Editora Evoluir Cultural Título original
Livro de Merlim: o poder da magia
Autor
Evoluir Cultural
Texto principal
João Pedro Lima
Textos das missões
Rafael Posnik, Fernando Monteiro e Chico Maciel
Comentários
Daniel Angelo, Gerson Santos e Wilson Namen (Ciência em Show), Fernando Monteiro, Chico Maciel, João Pedro Lima e Rafael Posnik (Evoluir Cultural)
Coordenação editorial
Fernando Monteiro e Chico Maciel
Ilustrações
Shun Izumi, Breno Ferreira, Benson Chin e Harumi Tokuyosi
Projeto e produção gráfica
Chico Maciel
Colaboração
Uriá Fassina, David Renó, Gabriela Ferreira e Marcelo Shama
Revisão
Antônio Maciel e Lilian Rochael
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil) Livro de Merlim: o poder da magia / comentários João Pedro Lima e Rafael Posnik. — São Paulo : Evoluir Cultural, 2013 — (Coleção Nau dos Mestres). ISBN 978-85-8142-032-5 1. Contos - Literatura infantojuvenil 2. Mitologia - Estudo e ensino I. Lima, João Pedro. II Posnik, Rafael. III. Série. 13-11663 CDD-028.5 Índice para catálogo sistemático: 1. Contos : Literatura infantojuvenil 2. Contos : Literatura juvenil
028.5 028.5
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Textos por João Pedro Lima e Rafael Posnik Ilustrações por Estúdio 1 mais 2 Em parceria com
Realização
O poder da Química
ago dos magos, conselheiro do célebre Rei Artur, sábio e profeta, Merlim, ficou conhecido como umas das personagens míticas mais tradicionais e lendárias de todos os tempos, e figura inspiradora de magos mais conhecidos pelo público contemporâneo, como Gandalf, Saruman, Dumbledore dentre outros. Há muitas versões diferentes a respeito de quem realmente teria sido, mas há evidências históricas de que Merlim foi um grande líder político, estrategista e sábio. Independente de qual dos ângulos, não há dúvidas de que Merlim foi um grande conhecedor de segredos, e um homem muito a frente de seu tempo, um guardião do conhecimento. Seria interessante refletir sobre o que esse conhecimento realmente representa para cientistas, aprendizes e curiosos do século XXI.
O Caminho da Aventura Adentrando as brumas ......................................... 12 Medos e monstros............................................... 20 Protegendo seus segredos............................ 24 Contrariando a gravidade..............................28 Sala dos ventos uivantes.................................36 SĂmbolo da superação....................................... 40 O que realmente importa?.................................. 44
Introdução
Adentrando as brumas
uando encontrou o pergaminho, a primeira coisa que passou pela cabeça de Gerson foi avisar os companheiros: — Daniel e Wilson precisam ver isso! — pensou, examinando o documento com símbolos brilhantes que atraíam o olhar. Parecia raro e valioso. Não era comum para Gerson sair em trabalho de campo sem seus dois companheiros, mas devido ao tempo chuvoso e frio, nenhum deles quis participar. O dia na escavação arqueológica havia sido duro, mas essa descoberta era importante demais para deixar passar em branco. Gerson pegou o celular e ligou para a base do Ciência em Show: — Alô, Daniel? Eu estou indo aí! Chame o Wilson, eu tenho coisas muito interessantes para lhes mostrar. Passada uma hora estavam os três reunidos ao redor de uma mesa, com canecas de café e chocolate, olhando para o pergaminho. — Tem ideia de quando isso foi escrito? — perguntou Wilson, olhando para o pergaminho, sem encostar. O especialista da escavação em que encontramos disse que é do século V ou VI — respondeu Gerson. — E... de onde vem isso? Não consigo ler as inscrições — questionou Daniel, se esforçando para interpretar o artefato. — Da Britânia Antiga. Na parte inferior está escrito “Merlim”, e tem uns números que parecem coordenadas. Mas essa é a única informação que temos. Os três então se entreolharam, sabendo o que teriam de fazer para resolver esse mistério. Desde que criaram a Corujola, o veículo de viagem temporal e dimensional de que tanto se orgulhavam, as descobertas científicas do grupo haviam sido revolucionadas. Com a nave, os cientistas agora podiam viajar por diferentes épocas e lugares e encontrar grandes especialistas em diversas áreas do conhecimento, indo além dos livros e aprender diretamente com as grandes mentes da Ciência e da Arte. 12
