Coleção os impressionistas renoir

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' 'O homem vive e morre no que vê, mas vê apenas aquilo que sonha.'' Paul Valéry

ierre-Auguste Renoir nasceu em Limoges, França, em 25 de fevereiro de 1841. O pai, Léonard Renoir, era alfaiate e a mãe, Marguerite, costureira. Embora artesãos de classe média, que não chegavam a ser pobres, cada cêntimo era ganho com diligente esforço. Na esperança de prosperar, Léonard mudou-se para Paris com a família quando Pierre-Auguste tinha três anos. Aos sete, o garoto ingressou numa escola dirigida pelos Irmãos Cristãos, onde aprendeu leitura, escrita, aritmética e rudimentos de música, pela qual revelava certo pendor. Como também mostrasse interesse por desenho, o pai tirou-o da escola para colocá-lo como aprendiz numa firma de decoração de porcelana chamada Irmãos Lévy. Ali ele passou quatro anos pintando rosas em pratos e buquês de flores em bules de chá, motivos Luís XVI na tradição de Limoges, sua região natal. Em 1858, ano do início da Segunda República e época de grande mudança social, a Irmãos Lévy cessou as atividades: com os métodos industriais introduzidos no ramo da porcelana, a máquina começava a substituir artesãos. Renoir foi trabalhar então para certo M. Gilbert, pintor de temas religiosos para missionários. Pintava madonas e retratos de santos em tiras de tela que os missionários iriam desenrolar e pendurar em toscas igrejas. Vivia bem com o que lhe rendia esse trabalho. Em pouco tempo já tinha economias que o animaram a tentar o que vinha sonhando: candidatou-se a uma vaga na École dês Beaux-Arts e foi aprovado — 68° entre oitenta — no exame de admissão ao pe/íodo letivo do verão de 1862. Matriculou-se nos estúdios de Émile Signol e Marc-Charles-Gabriel Gleyre. Os professores da École dês Beaux-Arts mal o notaram, mas Renoir conheceu ali outros jovens artistas, como Claude Monet, Frédéric Bazille e o inglês Alfred Sisley, com os quais faria íntima amizade. Nessa época o mundo da arte vivia um tumulto. Em 1863 Manet tinha pintado Déjeuner sur 1'herbe ("almoço na relva") e, em 1865, Olympia. Renoir e os amigos agruparamse em torno de Manet no movimento já conhecido então como impressionismo. O nome, quase irônico, fora inventado quando Monet apresentou Impressão: Sol Nascente, na Exposição de Artistas Independentes, aberta em abril de 1874 no estúdio do fotógrafo Nadar. Ciente de que suas concepções de arte eram muito diferentes das dos professores, em 1863 Renoir deixou a Éco-

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Banhista, Musée du Louvre, Paris.


le de Beaux-Arts, seguido por amigos, e foi pintar ao ar livre na floresta de Fontainebleau. Ali conheceu Gustave Courbet, que influiria em seu trabalho, e também Diaz de La Pena, que um dia lhe disse: "Pintor de respeito jamais pega o pincel sem ter o modelo à sua frente". Segundo Edouard, irmão de Renoir, "essas palavras ficariam para sempre em sua memória". Mochila às costas, Renoir visitou com freqüência a floresta de Fontainebleau, até a eclosão da guerra francoprussiana. Hospedava-se com Pai Paillard, no Albergue do Cavalo Branco, em Chailly-en-Bière, ou com Mãe Anthony, em Marlotte, ou desfrutava a hospitalidade generosa de seu amigo e colega pintor, Jules Lê Coeur. Na casa de Lê Coeur, Renoir conheceu Lise Tréhot, irmã mais jovem de Clémence, a encantadora amante de Jules. Em pouco tempo Lise passou a ser seu modelo preferido: nos anos seguintes, Renoir pintaria mais de vinte retratos dela. Entre estes, Diana e Mulher com Sombrinha, em 1867; A Jovem Cigana, em 1868; e Odalisca, ou Mulher de Argel, em 1870, esta uma tela grande, digna de Delacroíx, com Lise em extravagante roupa oriental. No último retrato, de 1872, ela olha com ternura um periquito pousado em sua mão, à frente de uma gaiola aberta. Em 24 de abril de 1872 Lise desposou o jovem arquiteto Georges Brière de 1'Isle e, a partir de então, nunca mais reviu o pintor. Nos primeiros retratos dela, Renoir usava técnica tradicional, com esquema cromático um tanto escuro, tintas mescladas com suavidade e esbatimentos que deixavam transparecer o fundo aplicado à tela. Mas em Mulher com Sombrinha e A Jovem Cigana ele recorreu a meios mais modernos, que prenunciavam a técnica de Lê Moulin de Ia Galette: esboçou o motivo diretamente na tela nua, usou ocre e vermelhão. e substituiu com azuis os tons de terra dos retratos anteriores. Tornara-se adepto das cores brilhantes, que achava mais apropriadas para exprimir os efeitos da luz ao ar livre. Durante esse período Sisley compartilhava com ele seu estúdio em Porte Maillot. Quando Sisley se casou, Renoir mudou-se para a casa de Frédéric Bazille, primeiro na Rue Visconti e depois no n° 9 da Rue de Condamine, distrito de Batignolles. Foi ali que pintou um atraente retrato de seu anfitrião. Bazille aparece sentado à frente de seu cavalete, chinelos vermelhos, cotovelos nos joelhos, olhos fixos na natureza-morta que está pintando. Também na casa de Bazille, Renoir conheceu Edmond Maitre, diletante de Bordéus que o apresentaria a artistas e escritores. Ele e Maitre foram muitas vezes juntos ao Café Guerbois, na Grand-Rue dês Batignolles, para encontrar Edouard Manet, velhos amigos da Beaux-Arts, ou o romancista Émile Zola e seu amigo, Paul Cézanne. Em 1870 Napoleão III declarou guerra à Prússia. A invasão prussiana surpreendeu Renoir numa época de profundo envolvimento com o trabalho, mas ele se alistou com presteza no 10° Regimento de Cavalaria. Depois de algum tempo aquartelado em Tarbes, foi transferido para Libourne, onde adoeceu. Deu baixa em 1871 e voltou a Paris. O desastre dos franceses em Sedan, no dia 2 de setembro, levou à queda do Segundo Império e à proclamacão da Terceira República. O sítio de Paris o privava de notícias dos amigos. Monet e Pissarro tinham ido para a Inglaterra. E Bazille, que se alistara no 3° Regimento de Zuavos, morreu em novembro de 1871, mas Renoir só veio a saber disso tempos depois. Em janeiro de 1872, ainda isolado em Paris, Renoir conheceu Paul Durand-Ruel, marchand de uma galeria da Rue Laffitte, que lhe comprou por 200 francos Pont

