TCC Arquitetura Escolar

Page 1

2 0 2 0

EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE: ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL COM BASE NA PEDAGOGIA WALDORF

trabalho de conclusão de curso

Everton Fábio Bezerra Diniz


Juazeiro do Norte - CE 2020


CENTRO UNIVERSITÁRIO PARAÍSO - UNIFAP CURSO DE BACHARELADO EM ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE: ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL COM BASE NA PEDAGOGIA WALDORF

CENTRO UNIVERSITÁRIO PARAÍSO - UNIFAP ARQUITETURA E URBANISMO EVERTON FÁBIO BEZERRA DINIZ ORIENTAÇÃO: PROF. ESP. JOSÉ MARIA PONTES NETO


EVERTON FÁBIO BEZERRA DINIZ

EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE: ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL COM BASE NA PEDAGOGIA WALDORF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Paraíso-UNIFAP como parte dos requisitos obrigatórios exigidos para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo.

Orientador: Profº. Esp. José Maria Ferreira Pontes Neto

Juazeiro do Norte - CE 2020


EVERTON FÁBIO BEZERRA DINIZ

EDUCAÇÃO PARA A LIBERDADE: ANTEPROJETO DE UMA ESCOLA DE ENSINO INFANTIL E FUNDAMENTAL COM BASE NA PEDAGOGIA WALDORF

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Centro Universitário Paraíso-UNIFAP como parte dos requisitos obrigatórios exigidos para a conclusão do curso de Arquitetura e Urbanismo.

BANCA EXAMINADORA ________________________________________ Prof.º Esp. José Maria Ferreira Pontes Neto (Orientador) Centro Universitário Paraíso-UNIFAP

________________________________________ Prof.ª. Me. Allana de Deus Peixoto Centro Universitário Paraíso-UNIFAP

________________________________________ Prof.ª. Me. Denise Maria Simões Freire Gaudiot

Juazeiro do Norte - CE 2020


Agradecimentos Durante essa jornada de 5 anos, me peguei várias vezes escrevendo esses agradecimentos na mente, foi uma jornada maravilhosa, e não poderia ser tão maravilhosa se não fosse as pessoas especiais que tenho na minha vida, gostaria de agradecer primeiro a Deus, por nos dá a magia da vida. Fazer uma segunda graduação aos 30 anos de vida não é uma escolha fácil e só foi possível devido a parceria da mulher maravilhosa que tenho o orgulho e honra de dividir sonhos, Priscila Ribeiro, obrigado pela compreensão, por dividir as angústias e felicidades inerentes desse processo, te amo eternamente. Gostaria de agradecer ao meu filho, melhor amigo e irmão de muitas vidas André Luiz, obrigado por ser esse ser especial, e transformador na minha vida, nunca esquecerei o dia que você me viu triste por não saber se teria como continuar a faculdade, por motivos financeiros e você, com a inocência de uma criança veio me oferecer o seu vídeo game para vender e pagar a faculdade, não foi preciso vender seu brinquedo, mas essa ação me deu uma energia que você nem imagina, te amo meu filho. Ao meu filho mais novo Bernardo, que já chegou no mundo transformando nossas vidas. Gostaria de agradecer aos meus pais que nunca me deixou sozinho, que sempre estiveram presentes em minha vida, espero poder cuidar muito tempo de vocês meus amores, isso tudo é por vocês. Meu querido irmão de sangue de de alma, Lucyo Diniz, você é minha maior inspiração, o meu ídolo, obrigado por tudo, sempre esteve presente para me ajudar, te amo meu irmão, gostaria de agradecer as minhas amigas e cunhadas Luciana Pessoa e Kamila Ribeiro, vocês são minhas irmãs, obrigado por tudo. Ao meu cunhado Lucas, parceiro de designer, vamos sempre juntos. Aos meus sogros Anselmo Jeronimo e Evaneide Ribeiro, por me ter como filho, obrigado por tudo.


Agradecer aos meus queridos mestres professores, vocês foram todos maravilhosos, em especial ao meu querido professor, amigo e parceiro de aventuras José Maria, tenho muito orgulho de poder aprender com você todos dias, você me deu a oportunidade de transformar minha vida. Obrigado a Rejane que nos orienta nessa bela jornada! Gostaria de agradecer a todos meus amigos de faculdade, que dividiram esses momentos especiais em nossas vidas, em especial aos meus amigos, Willian e Geovan, vocês foram especiais em minha formação, espero que possamos trabalhar por muitos anos transformando as vidas das pessoas. E por fim gostaria de agradecer a todos as pessoas que formam a UniFap.


RESUMO No contexto educacional existem diversas pedagogias que buscam o aprimoramento

do

ensino

com

qualidade,

cada

uma

com

suas

características específicas, dessa forma o arquiteto ao projetar Arquitetura Escolar, deve conhecer ao máximo suas nuances e especificidades. Esse trabalho tem como objetivo de estudo o anteprojeto de Arquitetura escolar com base na pedagogia Waldorf, na qual, tem sua estrutura alicerçada na teoria filosófica Antroposofia, que busca a evolução humana através da educação e que ofertará o ensino de forma gratuita. A metodologia adotada é traçada no levantamento bibliográfico, que busca conhecer a história e as características dessa pedagogia, como também, identificar as condicionantes projetivas de uma boa Arquitetura Escolar. Os resultados desses estudos mostram que a Arquitetura, para a pedagogia Waldorf, é entendida como um elemento pertencente ao contexto pedagógico. E que seus traços projetivos devem acompanhar as características de cada faixa etária do aluno que são apresentadas pelos setênios. Conclui-se que é de fundamental importância, para o desenvolvimento de uma escola com base na pedagogia Waldorf, a integração das decisões projetivas com as normativas específicas dessa pedagogia.

Palavras-chave: Arquitetura Escolar. Pedagogia Waldorf. Antroposofia.


ABSTRACT In the educational context there are several pedagogies that seek to improve teaching with quality, each with its specific characteristics, so the architect when designing School Architecture, must know as much as possible its nuances and specificities. This work aims to study the preliminary design of school architecture based on Waldorf pedagogy, in which, its structure is based on the philosophical theory Anthroposophy, in which it seeks human evolution through teaching and which will offer teaching for free. The adopted methodology is traced in the bibliographic survey, which seeks to know the history and characteristics of this pedagogy, as well as to identify the projective conditions of a good School Architecture. The results of these studies show that Architecture, for Waldorf pedagogy, is understood as an element belonging to the pedagogical context. And that his projective features must accompany the characteristics of each age group of the student that are presented by the seven years. We conclude that it is of fundamental importance, for the development of a school based on Waldorf pedagogy, the integration of projective decisions with the specific norms of that pedagogy.

Keywords: School Architecture. Waldorf Education. Anthroposophy.


LISTA DE FIGURAS Figura 01: Crianças em sala de aula............................................................................................ 14 Figura 02: Crianças Brincando......................................................................................................16 Figura 03: Rudolf Steiner...............................................................................................................23 Figura 04: Rudolf Steiner...............................................................................................................24 Figura 05: Ilustração Antroposifia................................................................................................29 Figura 06: Ilustração Pedagogia Waldorf.....................................................................................31 Figura 07: Primeira Escola Pedagogia Waldorf...........................................................................32 Figura 08: Primeiros Alunos Escola Pedagogia Waldorf............................................................33 Figura 09: Desenho da Primeira Escola Pedagogia Waldorf no Brasil.....................................34 Figura 10: Indicadores Panorama Brasileiro 2019.....................................................................35 Figura 11: Sala Pedagogia Waldorf...............................................................................................40 Figura 12: Arco-íris Waldorf...........................................................................................................41 Figura 13: Mapa entorno terreno.................................................................................................42 Figura 14: Interior edificação........................................................................................................50 Figura 15: Vista Interna..................................................................................................................50 Figura 16: Auditório ao ar livre.....................................................................................................50 Figura 17: Crianças Brincando Parque.........................................................................................51 Figura 18: Edifício Escola................................................................................................................51 Figura 19: Referência de Ventilação.............................................................................................52 Figura 20: Planta Baixa Térreo......................................................................................................52 Figura 21: Planta Baixa 1° Pavimento..........................................................................................52 Figura 22: Sala Integrada...............................................................................................................53 Figura 23: Planta Baixa 3° e 4° Pavimentos.................................................................................53 Figura 24: Planta Baixa 2° Pavimento..........................................................................................53 Figura 25: Interior edificação........................................................................................................54 Figura 26: Vista Interna..................................................................................................................54 Figura 27: Auditório ao ar livre.....................................................................................................54 Figura 28: Pátio de entrada...........................................................................................................55 Figura 29: Entrada da Escola.........................................................................................................55 Figura 30: Planta Baixa Térreo......................................................................................................56 Figura 31: Sala de aula...................................................................................................................57 Figura 32: Planta Baixa 1°Pavimento...........................................................................................57 Figura 33: Vista interna..................................................................................................................58 Figura 34: Vista Externa.................................................................................................................58 Figura 35: Entrada principal..........................................................................................................58 Figura 36: Telhado orgânico..........................................................................................................59 Figura 37: Vista placas solares......................................................................................................59 Figura 38: Corte edificação............................................................................................................60 Figura 39: Planta Baixa...................................................................................................................60 Figura 40: Vista superior................................................................................................................61 Figura 41: Corredor externo..........................................................................................................61 Figura 42: Sala.................................................................................................................................61 Figura 43: Pátio central..................................................................................................................62 Figura 44: Vista externa.................................................................................................................62 Figura 45: Detalhe coberta............................................................................................................62