— E então, Britânia antiga? Camelot? Vocês acham que vamos visitar a corte do Rei Artur? — arriscou Wilson, enquanto arrumava a mochila. — Honestamente, acho que não. Que eu saiba, Artur nunca foi um cientista ou químico, e jamais ouvi dizer que ciência era importante na sua corte — ponderou Daniel. — Mas Merlim era um mago, alquimista, conselheiro e muitas coisas mais, pelo que li. E pela assinatura no pergaminho, é ele que devemos visitar — afirmou, convicto, Gerson. — Sabe, Gerson, quando você fala desta forma, parece que você já tinha pensado em tudo antes de nos encontrarmos — disse Daniel, com um sorriso. — Eu tive tempo. Prontos para ir? — perguntou Gerson, já verificando os sistemas da corujola. Ver a corujola ser iniciada e preparada para voar é sempre algo impressionante. As asas poderosas e o sistema de propulsão super eficaz, as engrenagens bem lubrificadas e o computador interno super inteligente, tudo funciona em uma harmonia de sons de peças se movimentando. Em seguida, o vapor é expelido e o ronco dos motores é poderoso o suficiente para assustar até mesmo quem estiver preparado. — Estamos sempre prontos, como você bem sabe — respondeu Wilson, discretamente mandando um SMS para sua mãe, para explicar que estava saindo em outra viagem. — Esperem um pouco. Nós nem mesmo sabemos se Merlim existiu de verdade — interrompeu Daniel. — Daniel, você se esqueceu de que a Corujola é um "ser pensante"? O computador dela não nos mandaria para uma época errada ou atrás de alguém que não exista, e temos essas coordenadas — lembrou Gerson. — Nós já passamos por muita coisa com a Corujola para você se fazer de cético agora. Vamos lá, será outra grande aventura! — disse Wilson, empolgado. — E quando foi que eu resisti ao entusiasmo de vocês? Contem comigo! — replicou Daniel, com um sorriso discreto. — Acham que devemos nos preocupar com turbas enfurecidas caçando bruxas, cavaleiros malignos, dragões e outras coisas das lendas? — disse Gerson, empolgado com a ideia de entrar em uma batalha com criaturas mitológicas. 15
— Por favor, Gerson. Estou certo de que a maior parte disto é pura fantasia sem bases reais — respondeu menos empolgado Daniel. — Daniel, toda vez que você banca o cético a gente acaba encontrando algo ainda mais fantástico nas viagens. Eu largaria disso de vez, se eu fosse você — cutucou Wilson. — Vamos deixar de lado essa parte em que vocês ficam me provocando por eu gostar de provas concretas. Wilson, pesquise na internet algo a respeito de Merlim, e descubra se ele deve ser temido. Gerson, busque alguns livros sobre caça às bruxas e mitos populares dos séculos V e VI d.C. Se há riscos, é melhor irmos bem-informados — disse Daniel, organizando as ações da equipe, e tratando logo pesquisar em um livro a respeito de brasões medievais e linhagens familiares. Com os livros em mãos, e após alguns capítulos lidos, os três embarcaram na Corujola. Inseriram no computador da nave as coordenadas que encontraram no manuscrito e, após a localização ter sido decifrada, decolaram. 16