dês Arts e o Instituto. Com tanta confiança nos impressionistas, Durand-Ruel associaria sua carreira às deles, pois os apoiou até alcançarem reconhecimento e fama. Nessa época Renoir estava terminando Mulheres Parisienses Vestidas como Argelinas, composição de grandes proporções, que exibiu com sucesso no Salão de 1872 e que inclui, pela última vez, as feições encantadoras de Lise Tréhot. Em setembro de 1873 o pintor alugou um sótão no n° 35 da Rue SaintGeorges, em Montmartre, onde começou dois quadros hoje famosos: O Camarote, que mostra um casal em camarote de teatro, e A Bailarina. Exibiu-os de 15 de abril a 15 de maio de 1874 na primeira exposição coletiva dos impressionistas (que na época constituíam a Sociedade Anônima Cooperativa de Artistas Pintores, Escultores e Gravadores) e fez uma exposição alternativa ao Salão oficial, na galeria parisiense do fotógrafo Nadar. As mostras não alcançaram sucesso. "O público afluiu", conta Durand-Ruel em suas memórias, "mas com evidente preconceito, e viu nesses grandes artistas homens ignorantes e presunçosos tentando chamar atenção para suas excentricidades. A opinião pública voltou-se contra eles: hilaridade, desprezo e até indignação generalizaram-se em todos os círculos; os estúdios, salões e mesmo os teatros passaram a ser ridicularizados.'' Ainda assim, Renoir conseguiu vender O Camarote a um marchand, Pai Martin, por 425 francos. Pintores independentes costumavam reunir-se no Café La Nouvelle Athènes, na Place Pigalle. Ali Renoir encontrava seus amigos e também jovens pintores como Franc-Lamy, Norbert Goetneutte e Frédéric Corday,- além de um funcionário do Ministério das Finanças, Georges Rivière, seu futuro biógrafo. Na esperança de resolver dificuldades financeiras, Renoir, Monet, Sisley e Berthe Morisot decidiram organizar a venda de pinturas impressionistas em 24 de março de 1875, no Hotel Drouot. Completo fiasco. Albert Wolff chamou-os, no Lê Figaro, de "macacos com pincéis nas mãos". Vinte telas de Renoir renderam-lhe miseráveis 2.251 francos. Ainda assim, o evento trouxe certo benefício, pois nele conheceu um funcionário da alfândega, Victor Chocquet, que viria a ser seu mais forte apoio na época. Renoir pintou vários retratos da família de Chocquet e vendeu-lhe vários outros quadros. Em abril de 1875 Renoir vendeu La Promenade (“o passeio”) por 1.200 francos. Animado, alugou na Rue Cortot, n? 12, em Montmartre, dois cômodos de sótão e, no mesmo prédio, um velho estábulo que usava como estúdio. Atrás do estábulo havia um plácido jardim onde Renoir pintou retratos da atriz Henriette Henriot, da jovem modelo Nini Lopez e de Claude Monet. Na primavera de 1876, esboçou várias telas grandes em dependências do Moulin de Ia Galette: A Árvore, Nu ao Sol, O Balanço e o famoso Lê Moulin de Ia Galette ("o moinho da massa folhada"). No topo da Colina Montmartre, junto à Rue Lepic, entre jardins e campos de como era então o bairro, havia um galpão quadrado entre dois velhos moinhos de vento, com plataforma para orquestra e, ao lado, amplo jardim sombreado. Era o salão de dança do Moulin de Ia Galette, gerenciado por certo M. Debray e seu filho. Ali vinham dançar moradores de Montmartre, nas tardes de domingo e feriados. Renoir planejou captar um desses eventos populares numa grande composição. O resultado foi uma tela radiante, que exprime a atmosfera de todo um período. Gustave Caillebotte, amigo de Renoir e também pintor, não hesitou em comprá-la. Apresentada na terceira coletiva dos impressionistas, Lê Moulin de Ia Galette recebeu elogio de Georges Rivière


