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Jornal do Vestibulando
ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA
JORNAL ETAPA – 2016 • DE 01/09 A 14/09
ENTREVISTA
“As coisas podem parecer muito difíceis, mas você tem que persistir. A sensação de superação é muito grande.” Debora Narumi Demitrol Setoue tinha por meta entrar no curso de Medicina USP ou na Paulista [Unifesp]. Depois de tentar duas vezes veio para o Etapa. Fez o cursinho em período integral – Medicina Total – e conseguiu a aprovação que buscava. Aqui ela conta sua história de renúncia, persistência, superação e sucesso final.
Debora Narumi Demitrol Setoue Em 2015: Etapa Em 2016: Medicina – USP
JV – Quando você decidiu fazer Medicina? Debora – Eu sempre quis fazer Medicina. No 3o ano do Ensino Médio pesquisei outras carreiras, mas não teve jeito, não me enquadraria em nenhuma.
Além da Fuvest, você prestou outros vestibulares? Prestei Unicamp, Unesp e Unifesp. Fiz também o Enem e manifestei interesse pela Federal do Paraná. Fui aprovada em todas.
A Pinheiros era sua primeira opção? Era. Eu prestei Unesp e Unicamp mais como um aquecimento para Fuvest e Unifesp, que eram meu foco.
O que motivou você a vir estudar aqui? Já conhecia o método Etapa de preparação para olimpíadas, que eu tinha feito como um reforço ao meu estudo de Matemática. Sabia que era muito bom. Gosto muito do método daqui. Aí decidi.
Como era seu método de estudo? No Etapa eu estudei muito, muito mesmo. No Medicina Total a aula era das 7 e 5 da manhã até 15 para as 4 da tarde, de segunda a sexta-feira. Depois eu continuava aqui até 9 da noite, porque tinha acesso ao Plantão de Dúvidas. Não adianta, tem coisas que você não consegue resolver sozinha. Como eram muitas aulas, eu escolhia cinco matérias por dia, duas mais difíceis e três mais fáceis. Fazia primeiro as três mais fáceis e depois fazia as duas mais difíceis. Fazia isso todo dia. Acumulava as dúvidas até sexta-feira e no fim de semana refazia as questões. As que não conseguia resolver, levava ao plantão.
ENTREVISTA
Debora Narumi Demitrol Setoue CONTO Último beijo de amor – Álvares de Azevedo
Nas cinco matérias que estudava por dia, você resolvia os exercícios escritos e os testes?
Você ficava aqui até 9 da noite. Chegava em casa a que horas?
Eu sabia que tinha de matar tudo nas prioritárias da carreira Medicina: Física, Química e Biologia. Coloquei Matemática também no bolo porque na Unifesp entrava como prioritária. Fazia tudo dessas quatro matérias. Nas de humanas, fazia todos os testes e tentava fazer todas as escritas. Nas escritas, via o que eu sabia ou não sabia, lia todas as respostas e acrescentava nas minhas anotações aquilo que eu não sabia.
No fim de semana continuava nesse ritmo?
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Continuava. O sábado era como um dia da semana normal, só que sem aula. Ou seja, eu tinha um tempo maior para ver as questões que não tinha conseguido fazer, antes de levar para o plantão. E fazia os simulados.
No domingo você pegava mais leve?
Português.
Sábado eu acordava um pouco mais tarde e começava a estudar por volta das 10 horas. Só parava para almoçar rapidinho. Domingo eu continuava nesse ritmo só quando tinha alguma coisa para resolver.
Por causa de Redação?
Você tinha alguma atividade para relaxar?
Em quais matérias você ia mais ao Plantão de Dúvidas?
Também por causa de Gramática. Na Fuvest, no terceiro dia, das matérias prioritárias, os candidatos à Medicina vão muito bem, é fato. Você tem duas saídas: ou vai bem nos dois primeiros dias ou vai muito bem um dia e pode segurar em outro. Falei: “Tenho que ir bem no primeiro dia”. Minha nota no primeiro dia fez diferença. Acho que errei só uma questão e meia na prova de Português.
Além de Português, em quais outras matérias você recorria ao Plantão de Dúvidas? Geografia e História. Era muito raro ir ao plantão em Biologia, Física, Química e Matemática.
Como você treinava Redação? Fazia duas por semana. Uma redação eu fazia durante a semana, a outra eu jogava para o final de semana. Desde o começo do ano, eu pegava temas do próprio Etapa e procurava, em vestibulares antigos, temas que me soavam mais difíceis.
ENTRE PARÊNTESIS
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Quase 11 da noite.
Moedas
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ARTIGO
O suicídio de Vargas
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Eu gosto muito de ler. Quando estava muito cansada, eu lia jornal ou pegava os livros da leitura obrigatória.
Nas férias do meio do ano você descansou ou continuou estudando? Sempre sobram aquelas rebarbas do primeiro semestre. Eu fazia as coisas, refazia simulados.
Você leu todas as obras obrigatórias indicadas pela Fuvest? Li. Eu já tinha lido nos outros anos. No ano passado, foquei muito em análise das obras, o contexto delas.
Qual a diferença entre só ler a obra e, além de ler, assistir às palestras sobre elas? Assistir às palestras é o momento em que você faz as pontes, os ganchos com o que está acontecendo em cada período. Elas acentuam o que você deve estudar.
SERVIÇO DE VESTIBULAR
Inscrições
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ENTREVISTA
Quando chegou aqui você tinha restrição a alguma matéria? Nunca gostei muito de Geografia Física e de Inglês. Adorava Geografia Política. Só que eu precisava de todas as matérias para passar e dediquei tanta atenção à Geografia Física que diminuiu a rejeição à matéria.
Como você ia nos simulados? Nos simulados de testes eu sempre tirava A. Eu não me preocupava muito com a faixa A ou B, mas tinha uma meta: 80. No simulado em que fiquei fora dessa faixa tirei 76. Uma coisa muito importante: eu corrigia os simulados, porque neles eu via onde estava errando e por que estava errando. Eu gostava também de fazer provas antigas; fiz várias da Fuvest. Na semana da Fuvest, eu fiz todo dia 100 testes da apostila mais uma prova da Fuvest. Marcando horário. Cheguei na Fuvest extremamente aquecida.
Como você foi na 1a fase da Fuvest? Eu tinha a meta de 80. Tirei 78.
Da 1a para a 2a fase, mudou alguma coisa no seu método de estudo? Eu estudei sempre mais focada na Fuvest e na Unifesp. Mas não deixei humanas de lado.
Qual foi seu desempenho na 2a fase? No primeiro dia tirei 80 na Redação. Na prova, como eles somam as notas das questões e da Redação e dividem, deu 83.
No segundo dia, na prova geral, qual foi sua nota? Tirei 75. O segundo dia foi o momento em que dei uma bambeada. Saí muito chateada.
E no terceiro dia, das matérias prioritárias da carreira? Tirei 98. Eram as matérias de que eu gostava, em que tinha mais facilidade.
Como ficou sabendo de sua aprovação na Fuvest?
