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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2014 • DE 04/09 A 17/09
ENTREVISTA
“Fiz 66 pontos. No ano anterior tinha feito 48. A nota subiu bastante.” Nicole Pitelli Biason fez o Extensivo no ano passado e entrou na FEA-USP, no curso de Economia. Antes do cursinho ela prestou Fuvest e fez apenas 48 pontos na 1a fase. No Etapa, ela se dedicou para superar as dificuldades que tinha em Exatas e foi a 19a colocada da FEA. Sua preparação para os exames, o curso de Economia e as atividades de que participa (FEA Social e FEA Júnior) são os temas desta entrevista.
Nicole Pitelli Biason Em 2013: Etapa Em 2014: Economia – USP
JV – Desde quando você pensa em seguir Economia? Nicole – No colegial eu estava procurando uma carreira e no 2o ano o professor de Literatura me sugeriu Economia, devido ao meu interesse por História e Matemática. Comecei a pesquisar, gostei bastante e não mudei mais de ideia. Além da Fuvest, você foi aprovada em quais vestibulares? Unicamp, FGV e Mackenzie. Sempre para Economia. Como você conheceu o Etapa e veio estudar aqui? Eu tinha amigos que estudavam no Colégio Etapa. E meus pais também fizeram o cursinho. Eles se conheceram aqui. Qual era sua expectativa ao começar o cursinho? Achava que tinha condição de entrar na faculdade? Achava que eu conseguiria passar, mas era um pouco distante ainda. Sempre fui melhor nas matérias de Humanas e entrei no Etapa pensando principalmente na parte de Exatas. E como aprendi aqui! Meus pontos na Fuvest, do Ensino Médio para o ano passado, subiram absurdamente. No cursinho, qual era seu método de estudo? Eu só consigo estudar escrevendo. Era de fazer resumos extensos de qualquer coisa, principalmente de Humanas. Anotava bastante na aula. Pegava as anotações, olhava as apostilas e meus resumos da escola. Comparava, juntava tudo e fazia novo resumo. Para Exatas eu fazia fichas de estudo com fórmulas.
Você estudava as matérias do dia? Normalmente eu tentava fazer os exercícios que os professores davam. Basicamente, fazia as matérias do dia. Como os resumos tomavam bastante meu tempo, ia atrasando um pouco. Mas nunca atrasei muito. Entre fazer os exercícios e fazer os resumos, dava prioridade aos resumos? Dependia da matéria. Se fosse de Humanas, dava prioridade para o resumo. Se fosse de Exatas, compensava mais fazer os exercícios. Fazia fichas para Exatas só para ter fórmulas, se eu precisasse. Como você estudava Biologia? Também fazia resumos. Só que não precisei aprofundar tanto, porque meus resumos da escola eram muito bons. Foi um pouco mais rápido. Fiz muitos exercícios também. Em quais matérias você tinha uma base mais forte? História e Geografia. Quais matérias você dava prioridade no estudo? Sem dúvida, Matemática e Física foram o meu foco. Principalmente Matemática, porque entrava como prioritária no meu terceiro dia da 2a fase da Fuvest. Tive de me aprofundar bastante em Matemática no cursinho.
Você teve de abrir mão de alguma atividade para se preparar para os vestibulares? Parei com a ginástica rítmica. Os treinos demandavam bastante tempo e havia o comprometimento com competições. Teve alguma época mais pesada para você no ano passado? O primeiro semestre deu para levar, mas no segundo semestre me estressei bastante em novembro, porque fiz vários vestibulares. Todo final de semana tinha vestibular. Antes de novembro eu falava para todo mundo: “Me esqueçam porque vou estar corrida”. Foi bem assim naquele mês. Depois deu uma acalmada. E deu uma assustada de novo em janeiro, na 2a fase. Como era seu estudo no fim de semana? Normalmente eu pegava mais leve no sábado. Fiz o JADE [Reforço para Jornalismo, Administração, Direito e Economia] de manhã. Depois do Reforço, chegava em casa, dava uma descansada e, às vezes, estudava mais duas, três horas, coisas bem pontuais. Domingo eu estudava mais, era o dia que deixava mais para fazer resumos, porque eu tinha um pouco mais de tempo. Como era seu desempenho nos simulados? No começo do ano eu não ia muito bem nos simulados. Era uma questão de me adaptar com o ritmo. Depois comecei a ir um pouco melhor.
Tinha alguma matéria de que você não gostava e no cursinho passou a gostar?
Em que faixas você ficava?
Geografia. Eu até gostava, mas era aquela coisa. As aulas aqui foram bem diferentes.
Você fazia os simulados do JADE também?
Normalmente era C menos, C mais.
Você estudava no Etapa ou em sua casa?
Você ia ao Plantão de Dúvidas?
Fazia. Ficava na mesma faixa dos simulados normais. Os pontos, às vezes, eram um pouco mais altos.
