Jornal do Vestibulando - 1539

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Jornal do Vestibulando

ENSINO, INFORMAÇÃO E CULTURA

JORNAL ETAPA – 2017 • DE 28/09 A 12/10

CURSO – ENG. AERONÁUTICA/USP “Nervosismo é normal, principalmente na hora da prova. É uma questão de saber controlar um pouco.” João Pedro Pereira dos Santos fez o Extensivo e entrou em Engenharia Aeronáutica na USP-São Carlos. Está gostando muito de sua escolha: “É um sonho”. Sobre seu êxito no vestibular, diz ele: “A consciência, a perseverança e o sonho levam você para frente”. Aqui, sua história, que inclui o momento em que descobriu em Cabo Canaveral, a Engenharia Aeroespacial e a Engenharia Aeronáutica.

João Pedro Pereira dos Santos Em 2016: Etapa Em 2017: Engenharia Aeronáutica – USP

JV – Como você escolheu Engenharia Aeronáutica? João – Escolhi quando fiz uma viagem aos Estados Unidos e um parente me levou ao Cabo Canaveral, onde fica o centro de lançamento de veículos espaciais da NASA. Foi em 2015, um ano antes de entrar no Etapa. Adorei aquela visita, gostei muito da área espacial. Aí decidi prestar Engenharia Aeronáutica nas faculdades onde não tinha Aeroespacial e Aeroespacial onde era fornecida. Como foi depois que você se formou no Ensino Médio na Federal (2015). Prestou direto a Fuvest? Sim. Com o bônus fiquei com 56, na 1a fase da Fuvest. A nota de corte de Engenharia Aeronáutica foi 67. Como era seu método de estudo no ano passado? Desde o começo e no ano inteiro eu achei importante estudar a matéria do dia. Eu fazia minhas anotações das aulas, chegava em casa e tinha ritmo para estudar das 2 da tarde até 11 da noite, obviamente com intervalos. Passava a teoria a limpo em meu caderno, lia a apostila e ia fazer os exercícios. Todas as áreas, sem exceção, eu passava a limpo. Por isso ficava todo esse tempo estudando.

ENTREVISTA

João Pedro Pereira dos Santos CONTO

Civilização – Eça de Queirós

Você só estudava em casa? Principalmente em casa. No primeiro semestre eu ficava um pouco aqui. No segundo semestre passei a frequentar mais os plantonistas. Quando eu ficava no Plantão de Dúvidas, diminuía um pouco as horas de estudo em casa. Começava a estudar às vezes às 4 horas da tarde, mas sempre estendia o estudo até 11 horas da noite. No segundo semestre passei a trazer meu caderno para o Etapa e anotava as aulas direto nele. E nunca deixei de ler a apostila em algum momento e de fazer resumos. Você fazia os simulados? Procurava fazer todos. Eu achava importante para ver como estava o meu rendimento no estudo. Quais eram seus resultados nos simulados? Normalmente eu ficava na faixa C mais, às vezes C menos. No começo do ano tirei um B no simulado da Fuvest, o que me animou muito. Como você usava os simulados no seu estudo? Eu usava o simulado mais para ir ao Plantão de Dúvidas e ver a matéria em que estava tendo mais dificuldade. Em que matéria eu errei bastante? Errei por quê? Por que esqueci ou por falta de atenção? Quando via que errava muito por falta de atenção, passava a me concentrar mais nos simulados.

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Caiu na Fuvest ARTIGO Em abelhas sem ferrão, rainhas controlam reprodução de operárias sem castração VOCÊ SABIA QUE...

Leonardo da Vinci

Você treinava Redação? Eu fiz as redações obrigatórias de simulados ou quando era uma redação para entregar. E ia medindo pelos resultados das redações se eu estava bem ou mal. Você ficava em que faixa na Redação? Normalmente eu ficava em C mais, raramente C menos. Nas redações da Unicamp, no simulado da 2a fase, cheguei até a tirar A em uma e B em outra. Eu fui para a Fuvest e outros vestibulares mais tranquilo com a questão da Redação. No Enem me surpreendi com a nota da Redação. Não imaginava tirar tudo aquilo. Você tirou quanto no Enem? 920. Você assistiu as palestras sobre as obras literárias obrigatórias? Assisti a todas as palestras e escrevia o enredo e a análise conforme o professor ia falando. No vestibular você conseguiu resolver as questões de Literatura? Consegui. Duas semanas antes da 2a fase eu entrei na página do aluno, revi todas as aulas de todos os livros da Fuvest, revi minhas anotações e fiz ainda os exercícios daquela apostila de Literatura.

POIS É, POESIA

ENTRE PARÊNTESIS

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Quando via que era por esquecer a matéria, buscava rever.

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Castro Alves SERVIÇO DE VESTIBULAR

Inscrições

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CURSO – ENG. AERONÁUTICA/USP

Você chegou a estudar nas férias de julho? Na verdade, eu imaginei que as aulas iam terminar uma semana antes da data certa e minha mãe marcou uma viagem para a semana em que ainda teria aula. Fui viajar, mas falei: “Vou usar essa semana para descansar e na semana que vem vou para o Etapa ver a matéria que perdi”. O pessoal estava de férias mas eu fiquei aqui no Plantão estudando. Na Fuvest 2016 você ficou 11 pontos abaixo da nota de corte de Engenharia Aeronáutica. Como você foi na Fuvest 2017? Com o bônus fiquei com 72. O corte foi 62. Foi uma nota boa, fiquei bem feliz. Entre a 1a e a 2a fase você mudou alguma coisa no seu estudo? Não mudei muito meu método de estudo, o que fiz foi ficar um pouco mais focado. Como já tinha terminado todo o conteúdo teórico, eu lia meus resumos e ia fazer os exercícios. No primeiro dia da 2a fase a prova é de Português e Redação. Como você foi? O primeiro dia foi o meu pior. Ainda assim fiquei acima da média dos convocados. Tirei 59 de 100. Na Redação minha nota foi 63. Uma nota razoável, não esperava ir tão bem. Na prova geral do segundo dia você tirou quanto? Foi minha maior nota, 70. Acho que equilibrar bem o estudo das matérias me ajudou muito em Humanas. No terceiro dia você teve Matemática e Física, matérias prioritárias para o curso de Engenharia Aeronáutica na USP. Qual foi sua nota? Tirei 66. O que me ajudou muito foi Física, porque sofri com Matemática. Pensei que não ia passar porque no total deixei uma questão em branco – dois itens de uma e um item de outra. Em Física eu errei só um item de todas as questões. Na escala de zero a 1 000, qual foi sua pontuação – e qual sua classificação? Foi 747. Fiquei em 28o (de 40). No Enem, quais foram suas pontuações? A matéria em que eu acertei mais foi Português. A segunda que acertei mais foi Humanas, a terceira foi Ciências da Natureza e por último Matemática. Só que, engraçado, devido ao sistema de notas, Matemática foi a minha maior nota, tirando a Redação. E a menor foi Português. Minhas pontuações foram: Redação, 920; Matemática, 773; Ciências Humanas, 711; Ciências da Natureza, 703; Português, 684.

