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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2015 • DE 03/09 A 16/09
ENTREVISTA
“Eu ia bastante ao plantão para Redação... Deu para melhorar bastante.” Arthur Terra Voi ao terminar o Ensino Médio conseguiu 50 pontos na 1a fase da Fuvest. Sabia que não estava preparado. Pegou firme no cursinho e ficou 20 pontos acima da nota de corte de Direito USP. Na classificação geral foi o 30o colocado. Aqui ele conta como se decidiu pela área de Humanas e como se preparou para os vestibulares, superando defasagens e aprendendo a estudar.
Arthur Terra Voi Em 2014: Etapa Em 2015: Direito – USP
JV – O que levou você a escolher a carreira de Direito? Arthur – Sempre quis fazer alguma coisa em que pudesse ajudar as pessoas. Tenho esse lado muito forte. Pensei em Medicina no começo, mas Biologia não era a minha. Exatas também não, apesar de ter cursado eletrônica na Federal. Vi que minha área era Humanas e comecei a pesquisar sobre as carreiras. Acabei optando por Direito.
mim me dedicar, estudar e correr atrás das coisas para realizar meu sonho.
Além da Fuvest, você prestou quais vestibulares? Prestei Unesp para Relações Internacionais e Unicamp para Administração em Limeira. Pelo Enem eu me inscrevi no Sisu para uma vaga no curso de Direito da UFMG. Passei em todas.
Como era seu método de estudo? No primeiro semestre, terminada a aula, eu ficava na Sala de Estudos até as 4 horas, 4 e pouco. Fazia todos os exercícios que os professores tinham passado. Às vezes dava uma lida para adiantar alguma coisa para a próxima aula. No fim de semana em que não tinha simulado, como eu já tinha feito os exercícios durante a semana, também dava uma adiantada para a semana seguinte.
Três cursos diferentes. Você estava em dúvida sobre a carreira? Não, queria mesmo era Direito na São Francisco. As outras eram para o caso de falhar. Como você veio para o Etapa? Na Federal o Etapa é bem famoso. Meu primo também fez o cursinho aqui e entrou na Pinheiros. Então optei pelo Etapa. Antes do cursinho, você prestou Fuvest para a São Francisco? Prestei direto. Estava despreparado. Fiz só 50 pontos na 1a fase. Como foi seu início aqui? Estava animado porque sabia que aqui eu ia superar muita defasagem que eu tinha. Sabia que tinha tudo para aprender e que só dependia de
ENTREVISTA
Arthur Terra Voi
E no segundo semestre? Aí a matéria passa a ser mais complexa, aumenta o número de exercícios e começam a se aproximar as provas. Então eu ficava na Sala de Estudos até 8 horas da noite. Além de continuar estudando no fim de semana, procurava ler bastante jornal durante a semana. É importante. Você fez o JADE (Reforço para Jornalismo, Administração, Direito e Economia)? Fiz o JADE, sábado de manhã. Nos simulados do JADE, em que faixas você ficava? C mais, B.
POIS É, POESIA
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CONTO
Adão e Eva – Machado de Assis
Esse ânimo se manteve ao longo do ano? O tempo todo. Sempre consegui manter minhas notas nos simulados da Fuvest acima de 70, com exceção de um simulado, em agosto, em que tirei 64. Foi um baque. Mas aí ralei mais, foquei mais e consegui me recuperar. Subi para 70 de novo.
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Fernando Pessoa (Alberto Caeiro) ARTIGO Projeto pretende avançar o conhecimento sobre explosões solares
Os Lusíadas
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Em quais matérias você tinha mais dificuldades? Apesar de gostar bastante de História e Geografia, meu Ensino Médio foi defasado nessas matérias. Aqui você passou a ver alguma matéria de forma diferente? Matemática. Eu tinha meio que preconceito, não gostava. Apesar de ter sido muito pesada no Ensino Médio, eu não conseguia entender. Aqui, como você pega desde o comecinho e vê o raciocínio inteiro da Matemática, você tem uma linha, passei a ver com outros olhos, a gostar de fazer os exercícios e de ajudar outros com o conhecimento que eu tinha. Em que matérias você recorria mais ao Plantão de Dúvidas? Eu ia bastante ao plantão para Redação. Ia muito, atormentava o plantonista. Você chegou a utilizar o Plantão Virtual? Usava muito mesmo. Quando tinha alguma dúvida eu ia lá para entender. Quando não conseguia entender a resolução, procurava os plantonistas. Como você treinava Redação? No primeiro semestre eu fazia uma por mês. No segundo semestre fazia uma a cada duas semanas, fora as dos simulados e as obrigatórias. No final do ano fazia uma por semana. Qual foi seu desenvolvimento em Redação? Deu para melhorar bastante. Comecei tirando 6, 6,5. C menos, C mais. No final eu às vezes alcançava um B. Tirei 7,5 e 8.
