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6ª Revisão da Escola de Pais do Brasil – Região Sul – PR, SC e RS
Período: entre 27 e 29 de setembro de 2019 Tema: “Tempo de reflexão e reestruturação para provocar mudanças e desenvolvimento.”
FOTOS: DIVULGAÇÃO
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Mais um momento único de reunião dos membros da nossa querida EPB, Região Sul do Brasil, ocorreu no litoral do Paraná, na linda praia de Caiobá.
Local: SESC Caiobá – Matinhos – PR Presentes: 280 pessoas
O primeiro trabalho apresentado foi da Mestra em Educação Jane Patrícia Haddad de MG, formada em psicopedagogia e psicanálise.
Ela discorreu sobre o tema: Família – Quem Está no Controle? Ela iniciou questionando a todos: Eu quero que os filhos sejam felizes? Porém a felicidade é uma conquista diária, não é dada pelos pais. E é de “dentro para fora”. Para alcançar a felicidade nossos filhos terão que retirar do seu interior as virtudes para sua vida adulta e a autoridade dos pais tem a ver com relação de confiança. Portanto não dá para ser feliz o tempo inteiro, é preciso ter regras para ter disciplina. A bússola da criança é o olhar do adulto, por isso a palavra chave é “acolher”.
Na época atual, estamos migrando de um mundo sólido para um mundo líquido. No mundo líquido não temos mais modelos definidos, tudo é muito virtual, informal etc.
Estamos no mundo NBIC: nanotecnologia, biotecnologia, tecnologia da informação, e ciências cognitivas.
Ela questiona também: porque nossos jovens não param para nos ouvir? Será que não temos nada para falar a eles? No mundo deles, tudo é urgente (celular) menos a relação humana. Lidar com o mundo contemporâneo é entender as incertezas e a inovação.
Atualmente temos a seguinte relação: Verdade => Certezas temporárias Inteligência Q.I. => Inteligência Espiritual Treinamento => Experiências
A vida é uma constante negociação entre o desejado e o possível. Porém, para nossos jovens é difícil adiar o prazer. O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila.
Ela finalizou sua apresentação com uma frase retumbante: “Quando a gente pensa que tem todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas”.
Afinal onde está o controle? O controle está em prestar atenção, assim a grande busca no seio familiar é encontrar o equilíbrio.
Depois Bruna Detoni, psicóloga e mestra em psicologia social. apresentou a palestra:
O Exercício da Parentalidade em Participantes dos Círculos da EPB
Ela apresentou o seu brilhante trabalho de mestrado realizando uma pesquisa com os participantes dos nossos círculos, em Florianópolis-SC, em parceria com a UDESC. Foram entrevistadas 386 pessoas entre janeiro e abril de 2019, a pesquisa apresenta grau de confiança de 95%.
Valéska Machado da Silva Walber, psicóloga e Representante Nacional da EPB no RS. Apresentou o tema: Famílias Disfuncionais com Filhos na Adolescência
Ela nos colocou que tudo o que somos traz a marca das gerações anteriores, de pais, avós e bisas. A família é um sistema composto por subsistemas, tais como: o casal, os pais e filhos, os tios e primos, etc. Sobre adolescência, comentou que adolescer é crescer, e que os adolescentes possuem duas tarefas importantes:
1) Estabelecimento de autonomia em relação aos seus pais; 2) Manutenção de um vínculo com os mesmos pais.
Portanto um processo difícil por ser contraditório, aí ela questiona pertinentemente: Nós pais conseguimos “autorizá- -los” nesse processo?
A adolescência traz uma nova definição dos filhos dentro da família.
Ela nos mostra dois tipos de famílias, as funcionais, que funcionam “bem” e as disfuncionais que são famílias tóxicas, com comportamentos prejudiciais, que não respeitam a individualidade. Nessas famílias disfuncionais os mitos são rigidificados. Essas famílias disfuncionais podem ser moderadas, onde por exemplo, há pouca ou nenhuma satisfação sexual, há crises rotineiras, porém a família ainda é importante e há senso de coletividade. Já nas disfuncionais crônicas há um padrão dominante e controlador (algum membro). O casal não possui intimidade e o membro submisso coliga emocionalmente com pessoas de fora, parentes, amigos etc. Nessas famílias a decisão não é compartilhada e não há senso de coletividade.
Para finalizar a Jane Haddad retornou com o tema Educar no Século XXI: Um convite em Aberto.
Nesse tema ela nos chama para “preparar nossos filhos para a incompletude: a vida será sempre insatisfatória, o que há são satisfações parciais. E citou um exemplo real
onde uma mãe levou uma filha de 19 anos para tratamento terapêutico por apresentar mais agressividade, talvez pela separação recente do casal. Quando conversou em separado com a mãe, percebeu (até na roupa provocativa) o comportamento de uma jovem ainda adolescente. Já quando atendeu a jovem, percebeu um comportamento maduro, de mulher, dizia ela: “Eu até entendo minha mãe querer ter experiências novas, já que se separou de meu pai, mas... no meu churrasco ela ficar com meu colega de aula! Aí é de mais né??”. Daqui tiramos nossas próprias conclusões.
Resumo elaborado pelos casais: Clair e Sidnei Cunico - Seccional Caxias do Sul Liete e Marcílio Araújo - Seccional São Marcos