Jornal do Colégio - 630

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Jornal do Colégio JORNAL DO COLÉGIO ETAPA  –  2017  •  DE 11/08 A 24/08

CURSO – DIREITO/USP “Por mais que eu fosse uma pessoa de Humanas, o Etapa sempre me ajudou a gostar de matérias fora da minha área.” João Vitor Jabur Fogaça entrou na São Francisco e hoje está no último ano da graduação em Direito. Ele faz também dupla graduação, em convênio que a faculdade da USP tem com a Universidade de Lyon – as aulas são em São Paulo, com professores que vêm da França. Trabalha também como trainee em um grande escritório de advocacia, na área tributária. Planeja seguir carreira acadêmica.

João Vitor Jabur Fogaça

JC – Quando surgiu seu interesse por Direito? João – Minha mãe é advogada, daí havia uma certa influência. Eu sempre fui uma pessoa de que gostava de ler e escrever, com interesses de Humanas. Tinha o sonho de fazer São Francisco que já tinha visitado e achava uma faculdade superbonita. No 8o ano cheguei a ficar em dúvida entre Medicina e Direito. Mas depois escolhi Direito. O Etapa me ajudou bastante na escolha.

Além da Fuvest, você prestou outros vestibulares? Eu prestei só o Enem e fui aprovado na Federal de Juiz de Fora, em Minas Gerais.

Quando você veio estudar no Etapa? Comecei bem cedo, no 5o ano do Ensino Fundamental. Eu achei bem bom começar cedo, porque isso me deixou com uma bagagem muito boa para o Ensino Médio.

No colégio, além das aulas você participava de atividades extracurriculares? Eu vivi o Etapa, que foi marcante para mim. Um lado positivo é que, por mais que eu fosse uma pessoa de Humanas, o Etapa sempre me ajudou a gostar de matérias fora da minha área. Eu adorava Química, Matemática. Isso foi importante porque, na Fuvest, Matemática é matéria prioritária para Direito no terceiro dia da 2a fase. Além disso, eu participava do Clube de Cinema, de que gostava muito, do Clube de Leitura, cheguei a participar da Olimpíada de Linguística do

ENTREVISTA

Carreira – Direito CONTO O homem que sabia javanês – Lima Barreto

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Etapa. Gostava também de esportes, jogava vôlei e basquete em campeonatos pelo colégio. O Etapa oferecia essas atividades extracurriculares. Não precisava ficar focado só no vestibular.

No último ano do Ensino Médio você manteve ou alterou sua rotina de estudo? Eu fazia a grade do Etapa e fiz também o reforço JADE, nos sábados.

Como foi o seu início na São Francisco? O ensino na faculdade é diferente. Não é aquela didática do Etapa, mais organizada. Você precisa despertar o interesse pela matéria, conversar com o professor, ler o livro e ir atrás, estudar mais por conta.

Que matérias você teve em cada ano da faculdade? No 1o ano você começa tendo uma base bem geral: Direito Constitucional, começo de Direito Civil, começo de Direito Penal, Introdução ao Direito. A partir do 2o ano entram matérias mais específicas, como Desenvolvimento do Direito Penal – no 1o ano tem a parte geral e depois tem a parte especial. Direito Civil é a mesma coisa, primeiro tem a teoria geral e depois vai especificando e aprofundando. E aí vão surgindo outros campos do Direito, como Direito Internacional. A partir do 2o ano já começa a ramificar. Além das matérias obrigatórias, surgem as matérias optativas, como Direitos Humanitários, Jurisprudência Constitucional. Outras matérias também en-

ARTIGO Nova vacina contra tuberculose apresenta resultados promissores

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ESPECIAL Colégio Etapa encerra o semestre letivo do Ensino Médio com Gincana Cultural

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CURSO – DIREITO/USP

tram como obrigatórias. Por exemplo, Direito Comercial, Teoria Geral da Atividade Empresarial. Há um oferecimento de matérias por semestre, as obrigatórias que você tem que fazer e as optativas que você pode escolher para ir se aprofundando e se especializando.

curso no 3o ano. É uma coisa que eu acho bem legal porque você acaba tendo essa experiência multicultural dentro da São Francisco.

De que atividades você participou durante a graduação?

Não é fácil conciliar tudo, mas hoje a dupla graduação está bem mais organizada para oferecer horários compatíveis com os estágios, faculdade e até mesmo com as férias. Estão tentando fazer com que as aulas migrem para as férias de julho e dezembro, para conseguir compatibilizar tudo.

A São Francisco tem muitos grupos de extensão, monitorias e também proporciona estágios. Eu participei de monitoria, um trabalho direto com alunos, com seminários de discussão. E no 3o ano parti para um estágio profissional no escritório de advocacia Rubens Naves Santos Jr. Fiquei seis meses, de maio a novembro de 2015.

