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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2015 • DE 21/05 A 04/06
ENTREVISTA
Medicina, Engenharia, Direito? Escolheu e passou em 9o na São Francisco. Gabriel Egidio Iriarte prestou Fuvest direto no 3o ano do Ensino Médio, não foi aprovado, veio para o Etapa e entrou na São Francisco. No cursinho ele superou defasagens que tinha, principalmente em Matemática e Física, e na Fuvest foi o 9o colocado na carreira. Nesta entrevista ele conta como escolheu Direito e como se preparou para os vestibulares no ano passado. E acertou a opção: “A São Francisco é o meu lugar”.
Gabriel Egidio Iriarte Em 2014: Etapa Em 2015: Direito – USP/São Francisco
JV – Quando você escolheu Direito como carreira? Gabriel – No colegial eu não sabia o que queria fazer. Pesquisei Medicina, Engenharia, praticamente todas as carreiras. Pesquisei Direito e gostei bastante. Sempre me dei bem em Humanas. História, Geografia, Português sempre foram minhas melhores matérias. No 3o ano fiz uma visita à São Francisco, me apaixonei, foi instantânea a decisão.
Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Prestei Unesp, Mackenzie e PUC. Fui aprovado em todos. E, pelo Enem, fui chamado para a Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Você chegou a prestar vestibular direto quando terminou o Ensino Médio? Sim, fiz Enem e Fuvest.
Como foi na Fuvest nesse ano? Fui para a 2a fase, mas não passei. Tirei 40 no segundo dia, nota bem ruim. E no terceiro fui ainda pior.
Depois dessa experiência, você veio para o cursinho. Começou aqui com que ânimo? Eu estava confiante porque o cursinho é um apoio muito grande, os professores e o material são muito bons. Você vai estudando, vê que está aprendendo e ganha mais confiança.
Como era sua rotina de estudos? No primeiro mês eu voltava para casa depois das aulas. Só que em casa são muitas as distrações e ainda tem o sono. Acabava estudando bem pouco, então passei a ficar aqui. No primeiro semestre eu ficava até as 5, 6 horas da tarde.
ENTREVISTA
Gabriel Egidio Iriarte
Como foi o JADE – o reforço para sua área?
Nos simulados, qual era seu desempenho?
Achei que foi bem importante. Os professores reforçam pontos essenciais. Por exemplo, meu terceiro dia na Fuvest era uma prova de História, Geografia e Matemática. No JADE eu aprendi bastante essas matérias.
Nos primeiros eu ia bem, tirava A e B sempre. Mais ou menos em julho, quando bateu mais o cansaço, caí um pouco. Fiquei no C mais em um simulado. Passei a estudar mais e consegui voltar ao A e B. No final tirava nota até maior que no começo do ano. Foi bem legal. No JADE também acabei indo melhor que no início. Essas notas, lógico, davam confiança. Você vê seu rendimento não só nos simulados, mas nos estudos também. Quando faz exercício você acaba tendo menos dúvidas.
Você pegava a matéria do dia?
Qual a diferença das aulas do JADE? A principal diferença são os exercícios. A metodologia é fazer o exercício e dentro do exercício explorar a matéria.
Tinha alguma matéria de que você não gostava e passou a ver com outros olhos no Etapa? Matemática e Física. Acho que eu não aprendia antes porque criava um bloqueio. Falava: “Não gosto, não quero aprender, não vou aprender, não servem para nada”. Só que aqui você acaba vendo que não é assim, todas as matérias meio que se interligam. Tem de ter uma interdisciplinaridade para o vestibular. Para a vida também. Eu gostei bastante do jeito como foram apresentadas as duas matérias. Comecei até a gostar delas.
Você treinava Redação? No começo eu fazia uma redação por mês. Mais as que eram pedidas nos simulados. No JADE
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Jardineiro
Qual a importância do treino nos simulados? Acho que o simulado é essencial. Se você chegar na prova sem ter feito simulados vai ficar meio perdido. Também acho muito importante o tempo. Ganhei velocidade fazendo os simulados.
Você leu as obras indicadas pela Fuvest como obrigatórias? Li. E tinha as palestras, que eu achei muito importantes, várias coisas que os professores falaram caíram nas provas. Até pergunta que o professor falou na palestra de Literatura caiu. Quase não acreditei quando caiu na prova da 2a fase da Fuvest. Foi uma pergunta igualzinha. E outras parecidas.
