Álbum de família

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Álbum de Família CENA 1 Obs: Fundo mu ical. Cortinas fechadas, entra um personagem

e fala para o público:

Maurício: Eu não co heço a família de vocês, mas com certeza não pode ser pior do que a minha! Falando sério, descendente de alemã de italianos, sangue irmã do meio é uma na empregada, aquele assunto da família. V eu não estou com ara:

aqui só tem maluco. Nessa casa o mais equilibrado sou eu. Meu pai é s, aquele cara fechado ... Super autoritário! Minha mãe é descendente uente, leva tudo ao extremo e faz um dramalhão com tudo. Minha foqueira, namoradeira ... E a caçulinha então! Uma peste! Sem falar é de encomenda! Burra que só ela, mas se mete em tudo que é cês estão achando que é exagero, não é? Então, vejam e me digam se ão.

Obs: Abre-se as corti .as, a cenário é uma sala de uma casa classe média. Sobre a mesa de centro alguns álbuns, livros, de Mauricio e um álbum de família. Numa poltrona está sentado seu Adolfo, o pai, lendo um jornal. Em outra poltrona está Dona Gina, a mãe. Num canto, falando no tel fone a irmã Giovana. Maurício se senta no sofá e começa a folhear seus livros. Entra a mpregada Aparecida, com um espanador limpando os móveis e cantando. Logo seu \.dolfo e Mauricio lançam um olhar reprovador para ela. Ela nem percebe e continua Cai tando.

Giovana: ( Desliga o Telefone) Ô Aparecida! consigo falar no telefo e! ( Aparecida sai)

Dá pra parar com essa cantoria?

Eu nem

Gina: Imagino se con ..eguisse! Tem duas horas que você tá pendurada aí! Giovana: Mas que e agero, mãe! Cinco minutinhos só! Adol(o: a fato é que a conta do telefone está um absurdo! lvfaurício: Pois é! Adi- inhem quem é a culpada? Giovana: Ah é? E v

com suas namoradas? Sabia, pai, que eu já vi ele ligando pra aqueles negócios de m lti-amizade, disque-namoro, essas basbaquices? ê

Mauricio: ( Levanta fi rioso ) Que mentira! Eu nunca liguei pra isso! Giovana: Ligou sim! lvlauricio: Não liguei! , Saem discutindo) Adol(o: Gina, você pr

isa dar um jeito nesse meninos! Eles vivem brigando nessa casa ..

Gina: Mas o quê você

uer que eu faça? Dois mannanjões

desse!

( Toca a campainha)

CENA 2 Gina: Cida! Ô Cida!adê

essa infeliz que não vem atender a portal? mesmo! ( Vai abrir a p rta "Entra Soninha muito nervosa")

.•

Mas é uma inútil

Soninha: ai, Dona Gi a. a Mauricio está em casa? Gina: Tá sim, minha fi ha! Mas, você está nervosa, filha? Tão pálida, tão amarelinha!

Soninha: É que eu pre iso ter uma conversa séria com

Maurício ...


Gina: Eu vou chamar le então. ( Gina sai, ao passar pela poltrona onde está Adolfo, bate no ombro dele para que a acompanhe. Ele sai ca çando os chinelos, aborrecido. ,. Entra Mauricio" ) Mauricio: Oi meu am r! ( Ameaça a beijá-Ia, e elas furiosa se afasta.). Soninha: não se atreve a tocar em mim! ouviu? Mauricio: Mas o quê ue eu fiz? Soninha: Você ainda I ergunta? Seu Cínico! Cafajeste! Falso]. .. ( Começa a bater em aurício com as almofadas que estão sobre o sofá. Logo depois sentase no sofá aos prantos ). Maurício: Será que vo

ê

poderia ao menos me explicar porquê é que eu estou apanhando?