Figura 46: Vista externa fachada..................................................................................................63 Figura 47: Vista pátio......................................................................................................................63 Figura 48: Planta Baixa Térreo......................................................................................................64 Figura 49: Planta Baixa 1° Pavimento..........................................................................................64 Figura 50: Vista jardim...................................................................................................................65 Figura 51: Corredor interno..........................................................................................................65 Figura 52: Sala.................................................................................................................................65 Figura 53: Pôr do Sol – Terreno....................................................................................................68 Figura 54: Mapa do Brasil..............................................................................................................69 Figura 55: Mapa do Ceará.............................................................................................................69 Figura 56: Mapa Juazeiro do Norte –CE.......................................................................................69 Figura 57: Entorno Terreno...........................................................................................................69 Figura 58: Vista Satélite Bairro Betolândia em 2009..................................................................70 Figura 59: Vista Satélite Bairro Betolândia em 2013..................................................................70 Figura 60: Vista Satélite Bairro Betolândia em 2009..................................................................71 Figura 61: Vista de Satélite Bairro Betolândia em 2019.............................................................71 Figura 62: Vista Norte/Oeste do terreno.....................................................................................72 Figura 63: Vista Oeste do terreno.................................................................................................72 Figura 64: Vista de Satélite Bairro Betolândia em 2019.............................................................73 Figura 65: Medidas do Terreno.....................................................................................................74 Figura 66: Vista Terreno em 2019.................................................................................................75 Figura 67: MasterPlan...................................................................................................................81 Figura 68 - Planta baixa térreo bloco administrativo................................................................82 Figura 69 - Planta baixa pavimento superior, bloco administrativo.......................................82 Figura 70- Fachada Noroeste, bloco administrativo..................................................................82 Figura 71 a 76 - Imagens externas bloco administrativo..........................................................85 Figura 77 - Planta Baixa Alojamento...........................................................................................86 Figura 78- Fachada Sul, Alojamento.............................................................................................86 Figura 79 a 84 - Imagens externas alojamento..........................................................................89 Figura 85 - Planta Baixa bloco berçário......................................................................................90 Figura 86 - Fachada Sul berçário.................................................................................................90 Figura 87 a 92 - Imagens externas berçário..............................................................................93 Figura 93 - Planta Baixa bloco jardim de infância.....................................................................94 Figura 94 - Fachada Sul bloco jardim de infância......................................................................94 Figura 95 e 96 - Imagens externas bloco jardim de infância...................................................95 Figura 97 - Planta Baixa térreo, biblioteca.................................................................................96 Figura 98 - Planta Baixa superior, biblioteca.............................................................................96 Figura 99 - Fachada Oeste biblioteca.........................................................................................97 Figura 100 - Fachada Norte biblioteca.......................................................................................97 Figura 101 a 103 - Imagens externas biblioteca.......................................................................99 Figura 104 e 107 - Imagens externas fazendinha....................................................................101 Figura 108 - Planta Baixa térreo, bloco ensino fundamental................................................102 Figura 109 - Planta Baixa superior, bloco ensino fundamental............................................102 Figura 110 - Fachada Sudeste....................................................................................................102 Figura 111 e 116 - Imagens externas bloco ensino fundamental.........................................105


SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO

16

2. JUSTIFICATIVA

18

3. OBJETIVOS

20

3.1

Objetivo Geral

20

3.2

Objetivos Específicos

20

4. METODOLOGIA

21

6. REFERENCIAL TEÓRICO

22

6.1

6.2

6.3

A Pedagogia Waldof

24

6.1.1

Rudolf Steiner

24

6.1.2

Antroposofia

28

6.1.3

Aspectos Fundamentais

30

6.1.4

Contexto Histórico

34

6.1.5

A Escola Waldorf

38

Arquitetura e Ensino

40

6.2.1

42

Arquitetura na Pedagogia Waldorf

Legislação

44


SUMÁRIO

7. REFERÊNCIAS PROJETUAIS

50

7.1

Hongling Experimental Primary School

52

7.2

Yellow Train School

56

7.3

Woodcroft Neighbourhood Centre

60

7.4

Aldeia das Crianças Canuanã

64

8. TERRENO

68

8.1

Apresentação Terreno

70

8.2

Histórico Entorno

72

8.3

Justificativa Terreno

74

8.4

Análise

76

9. O ANTEPROJETO 9.1 9.2 9.3 9.4 9.5 9.6 9.7 9.8 9.9 9.10 9.10

Conceito e Partido Arquitetônico Programa de Necessidades Masterplan Bloco Administrativo Bloco Administrativo Alojamento Bloco Berçário Bloco Jardim de Infância Bloco Biblioteca Fazendinha Bloco Fundamental

78 78 79 81 82 82 86 90 94 96 100 102

12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

106

13. REFERÊNCIAS

107


APRESENTAÇÃO

14


Introdução

14 -15

Justificativa

16 -17

Objetivo Geral

18

Objetivo Específicos

18

Metodologia

19 15


INTRODUÇÃO A busca por uma sociedade melhor, pela evolução entre as relações humanas, vem norteando a humanidade por muito tempo, esse anseio é a base para a busca do desenvolvimento individual e coletivo, muitos pensadores ao longo da história, vem estudando e propondo formas de promover esse despertar humano nas sociedades. Neste contexto a educação é ponto fundamental, nela podemos experimentar novas formas de ver e sentir as relações humanas, de entender o próprio universo de pontos de vistas diferentes. Está na educação à esperança de mudança! Dentro deste “mundo do educar” podemos encontrar diversas pedagogias, que tem como base essa busca por uma melhor qualidade de vida das pessoas, no tocante individual e coletivo. Com a educação temos a oportunidade de nos tornarmos pessoas melhores, com ela, adquirimos habilidades é nela nosso primeiro passo de amadurecimento. Todavia, essa educação tem que ser construída de forma colaborativa, todos os atores do educar tem responsabilidades sobre o resultado dessa educação, não é somente o Governo, a Escola, os pais, os alunos, mas sim todos, e a boa relação entre esses, é fundamental para um bom desenvolvimento educacional.

01

16

Figura 01: Crianças em sala de aula Fonte: https://escolalivrearete.com.br/ensino-fundamental/


Nesse cenário de inúmeras possibilidades e formas de educar, a pedagogia Waldorf é um “bálsamo” de conhecimento, nela podemos encontrar outras formas de ver e sentir, de despertar o desenvolvimento humano. Rudolf Steiner, seu criador usou como base o pensamento filosófico da Antroposofia, onde estuda o ser humano não só no tocante do indivíduo, mas sim, um elemento integrante do universo. O pensamento

holístico

presente

nos

estudos

antroposóficos

são

incorporados em diversos sentidos dentro da pedagogia Waldorf. Nas Escolas com base nessa pedagogia não existe um proprietário central, mas sim uma instituição, composta por um conjunto de agentes, educadores, pais, alunos, governo e sociedade civil. O ambiente escolar, dentro dessa pedagogia é um espaço que proporciona ao aluno o brincar livre, o experimento, o contato com o natural e entre as relações humanas. Dessa forma, projetar um espaço edificado para essa tipologia traz para o arquiteto, ao mesmo tempo um desafio, pois é de fundamental importância o conhecimento das especificidades desta pedagogia, como também, uma oportunidade de mergulhar no estudo de formas não tradicionais de educar.

17


JUSTIFICATIVA Possibilitar o acesso ao ensino infantil e fundamental de qualidade, com foco na formação humana, é o objetivo de uma escola com base na pedagogia Waldorf, e essa em particular, tem como premissa, ser uma escola de ensino gratuito, buscando atender as crianças e jovens das comunidades carentes na cidade de Juazeiro do Norte-CE. Dessa forma, esse trabalho não se limita só em apresentar uma proposta de Anteprojeto de Arquitetura Escolar, mas também, uma contribuição no processo de desenvolvimento humano, na busca de melhoria da qualidade de vida, das relações humanas, e na diminuição das desigualdades sociais, presentes nas comunidades. O acesso à educação é um direito de todos, sem barreiras, o preconceito cultural e a intolerância religiosa tem que ser tratado nas escolas, junto com a formação educacional de crianças e jovens, e criar essa possibilidade de formação holística é o constituível motivador para os idealizadores desse modelo de escola.

02

18

Figura 02: Crianças Brincando Fonte: https://educacao.uol.com.br


A escolha desse trabalho foi devido ao desejo do autor em contribuir

no desenvolvimento de um projeto, no qual, é anseio de um grupo de pessoas, que pretendem, de forma voluntária, construir e formular uma parceria público-privado, com o objetivo de manter uma escola de ensino infantil e fundamental baseado na pedagogia Waldorf. Como também, de apresentar a importância de uma boa Arquitetura como elemento fundamental no desenvolvimento de um ensino de qualidade. Buscando expor como características dessa Arquitetura: a sustentabilidade, o conforto térmico e a integração entre os usuários e a metodologia pedagógica; permitindo um contato direto e a interação de alunos, professores e demais profissionais com a natureza. Dessa forma, esse estudo serve como complemento na minha formação de arquiteto e urbanista, proporcionando uma vivência das necessidades reais de uma edificação, com função de atender ao sistema educacional brasileiro.

19


OBJETIVO GERAL Desenvolver Anteprojeto de Arquitetura para uma Escola de Ensino Infantil e Fundamental baseada na pedagogia Waldorf, na cidade de Juazeiro do Norte – CE.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS Estudar a história da pedagogia Waldorf, analisando a influência da mesma, na formação educacional de crianças e jovens no Brasil e no mundo. Observar o desenvolvimento da escolarização no Brasil, com ênfase no Ensino Infantil e Fundamental. Analisar as metodologias ativas pedagógicas aplicadas em escolas com base na pedagogia Waldorf do Ensino Infantil e Fundamental no mundo. Demonstrar a influência, de uma boa Arquitetura, na melhoria do ensino e aprendizagem de crianças e jovens da Educação Infantil e Fundamental. 20


METODOLOGIA

O presente estudo constitui-se em uma pesquisa do tipo

exploratória e explicativa para uma definição e delineamento do objeto de estudo, buscando registrar, analisar e classificar a importância da arquitetura para as escolas com formação pedagógicas holísticas. Quanto aos procedimentos de coleta de dados, foi realizada uma entrevista com os idealizadores dessa escola, buscando compreender o formato pretendido pelo grupo, listando suas necessidades e desejos. Este grupo tem sua formação inicial de professores e pesquisadores da área da educação, no qual, tem um sonho de criar uma escola, que possua em seu desenvolvimento pedagógico metodologias ativas, onde torne o aprendizado uma ferramenta de formação humana holística espiritualizada, que serão embasadas na pedagogia Waldorf. Em um segundo momento foi elaborado um estudo bibliográfico sobre as definições da pedagogia Waldorf e quais suas interferências na formação humana, com foco, na participação do desenvolvimento educacional de crianças e jovens, buscando apresentar as escolas com base nessa pedagogia no Brasil e no Mundo. A partir disso, o estudo se voltou, em seu terceiro momento, para a pesquisa das informações sobre a interferência da Arquitetura Escolar na instrução de crianças e jovens, e como a Arquitetura pode potencializar a melhoria do ensino; sendo assim, analisando livros e artigos de diversos autores da área, como também, as legislações municipais, estaduais e federais, que regulamentam as construções dessa tipologia. No quarto momento, foi realizada uma análise dos projetos correlatos, que foram utilizados como referências para o anteprojeto arquitetônico, apresentando as edificações e as intervenções realizadas que serviu como base para o desenvolvimento do programa de necessidades de uma Escola de Ensino Infantil e Fundamental, como também, para a definição dos métodos construtivos. Sendo assim, após a coleta das informações, foi realizada uma pesquisa de mapeamento na cidade de Juazeiro do Norte – CE, buscando e definindo o terreno, sendo confeccionado um anteprojeto de Arquitetura de uma Escola Regular de Ensino Infantil e Fundamental com base na pedagogia Waldorf. 21


REFERENCIAL TEÓRICO

22


Rudolf Steiner 22 - 25

Antroposofia 26 - 27

A Pedagogia Waldorf

Aspectos Fundamentais 28 - 31

Contexto Histórico 32 - 35

A Escola Waldorf 36 - 37

Arquitetura e Ensino

Legislação

Arquitetura na Pedagogia Waldorf 38 - 41

Leis e Normas 42 - 47

23


A Pedagogia Waldorf Como início do estudo teórico, este trabalho apresenta a pedagogia Waldorf, uma metodologia de ensino não convencional, que já é utilizada a mais de 100 anos em todo o mundo, tendo seu início na Europa, no contexto pós 1° Guerra Mundial, demostrando um pouco da História de seu fundador e da própria pedagogia no Brasil e no Mundo, como também, as bases e fundamentos que norteiam as características dessa pedagogia. Por fim serão apresentadas as características pedagógicas aplicadas dentro das escolas Waldorf.