O que você fez no estágio? Eu comecei em Contencioso Cível, área que é o carro-chefe de Direito. Para primeiro estágio eu acho que foi muito bom. Na prática, você começa a adquirir experiência, aprende a mexer com processo e como ele funciona, como se faz andar um processo. Acompanha julgamentos, faz pesquisa de jurisprudência, escreve peças e petições que vão afinar o processo e ajudar os advogados. É um trabalho que dá uma formação ampla e forte do Direito.

O que fez depois desse estágio? Passei por um processo seletivo no escritório Mattos Filho, em que estou há um ano e meio, desde janeiro de 2016. É um escritório grande, que a gente chama de full services; tem todas as áreas.

Qual é seu trabalho nesse escritório? Nele existem os programas de estágio e de trainee. Eles contratam umas 60 pessoas para o programa de jovens talentos, uns 50 estagiários e uns 10 trainees. Eu fui contratado como trainee, que no primeiro ano roda pelas principais áreas do escritório. Então, fiz o chamado job rotation pelas áreas de Societário, Contencioso Cível e uma de Tributário. Depois, no segundo ano, você escolhe a área com que mais se identificou e vira estagiário fixo. Eu escolhi outra área de Tributário e estou nela até hoje.

Então, além das aulas na São Francisco, você atua no escritório. Hoje você tem alguma outra atividade? Eu faço também dupla graduação. A São Francisco firmou um convênio com a Universidade de Lyon, que oferece a dupla graduação, uma licence, que se pode fazer aqui mesmo em São Paulo com professores franceses que vêm para cá. Em três anos, a partir do 3o ano da São Francisco, você consegue pegar a licence em Direito pela Lyon, que é como um diploma mesmo. Sai com dois títulos e pode fazer depois um Master na França. É uma coisa bem legal. É uma oportunidade muito boa que a São Francisco oferece. É bem recente, uma coisa nova que está se aprimorando. Eu sou da segunda turma.

As aulas são presenciais? Tudo aula presencial, na São Francisco e em francês.

Você domina o idioma? Eu tinha uma base em francês, fiz curso quando menor e depois fiz aulas particulares. Quando eu estava no 2o ano começou a primeira turma da dupla graduação e eu acabei focando um pouco mais em francês para conseguir fazer o

É tranquilo conciliar os horários das duas graduações e do trabalho no escritório?

Você já prestou o Exame da OAB? Prestei. Você pode prestar o exame da ordem desde o começo do 5o ano.

Você passou? Passei. É uma pendência a menos neste ano em que você está procurando se formar, ver o caminho profissional que vai seguir, e ainda tem a monografia, que é a tese para conclusão de curso.

Qual é sua maior preocupação neste último ano? A preocupação é concluir todos os créditos e entregar a tese de láurea, que é esse trabalho de conclusão de curso. Tem de entregar até setembro.

E qual é a sua tese? A minha tese é um processo civil sobre indisponibilidade dos direitos transindividuais e os efeitos no processo civil brasileiro, que são direitos difusos, coletivos. Por exemplo, direitos do meio ambiente, direitos do consumidor, que envolvem mais de um indivíduo e geram uma série de efeitos no processo.

Com a dupla graduação, você pensa em seguir a área de Direito Internacional? Não necessariamente a dupla graduação está envolvida com o Direito Internacional. Nela você tem muitas áreas de Direito, tem Introdução ao Direito, depois Direito Civil Francês, Direito Administrativo Francês, Direito Tributário Internacional, Direito da União Europeia. Eu entrei na dupla graduação por me abrir oportunidades acadêmicas.

Como você se imagina no futuro próximo e a médio prazo? A curto prazo, além de concluir a faculdade e a dupla graduação, pretendo ficar no escritório. É uma decisão que depende do escritório, mas desejo ficar, adquirir experiência jurídica no Mattos Filho por um tempo. A longo prazo, seguir carreira acadêmica. Sempre tive o sonho de fazer mestrado, doutorado, ser professor. Talvez a dupla graduação ajude a conseguir fazer alguma coisa no exterior, fazer mestrado fora, ou então me especializar em alguma área. O Direito oferece muitas especializações. É isso, eu tenho no Direito um viés profissional e um viés acadêmico.

Sua ideia, então, é estudar no exterior? Eu gostaria de fazer, a longo prazo, um Master fora, na França. Ou me focar para fazer um bom doutorado na São Francisco e seguir uma parte acadêmica. Eu nunca deixei de lado essa parte acadêmica, sempre quis ter uma bagagem acadêmica, conseguir lecionar.


CURSO – DIREITO/USP Existe alguma qualidade especial que a pessoa tem que ter para se dar bem em Direito? O Direito contempla vários talentos. Requer atributos diferentes, são mercados muito distintos. O que é muito importante para todos no Direito é a comunicação – uma pessoa que tem um perfil comunicativo, que gosta de escrever, de ler, de se desenvolver na linguagem. O Direito tem esse requisito forte em todas as áreas.

Quais matérias que você estudou aqui mais ajudaram na faculdade e no trabalho? Na faculdade você tem uma influência direta de Filosofia, Sociologia, são matérias que você utiliza e vêm na bagagem do colégio. Em lógica jurídica você acaba lembrando do que aprendeu aqui em linguagem matemática.