Como ficou sabendo de sua aprovação para a USP-São Carlos? Eu estava com um pouco de medo de vir para o Etapa e olhei na internet. Mas você olha no site e não acredita. Aí eu quis vir aqui, para encontrar os amigos e para confirmar. Fiquei muito feliz, foi um dia incrível. Como foi no dia da matrícula? Os veteranos recebem muito bem. Como é faculdade no interior e eles sabem que muita gente é de fora, montam barracas dentro da faculdade. Tem pessoal de repúblicas que vai lá receber os calouros e muitas imobiliárias armam tendas para você ver apartamento. Teve trote? O trote lá é opcional. Não tem aquele negócio de forçar o pessoal. Eu quis participar. Eles te jogam na lama, você tem que ficar montando aviãozinho com a mão cheia de óleo. Super engraçado. Você está morando em república ou sozinho? Sozinho. Foi uma escolha minha. O apartamento fica perto da rodoviária e não é longe da USP. A pé dá uns 10 minutos. Eu levei minha bicicleta, aí demora uns cinco minutos. Viver sozinho é uma experiência que amadurece bastante, porque você tem que aprender a cuidar da casa. Às vezes limpo a casa, às vezes faço comida para mim, no fim de semana ou de noite. Você pode fazer o que quiser, mas tem de ter responsabilidade. Eu estou achando legal morar sozinho, mas vou dividir o apartamento por questão de custo. O que você está achando da faculdade até agora? Não poderia ter feito escolha melhor, é um sonho. O clima é muito legal, os veteranos ajudam bastante e estou aprendendo muita coisa diferente. Que matérias você tem neste segundo semestre? Cálculo 2, Física 2, Eletricidade e Magnetismo que é o equivalente a Física 3, que seria no terceiro semestre. Eles estão com um projeto de mudar a grade curricular para a gente ter mais espaço para o estágio. Então, puxaram umas matérias do terceiro semestre. Também temos uma matéria que se chama Palestras e Seminários em Engenharia Aeronáutica, Álgebra Linear, Desenho Técnico Mecânico, Estática Aplicada às Máquinas, Laboratório de Física e Laboratório de Eletricidade. De qual matéria você está gostando mais? Física e Cálculo. Quando combinam Física e Cálculo, você consegue realmente ver como as coisas são feitas.

Na parte infraestrutural da faculdade, o que chamou sua atenção? Eu acho que a estrutura que eles têm para você estudar é excelente. As bibliotecas são imensas, com grandes acervos, apropriadas para você estudar em grupo – o que faço bastante agora. Os laboratórios de pesquisas têm todos os equipamentos de que você precisa. Fiquei realmente impressionado com a USP-São Carlos. Um dos fatores que levaram você a escolher Engenharia Aeronáutica foi uma visita ao Cabo Canaveral. Você mantém essa ideia ou imagina outros caminhos na Engenharia? Eu descobri que Engenharia Aeronáutica tem uma área de atuação muito ampla. Não é só projetar aeronaves. A área que pretendo seguir vou decidir com o passar dos anos, mas com certeza vai ser na área da Aeronáutica, com aviões e helicópteros, ou na área espacial, com projetos de foguetes, satélites. Se for na área espacial, pretendo ir para fora. O que você pode dizer a quem está se preparando para os vestibulares no fim do ano? Tenha consciência do que você está fazendo. Isso é muito importante, não só no ano de cursinho, mas depois, quando você estiver na faculdade. Que dicas você dá ao pessoal? Nervosismo é normal, principalmente na hora da prova. É uma questão de saber controlar um pouco. Comigo isso acontecia nos simulados, não conseguia fazer Física, Química, Matemática no início da prova. Eu conseguia resolver muito pouco as questões de Exatas no começo. Falava: “Não tem problema, faça o que você consegue e vá indo para Humanas”. Como Humanas e Biológicas têm textos maiores, o tempo da prova ia passando e a adrenalina ia baixando. Isso era muito importante para me acalmar, porque em Humanas e Biológicas você não tem que ficar fazendo muitas contas, você tem que lembrar dos conceitos que aprendeu e relacionar, raciocinar um pouco. Para mim dava muito mais certo fazer Exatas no fim da prova, porque era quando eu estava mais calmo. Aí eu consegui até rever a prova. O que você tira de lição dessa experiência de lutar pelo lugar que queria na universidade? Resumindo, é muito difícil, mas eu diria que a consciência, a perseverança e o sonho levam você para frente. O cursinho não é fácil, mas se você souber lidar bem com a questão da emoção, no fim é tudo muito recompensador. O Etapa me ensinou a ser mais consciente nas minhas ações.


CONTO

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Civilização Conto que originou o romance A cidade e as serras Eça de Queirós (continuação do número anterior)

IV

Brás, no entanto, com as mãos na cabeça, desaparecera a ordenar a ceia para suas inselências. O pobre Jacinto, esbarrondado24 pelo desastre, sem resistência contra aquele brusco desaparecimento de toda a civilização, caíra pesadamente sobre o poial25 de uma janela, e dali olhava os montes. E eu, a quem aqueles ares serranos e o cantar da pegureira sabiam bem, terminei por descer à cozinha, conduzido pelo cocheiro, através de escadas e becos, onde a escuridão vinha menos do crepúsculo do que de densas teias de aranha. A cozinha era uma espessa massa de tons e formas negras, cor de fuligem, onde refulgia ao fundo, sobre o chão de terra, uma fogueira vermelha que lambia grossas panelas de ferro, e se perdia em fumarada pela grade escassa que no alto coava a luz. Aí um bando alvoroçado e palreiro de mulheres depenava frangos, batia ovos, escarolava arroz, com santo fervor... Do meio delas o bom caseiro, estonteado, investiu para mim jurando que “a ceia de suas inselências não de­­morava um credo”. E como eu o in­terrogava a respeito de camas, o digno Brás teve um murmúrio vago e tímido sobre “enxergazinhas no chão”. – É o que basta, Sr. Zé Brás – acudi eu para o consolar. – Pois assim Deus seja servido! – suspirou o homem excelente, que atraves­ sava, nessa hora, o transe mais amargo da sua vida serrana. Voltando a cima, com estas consolan­ tes novas de ceia e cama, encontrei ainda o meu Jacinto no poial da janela, embe­bendo-se todo da doce paz crepuscular, que lenta e caladamente se estabelecia sobre vale e monte. No alto já tremeluzia uma estrela, a Vésper diamantina, que é tudo o que neste céu cristão resta do esplendor corporal de Vênus! Jacinto nun­ca considerara bem aquela estrela – nem assistira a este majestoso e doce adormecer das coisas. Esse enegrecimento de montes e arvoredos, casais claros fundindo-se na sombra, um toque dormente de sino que vinha pelas quebradas, o cochichar das águas entre as relvas baixas – eram para ele como iniciações. Eu estava defronte, no outro poial. E senti-o suspirar como um homem que enfim descansa. Assim nos encontrou nesta contemplação o Zé Brás com o doce aviso de que estava na mesa a ceiazinha. Era adiante, noutra sala mais nua, mais negra. E aí, o meu supercivilizado Jacinto recuou com um pavor genuíno. Na mesa de pinho, recoberta com uma toalha de mãos, encostada à parede sórdida, uma vela de sebo, meio derretida num castiçal de latão, alumiava dois pratos de louça