Rudolf Steiner Como descrito em obra de autobiografia (STEINER, 2006) foi o Fundador da Pedagogia Waldorf e que hoje é reconhecido pelos historiadores como uma figura marcante do século XX, doutor em Filosofia, educador e artista, nasceu em 1861 em uma região chamada Kraljevec, na então Áustria, hoje região croata, território esse marcado por uma beleza natural com florestas e belas montanhas, esse cenário presente em sua infância, proporcionoulhe um despertar, um amor pelas belezas da natureza (Sena, 2013), esse sentimento é representado em sua visão filosófica em comum e em seus questionamentos sobre o universo. Sua primeira formação acadêmica foi em Ciências Exatas no Instituto de Tecnologia de Viena, por influência do pai que tinha um sonho que ele se tornasse um engenheiro, porém sua paixão pela Filosofia o levou a pesquisar sobre diversos autores como Fichte, Hegel, Schelling, entre outros (STEINER, 2006). 24


De 1884 até 1890, Steiner atuou como professor particular, atendendo quatro meninos, dos quais um apresentava dificuldades de aprendizado e limitações físicas por hidrocefalia. Obteve excelentes resultados com esses alunos, inclusive com o último, que, em dois anos recuperou o programa da escola elementar e foi capaz de entrar no ginásio e, posteriormente, na faculdade de medicina. A experiência foi bastante proveitosa para Steiner, pois, conforme declarou, foi “capaz de adquirir, de modo vivo, um conhecimento da entidade humana, o qual acredito que, de outra maneira, não me poderia ter sido propiciado de forma tão viva” (STEINER, apud HEMLEBEN, 1984. p. 39).

Figura 03 - Rudolf Steiner Fonte: http://caracolaosol.org

03

25


Nesses primeiros anos de labuta ele já demostrava suas metodologias educacionais, na qual, buscada não só que o aluno tivesse entendimento de um determinado tema, mas sim, de uma visão do todo, uma visão e experiência mais humana. Já em 1980 obteve o título de doutor em Filosofia pela Universidade de Rostock, na Alemanha defendendo a tese titulada: Verdade e Ciência – Prelúdio para uma Filosofia da Liberdade (Sena, 2013), com isso foi convidado a trabalhar na organização dos escritos filosóficos de Johann Wolfgang Von Goethe (1749-1832), tornandose referência nos estudos deste filósofo.

Rudolf Steiner

26

Figura 04 - Rudolf Steiner Fonte: http://remimogenet.blog.tdg.ch

04


A partir de então começou a desenvolver sua própria linha de pensamento filosófico: a Antroposofia, divulgando-a através de palestras em muitas cidades de toda a Europa, expondo suas indicações para uma renovação em muitas áreas da atividade humana: arte, pedagogia, ciências, vida social, medicina, farmácia, terapias, agricultura, arquitetura, teologia. Sendo assim, tendo como destaque a pedagogia Waldorf, objeto de estudo desta pesquisa e que será apresentada nos tópicos posteriores. Sua morte é datada do ano de 1925, na cidade de Dornach, na Suíça (STEINER, 2006), deixando um legado muito importante para os estudos da formação humana.

1861 - 1925

27


Antroposofia Como abordado no tópico anterior, a Antroposofia foi criada por Rodolf Steiner no final do século XIX e início do século XX, ela parte do princípio da percepção holística do indivíduo, no qual, compreende não só a si próprio, todavia, todo o universo (Rudolf Lanz, 1998). Dessa forma é notória a complexidade desta teoria, onde, se reconhece como uma ciência espiritual. Vimos também que, Steiner fez um excelente trabalho de estudo e organização da obra científica do pensador e poeta alemão Johann Wolfgang Goethe (1749‑1832), dessa forma os elementos centrais do pensamento antroposófico derivam da recepção e desenvolvimento, consequentes desses anos de pesquisas e estudos. Conforme Garcia (2014) “ANTHROPOS" significa Homem e ‘SOPHIA’ sabedoria ou o conhecimento da ideia divina, que só pode ser observada com a alma”.

A Antroposofia é um caminho de conhecimento que deseja levar o espiritual da entidade humana para o espiritual do universo. Ela aparece no ser humano como uma necessidade do coração e do sentimento, e deve encontrar sua justificativa no fato de poder proporcionar a satisfação dessa necessidade. A Antroposofia só pode ser reconhecida por uma pessoa que nela encontra aquilo que, a partir de sua sensibilidade, deve buscar. Portanto, somente podem ser antropósofos pessoas que sentem como uma necessidade de vida certas perguntas sobre a essência do ser humano e do universo, assim como se sente fome e sede. (STEINER, 1924 apud SETZER, 1998. p. 01).

28


Dessa forma, o autodesenvolvimento do ser humano é à base do processo da Antroposofia, no qual, esse ente espiritualizado realiza reflexões e questionamentos sobre a existência individual e do próprio universo. Para melhor entendimento Sena (2013) apresenta alguns tópicos que formam o pensamento antroposófico:

Abrangência (trata sobre a vida humana e a natureza em geral); edifício conceitual (é apresentada sob a forma de conceitos voltados à capacidade humana de pensar e compreender); espiritualismo (por um método próprio, conclui que o universo não é constituído de matéria e energias físicas, mas abrange um mundo espiritual complexo, com diferentes níveis, que possui seres puramente espirituais; a substância física é uma condensação da substância espiritual, o espírito atua na matéria e é sua origem); antropocentrismo (parte da compreensão do ser humano para compreender o universo); desenvolvimento de órgãos de percepção suprassensorial (o mundo espiritual pode ser visto tanto como o mundo físico, através de exercícios de meditação individual baseados na atividade de pensamento consciente e controlado); desenvolvimento da consciência, da autoconsciência, da individualidade e da liberdade (características humanas a serem preservadas e desenvolvidas); cosmovisão aberta (toda obra de Steiner está publicada, disponível, não é secreta); renovação da pesquisa científica (antroposofia considerada como evolução do método científico proposto por Goethe, buscando tornar a pesquisa científica mais humana); desenvolvimento moral (recomendação de um desenvolvimento moral realizado pessoalmente, com base em um amor altruísta, preservando a liberdade individual, sem imposições externas de mandamentos, dogmas e leis). (SETZER, 1998 apud SENA, 2013. p. 58).

29


Aspectos Fundamentais No estudo das inúmeras formas de ensino no mundo, podemos encontrar facilmente pedagogias de ensino que exercem como premissa focal a formação de seres humanos, direcionando o olhar educacional para o “ser” não somente para o “aluno”, contudo, neste aspecto a Pedagogia Waldorf entra em destaque, na qual busca a “educação para a liberdade” (MARINIS, 2015), instruindo as instituições para o desenvolvimento global dos educandos e para a multidimensionalidade do processo educativo. Como apresentado anteriormente, a Pedagogia Waldorf ancora-se na Antroposofia, Steiner (2003) fala que esse modelo de educação visa atender à formação de crianças e adolescentes a partir de uma concepção integral do ser humano levando a atuar no sentido de busca da unidade harmônica no desenvolvimento bio-psicoemocional e espiritual do educando. A Pedagogia Waldorf se diferencia de outras propostas educacionais (SENA, 2013 apud LANZ, 1979), Senna inicialmente apresenta a atenção do estudo espiritual que forma a constituição do ser humano; mostra que a progressão humana é marcado por setênios; relata também a importância da arte nessa formação, buscando uma educação estética; que trabalha não somente buscando a formação técnica curricular, mas que, tem uma diversidade de disciplinas que proporcionam uma formação holística; um único professor responsável pela classe, e que não se limita em apresentar somente um conteúdo, mas sim, demostra esse preparo holístico; os métodos avaliativos buscam a interpretação do desenvolvimento através de indicadores qualitativos, não apresentando sistemas avaliativos em provas; e que a metodologia fundamental para essa pedagogia é a experimentação, o aluno precisa vivenciar, sentir... para assim poder interpretar e aprender, com isso, ele terá como formular uma posição crítica a respeito de cada tema/problema.

30


De acordo com a Antroposofia, o homem é um indivíduo concebido de corpo (no qual se relaciona com o querer), de alma (que é associado ao sentir) e de espírito (que está conectado com o pensar). Através disso a Federação das Escolas Waldorf do Brasil coloca alguns princípios básicos: A liberdade individual é a maior riqueza do homem; entendendo como axioma de que a distinção do ser humano dos outros seres vivos da natureza é a capacidade de decidir sobre si mesmo e de fazer escolhas conscientes. O ensino só pode ser vivo e luminoso se for livre; o objetivo é atingir o ser humano por inteiro, dessa forma, privilegiar apenas o intelecto dificilmente a formação terá êxito neste aspecto holístico. Na Pedagogia Waldorf a informação é elaborada no intelecto (pensar), passa pelos órgãos dos sentidos (sentir) e determina uma vontade (agir), ela se transforma em conhecimento. Pensar, sentir e agir é o caminho da aprendizagem. O ser humano atual é fruto de acontecimentos que remontam aos primórdios da humanidade; o desenvolvimento do ser está inteiramente ligado à evolução das civilizações humanas. (Federação das Escolas Waldorf do Brasil, 2020).