Como foi o início das aulas? Na primeira semana de recepção teve jogos, competição, gincana; fomos conhecer o Instituto do Câncer, o Instituto da Criança e o InCor. Teve churrasco, teve feijoada; tivemos algumas festas.
Com relação às matérias, como foi no primeiro semestre? O curso é dado em unidades curriculares. Existem unidades semestrais e unidades anuais. Algumas unidades semestrais não duram o semestre inteiro. Duram um determinado período, a gente faz as provas e já vai para outra unidade. No começo, foi mais um aquecimento, teve o que eles chamam de C Zero, que é um estágio curricular. Você recebe informações sobre a faculdade, os cursos disponíveis, para você se situar, saber onde vai ter aula. A gente fez junto também uma BLS [Basic Life Suport, em português Suporte Básico de Vida], com noções de primeiros socorros. Ensinaram a tirar sangue, um bicho tirou do outro. As aulas são divididas em uma parte teórica e uma parte prática. Quando tem Histologia, que é o estudo dos tecidos, vemos a teoria e depois vamos para o microscópio ver as lâminas.
No primeiro semestre, teve mais alguma coisa? Não dentro da C Zero. A C Zero é leve, realmente uma introdução. Quando começa a C1 é mais paulada. A C1 é quando começam as matérias mesmo. Você vai ver Bioquímica, Fisiologia, Histologia. Aí começam as provas mais difíceis. É muita coisa. Às vezes uma matéria tem 50 páginas para ler. A gente viu na C1, por exemplo, glicose, etapas de reações químicas. E na C2 começamos a ter Anatomia, a mexer com corpos. Na C3, vamos ver sistema digestório.
Do que conheceu até agora na USP, na Pinheiros, o que você destaca na parte humana?
Eu vim aqui esperar a lista.
A possibilidade de discussão. Tem vários grupos.
O que sentiu quando viu seu nome na lista?
Você faz parte de algum grupo?
Eu não achava meu nome, de tão nervosa que estava. Foi uma jornalista que achou para mim. O que senti mais foi alívio. Antes de ficar feliz, fiquei aliviada. Depois eu brinquei que queria muito a Paulista, tinha amor pela Paulista. Eu queria ser pediatra e tinha um pediatra que eu conhecia que dava aula na Unifesp. Eu fui várias vezes à Unifesp, era familiar o lugar. Não tinha a mesma ligação com a Pinheiros. Mas quando conheci a Pinheiros, não tem como negar, é tudo mais grandioso.
No dia da lista, você saiu com o pessoal da Pinheiros que vem ao Etapa recepcionar os calouros? Saí. Teve um churrasco na Atlética, fomos para lá. Depois o pessoal nos mostrou a faculdade.
Como foi no dia da matrícula? Fui com minha mãe. No dia da matrícula é que cai a ficha. Minha mãe falava: “Não acredito”.
Meu primeiro semestre foi de conhecer as coisas. Existem muitas possibilidades lá, existe a Med Jr., a empresa júnior da Faculdade de Medicina, que é uma extensão em que você aprende um pouco sobre administração hospitalar. Conheci um pouco de cada liga. Passei pela Atlética, treinei, fiz BichUSP, fui para a Calomed [competição entre primeiranistas de algumas faculdades de Medicina de São Paulo].
Em que modalidade você competiu? Fui com o basquete. Eu tinha uma noção de basquete do colégio. Mas eles são muito abertos, mesmo que você não saiba nada pode ir lá treinar.
Você ainda está na Atlética? Não. O fato de morar muito longe dificulta as coisas. Nesse sentido está sendo uma adaptação também para mim. Alguns treinos são muito tarde, tive de fazer algumas opções.
Hoje você está participando de alguma outra atividade? Sou plantonista no MedEnsina, o curso comunitário dos alunos [que usa material do Etapa]. No 1o ano é só plantão.
Em que área? Normalmente tento pegar Matemática, Física e Português. Fiquei uma semana no Remusp [Recital de Medicina da USP] para conhecer, é um grupo de alunos que tocam e fazem algumas apresentações. Um grupo em que eu pretendo ficar é o Med Dança. E pretendo começar iniciação científica neste segundo semestre e a Liga de Cirurgia Cardíaca. Algumas ligas não são abertas ao 1o ano, só para o 2o ano. E aqui no Etapa estou como tutora do Medicina Total.
Como está sendo essa experiência? Eu tive tutora aqui, que me ajudou muito, e tento fazer um pouco do que ela fez comigo. É uma mistura de orientação didática com emocional, não é só a questão do estudo. Às vezes você está com algum problema, ansiosa, e precisa de alguém próximo, que tenha sua idade para te ouvir. Eu tento tirar as dúvidas práticas, do dia a dia.
Neste segundo semestre, o que você está planejando? O que pretende fazer? Pretendo entrar nos projetos do Instituto da Criança. Isso demanda prova e aprovação.
É a iniciação científica? É. Vou precisar de um tempo para fazer um projeto para o Instituto da Criança.
Você pretende seguir na área de Pediatria? Hoje, sim. Cirurgia Cardiopediátrica. Por isso pretendo fazer a liga. A cirurgia é uma área que sempre me chamou a atenção. E eu gosto de lidar com crianças.
Como fica marcado o ano passado para você? Foi um ano de superação, tanto pedagógica quanto emocional. Foi um ano que eu passei bem pressionada por causa do que tinha acontecido. E foi um ano de amadurecimento.
O que você diz a quem vai prestar Medicina ou já prestou e está aqui de novo? As coisas podem parecer muito difíceis e são difíceis, sempre vão ser difíceis. Mas você tem que persistir. A sensação de superação é muito grande.
Do que você tem saudade do Etapa? Eu tenho saudade do dia a dia. Era uma coisa assim: eu trazia a comida de casa e almoçava com o pessoal. É um ambiente totalmente diferente. Sempre que está com um problema você tem um amigo para conversar.
O que mais você quer dizer para nossos alunos? Não pode desistir. Só depende de você, do quanto você quer. Isso ninguém lhe dá nem pode tirar de você.
CONTO
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Último beijo de amor Álvares de Azevedo “Well Juliet! I shall lie with thee to night!”* (Shakespeare, Romeu e Julieta.)