na primeira edição de L'Impressionista (Paris, 1877): "É uma página da História, um momento precioso e estritamente preciso da vida parisiense. Sua ousadia a destina ao sucesso que merece". Nesse período Renoir dedicou-se à expressão poética de efeitos de luz, tanto em seus nus quanto em figuras ao ar livre. Misturava cores na paleta e trabalhava com esbatimentos, a técnica de O Camarote e A Bailarina. Mas, a partir de 1876, passou a justapor na tela pequenos toques de pincel em diferentes cores. Por efeito de óptica, os pontos pareciam fundir-se em áreas homogêneas, mas sem perderem suas vibrantes qualidades. Em setembro de 1876, depois de terminar Lê Moulin de Ia Galette, Renoir hospedou-se por três semanas na casa de Alphonse Daudet, na orla da floresta de Champrosay, e ali pintou um retrato da jovem esposa do romancista. De volta a Paris, apresentaram-no ao rico editor Georges Charpentier, que comprara O Pescador na venda de 27 de março de 1875 e queria conhecer pessoalmente o autor. Tornou-se convidado habitual às recepções de Madame Charpentier, nas quais encontrava políticos como Gambetta e Jules Ferry, o escritor Émile Zola, Edmond de Goncourt e Théodore de Banville. O casal Charpentier encomendou a Renoir um retrato de seus filhos, Paul e Georgette, depois um de Madame Charpentier com seu filho, sua filha, e o cão, Porto, no salão japonês da casa de cidade da família. Graças à influência do editor, o quadro foi exposto com grande sucesso no Salão. Em fevereiro de 1880, na leiteria de Madame Camille, onde costumava fazer refeições, Renoir conheceu Aline Charigot, jovem chapeleira de vinte anos. Como o ateliê do pintor ficasse perto do apartamento onde ela vivia com a mãe, Aline muitas vezes ia posar para ele. Na amizade amadureceu o amor. Aos domingos, era comum irem os dois a La Grenouillère ou a Chatou, perto da Ponte de Croissy, estalagem do Pai Fournaise, cuja filha, Alphonsine, posara para um retrato pintado por Renoir no ano anterior. No mesmo cenário, onde já pintara Aline vestida de vermelho, Renoir planejava agora uma tela grande, que teria por motivo uma festa a bordo. Fez então o esboço de O Almoço dos Remadores, o fim de uma animada festa. No primeiro plano, à esquerda, está Aline, com chapéu florido, espichando o pescoço na direção de seu pequinês; pouco atrás vemos Alphonsine, que se apoia na amurada e, ao fundo, Paul Lhote. Renoir terminou o quadro em seu estúdio, no inverno de 1880-81. Em fevereiro de 1881, num momento de crise artística e desejoso de "renovar a visão", Renoir decidiu abruptamente viajar com Corday à Argélia; Lestringuez e Lhote seguiriam depois. Em 4 de março Renoir escreveu a Théodore Duret: "Quero ver como é a terra do sol. Estou sem sorte, pois quase não há sol agora. Mas assim mesmo o lugar é exótico, riqueza natural extraordinária". Passou um mês em Argel, que voltou a visitar no ano seguinte. Nessas estadas pintou Bananal e A Ravina da Mulher Selvagem, além de estudos dos tipos árabes na Casbá e alguns esboços de paisagens. Entre uma viagem e outra à Argélia, decidiu conhecer a Itália. Não gostou de Milão, mas entusiasmou-se com as cores de Veneza, onde pintou uma vista da Praça de São Marcos e gondoleiros do Grande Canal. Depois de ver Madonna della Sedia, de Rafael, no Palazzo Pitti, em Florença, seguiu para Roma "para ver os rafaéis" do Vaticano, razão principal da viagem. "São verdadeiramente excelentes", escreveu ele a Durand-Ruel, "eu deveria tê-los visto

antes, tão cheios de cultura e sabedoria. Diferente de mim, ele não buscava o impossível, mas é muito lindo." Em dezembro, Pompéia intensificou sua excitação artística e o incentivou a prosseguir na pesquisa: ''Sinto-me um escolar com uma folha de papel em branco diante de si, na qual ele deve escrever com capricho. De repente, bum! Um borrão. Ainda estou lutando com esses borrões e já tenho quarenta anos!'' Visitou Nápoles e depois, numa breve estada em Capri, pintou A Banhista Loura, nu de mulher banhado pelo sol. Seguiu então para a Sicília. Seu amigo Lascoux, amante da música, encomendara um retrato de Richard Wagner, que então estava dando últimos retoques à ópera Parsifal, em Palermo. Renoir retratou o grande compositor em 35 minutos. Diante da tela ainda úmida, Wagner exclamou: "Ah! Ah! Pareço um pastor protestante!" Após uma estada em L Estaque, onde reencontrou Cézanne, Renoir voltou a Paris; lá o esperava Aline, com quem ele passou a morar a partir da primavera de 1882. A viagem à Itália deixou marcas. Murais de Pompéia e tesouros arqueológicos revelaram-lhe a arte dos antigos. Perturbado por tais descobertas, Renoir passou a estudar desenho ansiosamente e pesquisar a forma com obsessão. Ninfas Banhando-se, um baixo-relevo em chumbo, de Girardon, que adorna a Allée dês Marmousets nos jardins de Versalhes, chamou sua atenção e deu-lhe motivo para uma grande composição, sobre a qual ele vinha pensando desde seu retorno da Itália. O quadro representaria um jocoso grupo de banhistas, algumas sentadas à margem do rio, outras de pé na água. Porém, com as economias em vias de esgotar-se, por enquanto ele teria de voltar à bem remunerada pintura de retratos. Pintou os cinco filhos de Durand-Ruel e, para o mesmo marchand, outra versão de A Banhista Loura, que Durand-Ruel logo vendeu a Paul Gallimard. Esboçou ainda duas grandes composições de figuras sobre o tema da dança, as quais marcaram o início do que ele chamou de sua "maneira rude", o período Ingres. Seu modo de pintar de fato passava por mudança. Ele próprio escreveu a Âmbroise Vollard: ' 'Por volta de 1883, um tipo de descontinuidade ocorreu em minha carreira. Eu chegara ao fim com o impressionismo e vim a perceber que não sabia pintar nem desenhar. Numa palavra, eu tinha chegado a um beco sem saída". Enquanto isso, aos poucos ia tomando forma a versão grande de As Banhistas. Renoir fez exaustivos estudos preparatórios da obra em craiom e sangüínea, assim como vários croquis a óleo. Em 1° de janeiro de 1886, Berthe Morisot visitou o ateliê do pintor e anotou: "Seria interessante mostrar todos esses estudos ao público, que em geral supõe que os impressionistas trabalham a toda velocidade. Não creio que se possa trabalhar mais a forma de um desenho. Essas mulheres nuas entrando no mar me deliciam tanto quanto as de Ingres. Renoir me diz que o nu é, para ele, uma das mais indispensáveis formas de arte''. Renoir só completaria essa tela em 1887. O ar livre já não o atraía, pois achava que o excesso de luz comprometia a forma e o conjunto; o que ele buscava agora eram linhas, composição, volume e espaço, a estrutura das coisas. Ele e Monet queimaram algumas telas que ambos tinham produzido no período anterior e Renoir passou a pintar apenas no ateliê. "Ao ar livre", escreveu ele a Âmbroise Vollard, "há mais variedade de luz do que na iluminação do estúdio, que é sempre a mesma. Mas, justamente por essa razão, lá fora ficamos tão empolgados pela luz que não damos atenção suficiente à composição. Ou seja, não chegamos a ver o que fazemos."