Você ainda tem amigos da época do Etapa? Tenho. A gente ainda tem contato; o Etapa não sai da gente. Muitos foram estudar fora, nos Estados Unidos, um amigo foi para o ITA, outros foram fazer Medicina, também tenho amigos que estão na São Francisco comigo, uma amiga vai se formar comigo, outra fez um ano de cursinho e vai se formar no ano que vem.

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Que recordações você tem de seu tempo no colégio? Tenho muitas recordações, o Etapa acabou marcando muito. Gostava muito dos professores, ainda tenho amizade com eles, dos inspetores, da convivência nos intervalos. Gostava das atividades esportivas, eu sempre ia. Sempre gostei do Etapa, acabei vivendo a maior parte da minha vida aqui. No Etapa você tem uma rotina de estudos, as pessoas ajudam muito, você cria muitos amigos, amizades que você leva para a faculdade, leva para depois da faculdade. Eu guardo só lembranças boas e sempre falo do Etapa com felicidade. É uma fase que não é fácil, no pré-vestibular você tem que lidar com fatores emocionais, psicológicos, com a pressão de passar no vestibular, colocar numa prova tudo o que você fez durante muito tempo, mas as pessoas e o Etapa nos dão uma estrutura que vale a pena.

O que mais você quer dizer para os nossos alunos atuais? É uma fase difícil, mas ela passa rápido, e depois você acaba sentindo falta do colégio. É um ambiente bom e você vai com isso para o resto da vida. Aproveite e faça o colégio da melhor maneira possível. Depois você só vai ter boas lembranças.

CONTO

O homem que sabia javanês Lima Barreto

E

m uma confeitaria, certa vez, ao meu amigo Castro, contava eu as partidas que havia pregado às convicções e às respeitabilidades, para poder viver. Houve mesmo uma dada ocasião, quando estive em Manaus, em que fui obrigado a esconder a minha qualidade de bacharel, para mais confiança obter dos clientes, que afluíam ao meu escritório de feiticeiro e adivinho. Contava eu isso. O meu amigo ouvia-me calado, embevecido, gostando daquele meu Gil Blas vivido, até que, em uma pausa de conversa, ao esgotarmos os copos, observou a esmo: – Tens levado uma vida bem engraçada, Castelo! – Só assim se pode viver... Isto de uma ocupação única: sair de casa a certas horas, voltar a outras, aborrece, não achas? Não sei como me tenho aguentado lá no consulado! – Cansa-se; mas, não é disso que me admiro. O que me admira é que tenhas corrido tantas aventuras aqui, neste Brasil imbecil e burocrático. – Qual! Aqui mesmo, meu caro Castro, se podem arranjar belas páginas de vida. Imagina tu que eu já fui professor de javanês! – Quando? Aqui, depois que voltaste do consulado? – Não; antes. E, por sinal, fui nomeado cônsul por isso. – Conta lá como foi. Bebes mais cerveja? – Bebo. Mandamos buscar mais outra garrafa, enchemos os copos, e continuei: – Eu tinha chegado havia pouco ao Rio e estava literalmente na miséria! Vivia fugido de casa de pensão, sem saber onde e

como ganhar dinheiro, quando li no Jornal do Comércio o anúncio seguinte: “Precisa-se de um professor de língua javanesa. Cartas, etc.” Ora, disse cá comigo, está aí uma colocação que não terá muitos concorrentes; se eu capiscasse quatro palavras, ia apresentar-me. Saí do café e andei pelas ruas, sempre a imaginar-me professor de javanês, ganhando dinheiro, andando de bonde e sem encontros desagradáveis com os cadáveres. Insensivelmente dirigi-me à Biblioteca Nacional. Não sabia bem que livro iria pedir; mas, entrei, entreguei o chapéu ao porteiro, recebi a senha e subi. Na escada, acudiu-me pedir a “Grande Enciclopédia”, letra J, a fim de consultar o artigo relativo a Java e à língua javanesa. Dito e feito. Fiquei sabendo, ao fim de alguns minutos, que Java era uma grande ilha do arquipélago de Sonda, colônia holandesa, e o javanês, língua aglutinante do grupo maléu-polinésico, possuía uma literatura digna de nota e escrita em caracteres derivados do velho alfabeto hindu. A Enciclopédia dava-me indicação de trabalhos sobre a tal língua malaia e não tive dúvidas em consultar um deles. Copiei o alfabeto, a sua pronunciação figurada e saí. Andei pelas ruas, perambulando e mastigando letras. Na minha cabeça dançavam hieróglifos, de quando em quando consultava as minhas notas; entrava nos jardins e escrevia estes calungas na areia para guardá-los bem na memória e habituar a mão a escrevê-los. À noite, quando pude entrar em casa sem ser visto, para evitar indiscretas perguntas do encarregado, ainda continuei