A viagem foi muito complicada e confusa, pois ao romper as fronteiras do tempo e espaço, os cientistas se viram em meio a uma névoa espessa que os impedia de enxergar ao certo para onde iam. Desorientados visualmente, e confiando apenas nos sensores da Corujola, os viajantes foram obrigados a fazer um pouso forçado e barulhento. Ao tocar o chão, a nave tremeu, chacoalhou e se arrastou perdendo velocidade até se chocar contra uma árvore. Os três cientistas soltaram os cintos de segurança e saíram para um reconhecimento do local ao redor da nave caída. Por sorte, depois de um acidente similar, haviam incluído um mecanismo de autorreparo na Corujola. A nave se consertaria sozinha, mas algumas horas seriam necessárias para isso. — Ai! Essa doeu! — disse Wilson, massageando a perna dolorida. — Todos estão bem? — perguntou Gerson, verificando os danos à árvore, e o estrago feito na Corujola. — Estou um pouco tonto, mas inteiro — respondeu Daniel, tirando a poeira do colete. 17
Conforme recuperavam o fôlego, os três perceberam que estavam em meio à floresta, onde havia uma cabana de madeira velha e empoeirada, com aparência de abandonada. — Acho que a Corujola falhou desta vez — disse Wilson, apontado para a casa — não acredito que o mago dos magos more nisso aí. — As aparências enganam. Nós ajustamos a Corujola corretamente, o lugar deve ser este. As coordenadas não podem estar erradas — replicou Daniel. — Eu vou verificar isso já! — anunciou Gerson, apressando-se em ir bater na porta da cabana. "Tem alguém aí? Somos amigos!". Nenhuma resposta. Entretanto, olhou com cuidado e pôde ver outro pergaminho pregado na porta. Novamente, a mensagem estava em um idioma que os rapazes não entendiam. A única pista era um mapa no canto inferior da folha. — A cabana parece vazia, mas o mapa é claro. Diz para seguirmos aquela estrada ali, entrando na floresta — comentou Gerson, olhando para o pedaço de papel. — Não viemos até aqui para desistir no primeiro obstáculo. Vamos em frente! — bradou Daniel. Wilson, curioso como sempre, pegou o mapa e tomou a dianteira, com Gerson e Daniel seguindo-o de perto. Caminharam pela estrada escura, iluminada apenas pelo luar e, cercados por uma névoa espessa, entraram fundo na floresta sombria. Um pouco à frente, deparam-se com a figura de um velho senhor sentado à beira de uma fogueira, segurando um cajado e com o misterioso olhar que apenas os sábios possuem. O homem encarou-os e disse: — Sejam bem-vindos, jovens aprendizes.
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Capítulo 1
Medos e monstros
s três se aproximaram um pouco assustados, mas curiosos para descobrir quem era aquele homem. — Bo... bo... boa noite, senhor! Esses são meus amigos Wilson, Gerson e eu sou Daniel — apresentou-se, um pouco indeciso, sem saber o que esperar daquela figura misteriosa. — E quem seria você? — perguntou Wilson. — E porque nos chamou de aprendizes? — complementou Gerson. — Vocês perguntam demais. Sou Merlim, mago-mór, alquimista renomado e sábio como poucos. Chamei-os de aprendizes porque é isso mesmo o que vocês são, até este momento. Se entenderam a pista do meu pergaminho e estão seguindo por esta estrada, é porque querem chegar ao Elixir. E para ter acesso a este líquido maravilhoso, precisarão que eu os avalie e aprove como alquimistas de nível básico. — Elixir? Não sabemos de Elixir nenhum. Viemos até aqui para investigar um pergaminho — disse Wilson, confuso. 20
— Não sabem do Elixir? Hahahahaha! — ironizou o grande sábio — então vocês encontraram minha pista em terras distantes, localizaram o mapa na minha cabana e vieram até aqui sem saber o que buscavam. Admiro a coragem de vocês. Os três se entreolharam, sem entender o que o homem dizia. — Mas afinal, o que é esse tal Elixir? E por que é tão importante? — questionou Wilson. — O Elixir é o líquido que contém todo o conhecimento e respostas aos principais mistérios da vida. Quem o beber será elevado ao patamar de ser humano mais sábio e valoroso de todos os tempos. O segredo revelado foi tão impressionante que os três permaneceram em silêncio absoluto até que alguém voltasse a falar. — Certo, você despertou nosso interesse. Como fazemos para aprender com você e chegar ao Elixir? — adiantou-se Gerson, representando os três aventureiros. — Chegar