Em 1884, quando Aline esperava seu primeiro filho, o artista decidiu mudar-se para novo ateliê, na Rue Lavai n° 17 (hoje Rue Victor Massé), e para outro apartamento, este na Rue Houdon n° 18; nesse endereço nasceu-lhes o primeiro filho, Pierre. A partir daí, Renoir dedicou-se por inteiro à vida familiar; seus modelos favoritos passariam a ser a mulher e os filhos. Jean Renoir descreveu esse período, num livro que escreveu sobre seu pai: ' 'Mais importante do que teorias, penso, foi a transição de Renoir da vida de solteiro para a de um homem casado. Inquieto, incapaz de permanecer em um mesmo lugar, ele inesperadamente podia tomar um trem com vaga esperança de aproveitar a luz branda de Guernesey ou perder-se nos róseos reflexos de Blida. Uma vez fora da Rue dês Gravilliers," esquecia a palavra 'lar'. Então, de repente, ele se viu num apartamento com esposa: refeições a horas certas, cama feita, meias remendadas. E a essas bênçãos logo se acrescentaria outra, a de um filho. A chegada de meu irmão Pierre operaria grande revolução na vida de Renoir. Todas as teorias ouvidas na Nouvelle Athènes foram suplantadas por uma covinha na coxa de um recém-nascido". Entre 1885 e 1886 Renoir pintou diferentes versões da maternidade, todas intensas e cheias de encanto, confirmadoras da nova orientação de sua arte. Mãe e filho são o motivo de numerosos quadros, pastéis, desenhos a sangüínea, craiom e bico-de-pena. Renoir gostava tanto do tema que, mesmo trinta anos mais tarde, em 1916, ele pediria ao escultor Richard Guino uma peça na qual Aline aparece amamentando Pierre no jardim de Essoyes. Em abril de 1888 Renoir pintou as três filhas do poeta Catulle Mendes agrupadas em volta de um piano. Encomenda mal paga, mas Renoir então já podia contar com as compras de outros marchands. Além de Durand-Ruel, na época empenhado em montar seu negócio nos Estados Unidos, havia Georges Petit, Boussod, Valladon e a influente firma de Knoedler. Durante o verão de 1888, o artista passou algum tempo à margem do Sena em Argenteuil, em Bougival, ou em PetitGenevilliers, com seu amigo Caillebotte. Ali pintou nus, banhistas, Menina com as Espigas e três variações do tema de Menina Carregando uma Cesta de Flores. La Coiffure ("o penteado"), uma de suas composições "rudes", que mostra uma jovem arranjando o cabelo após o banho, também pode datar desse mesmo período. Em 1889, como parte das celebrações do centenário da Revolução Francesa, abriu-se em Paris a Feira Mundial e Eiffel construiu no Champ-de-Mars a torre que leva seu nome. Para Renoir, esse ano marca o início do período "iridescente". O pintor rompia com seu prévio período "ingresco", preciso e linear. Embora retivesse incomparável senso de volume e de formas plenas, recuperava agora a liberdade da juventude. Durante breve estada em Essoyes, terra natal da esposa, Renoir pintou diferentes versões de A Vendedora de Maçãs. Berthe Morisot e o marido, Eugène Manet, irmão de Édouard, hospedaram-no numa casa que tinham alugado em Mézy, perto de Meulan. Usando modelos cedidos por Berthe, ele pintou Duas Meninas Colhendo Flores e No Prado, ou Colhendo Flores. Mas não foi além com esses temas; a partir de 1890 dedicou-se quase exclusivamente a nus e retratos. Com brancos, rosas e meias-tintas, que dão certo lustro perolado aos quadros, pintou em 1890 Meninas com Chapéu Charlotte e Duas Irmãs Lendo; a essas obras seguiram-se Banhista Sentada numa Pedra, de 1892, e, em 1894, Moças â Beira-Mar e variações do tema Ao Piano.