Soninha: Você quer I esmo que eu explique? Com certeza você vai negar que estava na lanchonete ontem à no te com a Isabel! Mauricio: Mas como ' que você soube? Soninha: Ah! Então é erdade mesmo? Seu traidor! Nfaurício: Mas espere aí! Não é nada do que você está pensando ... Eu só estava ajudando num trabalho de Quím ca ... Soninha: Francamente seu Mauricio! Olha aqui! Vê se tem um B de burra! Aqui na minha testa! Tem? Mauricio: Mas Soninh ... Soninha: Cale a boca! Indignada) Eu nunca esperei isso de você, que decepção ... Logo eu, que confiava tanto em ocê! Maurício: Mas Soninh ... Soninha: Não! Não di a mais nada! Pra mim já chega, Maurício! Está tudo acabado entre nós! (Sai furiosa ).

CENA 3 Afauricio: ( Fala com público). Eu não entendo mais nada! ( Entra Giovana lendo uma revista e Juliana ar dando de Patins pela sala, "Giovana senta-se em uma poltrona"). Giovana: Que foi, ma i#~evou

um fora?

Mauricio: Levei. Com é que você sabe? Não me diga que você tem alguma coisa a ver com isso? Giovana : Eu em ! 1m ine ! Juliana: Tem sim! Eu vi ela falando no telefone com a Aninha e contando tudo! Giovana : ( Levanta fu iosa ) Como é que você sabe, sua pestinha Juliana:

Ouvi pela extensão!

Giovana : Ah ! Dessa

z eu te mato, menina ! ( Juliana corre )

Maurício: Espera aí ! vocô vai se entender é comigo! ( Entra Adolfo) (Giov na aproveita e sai )


Adolfo : Que gritaria é essa ? Você já está brigando com suas irmãs de novo ,meu Logo você que é o mais velho, devia dar o exemplo! Maurício: Mas, pai,

1Giovana

filho!

arruinou meu namoro com Soninha ...

Adolfo : Não interessa. Você tem que ser mais tolerante com suas irmãs. ( Adolfo sai) . A1aurício :Não é poss vel ! Será que só eu levo a pior nessa casa! (Sai)

CENA 4 ( Entra Cida cantarolar do e varrendo a sala . Alguém toca a campainha, ela atende e dá um grito) . Cída : Dona Gina ! Co e aqui ! . I? G·ma: Que c.: 10l , cnatu a . . Cida : Olha só isso!

eixaram aqui na porta ! ( Entra uma criancinha suja e esfarrapada) quê é isso ? Abandonaram essa pobre criança aqui !

Gina : Má Dio santo !

Cida : É! E deixaram .m bilhete .Olha só que pobreza! O bilhete num papel de pão! Gina: Pára de matraqu ar e lê logo isso ! .l Cida: Por favor, tome conta da minha filhinha. Sei que vocês podem dar a ela uma casa, ~ comida e muito carinh. . obrigada. Gina: E agora? O que: que eu vou fazer? ( Entra Adolfo e resto da família) Gíovana: O que

á

isso mãe?

Gina: Uma criança, não tá vendo? Giovana: Eu sei, mas ~e onde veio? Gina: Deixaram aí na oorta, AlJaurício: Ih! Isso dá uma confusão! Adolto: Nesse caso eu acho melhor ligar pro juizado de menores. Mauricio: É... É melh r entregar ela para um orfanato. Giovana: Eu também acho. Gina: Ninguém vai tin r a pobrezinha daqui. Só se a mãe dela se arrepender e vier buscar. Ela vai ficar comigo ... ~.Espanto geral) Ado(fo: Você enlouque ceu? Mais uma boca pra comer? Maurício: No meu q

rto ela não vai ficar!

Giovana: Nem no meu ! Cída: Eu não vou lavar fraudas de ninguém! Gina: Pode deixar seu egoístas! Sem coração! Eu é que vou cuidar dela. ( Pega a criança no colo e sai) - Vem meu amor! Vamos embora daqui ... á

ivfauncio: Pai, o senhcr não vai fazer nada?


