esse número é 198. iii) a − c = 2, 3, ..., 9 Nesse caso, temos, respectivamente, 99(a − c) = 198, 297, 396, 495, 594, 693, 792, 891. Observemos que para a − c = k, k = 2, ..., 9, temos o número com algarismos invertidos correspondendo a a − c = 11 − k (confira!). Em todas as possibilidades a soma dos números é 1 089, isto é, 198 + 891 = 297 + 792 = 396 + 693 = 495 + 594 = 1 089. Você obteve portanto um número de quatro algarismos e esse número é 1 089.

ESPECIAL

Colégio Etapa e os resultados em Física Saem os resultados das seletivas de Física – A coordenação da Olimpíada Brasileira de Física (OBF) divulgou, em abril, os resultados das provas seletivas para as competições internacionais de Física deste ano. A OBF é uma atividade da Sociedade Brasileira de Física (SBF). Foram selecionados cinco estudantes para compor o time brasileiro na Olimpíada Internacional de Física (IPhO 2017), que acontecerá entre os dias 16 e 24 de julho, na Indonésia. Dos cinco, dois são alunos do Colégio Etapa: Diogo Correia Netto e Gabriel Golfetti, do 3o ano do Ensino Médio. A vaga na IPhO 2017 não é novidade para Diogo, que já participou do torneio no ano passado (2016), em Zurique, na Suíça, quando ficou com a medalha de bronze. O estudante começou a competir no 8o ano do Ensino Fundamental e já conquistou duas medalhas de ouro na OBF, em 2015 e 2016.

Equipes do Colégio Etapa na IYPT.


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ESPECIAL

“Comecei a participar das olimpíadas por gostar de Física. Agora estou me dedicando ainda mais porque pretendo aplicar para uma graduação em Engenharia ou Física nos Estados Unidos”, conta. Já Gabriel afirma que gostava da matéria, mas que passou a entender e gostar muito mais depois de começar a participar das competições no 1o ano do Ensino Médio. Dono de uma medalha de ouro na OBF 2015 e de uma de prata na OBF 2016, ele também pretende estudar Física numa instituição de ensino norte-americana. O Etapa, assim como já acontecera no ano passado, foi o colégio que mais aprovou alunos para a IPhO. Até o momento, 88 países já confirmaram que vão enviar equipes para a IPhO 2017. Iberoamericana – Também foram selecioGustavo Misawa Hama, Diogo Correia Netto e Gabriel Golfetti, do 3o ano do Ensino Médio. nados quatro estudantes para a edição deste ano da Iberoamericana de Física, sendo um Este ano, o IYPT selecionou 22 equipes de todo o Brasil, do Etapa – Gustavo Misawa Hama –, do 3o ano do Ensino Mésendo que cinco eram do Colégio Etapa. dio. A competição será realizada na Colômbia, em setembro Classificadas entre as três melhores do país, as equipes ou outubro. Identidades de Euler e Senhores da Física, de Valinhos, foGustavo conta que se interessou pelos treinamentos e ram formadas, respectivamente, pelos alunos Tiago Mambrim competições de Física porque gosta de ser desafiado a aprenFlora, Henrique Oliveira, Bruno Piazza e João Gabriel Ninni, der mais. “Comecei a estudar e participar das olimpíadas no 7o Thomas Ross-White Bergamaschi, Eduardo Danni, Lucas ano, mas só a partir do 1o ano do Ensino Médio é que passei a Abdo, Vitor Tonnetti e Vinícius Armelin. me dedicar de verdade”, afirma. Dentre suas conquistas estão uma medalha de ouro e uma de prata na OBF, em 2015 e 2016. Este ano, além de buscar o ouro na Iberoamericana, quer também uma vaga no concorrido vestibular do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). AGENDA CULTURAL O processo de seleção dos estudantes já começa com os resultados da última edição da Olimpíada Brasileira de Física. São Paulo – Clube de Cinema (quintas, das 19h às 21h, Os 60 estudantes com melhor desempenho são convidados a sala 66) fazer três provas seletivas. A última delas envolve cerca de 20 18.05 – Expresso do amanhã (Bong Joon-Ho: 2015) estudantes, dos quais nove são escolhidos para representar o 25.05 – A juventude (Paolo Sorrentino: 2016) país nas competições internacionais. São Paulo – Clube de Debate (segunda, das 19h às IYPT – Entre os dias 31 de março e 2 de abril, as equipes 22h, sala 60) Identidades de Euler e Senhores da Física, de Valinhos, fo 22.05 – “A indústria do entretenimento e suas especifiram premiadas com o 2o e 3o lugar da fase nacional do IYPT – cidades” International Young Physicists’ Tournament, em São Paulo. São Paulo – Clube do Livro (terça, das 19h às 21h, Além de medalhas de prata, a classificação garantiu duas sala 63) vagas para representar o Brasil na fase internacional da com 13.06 – Persépolis (Marjane Satrapi) petição, em Singapura, em julho. Valinhos – Clube de Cinema (quinta, das 14h05min Também foram premiadas com medalhas de bronze as equi às 16h05min, sala 209) pes Mad Physicists, em 10o lugar, e Epsilon-Delta, em 9o. 25.05 – Lixo extraordinário (Lucy Walker, João Jardim: O IYPT é destinado a alunos do Ensino Médio, divididos em 2011) equipes de três a cinco integrantes. A competição envolve a Valinhos – Clube de Debate (quinta, das 14h05min escolha de problemas, pesquisa prévia, resolução (teórica e às 17h45min, sala 215) experimental) e debates. 25.05 – “A indústria do entretenimento e suas especifiPara a professora de Física do Colégio Etapa, Tatyana cidades” Stankevicius, “a participação no IYPT é uma experiência muito Valinhos – Clube do Livro (quinta, das 14h05min válida, pois, além de estimular a capacidade de cooperação, às 15h45min, sala 216) requer uma combinação de organização, pesquisa, conheci 18.05 – Mariana (Pedro Bandeira) mento e habilidade de comunicação”.

Jornal do Colégio

Jornal do Colégio ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP


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