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ENTRE PARÊNTESIS
CONTO
Frederico Paciência – Mário de Andrade
Eu priorizava a matéria do dia, mas tinha dia com muita matéria, por exemplo, três aulas de Química. Aí dava ênfase nos pontos principais. Os professores sempre indicavam o que era mais importante, o que podia cair nas provas.
tinha bastante. E às vezes fazia por mim próprio. A partir de agosto fiz mais redações, umas duas por mês. Depois da 1a fase fiz uma por semana. E sempre levava ao plantão para tirar dúvidas e fazer a correção. E durante o ano todo eu li toda semana pelo menos dois exemplares de jornal. Às vezes não dava para ler dois, mas pelo menos o de domingo eu lia. Querendo ou não, você tem de ler para pegar algumas coisas – informação, ortografia, jeito de escrever.
A partir de julho comecei a ficar mais, até as 10, 10 e meia da noite. Estudava bastante e sempre ia ao plantão tirar as dúvidas. Ajudou bastante.
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O que você fez nas férias? Viajei na primeira semana. Ao voltar, fiquei no impasse: “Estudar ou não estudar?”. Mas fiquei descansando. Em agosto voltei com tudo, com a pilha renovada. E acho que uma coisa muito importante que eu fiz foi não voltar naquele momento às apostilas em que estava atrasado, a 3 e a 4. Falei: “Vou priorizar da 5 para frente”. Acho muito importante focar no que vai vir.
Quantos pontos você fez no Enem? Fui bem no Enem. Deu um pouco mais de 800 pontos.
Qual a principal diferença que você sentiu entre suas provas do Enem e da Fuvest? O conteúdo. Na Fuvest é mais aprofundado, você tem que saber. Se não souber, se tentar dar uma enrolada, vai ser complicado. No Enem é muito de você entender o que está sendo pedido. Você não precisa ter um conhecimento muito profundo da matéria. É um exame mais amplo, mais geral.
Como você foi na 1a fase da Fuvest? Fiz 73 pontos. O corte em Direito foi 58. Aí o diferencial para mim foi Humanas. História e Geografia eu gabaritei e errei poucas em Português. Errei mais em Química e Física. Uma coisa que eu fiz para a Fuvest, peguei as cinco últimas provas da 1a fase e fui fazendo junto com os exercícios do Etapa. Pegava um dia e fazia Química. E tirava as dúvidas dessas questões no plantão. Os plantonistas me ajudavam não só nos exercícios, explicavam também a matéria por trás das questões.
Você ficou 15 pontos acima do corte. Uma grande folga. O que achou dessa prova? Difícil foi a parte de Exatas. Ouvindo comentários depois da prova, parece que todo mundo achou complicado. Cheguei a ficar preocupado, mas quando vi meu resultado fiquei bem feliz.
Para a 2a fase você manteve o ritmo de estudo? Na 1a fase eu zerei a apostila de revisão, fiz todos os exercícios. Para a 2a fase continuei estudando, mas não até as 10 da noite. Parava perto das 7, mais tranquilo. Mas sábado, sempre estudava e deixava o domingo para descansar.
Como tinha feito na 1a fase, para a 2a você pegou provas antigas para estudar? Peguei as de Matemática. Cinco anos de Matemática. Resolvi a maioria das questões e consegui tirar dúvidas.
Quais foram as suas notas na 2a fase? No primeiro dia, prova de Português, gostei bastante do tema da redação, a camarotização no Brasil. Achei pertinente, muito legal. Fui bem, tirei 83 na redação e no geral da prova fiquei com 80,25. No segundo dia achei a prova mais fácil até do que a 1a fase. Física tinha duas questões bem tranquilas e só uma questão de Matemática. Química estava bastante interdisciplinar com Biologia e eu gostei disso, ajudou bastante. Minha nota foi 87,5.
No terceiro dia, prova com as matérias prioritárias da carreira, como foi?
Que matérias você tem neste primeiro semestre?
Fiz as questões de Geografia e História primeiro, em uma hora e meia. Sobraram duas horas e meia para Matemática. Gastei até o final, mas consegui fazer. Tirei 60,42. Fiquei bem feliz.
Teoria Geral do Estado, Teoria Geral do Direito Penal, Teoria Geral do Direito Privado, que é Direito Civil. Estou tendo também Economia Política, Direito Constitucional, Introdução ao Estudo do Direito e Direito Romano.