A
noite ia alta: a orgia findara. Os convivas dormiam repletos, nas trevas. Uma luz raiou súbito pelas fisgas da porta. A porta abriu-se. Entrou uma mulher vestida de negro. Era pálida; e a luz de uma lanterna, que trazia erguida na mão, se derramava macilenta nas faces dela e dava-lhe um brilho singular aos olhos. Talvez que um dia fosse uma beleza típica, uma dessas imagens que fazem descorar de volúpia nos sonhos de mancebo. Mas agora com sua tez lívida, seus olhos acesos, seus lábios roxos, suas mãos de mármore, e a roupagem escura e gotejante da chuva, disséreis antes – o anjo perdido da loucura. A mulher curvou-se: com a lanterna na mão procurava uma por uma entre essas faces dormidas um rosto conhecido. Quando a luz bateu em Arnold, ajoelhou-se. Quis dar-lhe um beijo, alongou os lábios... Mas uma ideia a susteve. Ergueu-se. Quando chegou a Johann, que dormia, um riso embranqueceu-lhe os beiços, o olhar tornou-se-lhe sombrio. Abaixou-se junto dele, depôs a lâmpada no chão. O lume baço da lanterna dando nas roupas dela espalhava sombra sobre Johann. A fronte da mulher pendeu e sua mão pousou na garganta dele. Um soluço rouco e sufocado ofegou daí. A desconhecida levantou-se. Tremia; e ao segurar na lanterna ressoou-lhe na mão um ferro... Era um punhal... Atirou-o ao chão. Viu que tinha as mãos vermelhas, enxugou-as nos longos cabelos de Johann... Voltou a Arnold; sacudiu-o. – Acorda e levanta-te! – Que me queres? – Olha-me... não me conheces? – Tu? e não é um sonho? És tu! oh! deixa que eu te aperte ainda! Cinco anos sem ver-te! Cinco anos! E como mudaste! – Sim, já não sou bela como há cinco anos! É verdade, meu loiro amante! É que a flor da beleza é como todas as flores. Alentai-as ao orvalho da virgindade, ao vento da pureza, e serão belas... Revolvei-as no lodo... e, como os frutos que caem e mergulham nas águas do mar, cobrem-se de um invólucro impuro e
(*) Tradução: “Bem, Julieta; deitar-me-ei ao teu lado ainda esta noite!” (Romeu e Julieta, ato V, cena I).
salobre! Outrora era Geórgia – a virgem, mas hoje é Giórgia – a prostituta! – Meu Deus! meu Deus! E o moço sumiu a fronte nas mãos. – Não me amaldiçoes, não! – Oh! deixa que me lembre: estes cinco anos que passaram foram um sonho. Aquele homem do bilhar, o duelo à queima-roupa, meu acordar num hospital, essa vida devassa onde me lançou a desesperação, isto é um sonho! Oh! lembremo-nos do passado! Quando o inverno escurece o céu, cerremos os olhos; pobres andorinhas moribundas! lembremo-nos da primavera!... – Tuas palavras me doem... É um adeus, é um beijo de adeus e separação que venho pedir-te: na terra nosso leito seria impuro, o mundo manchou nossos corpos. O amor do libertino e da prostituta! Satã riria de nós. É no céu, quando o túmulo nos lavar em seu banho, que se levantará nossa manhã de amor... – Oh! ver-te e para deixar-te ainda uma vez! E não pensaste, Giórgia, que me fora melhor ter morrido devorado pelos cães na rua deserta, donde me levantaram cheio de sangue? Que fora-te melhor assassinar-me no dormir do ébrio, do que apontar-me a estrela errante da ventura e apagar-me a do céu? Não pensaste que, após cinco anos, cinco anos de febre e de insônias, de esperar e desesperar, de vida por ti, de saudades e agonia, fora o inferno ver-te para deixar-te? – Compaixão, Arnold! É preciso que esse adeus seja longo como a vida. Vês, minha sina é negra: nas minhas lembranças há uma nódoa torpe... Hoje! é o leito venal... Amanhã! só espero o leito do túmulo! Arnold! Arnold! – Não me chames Arnold! chama-me Artur, como dantes. Artur! não ouves! Chama-me assim! Há tanto tempo que não ouço me chamarem por esse nome!... Eu era um louco! quis afogar meus pensamentos e vaguei pelas cidades e pelas montanhas, deixando em toda a parte lágrimas... nas cavernas solitárias, nos campos silenciosos e nas mesas molhadas de vinho! Vem, Giórgia! senta-te aqui, senta-te nos meus joelhos, bem conchegada a meu coração... tua cabeça no meu ombro! Vem! um beijo! quero sentir ainda uma vez o perfume que respirava outrora nos teus lábios. Respire-o eu e morra depois!... Cinco anos! oh! tanto tempo a esperar-te, a desejar uma hora no teu seio!... Depois... escuta... tenho tanto a dizer-te! tantas lágrimas a derramar no teu colo! Vem! e dir-te-ei toda a minha história! minhas ilusões de amante e as
noites malditas da crápula e o tédio que me inspiravam aqueles beiços frios das vendidas que me beijavam! Vem! contar-te-ei tudo isso, dir-te-ei como profanei minha alma e meu passado... e choraremos juntos... e nossas lágrimas nos lavarão como a chuva lava as folhas do lodo! – Obrigada, Artur! obrigada! A mulher sufocava-se nas lágrimas, e o mancebo murmurava entre beijos palavras de amor. – Escuta, Artur, eu vinha só dizer-te adeus! da borda do meu túmulo; e depois contente fecharia eu mesma a porta dele... Artur, eu vou morrer! Ambos choravam. – Agora vê, continuou ela. Acompanha-me: vês aquele homem? Arnold tomou a lanterna. – Johann! morto! sangue de Deus! quem o matou? – Giórgia! Era ele um infame. Foi ele quem deixou por morto um mancebo a quem esbofeteara numa casa de jogo. Giórgia – a prostituta! vingou nele Geórgia – a virgem! Esse homem foi quem a desonrou! desonrou-a... a ela que era sua irmã! – Horror! horror! E o moço virou a cara e cobriu-a com as mãos. A mulher ajoelhou-se a seus pés. – E agora adeus! adeus que morro! Não vês que fico lívida, que meus olhos se empanam e tremo... e desfaleço? – Não! eu não partirei. Se eu vivesse amanhã, haveria uma lembrança horrível em meu passado... – E não tens medo? Olha! é a morte que vem! é a vida que crepuscula em minha fronte. Não vês esse arrepio entre minhas sobrancelhas?... – E que me importa o sonho da morte? Meu porvir amanhã seria terrível; e à cabeça apodrecida do cadáver não ressoam lembranças; seus lábios gruda-os a morte; a campa é silenciosa. Morrerei! A mulher recuava... recuava. O moço tomou-a nos braços, pregou os lábios nos dela... Ela deu um grito e caiu-lhe das mãos. Era horrível de ver-se. O moço tomou o punhal, fechou os olhos, apertou-o no peito e caiu sobre ela. Dois gemidos sufocaram-se no estrondo do baque de um corpo... A lâmpada apagou-se. Extraído de: Noite na taverna, Ed. Núcleo, 1993.
(ENTRE PARÊNTESIS)
Este é um dos mais fáceis problemas com balança e moedas. Temos uma balança de prato e 9 moedas, sendo que apenas uma delas é mais pesada que as outras, embora todas tenham a mesma aparência. Como, com duas pesagens, podemos identificar a moeda mais pesada?
RESPOSTA
Coloque três moedas em cada prato da balança. Se a balança estiver em equilíbrio, então a moeda diferente é uma das três que não foram usadas; caso contrário, um dos pratos estaria mais baixo. Estamos agora restritos a três moedas, digamos A, B e C. Pese A e B. Se a balança estiver em equilíbrio, então C é a moeda diferente; caso contrário, ela estará no prato que estiver mais baixo.