Estudava mais em casa, onde tenho um ambiente bem quieto. Não consigo me concentrar muito em ambientes com outras pessoas. Depois das aulas do cursinho, chegava em casa à 1 hora da tarde e estudava até a hora de dormir. Perto das provas, ia até 11 horas da noite.
Uma vez por semana eu ia tirar minhas dúvidas em Matemática. E também em Física e Química.
Como você avaliava essas notas para Economia?
ENTREVISTA
Nicole Pitelli Biason
1
Usava. Ficava estudando com o computador aberto. Ajudava bastante.
POIS É, POESIA Variações do poema “Canção do exílio”, de Gonçalves Dias
3
Mais é melhor
Sinceramente, eu não achava que era bom. Mas eu acabei ignorando um pouco as faixas e me concentrei mais nos pontos. As faixas iam mudando de acordo com as notas das pessoas. E tinha mui-
ENTRE PARÊNTESIS
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Um trabalho...
8
SERVIÇO DE VESTIBULAR
ARTIGO
CONTO
Uns braços – Machado de Assis
Você usava o Plantão Virtual também?
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Inscrições
8
ENTREVISTA
2
ta gente de Medicina, Engenharia, acaba subindo muito. Sempre pensava nisso. Nos pontos eu via que estava bem acima do corte.
sumos e as fichas, eu pegava bem mais pesado com os exercícios. Tinha dias em que fazia uns 50 exercícios escritos. Fiz a apostila inteira.
Qual foi a importância dos simulados para você?
Na 2a fase, qual foi sua nota no primeiro dia, na prova de Português e Redação?
Eu sou de terminar as provas no último segundo. Sempre pensando se vai dar tempo, se vou conseguir fazer tudo. Com os simulados eu passei a controlar melhor o tempo. Comecei a testar várias formas de resolver a prova, que matérias eu ia fazer primeiro. Minha preocupação era fazer logo Matemática, porque sabia que iria demorar mais. História, se eu precisasse de mais tempo, conseguiria fazer rápido.
Tirei 78 na prova. Na Redação tirei 81.
Você treinava Redação? Treinava umas duas vezes por mês, porque em Redação eu era segura. Realmente gosto de escrever. Estava um pouco mais tranquila com isso. Mas sempre levava para corrigir. E fui bem em Redação na Fuvest. Você assistiu às palestras sobre os livros? Vi todas. E algumas eu vi de novo nos vídeos. Realmente ajudaram bastante. Apesar de não ter lido alguns livros, fiquei com boa noção de todos. Qual a diferença entre ler a obra e assistir à palestra e não ler e só ir à palestra? Lendo você tem uma noção da obra. Você grava mais, tem uma afinidade maior com os personagens e com a história. Mas há livros – como, por exemplo, Viagens na minha terra – que são muito difíceis de ler sozinha. São livros em que você precisa de uma orientação inicial. Com as palestras eu peguei direitinho. O que você fez durante as férias do meio de ano? Na primeira semana não fiz quase nada, dei uma relaxada. Mas na outra semana tirei as coisas que estavam atrasadas. E li Memórias póstumas de Brás Cubas. Você prestou vários vestibulares. Qual era sua primeira opção? Era a USP. A segunda era a Unicamp. Na verdade, antes de entrar no Etapa, a Unicamp era minha primeira opção. Economia na Unicamp tem um foco diferente, mais acadêmico. É mais para Humanas do que para Exatas. Isso sempre me interessou, a Unicamp sempre me atraiu dessa forma. Mas depois eu comecei a ver a FEA, que é incrível, então me foquei nela. a
Como foi no segundo dia, da prova geral? No segundo dia tirei 65. Só que achei que tinha ido mal. Errei muita coisa bobinha e isso me deixou nervosa. Por isso, para o terceiro dia, fiquei estudando até 1 hora da madrugada. Falei: “Se não fui bem neste segundo dia, tenho de garantir o terceiro dia”. Foi um pouco de loucura, mas nem me senti cansada. Eu precisava fazer aquilo para me sentir melhor e um pouco mais confiante. Qual foi sua nota no terceiro dia? Tirei 68. Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação na Fuvest? 714. E sua classificação na carreira? 19o lugar. Na FEA inteira. Quando viu seu nome na lista, o que fez? Foi incrível. Fiquei um pouco em choque: “Estou na USP!”. Comecei a chorar, minha mãe começou a chorar. Vim para cá comemorar. Você já conhecia a FEA? No ano passado teve uma feira de profissões na USP e aproveitei para dar uma passada na FEA. Achei lindo o lugar. Com certeza é o mais bonito da Cidade Universitária. Lembro que tirei uma foto e olhava para ela sempre, para me motivar. Como foi no dia da matrícula? No dia da matrícula foi incrível. A FEA tem várias entidades, como a Atlética, o Centro Acadêmico. Fiz a matrícula e passei por um corredor em que todas essas entidades se apresentavam para a gente. Depois foi o trote. Tinha trote em várias faculdades da USP. Você via pessoas de outros cursos, conheci bastante gente. Foi bem divertido. O que você teve de matérias no primeiro semestre? Tive Introdução à Economia, Cálculo I, Contabilidade, Análise de Valores, Introdução à Conjuntura Econômica e Clássicos do Pensamento Econômico.