No apogeu da carreira, por volta de 1890, Renoir passou a sofrer de reumatismo, doença cruel que não lhe daria trégua. Na esperança de achar alívio para a dor, decidiu mudar-se para o sul da França. Em 1903, depois de algum tempo passado em Magagnosc e Lê Cannet, alugou um espaçoso apartamento na Maison de Ia Poste, em Cagnes. De suas janelas avistava a cidade e arredores banhados pelo sol de Provença, as cores quentes sobressaídas pela proximidade do mar. Apesar das maravilhas naturais que o cercavam, os temas favoritos de Renoir continuavam a ser a esposa e os filhos: Pierre, Jean — o futuro cineasta, nascido em 15 de setembro de 1894 — e Claude, apelidado "Coco", que nasceu em 1° de agosto de 1901, quando o pai já tinha sessenta anos. De 1907 a 1910 Renoir pintou vários retratos de Gabrielle, jovem camponesa de Essoyes contratada para assistir Aline após o nascimento de Jean. A partir de então, Gabrielle passara a ser parte da família e também, por muitos anos, modelo favorito do pintor. Gabrielle com os Seios Nus, de 1907, e Gabrielle com Jóias diante do Espelho, de 1910, ilustram experimentos com figuras. Renoir gostava de ir a um lugar chamado Lês Collettes, perto de Cagnes, numa caleche conduzida por Baptistin. Havia ali grandes oliveiras e esplêndida vista do mar, até o Cap d’Antibes, ou mais longe, até a serra de Estérel. Em 28 de junho de 1907, seis anos depois de ter mudado para o sul da França, Renoir comprou Lês Collettes, com seus dois hectares e meio de oliveiras, nespereiras, laranjeiras, e pequeno vinhedo. Como a propriedade tivesse apenas uma casa, Renoir mandou construir uma grande morada de pedra, com ateliê no pavimento superior. O olival logo se tornou fonte infalível de renovada inspiração. Nesse tempo Renoir começou a estudar a Antigüidade. "Que admiráveis criaturas eram aqueles gregos!", disse ele ao poeta Gasquet. "Viviam tão felizes que imaginavam os deuses vindo à terra para achar seu paraíso e o verdadeiro amor. Sim, a terra era o paraíso dos deuses, e isto é o que eu quero pintar." Em 1908 ele pintou sua primeira versão de O Julgamento de Paris, seguido por dois grandes croquis a óleo de Lê Rhône et lê Saône. Em junho de 1914 o assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand levou à eclosão da guerra mundial. A França convocou seus homens em agosto: Pierre alistou-se no 4° Regimento de Infantaria e Jean foi ser sargentoartilheiro no 1° Regimento dos Dragões. Com os dois filhos na frente, Renoir só pensava neles. Depois de semanas de ansiedade, esperando em vão por notícias, o pintor soube que ambos tinham sofrido ferimentos graves. Pierre, que lutara em Lorena, fora mandado para o Hospital de Carcassonne; Jean recuperava-se em Gérardner. Mesmo aliviados com a notícia de que os rapazes estavam vivos, Renoir e Aline preocupavam-se com eles. Ali ne foi visitá-los, mas voltou exausta e perturbada pelos horrores da guerra. Ao chegar a Cagnes, adoeceu e nunca mais se recuperou. Internada num hospital de Nice, ela morreu em 28 de junho de 1915. Renoir viveria poucos anos mais. Em agosto de 1919, depois de uma estada em Essoyes, passou várias semanas em Paris, onde viu seu Retrato de Madame Charpentier exposto no Louvre: o quadro tinha sido comprado pelo Estado e estava à mostra no Salão La Caze. Foi uma de suas últimas satisfações. Morreria poucos meses depois, em Cagnes, em 3 de dezembro de 1919, às 2 horas da manhã. Uma pequena natureza-morta com duas maçãs ficou inacabada no cavalete.


1. O Palhaço — 1868. Rijksmuseum Krõller-Müller, Otterlo — O inundo do circo fascinou os artistas plásticos franceses da segunda metade do século XIX, que se opunham à representação dos temas tradicionais da pintura acadêmica. Nesta tela de 1868 Renoir retrata a poderosa atração desse temário sobre os jovens pintores impressionistas.

2. Mulher com Periquito — 1871. Solomon R. Gugenheim Foundation (Coleção Tannhauser), Nova York — Este foi o último retrato de Lise Tréhot pintado por Renoir, pouco antes do casamento dela. Foi também um dos primeiros quadros que ele produziu em seu retorno a Paris, depois da guerra franco-prussiana.

3. La Grenouillère — 1869. Nationalmuseum, Estocolmo — Luz radiante, silhuetas, objetos refletidos na água, um momento de felicidade e calma; as pequenas pinceladas de tinta transmitem excelente impressão dos efeitos da luz na água límpida.

4. Madame Renoir com seu Cão — 1880. Coleção particular, Paris — Mesmo quando Renoir adota o estilo impressionista por completo, as cores e a definição de seus retratos são nítidas, nunca difusas como as das paisagens. A jovem retratada é Aline Charigot, que pouco tempo depois se tornaria sua esposa.

5. Veleiros em Argenteuil — 1873-74. Portland Museum of Art, Oregon — Como La Grenouillère, também este quadro foi pintado por Renoir na companhia de Monet. Naqueles anos de entusiástica inovação, os impressionistas muitas vezes se encontravam em Argenteuil, que os fascinava com os barcos e a alegre atmosfera de gente em lazer.


6. O Camarote — 1874. Courtauld Institute Galleries, Londres — Esta é uma das mais famosas telas de Renoir, que a apresentou na Primeira Exposição Impressionista, aberta no estúdio do fotógrafo Nadar em 1874. O tema, a busca da forma e os luminosos contornos fazem do quadro um excelente exemplo de pintura impressionista.