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CONTO

no quarto a engolir o meu abecê malaio, e com tanto afinco levei o propósito, que, de manhã, o sabia perfeitamente. Convenci-me que aquela era a língua mais fácil do mundo e saí: mas não tão cedo que não me encontrasse com o encarregado dos aluguéis dos cômodos: “Sr. Castelo, quando salda a sua conta?” Respondi-lhe então eu, com a mais encantadora esperança “Breve... Espere um pouco... Tenha paciência... Vou ser nomeado professor de javanês, e...” Por aí o homem interrompeu-me: “Que diabo vem a ser isso, Sr. Castelo?” Gostei da diversão e ataquei o patriotismo do homem: “É uma língua que se fala lá pelas bandas do Timor. Sabe onde é?” Oh! alma ingênua! O homem esqueceu-se da minha dívida e disse-me com aquele falar forte dos portugueses: “Eu cá por mim, não sei bem; mas ouvi dizer que são umas terras que temos para os lados de Macau. E o senhor sabe isso, Sr. Castelo?” Animado com esta saída feliz que me deu o javanês, voltei a procurar o anúncio. Lá estava ele. Resolvi animosamente propor-me a professorado do idioma oceânico. Redigi a resposta, passei pelo jornal e lá deixei a carta. Em seguida, voltei à Biblioteca e continuei os meus estudos de javanês. Não fiz grandes progressos nesse dia, não sei se por julgar o alfabeto javanês o único saber necessário a um professor de língua malaia ou se por ter me empenhado mais na bibliografia e história literária do idioma que ia ensinar. Ao cabo de dois dias, recebia eu uma carta para ir falar ao Dr. Manuel Feliciano Soares Albernaz, barão de Jacuecanga, à rua Conde de Bonfim, não me recordo bem que número. É preciso não te esqueceres que entrementes continuei estudando o meu malaio, isto é, o tal javanês. Além do alfabeto, fiquei sabendo o nome de alguns autores, também perguntar e responder – como está o senhor? – e duas ou três regras de gramática, lastrado todo esse saber com vinte palavras do léxico. Não imagina as grandes dificuldades com que lutei para arranjar os quatrocentos réis da viagem! É mais fácil – podes ficar certo – aprender javanês... Fui a pé. Cheguei suadíssimo; e, com maternal carinho, as anosas mangueiras, que se perfilavam em alameda diante da casa do titular, me receberam, me acolheram e me reconfortaram. Em toda a minha vida, foi o único momento em que cheguei a sentir a simpatia da natureza. Era uma casa enorme que parecia estar deserta; estava maltratada, mas não sei por que me veio pensar que nesse mau tratamento havia mais desleixo e cansaço de viver que mesmo pobreza. Devia haver anos que não era pintada. As paredes descansavam e os beirais do telhado, daquelas telhas vidradas de outros tempos, estavam desguarnecidos aqui e ali, como dentaduras decadentes ou malcuidadas. Olhei um pouco o jardim e vi a pujança vingativa com que a tiririca e o carrapicho tinham expulsado os tinhorões e as begonhas. Os crótons continuavam, porém, a viver com a sua folhagem de cores mortiças. Bati. Custaram-me a abrir. Veio, por fim, um antigo preto africano, cujas barbas e cabelos de algodão davam à sua fisionomia uma aguda impressão de velhice, doçura e sofrimento. Na sala, havia uma galeria de retratos: arrogantes senhores de barba em colar se perfilavam enquadrados em imensas molduras douradas, e doces perfis de senhoras, em bandós, com grandes leques, pareciam querer subir aos ares, enfunadas pelos redondos vestidos à balão; mas, daquelas velhas coisas, sobre as quais a poeira punha mais antiguidade e respeito, a que gostei mais de ver foi um belo jarrão de porcelana da China ou