Ado(fo: E quem é que ( iscute com a sua mãe quando ela mete uma coisa na cabeça?

CENA 5 (todos saem preocupados. Na sala fica somente Juliana, que se senta no sofá e começa a estudar o catecismo. LI go ela olha para os lados, fecha o catecismo e vai para a mesa onde há um rádio. Liga o ádio e começa a tocar "música da garrafa". Ela começa a dançar. Entra Gina ... ) Gina: Mas o que é isto? É assim que a senhora estuda catecismo, não é? ( Desliga o rádio "Segura Juliana pela o lha") - Ah se teu pai vê uma coisa dessas! Vai estudar o catecismo. E ai de você se eu te pego de novo com es sas indecências. ( Gina sai... "Juliana volta a estudar novamente,

espera um momento, olha para os lados, e na ponta dos pés, volta ligar o rádio e a dançar. ..Entra Mauríci com um livro nas mãos, senta no sofá e tenta ler..." ). Maurício: Será que dá pra diminuir esse volume? ( Julíana nem ouve) - Juliana! Eu falei para abaixar o volume! Será que eu não posso nem estudar em paz? ( Desliga o rádio.). Juliana: Seu chato! Eu vou contar pra mamãe, você vai ver ... ( Sai) Maurício: Vai, vai m smo!? Some! Francamente, não dá pra agüentar essa casa! É uma família de loucos ... Eu não tenho um minuto de paz nessa casa! Acho que qualquer lugar deve ser melhor para v ver do que aqui ... Aliás, eu nem sei o que estou fazendo nessa casa. Sou de maior, saudável... Poderia muito bem morar sozinho! Tantos colegas meus fazem isso ... Ninguém ia mesmo sentir minha falta aqui ... ninguém liga pra mim ... E isso que eu vou fazer! Vou embora dessa casa. ( Sai ... "Fecham-se as cortinas)

CENA 6 ( Quando voltam a a rir, Cida entra no palco, colocando os pratos na mesa. Encontra um papel sobre a mesa, oll a para os lados, abre e lê.... Arregala os olhos.) Cida: Dona Gina! Ô D na Gina! ... Gina: O que foi dessa' ez? Cida: Olha só isso ...( mtrega o papel "Gina lê, e entra em pânico) Gina:Ai! Dio Santo! A olfo! Adolfo de Dio! AdolfO: O que foi O1n .?Você está passando mal? Gina: Eu vou morrer Adolfo! Nosso filho fugiu de casa! ( Entra Juliana e Giovana e começam a abanar aãe com ) - O irmão de vocês fugiu de casa! O quê vai ser desse menino perdi o pelas rua, Meu Dio! Ado/to: Aquele moleq re ingrato, não tinha o direito de fazer isso! Se ele pensa que depois vai voltar com carinha de cachorro que caiu da mudança, está muito enganado! Gina: Será que algum traficante virou a cabeça do menino? Adol(o: Lá fora ele vai ver como é o mundo!

Gina: E se ele toi raptado, e vendido para o exterior?


Adol(o: Cale a boca Gina! Quem é que vai querer traste? Giovana: Pai, acho

elhor levar a mama pro quarto. ela está tão pálida!

Cida: Eu vou busca uma água com açúcar. ( Sai ... "Gina sai carregada pelas filhas").

CENA 7 ( Fecham-se as corti com uma mochila na Mauricio: Puxa! Par meus colegas de fa Dizem que tem uma (Levanta-se. "As c - ai! Será que

as, aparece Maurício por fora da cortina, senta-se no chão, cansado, costas) ce que não é tão fácil assim achar um lugar para morar! Nenhum dos uldade quiseram dividir o apartamento comigo! Mas não faz mal! ensão muito boa e barata aqui. rtinas se abrem, aparece a recepção de uma pensão à quinta categoria) senhora tem um quarto para mim?