Qual foi sua pontuação na Fuvest, na escala de zero a 1 000? Qual sua classificação? o
Fiz 773,2. Fiquei em 9 lugar na carreira [à frente de 98% dos aprovados]. Não esperava tanto.
Como soube de sua aprovação para a São Francisco? Vim ao Etapa, com alguns amigos. Estava nervoso. Saiu a lista, fui ver. Quando vi meu nome fiquei em choque. Fiquei uns dois minutos olhando. Aí comecei a gritar, abracei os professores, me pintaram, liguei para minha mãe. Foi muita emoção.
O que veio na sua cabeça nesses dois minutos em que ficou parado olhando seu nome na lista? Voltou tudo. Desde o comecinho, eu estudando. Tudo como se fosse um filme, passaram os professores, todos os conselhos que eles deram, tudo que falaram. Minha família, meus amigos. Até o dia em que eu fiz a matrícula ainda não tinha caído a ficha de que eu estava na São Francisco.
Como foi no dia da matrícula? Eu já conhecia um pessoal de lá. Cheguei na faculdade, tinha muita gente, me pintaram, fiz a matrícula. Aí teve o trote, pintar, fazer pedágio, teve festa no porão da faculdade. O pessoal lá é muito legal, todos os veteranos ajudam bastante tirando dúvidas, explicando.
Na São Francisco tem aquela semana de recepção. Como foi? Além das festas – uma semana de festas –, no Salão Nobre foram apresentadas várias coisas: cursos de extensão, pesquisas, método de ensino, matérias, a Atlética, as organizações que existem na faculdade. São mais de 30 organizações de extensão. Visitamos a Cidade Universitária, teve uma integração geral. Teve um churrasco patrocinado pela própria São Francisco. Teve também debates entre novos alunos e veteranos, sobre várias questões da atualidade. A São Francisco tem um monte de tradições, é bem legal. Para quem gosta de História, lá é o lugar. Eu já gostava da São Francisco e cada vez gosto mais.
Você está participando de alguma organização? Eu entrei no processo seletivo de Direito Ambiental, estou esperando o resultado. Também me inscrevi no Departamento Jurídico, que dá assistência a pessoas carentes. Eles abrem espaço para 30 calouros entrarem. É concorrido. Este ano foram 200 que tentaram. Acho que é o que mais quero fazer. Estou também na Atlética, jogando futebol. Talvez também jogue vôlei.
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De qual você está gostando mais? Teoria Geral do Direito Penal, a matéria é muito boa, e também Direito Romano, que é bem legal.
Qual matéria o pessoal avisa que é mais difícil? No começo falam para tomar cuidado com Teoria Geral do Direito Privado porque é muita coisa. Outra que falam que é meio complicada é Introdução ao Estudo do Direito, porque é muito filosófica e você pode se perder fácil.
Do que conhece até agora na São Francisco, o que você destaca? Da parte física eu destaco a construção. Nem parece que você está no século XXI. As arcadas são história pura. É uma estrutura antiga que está bem conservada. Da parte humana, as pessoas, eles falam que aí está o tesouro da São Francisco. Acho isso mesmo, o pessoal é muito legal.
Você chegou a ter muitas dúvidas na escolha da carreira. Fez a escolha certa para você? Não me imagino em outro curso. Eu acho que a São Francisco é o meu lugar.
Que áreas você pretende seguir no Direito? Essa é uma questão bem delicada. É complicado decidir no 1o ano. Teve uma palestra na Semana de recepção sobre as carreiras. Eu me interessei mais pela Defensoria Pública e pela Procuradoria, em que se entra por concurso público. São as áreas de que eu gostei bastante. Penso também em Magistratura, mas acho que isso é mais para frente. E penso em advogar no começo, porque acho uma experiência bem importante.
Você acha que está diferente de quando começou a se preparar aqui para os vestibulares? Sim. Com certeza o cursinho nos faz amadurecer muito. Várias atitudes que eu tinha antes não tenho mais. Aprendi a estudar no Etapa, aqui você acaba aprendendo a render mais, com mais consciência. O cursinho é um processo de amadurecimento.
O que você pode dizer a quem vai prestar vestibular este ano, sobre como aproveitar o melhor possível do cursinho? Eu diria que o Etapa oferece muitas possibilidades. Eu acho que você tem de estudar, tem de se sacrificar. Mas vale muito a pena. Você tem de acreditar em você. Só depende de você. É mais de você em você mesmo. Tem que acreditar no seu sonho e correr atrás. E a gente se vê na USP no ano que vem.
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