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Milhões
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SERVIÇO DE VESTIBULAR
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Como você usava os simulados para seus estudos? Eu saía dos simulados e relaxava, missão cumprida. Chegava segunda-feira, pegava a resolução, corrigia o simulado direitinho, pegava os erros, procurava entender por que tinha errado. Eu tinha aquela folhinha de acompanhamento psicológico, colocava o motivo do erro e aquilo me ajudava bastante. Por exemplo, se anotava sete erros de falta de atenção, prestava mais atenção no simulado seguinte. A prática nos simulados ajudou no vestibular? Sim. É muito importante fazer provas. É muito diferente conhecer a matéria e fazer um vestibular. Vestibular é quase uma coisa à parte, você tem que treinar. E nada melhor para treinar do que os simulados do Etapa. Você tem que se acostumar a fazer prova porque no dia você não pode dizer que sabia, mas não deu tempo. Vai ficar igual a quem não sabia. No começo o tempo nunca era suficiente, terminava o simulado correndo. No final terminava até um pouco antes, corrigia, via o gabarito. Você conseguiu terminar o primeiro semestre em dia com a matéria? Razoavelmente, sim. Acho que faltou uma lista de exercícios que eu consegui fazer nas férias, mas bem tranquilo. Nas férias eu estudava quando dava vontade, quando não tinha outra coisa paZra fazer. Li alguma coisa das obras obrigatórias e vi vários vídeos que eu achava interessantes, com assuntos que podiam cair. Só lia uma hora por dia, duas horas. De resto, descansava. Qual a diferença entre só ler as obras indicadas pela Fuvest e também assistir às palestras sobre elas? Totalmente diferente. O professor passa uma visão do livro que muitas vezes você não tinha enxergado, deixando passar um monte de detalhes. Só quando o professor explica nas palestras você tem nova dimensão do que é a obra de verdade. Acho que é muito interessante reler o livro depois da palestra. Você percebe que a leitura vai ser muito mais proveitosa. Então você leu os livros também depois das palestras? Reli principalmente os tópicos mais importantes que o professor mencionou, dava uma olhada naquelas passagens. E perto do vestibular usei os resumos para dar uma lembrada. Você praticava alguma atividade física? Eu fazia jiu-jitsu terça e quinta. Eu saía daqui e ia praticar. Lutava, dava uma relaxada. Parecia que esvaziava a mente. Isso no primeiro semestre. No segundo semestre não deu mais. Ia menos, uma vez por mês. Na 1a fase da Fuvest, qual foi sua pontuação? Com o bônus ficou em 77 e o corte foi 57. Você ficou 20 pontos acima do corte. O que achou dessa nota? Nos simulados eu fazia 70, 72 pontos. Mas sabia que na prova para valer talvez caísse a nota
e me preparava para tirar 65. No dia da prova veio a pressão de verdade, eu senti, todo mundo sente. Eu saí da prova achando que ia ficar no corte. Na hora em que vi a nota fiquei muito feliz. Sabia que tinha chance de passar.