D. da Pensão: (Mal mmorada). - Pagamento antecipado! ( Maurício tira o dinheiro que a mulher enfia no sutiã) coisa, você vai ter que dividir o quarto com o Zé ... Afauricio: Zé l? Mas ensei que o quarto era individual! D. da Pensão: Tá ach ndo que isto aqui é o quê ein meu filho? A casa da mamãe? O Zé é gente boa. É meio esqi isito, mas é gente boa ... ( Entra o Zé. Um jove 1, vestido com uma bermuda bem surrada, chinelos velhos, camisa de time de futebol e uma touca de lã na cabeça. Meio barbudo, mal encarado, olha Maurício desconfiado) Zé: Almofadinha por a ui? D. da Pensão: Esse aí ai dividir o quarto com você Zé. Zé: AlI, él? Sei... (Olh Mauricio de alto a baixo) ( Maurício pega a mochila, senta-se no chão, por fora das cortinas que se fecham de novo) Jvfaurício: Estou come .ando a me arrepender dessa aventura. Vou ter que arrumar um emprego logo pra pagar essa pensão. E ainda por cima dividir o quarto com esse cara! Mas fazer o quê? Agora não osso voltar atrás ... Como será que estão as coisas lá em casa? ( Sai pensativo )

CENA 8 ( Abrem-se as cortinas e aparece Adolfo em sua sala lendo seu jornal, Gina fazendo croché. Entra Giovana toda feliz.. ) Giovana: Mamã, adivinl e quem vem aqui hoje? (Gina apenas levanta os olhos do croché) - O Augusto! Gina: Hum ... Até que en ....m você vai arrumar um namorado decente ... Rapaz bom, de boa família, dizem que o pai dele é um grande fazendeiro ... Vê se não me deixa esse escapar, hein Giovana! Adol(o: Parece até que a

enina está encalhada


Gina: Um partido bon é dificil arrumar hoje em dia! Giovana: -Pode deixar mama! hoje a senhora vai ficar muito feliz... É só esperar... ( Toca a campainha) - Ai deve ser ele! ( Vai abrir a porta ... 'Entra Augusto, um rapaz engomadinho, cara de CDF, Tímido) Augusto;,. Boa~ noite...

(Gina e Adolfo respondem)

Gina: Mas, sente-se

eu rapaz! Faz tanto tempo que não aparece ...

Augusto: Cuidando d s negócios, Dona Gina,:. ----

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Gina: Ih, eu sei! Você é o braço direito do seu pai Augusto: Pois é! E § or isso que eu ando pensando em dar uma mudada em min_havid~... riar ·uízo... ~-O senhor sabe, seu Adolfo, que eu e a Giovana estamos namorando há algum tempo ... Sabe? Eu g sto muito ... Mas muito da sua filha .... Então eu ... Bem, eu é... Enfim, eu vim pedir a mão da Giovana em casamento. ( Gina muda o semblante) Aro/do: Bem, eu não tenho nada contra, meu rapaz. Aqui em casa todos gostam de você. Por mim, tudo bem! ( Augusto se levanta, perta a mão de Adolfo em agradecimento) """=:..

Augusto: Muito obri ado, seu Adolfo! Acho que podemos marcar um jantar de noivado ==-= . com os meus pais ... Adolfo: Claro. Não é

ina? ( Ela balança a cabeça)

Augusto: Bem, eu já ou indo ... Boa noite a todos ... -

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<::..:._. "._--

Adolfo: Boa noite ... ( Giovana o acompan a até a porta, e volta toda feliz... ) Giovana: Que cara éssa

mãe?

Gina: E você ainda p rgunta? Então você começa a namorar ontem, aí esse galalau já entra pela casa falando em asamento? Giovana : Mas mam ... Gina: Tá vendo Adol o!? A menina nem bem saiu dos da gente! Adolfo: Mas Gina, vo

ê

{;-(j(,ÇIROS

já querem roubar ela

adorava esse rapaz!