da Índia, como se diz. Aquela pureza da louça, a sua fragilidade, a ingenuidade do desenho e aquele seu fosco brilho de luar diziam-me a mim que aquele objeto tinha sido feito por mãos de criança, a sonhar, para encanto dos olhos fatigados dos velhos desiludidos... Esperei um instante o dono da casa. Tardou um pouco. Um tanto trôpego, com um lenço de alcobaça na mão, tomando veneravelmente o simonte de antanho, foi cheio de respeito que o vi chegar. Tive vontade de ir-me embora. Mesmo se não fosse ele o discípulo, era sempre um crime mistificar aquele ancião, cuja velhice trazia à tona do meu pensamento alguma coisa de augusto, de sagrado. Hesitei, mas fiquei. “Eu sou, avancei, o professor de javanês que o senhor disse precisar. – Sente-se, respondeu-me o velho. O senhor é daqui do Rio? – Não, sou de Canavieiras. – Como? fez ele. Fale um pouco alto, que sou surdo. – Sou de Canavieiras, na Bahia, insisti eu. – Onde fez os seus estudos? – Em São Salvador. – E onde aprendeu o javanês?” indagou ele, com aquela teimosia peculiar aos velhos. Não contava com essa pergunta, mas imediatamente arquitetei uma mentira. Contei-lhe que meu pai era javanês. Tripulante de um navio mercante, viera ter à Bahia, estabelecera-se nas proximidades de Canavieiras como pescador, casara, prosperara, e fora com ele que aprendi javanês. – E ele acreditou? E o físico? – perguntou meu amigo, que até então me ouvira calado. – Não sou, objetei, lá muito diferente de um javanês. Estes meus cabelos corridos, duros e grossos, e a minha pele basanée, podem dar-me muito bem o aspecto de um mestiço malaio... Tu sabes bem que, entre nós, há de tudo: índios, malaios, taitianos, malgaxes, guanches, até godos. É uma comparsaria de raças e tipos de fazer inveja ao mundo inteiro. – Bem, fez meu amigo, continua. – O velho, emendei eu, ouviu-me atentamente, considerou demoradamente o meu físico, pareceu que me julgava de fato o filho de malaio e perguntou-me com doçura: “Então está disposto a ensinar-me javanês?” A resposta saiu-me sem querer: “Pois não.” – “O senhor há de ficar admirado, aduziu o barão de Jacuecanga, que eu, nesta idade, ainda queira aprender qualquer coisa, mas...” – Não tenho que admirar. Têm-se visto exemplos e exemplos muito fecundos. – O que eu quero, meu caro senhor...? – Castelo, adiantei eu. – O que eu quero, meu caro Sr. Castelo, é cumprir um jura­ mento de família. Não sei se o senhor sabe que sou neto do conselheiro Albernaz, aquele que acompanhou Pedro I, quando abdicou. Vol­tando de Londres, trouxe para aqui um livro em língua esquisita, a que tinha grande estimação. Fora um hindu ou siamês que lho dera, em Londres, em agradecimento a não sei que serviço prestado por meu avô. Ao morrer meu avô, chamou meu pai e lhe disse: “Filho, tenho este livro aqui, escrito em javanês. Disse-me quem mo deu que ele evita desgraças e traz felicidades para quem o tem. Eu não sei nada ao certo. Em todo o caso, guarda-o; mas, se queres que o fado que me deitou o sábio oriental se cumpra, faze com que teu filho o entenda, para que sempre a nossa raça seja feliz.” – Meu pai, continuou o velho barão, não acreditou muito na história; contudo, guardou o livro. Às portas da morte, ele mo deu e disse-me o que prometera ao pai. Em começo, pouco caso fiz da história do livro. Deitei-o a um canto e fabriquei minha vida. Cheguei até a esquecer-me dele; mas, de uns tempos a esta parte, tenho passado por tanto desgosto, tantas desgraças


CONTO têm caído sobre a minha velhice que me lembrei do talismã da família. Tenho que o ler, que o compreender, se não quero que os meus últimos dias anunciem o desastre da minha posteridade; e, para entendê-lo, é claro que preciso entender o javanês. Eis aí. Calou-se e notei que os olhos do velho se tinham orvalhado. Enxugou discretamente os olhos e perguntou-me se queria ver o tal livro. Respondi-lhe que sim. Chamou o criado, deu-lhe as instruções e explicou-me que perdera todos os filhos, sobrinhos, só lhe restando uma filha casada, cuja prole, porém, estava reduzida a um filho, débil de corpo e de saúde frágil e oscilante. Veio o livro. Era um velho calhamaço, um in-quarto antigo, encadernado em couro, impresso em grandes letras, em papel amarelo e grosso. Faltava a folha do rosto e por isso não se podia ler a data da impressão. Tinha ainda umas páginas de prefácio, escritas em inglês onde li que se tratava das histórias do príncipe Fulanga, escritor javanês de muito mérito. Logo informei disso o velho barão que, não percebendo que eu tinha chegado aí pelo inglês, ficou tendo em alta consideração o meu saber malaio. Estive ainda folheando o cartapácio, à laia de quem sabe magistralmente aquela espécie de vasconço, até que afinal contratamos as condições de preço e de hora, comprometendo-me a fazer com que ele lesse o tal alfarrábio antes de um ano. Dentro em pouco dava a minha primeira lição, mas o velho não foi tão diligente quanto eu. Não conseguia aprender a distinguir e a escrever nem sequer quatro letras. Enfim, com metade do alfabeto levamos um mês e o senhor barão de Jacuecanga não ficou lá muito senhor da matéria: aprendia e desaprendia. A filha e o genro (penso que até aí nada sabiam da história do livro) vieram a ter notícia do estudo do velho; não se incomodaram. Acharam graça e julgaram a coisa boa para distraí-lo. Mas com o que tu vais ficar assombrado, meu caro Castro, é com a admiração que o genro ficou tendo pelo professor de javanês. Que coisa única! Ele não se cansava de repetir: “É um assombro! Tão moço! Se eu soubesse isso, ah! onde estava!” O marido de D. Maria da Glória (assim se chamava a filha do barão) era desembargador, homem relacionado e poderoso; mas não se pejava em mostrar diante de todo mundo a sua admiração pelo meu javanês. Por outro lado, o barão estava contentíssimo. Ao fim de dois meses, desistira da aprendizagem e pedira-me que lhe traduzisse, um dia sim outro não, um trecho do livro encantado. Bastava entendê-lo, disse-me ele; nada se opunha que outrem o traduzisse e ele ouvisse. Assim evitava a fadiga do estudo e cumpria o encargo. Sabes bem que até hoje nada sei de javanês, mas compus umas histórias bem tolas e impingi-as ao velhote como sendo do chronicon. Como ele ouvia aquelas bobagens!... Ficava extático, como se estivesse a ouvir palavras de um anjo. E eu crescia aos seus olhos! Fez-me morar em sua casa, enchia-me de presentes, aumentava-me o ordenado. Passava, enfim, uma vida regalada. Contribuiu muito para isso o fato de vir ele a receber uma herança de um seu parente esquecido que vivia em Portugal. O bom velho atribuiu a causa ao meu javanês; e eu estive quase a crê-lo também. Fui perdendo os remorsos; mas, em todo o caso, sempre tive medo que me aparecesse pela frente alguém que sou-