Figura 05 - Ilustração Antroposifia Fonte: http://associacaoecosocial.org.br

05

31


A pedagogia Waldorf surge através de um sentimento de reconstrução existente no pós-guerra. Com o fim da Primeira Guerra Mundial em 1918, as formas de vidas sociais sofreram muitas alterações, nesse momento a preocupação humana era de reconstruir a sociedade, buscando a formação de seres humanos melhores, e a ferramenta primordial para essa mudança para essa nova realidade é a educação. Dessa forma, diversos pensadores europeus, que se empenhavam em realizar essa reformulação, bebiam da fonte de novas orientações cientificas e filosóficas; um desses estudiosos era Rudolf Steiner, que usou como base de estudo os princípios da Trimembração do Organismo Social (Steiner, 1961) .

Steiner elaborou uma teoria para tratar a vida em sociedade tendo como base a ideia de trimembração. Assim como considera o ser humano trimembrado em corpo, alma e espírito, e também em membros, tronco e cabeça, ele preconiza uma sociedade trimembrada. A noção de trimembração de Steiner se caracteriza na perspectiva de que a parte está no todo e o todo está inscrito na parte, e, portanto, para compreender a sociedade (todo) seria necessário compreender a individualidade (parte). (Sena, 2013, p.62)

Nesse sentido Steiner apresenta como três esferas sociais: a cultura/espiritual, a político-jurídica e a econômica, essas categorias são regidas pelos princípios dos ideais da Revolução Francesa, que são liberdade, igualdade e fraternidade, ou seja, liberdade de expressão artística, religiosa e cientifica; igualdade perante as leis e a política; e fraterno no tocante a circulação de capital e bens.

32


06 Figura 06 - Ilustração Pedagogia Waldorf Fonte: https://br.pinterest.com/aaryanel

33


Contexto Histórico Nesse cenário surge em 1919 à primeira escola com base pedagógica, didática e metodológica apresentada por Rudolf Steiner, essa escola erguese em Stuttgart, Alemanha, na qual, tinha como objetivo atender os filhos de operários de uma fábrica de cigarros, que era dirigida por Emil Molt um entusiasta cooperador do movimento da Trimembração Social (CARLGREN, 2018). Essa fábrica era denominada de Waldorf, daí o nome dado a Pedagogia Waldorf. A escola começou a funcionar com 12 docentes e atendendo a 256 alunos. A pedido de Emil Molt, Steiner realizava palestras para esses funcionários, sobre os temas sociais e educacionais, dessa forma, nasceu o desejo desses colaboradores que seus filhos recebessem essa configuração de educação.

07 Figura 07 - Primeira Escola Pedagogia Waldorf Fonte: https://www.waldorfsevilla.org

34


Quando Rudolf Steiner fundou a primeira escola Waldorf, determinou algumas condições para tal construção pedagógica, algumas delas são: a formação em doze anos; o acolhimento de todas as crianças independente de cultura, religião, gênero ou dificuldades intelectuais ou sociais; a autonomia dos professores que deveriam ser além de educadores, os dirigentes e administradores, uma vez que a escola não teria fins lucrativos; as famílias que tivessem condições financeiras estabilizadas deveriam pagar por uma mensalidade. (MARINIS, 2015, p.19)

Segundo a Federação das Escolas Waldorf do Brasil (FEWB) até meados do século XX, outras 34 escolas Waldorf foram fundadas: na Alemanha, Suíça, Holanda, Inglaterra, Noruega e Suécia, na Hungria e na Áustria, assim como nos EUA. Ainda, de acordo com a Federação das Escolas Waldorf do Brasil a consolidação da Pedagogia Waldorf, foi confirmada com o alto número de países praticando-a e até, em alguns países da Europa como: Alemanha, Holanda e Escandinávia, sendo subsidiada pelo estado, todavia, na maior parte dos países as escolas eram mantidas pelos pais dos alunos. Contrapondo a situação econômica não favorável, esse formato de escola cresceu muito nos primeiros anos chegando a ter em 1985, 306 escolas e presente em 23 países.

08 Figura 08 - Primeiros Alunos Escola Pedagogia Waldorf Fonte: https://branchingblog.com/

35


... no Brasil A primeira escola Waldorf no Brasil foi fundada em 1956, com apenas um jardim de infância, em São Paulo. Foi construída a partir do sonho e do empenho de um grupo de pioneiros que acreditavam na possibilidade de um mundo com a formação de um ser humano íntegro capaz de fazer escolhas próprias. O objetivo era contribuir com práticas antroposóficas, para um mundo melhor. Em fevereiro de 1956 a Escola Higienópolis abriu suas portas, germinando a Pedagogia Waldorf no Brasil. A escola teve um crescimento rápido tornou-se um centro cultural, onde aconteciam palestras e cursos que ampliavam o conhecimento da Antroposofia. (MARINIS, 2015, p.20)

Dessa forma a história da pedagogia no Brasil começa a ser contada há 64 anos com a Escola Waldorf Rudolf Steiner, pioneira no nosso país, tanto no ensino, quanto na formação de professores. Os anos subsequentes são marcados por um crescimento considerado, no qual, inúmeras escolas nasceram em todo o Brasil, primeiramente em formato de jardins de infância. Com o notável número de escolas pelo país, em 1998 surge a Federação das Escolas Waldorf (FEWB), impulsionando mais ainda o crescimento dessa formatação de escola pelo território nacional. De acordo com a FEWB hoje são 88 escolas Waldorf filiadas e mais 170 em processo de filiação, distribuído em 21 estados brasileiros, reunindo mais de 16.000 alunos e cerca de 1.700 professores. Para atender a busca por formação pedagógica Waldorf existem hoje 20 centros de formação. distribuídos pelo país.

09

Figura 09 - Desenho da Primeira Escola Pedagogia Waldorf no Brasil Fonte: http://faculdaderudolfsteiner.com.br/

36


10

Figura 07 - Primeiros Alunos Escola Pedagogia Waldorf Fonte: https://branchingblog.com/

Figura 10 - Indicadores Panorama Brasileiro 2019 Fonte: http://www.fewb.org.br

37


A Escola Waldorf Com a apresentação desses subsídios teóricos, vamos adentrar na formatação da Pedagogia Waldorf em si, e como suas escolas são caracterizadas, esse estudo pretende proporcionar uma base técnica para auxílio na tomada de decisão projetiva. A arte, nas Escolas Waldorf, é elemento fundamental na terçaria do processo de ensino, aprendizagem e desenvolvimento humano, a própria educação é entendida como um sistema artístico.

Partindo desse entendimento do desenvolvimento do humano, a Pedagogia Waldorf visa a formação integral do Ser Humano, pretendendo desenvolvê-lo harmoniosamente em todos os aspectos: inteligência, conhecimentos, vontade, ideais sociais, moral, pretendendo despertar todas as suas qualidades e disposições inatas, e estabelecer um relacionamento sadio com o seu meio, com a natureza, com a sociedade e com o universo. (BOGARIM, 2012, p.52)

Assim, a Pedagogia Waldorf, possui um processo de ensino diferenciado dos currículos das escolas tradicionais. A escola busca a formação através da evolução humana. Para Steiner é necessário que a escola permita aos seus educadores, através de sua formação holística, a transmissão de conhecimento diversos a seus alunos, a partir, do que entenda ser fundamental, tornando-se assim uma escola livre ( UNESCO, 1994)

Os procedimentos pedagógicos de caráter afetivo estético intensificam a relação de efeito recíproco entre a arte e a ciência, entre a emoção e a razão. A questão do conhecer não é mais restrita aos seus aspectos quantitativos. A importância real e comprometida com o papel da arte na educação Waldorf cunha o valor qualitativo do conhecimento como elemento fundamental no processo de compreensão do mundo. (BACH JÚNIOR, 2005, p. 279)

38


Para Steiner (2006) não existe uma linearidade na vida humana, todavia existem ciclos de aproximadamente sete anos. Denominado de setênios, no qual, cada ciclo de sete anos, um determinado elemento do ser humano se amplifica de modo destacado. Para a educação, dentro desta perspectiva de ciclos, findasse nos primeiros 21 anos da vida do ser humano, dessa forma, os setênios são divididos em 3 ciclos Audrey Migliani descreve essas etapas da seguinte maneira:

Setênios Epatas atendidas por esse projeto: Equivalentes ao Ensino Infantil o Fundamental

0 a 7 anos: Desenvolvimento através da liberdade de movimento e exploração do meio ambiente; Muito importante porque contém alguns dos maiores marcos que todo ser humano alcançará: postura ereta (ao caminhar), comunicação (com a fala) e auto entendimento; As salas de aula Waldorf, para esse primeiro ciclo, procuram reproduzir a atmosfera de uma casa, funcionando como uma extensão dela; Os alunos se relacionam subconscientemente.

como

irmãos,

educando-se

7 a 14 anos: Desenvolvimento através de emoções, criatividade e sentimentos; Artes e Oficinas sensibilidade.

presentes

para

o

desenvolvimento

da

Etapa para uma possível ampliação: Equivalente ao Ensino Médio

14 a 21 anos: O indivíduo está maduro e pronto para usar suas habilidades mentais e morais; Capazes de desenvolver pensamentos mais abstratos e complexos.

39


Arquitetura e Ensino Ao longo do tempo, a Arquitetura vem, através do homem, criando espaços que buscam atender as diversas necessidades das sociedades, com conforto e beleza. Para o Arquiteto e Urbanista Lucio Costa (1995) “Arquitetura é antes de mais nada construção, mas, construção concebida com o propósito primordial de ordenar e organizar o espaço para determinada finalidade e visando a determinada intenção.” Para essas construções são estudados e apresentados elementos característicos de cada tipologia de uso. Todavia exercem o papel de representante dos estilos de vidas e elementos culturais de um determinado povo e época.

Característica Formas Orgânicas;

Arquitetura Interação com o entorno e entre usuários; 40


Referente à tipologia Escola, a Arquitetura muitas vezes vem sendo utilizada como ferramenta pedagógica. Para Paula Brasil e Juliana Silva (2018) a “Arquitetura possui o dever de conectar todos os usos e agentes envolvidos no ambiente de ensino, com o objetivo de proporcionar espaços eficientes que influenciem positivamente a qualidade educacional, atendendo às necessidades dos usuários”. Como vimos nos tópicos anteriores, a Pegadogia Waldorf, tem como base a corrente filosófica Antroposifia, dessa forma, a Arquitetura de seus espaços físicos, tem seus traços embasados na Arquitetura Antroposófica. Essa maneira de pensar Arquitetura, também foi apresentada por Rudolf Steiner, que defendia uma arquitetura que hoje é conhecida com o termo de: Arquitetura Orgânica.

