Entrevista Vestibulando - Jornal 1492

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Jornal do Vestibulando

ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA

JORNAL ETAPA – 2015 • DE 07/05 A 20/05

ENTREVISTA

“O curso de Administração abrange muitas áreas, amplia as possibilidades.” Beatriz de Souza Ribeiro está hoje na FEA-USP. Ela oscilou no ano passado entre Administração e Engenharia de Produção, mas no fim decidiu por Administração. Aqui ela conta como se preparou no cursinho, comenta como está o início do curso e fala de atividades extra-aula que quer desenvolver na USP.

Beatriz de Souza Ribeiro Em 2014: Etapa Em 2015: Administração – USP

JV – Como você chegou à escolha de Administração como carreira? Beatriz – Eu estava na dúvida entre Administração e Engenharia de Produção. Um dos meus irmãos fez Administração numa particular, o outro fez Engenharia de Produção na Federal de Santa Catarina. Conversei muito com os dois. O de Produção me falava para fazer Administração, o de Administração falava para fazer Produção. Um sentia falta do que o outro tinha. Tanto é que eles têm projetos juntos. O que levou você a preferir Administração? Foi através de conversas. Conversei com pessoas que estavam na Poli e na FEA. E meu perfil realmente não era da Poli. Você estuda muito no vestibular e lá ainda mais, é exaustivo. Muitas pessoas com quem eu conversei pensavam em sair da Poli, prestar Engenharia em outros lugares ou prestar para a FEA. E pessoas que me conheciam falavam que eu tinha tudo a ver com a FEA. Olhei os cursos de Engenharia em outros lugares que se enquadrassem. Mas a Poli eu descartei. Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Prestei Unicamp, Unesp e a Federal de Santa Catarina. Esses três para Engenharia de Produção. Como você veio estudar no Etapa? Meu irmão da Engenharia de Produção fez Etapa há uns anos. A gente pesquisou diversos cursinhos. Para o meu foco, o que melhor se encaixou foi o Etapa. Com que expectativa você estava no começo do ano passado? Estava confiante, porque estudei em um colégio modelo em São Bernardo, muito puxado. Só que ele não tinha o foco de vestibular, ele não tem

ENTREVISTA

Beatriz de Souza Ribeiro

Quais foram suas dificuldades no ano passado? Para mim era um pouco longe, a distância atrapalhava porque demorava muito tempo e era desgastante, mas acho que o maior problema foi a organização de tempo. Isso exige autoconhecimento. Fui olhando o que outros alunos fizeram e fui tentando de várias maneiras até achar o jeito em que melhor me enquadrei. Durante o ano no cursinho, como era sua rotina de estudo? Eu comecei indo estudar em casa, mas vi que não dava certo e no final da apostila 1 passei a estudar aqui. Na Sala de Estudos fluía e aproveitei muito os plantonistas. Ficava lá até umas 6, 7 horas. Antes de dormir eu sempre lia alguma coisa. Aproveitava todos os tempos que eu tinha, no metrô, no trólebus para ler alguma coisa, ver um vídeo, ler uma revista. Sempre aproveitando o tempo.

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Quais matérias você precisava estudar mais? Nunca tive gosto por Biologia, mas me esforcei mais no cursinho. Em História, apesar de sempre ter gostado, eu vi que realmente me faltava uma base mais sólida. Matemática, mesmo no começo achando bem fácil, eu fazia tudo. Peguei firme em Matemática porque sabia que lá na frente tinha conteúdos em que eu estava meio assim. Em quais matérias você usava mais o Plantão de Dúvidas? Química foi a que mais usei. E Física. Matemática nem tanto, as dúvidas eu tirava com meu pai, que é professor de Matemática. Mas ele não tinha muito tempo para me ajudar, trabalhava o dia inteiro. Matemática, Física, Química eram as matérias em que eu tinha mais dúvidas. Teve alguma matéria que você não gostava muito e aqui passou a ver de maneira diferente? Não gostava de Biologia, mas aprendi a estudar. Os professores são bem didáticos, bem bacanas, prendiam a atenção. Isso facilitou muito para eu aprender Biologia. De Física eu sempre gostei, mas aqui no Etapa me apaixonei. Isso me deixou mais em dúvida se prestava Engenharia ou não.

Teve uma época mais tranquila para você? O começo do ano. As matérias são básicas e eu tive uma base boa. Mesmo assim, não deixava de fazer, pegava a apostila e fazia tudo que o professor mandava.