Moedas
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ARTIGO
O suicídio de Vargas A morte de Getúlio Vargas assinala o fim de um ciclo histórico da política brasileira. Presidente e ditador, de 1930 a 1945, Vargas voltara ao poder, em 1950, para um novo mandato, que seria marcado pela intranquilidade, por conspirações, por escândalos também. Estes acabariam por afogá-lo no que ele próprio chamava “um mar de lama”, descoberto nos porões do Palácio do Catete. Porões em que reinava o “tenente” Gregório, chefe da guarda pessoal de Getúlio. Abalada a confiança no governo, o presidente foi coagido a renunciar. Negou-se a sair sem honra. Hélio Silva conta aqui os acontecimentos da tensa noite de 24 de agosto de 1954 e o seu trágico desfecho.
F
oi há anos, mas o tempo não conta. O dia 24 de agosto de 1954 é uma data ímpar, assinalando o mais trágico desfecho da vida de um presidente da República. Esse presidente chamava-se Getúlio Dornelles Vargas. Chegara à chefia da nação, na crista da única revolução vitoriosa da velha República, a 24 de outubro de 1930. Duas vezes, foi eleito presidente constitucional: em 1934, pela Assembleia Nacional Constituinte; em 1950, pela maioria do povo, em sufrágio direto. Por largo período, deteve em suas mãos o poder ditatorial. E envelhecera. Ou melhor, amadurecera no exílio em sua própria terra, na estância de Santos Reis, onde vivera a infância e se preparara para a nova, segunda e última presidência.
Dos maiores da nossa história O mês de agosto não fora favorável a Vargas. O processo revolucionário brasileiro, que o trouxera na crista da sua onda, 24 anos atrás, novamente o elevava acima de todos, em uma evidência perigosa. Porque não são os homens que fazem os acontecimentos. Nem mesmo esses, como Vargas, que escrevem a história, antes que ela os descreva, porque nela deixam a marca indelével. Na verdade, Vargas é um dos maiores personagens da história brasileira. O gênio político que lidera todas as correntes, durante 20 anos. Mesmo aquelas que se lhe opõem e, contudo, sofrem a pressão de sua vontade. Em agosto de 1954 será Vargas a grande figura e os acontecimentos gravitarão em torno dele, numa constelação. A segunda presidência Vargas é o período mais importante de seu longo domínio da política brasileira. Sua intuição prodigiosa, a acuidade que o fez se antecipar aos fatos, tantas vezes, tinha preparado o solitário de Itu para afirmar a linha nacionalista, exatamente quando o nacionalismo começava a aparecer no cenário mundial. As circunstâncias em que se desenvolve a crise do mundo moderno e, dentro dela, a revolução brasileira, merecem um estudo mais profundo. A conduta dos militares na política brasileira, a formação de duas correntes, no seio do Exército, a partir da Segunda Guerra Mundial, estão a reclamar uma análise que remonte ao Primeiro Cin-
co de Julho e alcance março de 64, através dos golpes e contragolpes de 45, 54, 55, 61. A Guerra Fria, a bipolarização econômica e o choque dos dois imperialismos, russo e norte-americano, também apresentam conotações importantes com o que aconteceu no Palácio do Catete, na manhã de 24 de agosto de 1954. Desta vez, porém, será o fato, apenas o fato, em sua grandiosidade de tragédia grega, para evidenciar que em todas as fases da história, na sucessão das teorias e nos choques dos interesses, há um valor constante, um só, sem o qual os acontecimentos não teriam repercussão, efeitos, reflexos, consequências – o homem. Na manhã de 23 de agosto reuniam-se vários chefes militares no Palácio da Guerra. O Brasil vivia a grande crise. Um incidente lamentável, cruel, brutal, consequente ao tom virulento de uma campanha política, fizera abater, à entrada de um prédio na Rua Toneleros, o major da Aeronáutica Rubens Florentino Vaz, que acompanhava o político Carlos Lacerda em sua campanha de exaltada oposição ao governo. Essa campanha, nos jornais e nos comícios era, ao mesmo tempo, causa e efeito. Todo o antigetulismo, inclusive as correntes militares que haviam atuado em 45 e 50, insurgiam-se contra Vargas, que representava a outra tendência. Em termos de sociologia, Vargas era a revolução. E, contra a revolução, a maneira acelerada por que ela se apresentava, o advento da sociedade de massa, erguia-se e aguerria-se o status quo, a sociedade conservadora, a economia organizada, as Forças Armadas mantenedoras da ordem, que se sentiam ameaçadas. No austero e grandioso salão do Palácio da Guerra discutem os generais. É curioso examinar as coleções e os jornais daquela época. Vargas, que abrira os portões do Palácio do Catete à mais ampla devassa dos oficiais da Aeronáutica, não exercera pressão sobre o noticiário. Poucas vezes, na história do Brasil, encontramos o relato completo dos acontecimentos estampados nos jornais do dia, vibrando na linguagem em que cada qual defendia sua posição política. A reunião no Ministério da Guerra foi amplamente noti-
ciada. Os repórteres anotaram a presença do marechal Mascarenhas de Morais e os generais Canrobert Pereira da Costa, Álvaro Fiuza de Castro, Francisco Gil de Castelo Branco, Ângelo Mendes de Morais, Odylio Denys, Olímpio Falconiere, Otávio Saldanha Maza, Tristão de Alencar Araripe, Edgard Amaral, Juarez Távora, Alcides Gonçalves Etchegoyen, Cyro do Espírito Santo Cardoso, Otávio da Silva Paranhos, Floriano de Lima Brayner, Lamartine Pais Leme, Danton Teixeira, Inácio Veríssimo, José A. de Magalhães, J. Daudr Fabrício, Gastão da Cunha, Emílio Ribas, Nestor Soto de Oliveira, Sagadas Viana, Nélson de Melo, José Machado Lopes, Nilo Sucupira, Jandyr Galvão, Rômulo Colônia, Osvaldo de Araújo Mota, Nestor Penha Brasil, Castelo Branco, Nelson Rebelo Queiroz, Pery Constant Beviláqua, Oscar Rosa, Nilo Guerreiro Lima, Eduardo de Carvalho Chaves, Morais Âncora, Floriano Keller, João Batista Rangel, Areia Pimentel, Coelho dos Reis, Correia Lima, Inimá Siqueira, Amaury Kruel, Augusto Magessi, Vítor Cruz, Gélio A. Lima, Sena Dias, Mendes da Fonseca, Paulo Cruz, Altair de Queiroz, José Maurício, Inad Carvalho Turbert, José Vieira Peixoto, Achiles Gallotti, Artur Luiz de Alcântara, Valdemar Rocha, Leônidas Amaro, Manoel dos Santos, Benedito Rodrigues, João Teles Vilas Boas e Almiro Pedro Vieira.