Ligado as Artes Plásticas

Antroposófica Inspiração nas formas da natureza 41


Arquitetura na Pedagogia Waldorf O partido Arquitetônico das edificações escolares com base na Pedagogia Waldorf, devem seguir características fundamentais para o bom desenvolvimento educacional desse formato de ensino. Algumas dessas características são apresentados pôr

Audrey Migliani (2020) e Thaís

Oliveira (2015), para elas o edifício escolar deve possuir traços coerentes com os setênios e proporcionar ao estudante o sentimento de apropriação do ambiente experimentado, como também, possuir espaços que tenham seu planejamento focado nas particularidades das atividade que serão desenvolvidas. De acordo com o pensamento Waldorf, o ideal é a criança de 0 a 7 anos estar em casa, convivendo com a família, a natureza e os afazeres domésticos. (THAÍS OLIVEIRA, 2015) Dessa forma, os espaços projetados para essa idade, tem que proporcionar aconchego do lar, com salas, nas quais possuam em seu interior pequenos espaços de atividades específicas dentro dessa sala maior, partido da ideia de casa (unidade).

11

42

Figura 11 - Sala Pedagogia Waldorf Fonte: https://co.pinterest.com/pin/333196072412926273/


Outro elemento fundamental, presente nas edificações desse formato de escola é a Arte, a própria arquitetura é entendida por Steiner como um manifesto de todas as artes, na formação de ambientes. Dessa forma, além ritmo, de estética e beleza as edificações tem que proporcionar espaços de exposições

das atividades artísticas desenvolvidas pelos

alunos. A luz natural é um componente importantíssimo nesse tipo de Arquitetura, o uso dessa ferramenta tem que ser controlável para proporcionar a mudança de atmosfera quando necessário. As paletas de cores são específicas para cada setênios, as cores mais quentes claras são utilizadas para os alunos dos primeiros anos escolares, para os alunos da etapa intermediária de ensino, as cores com tons frios são as utilizadas.

12 Figura 12 - Arco-íris Waldorf Fonte: https://www.criandocomapego.com/arco-iris-waldorf-tudo-sobre-o-brinquedo-mais-criativo-do-mundo/

43


Legislação Como forma de analisar a viabilidade legal do Anteprojeto de Arquitetura para uma Escola de Ensino Infantil e Fundamental, na cidade de Juazeiro do Norte - CE, foram estudados alguns indicadores através das leis e normas Municipais,

Estaduais

e

Federais

que

regulamentam

obras

dessa

determinada tipologia. As leis que norteiam no cotante é esfera municipal são; Lei n° 2570/2000 referente ao Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo; Lei n° 2571/2000 que dispõe sobre o Código de Obras e Posturas; Lei n° 2572/2000 pertencente ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Sobre essas leis foram analisados os seguintes indicadores: Usos permitidos da Zona Urbana na qual está locado o terreno escolhido. O terreno escolhido (detalhes sobre o terreno será apresentado em tópicos posteriores) para a implementação do Anteprojeto de Arquitetura, fica localizado na Zona Residencial 1, (ZR1). Como demostrado na imagem abaixo.

Terreno

13 Figura 13 - Mapa entorno terreno Fonte: Secretaria de Infraestrutura Juazeiro do Norte - CE

44


Lei n° 2570/2000 Art. 26 - Na ZR1 são permitidos os seguintes usos: I - residencial unifamiliar; e II - institucional – creches, escolas de 1.º grau e assemelhados. Este artigo demostra que é possível a edificação de unidade escolar na Zona Urbana ZR1, validando neste quesito, a implementação do anteprojeto nessa localidade.

Índices de uso e ocupação da zona urbana onde o imóvel será edificado.

Tabela 01 - Indicadores Urbanos de Ocupação de Solo Fonte: Lei n° 2570/2000 Anexo III

O anexo III da Lei n° 2570/2000 apresenta os indicadores obrigatórios para validação do Anteprojeto de Arquitetura referente ao Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo. Dessa forma, identificamos que na ZR1 no tocante ao uso Institucional, na qual se enquadra a tipologia da edificação proposta, que a taxa de permeabilidade é de 35%, e a taxa de ocupação é de 50%, o índice de aproveitamento é de 1, apresenta também os limites de recuos mínimo obrigatórios que são: frete 5m, fundo 3m e lateral 3m. Por fim, ela demostra que nessa região o lote mínimo para essa tipologia de uso é de 800m².

45


Tipologia e quantidade de vagas de estacionamento, carga e descarga. Lei n° 2570/2000 Art. 110 - É exigida a reserva de espaço para estacionamento de veículos, bem como para carga e descarga quando necessário, no interior dos lotes ocupados por edificações. Art. 111 - Deverão ser previstas vagas para os usuários portadores de deficiências na proporção de 2% de sua capacidade, sendo o número de uma vaga, o mínimo para qualquer estacionamento coletivo ou comercial e 1,20m (um metro e vinte centímetros) o espaçamento mínimo entre veículos em tais casos. Estes artigos demostram a obrigatoriedade de ser projetado dentro do lote da edificação, uma área específica para carga e descarda, reduzindo assim os possíveis gargalos nas vias circulantes ao lote. Apresenta também que é obrigatório a destinação de vagas para usuários portadores de deficiência na proporção de 2% na capacidade total de vagas. LEI Nº 2570/2000 ANEXO V LEI DE PARCELAMENTO, USO E OCUPAÇÃO DO SOLO VAGAS DE ESTACIONAMENTO POR ATIVIDADE 13. Prestação de Serviços na Área Educacional: a) até 1.000,00m² de área útil – 1 vaga de estacionamento para cada 50,00m² de área; b) acima de 1.000,00m² de área útil – 1 vaga para cada 30,00m² de área. Esse indicador de números de vagas obrigatórias apresentado pelo anexo V dessa lei, será balizadora para as tomadas de decições projetivas no TCCII.

46


Dimensionamento e distribuição de equipamentos sanitários. A Lei n° 2571/2000 que dispõe sobre o Código de Obras e Posturas, do município de Juazeiro do Norte - CE, apresenta em seu anexo III uma tabela com as informações das instalações mínimas para cada tipologia de uso, dessa forma na VI tabela surge especificando as obrigações de instalações sanitárias referente as áreas dos andares da edificação escolar.

Tabela 02 - Instalações Mínimas Obrigatórias Escolas Fonte: Lei n° 2571/2000 Código de Obras e Posturas

Planjamento estratégico da cidade. Como já apresentado, a Escola em estudo nesse TCC, tem o objetivo de ser uma instituição no formato de Parceria Público-Privado (PPP), na qual o investimento é fomentado parte pelo Governo, parte por empresas parceiras ao projeto. Dessa forma, se faz necessário entender o Planejamento Estratégico da Cidade, com o objetivo de captar o alinhamento com a proposta da escola. O planejamento é ofertar serviço de qualidade para os alunos de baixar renda, como também, um equipamento que possa ser utilizado pela comunidade local. Art. 7º - O Plano Estratégico do Município de Juazeiro do Norte, objetiva assegurar um grau de desenvolvimento econômico sustentável com justiça social, através da oferta de serviços de qualidade, oferecendo aos moradores e visitantes uma cidade atraente e equilibrada, física e socialmente. Compõe-se de quatro linhas básicas, a seguir elencadas:Linha Estratégica 4: Juazeiro do Norte deverá ser um município atraente e equilibrado física e socialmente.(Lei n° 2572, 2000, p. 10)

47


Já na esfera Estadual o indicador analisado teve base na Lei nº 13.556, de 29 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a segurança contra incêndios e dá outras providências. E das Normas Técnicas N° 01/ 2007 e 01/ 2007, do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará. Exigências de implementação de medidas de segurança contra incêndio.

Tabela 03- Medidas de Segurança contra Incêndio Fonte: Lei nº 13.556 Norma 01/2007

A tabela apresentada acima servirá com base nas decisões sobre as medidas de segurança e instalações de equipamentos no combate a incêndio, que será feito no TCC II, quando tiver o planejamentos das áreas da edificação.

48


No tocante as normativas federais foram utilizadas como fonte de consultas as NBR 9077 que normatiza sobre saídas de emergência em edifícios e a NBR 9050 que dispõe sobre acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

Acessibilidade de pedestres. 8.6.1 A entrada de alunos deve estar, preferencialmente, localizada na via de menor fluxo de tráfego de veículos. 8.6.2 Deve existir pelo menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.(NBR 9050, 2004, p. 87)

Dessa forma, NBR 9050 normatiza de forma específica a tipologia Escola que o fluxo de entrada dos alunos seja realizada na via de menor tráfego de veículos, proporcionando mais segurança dos seus usuários. Norteia também sobre o acesso as diversas áreas de atividades dentro da instituição. Acessibilidade de portadores de deficiência. 8.6.6 Todos os elementos do mobiliário interno devem ser acessíveis, garantindo-se as áreas de aproximação e manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo, conforme seções 4 e 9. 8.6.9 Todos os elementos do mobiliário urbano da edificação como bebedouros, guichês e balcões de atendimento, bancos de alvenaria, entre outros, devem ser acessíveis, conforme seção 9.(NBR 9050, 2004, p. 87 e 88)

A acessibilidade deve existir em todos os elementos e equipamentos escolares, sendo ele fixo eu móvel, interno ou externo, dessa forma a NBR servirá de base para o anteprojeto dessa Escola.

49


REFERÊNCIAS PROJETUAIS

50


Hongling Experimental Primary School 50 - 53

Yellow Train School 54 - 57

Woodcroft Neighbourhood Centre 58 - 61

Aldeia das Crianรงas Canuanรฃ 62 - 65

51


Hongling Experimental Primary School Escola Experimental Primária de Hongling Projeto assinado pelo escritório O-office Architects

tendo como

Arquitetos responsáveis: Jingyu Dong, Xiaolin Chen. A escola esta sediada na cidade de Shenzhen na China, tem área total de 33.721 m², site ArchDaily (2019). O projeto possui uma implantação perfeita, com um excelente planejamento de movimentação de terra e adequação ao entorno. O objetivo inicial era o projeto para atender 24 turmas, porém devido a procura por vagas, hoje o projeto preliminar da escola foi duplicado. De acordo com o site ArchDaily (2019), o desing desse projeto tem orientação vertical, contudo essa característica não é a que vamos utilizar como referência para o projeto deste trabalho. Essa característica possui um efeito colateral que é a dificuldade de interação entre alunos, na qual, é uma ferramenta pedagógica do método Waldorf.