7. Mademoiselle Georgette Charpentier Sentada 1876. Coleção particular, Nova York — Este quadro data de 1876, ano em que Renoir se tornou amigo íntimo do editor Georges Charpentier, de quem era convidado habitual. O encanto e o frescor de que o artista consegue dotar os retratos dos filhos do editor atestam sua sensibilidade à inocência infantil.

8. Lê Moulin de Ia Galette -- 1876. Musée d'0rsay, Paris — Renoir amava a sinceridade e a alacridade desse salão parisiense de dança ao ar livre. Nesta tela radiante os pares rodopiam no tablado iluminados pela luz iridescente de uma tarde de verão. Atmosfera festiva, cheia de cor e divertimento.

9. Retrato de Madame Alphonse Daudet — 1876. Musée du Louvre, Paris — Nas recepções de Madame Charpentier, talvez na época as mais importantes de Paris, Renoir conheceu muitas das principais figuras da vida cultural da cidade. Muitas vezes era contratado como retratista oficial delas e sempre aceitava com disposição, pois esses contatos lhe davam oportunidade de participar de interessantes discussões.

10. O Balanço — 1876. Musée du Louvre, Paris Nesse ano Renoir tinha alugado na Rue Cortot, em Montmartre, um ateliê com grande jardim ao fundo. Muitos amigos o visitavam ali. Este quadro, pintado no mesmo período e com a mesma técnica usada para Lê Moulin de Ia Galette, capta a atmosfera simples e amistosa dessas visitas.


11. AutoRetrato — 1876. Fogg Art Museum, Cambridge (Mass.). Por cortesia da Harvard University, Coleção Maurice Wertheim — A plasticidade sutil e delicada com que Renoir retratava seus modelos pode também ser vista neste auto-retrato, no qual o rosto é representado com cuidado, enquanto o fundo e a silhueta se mostram um tanto difusos.

12. Mulher Argelina — 1881. Solomon Guggenheim Foundation (Coleção Tknnhauser), Nova York — Em 1881 Renoir viajou à Argélia com seu amigo e colega Corday, para ver o país que tinha sido uma fonte de inspiração para Delacroix. Na Argélia pintou várias paisagens e retratos de mulheres argelinas, como a que é mostrada aqui.

13. Madame Georges Charpentier e suas Filhas 1878. Metropolitan Museum of Art (Fundo Wolfe), Nova York — Esta grande e famosa composição veio marcar um ponto crucial da carreira de Renoir: exposta no Salão em 1879, recebeu aclamação unânime da crítica, tanto pelo frescor e encanto das personagens quanto pela ambientação na época.

14. Retrato de Madame Henriot — c. 1877. National Gallery of Art (Doação de Adèle R. Levy Fund Inc.), Washington, D. C. — Nesta tela, a dama é banhada por tíbia claridade, que rarefaz as cores e confere ao quadro um efeito colorístico difuso. Exemplo característico do que Renoir conseguia das tintas.

15. O Almoço dos Remadores — 1880-81. Coleção Phillips, Washington, D. C. — Esta grande composição é um tributo de Renoir a seu próprio mundo. Num restaurante à margem do Sena, sol de verão, o pintor representa os amigos em atitudes cotidianas, com riqueza e detalhes próprios da Renascença.


16. Festa de Barcos em Chatou — 1879. National Gallery of Art, Washington, D. C. — Já com domínio pleno da técnica impressionista, neste quadro Renoir pintou um de seus passatempos favoritos à margem do Sena. Pinceladas pequenas e rápidas exprimem o efeito dos reflexos aquáticos da luz natural como na atmosfera criada pela paisagem e pelas figuras.

17. Pequeno Nu Azul - 1879. The Albright-Knox Art Gallery, Buffalo (N. Y. ) — Renoir julgava o nu a mais indispensável forma de arte, pois "é impossível imaginar algo mais lindo". Este quadro enfatiza a graça da silhueta, enquanto ao mesmo tempo atenua os contornos e o fundo por meio de cores mais quentes.

18. A Banhista Loura — 1881-82. Coleção particular, Turim — Durante sua estada na Itália, aonde tinha ido "ver os rafaéis" e conhecer os murais que subsistiam em Pompéia, Renoir viveu novas experiências que contribuíram para a vigorosa estrutura plástica deste nu de banhista, pintado em Nápoles.

19. Dançando no Campo — 1883. Musée d'0rsay, Paris — No fim de 1882, o marchand Paul DurandRuel encomendou a Renoir três quadros de igual tamanho sobre o tema da dança. Renoir usou como modelos sua futura esposa, Aline Charigot, e seu amigo e colega Paul Lothe.

20. Dançando na Cidade — 1883. Musée d'0rsay, Paris — Neste segundo quadro, como no primeiro, predomina afigura da mulher: a personalidade dela é retratada com definição, enquanto o homem fica anônimo. Renoir realça o delicado perfil da jovem e a luminosidade de seu vestido.


21. Moça com Cesto de Peixes — c. 1889. National Gallery of Art, Washington, D. C. — Os delicados contornos da figura feminina banhada pelo sol mesclam-se espontaneamente com o fundo. Da fusão das cores resulta o esplendor dourado e cálido que a envolve.

22. Croquis para Banhistas — 1884-85. Coleção M. Paul Pétridès, Paris — Este é um dos diferentes estudos, dois dos quais em óleo, que Renoir produziu entre 1883 e 1886 como preparativos para uma composição, de grandes proporções, que representaria um grupo de banhistas. O pintor vinha concebendo a obra desde seu regresso da Itália, em 1882.