ARTIGO Divergiam as opiniões. Por isso foi assentada a ida do Ministro da Guerra, general Zenóbio da Costa, em companhia do marechal Mascarenhas de Morais, ao Palácio do Catete, a fim de que os dois expusessem a Vargas a real situação das Forças Armadas. Deviam propor a renúncia do presidente, a licença ou o afastamento para uma viagem ao estrangeiro.
Zenóbio: “Ele não voltará” Depois que regressou do Catete, o general Zenóbio reuniu, de novo, os generais que haviam participado do primeiro encontro, a fim de dar conhecimento aos seus camaradas de que o presidente da República havia tomado a deliberação de se afastar do governo por meio de uma licença. A solução não agradou aos generais. Houve quem dissesse que o afastamento de Vargas, por licença, não era solução. Ele voltaria mais prestigiado. Ao que o general Zenóbio declarou: “Posso garantir que ele não voltará”. O manifesto dos generais só foi publicado seis anos depois, no dia 7 de setembro de 1960, na última página do Correio da Manhã. Em seu depoimento, prestado ao jornalista Raul Giudicelli, de Fatos e Fotos, Alzira Vargas do Amaral Peixoto declarou que obteve uma cópia, mas não tinha as assinaturas, o que dificultava a avaliação de seu potencial, na deflagração de um movimento. “Considerando que o inquérito policial-militar em andamento na Base Aérea do Galeão já apurou, indiscutivelmente, que foi a guarda pessoal do presidente da República, sob a chefia de Gregório Fortunato, homem de sua absoluta confiança, que planejou e preparou dentro do palácio presidencial, e fez executar, o atentado em que foi assassinado o major-aviador Rubens Florentino Vaz; considerando que, depois de haver o presidente da República assegurado à nação que o crime seria apurado e os culpados entregues à Justiça, elementos de sua imediata confiança, ainda dentro do palácio presidencial, alertaram os criminosos e lhes forneceram meios necessários à fuga, inclusive vultosa quantia em dinheiro; considerando que é assim duvidoso que se possa chegar à punição de todos os culpados; considerando que as diligências do inquérito trouxeram à luz farta documentação em que se demonstra a corrupção criminosa nos círculos mais chegados ao presidente da República; considerando que tais fatos comprometem a autoridade moral indispensável ao presidente da República para o exercício do seu mandato; considerando, enfim, que a perduração da atual crise político-militar está trazendo ao país irreparáveis prejuízos em sua situação econômica e poderá culminar em graves comoções internas, em face da intranquilidade geral e da repulsa e indignação de que se acham possuídas todas as classes sociais do país; os abaixo-assinados, oficiais generais do Exército, conscien-
tes de seus deveres e responsabilidades perante à nação, honrando compromissos públicos e livremente assumidos, e solidarizando-se com o pensamento dos camaradas da Aeronáutica e da Marinha, declaram julgar, em consciência, como melhor caminho para tranquilizar o povo e manter unidas as Forças Armadas, a renúncia do atual presidente da República, processando-se a sua substituição de acordo com os preceitos constitucionais. Rio, 22 de agosto de 1954. (ass.) general Álvaro Fiuza de Castro; general Canrobert Pereira da Costa; general Nicanor Guimarães de Souza; general Juarez Távora; general Alcides G. Etchegoyen; general Emílio R. Ribas Júnior; general Edgar Amaral; general Altair de Queiroz; general J. Machado Lopes; general Peri Constant Beviláqua; general Humberto Castelo Branco; general Paulo Kruger da Cunha Cruz; general Inácio José Veríssimo; general Barros Falcão; general João Batista Rangel; general Nilo Horácio de Oliveira Sucupira; general Antônio Coelho dos Reis; general Delso Fonseca; general Henrique Lott; general T. de Alencar Araripe; general Nelson Rebelo de Queiroz; general Nestor Souto de Oliveira; general Nilo Augusto Guerreiro Lima; general Penha Brasil e general Jair Dantas Ribeiro.” Eram sombrios os dias que precederam o 24 de agosto. No domingo, 22, o vice-presidente João Café Filho solicitara ser recebido, com urgência, pelo presidente da República. Em seu livro de memórias ele conta os entendimentos com o deputado Gustavo Capanema, líder da maioria, o almirante Aristides Guilhobel, Ministro da Marinha e, posteriormente, com o general Zenóbio da Costa, Ministro da Guerra. Café Filho revela o desacordo existente, face à sua proposta de renúncia coletiva do presidente e do vice-presidente da República. Depois dessa reunião, dirigiu-se ao Palácio do Catete onde foi recebido por Vargas às 16 h. O presidente ouviu suas ponderações e a proposta de um nome como Oswaldo Aranha, José Américo, Álvaro Alberto Mascarenhas de Morais para substituí-lo. A atitude de Café Filho foi considerada, nos círculos mais ligados a Vargas, como a prova evidente de que passara a participar da conjura e o fazia com a cobertura de prestigiosos militares.
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questão que o crime de Toneleros seja cabalmente apurado. Não renunciarei de maneira nenhuma. Se tentarem tomar o Catete terão que passar sobre o meu cadáver”. A intenção declarada de resistir até a morte não basta para atribuir a Vargas a intenção preconcebida de suicídio. É verdade que políticos e psicólogos alinharam, desde então, fatos e pronunciamentos tendentes a estabelecer a sequência que conduziria ao gesto extremo e fatal. Um dos elementos é a tão debatida carta-testamento. Outra é uma simples folha de papel de bloco, escrita a lápis, como Vargas costumava fazer. É sua filha Alzira quem conta que o major Ernani Fitipaldi, da Casa Militar da Presidência, mostrou-lhe a folha de papel onde se lia: “À sanha de meus inimigos deixo o legado de minha morte. Levo o pesar de não ter feito pelos humildes tudo o que desejava”. O papel fora encontrado entre decretos assinados. O major Fitipaldi o recolheu e o entregou, diretamente, a Alzira. Ela o mostrou a seu tio Benjamim e foram os dois ver Vargas, que dormia, tranquilamente, com a porta de seu quarto aberta.
“Daqui só sairei morto” No dia seguinte, pela manhã, Alzira interpelou-o, entre séria e brincalhona: “Queres me matar do coração, antes do tempo? Ainda não tenho idade para isso”. Vargas não gostou da descoberta. Retomou o papel – que ninguém mais encontrou – e respondeu: “Não é o que tu estás pensando, minha filha. Se eu tivesse certeza de que minha renúncia significaria a paz e tranquilidade para o povo brasileiro e que me permitiriam terminar meus dias com sossego e dignida-
Resposta a Café Filho: “Não” Despediram-se. Vargas ficou de dar uma resposta definitiva, sem fixar um prazo. Esta resposta veio, em termos negativos. Segundo o depoimento de Café Filho, Vargas lhe havia dito: “Considerei, com interesse, a sua proposta de nossa dupla renúncia. Reconheço os seus bons propósitos e quero renovar os meus agradecimentos pelo seu gesto de colaboração; mas prefiro resistir no meu posto”. Declarou, ainda, que os ministros militares asseguraram que manteriam a ordem. Ficaria no poder: “Faço
Carlos Lacerda ferido na ocasião do atentado.