14

15

52

16

Figura 14: Interior edificação / Figura 15: Vista Interna / Figura 16: Auditório ao ar livre Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/927247/escola-primaria-experimental-de-hongling-o-office-architects


A edificação é dividida em duas partes com diferentes níveis no leste e no oeste, tem sua área de terreno quase na sua totalidade edificada. No centro desses dois elementos foi criado um pátio no formato de vale curvo, com um jardim realizando a integração com o subterrâneo na qual se encontra as instalações culturais / esportivas subterrâneas e espaço da cantina, proporcionando a esses espaços ventilação natural, de acordo com o site ArchDaily (2019).

17

18 Figura 17: Crianças Brincando Parque / Figura 18: Edifício Escola Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/927247/escola-primaria-experimental-de-hongling-o-office-architects

53


Correlação Ações Condicionantes de Conforto:

Permite uma

ventilação cruzada em todo o percurso de sua edificação, e em todos os níveis.

Ambientes Flexíveis: Esse projeto apresenta elementos que tornam alguns ambientes com flexibilidade de maior ou menor integração entre os usuários.

19 20

54

21

Figura 19: Referência de Ventilação / Figura 20: Planta Baixa Térreo / Figura 21: Planta Baixa 1° Pavimento Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/927247/escola-primaria-experimental-de-hongling-o-office-architects


22

23

24

Figura 22: Sala Integrada / Figura 23: Planta Baixa 3° e 4° Pavimentos / Figura 24: Planta Baixa 2° Pavimento Fonte: https://www.archdaily.com.br/br/927247/escola-primaria-experimental-de-hongling-o-office-architects

55


Yellow Train School Escola de Trem Amarelo

Projeto assinado pelo escritório indiano Biome Environmental Solutions, equipe multi disciplinar formada por Arquitetos, Designers, Engenheiros e Planejadores Urbanos com foco na Ecologia e Arquitetura Sustentável. A escola esta sediada na cidade de Coimbatore na Índia, tem área total de 1.334 m², site ArchDaily (2016). Essa escola tem como base pedagógica do método Waldorf, dessa forma muitos de seus aspectos foram utilizados no desenvolvimento do Antiprojeto. Região de Coimbatore possui um clima muito quente, e para permitir que os alunos utilizassem de forma continuada os espaços de recreação, estes foram colocados para a parte interna da edificação. Segundo o site ArchDaily (2016) para isso, foram criadas mini cavernas e espaços de interações que permitem a integração e imaginação das crianças.

25

26

56

27

Figura 25: Interior edificação / Figura 26: Vista Interna / Figura 27: Auditório ao ar livre Fonte: https://www.biome-solutions.com/project/


Além desde cuidado de integração da Arquitetura com as características educacionais da pedagogia Waldorf a edificação possui toda uma atenção com o componente ecológico, na qual, de acordo com o site ArchDaily (2016), foi realizada a utilização de material local para construção. Possui também em seu projeto de cobertas, um sistema que, permite a captura e armazenamento de águas das chuvas para reuso. As aberturas nas alvenarias permitem aos espaços ventilação natural.

28

29 Figura 28: Pátio de entrada/ Figura 29: Entrada da Escola Fonte: https://www.biome-solutions.com/project/

57


Correlação Partido Arquitetônico: As características da Pedagogia Waldorf é o partido para o projeto dessa escola, na qual, norteou suas tomadas de decisões projetivas, distribuição de programa de necessidades e as relações de espaços e usuários. Ambientes Exploráveis: Esse projeto apresenta espaços que permite que os usuários (alunos e professores) explorem suas imaginações nas brincadeiras interativas, como também, nas relações de convivência. Ações Condicionantes de Conforto:

Permite uma

ventilação cruzada através de aberturas laterias da edificação. Uso de Materiais Locais:

Pensando no sistema

sustentável como uma cadeia sistêmica, o uso de materiais locais é fundamental para a função ecológica, dessa forma, esse projeto utiliza de grande parte de seus materiais de produtos locais.

30

58

Figura 30: Planta Baixa Térreo Fonte: https://www.biome-solutions.com/project/


31

32

Figura 31: Sala de aula / Figura 32: Planta Baixa 1°Pavimento Fonte: https://www.biome-solutions.com/project/

59


Woodcroft Neighbourhood Centre Centro Comunitário Woodroft Projeto assinado pelo escritório australiano Carter Williamson, tendo como Arquitetos responsáveis: Shaun Carter, Ben Peake, Lisa Merkesteyn, Tai Lien e Julie Niass. De acordo com o site ArchDaily (2020), o centro comunitário esta sediada na cidade de Woordroft na Austrália, tem área total de 600 m². Com projeto e obra datado do ano de 2019. Em 2015 o antigo centro sofreu o grande incêndio no qual atingiu quase em sua totalidade, desda forma, foi necessário a reconstrução de um novo cento do "zero". O partido do projeto foi então expressar a importância de espaços de aprendizagem coletiva, a recreação, a cultura e o bem-estar de seus usuários. Para isso, o projeto teria que atender alguns requisitos que eram: uma edificação a prova de fogo, imponente, locais internos com espaços flexíveis e conexão com o entorno, ArchDaily (2020).

33

34

60

35

Figura 33: Vista interna/ Figura 34: Vista Externa / Figura 35: Entrada principal Fonte: https://www.carterwilliamson.com/architecture/woodcroft-neighbourhood-centre/


O telhado é um elemento marcante deste projeto, com seu traço imponente e curvo remetendo a uma arquitetura organizada das formas. Outro ponto fundamental desse projeto é a preocupação com a sustentabilidade, presente deste sua implementação com a orientação solar e a ventilação cruzada, até o armazenamento de águas de chuvas e a utilização de placas solares na geração de energia.

36

37 Figura 36: Telhado orgânico/ Figura 37: Vista placas solares Fonte: https://www.carterwilliamson.com/architecture/woodcroft-neighbourhood-centre/

61


Correlação Zoneamento Funcional: Sua integração do interno com o externo e sua localização estratégia dentro do parque, proporciona uma experiência de contato com a natureza.

Acessos e Circulações: Espaços integrados, amplos e com acesso visual ao externo.

Ações Condicionantes de Conforto:

Permite uma

ventilação cruzada através de aberturas laterias da edificação.

38

39

62

Figura 38: Corte edificação / Figura 39: Planta Baixa Fonte: https://www.carterwilliamson.com/architecture/woodcroft-neighbourhood-centre/


40

41

42

Figura 40: Vista superior / Figura 41: Corredor externo / Figura 42: Sala Fonte: https://www.carterwilliamson.com/architecture/woodcroft-neighbourhood-centre/

63


Aldeia das Crianças Canuanã Projeto totalmente brasileiro, ganhador de diversos prêmios, como por exemplo: Archdaily Obra do ano - Melhor edifício do Brasil em 2018 e Prêmio Saint-Gobain de Sustentabilidade com Aldeia Infantil de 2018; a proposta é assinada pelos profissionais Gustavo Utrabo, Pedro Duschenes e Marcelo Rosembaum. Segundo o Estúdio Gustavo Utrabo (2018) a aldeia das crianças esta sediada na cidade de Formoso do Araguaia, no Estado do Tocantins no Brasil, tem área total de 23.344,17 m². Com projeto datado do ano de 2016 e obra no ano de 2017. Esse projeto está imerso em uma região muito rica de história indígena, em que, está em franco desenvolvimento. Pedro Duschenes (2018) Como lidar com este sítio no qual a cultura vigente se moderniza e se abstém de qualquer memória em prol de um sonho reproduzido? Como intervir num lugar marcado pelo trabalho manual da lavoura e pela natureza indígena? Esses foram os primeiros questionamentos que nortearam as decisões para esse projeto.

43

44

64

45

Figura 43: Pátio central / Figura 44: Vista externa / Figura 45: Detalhe coberta Fonte: https://gustavoutrabo.com/Children-Village-Canuana-RIBA-International-Prize-Winner-2018


Os blocos da edificação são divididos por pátios repletos de vegetação local, esses pátios exercem dupla função, a primeira de ação em melhoria do conforto térmico, reduzindo a sensação de calor, e em segundo, porém não menos importante, esses espaços servem de ambientes de integração entre os usuários, de acordo com o Estúdio Gustavo Utrabo (2018). Um ponto marcante desse projeto, foi a imersão dos autores, na comunidade local, buscando através de pesquisa entender o problema e suas possíveis resoluções.

46

47 Figura 46: Vista externa fachada / Figura 47: Vista pátio Fonte: https://gustavoutrabo.com/Children-Village-Canuana-RIBA-International-Prize-Winner-2018

65


Correlação Móveis Integrados:

Os móveis se integram com a

Arquitetura tanto na condicionante dos matrias como na forma. Uso de Materiais Locais:

Uso de materiais locais é

fundamental para a função ecológica, dessa forma, esse projeto utiliza de grande parte de seus materiais de produtos locais. Ações Condicionantes de Conforto: Criação de pátios proporcionando ventilação para os blocos da edificação. Acessos e Circulações: Espaços integrados, amplos e com acesso visual ao externo.

48

49

66

Figura 48: Planta Baixa Térreo / Figura 49: Planta Baixa 1° Pavimento Fonte: https://gustavoutrabo.com/Children-Village-Canuana-RIBA-International-Prize-Winner-2018


50

51

52

Figura 50: Vista jardim / Figura 51: Corredor interno / Figura 52: Sala Fonte: https://gustavoutrabo.com/Children-Village-Canuana-RIBA-International-Prize-Winner-2018

67


TERRENO

68


Apresentação Terreno 68 - 69

Histórico Entorno 70 - 71

Justificativa Terreno 72 - 73

Análise Preliminar 74 - 75

69


Apresentação Terreno Localizado na cidade de Juazeiro do Norte - CE, dentro da Zona Residencial 1, (ZR1) no bairro Betolânidia, possui sua face oeste na Avenida Manoel Coelho de Alencar, medindo 212 metros, sua face norte para a Rua Augusto Dias de Oliveira, medindo 270 metros, sua face leste na Rua Fausto Pessoa dos Santos, medindo 210 metros e sua face sul para a Rua José Galdino Filho, medindo 220 metros. De propriedade particular, o terreno tem área total de 52.000 m² possui uma pequena inclinação em sua topografia, contudo essa analise da topográfica foi realizada mais detalhadamente no TCC II.