até aqui já fez parte do aprendizado, mas agora começam as verdadeiras lições e testes. Passarão pelos seis desafios de alquimista e então, se forem aprovados, lhes direi como chegar ao Elixir — e dito isso, o mago desapareceu no ar, como em um passe de mágica. O primeiro passo para se tornar um alquimista é superar seus medos. Assim, prosseguiram pela estrada, que a cada passo, fica ainda mais escura. Foi então que se depararam com algo que os fez tremer de medo: parado no meio da estrada, dormia um animal azul com uma mandíbula enorme e dentes afiados. Media mais ou menos sete metros de altura e tinha asas parecidas às de um morcego. O animal era tão largo que bloqueava todo o caminho. Tinha garras afiadas como navalhas, soltava fogo pelas narinas e uma fumaça com cheiro de enxofre. Não restava dúvidas — estavam na presença de um dragão. Os três ficaram paralisados, olhando para a criatura de pele escamosa e olhos ameaçadores. A vontade de desistir e fugir era grande. Mas será que era mesmo um dragão de verdade? — Dragões nunca existiram — arriscou Daniel, racional como sempre. — Vamos descobrir! — disse Gerson, atirando um galho caído na direção do dragão, que prontamente o esmigalhou com as patas. — Certo. É de verdade! Precisamos tirá-lo do nosso caminho. Alguém pode dar uma sugestão? — perguntou Daniel, desanimado. 21
Como encher uma bexiga sem assoprar? Missão 1
Encarar um dragão enorme que cospe chamas, e não ter nenhum rio, lago ou mangueira por perto para ajudar a combater o fogo é um "belo" começo de aventura, não? De fato, dragões nunca existiram, mas suas histórias já assustaram muita gente! Lendas e mitos sobre dragões povoaram a imaginação de muitos povos pelo mundo. Chineses, japoneses, gregos, romanos e celtas que o digam! Uns os adoravam, outros os temiam. A aparência, ora de uma serpente bondosa, ora de um réptil alado. No ocidente, principalmente nas histórias do Rei Artur, a imagem mais famosa e assustadora desse animal, foi justamente aquela que nossos heróis se depararam: o dragão lançador de chamas! O desafio de nossos heróis é saber como apagar seu fogo. O fogo é resultado de um processo que libera calor e luz. Para que ele aconteça, é preciso material para queimar ( mais conhecido como combustível), oxigênio (chamado de comburente), e uma ignição, que pode ser calor, descarga elétrica ou até uma faísca! Depois que o fogo começa, inicia-se uma reação em cadeia, consumindo cada vez mais combustível e comburente. Se um destes três acabar, o fogo se apaga. Por exemplo, se há muito dióxido de carbono (CO2) no local do incêndio, ou abafarmos o fogo com uma manta, por exemplo, o oxigênio diminui no ambiente e a chama se apaga, mesmo que ainda haja combustível e calor. É por isso que às vezes se "bate" nas chamas do fogo para apagá-las. Por sorte, você e nossos cientistas possuem materiais para improvisar um modelo rústico de extintor de incêndio. Com um pouco de criatividade, podemos até fazer uma "bomba de CO2" e jogá-la na garganta desse bicho! Vamos tentar?
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A descoberta do fogo, ou mais precisamente o uso controlado do fogo foi uma das primeiras descobertas da Humanidade. O fogo teve muitas utilidades para os homens das cavernas, em especial para os da Era Glacial. Alguns eram — e continuam sendo — promover luz e calor, cozinhar plantas e animais, limpar florestas para o cultivo, aquecer pedras para produzir ferramentas e queimar a argila para fazer objetos cerâmicos. Os arqueologistas acreditam que o homem começou a usar o fogo há cerca de 200.000 a 400.000 anos.
Amarelo
Dicas 1. Muitas reações químicas liberam gases quando misturamos os reagentes corretos; 2. Pense em como você pode reter o gás, sem deixá-lo escapar, usando os materiais disponíveis; 3. Fique atento e seja rápido com as mãos. A reação entre os materiais é instantânea!