Quantos pontos você fez na 1 fase da Fuvest?
De qual matéria você está gostando mais?
Fiz 66 pontos; no ano anterior tinha feito 48. A nota subiu bastante.
Gostei mais de Clássicos do Pensamento Econômico. É muito interessante.
A nota de corte na FEA foi 50. Você ficou satisfeita com seu desempenho?
Além das aulas, você tem outras atividades na faculdade?
Fiquei. Eu nem esperava isso. Meu foco era 60.
Faço parte da FEA Social e da FEA Júnior.
Esse resultado aumentou a sua confiança para a 2a fase?
O que você faz em cada uma delas?
Passou a 1a fase, consegui relaxar. Me deu mais gás para estudar para a 2a fase. Como prefiro muito mais escrever do que responder às questões com alternativas, eu estava com mais medo da 1a fase do que da 2a. Mudou seu método de estudos da 1a para a 2a fase? Eu acho que mudou, porque naquela época, como já tinha acabado a matéria, já tinha feito meus re-
A FEA Social é uma entidade que faz assessoria para ONGs. A intenção dela é criar uma ponte entre os alunos e o terceiro setor da sociedade. Não tem nenhum custo para as ONGs. Visitamos frequentemente as instituições, fazemos um diagnóstico do que acreditamos que esteja errado, que possa melhorar, e elaboramos um projeto para implementar uma solução para elas.
ONG. Se a falha dela é na captação de recursos, fazemos um plano financeiro. No caso da minha ONG, vimos que é mais um caso de voluntariado. Vamos fazer um processo de gestão de voluntariado. E na FEA Júnior? A Empresa Júnior atua em duas áreas: eventos e consultoria. Esses são pagos. Estou na área de eventos, fazendo um evento que a Júnior nunca fez antes: uma competição de cases entre todas as empresas juniores do Brasil. A gente está planejando e tal. Na Júnior também temos um desenvolvimento pessoal, ela dá vários cursos. A gente não recebe, mas eles investem nos membros. Com certeza, estou aprendendo muito. Você já tem ideia da área que vai seguir na Economia? De tudo que vi até agora, gosto muito de consultoria, acho bem interessante. A assessoria social que faço é algo parecido com consultoria, só que consultoria não chega a implementar. Em assessoria você implementa o projeto. A Júnior tem muito contato com assessorias, até já teria um caminho aberto. Do que conheceu na USP até agora, o que você destaca? Tem o Cepê, que é o Centro de Práticas Esportivas; vou muito também à FAU, que é na frente da FEA; na ECA tem um espaço gostoso, com umas barraquinhas diferentes que vendem tapioca, coisas diferentes. Mas na USP em si tive uma surpresa boa, o Bandejão. Tinha uma visão bem feia do Bandejão, mas ele é todo bem cuidado. Na parte humana, o que destaca? O pessoal é bem receptivo, tem muita integração. Gosto bastante do ambiente. Que dicas você pode dar a quem vai prestar vestibular este ano e está preocupado com o tempo que resta até os exames? Acho que nunca é tarde. Se você fez poucas coisas durante o ano, ainda dá para correr atrás. É só ter raça, confiar realmente em você. Este é o ponto principal, acreditar que você consegue. Faça a sua parte, dê o seu melhor. Sempre tentei dar o meu melhor em tudo que fiz. Isso foi o que me ajudou. O que você diria a quem prestou vestibular no ano passado, não entrou e vai tentar novamente? Digo que vale muito a pena tentar de novo. Confie, não desista. A USP é um outro mundo, o que ela proporciona é incrível. Como fica marcado para você o ano no cursinho? Toda a experiência que estou tendo agora é por causa do cursinho. O Etapa é que me possibilitou isso. Eu batalhei, aproveitei tudo que o Etapa dava de opções para o aluno fazer. Acho que com isso ele me ajudou a estar onde eu queria, a entrar na faculdade que é minha cara e de que eu gosto muito. Quais são suas principais recordações do cursinho? As aulas. Tinha aulas que eram incríveis. Tenho saudade de algumas aulas. Às vezes dá vontade de voltar uns dias para poder ver de novo.
O projeto é financeiro?
Você quer dizer mais alguma coisa para nossos alunos?
Depende muito da necessidade que vemos na
É isso: nunca desistam de seus sonhos.
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