53

70

Figura 53: Pôr do Sol - Terreno Fonte: Acervo do autor


Brasil

54

Ceará

Juazeiro do Norte

55

56

Betolândia

57

Figura 54: Mapa do Brasil / Figura 55: Mapa do Ceará / Figura 56: Mapa Juazeiro do Norte -CE / Figura 57: Entorno Terreno Fonte: Google Earth

71


Histórico Entorno 2004

58 Figura 58 - Vista Satélite Bairro Betolândia em 2009. Fonte: googleearth

Notasse que a microrregião, no entorno do terreno estudado, possui uma densidade demográfica baixa, porém com o crescimento populacional da cidade iniciasse uma busca de lotes para construções nessa região.

2013

59 Figura 59 - Vista Satélite Bairro Betolândia em 2013. Fonte: googleearth

Observa-se que neste ano o início da construção do conjunto habitacional Minha Casa Minha Vida Betolândia I. E é notório o crescimento do número de 72

casas nos bairros vizinhos.


2009

60 Figura 60 - Vista Satélite Bairro Betolândia em 2009. Fonte: googleearth

Ano de partida do programa nacional de habitação Minha Casa Minha Vida de acordo com a LEI Nº 11.977, de 7 de julho de 2009.

2019

61 Figura 61 - Vista de Satélite Bairro Betolândia em 2019. Fonte: googleearth

Atualmente no entorno já existe dois conjuntos Habitacionais, que elevam os números de moradores dessa região, como também, o aumento de lotes ocupados para habitação.

73


Justificativa Terreno A escolha por esse terreno parte da premissa que a escola pretende ofertar ensino de forma gratuita para crianças e jovens de baixa renda, proporcionando desenvolvimento da região. Dessa forma, esse terreno se encontra em uma localização privilegiada, pois é locado geograficamente entre dois conjuntos habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, como também , próximos a bairros periféricos da cidade. Como visto no tópico anterior essa microrregião vem, de forma acelerada, aumentando sua densidade demográfica. Dessa forma, a necessidade de implementação de equipamentos para o atendimento ao público é de fundamental importância, principalmente no tocante a oferta de educação de qualidade.

62

74

Figura 63 - Vista Oeste do terreno Fonte: Acervo do autor

Figura 62 - Vista Norte/Oeste do terreno Fonte: Acervo do autor

63


Conjunto Habitacional Minha casa Minha Vida I

Aeroporto

Conjunto Habitacional Privado em Construção

64 Figura 64 - Vista de Satélite Bairro Betolândia em 2019. Fonte: googleearth

Terreno Escolhido

Conjunto Habitacional Minha casa Minha Vida II

75


Análise O terreno permite acesso por suas quatro faces, sendo a face oeste em uma avenida principal de acesso aos bairros circunvizinhos que é a Avenida Manoel Coelho de Alencar. O perfil do terreno apresenta uma topografia com pequenas variações de altura, sendo a região mais alta com 2 metros em relação ao ponto mais baixo, topografia obtida através do software Global Mapper, analisando essa variação com o tamanho do terreno torna-se viável a movimentação de terra para nivelamento. Com isso no projeto desenvolvido adota como solução projetual, o nivelamento do lote.

36 m

212 m

270 m

Área: 52.000 m² 174 m

76

Figura 65 - Medidas do Terreno. Fonte: Desenho do Autor

220 m

65


Relação com o Sol:

Meio Dia

Anoitecer

Amanhecer

66 Figura 66 - Vista Terreno em 2019. Fonte: googleearth

Indicadores Clímáticos:

Ventilação Predominante

Tabela 04 - Dados climatológicos Juazeiro do Norte - 1982/2012 Fonte: https://pt.climate-data.org/america-do-sul/brasil/ceara/juazeiro-do-norte-4447/

77


O Anteprojeto Conceito e Partido Arquitetônico Para LEUPEN (2004), o conceito expressa a ideia subjacente no desenho e orienta as decisões de projeto em uma determinada direção, organizando e excluindo as variantes. Dessa forma, esse projeto tem como ideias nascentes, que nortearam o processo de tomada de decisão arquitetônica, algumas das características filosóficas da própria pedagogia Waldorf, que são: Ambientes integrados com a natureza e espaços que apresentem características do aconchego do lar. Essas duas premissas estão presentes em todos os blocos, tanto nos blocos educacionais, como administrativos e operacionais. No traçado urbanístico esse conceito é aplicado através de caminhos integrados dentro de ambientes repletos de elementos naturais. Buscando o êxito na aplicação desses conceitos, apresentados anteriormente, se fez necessário definir algumas ações e decisões projetuais. Essas ações denominadas de Partido Arquitetônico foram: edificações com presença de telhado aparente, que é uma característica marcante das residências da região (Nordeste), na qual, a escola está inserida. Caminhos que proporcionam sensações diferentes em todos os pontos de vistas dos usuários. Por fim, foram utilizadas aberturas e divisórias que permitem a alteração dos espaços, possibilitando a integração física e visual do interno com o externo das edificações.

78


Programa de Necessidades Pedagógico e Atendimento: Salas de Aula – 1° Setênio; (três berçários, com capacidade de 12 alunos, para crianças de 0 a 2 anos, três salas de aulas do maternal, com capacidade de 20 alunos, com idade entre 2 e 4 anos, e 4 salas de aulas para o jardim de infância, com capacidade de 20 alunos, com idade entre 4 e 6 anos). Salas de Aula – 2° Setênio; ( 16 salas de aulas, com capacidade de 20 alunos, com idade entre 7 e 13 anos. Biblioteca; Sala de Teatro; Oficina de Artesanato; Oficina de Musica; Laboratório de Informática; Cozinha Educativa; Enfermaria; Sala de Orientação Psicológica, Educacional e Nutricional; Laboratório de Química / Física / Biologia; Sala de Cinema; Área Esportiva; Auditório.

Vivência Coletiva: Mini Parque (Ecológico); Espaço cedido a população. Pátio de Convivência; Horta; Fazendinha; Refeitório; Sanitário Feminino; Sanitário Masculino; Vestiário Feminino; Vestiário Masculino; 79


Administrativo: Recepção; Sala de Administração (Coletiva); Sala de Direção; Sala de Reunião; Sala dos Professores; Salas Coordenação Pedagógica; Tesouraria; Copa; Banheiros.

Serviços Operacionais: Cozinhas; Cantina; Depósitos; Almoxarifado; Depósito Material de Limpeza (DML); Banheiros; Fraldaria / Lactário; Copa.

80


MASTERPLAN

12

09

07 11

10 06 11

06 08

10

06

17 16

05

18

14 02

16 03

03 01

15 03

16

03

03

13 04

03 03 11

10

04 04

16 16

Figura 67 - MasterPlan Fonte: Desenho do Autor.

01: Bloco Administrativo;

10: Portaria;

02: Alojamento;

11: Bicicletário;

03: Bloco Jardim de Infância;

12: Mini Parque Urbano;

04: Bloco Berçário;

13: Quadra de Voleibol;

05: Bloco Ensino Fundamental;

14: Campo Society;

06: Horta;

15: Vestiários;

07: Fazendinha;

16: Parquinho Infantil;

08: Biblioteca;

17: Academia Urbana;

09: Doca;

18: Estacionamento. 81


Bloco Administrativo

Figura 68 - Planta baixa tĂŠrreo bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor

Figura 69 - Planta baixa pavimento superior, bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor

Figura 70- Fachada Noroeste, bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor

82


O bloco administrativo é um elemento marcante desse projeto possui peças de proteção solar (brises) que marcam o traço de sua fachada, possui uma estrutura mista que proporciona uma estabilidade estrutural ao telhado, que cobre grande vãos. Compõem essa edificação: Setor Administrativo, Auditório/Cinema com capacidade para 155 pessoas e uma Sala de Música.

Figura 71 e 72 - Imagens externas bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor

83


84

Figura 73 e 74 - Imagens externas bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor


Figura 75 e 76 - Imagens externas bloco administrativo. Fonte: Desenho do Autor

85


Bloco Alojamento

Figura 77 - Planta Baixa Alojamento. Fonte: Desenho do Autor

Figura 78- Fachada Sul, Alojamento. Fonte: Desenho do Autor

86


O Alojamento também possui uma estrutura mista que proporciona uma estabilidade estrutural ao telhado, que cobre grande vãos. Sua fachada é marcado por uma simetria. Compõem essa edificação: Dormitórios e Refeitório para 52 alunos e vestiários masculino e feminino.

Figura 79 e 80 - Imagens externas alojamento. Fonte: Desenho do Autor

87


88

Figura 81 e 82 - Alojamento. Fonte: Desenho do Autor


Figura 83 e 84 - Imagens externas alojamento. Fonte: Desenho do Autor

89


Bloco Berçário

Figura 85 - Planta Baixa bloco berçário. Fonte: Desenho do Autor

Figura 86 - Fachada Sul berçário. Fonte: Desenho do Autor

90


O Berçário é pensando para atender a característica da pedagogia Waldorf, que possui em suas estruturas de salas de aulas, características de casa, pensando nisso, esse Anteprojeto de Arquitetura Escolar apresenta um modelo de bloco educacional que integra as principais atividades dentro de seu ambiente. Possui uma estrutura mista. Compõem essa edificação: Dormitório, cozinha, sala de aula, sala de descontração, fraldaria/lactário, banheiros e refeitório. Sua capacidade é de 12 alunos por turno com idades e 0 a 2 anos.

Figura 87 e 88 - Imagens externas berçário. Fonte: Desenho do Autor

91


92

Figura 89 e 90 - Imagens externas berçårio. Fonte: Desenho do Autor


Figura 91 e 92 - Imagens externas berçårio. Fonte: Desenho do Autor

93


Bloco Jardim de Infância

Figura 93 - Planta Baixa bloco jardim de infância. Fonte: Desenho do Autor

Figura 94 - Fachada Sul bloco jardim de infância. Fonte: Desenho do Autor

94


O Jardim de Infância atende crianças de 2 a 6 anos e possui uma característica de ambientes integrados. Compõem essa edificação: Oficina de artesanato, cozinha, sala de aula, sala de descontração, banheiros e refeitório. Sua capacidade é para 20 alunos por turno.