amarela, ladeados por colheres de pau e por garfos de ferro. Os copos, de vidro grosso e baço, conservavam o tom roxo do vinho que neles passara em fartos anos de fartas vindimas. O covilhete26 de barro com as azeitonas deleitaria, pela sua singeleza ática, o coração de Diógenes. Na larga broa estava cravado um facalhão... Pobre Jacinto! Mas lá abancou27 resignado, e muito tempo, pensativamente, esfregou com o seu lenço o garfo negro e a colher de pau. Depois, mudo, desconfiado, provou um gole curto do caldo, que era de galinha e recendia. Provou, e levantou para mim, seu companheiro e amigo, uns olhos largos que luziam, surpreendidos. Tornou a sorver uma colherada do cal­do, mais cheia, mais lenta... E sorriu, mur­murando com espanto: – Está bom! Estava realmente bom: tinha fígado e tinha moela: o seu perfume enternecia. Eu três vezes, com energia, ataquei aquele caldo: foi Jacinto que rapou a sopeira. Mas já, arredando a broa, arredando a vela, o bom Zé Brás pousara na mesa uma tra­vessa vidrada, que transbordava de arroz com favas. Ora, apesar de a fava (que os gregos chamaram ciboria) pertencer às épocas superiores da civi­ lização, e pro­ mover tanto a sapiência que havia em Sício, na Galácia, um tem­ plo dedicado a Minerva Ciboriana – Jacinto sempre detestara favas. Tentou todavia uma garfada tímida. De novo os seus olhos, alargados pelo assombro, procuraram os meus. Outra garfada, outra concentração... E eis que o meu dificílimo amigo exclama: – Está ótimo! Eram os picantes ares da serra? Era a arte deliciosa daquelas mulheres que embaixo remexiam as panelas, cantando o Vira, meu bem? Não sei – mas os lou­vores de Jacinto a cada travessa foram ganhando em amplidão e firmeza. E diante do frango louro, assado no espeto de pau, terminou por bradar: – Está divino! Nada porém o entusiasmou como o vinho, o vinho caindo de alto, da grossa caneca verde, um vinho gostoso, penetrante, vivo, quente, que tinha em si mais alma que muito poema ou livro santo! Mirando à luz de sebo o copo rude que ele orlava de espuma, eu recordava o dia geórgico em que Virgílio, em casa de Horácio, sob a ramada, cantava o fresco palhete da Rética. E Jacinto, com uma cor que eu nunca vira na sua palidez schopenháurica, sussurrou logo o doce verso: Rethica quo te carmina dicat Quem dignamente te cantará, vinho daquelas serras?! Assim jantamos deliciosamente, sob os auspícios do Zé Brás. E depois vol­tamos para as alegrias únicas da casa, para as janelas desvidraçadas, a con­templar silenciosamente

um suntuoso céu de verão, tão cheio de estrelas que todo ele parecia uma densa poeirada de ouro vivo, suspensa, imóvel, por cima dos montes negros. Como eu observei ao meu Jacinto, na cidade nunca se olham os astros por causa dos candeeiros – que os ofuscam: e nunca se entra por isso numa completa comunhão com o Universo. O homem nas capitais pertence à sua casa, ou, se o impelem fortes tendências de sociabilidade, ao seu bairro. Tudo o isola e o separa da restante Natureza – os prédios obstrutores de seis andares, a fumaça das chaminés, o rolar moroso e grosso dos ônibus, a trama encarceradora da vida urbana... Mas que diferença, num cimo de monte, como Torges! Aí todas essas belas estrelas olham para nós de perto, rebrilhando, à maneira de olhos conscientes, umas fixamente, com sublime indiferença, outras ansiosamente, com uma luz que palpita, uma luz que chama, como se tentassem revelar os seus segredos ou compreender os nossos... E é impossível não sentir uma solidariedade perfeita entre esses imensos mundos e os nossos pobres corpos. Todos são obra da mesma vontade. Todos vivem da ação dessa vontade imanente. Todos, portanto, desde os uranos até aos Jacintos, constituem modos diversos de um ser único, e através das suas transformações somam na mesma unidade. Não há ideia mais consoladora do que esta – que eu, e tu, e aquele monte, e o Sol que, agora, se esconde são moléculas do mesmo todo, governadas pela mesma lei, rolando para o mesmo fim. Desde logo se somem as responsabilidades torturantes do individualismo. Que somos nós? Formas sem força, que uma força impele. E há um descanso delicioso nesta certeza, mesmo fugitiva, de que se é o grão de pó irresponsável e passivo que vai levado no grande vento, ou a gota perdida na torrente! Jacinto concordava, sumido na sombra. Nem ele nem eu sabíamos os nomes desses astros admiráveis. Eu, por causa da maciça e indesbastável ignorância de bacharel, com que saí do ventre de Coimbra, minha mãe espiritual. Jacinto, porque na sua ponderosa biblioteca tinha trezentos e dezoito tratados sobre astronomia! Mas que nos importava, de resto, que aquele astro além se chamasse Sírio e aquele outro Aldebarã? Que lhes importava a eles que um de nós fosse José e o outro Jacinto? Éramos formas transitórias do mesmo ser eterno – e em nós havia o mesmo Deus. E se eles também assim o compreendiam, estávamos ali, nós à janela num casarão serrano, eles no seu maravilhoso infinito, perfazendo um ato sacrossanto, um perfeito ato de graça – que era sentir conscientemente a nossa unidade, e realizar, durante um instante, na consciência, a nossa divinização. Assim enevoadamente filosofáva­ mos – quando Zé Brás, com uma candeia na mão, veio avisar que “estavam pre­paradas as camas