Você fez Reforço? Eu fiz o RPE, Reforço para Engenharia, quando ainda estava em dúvida. No começo, durante uns três meses, fiz tudo. No meio do ano era praticamente um final de semana sim, outro não. E mais perto dos vestibulares era irregular. Quando estava com a matéria em dia, eu ia. Quando estava tudo acumulado, eu vinha para o cursinho e ficava só estudando.

E quando foi a época mais cansativa? No meio do ano. Antes das férias. Estava naquela exaustão, muita gente estava.

Quem é quem?

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POIS É, POESIA

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Em quais matérias você tinha uma base mais sólida? Matemática, Geografia, Português.

Você estudava a matéria do dia? Eu pegava a matéria do dia. Uma coisa que me ajudou muito foi trabalhar com agenda. Eu anotava no caderno todos os exercícios que o professor passava e as dúvidas que surgiam. Chegava em casa, fazia os exercícios, olhava na internet as dúvidas que eu tinha, mas tudo com base no que os professores passavam no dia.

ENTRE PARÊNTESIS

CONTO

A igreja do Diabo – Machado de Assis

uma revisão, não tem um acompanhamento – tudo que eu tive aqui.

Florbela Espanca (1894-1930)

ARTIGO Política externa dos Estados Unidos (séculos XX-XXI)

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SERVIÇO DE VESTIBULAR

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Inscrições

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ENTREVISTA

Você fez os simulados? Em que faixas de classificação você ficava? Fiz quase todos. Não lembro qual era a faixa, mas os primeiros resultados eram muito bons. Minha média anual de notas foi de 65 a 70. Nos primeiros simulados era um pouco mais, chegava a 75, às vezes um pouco menos, sem nunca ficar abaixo de 63. Mas eu sabia que na Fuvest o emocional ia me abalar e a nota ia cair. Foi o que aconteceu. Qual foi a importância dos simulados em sua preparação? Foram importantes para organizar o tempo e a forma de fazer a prova. Eu achei meu jeito de preencher gabarito fazendo simulados. Eu não faço direto, começo fazendo uma matéria, mudo de Humanas para Exatas, sempre marcando onde parei. Consegui me organizar desse jeito. Não sei se é recomendável, mas eu gostei de fazer assim, deixou a prova mais ágil, porque quando eu fico só numa matéria fico cansada, não sei mais fazer. Você treinava Redação? No começo do ano eu tentava fazer uma Redação por mês. Acabou que nos períodos em que tinha mais coisas nem isso eu fazia. Depois que passei para a 2a fase tentei fazer uma por semana. Mas não fiquei tão focada nas redações quanto me falaram para ficar. Na verdade, eu não tenho dificuldade na escrita, mas não gosto de escrever. Sou muito exigente, demoro muito tempo, para mim é desgastante. Na gramática, na coerência, eu sou muito exigente. O problema maior era realmente o conteúdo. A média de minhas redações no decorrer do ano foi 6,5, 7. Você leu as obras da Literatura indicadas pela Fuvest? Eu li no Ensino Médio. Aqui no cursinho fiquei nos resumos e nas palestras. Acho importante as palestras, ajudaram bastante. Os professores dão uma visão do que é pedido, que não é só você ler, tem de interpretar, tem toda uma análise, o contexto histórico. O que você fez nas duas semanas de férias em julho? Minha ideia era colocar tudo em dia. Mas eu descansei, convivi mais com minha família, porque fiquei muito ausente naquele ano. Saía, mas nada muito exaustivo, nenhuma viagem, nenhuma bateria de festas. Foi bem tranquilo. Assisti a algum filme, li alguma coisa, fiz alguns exercícios, mas nada assim: “Hoje vou parar para estudar”.

Não acho ruim morar fora, no interior, acho enriquecedor, eu iria.

