Progressão automática no meu ponto de vista. Evandro de Jesus Acredito eu que se através da progressão dita automática for capaz de dar ao aluno tempo para alcançar a maturação, que por vários fatores não se derem no tempo esperado para acontecer segundo a teoria do desenvolvimento de Jean Piaget. Piaget divide os períodos do desenvolvimento humano de acordo com o aparecimento de novas qualidades do pensamento, o que, por sua vez, interfere no desenvolvimento global. • 1º PERÍODO: SENSÓRIO-MOTOR (0 A 2 ANOS) • 2° PERÍODO: PRÉ-OPERATÓRIO (2 A 7 ANOS) • 3º PERÍODO: OPERAÇÕES CONCRETAS (7 A 11 OU 12 ANOS) • 4º PERÍODO: OPERAÇÕES FORMAIS (11 OU 12 ANOS EM DIANTE) Segundo Piaget, cada período é caracterizado por aquilo que de melhor o indivíduo consegue fazer nessas faixas etárias. Todos os indivíduos passam por todas essas fases ou períodos, nessa sequencia, porém o início e o término de cada uma delas dependem das características biológicas do indivíduo e de fatores educacionais, sociais. “Portanto, a divisão nessas faixas etárias é uma referência, e não uma norma rígida”. Assim racionalizando a progressão automática é preciso compreender que cada aluno poderá estar desenvolvido nas questões de competência e habilidades em um tempo diferente daquele que gostaríamos. E não adianta querer fazer prevalecer muito conteúdo para atingir metas ou padrões que não fazem parte da realidade do educando isto levando-se em consideração o meio, a cultura familiar e comunitária, fatores intrínsecos ou extrínsecos. E Também outro Teórico Philippe Perrenoud no seu livro: Dez novas competências para Ensinar afirma que: "O oficio de professor está se transformando: trabalho em equipe e por projetos, autonomia e responsabilidades crescentes, pedagogias diferenciadas, centralização sobre os dispositivos e as situações de aprendizagem" Eu entendo que precisamos enquanto educadores quer sejamos professores ou pedagogos precisamos rever nossa pratica educacional e fugir dos modelos tipo formula pronta, dai a necessidade de estarmos em frequente aprendizagem (educação continuada). Para oferecer ao educando valores que realmente lhes serão uteis na vida, como dizia Paulo Freire: “Não basta saber ler que Eva viu a uva. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.” Ou seja, o que estamos ensinando? Pra que e para quem? Porque ensino? Que sujeito se pretende formar? Na maioria das vezes as reprovações continuadas acabam por criar desanimo nos educandos e tal situação lança muitos para fora da escola e muita gente diz: lugar de criança é na escola! Será mesmo? Assim é melhor eles ficarem dentro da escola aonde poderemos procurar ensina-los muito mais que o simples letramento. Tenho vivenciado alunos que não tem qualquer base educacional, social na própria família, isso quando a família não é desmantelada. Aqui na escola Municipal Jardim Ipitangas em Saquarema/RJ, na qual atuo como orientador educacional tenho atendido avós, tias e até terceiros que não fazem parte do grupo consanguíneo da criança, que são responsáveis por crianças rejeitadas pelos próprios pais. E o maior problema que encontro são com estas crianças porque elas se mostram desmotivadas, muitos não querem escrever ou fazer qualquer atividade porque sentem falta dos pais. Nós trabalhamos muito a afetividade neles, mas muito são fechados e arredios, em alguns casos acionamos o Conselho Tutelar para garantir seu direito de viver em família, mas é muito complicado. Assim entendo que a escola precisa abraçar esta causa e fazer o Maximo para reter o aluno dentro de seus muros. Eu tenho visto mudanças de comportamentos através das trocas e convivência com a comunidade escolar. E quanto a progressão automática é um meio de termos mais tempo de trabalhar com o aluno em todos os aspectos não só no nível conteudista. Em: 28/04/2013. Dom as 19h e 40min.