CONTO

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de suas inselências...” Da idealidade descemos gostosamente à realidade, e que vimos então nós, os irmãos dos astros? Em duas salas tenebrosas e côncavas, duas enxergas, postas no chão, a um canto, com duas cobertas de chita; à cabeceira um castiçal de latão pousado sobre um alqueire28: e aos pés, como lavatório, um alguidar29 vidrado em cima de uma cadeira de pau! Em silêncio, o meu supercivilizado amigo palpou a sua enxerga e sentiu nela a rigidez de um granito. Depois, correndo pela face descaída os dedos murchos, considerou que, perdidas as suas malas, não tinha nem chinelas nem roupão! E foi ainda Zé Brás que providenciou, trazendo ao pobre Jacinto, para ele desafogar os pés, uns tremendos tamancos de pau, e para ele embrulhar o corpo, docemente educado em Síbaris, uma camisa da caseira, enorme, de estopa mais áspera que estamenha30 de penitente, e com folhos crespos e duros como lavores em madeira... Para o consolar, lembrei que Platão, quando compunha o Banquete, Xenofonte, quando comandava os Dez Mil, dormiam em piores catres. As enxer­gas austeras fazem as fortes almas – e é só vestido de estamenha que se penetra no Paraíso. – Tem você – murmurou o meu amigo, desatento e seco – alguma coisa que eu leia?... Eu não posso adormecer sem ler! Eu possuía apenas o número do Jornal da Tarde, que rasguei pelo meio e partilhei com ele fraternalmente. E quem não viu então Jacinto, senhor de Torges, acaçapado31 à borda da enxerga, junto da vela que pingava sobre o alqueire, com os pés nus encafuados32 nos grossos socos33, perdido dentro da camisa da patroa, toda em folhos, percorrendo na metade do Jornal da Tarde, com os olhos turvos, os anúncios dos paquetes – não pode saber o que é uma vigorosa e real imagem do desalento! Assim o deixei – e daí a pouco, es­tendido na minha enxerga também es­partana, subia, através de um sonho jovial e erudito, ao planeta Vênus, onde encontrava, entre os olmos e os ciprestes, num vergel, Platão e o Zé Brás, em alta camaradagem intelectual, bebendo o vi­nho da Rética pelos copos de Torges! Travamos todos três bruscamente uma controvérsia sobre o século XIX. Ao longe, por entre uma floresta de roseiras mais altas que carvalhos, alvejavam os mármores de uma cidade e ressoa­vam can­tos sacros. Não recordo o que Xenofonte sustentou acerca da civiliza­ção e do fonógrafo. De repente tudo foi turbado por fuscas nuvens, através das quais eu distinguia Jacinto, fugindo num burro que ele impelia furiosamente com os calcanhares, com uma vergasta, com berros, para os lados do Jasmineiro!

V Cedo, de madrugada, sem rumor, para não despertar Jacinto, que, com as mãos sobre o peito, dormia placidamente no seu leito de granito – parti para Goães. E durante três quietas semanas, naquela vila onde se conservam os hábitos e as ideias do tempo de El-Rei D. Dinis, não soube do meu desconsolado amigo, que decerto fugira dos seus tetos esburacados e remergulhara na civilização. Depois, por uma abrasada manhã de agosto, descendo de Goães, de novo trilhei a avenida de faias,

e entrei o portão solarengo de Torges, entre o furioso latir dos rafeiros34. A mulher do Zé Brás apareceu alvoroçada à porta da tulha. E a sua nova foi logo que o Sr. D. Jacinto (em Torges, o meu amigo tinha dom) andava lá em baixo com o Sousa nos campos de Freixomil. – Então, ainda cá está o Sr. D. Jacinto? Sua inselência ainda estava em Torges – e sua inselência ficava para a vindima!... Justamente eu reparava que as janelas do solar tinham vidraças novas; e a um canto do pátio pousavam baldes de cal; uma escada de pedreiro ficara arrimada contra a varanda; e num caixote aberto, ainda cheio de palha de empacotar, dormiam dois gatos. – E o Grilo apareceu? – O Sr. Grilo está no pomar, à sombra. – Bem! E as malas? – O Sr. D. Jacinto já tem o seu saquinho de couro... Louvado Deus! O meu Jacinto estava, enfim, provido de civilização! Subi con­ tente. Na sala nobre, onde o soalho fora composto e esfregado, encontrei uma mesa recoberta de oleado, prateleiras de pinho com louça branca de Barcelos e cadeiras de palhinha, orlando as paredes muito caiadas que davam uma frescura de capela nova. Ao lado, noutra sala, também de faiscante alvura, havia o conforto inesperado de três cadeiras de verga da Madeira, com braços largos e almofadas de chita; sobre a mesa de pinho, o papel almaço, o candeeiro de azeite, as penas de pato espetadas num tinteiro de frade, pareciam preparadas para um estudo calmo e ditoso das humanidades: e na parede, suspensa de dois pregos, uma estantezinha continha quatro ou cinco livros, folheados e usados, o D. Quixote, um Virgílio, uma História de Roma, as Crônicas de Froissart. Adiante era certamente o quarto de D. Jacinto, um quarto claro e casto de estudante, com um catre de ferro, um lavatório de ferro, a roupa pendurada de cabides toscos. Tudo resplandecia de asseio e ordem. As jane­las cerradas defendiam do sol de agosto, que escaldava fora os peitoris de pedra. Do soalho, borrifado de água, subia uma fresquidão consoladora. Num velho va­ so azul um molho de cravos alegrava e perfumava. Não havia um rumor. Torges dormia no esplendor da sesta. E envolvido naquele repouso de convento remoto, ter­minei por me estender numa cadeira de verga junto à mesa, abri lan­guidamente o Virgílio, murmurando: Fortunate Jacinthe! tu inter erva nota Et fontes sacros frigus captabis opacum. Já mesmo irreverentemente adorme­ cera sobre o divino bucolista, quando me despertou um brado amigo. Era o nosso Jacinto. E imediatamente o comparei a uma planta, meio murcha e estiolada no escuro, que fora profusamente regada e revivera em pleno sol. Não corcovava. Sobre a sua palidez de supercivilizado, o ar da serra ou a reconciliação com a vida tinham espalhado um tom trigueiro e forte que o virilizava soberbamente. Dos olhos, que na cidade eu lhe conhecera sempre crepusculares, saltava agora um brilho de meio-dia, decidido e largo, que mergulhava francamente na beleza das coisas. Já não passava as mãos murchas sobre a face – batia