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besse o tal patuá malaio. E esse meu temor foi grande quando o doce barão me mandou com uma carta ao visconde de Caruru, para que me fizesse entrar na diplomacia. Fiz-lhe todas as objeções: a minha fealdade, a falta de elegância, o meu aspecto tagalo. – “Qual! retrucava ele. Vá, menino; você sabe javanês!” – Fui. Mandou-me o visconde para a Secretaria dos Estrangeiros com diversas recomendações. Foi um sucesso. O diretor chamou o chefe de seção: “Vejam só, um homem que sabe javanês – que portento!” Os chefes de seção levaram-me aos oficiais e amanuenses e houve um destes que me olhou mais com ódio do que com inveja ou admiração. E todos diziam: “Então sabe javanês? É difícil! Não há quem o saiba aqui!” O tal amanuense, que me olhou com ódio, acudiu então: “É verdade, mas eu sei canaque. O sr. sabe?” Disse-lhe que não e fui à presença do ministro. A alta autoridade levantou-se, pôs as mãos às cadeiras, consertou o pincenê no nariz e perguntou: “Então, sabe javanês?” Respondi-lhe que sim; e à sua pergunta onde o tinha aprendido, contei-lhe a história do pai javanês. “Bem, disse-me o ministro, o Sr. não deve ir para a diplomacia: o seu físico não se presta... O bom seria um consulado na Ásia ou Oceania. Por ora, não há vaga, mas vou fazer uma reforma e o senhor entrará. De hoje em diante, porém, fica adido ao meu ministério e quero que, para o ano, parta para Bale, onde vai representar o Brasil no Congresso de Linguística. Estude, leia o Hovelacque, o Max Müller, e outros!” Imagina tu que eu até aqui nada sabia de javanês, mas estava empregado e iria representar o Brasil em um congresso de sábios. O velho barão veio a morrer, passou o livro ao genro para que o fizesse chegar ao neto, quando tivesse a idade conveniente, e fez-me uma deixa no testamento. Pus-me com afã no estudo das línguas maléu-polinésicas; mas não havia meio! Bem jantado, bem vestido, bem dormido, não tinha energia necessária para fazer entrar na cachola aquelas coisas esquisitas. Comprei livros, assinei revistas: Revus Anthropologique et Linguistique, Proceedings of the English, Oceanic Association, Archivio Glottologico Italiano, o diabo, mas nada! E a minha fama crescia. Na rua, os informados apontavam-me, dizendo aos outros: “Lá vai o sujeito que sabe javanês”. Nas livrarias os gramáticos consultavam-me sobre a colocação de pronomes no tal jargão das ilhas de Sonda. Recebia cartas dos eruditos do interior, os jornais citavam o meu saber e recusei aceitar uma turma de alunos sequiosos de aprenderem o tal javanês. A convite da redação, escrevi no Jornal do Comércio um artigo de quatro colunas sobre a literatura javanesa, antiga e moderna... – Como, se tu nada sabias? interrompeu-me o atento Castro. – Muito simplesmente: primeiramente, descrevi a ilha de Java, com o auxílio de dicionários e umas poucas de geografias, e depois citei a mais não poder. – E nunca duvidaram? perguntou-me ainda o meu amigo. – Nunca. Isto é, uma vez quase fico perdido. A polícia prendeu um sujeito, um marujo, um tipo bronzeado que só falava uma língua esquisita. Chamaram diversos intérpretes, ninguém o entendia. Fui também chamado, com todos os respeitos que a minha sabedoria merecia, naturalmente. Demorei-me em ir, mas fui afinal. O homem já estava solto, graças à intervenção do cônsul holandês, a quem ele se fez