Em qual universidade você achava que tinha mais chance de passar? Na USP e na Unesp. A Unicamp era minha segunda possibilidade. Coloquei Engenharia de Produção como 1a opção e Administração como 2a. Você foi chamada pela Unicamp? Para Administração. Na Unesp aconteceu um imprevisto, a prova da 2a fase coincidiu com a prova na Federal de Santa Catarina. Tive de escolher entre as duas. Na Unesp eu tinha sido a 12a colocada na 1a fase, era quase certo que eu passaria, e na Federal de Santa Catarina era incerto, o estilo de prova lá é diferente. Qual você escolheu? Santa Catarina. Na 1a fase da Fuvest, quantos pontos você fez? Fiz 56 pontos. O corte foi 52, sua nota ficou quase 10% acima do corte. Ficou satisfeita? Eu fui prática quando contei os pontos: “Tudo bem, passei, fiquei feliz”. Mas poderia ter sido melhor, meu objetivo era fazer mais de 60. Eu realmente fiquei bem nervosa no dia da prova. Achei a Fuvest mais difícil do que nos outros anos que prestei, ao terminar o Ensino Médio. Depois, olhando a prova com mais calma, vi que era para fazer até uns 5 pontos a mais. Na 2a fase, quais foram suas notas nos três dias de provas? No primeiro dia, prova de Português, tirei 55,5. Minha nota na Redação foi 56. No segundo dia, na prova geral, tirei 62,5. No terceiro dia, das matérias prioritárias da carreira, tirei 37,5. O que achou desses resultados? Eu nunca tinha feito uma 2a fase da Fuvest. Achei mais tranquilo do que eu esperava, as questões são mais abrangentes, não são tão específicas, eu me organizei bem em relação ao tempo. Estava com muito medo da Redação, mas me dei bem, fluiu tranquilo. Você lembra qual foi sua pontuação na Fuvest, na escala de zero a 1 000? 544,3 pontos. Você já conhecia a FEA? Pessoalmente, não. Já tinha pesquisado, conversei bastante com um amigo que está lá.

Você teve que abrir mão de alguma atividade para se preparar melhor para os vestibulares? Parei de ir à academia. Mas consegui conciliar um curso de inglês com o cursinho. Fiquei na dúvida se valia a pena fazer, mas achei um curso que se enquadrava no que eu queria, porque tinha autonomia de horário, eu marcava as aulas.

O primeiro contato foi na matrícula? Foi na matrícula. Estava com meus pais. O primeiro trote é na matrícula e eu vestia uma roupa que não era para sujar. Minha mãe insistiu para que me pintassem pelo menos alguma coisa. Conversei com algumas pessoas, me pintaram, minha mãe tirou foto. Tudo bem tranquilo.

Se você não passasse na Fuvest, passasse na Unicamp e na Unesp, você iria para o interior? Iria. Eu acho que a USP tem muitos benefícios, mas outras faculdades também têm os delas.

Que matérias você tem neste semestre? Estou tendo Microeconomia, Computação, Matemática, Contabilidade e Fundamentos de Administração.

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De que matéria você está gostando mais? Fundamentos de Administração é legal, bem simples. É o que sempre quis estudar, estou adorando a matéria, bem didática. Microeconomia também é legal. Mas tudo está bem básico por enquanto. O que você destaca da FEA além das aulas? Na parte física, achei a FEA organizada. Do ponto de vista social, as pessoas foram bem receptivas. O pessoal convive muito bem. Hoje, na FEA, como você vê a Administração? Fim da indecisão? O curso de Administração abrange muitas áreas, amplia as possibilidades. Não estou com aquela indecisão: “Será que escolhi o curso certo?” A FEA está permitindo que eu me conheça melhor. Você está participando de alguma atividade extra-aula? A que mais me interessou até agora é a Empresa Júnior. Tem outras, tem o pessoal que é mais esportista, tem a bateria, tem várias. Mas a que mais me interessou foi a Júnior. O que você pode dizer a quem está se preparando este ano, para aproveitar o melhor possível o estudo no cursinho? Eu acredito que vale a pena se dedicar integralmente, não negligenciar nenhuma matéria. No meu caso, até mesmo Biologia, que era uma matéria de que não gostava, eu estudei bastante e me ajudou muito. E o que você pode dizer a quem prestou no ano passado, não entrou e está aqui de novo este ano? Não se trata de uma prova, trata-se de um projeto de vida, da realização de um sonho. Se você descobriu o que deu errado, não repita. Repita o que deu certo. É isso, não desista. Hoje você acha que está diferente de quando veio para o cursinho? Eu acho que me tornei mais autônoma. Hoje eu tomo decisões não porque meus pais querem que eu faça, não porque me disseram para fazer, mas porque eu quero. O que foi marcante para você no Etapa? Em relação aos professores, são brilhantes em dar aula. Em relação às pessoas, são muitos sonhos, histórias diferentes. O que eu mais levo daqui são as pessoas que encontrei. Você tem saudade de alguma coisa? Eu acho que vou ter saudade sempre da convivência com as pessoas daqui e das aulas bem divertidas, bem legais, que a gente não vai encontrar em lugar nenhum. O que você tira de lição dessa experiência em que foi bem-sucedida com sua entrada na USP? Vale a pena focar no que você quer. A recompensa é muito grande.

Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1 987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP JORNALISTA RESPONSÁVEL: Egle M. Gallian – M.T. 15343


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