com elas rijamente na coxa... Que sei eu? Era uma reencarnação. E tudo o que me contou, pisando alegre­mente com os sapatos brancos o soalho, foi que se sentira, ao fim de três dias em Torges, como desanuviado, mandara com­prar um colchão macio, reunira cinco li­vros nunca lidos, e ali estava... – Para todo o verão? – Para todo o sempre! E agora, homem das cidades, vem almoçar umas trutas que eu pesquei, e compreende enfim o que é o Céu. As trutas eram, com efeito, celestes. E apareceu também uma salada fria de couve-flor e vagens, e um vinho branco de Azães... Mas quem condignamente vos cantará, comeres e beberes daquelas serras? De tarde, finda a calma, passeamos pelos caminhos coleando35 a vasta quinta, que vai de vales a montes. Jacinto parava a contemplar com carinho os milhos altos. Com a mão espalmada e forte batia no tronco dos castanheiros, como nas costas de amigos recuperados. Todo o fio de água, todo o tufo de erva, todo o pé de vinha o ocupava como vidas filiais por que fosse responsável. Conhecia certos melros que cantavam em certos choupos. Exclamava enternecido: – Que encanto, a flor do trevo! À noite, depois de um cabrito, um assado no forno, a que mestre Horácio teria dedicado uma ode (talvez mesmo um carme heroico) conversamos sobre o Destino e a Vida. Eu citei, com discreta malícia, Schopenhauer e o Ecclesiastes... Mas Jacinto ergueu os ombros, com seguro desdém. A sua confiança nesses dois sombrios explicadores da vida de­saparecera, e irremediavelmente, sem poder mais voltar, como uma névoa que o sol espalha. Tremenda tolice! Afirmar que a vida se compõe, meramente, de uma longa ilusão – é erguer um aparatoso sistema sobre um ponto especial e estreito da vida, deixando fora do sistema toda a vida restante, como uma contradição permanente e soberba. Era como se ele, Jacinto, apontando para uma urtiga, cres­ cida naquele pátio, declarasse, triun­falmente: “Aqui está uma urtiga! Toda a quinta de Torges, portanto, é uma massa de urtigas”. – Mas bastaria que o hóspede erguesse os olhos, para ver as searas, os pomares e os vinhedos! De resto, desses dois ilustres pes­simistas, um, o alemão, que conhecia ele da vida – dessa vida de que fizera, com doutoral majestade, uma teoria definitiva e dolente? Tudo o que pode conhecer quem, como este genial farsante, viveu cinquenta anos numa soturna hospedaria de província, levantando apenas os ócu­los dos livros para conversar, à mesa-redonda, com os alferes da guarnição! E o outro, o israelita, o homem dos Cantares, o muito pedantesco rei de Jerusalém, só descobre que a vida é uma ilusão aos setenta e cinco anos, quando o poder lhe escapa das mãos trêmulas, e o seu serralho de trezentas concubinas se torna ridiculamente supérfluo à sua carcaça frígida. Um dogmatiza funebremente sobre o que não sabe – e o outro sobre o que não pode. Mas que se dê a esse bom Schopenhauer uma vida tão completa e cheia como a de César, e onde estará o seu schopenhauerismo? Que se restitua a esse sultão, besuntado de literatura, que tanto edificou e professo-


CONTO rou em Jerusalém, a sua virilidade – e onde estará o Ecclesiastes? De resto, que importa bendizer ou maldizer da vida? Afortunada ou dolorosa, fecun­da ou vã, ela tem de ser vivida. Loucos aqueles que, para a atravessar, se em­brulham desde logo em pesados véus de tristeza e desilusão, de sorte que na sua estrada tudo lhes seja negrume, não só as léguas realmente escuras, mas mesmo aquelas em que cintila um sol amável. Na Terra tudo vive – e só o homem sente a dor e a desilusão da vida. E tanto mais as sente, quanto mais alarga e acumula a obra dessa inteligência que o torna homem, e que o separa da restante Natureza, impensante e inerte. É no máximo da civilização que ele experimenta o máximo de tédio. A sapiência, portanto, está em recuar até esse honesto mínimo de ci­vilização, que consiste em ter um teto de colmo, uma leira36 de terra e o grão para nela semear. Em resumo, para reaver a felicidade, é necessário regressar ao Paraíso – e ficar lá, quieto, na sua folha de vinha, inteiramente desguarnecido de civilização, contemplando o anho37 aos saltos entre o tomilho, e sem procurar, nem com o desejo, a árvore funesta da Ciência! Dixi! Eu escutava, assombrado, este Jacinto novíssimo. Era verdadeiramente uma ressurreição no magnífico estilo de Lázaro. Ao surge et ambula que lhe tinham sussurrado as águas e os bosques de Torges, ele erguia-se do fundo da cova do pessimismo, desembaraçava-se das suas casacas de Poole, et ambulabat, e começava a ser ditoso. Quando recolhi ao meu quarto, àquelas horas honestas que convém ao campo e ao otimismo, tomei entre as minhas a mão já firme do meu amigo, e pensando que ele enfim alcançara a verdadeira realeza, porque possuía a verdadeira liberdade, gritei-lhe os meus parabéns à maneira do moralista de Tibur. Vive et regna, fortunate Jacinthe! Daí a pouco, através da porta aberta que nos separava, senti uma risada fresca, moça, genuína e consolada. Era Jacinto que lia o D. Quixote. Oh bem-aventurado Jacinto! Conservava o agudo poder de criticar, e recuperara o dom divino de rir!

Quatro anos vão passados. Jacinto ainda habita Torges. As paredes do seu solar continuam bem caiadas, mas nuas. De inverno enverga um gabão de briche38 e acende um braseiro. Para cha­mar o Grilo ou a moça, bate as mãos, como fazia Catão. Com os seus deliciosos vagares, já leu a Ilíada. Não faz a barba. Nos caminhos silvestres, para e fala com as crianças. Todos os casais da serra o bendizem. Ouço que vai casar com uma forte, sã e bela rapariga de Goães. Decerto crescerá ali uma tribo, que será grata ao Senhor! Como ele, recentemente, me mandou pedir livros da sua livraria (uma Vida de Buda, uma História da Grécia e as obras de S. Francisco de Sales) fui, depois destes quatro anos, ao Jasmineiro deserto. Cada passo meu sobre os fofos tapetes de Caramânia soou triste como num chão de mortos. Todos os brocados estavam engelhados, esgaçados. Pelas paredes pendiam, como olhos fora de órbitas, os botões elétricos das campainhas e das luzes – e havia vagos fios de arame, soltos, enroscados, onde a aranha rega­lada e reinando tecera teias espessas. Na livraria, todo o vasto saber dos séculos jazia numa imensa mudez, debaixo de uma imensa poeira. Sobre as lombadas dos sistemas filosóficos alvejava o bo­lor: vorazmente a traça devastara as histórias universais: errava ali um cheiro mole de literatura apodrecida – e eu abalei, com o lenço no nariz, certo de que naqueles vinte mil volumes não restava uma verdade viva! Quis lavar as mãos, maculadas pelo contato com estes detritos de conhecimentos humanos. Mas os maravilhosos aparelhos do lavatório, da sala de banho, enferrujados, perros, dessoldados, não largaram uma gota de água; e, como chovia nessa tarde de abril, tive de sair à varanda, pedir ao céu que me lavasse. Ao descer, penetrei no gabinete de trabalho de Jacinto e tropecei num montão negro de ferragens, rodas, lâminas, cam­painhas, parafusos... Entreabri a janela, e reconheci o telefone, o teatrofone, o fo­nógrafo, outros aparelhos, tombados das suas peanhas, sórdidos, desfeitos sob a poeira dos anos. Empurrei com o pé este lixo do engenho humano. A máquina de escrever, escancarada, com os buracos negros marcando

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as letras desarraigadas, era como uma boca alvar e desdentada. O telefone parecia esborrachado, enro­dilhado nas suas tripas de arame. Na trompa do fonógrafo, torta, esbei­çada, para sempre muda, fervilhavam carochas. E ali jaziam tão lamentáveis e grotescas, aquelas geniais invenções, que eu saí rindo, como de uma enorme facécia, daquele supercivilizado palácio. A chuva de abril secara: os telhados remotos da cidade negrejavam sobre um poente de carmesim e ouro. E, através das ruas mais frescas, eu ia pensando que este nosso magnífico século XIX se assemelharia um dia àquele Jasmineiro abandonado, e que outros homens, com uma certeza mais pura do que é a vida e a felicidade, dariam como eu com o pé no lixo da supercivilização, e, como eu, ririam alegremente da grande ilusão que findara, inútil e coberta de ferrugem. Àquela hora, decerto, Jacinto, na varanda em Torges, sem fonógrafo e sem telefone, reentrado na simplicidade, via, sob a paz lenta da tarde, ao tremeluzir da primeira estrela, a boiada recolher entre o canto dos boiadeiros.