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CONTO

compreender com meia dúzia de palavras holandesas. E o tal marujo era javanês – uff! Chegou, enfim, a época do Congresso, e lá fui para a Europa. Que delícia! Assisti à inauguração e às sessões preparatórias. Inscreveram-me na seção do tupi-guarani e eu abalei para Paris. Antes porém, fiz publicar no Mensageiro de Bale o meu retrato, notas biográficas e bibliográficas. Quando voltei, o presidente pediu-me desculpas por me ter dado aquela secção. Não conhecia os meus trabalhos e julgara que, por ser eu americano-brasileiro, me estava naturalmente indicada a seção do tupi-guarani. Aceitei as explicações e até hoje ainda não pude escrever as minhas obras sobre o javanês, para lhe mandar, conforme prometi. Acabado o Congresso, fiz publicar extratos do artigo do Mensageiro de Bale em Berlim, em Turim e Paris, onde os leitores de minhas obras me ofereceram um banquete, presidido pelo senador Gorot. Custou-me toda essa brincadeira, inclusive o banquete que me foi oferecido, cerca de dez mil francos, quase toda a herança do crédulo e bom barão de Jacuecanga. Não perdi tempo nem meu dinheiro. Passei a ser uma glória nacional e, ao saltar no cais Pharoux, recebi uma ovação de todas as classes sociais e o presidente da República, dias depois, convidava-me para almoçar em sua companhia. Dentro de seis meses fui despachado cônsul em Havana, onde estive seis anos e para onde voltarei, a fim de aperfeiçoar os meus estudos das línguas da Malaia, Melanésia e Polinésia. – É fantástico, observou Castro, agarrando o copo de cerveja.

– Olha: se não fosse estar contente, sabes que ia ser? – Quê? – Bacteriologista eminente. Vamos?

Sobre o autor Lima Barreto nasceu no Rio de Janeiro em 1881. De origem humilde, mestiço, levou vida atribulada, boêmia. A mãe lhe ensinou as primeiras letras; após sua morte, passou a frequentar a escola pública. Foi aluno interno (1891) no Liceu Popular Niteroiense, às custas de seu padrinho, o Visconde de Ouro Preto. Em 1896, frequentou o curso preparatório à Escola Politécnica e foi aprovado nos exames no ano seguinte. De 1902, datam o enlouquecimento do pai e sua primeira colaboração na imprensa. No ano seguinte, fez concurso e ingressou na Diretoria do Expediente da Secretaria da Guerra, o que lhe fez abandonar o curso de Engenharia. Começou a escrever seus primeiros romances. O ano de 1914 assinalou a sua primeira passagem pelo Hospício Nacional, de 18 de agosto a 13 de outubro. Candidatou-se à Academia Brasileira de Letras, em 1915, mas conseguiu apenas dois votos. Sua segunda passagem pelo hospício foi em 1919. Morreu no dia primeiro de novembro de 1922; seu pai, no dia três, na mesma casa, Rua Major Mascarenhas, 26, em Todos os Santos. Causa da morte do escritor: gripe torácica e colapso cardíaco.

ARTIGO

Nova vacina contra tuberculose apresenta resultados promissores Karina Toledo

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ma nova vacina contra a tuberculose – mais potente do que a atualmente usada na imunização de crianças – está sendo desenvolvida no Instituto Butantan com apoio da Fapesp. Resultados promissores de ensaios pré-clínicos, feitos com camundongos, foram publicados na revista Scientific Reports, do grupo Nature. “A vacina BCG tradicional é eficaz para proteger crianças das formas mais graves da doença, mas oferece proteção limitada contra infecções pulmonares em adultos. Portanto, desenvolver um novo imunizante mais potente tem sido um desafio da comunidade científica internacional. Diversas estratégias estão sendo testadas”, comentou Luciana Leite, diretora do Laboratório Especial de Vacina do Butantan e coordenadora do projeto. A estratégia adotada pelo grupo paulista foi desenvolver uma versão recombinante da BCG, ou seja, modificar a bactéria usada na formulação da vacina convencional – a Mycobacterium bovis – para fazê-la produzir uma proteína típica de outra bactéria, a Escherichia coli.

“Essa proteína recombinante, que chamamos de LTAK63, tem um efeito adjuvante na formulação, isto é, faz com que a resposta do sistema imune à vacina seja muito mais forte”, contou Leite. Nos experimentos com camundongos, os pesquisadores compararam a proteção oferecida pela BCG convencional e pela BCG recombinante. O grupo controle foi composto por animais não imunizados. Doze semanas após a vacinação, os três grupos foram infectados com a bactéria causadora da tuberculose, a Mycobacterium tuberculosis. Depois de 30 dias, a quantidade de bactérias presente no pulmão foi avaliada. Nos animais não imunizados, a análise histológica revelou uma grande infiltração de células inflamatórias no pulmão e a quantidade de bactérias no tecido chegou a 1 milhão. No grupo que recebeu a BCG convencional, o número de microrganismos encontrado foi em torno de 100 mil e o grau de inflamação bem mais moderado, porém maior do que o observado no grupo que recebeu a versão recombinante da vacina. Nesse terceiro grupo, foram encontradas no pulmão apenas cerca de 1 mil bactérias.