Figura 95 e 96 - Imagens externas bloco jardim de infância. Fonte: Desenho do Autor

95


Bloco Biblioteca

Figura 97 - Planta Baixa tĂŠrreo, biblioteca. Fonte: Desenho do Autor

Figura 98 - Planta Baixa superior, biblioteca. Fonte: Desenho do Autor

96


Figura 99 - Fachada Oeste biblioteca. Fonte: Desenho do Autor

Figura 100 - Fachada Norte biblioteca. Fonte: Desenho do Autor

97


A Biblioteca, é marcada por uma fachada que remete as casas de campo, proporcionando sensação de bem estar de suas usuários. Possui ventilação cruzada em toda a sua edificação, proporcionando um conforto térmico, e saúde para o ambiente interno. Sua circulação vertical é feita pela escada e por um elevador. Compõem essa edificação: Biblioteca, recepção, sala de estudo, sala bibliotecária e banheiros.

98

Figura 101 - Imagens externas biblioteca. Fonte: Desenho do Autor


Figura 102 e 103 - Imagens externas biblioteca. Fonte: Desenho do Autor

99


Bloco Fazendinha

100

Figura 104 e 105 - Imagens externas fazendinha. Fonte: Desenho do Autor


A Fazendinha proporciona as crianças uma vivência com o mundo animal e com a natureza, a experimentação é uma estratégia educacional presente na pedagogia Waldorf. Compõem essa edificação: Sala de atendimento veterinário, estoque, espaço para diversos animais de pequeno porte e uma sala de aula aberta.

Figura 106 e 107 - Imagens externas fazendinha. Fonte: Desenho do Autor

101


Bloco Fundamental

Figura 108 - Planta Baixa tĂŠrreo, bloco ensino fundamental. Fonte: Desenho do Autor

Figura 109 - Planta Baixa superior, bloco ensino fundamental. Fonte: Desenho do Autor

Figura 110 - Fachada Sudeste. Fonte: Desenho do Autor

102


O Bloco do Ensino Fundamental é marcado por uma coberta que liga dois blocos educacionais, sua acessibilidade é total com uma rampa central que liga as duas edificações. Compõem essa edificação: 16 Salas de aulas com capacidade para 20 alunos cada, almoxarifado, estoque, refeitório, espaço de integração, banheiros, oficinas, laboratórios, sala dos professores e pátio de integração social.

Figura 111 e 112 - Imagens externas bloco ensino fundamental. Fonte: Desenho do Autor

103


104

Figura 113 e 114 - Imagens externas bloco ensino fundamental. Fonte: Desenho do Autor


Figura 115 e 116 - Imagens externas bloco ensino fundamental. Fonte: Desenho do Autor

105


CONSIDERAÇÕES FINAIS O estudo sobre a pedagogia Waldorf e a integração dessa metodologia de ensino com a Arquitetura foi de uma forma marcante para mim e de muito aprendizado, enriquecendo de conhecimento minha formação de arquiteto e urbanista. A pedagogia Waldorf vai muito além das paredes da escola, ela busca formar seres humanos livres, educados e criadores de um desenvolvimento humano social, diversificando-se de metodologias que buscam somente um aprimoramento do currículo profissional. A Arquitetura é um elemento fundamental dentro dessa pedagogia de ensino, ela é vista muito mais do que só a função estética ou de proteção, é interpretada como uma ferramenta pedagógica que interage com o usuário de forma atuante. Dessa forma, o Anteprojeto de Arquitetura Escolar, que usou como base este estudo teve a responsabilidade de propor espaços, que proporcione essas vivências, e que ajude aos atores dessa escola no desenvolvimento educacional dessas crianças e jovens.

106


REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNIAS. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeira. 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNIAS. NBR 9077: Saídas de emergência em edifícios. Rio de Janeira. 2001. BACH JÚNIOR, Jonas. A filosofia de Rudolf Steiner e a crise do pensamento contemporâneo. São Paulo: Madras, 2005. p. 277 a 280. BACH JÚNIOR, Jonas. A Pedagogia Waldorf como educação para a Liberdade: reflexões a partir de um possível diálogo entre Paulo Freire e Rudolf Steiner. Tese (Doutorado em Educação). UFPR, Curitiba, 2012. BOGARIM, Maria Cristina Da Silva Pimentel Botelho. A Qualidade da Educação Infantil no Contexto da Pedagogia Waldorf: Um Estudo de Caso, 2012. BRASIL, Paula de Castro & SILVA, Juliana Christiny. Impactos da arquitetura escolar na qualidade do ensino brasileiro. Conhecimento & Diversidade, Niterói, v. 10, n. 21, p. 187–197, maio/ago. 2018. BRASIL. LEI Nº 11.977, de 7 de julho de 2009. Programa Minha Casa, Minha Vida – PMCMV e a regularização fundiária de assentamentos localizados em áreas urbanas. 2009. CARLGREN, Frans. Pedagogía Waldorf: una educación hacia la. 3°. ed. Espanha: Editorial Rudolf Steiner, 2018. 394p. CEARÁ (Estado). Lei nº 13.556, de 29 de dezembro de 2004. Segurança contra incêndios e dá outras providências. Ceará, 29 dez. 2004. Centro Comunitário Woodroft / Carter Williamson Architects" [Woodcroft Neighbourhood Centre / Carter Williamson Architects] 18 Mai 2020. ArchDaily Brasil. Acesso em 27 de abril de 2020. <https://www.archdaily.com.br/br/939755/centrocomunitario-woodroft-carter-williamson-architects> ISSN 0719-8906. COSTA, Lúcio. Registro de uma Vicência. São Paulo: Empresa das Artes, 1995, p. 608. DUSCHENES, Pedro. Moradas Infantis de Canuanã. Pedro Duschenes. Acesso em 31 de março de 2020. https://www.pedroduschenes.com/moradas-infantis-decanuana. Escola Primária Experimental de Hongling / O-office Architects" [Hongling Experimental Primary School / O-office Architects] 03 Nov 2019. ArchDaily Brasil. Acessado 23 de abril de 2020. <https://www.archdaily.com.br/br/927247/escolaprimaria-experimental-de-hongling-o-office-architects> ISSN 0719-8906. Escola Trem Amarelo / Biome Environmental Solutions" [Yellow Train School / Biome Environmental Solutions] 13 Jun 2016. ArchDaily Brasil. Acesso em 23 de abril de 2020. <https://www.archdaily.com.br/br/789387/yellow-train-schoolbiome-environmental-solutions> ISSN 0719-8906.

107


Fundamentos da Pedagogia Waldorf. Federação das Escolas Waldorf no Brasil. Acessado em 27 de abril de 2020. http://www.fewb.org.br/pw.html. GARCIA, L.M. As contribuições da Pedagogia Waldorf no atendimento à diversidade e na valorização das diferenças. Trabalho apresentado ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Bauru, 2014. HEMLEBEN, Johannes. Rudolf Steiner: monografia ilustrada. São Paulo: Antroposófica, 1984. JUAZEIRO DO NORTE (Município). Lei nº 2570, de 08 de setembro de 2000. Parcelamento, Uso e Ocupação do Solo da Cidade. 1.ed. Juazeiro do Norte – CE, 08 set. 2000. JUAZEIRO DO NORTE (Município). Lei nº 2571, de 08 de setembro de 2000. Código de Obras e Posturas do Município. 1.ed. Juazeiro do Norte – CE, 08 set. 2000. JUAZEIRO DO NORTE (Município). Lei nº 2572, de 08 de setembro de 2000. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, PDDU. 1.ed. Juazeiro do Norte – CE, 08 set. 2000. KOWALTOWSKI, C. K. & MOREIRA, Daniel de Carvalho. & PETRECHE, João R. D. & FABRICIO, Márcio M. O Processo de projeto em arquitetura. São Paulo: Oficina de Textos, 2011. LANZ, Rudolf. A pedagogia Waldorf: caminho para um ensino mais humano. São Paulo: Antroposófica, 1998. MARINIS, Luara Lua Pereira de. A Educação Infantil sob a perspectiva da Pedagogia Waldorf. 2015.

108

MIGLIANI, Audrey. Como projetar escolas e interiores com base na pedagogia Waldorf. 25 de março de 2020. ArchDaily . (Trans. Franco, José Tomás) Acesso em 5 de maio de 2020 . <https://www.archdaily.com/935990/how-to-design-schools-andinteriors-based-on-waldorf-pedagogy/>ISSN 0719-8884. Moradias Infantis / Rosenbaum® + Aleph Zero" [Children Village / Rosenbaum + Aleph Zero] 20 Set 2017. ArchDaily Brasil. Acessado 30 Mai 2020. <https://www.archdaily.com.br/br/879961/moradias-infantis-rosenbaum-r-plus aleph-zero> ISSN 0719-8906. OLIVEIRA, Thaís R. S. Cardoso & IMAI, César. Identificação dos atributos da arquitetura escolar waldorf: um estudo de caso no interior paulista. Trabalho apresentado no IV SBQP 2015. Universidade Federal de Viçosa. Disponível em: http://dx.doi.org/10.18540/2176-4549.6022. SEMA, Rogério Melo de. Construindo sentidos sobre o ensino de ciências no contexto da pedagogia Waldorf. Dissertação (mestrado) - Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica, Florianópolis, 2013.


SETZER, V. W. Antroposofia. Net, São Paulo, fev. 1998. Seção “O que é Antroposofia”. Disponível em: <http://www.sab.org.br/antrop/>. Acesso em: 27 abr. 2020. STEINER, Rudolf. Economia Viva – o mundo como organismo econômico único. 14 palestras proferidas em Dornach, Suíça, de 24/6 a 6/8/1922, GA 340. Trad. H. Wilda. São Paulo: Ed. Antroposófica, 1961. ______________. A Arte da Educação I: O Estudo Geral do Homem – uma base para a Pedagogia. São Paulo: Antroposófica, 2003. ______________. Minha Vida: a narrativa autobiográfica do fundador da Antroposofia. São Paulo: Antroposófica, 2006. UNESCO. Catálogo para a exposição apresentada por ocasião da 44ª reunião da Conferência Internacional de Educação da UNESCO em Genebra. Outubro 1994. UTRABO, Gustavo. Aldeia das Crianças - Canuanã. Estúdio Gustavo Utrabo. Acesso em 31 de março de 2020. https://gustavoutrabo.com/Children-Village-Canuana-RIBAInternational-Prize-Winner-2018.

109



Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.