VOCABULÁRIO (24) abatido, desmoronado. (25) lugar onde se põe ou assenta alguma coisa. (26) tigelinha, pequena malga. (27) sentou-se. (28) do francês boisseau – manilha de barro. (29) vaso de barro ou de metal baixo, em forma de tronco de cone invertido, e com diversos usos domésticos. (30) burel de padre, hábito. (31) abaixado, agachado, encolhido. (32) ocultos, escondidos. (33) calçados com base de madeira, tamancos. (34) cães treinados para guardar o gado. (35) andando em zigue-zague. (36) sulco aberto na terra para receber a semente. (37) cordeiro. (38) tecido de lã felpudo.

(ENTRE PARÊNTESIS)

Caiu na Fuvest Cada um dos cartões apresentados tem de um lado um número e do outro uma letra. Alguém afirmou que todos que têm uma vogal numa face têm um número par na outra. Para verificar isso, é suficiente virar todos os cartões? É necessário virar quantos e quais cartões?

A

RESPOSTA

B

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A afirmação será falsa somente se houver algum cartão com número ímpar e letra vogal. Caso contrário, será verdadeira. Para verificarmos isso, é, obviamente, suficiente virar todos os cartões, embora não seja necessário. É necessário virar apenas dois cartões: o cartão “A” (verificando se é par ou ímpar o número do verso) e o cartão “3” (verificando se a letra do lado oposto é consoante ou vogal).


ARTIGO

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Em abelhas sem ferrão, rainhas controlam reprodução de operárias sem castração Peter Moon

As

razões da organização e do funcionamento das colônias de insetos sociais são tema de estudo e de encantamento de cientistas desde os tempos de Charles Darwin (1809-1882), que investigou com a ajuda de seus cinco filhos as colmeias de abelhas próximas a sua casa, em Kent, na Inglaterra. Instigados pela teoria da evolução, desde então pesquisadores dissecaram os mais diversos aspectos da vida das abelhas. Descobriram há décadas, por exemplo, que em muitas espécies de abelhas melíferas europeias (gênero Apis), nas colmeias onde há rainhas jovens e saudáveis pondo ovos regularmente, estas fazem uso de compostos químicos chamados feromônios para inibir a reprodução das operárias. Desse modo, as operárias terão que cuidar principalmente dos filhos das rainhas e não de seus próprios. Nos casos em que as rainhas envelhecem, adoecem ou então morrem, na ausência do feromônio operárias especializadas geram novos zangões que irão fecundar as ninfas que se tornarão futuras rainhas. “Um tema importante no estudo dos insetos sociais é entender como fazem para resolver conflitos dentro das colônias, em especial conflitos de interesses reprodutivos. Em algumas espécies de abelhas, as operárias são capazes de gerar zangões, mas tal adaptação poderia gerar conflito entre rainha e operária para ver quem gera zangões”, disse o biólogo Túlio Marcos Nunes. Nunes, que fez pós-doutoramento no Departamento de Física e Química da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP) da Universidade de São Paulo, é o primeiro autor de um trabalho publicado no periódico Nature Ecology & Evolution, que procura responder se essa adaptação também ocorre entre as cerca de 600 espécies de abelhas sem ferrão (tribo Meliponini), distribuídas pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta. “O conflito ocorre como resultado da relação genética diferencial entre os filhos das rainhas e os filhos das operárias. Para as operárias, é mais interessante, do ponto de vista evolutivo, produzir os próprios filhos [com os quais elas se relacionam geneticamente em cerca de 50%] do que cuidar dos filhos da rainha [relação genética de 25%]”, disse . O investigador responsável pela pesquisa é o supervisor de Nunes, o professor Norberto Peporine Lopes, chefe do Núcleo de Pesquisa em Produtos Naturais e Sintéticos da FCFRP, e coordenador do Projeto Temático “Metabolismo e distribuição de xenobióticos naturais e sintéticos”, apoiado pela Fapesp.

Peporine Lopes explica que a pesquisa buscou investigar se o comportamento observado (operárias não botando ovos na presença da rainha) é positivo do ponto de vista genético para a operária – os compostos que indicam a presença da rainha no ninho são chamados de sinais de rainha. “Se esse comportamento for negativo para a operária, ou seja, caso ela tenha maior retorno genético botando e está sendo impedida quimicamente de fazer, nesse caso é um feromônio de castração”, disse. As abelhas melíferas europeias são um exemplo claro de castração química e o trabalho buscou responder se, no caso das abelhas sem ferrão, tratava-se de castração ou de sinalização.

Para tanto, os pesquisadores trabalharam com 23 espécies de abelhas sem ferrão. Algumas poucas já estavam presentes no meliponário (criadouro de abelhas sem ferrão) da FCFRP. Outras, Nunes teve que ir a campo coletar, no Brasil e também na Austrália. As colônias geralmente ficam em buracos de troncos ou dentro de troncos caídos na floresta. Foi preciso abrir os troncos, localizar as colônias e colocá-las dentro de caixas para transporte. “Apesar de não possuírem ferrão, elas sabem se defender. Mordem, depositam resina e algumas espécies expelem ácido fórmico em alta concentração”, disse Nunes. As 23 espécies estudadas foram divididas em três categorias: espécies nas quais as operárias são estéreis e nunca botam ovos (quatro espécies); espécies nas quais as operárias sempre botam ovos, mesmo na presença da rainha (14); e espécies nas quais as operárias botam ovos somente em colônias onde a rainha está ausente (três). Esta última categoria difere das outras pelo fato de as operárias responderem diante da presença da rainha com a não ativação de seus ovários. A pesquisa foi feita em duas frentes. Os pesquisadores primeiro procuraram entender como se deu a evolução do comportamento reprodutivo das operárias na presença ou ausência da rainha. Além disso, buscaram

descobrir qual ou quais seriam os compostos químicos responsáveis pela sinalização das rainhas às operárias. O comportamento reprodutivo das operárias de 21 espécies era conhecido da literatura científica. Das outras duas, Lestrimelitta limao e Plebeia mínima, Nunes e colegas estabeleceram no meliponário três colônias de cada. O comportamento das operárias férteis foi observado diariamente ao longo de três meses em presença da rainha nas colmeias. A seguir, retirada a rainha, o comportamento foi investigado por mais três meses. “Quando retiramos a rainha do ninho, as operárias começam a botar”, disse Nunes.