Gina: Sim mas, isso não quer dizer que é pra ele ir carregando a minha filha assim ... GiOl,na: A gente vai c sar mama! Gina: Isso! Vira as co tas pra tua mama por causa desse galalau! Mas, quanto padece uma mãe, Dio Santo! A ge te cria uma menina feito uma princesa, dá a melhor educação, e me vem um rapazola e me leva ela daqui igual um saco de batatas! Já não me chega o outro desnaturado que fugiu de casa .... Giovana: Mama, a s mhora não está pensando em proibir o meu casamento, não él? Se vocês fizerem isso eu . ~o! Eu prometo que eu fujo com ele, ouviu!?? ( Sai)

Gina: Tá vendo Adol !? Ele já colocou a menina rebelde contra a gente!


( Adolfo vai saindo

cara de cansaço ... Gina vai atrás falando sem parar ..."Fecham-se as cortinas, aparece Maui cio por fora delas) COl

T

CENA 9 Jviauricio: Já faz um

ês que eu saí de casa ... Meu dinheiro tá acabando ... Não arrumei

emprego ... Não sei o que vou fazer... Continuo dividindo o quarto com o Zé. Ele é esquisito mesmo, mas parece b a gente. ( Abrem-se as cortinas, e aparece o quarto que Maurício divide com Zé. "Maurício senta na cama e começa a folhear uns livros) Zé: Tu não larga dess s livros, hein meu!

Maurício: É preciso e nudar.

(Entre os livros de Maurício tem um álbum de família que levado por acaso) -Olha só ! Acabei trazendo um álbum da minha família no meio das minhas coisas. (C meça a folhear e fica triste ) Zé : Bateu saudade?

Afauricio: É ... Às vez s dá saudades. Olha Zé ... Esse é o meu pai ... Já viu cara mais mal encarado? Zé: Tem cara de brav !

~ ,JótLlfrl'

~uríciO: Essa é a ms ma ... ~.t\h~iaz um macarrão como a minha mama ... Essa é minha irmã Giovana. Fofoqueira ue só ela! Acabei perdendo uma namorada por causa dela. Essa é a caçula, Juliana. Uma 1este! Essa é Cida empregada. Nunca vi criatura mais intrometida do que ela. Ah! e tem essa trombadinha aqui! Zé: Quem é?

Alaurício: Minha mãe adotou ... Deixaram ela na porta da nossa casa, e a mama se apaixonou por ela ... ( Zé pega o álbum e começa a folhear...) Zé: Já te disseram que você é o cara mais burro desse mundo]?

l'Viaurício: Eu!? r

Zé: E você mesmo! Você disse que saiu de casa porquê sua família era maluca .... Bem, seu pai me parece um cor a sério, honesto!

Alauricio: É ... Zé: E a sua irmã, moç bonita ... Parece legaL. Até a caçula parece ser boa gente! Tem cara de pestinha sim ... Mas é sinal que é uma família feliz, esperta ....

Mauricio: É ... Zé: Olha só a cara da ' mpregada! Essa mulher deve matar todo mundo de rir...

Jvlauricio: É ... Zé: E a sua mãe., ocê acha que se ela não tivesse um coração enorme adotaria uma criança que deixaram ta porta? O que é que tem de errado com a sua família? Se tem alguém maluco é você! O~ha eu nun.ca tive t~mília ... F~i criado na r~a, ninguém nunca se preocupou comigo. Nunca tive um pai para bnncar comigo, ou uma Irmã para fazer fofocas de mim, ou uma


irmanzinha para a anar a vida. eu nunca tive uma empregada para se intrometer na minha vida... Nem uma ãe para fazer macarronada pra mim . Eu nunca tive iada ... O máximo que eu consegui foi esse quarto de pensão. Você teve tudo que eu queria t r... E jogou fora, cara! A sua família pode ser maluca, pode ser o que for... E uma família.. ! ( Maurício caminha abisbaixo e Zé sai. Maurício vai para fora das cortinas, senta-se no chão triste. As cortins s se fecham) Maurício; Acho que Zé tem razão ... Na verdade, eu sinto falta deles. Sinto falta até das maluquices deles! M s acho que eles não me aceitariam ...