Vamos a seu desempenho na 2a fase. Qual foi sua nota no primeiro dia, prova de Português, com Redação e 10 questões dissertativas? Em Português fiquei com 6,5 na média. Tirei 6 na Redação e 7 nas questões. O problema foi de tempo, não consegui terminar a Redação. Acho que até foi boa a nota 6, perto do que eu esperava. No segundo dia, na prova geral com 16 questões, quanto você tirou? 6,8. E no terceiro dia, das matérias prioritárias da carreira, Matemática, História e Geografia? Tirei 6. Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação na Fuvest? 720 pontos, com bônus. Direito na São Francisco tem 368 vagas. Qual foi sua classificação na carreira? 30o lugar. Como ficou sabendo de sua aprovação? Eu achava que não ia ter coragem de vir ao Etapa esperar a lista. Mas vim com um amigo. Na hora em que vi chegando a lista o coração parecia que ia sair pela boca. O que você pensou naquele momento? Você pensa: “Será que deu certo?” Você vê tudo que fez no último ano, todo mundo que te ajudou, que participou de alguma forma de seu percurso. E na hora em que vê seu nome na lista você desaba, tira um peso enorme das costas. Uma sensação deliciosa. Acho que nunca mais vou passar de novo por sensação igual. Como foi no dia da matrícula? Fui sozinho. Encontrei um amigo que também passou. Foi legal. A gente fez a matrícula, depois foi só festa. Pintar, brincar, pedir dinheiro no semáforo. Teve festa das 9 da manhã até meia-noite. O que você teve de matéria no primeiro semestre? Tive sete matérias: Teoria Geral do Estado, Introdução ao Estudo do Direito, Economia Política, Direito Constitucional, Direito Civil, Direito Penal e Direito Romano. De qual matéria você está gostando mais? Direito Penal e Direito Civil. Por enquanto, é delas que mais gosto. Qual matéria está sendo a mais difícil? Economia Política é uma matéria complicada porque é muito texto difícil de ler. É difícil sair de leituras do Ensino Médio para esse tipo de leitura. Depois você acaba pegando o jeito.
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Você está fazendo alguma atividade fora da sala de aula? Estou participando da Empresa Júnior da São Francisco. É muito legal, Direito Empresarial, a gente faz umas consultorias para pessoas carentes. Também jogava futebol no time da faculdade, mas machuquei o joelho. Pretendo voltar no outro semestre, se tudo der certo. Você já tem ideia da área que vai seguir? Pretendo seguir a área Civil, trabalhando em grandes escritórios. Mas pretendo também estagiar na área pública para ver como é. O legal do estágio é você conhecer as oportunidades e as chances que vai ter na carreira. Que dicas você pode dar a quem está se preparando este ano para os vestibulares? Acho que estudar e fazer os exercícios só vai melhorar tudo porque você vai ter mais confiança, essa confiança vai levar a ir melhor nos simulados e nas provas. Também é importante testar o seu limite ao estudar. Acho que isso foi essencial para mim. Se eu estudava até 6 horas da tarde e via que não estava rendendo, eu parava, ia para casa e descansava. Eu sabia que no dia seguinte ia ficar até as 8 da noite e ia conseguir fazer. Era o que acontecia mesmo. Estudava até as 8 e saía totalmente feliz com o que eu tinha aprendido. É fundamental saber dosar estudo e descanso, para voltar melhor no próximo dia. Como fica marcado para você o ano passado? Eu nunca vou esquecer os professores do Etapa. São inesquecíveis para todo mundo que faz cursinho e vai para a faculdade. Eles querem realmente que você aprenda, querem que você passe. Eles estão ali para te ajudar, fazendo o melhor que podem. Você acha que está diferente de quando começou no cursinho? Sim, estou muito diferente. Aprendi a estudar de maneira que eu não achava que ia conseguir. No cursinho você aprende a estudar de verdade e amadurece com as dificuldades que consegue ultrapassar. Na própria faculdade muda bastante. Você começa a conhecer as pessoas, conhece outros dilemas, outras ideologias políticas que não conhecia, tinha preconceito. Você acaba abrindo as portas para muitas informações. Valeu a pena estudar bastante? Aqui no Etapa você tem todas as chances de conseguir passar. Estude, rale, batalhe porque vale muito a pena entrar onde você quer estudar, onde está seu sonho. Mais alguma coisa para dizer aos futuros calouros? Curtam muito os professores. Aproveitem as aulas o máximo que puderem, aproveitem o plantão. Este é um tempo que nunca mais volta e marca sua vida para sempre. É um ano que vai abrir portas para muitas coisas no futuro.
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