Castração química Com respeito aos feromônios, foram analisados os hidrocarbonetos cuticulares produzidos pela rainha. São os feromônios usados para a sinalização química com as operárias. Foram identificados 128 compostos químicos diferentes. “Os hidrocarbonetos cuticulares são feromônios ou sinalizadores químicos. São ceras não voláteis, não se dispersam no ar. Conseguimos mapear no corpo da rainha onde estão essas substâncias. Estão principalmente na cabeça. Daí se concluir que a sinalização química entre a rainha e as operárias férteis só pode ocorrer por contato físico entre elas”, disse Peporine Lopes. Nas três espécies nas quais isso foi observado, Friesella schrottkyi, Leurotrigona muelleri e Plebeia lucii, as operárias férteis passaram a botar ovos quando a rainha foi removida do ninho. “A conclusão a que se chega é que as operárias dessas espécies não foram castradas quimicamente pela rainha. A presença do sinal químico da rainha desestimula a ovulação das operárias”, disse Peporine Lopes. Nunes conta que a seguir foi mapeado esse comportamento reprodutivo das operárias ao longo da evolução, para saber como era o comportamento ancestral das abelhas sem ferrão. “Pudemos, com isso, inferir que a modulação da esterilidade das operárias em resposta ao feromônio da rainha [ou à presença e à ausência da rainha] evoluiu de modo independente ao menos três vezes, nas linhagens que resultaram nas espécies F. schrottkyi, L. muelleri e P. lucii”, disse. “O que eu acho importante neste trabalho é que ele vem estabelecer um contraponto na visão tradicional da castração forçada das operárias pela rainha. É por isso que conseguimos publicar em um periódico da Nature”, disse Peporine Lopes. Extraído de: Agência FAPESP – Divulgando a cultura científica, ago/2017


VOCÊ SABIA QUE...

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... Mona Lisa é a obra de arte mais fotografada no mundo? E que Leonardo da Vinci, seu criador, é considerado a síntese do homem renascentista? Genial pintor, escultor, engenheiro, arquiteto e cientista, Leonardo investigou diversos domínios da ciência e da arte, legando-nos amplas experiências e descobertas que ajudaram a formar o mundo contemporâneo. Como o próprio nome sugere, Leonardo nasceu em Vinci, próximo a Florença, na Itália, em 15 de abril de 1452. Desde cedo se dedicou ao desenho e às pinturas, trabalhando com o grande mestre Andréa del Verrocchio por uma década, antes de trilhar seu próprio caminho. Leonardo soube conciliar suas atividades artísticas com serviços, digamos assim, mais pragmáticos. A serviço de Ludovico Sforza, governador de Milão, desenvolveu vários projetos de engenharia militar, realizou estudos hidráulicos sobre os canais da cidade e, como diretor das festas promovidas pela corte, organizou competições, representações

e torneios, para muitos dos quais desenhou cenários e figurinos. Além disso, dedicou-se ao estudo da Anatomia, Botânica, Física, Geologia e Matemática. Nesse período, pintou algumas de suas obras-primas, como a primeira versão da Virgem dos rochedos e A última ceia. Numa época de intensas disputas políticas, Leonardo permanecia como um artista dos mais qualificados: projetou um palácio para Charles d’Ambroise, governador francês; esteve sob proteção de Giuliano de Médici, irmão do papa Leão X, época na qual aprofundou suas pesquisas ópticas e matemáticas. Depois da morte de Giuliano, em 1516, Leonardo foi para Ambroise, a convite de Francisco I, que o nomeou primeiro-pintor, engenheiro e arquiteto do rei. Leonardo voltou sua curiosidade para todos os campos do saber e da arte, e em cada um deles afirmou seu gênio. Um dos exemplos que ajudam a demonstrar a grandiosi­dade de Da Vinci é o fato de ele ter realizado pesquisas originais sobre os centros de gravidade – antecipando-se, desse modo, a Galileu. Detentor de uma perspicácia das mais afiadas,

Leonardo, a partir do voo dos pássaros, determinou os princípios da construção de um aparelho mais pesado do que o ar, capaz de voar com a ajuda da força do vento. Em seus arquivos encontram-se esboços de um aparelho bastante parecido com o helicóptero moderno e o esquema de uma asa-delta. Como resultado de suas atividades militares, projetou canhões, metralhadoras, carros de combate, pontes móveis e barcos, bem como estudos sobre estratégias de combate, o esquema de um submarino e bombardas (uma espécie de catapulta). Entre outras tantas atividades, como se não fosse o suficiente, antecipou-se aos urbanistas com seus projetos de cidades. Fonte: Nova enciclopédia Barsa.

POIS É, POESIA

Castro Alves (1847-1871) Abaixo – via a terra – abismo em treva! Acima – o firmamento – abismo em luz!

O voo do gênio À atriz Eugênia Câmara

Um dia, em que na terra a sós vagava

Pela estrada sombria da existência, Sem rosas – nos vergéis da adolescência, Sem luz d’estrela – pelo céu do amor; Senti as asas de um arcanjo errante Roçar-me brandamente pela fronte, Como o cisne, que adeja sobre a fonte, Às vezes toca a solitária flor. E disse então: “Quem és, pálido arcanjo! Tu, que o poeta vens erguer do pego? Eras acaso tu, que Milton cego Ouvia em sua noite erma de sol? Quem és tu? Quem és tu?” – “Eu sou o gênio”, Disse-me o anjo “vem seguir-me o passo, Quero contigo me arrojar no espaço, Onde tenho por c’roas o arrebol”. “Onde me levas pois?...” – “Longe te levo Ao país do ideal, terra das flores, Onde a brisa do céu tem mais amores E a fantasia – lagos mais azuis...” E fui... e fui... ergui-me no infinito, Lá onde o voo d’águia não se eleva...

“Arcanjo! arcanjo! que ridente sonho!” – “Não, poeta, é o vedado paraíso, Onde os lírios mimosos do sorriso Eu abro em todo o seio, que chorou, Onde a loura comédia canta alegre, Onde eu tenho o condão de um gênio infindo, Que a sombra de Molière vem sorrindo Beijar na fronte, que o Senhor beijou...” “Onde me levas mais, anjo divino?” – “Vem ouvir, sobre as harpas inspiradas, O canto das esferas namoradas, Quando eu encho de amor o azul dos céus. Quero levar-te das paixões nos mares. Quero levar-te a dédalos profundos, Onde refervem sóis... e céus... e mundos... Mais sóis... mais mundos, e onde tudo é [meu...” “Mulher! mulher! Aqui tudo é volúpia: A brisa morna, a sombra do arvoredo, A linfa clara, que murmura a medo, A luz que abraça a flor e o céu ao mar. Ó princesa, a razão já se me perde, És a sereia da encantada Sila. Anjo, que transformaste-te em Dalila, Sansão de novo te quisera amar!”