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de, não teria um minuto de hesitação, estou farto e cansado, velho demais para aceitar as iniquidades e injustiças com que procuram ferir-me. Mas, como tenho a certeza de que o que eles querem é me humilhar, não renunciarei. Daqui só sairei morto”. E como sua filha respondesse que estava tudo certo e os seus amigos estavam dispostos a lutar junto com eles, continuou: “Não quero o sacrifício de ninguém; pretendo resistir sozinho para que minha atitude fique como um protesto. Não te preocupes, minha filha, não estou pensando em suicídio”. No dia 23, pela manhã, Alzira recebia as últimas informações. Diziam-lhe que, até o meio-dia, o manifesto contava, apenas, com dez assinaturas e somente uma era de comandante de tropa; todas as demais eram de generais sem comissão, ou sem comando. Durante todo o dia 23 chegaram notícias do progresso do movimento conspiratório. Tudo fazia prever que os acontecimentos culminariam de 24 para 25. No dia 25, porém, comemorava-se o Dia do Soldado. Talvez houvesse uma trégua. Passava das 23 h; Vargas ainda despachava em seu gabinete, quando Alzira se retirou, rumo a Niterói. Tomou a barca da 1 h da manhã. Ao chegar ao Palácio do Ingá, seu marido, o governador Ernani do Amaral Peixoto, esperava-a para regressarem, imediatamente, ao Rio. Havia recebido um chamado urgente de Benjamim Vargas. Cerca de 3 h da madrugada regressava ao Catete, iluminado e cercado de curiosos, francamente hostis. Fora convocado, extraordinariamente, o ministério. Vargas conversava com Oswaldo Aranha no terceiro andar. Antes de sair, o presidente assinou um papel, que estava sobre a sua mesa, dobrou-o e o colocou no bolso. Desceram para o Salão de Despachos. Prosseguindo em seu depoimento, Alzira informa que o coronel Manoel Garcia de Souza deu-lhe a relação de 13 signatários do manifesto dos generais acrescentando que, depois de meia-noite, ninguém mais assinou. Adiantou que os generais aguardavam o resultado da reunião ministerial. Alzira quis saber a posição da Vila Militar. Ouvira uma declaração, atribuída a Zenóbio, de que vários comandantes de corpos, sediados na Vila, haviam assinado. O coronel Garcia de Souza desmentiu: “Não é verdade. Estou chegando de lá. Os oficiais comandantes de tropa na Vila são do tipo dos que não assinam manifestos políticos sem ordem superior”. A Vila estava sob o comando do general Paquet, e Vargas contava com ele. Também o coronel Orlando Ramagem, que comandava o Batalhão de Guardas, tropa de elite, com um efetivo de três mil homens, aquartelado em São Cristóvão, aguardava ordens para sair em defesa do governo. Mas essa ordem não veio. No Salão de Despachos, Vargas sentou-se à cabeceira da longa mesa, que servira
nos banquetes dos condes de Nova Friburgo, primeiros proprietários do palácio. À sua direita sentaram-se Oswaldo Aranha, Apolônio Sales, Epaminondas dos Santos e Aristides Guilhobel; à esquerda, Tancredo Neves, Edgard Santos, Mario Pinotti, Zenóbio da Costa; em frente, Hugo de Faria, José Américo de Almeida, Mascarenhas de Morais e Ernani do Amaral Peixoto. Deixavam de comparecer o Ministro do Exterior, Vicente Ráo, enfermo em São Paulo, e o chefe de Polícia, coronel Paulo Torres, que se achava em seu posto. A reunião tinha outros participantes. Alzira Vargas do Amaral Peixoto forçara a entrada e, com ela, outros familiares. Falaram alguns ministros até que o titular da Guerra se manifestou para dizer que Vargas já não contava com a unanimidade do Exército. Também a Marinha e a Aeronáutica, por seus oficiais generais, se haviam manifestado em oposição.
“São vidas que estão em jogo” Foi quando Alzira, surgindo entre o seu pai e Oswaldo Aranha, o interrompeu: “General Zenóbio, isto aqui não é uma simples jogada política. São vidas que estão em jogo, inclusive a minha e, por isso, dou-me o direito de falar. Isso não passa de uma conspiração de gabinete, não é um movimento que atinja as Forças Armadas. O senhor sabe, tão bem quanto eu, que na Vila Militar nada foi alterado desde sua visita hoje à tarde e, sem a Vila, pode alguém pretender dar golpes neste país?” Interpelou o Ministro da Marinha, almirante Guilhobel: “Sua tropa embarcada pode fazer alguma coisa? A única coisa que pode influir, em terra, são os seus fuzileiros navais. Mas eles não estão interessados em marchar contra ou a favor de ninguém. Só se defenderão se forem atacados em seus quartéis e isto eu sei do próprio comandante Camargo”. Dirigiu-se ao Ministro da Aeronáutica, brigadeiro Epaminondas dos Santos: “Onde estão localizados os únicos aviões em condições de treinamento e de voo, nesta cidade? Não é Santa Cruz? A base de Santa Cruz é comandada por um ex-ajudante de ordens, o coronel Pamplona. É composto pelo grupo de caça, o ‘Senta a Pua’, da guerra, e são todos fiéis ao governo. Onde, então, está o perigo?” Voltou a dirigir-se ao Ministro da Guerra: “Dos treze generais, porque são somente os treze signatários do manifesto, só um tem comando de tropa e não é aqui na capital; os outros exercem funções burocráticas. Se o senhor julgar que a simples renúncia do meu pai vai trazer tranquilidade, progresso e ordem a este país, não se fala mais no assunto. Mas o senhor tem a certeza?” Em seu depoimento, a filha de Vargas refere-se a um atrito entre os ministros da Guerra e da Aeronáutica sobre qual seria o maior responsável pela situação: o manifesto dos generais ou a chamada República do Galeão? O brigadeiro Epaminondas de-
clarou que bastava mandar prender os dois principais cabeças do movimento, Eduardo Gomes e Juarez Távora, e tudo estaria terminado. Zenóbio, irritado, perguntava: “E por que você não os prende?”. “Porque não disponho de tropa”, respondeu Epaminondas. “Forneça o local para prendê-los que eu vou.” Interpelado, o Ministro da Marinha, almirante Guilhobel disse, duramente: “Presidente, parece que seu destino é ser traí do por seus chefes militares”. O general Caiado de Castro que, um tanto surdo, em pé, atrás do Ministro da Marinha, tentava acompanhar os debates, levou as sobras. O Ministro da Guerra o interpelava, perguntando por que não ia ele comandar as tropas de defesa. O chefe da Casa Militar, quando entendeu, aceitou o desafio e pediu que lhe dessem tropas. Prosseguindo, Alzira recorda que a voz de Vargas se fez ouvir serena e clara, restabelecendo a ordem. Pela segunda vez, indagou de seus ministros qual era a melhor solução para o Brasil. Uns eram favoráveis a uma reação, mas não diziam de que tipo; outros, simplesmente, respondiam: “O que o presidente resolver nós aceitamos”. Discutia-se, ainda, entre licenciamento provisório ou licença temporária. O presidente retomou a palavra: “Já que meu ministério não chegou a nenhuma conclusão, eu decido. Determino que os ministros militares mantenham a ordem dentro do país. Se a ordem for mantida, eu me afastarei. Entrarei com um pedido de licença. Em caso contrário, os revoltosos encontrarão aqui o meu cadáver”. Levantou-se, desejando boa-noite e subiu para seus aposentos. O ministério continuou reunido para redigir uma nota, a ser divulgada pela imprensa. Meia hora depois, Aranha, Amaral Peixoto e Tancredo subiram com a nota redigida para receber a aprovação do presidente. Como este já se havia recolhido, foi Alzira encarregada de consultá-lo. Encontrou-o, acordado, mas recusou-se a opinar: “Façam o que quiserem; não a quero ler. Já estou dormindo”. Zenóbio voltara ao Ministério da Guerra para reunir os generais e dar-lhes conta do que acontecera. Os outros ministros dispersaram e os familiares de Vargas se acomodaram nos corredores, para a vigília daquela madrugada. Às 6 h da manhã, dois oficiais do Exército se aproximaram de Benjamim Vargas e conferenciaram com ele. Em seguida, Benjamim entrou no quarto do presidente para comunicar que havia sido convocado para depor no Galeão. Getúlio se opôs. Se o quisessem ouvir, que fossem ao Catete. Foi quando seu irmão lhe disse que ele não era mais, de fato, o presidente da República. Os generais haviam deliberado o seu afastamento definitivo. Era a notícia que acabava de receber do general Âncora, transmitindo os resultados da reunião. Var-