23. Banhistas — 1887. Coleção Mrs. C. S. Tyson, Filadélfia — Esta é a obra acabada ao fim de três anos de trabalho. Da busca exigente da forma resultaram contornos lineares e precisos. O estilo traz deliberado apelo decorativo à obra, sem comprometer o clima de alacridade do tema.

24. Maternidade, ou Mulher Amamentando seu Bebê — 1886. Coleção particular, Nova York — Nesta tela, que mostra a esposa de Renoir amamentando seu primeiro filho, a reação do artista ao risco de as formas se dissolverem, como no estilo impressionista, gerou vivido contraste entre os contornos definidos do retrato e o fundo tipicamente impressionista.

25. Maternidade — 1885. Coleção particular, Londres — Neste desenho a sangüínea, retocado de branco, transparece a reação de Renoir à crise artística que vivia: achando que as técnicas impressionistas já não exprimiam adequadamente suas idéias, aqui ele quase força as formas e a técnica do desenho.


26. Menina com as Espigas — 1888. Museu de Arte, São Paulo — Mesmo enquanto ele buscava superar os limites do impressionismo, o amor por temas do cotidiano permitiam a Renoir expressarse com sucesso nas cenas campestres. Nesta tela as formas são realçadas por pequenos toques de cores brilhantes.

27. As Filhas de Catulle Mendes -- 1888. Coleção Mr. e Mrs. Walter H. Annenberg, Londres Esta grande composição é apontada como uma das obras-primas de Renoir. Quando a pintou, a crise dos anos precedentes já se resolvera e ele tinha desenvolvido uma técnica que lhe permitia ver com olhos de impressionista, mas sem negligenciar aspectos formais que são a essência da composição.

28. Vaso de Crisântemos — Musée dês Beaux-Arts, Rouen — Este quadro, da última década do século XIX, antecipa o que seria o período vivido por Renoir em Cagues; algumas flores num vaso bastam para levar os olhos e o coração do artista a uma expressão de harmonia, encanto e originalidade.

29. A Vendedora de Maçãs - 1890. Cleveland Museum of Art (Coleção Leonard C. Hanna Jr.), Cleveland — Renoir produziu diferentes versões desta obra. Em sutil atmosfera impressionista, ele pintou aqui a jovem esposa com o filho mais velho, Pierre, e o sobrinho, Edmond, todos sentados na relva.

30. Mulher Tocando Guitarra — Musée dês BeauxArts, Lyons — Este quadro, também do final do século, mostra um resultado das pesquisas plásticas e estruturais de Renoir: sua técnica, agora 'mais flexível e fluida, adquire mais densidade do que durante o período impressionista.


31. Banhista Sentada numa Pedra — 1892. Coleção particular, Paris — ftenoir produziu várias versões desta obra. O tema, um de seus favoritos, é explorado aqui de modo a integrar a atmosfera luminosa com a figura e os contornos um tanto difusos do fundo.

32. Moças à Beira-Mar -- 1894. Coleção Barão Louis de Chollet, Friburgo (Suíça) — Livre da severidade dos retratos pintados em período de crise, este quadro mescla harmoniosamente suas cores brilhantes com todos os elementos da composição, será comprometer a definição das formas. Pinceladas sincopadas acentuam a plasticidade do conjunto.

33. No Prado, ou Colhendo Flores - 1890. Metropolitan Museum of Art, Nova York — Nesta telaRenoir apresenta um estilo original, mediante o qual ele pode combinar conceitos impressionistas com seu próprio estilo pessoal. A própria luz destaca as figuras da paisagem circundante.

34. Ao Piano — 1892. Musée d'0rsay, Paris — Esta é talvez a última das variações desse tema, todas elas pintadas no curso do mesmo ano. A descrição minuciosa do interior, assim como a dos vestidos e rostos das moças, não chegam a distrair o observador, pois a luz integra a composição.

35. Ao Piano — 1892. Coleção Madame Jean Walter. Paris — Na última década do século, Renoir muitas vezes pintou séries inteiras de quadros que representavam uma ou duas figuras. Essas variações de um tema correspondiam ã pesquisa do artista durante o período de produção de retratos e nus. Apesar da deficiência de detalhe, esta tela ilustra a técnica impressionista de Renoir.


36. Natureza-Morta com Xícara e Açucareiro 1904. Coleção particular, Paris - Poucos artistas amaram o cotidiano como Renoir. Seus muitos quadros de objetos de uso diário testemunham esse interesse e exprimem o calor íntimo do artista.

37. Flores num Vaso — 1901. Coleção particular, Irlanda — Nos últimos anos de sua vida Renoir pintou muitas composições florais. Eram experimentos com cores e tonalidades. Interessavam-no as rosas, particularmente, por sua afinidade com os matizes que ele usava para pintar o corpo humano.

38. Cros-de-Cagnes -- 1905. Coleção particular, Lausanne — Durante o último período de sua produção artística, Renoir pintou paisagens em cores mais profundas, como o vermelho, os azuis e verdes sobrepostos, em harmonia com o resto da obra.

39. Casas em Cagnes — 1905. Coleção particular, Paris — Ao longo de sua estada em Cagnes, onde passou os últimos anos da vida, Renoir muitas vezes pintou as casas e o verdor da paisagem circundante. Neste estudo ele reproduz, em cores brilhantes e quentes, os tons profundos típicos do sul da França.

40. Claude Renoir com seus Brinquedos — 1906. Coleção Madame Jean Walter, Paris — A vida em família sempre foi inspiração para Renoir. Um modelo favorito era o caçula, Claude, apelidado Coco, que o artista pintou em todos os tipos de pose espontânea, criança empenhada em descobrir os prazeres da vida.