“Porém não paras neste voo errante! A que outros mundos elevar-me tentas? Já não sinto o soprar de auras sedentas, Nem bebo a taça de um fogoso amor. Sinto que rolo em báratros profundos... Já não tens asas, águia de Tessália, Maldições sobre ti... tu és Onfália, Ninguém te ergue das trevas e do horror.” “Porém silêncio! No maldito abismo, Onde caí contigo criminosa, Canta uma voz, sentida e maviosa, Que arrependida sobe a Jeová! Perdão! Perdão! Senhor, p’ra quem soluça. Talvez seja algum anjo peregrino... ... Mas não! inda eras tu, gênio divino, Também sabes chorar, como Eloá!” “Não mais, ó serafim! suspende as asas! Que, através das estrelas arrastado, Meu ser arqueja louco, deslumbrado, Sobre as constelações e os céus azuis. Arcanjo! Arcanjo! basta... já contigo Mergulhei das paixões nas vagas cérulas... Mas nos meus dedos – já não cabem – [pérolas – Mas na minh’alma – já não cabe – luz!...” Recife, maio de 1866.

Extraído de: Espumas flutuantes. In: Obras completas. Nova Aguilar, 1976.


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SERVIÇO DE VESTIBULAR Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG)

Período de inscrição: até dia 16 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Av. General Carlos Cavalcanti, 4 748 – Praça Santos Andrade – Ponta Grossa – PR – CEP: 84030-900 – Telefone: (42) 3220-3000. Requisito: taxa de R$ 141,00. Cursos e vagas: consultar site <www.cps.uepg.br/vestibular>. Exames: dias 10 e 11 de dezembro de 2017. Leituras obrigatórias: • Amar, verbo intransitivo – Mário de Andrade. • A morte e a morte de Quincas Berro D’água – Jorge Amado. • Livro sobre nada – Manoel de Barros. • O filho eterno – Cristóvão Tezza. • O ovo apunhalado – Caio Fernando Abreu.

Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) Período de inscrição: até dia 20 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua Sena Madureira, 1 500 – São Paulo – SP – CEP: 04021-001 – Telefone: (11) 3385-4101. Requisito: taxa de R$ 133,00. Cursos e vagas: consultar site <www.unifesp.br/reitoria/vestibular>. Exames: dias 14 e 15 de dezembro de 2017.

Universidade de Araraquara (Uniara) Período de inscrição: até dia 16 de outubro de 2017. Presencial ou via internet. Endereço da faculdade: Rua Carlos Gomes, 1  338 – Centro – Araraquara – SP – CEP: 14801-340 – Telefone: 0800-55-65-88. Requisito: taxa de R$ 25,00. Cursos e vagas: consultar site <www.uniara.com.br>. Exame: dia 21 de outubro de 2017.

Goiânia – GO – CEP: 74088-900 – Telefone: (62) 3201-5334/5335. Requisito: taxa de R$ 80,00. Cursos e vagas: consultar site <www.ueg.br>. Exame: dia 19 de novembro de 2017.

Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) Período de inscrição: até dia 06 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Av. Madre Benvenuta, 2  007 – Itacorubi – Florianópolis – SC – CEP: 88035-001 – Telefone: (48) 3321-8000. Requisito: taxa de R$ 110,00. Cursos e vagas: consultar site <www.vestibular.udesc.br>. Exame: dia 26 de novembro de 2017. Leituras obrigatórias: • Lucíola – José de Alencar. • Manuel Bandeira – Francisco de Assis Barbosa. • Nós – Salim Miguel. • Um lugar na janela 2: Relato de viagens – Martha Medeiros. • Valsa n o 6 – Nelson Rodrigues.

Faculdade São Leopoldo Mandic (SLMandic) Período de inscrição: até dia 18 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua José Rocha Junqueira, 13 – Ponte Preta – Campinas – SP – CEP: 13045-755 – Telefone: (19) 3211-3600. Requisito: taxa de R$ 150,00 para Odontologia e de R$ 300,00 para Medicina. Cursos e vagas: consultar site <www.slmandic.edu.br/vestibular>. Exame: dia 22 de outubro de 2017.

Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo (FCMSC-SP)

Período de inscrição: até dia 04 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Campus Reitor João David Ferreira Lima, s/n – Trindade – Florianópolis – SC – CEP: 88040-900 – Telefone: (48) 3721-9000. Requisito: taxa de R$ 125,00. Cursos e vagas: consultar site <www.vestibular2018.ufsc.br>. Exames: dias 09 a 11 de dezembro de 2017.

Período de inscrição: até dia 16 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua Doutor Cesário Motta Júnior, 61 – Vila Buarque, São Paulo – SP – CEP: 01221-020 – Telefone: (11) 3367-7700. Requisito: taxa de R$ 250,00. Cursos e vagas: consultar site <www.vunesp.com.br>. Exames: dias 02 e 03 de novembro de 2017.

Universidade Estadual de Goiás (UEG)

Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP)

Período de inscrição: até dia 10 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua 82, 400 – Palácio Pedro Ludovico Teixeira

Período de inscrição: até dia 10 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua Itapeva, 432 – Bela Vista – São Paulo – SP –

Jornal do Vestibulando

CEP: 01332-000 – Telefone: 0800-770-0423. Requisito: taxa de R$ 75,00 até 11 de agosto de 2017, após esta data, taxa de R$ 150,00. Cursos e vagas: consultar site <www.fgv.br/processoseletivo>. Exames: • Administração de Empresas: dia 03 de dezembro de 2017. • Direito: __ 1a Fase: dia 29 de outubro de 2017 e dia 02 de novembro de 2017. __ 2a Fase: dias 04 a 08 de dezembro de 2017. • Economia: __ 1a Fase: dia 19 de novembro de 2017. __ 2a Fase: dia 10 de dezembro de 2017.

Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp) Período de inscrição: até dia 11 de novembro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Av. Brg. Faria Lima, 5 416 – Vila São Pedro – São José do Rio Preto – SP – CEP: 15090-000 – Telefone: (17) 3201-5700. Requisito: taxa de R$ 165,00. Cursos e vagas: consultar site <www.vunesp.br>. Exames: dias 11 e 12 de dezembro de 2017.

Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG) Período de inscrição: até dia 31 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Av. Amazonas, 5 253 – Nova Suiça – Belo Horizonte – MG – CEP: 30480-000 – Telefone: (31) 3319-7033. Requisito: taxa de R$ 70,00. Cursos e vagas: consultar site <www.copeve.cefetmg.br>. Exame: dia 03 de dezembro de 2017. Leituras obrigatórias: • Eu e o silêncio do meu pai – Caio Riter.

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp) Período de inscrição: até dia 09 de outubro de 2017. Via internet. Endereço da faculdade: Rua Quirino de Andrade, 215 – Centro – São Paulo – SP – CEP: 01049-010 – Telefone: 5627-0245/7036. Requisito: taxa de R$ 170,00. Cursos e vagas: consultar site <www.vunesp.com.br>. Exames: • 1a Fase: dia 15 de novembro de 2017. • 2a Fase: dias 17 e 18 de dezembro de 2017.

Jornal ETAPA, editado por Etapa Ensino e Cultura REDAÇÃO: Rua Vergueiro, 1987 – CEP 04101-000 – Paraíso – São Paulo – SP


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