CENA 10 ( Abrem-se as cortina, e aparece a sala da casa de Maurício. Toca a campainha e Cida vai atender resmungando Cida: Cruz credo! o f: lecido ressuscitou! ( Entra Maurício) i\llaurício: Oi Cida...

inha mãe está em casa?

Cida: Tá sim! ( Grita ) D.Gina ! Corre cá... E se prepara pra .Vou até pegar um cor o d'água ... ( Sai. "Entra Gina, assusta-se ao ver Maurício)

ver

um

Gina: Filho mio! Mas onde é que você se meteu? Deixou Tua mama maluca, preocupada! Olha só como tá mag nho, esmiligüido, pálido ... Você não tem comido direito?! ~~;faurício:Eu estou be

mama ... Só estou com saudades ...

Gina: Mas você veio ra ficar, não é? Não se atreva a dizer que vai embora de novo! Sua mama tem um troço o coração e morre Hein? Dio santo! Acho que até me estou passando ma] ( Senta- e)

lu

}yfaurício: Mama, a senhora está bem? ( Entra Cida com um copo d'água na mão) Cida: Eu não falei que iria precisar de um copo d'água? ( D.Gina bebe "Entra Adolfo, olha o filho muito sério") Mauricio: Pai Eu s j que o senhor deve estar furioso comigo ... ( Adolfo tira os óculos e fica de costas para o filho) - Eu sei que se o senhor não quiser me aceitar mais em casa .... Está coberto de razão ... Eu dei uma de filho pródigo, todos os defeitos do mundo" mas sei que estava errado, pai. nossa casa pode ter todos os defeitos do mundo, mas é um lar. .. E há tanta gente sem um ar... Mas, se o senhor quiser... Eu vou embora agora mesmo! (Pega a mochila e sai a dando "triste") Adolfo: Moleque! ( Ma irício para) - Não se atreva a passar por essa porta de novo! NIaurício: Eu posso fie' r pai? Adol(o: Claro, seu ingr to! ( Adolfo sorri, e os dois se abraçam, entram Juliana e Giovana com a menina no colo ) Gíovana: Maurício! Vo

ê

veio para ficar?

Maurício: Claro! Giovana: Ainda está

COl

raiva de mim?

Mauricio: Não eu até já esqueci ...


Giovana: Sabe, a so inha está louca pra te ver... Eu expliquei para ela que foi tudo um mal entendido. Ah ... Eu e rtou noiva sabia? Gina: Mas o quê imp rta agora é que mio fihlinho voltou ... e está tudo em paz agora ... Adolfo: E nunca mais eu quero ouvir brigas dentro dessa casa ... ! Quero todo mundo vivendo em paz ... 1vfauncio: O senhor stá certo, pai ... ( Todos se abraçam formando um circulo) - Nós nunca I ais vamos nos separar... Mas eu gostaria que vocês atendessem um pedido meu ... Gina: O quê?

.

Maurício: Eu gostari . que nessa família houvesse lugar para mais um .... ( Todos se olham sem estender ... "Mal rício faz um sinal para fora e entra Zé, meio acanhado, desconfiado. Tímido) - Esse é o Zé... e hoje em diante ele faz parte da família ... C Todos se olham con :usos. Por fim, aceitam e abraçam junto com o resto da família ... Logo

depois Maurício olha ara o público e fala: ) J\4auricio: O que é q te vocês estão olhando? Já acabou! - em bora ...., G·ma: E'"ja aca bou vao Mauricio: Tão olhan .o o quê?

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