ARTIGO gas pediu que Benjamim chamasse o chefe da Casa Militar, general Caiado de Castro. Depõe, ao repórter Antônio Gemaque, de O Cruzeiro, o velho mordomo do Palácio do Catete, João Zarattini, que viu quando Vargas saiu de seu quarto, em pijama e chinelos, e entrou no seu gabinete. Zarattini levantou-se precipitadamente e Vargas sorriu-lhe, fazendo um gesto amistoso de cumprimento. Depois, sem nada dizer, voltou, sem pressa, para o quarto. Zarattini recorda que ele tinha a mão esquerda no bolso do pijama, onde havia algo de pesado e volumoso.
“Não ouvi o ruído do tiro” Alzira também recorda esse último passeio do pai e estranhou o seu traje, o pijama, os chinelos. Porque “ele era sempre muito cuidadoso em suas aparições em público e os corredores estavam cheios de gente. Não ousei aproximar-me. Ele já me mandara dormir duas vezes e eu não obedecera. Nesse momento, o coronel Garcia de Souza me chamou para falar com os oficiais comandantes das blindadas, pelo telefone. Estavam todos firmes, a postos, esperando ordens. Disse-lhes que aguardassem o final da reunião dos generais e me concedi o prazer de rir, pela primeira vez desde o começo da crise. Não vi quando Benjamim entrou no quarto de meu pai e saiu, precipitadamente. Não ouvi o ruído do tiro seco, que me deixaria órfã. Dois braços envolveram meus ombros e uma voz chegou aos meus ouvidos: ‘Alzira, seu pai...’ Agonizava, quando cheguei. Creio que me reconheceu. Não me peçam que vá além disso. Ainda não posso”. Pela porta, entreaberta, penetraram o filho Lutero, o mordomo João Zarattini, Alzira, Ernani Amaral Peixoto e outras pessoas. Atravessado sobre a cama, com uma perna pendente, Getúlio Vargas agonizava. O laudo da autópsia, tardia, que publicamos, positiva a hipótese do suicídio. É preciso, porém, completá-lo com os esclarecimentos que me prestou, pessoalmente, meu colega, então diretor do Instituto Médico Legal, Dr. Jessé de Paiva. Vargas era um atirador exímio. Sabia qual o ponto mais vulnerável para um tiro no coração. Colocou a ponta do cano do revólver no espaço entre duas costelas, dois dedos abaixo do mamelão esquerdo. Fixou a arma com a mão direita e acionou o gatilho com o polegar da mão esquerda. O relato do acontecimento, assinado por aquela autoridade: “Pouco depois das 8 horas do dia 24 de agosto de 1954, quando eu já tinha conhecimento da trágica morte do presidente da República, Dr. Getúlio Vargas, pelo rádio, e me apressava para sair de casa, rumo ao Instituto Médico Legal, recebi recomendação da chefia de Polícia, no sentido de, o mais urgente possível, comparecer ao Palácio do Catete, para as providências periciais que se impunham.
Dirigi-me, então, ao Instituto e, de lá, convoquei imediatamente o Prof. Nílton Salles, chefe do Serviço de Necropsia, o médico legista do dia, Dr. José Alves Assumpção de Menezes, os Drs. Nelson Caparelli e Mário Martins Rodrigues, o auxiliar de autópsia, José Francisco da Silva e mais o fotógrafo de nossa instituição, Sr. Ismar de Carvalho e Mello. Lá chegamos por volta das 10 horas, depois de vencer inúmeras dificuldades, face à massa humana que existia fora e no interior do palácio presidencial a embaraçar o nosso caminho. Quando conseguimos chegar ao quarto do infortunado presidente, que também estava literalmente cheio de pessoas amigas, deparamos com o presidente que, já vestido, jazia inerte sobre o seu leito e, nos primeiros contatos havidos com o diretor do Instituto de Criminalística, Dr. Antônio Carlos Villanova e o perito criminal Carlos Éboli, também presentes, sentimos a natural tendência dos familiares, no sentido de que a perícia se resumisse em simples inspeção cadavérica. Conhecendo a nossa responsabilidade no histórico momento que vivíamos, procurei o então chefe de polícia, coronel Paulo Torres, e lhe fiz sentir a conveniência de se fazer cumprir a legislação penal vigente em caso de morte violenta, como fora a do extinto presidente, para que a verdade médico-legal fosse retratada e a história não viesse a ser deturpada, em relação à causa jurídica da morte, ocasião em que recebemos, do sr. cel. chefe de polícia, carta branca relativamente ao cumprimento de todos os requisitos legais atinentes ao caso em lide. Para facilitar as nossas atribuições, resolvemos conversar a respeito com nosso ilustre colega, filho do saudoso presidente, Lutero Vargas, a quem apelamos no sentido de facilitar a iniciativa que se fazia indispensável, no que fomos atendidos, embora com apreciável e natural retardamento, em virtude da prolongada permanência de pessoas amigas, que não se queriam afastar do leito mortuário. Afinal, depois das 14 horas iniciamos a competente perícia que se limitou a uma meticulosa inspeção externa do cadáver, quando logo pudemos verificar as tatuagens de pólvora constatadas nos dedos das mãos do periciado, notadamente no dedo médio da mão esquerda e em torno do ferimento de entrada do projétil, localizado na região precordial, próximo ao mamelão esquerdo, que por sua vez estava para dentro de rasgão estrelado, circundado por zona de esfumaçamento situado no bolso dos disparos de arma de fogo encostada, a traduzir, por si só a figura do suicídio. Em seguida, procedeu-se à incisão torácica indispensável à retratação do trajeto do projétil, verificando-se que o mesmo transfixara os órgãos do tórax, da frente para trás e da esquerda para a direita e um pouco para baixo, localizando-se na massa muscular da parede torácica posterior. O referido projétil foi retirado e confrontado com os demais, contidos no cilindro da arma funesta, quando
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pôde ser constatada a perfeita semelhança dos mesmos. Em face dos elementos técnicos recolhidos, foi firmado pelo Dr. Nílton Salles, o atestado de causa-mortis correspondente como sendo: ‘Ferimento penetrante da região precordial, por projétil de arma de fogo, com lesões de órgãos torácicos e hemorragia interna’. Por fim, atendendo-se a desejo da família, procedeu-se ao embalsamento do corpo, de forma a permitir que o seu sepultamento viesse a ser realizado dias depois, em São Borja.” (Ass. Dr. Jessé de Paiva.)