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a coqueluche também tinha um efeito adjuvante sobre a própria BCG, ou seja, modificava também a resposta imune do organismo à tuberculose. “Observamos que a resposta estava diferente, mas não o suficiente para aumentar a proteção contra a tuberculose, causada por uma bactéria muito virulenta. Começamos então a procurar uma proteína diferente que fosse capaz de aumentar ainda mais essa Encurtando etapas resposta imune contra a tuberculose. Foi como chegamos à LTAK63”, contou. O desenvolvimento dessa nova vacina Imunizante em desenvolvimento no InstiA boa notícia, segundo a pesquisadora, contra a tuberculose foi, de acordo com Lei- tuto Butantan foi testado com sucesso em te, desdobramento de um projeto de pes- camundongos; experimentos foram descri- é que grande parte do conhecimento adquiquisa anterior, que tinha como objetivo criar tos na revista Scientific Reports (imagem: rido durante o projeto da coqueluche podede camundongos não rá ser aproveitado no desenvolvimento da uma versão recombinante da vacina DTP – tecido pulmonar imunizados (1o quadro), vacinados com nova vacina contra a tuberculose, encurtancontra difteria, tétano e coqueluche. o BCG convencional (2 quadro) e com a vado etapas cruciais. Esse trabalho começou no ano 2000, cina recombinante (3o e 4o quadros)). “Levamos muitos anos para conseguir quando, com apoio da Fapesp, Leite monadaptar a formulação testada em camundongos para uso em tou um laboratório para desenvolver a metodologia necessária humanos, no caso da vacina contra a coqueluche. Mas agora para a produção de BCG recombinante. estamos com a metodologia pronta e o processo deverá ser “Por ser capaz de induzir no organismo uma resposta imune mais rápido”, afirmou. forte e inespecífica, a bactéria usada na vacina BCG também O trabalho iniciou durante o pós-doutorado de Ivan Pereira tem sido empregada como adjuvante no tratamento do câncer Nascimento com apoio da Fapesp e continua no doutorado de e na imunização contra várias doenças. Nossa ideia, na época, Carina Carvalho dos Santos, que atualmente realiza um estágio foi criar uma versão recombinante desse microrganismo capaz de pesquisa no Leiden University Medical Center, na Holanda, de produzir, por exemplo, uma proteína da bactéria causadora também apoiado pela Fapesp. A pesquisa já teve patente aproda coqueluche. Assim, seria possível imunizar ao mesmo temvada nos Estados Unidos e na África do Sul. po contra as duas doenças”, explicou a pesquisadora. A estimativa é que a nova vacina contra a tuberculose possa Esse projeto inicial está em fase avançada de desenvolviestar disponível em até 10 anos. De acordo com a Organização mento e, segundo Leite, os primeiros ensaios clínicos da vaMundial de Saúde (OMS), a doença atinge mais de 10 milhões cina recombinante contra a coqueluche devem ter início em de pessoas no mundo e o Brasil está entre os 30 países com breve, com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimaior incidência da doença. mento Econômico e Social (BNDES). Durante a realização dos experimentos pré-clínicos, o grupo Extraído de: Agência FAPESP – Divulgando a cultura científica, jun./2017. percebeu que a proteína recombinante que imunizava contra “Fizemos, em seguida, um segundo experimento no qual desafiamos os animais com uma quantidade até 100 vezes maior de Mycobacterium tuberculosis e observamos que apenas a versão recombinante da BCG ofereceu proteção nesse caso. No grupo que recebeu a vacina convencional os animais começaram a morrer depois de alguns dias”, contou Leite.

ESPECIAL

Colégio Etapa encerra o semestre letivo do Ensino Médio com Gincana Cultural

A

tradicional Gincana Cultural encerrou oficialmente o primeiro semestre letivo do Colégio Etapa com a participação de alunos do 1o, 2o e 3o ano do Ensino Médio de Valinhos e de São Paulo, nos dias 23 e 30 de junho, respectivamente. O evento é um momento de descontração e divertimento e visa promover a diversidade de ideias e a integração entre os alunos e os professores. Durante a competição, os alunos formam equipes de acordo com a série: 1o ano EM se veste com a cor amarela, 2o ano com a cor azul e o 3o ano com a cor vermelha. Assim,

os estudantes demonstram as suas habilidades artísticas e culturais em categorias, como: Música Brasileira, Música Internacional, Música Solo, Você Faz O Show, Tarefa Temática e Dança. Por outro lado, os professores comandam a Gincana e formam o corpo de jurados que avalia e escolhe as melhores apresentações por categoria. Em São Paulo, eles ainda se apresentam com a Banda dos Professores. Ao final do segundo semestre, a Gincana também marcará a despedida dos alunos do 3o ano.


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ESPECIAL

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Jornal do Colégio

Jornal do Colégio ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP


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