41. Auto-Retrato com Chapéu Branco — 1910. Coleção Durand-Ruel, Paris — A serenidade expressa neste auto-retrato demonstra a atitude aberta e feliz de Renoir perante a vida. Foi sua própria visão especial do mundo que lhe permitiu transmitir a jubilosa harmonia da natureza em todos os seus quadros.

42. Banhista Sentada — 1914. Art Institute, Chicago — Este é um dos mais importantes quadros do último período de Renoir. Caracterizada pela grande escala, a composição é quase toda dominada pela banhista. A pintura abrange infinita variedade de matizes, provenientes dos mesmos tons de carne.

43. Lavadeiras em Cagnes -- 1912. Coleção particular, Paris — O último período artístico da vida de Renoir f oi o mais rico, e também o mais imediato e maduro. Além de nus (os protagonistas reais de sua arte), ele pintou telas como esta, onde uma cena trivial é representada com segurança de toque e uma intensidade de cor nunca mais superada.

44. Madeleine Bruno, ou As Duas Banhistas 1916. Coleção particular, Paris — No auge de sua maturidade artística, Renoir recria com desenvoltura as formas plenas e o gesto gracioso da escultura clássica. A fusão perfeita da figura com o fundo cria a síntese panteísta a que o pintor, sempre aspirou.

45. Passeio à Beira-Mar — Civica Galleria d'Arte Moderna (Coleção Grassi), Milão — A apaixonada relação de Renoir com as paisagens que o inspiravam é resumida na poética interpretação dada ao cenário por este quadro: a fusão das figuras com a paisagem confere certa serenidade clássica a toda a obra.


O Palhaço – 1868. Rijksmuseum Kröller-Müller, Otterlo

Mulher com Periquito – 1871. Solomom R. Gugenheim Foundation (Coleção Tannhauser), Nova York

La Grenouillère – 1869. Nationalmuseum, Estocolmo

Madame Renoir com seu Cão – 1880. Coleção Particular, Paris


Veleiros em Argenteuil – 1873-74. Portland Museum of Art, Oregon

O Camarote – 1874. Courtald Institute Galleries, Londres

Le Moulin de la Galette – 1876. Coleção particular, Nova York

Mademoiselle Georgette Charpentier Sentada – 1876. Coleção particular, Nova York


Retrato de Madame Alphonse Daudet – 1876. Musée du Louvre, Paris O Balannço – 1876. Musée du Louvre, Paris

Auto Retrato – 1876. Fogg Art Museum, Cambridge (Mass.). Cortesia da Harvard University, Coleção Maurice Wertheim

Mulher Argelina – 1881. Solomon Guggeinheim Foundation (Coleção Tannhauser), Nova York


Madame Georges Charpentier e suas Filhas – 1878. Metropolitan Musem of Art (Fundo Wolfe), Nova York

Retrato de Madame Henriot – c. 1877. National Gallery or Art (Doação de Adèle R. Levy Fund Inc.), Washington, D. C.


O Almoço dos Remadores – 1880-81. Coleção Philips, Washington, D. C.

Festa de Barcos em Chatou – 1879. National Gallery of Art, Washington, D. C.


Pequeno Nu Azul – 1879. The Albright-Knox Art Gallery, Buffalo (N.Y.) A Banhista Loura – 1881-82. Coleção particular, Turim

Dançando no Campo – 1883. Musée d’Orsay, Paris

Dançando na Cidade – 1883. Musée d’Orsay, Paris

Moça com Cesto de Peixes – c. 1889. National Fallery of Art, Washington, D.C.


Croquis para Banhistas – 1884-85. Coleção M. Paul Pétridés, Paris

Banhistas – 1887. Coleção Mrs. C. S. Tyson, Filadélfia


Maternidade, ou Mulher Amamentando seu Bebê – 1886. Coleção particular, Nova York

Menina com as Espigas – 1888. Museu de Arte, São Paulo

Maternidade – 1885. Coleção particular, Londres

As Filhas de Catulle Mendes – 1888. Coleção Mr. Mrs. Walter H. Annemberg, Londres


Vaso de Crisântemos – Musée des Beaux-Arts, Rouen

Mulher Tocando Guitarra – Musée des Beux-Arts, Lyons

A Vendedora de Maçãs – 1890. Cleveland Museum of Art (Coleção Leonard C. Hanna Jr.), Cleveland

Banhista Sentada numa Pedra – 1892. Coleção particular, Paris


Moças a Beira-Mar – 1894. Coleção Barão Louis de Chollet, Frisburgo (Suíça)

Ao Piano – 1892. Musée d’Orsay, Paris

No Prado, ou Colhendo Flores – 1890. Metropolitan Museum of Art, Nova York

Ao Piano – 1892. Coleção Madame Jean Walter, Paris


Natureza-Morta com Xícara e Açucareiro – 1904. Coleção particular, Paris

Cros-de-Cagnes – 1905. Coleção particular, Lausanne Flores num Vaso – 1901. Coleção particular, Irlanda


Calude Renoir com seus Brinquedos – 1906. Coleção Madame Jean Walter, Paris

Casas em Cagnes – 1905. Coleção particular, Paris

Lavadeiras em Cagnes – 1912. Coleção particular, Paris

Banhista Sentada – 1914. Art Institute, Chicago


Madeleine Bruno, ou As Duas Banhistas – 1916. Coleção particular, Paris


Auto-Retrato com Chapéu Branco – 1910. Coleção Durand-Ruel, Paris


Passeio á Beira-Mar – Cívica Galleria d’Arte Moderna (Coleção Grassi), Milão

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