A Carta-testamento Vinte anos depois do suicídio de Vargas, ainda se discute a Carta-testamento, espalhada pelo país inteiro e perpetuada, em uma placa de bronze, em uma praça em Porto Alegre. Acredito na autenticidade dessa carta, embora dela não conclua a premeditação do ato trágico. Vargas minutara os seus principais trechos, estruturando a peça que, possivelmente, José Maciel Júnior redigiu, sob sua aprovação. Mandou datilografá-la. Uma das vias, assinada, ele entregou, em envelope fechado, a João Goulart, que deveria partir para o Sul. Este detalhe explica a razão do documento. Quando da deposição de 29 de outubro de 1945, Vargas redigiu um manifesto, cuja primitiva redação foi atenuada, a conselho do então chefe de polícia, capitão João Alberto. Também a segunda versão ficou retida, na fonte. Nenhum manifesto foi divulgado, explicando a atitude de Vargas. Em agosto de 1954, o presidente admitiu a deposição, a que resistiria, com o sacrifício da própria vida. Daí a ideia de um manifesto cuja divulgação seria assegurada no Rio Grande do Sul, no Uruguai e na Argentina por intermédio de Goulart, que tinha ligações pessoais para bem se desempenhar dessa missão. Outra cópia foi colocada, por ele, depois de deliberado o suicídio, na mesa de cabeceira, onde foi recolhida por seu genro, governador do Rio de Janeiro, Ernani do Amaral Peixoto. Uma terceira cópia, sem assinatura, achava-se no cofre, juntamente com o texto manuscrito. Depois da reunião ministerial, quando Alzira foi dar-lhe boa-noite, Getúlio mostrou-lhe a chave do cofre, confidenciando-lhe: “Se me acontecer alguma coisa, aí dentro estão alguns valores e papéis importantes. Um de vocês dois (estavam presentes Alzira e Benjamim) deve retirá-los; os valores são para a Darcy e os papéis, da Alzira”. A chave foi encontrada debaixo de seu corpo; caíra do bolso do pijama. (Texto de Hélio Silva.) Extraído de: revista História, ago./1974.
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Carta-testamento “M ais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se novamente e se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes. Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário-mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar a liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobras. Mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobras foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente. Assumi o governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores de trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia a ponto de sermos obrigados a ceder.
Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar a não ser o meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida. Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no meu pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão. E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue terá o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”
SERVIÇO DE VESTIBULAR Faculdade de Medicina de Jundiaí (FMJ) Período de inscrição: até 04 de novembro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: rua Francisco Telles, 250 – Vl. Arenas – Jundiaí – SP – CEP: 13202-550 – Telefone: (11) 4587-1095. Requisito: taxa de R$ 200,00. Cursos e vagas: consultar site www.vunesp.com.br Exames: dias 03 e 04 de dezembro de 2016.
Universidade Estadual de Londrina (UEL) Período de inscrição: até 12 de setembro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: Rodovia Celso Garcia Cid – PR 445, km 380 – Campus Universitário – Londrina – PR – CEP: 86057-970 – Telefone: (43) 3371-4361/4115/4331. Requisito: taxa de R$ 136,00. Cursos e vagas: consultar site www.cops.uel.br Exames: • 1a fase: dia 23 de outubro de 2016. • 2a fase: dias 04 e 05 de dezembro de 2016. Leituras obrigatórias: • A hora da estrela – Clarice Lispector. • Alguma poesia – Carlos Drummond de Andrade. • Eurico, o Presbítero – Alexandre Herculano. • Melhores contos de Nélida Piñon – Nélida Piñon.
• O Ateneu – Raul Pompeia. • O pagador de promessas – Dias Gomes. • Toda poesia – Paulo Leminski. • Topless – Martha Medeiros. • Uma menina está perdida no seu século à procura do seu pai – Gonçalo Tavares. • Vozes anoitecidas – Mia Couto.
Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) Período de inscrição: até 09 de outubro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: av. Getúlio Vargas, 850 – Jacarezinho – PR – CEP: 86400-000 – Telefone: (43) 3525-3589. Requisito: taxa de R$ 130,00. Cursos e vagas: consultar site vestibular.uenp.edu.br Exames: dias 20 e 21 de novembro de 2016. Leituras obrigatórias: • Dois irmãos – Milton Hatoum. • Memórias póstumas de Brás Cubas – Machado de Assis. • São Bernardo – Graciliano Ramos. • Senhora – José de Alencar. • Toda poesia – Paulo Leminski.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) Período de inscrição: até 07 de setembro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: rua São Francisco Xavier, 524 –
Maracanã – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 20550-900 – Telefone: (21) 2334-0000. Requisito: taxa de R$ 60,00. Cursos e vagas: consultar site www.vestibular.uerj.br Exames: dia 16 de outubro de 2016.
Fundação Getúlio Vargas – Rio de Janeiro (FGV-RJ) Período de inscrição: até 26 de setembro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: praia de Botafogo, 190 – Rio de Janeiro – RJ – CEP: 22250-900 – Telefone: (21) 3799-5757. Requisito: taxa de R$ 150,00. Cursos e vagas: consultar site www.fgv.br/processoseletivo Exame: dia 23 de outubro de 2016.
Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-C) Período de inscrição: até 25 de setembro de 2016. Somente via internet. Endereço da faculdade: rua Marechal Deodoro, 1 099 – Centro – Campinas – SP – CEP: 13010-920 – Telefone: (19) 3735-5900. Requisito: taxa de R$ 240,00 para Medicina, com descontos por período de inscrição; taxa de R$ 90,00 para demais cursos, com descontos por período de inscrição. Cursos e vagas: consultar site www.puc-campinas.edu.br Exame: dia 22 de outubro de 2016.