Usar em: madeira, Usar em: líquidos papel, tecidos e eletrônicos
Água
Pó químico
Usar em: líquidos, madeira e papel
Espuma
Gás carbônico
NÃO USAR EM: Líquidos, metais e eletrônicos
NÃO USAR EM: Metais
NÃO USAR EM: Eletrônicos, gases e metais
NÃO USAR EM: Metais
Usar em: líquidos e eletrônicos
Fogo é coisa séria, qualquer descuido pode criar um incêndio! Eles podem ser iniciados por diversas maneiras, como pelo carvão, curtocircuitos ou uma explosão química. E há um modo diferente para apagar cada um deles. Por isso, existem diversos tipos de extintores de incêndio, cada um para um tipo de fogo. Você sabia que jogar água em aparelhos elétricos só piora a situação e ainda causar choque? 23
Você vai precisar de: 3 bexigas 1 colher de sopa 50 g de bicarbonato de sódio 200 ml de vinagre 1 garrafa PET de 600 ml 1 funil
Capítulo 2
Protegendo seus segredos
assado o sufoco de enfrentar o dragão, os rapazes seguiram mais alguns metros e pararam para descansar em outra clareira. Acenderam uma fogueira com os materiais que lá estavam e conversaram um pouco sobre a experiência. Era difícil distinguir se era dia ou noite naquele lugar. Os relógios ficavam desregulados e o céu tinha uma cor roxa peculiar. Quando estavam apagando a fogueira e preparando-se para continuar a jornada, Merlim surgiu novamente entre eles, sempre sem avisar, e dando mais um susto nos três, especialmente em Wilson. — Afinal, você é um alquimista ou um ninja? — provocou Gerson. — Acalmem-se, vamos ouvir o que ele tem a dizer — pediu Daniel. — Obrigado, Daniel. Vejo que o primeiro teste não foi grande problema para vocês, mas já esperava por isso. Mas o próximo deteve quase todos que tentaram superá-lo. Desejo-lhes boa sorte, e digo que é importante para um alquimista saber guardar bem suas fórmulas e manuais e impedir que sejam usados para o mal — dizendo isso, desapareceu novamente. — Poxa, ele aparece, nos dá uma dica dessas e vai embora? Eu acho que ele realmente não quer que alcancemos o Elixir — reclamou Wilson, desanimado. — Primeiro, veremos qual o desafio, depois podemos discutir sobre continuar ou não — disse Daniel enquanto seguia a trilha, com os outros dois atrás. Andaram mais alguns minutos e chegaram a uma parte do trajeto que dava entrada para uma caverna. Parado ali estava um cavaleiro vestido com uma linda armadura metálica, apoiado sobre sua espada e empunhando um escudo brilhante. — Aqueles que quiserem adentrar a caverna e seguir o caminho até o Elixir devem entregar-me seus mapas. 24
— E se não os entregarmos, há outra opção? — perguntou Wilson. — Enfrentar-me em combate — desafiou o cavaleiro, erguendo a espada e o escudo, e revelando que havia diversas marcas de corte e perfuração no peitoral da armadura. — Enfrentá-lo? Mas você parece ferido! — disse Daniel. — Nada que me impeça de vencer qualquer um de vocês em um combate justo. Entreguem o que têm, ou preparem-se! — disse em tom ameaçador, empunhando a espada. — Daniel, Wilson, venham até aqui, precisamos conversar — pediu Gerson, afastando-se do cavaleiro. — Pode falar, Gerson. Alguma ideia genial? — perguntou Wilson. — Sou o único graduado em artes marciais por aqui, e talvez até seja possível derrotar aquele homem na base da força, mas isso seria um uso desnecessário de violência e não acho que esse seja o verdadeiro teste. — O mapa é muito complexo para ser memorizado e ele indica que a caverna é cheia de bifurcações. Não creio que seja possível gravá-lo na memória assim tão facilmente — disse Daniel, pensativo. — Então vamos precisar do mapa de qualquer forma. Mas como passar pelo guardião com um mapa e sem sofrer aquelas “feridas superficiais”? — questionou Wilson, receoso. — Lembrem-se do que Merlim nos disse: temos de proteger nossos “segredos”. Vamos entregar o mapa original para ele e passar com outro que ele não sabe que é um mapa – disse Gerson. 25
Como escrever uma mensagem secreta? Missão 2
Pelo visto, passar por esse soldado não será fácil. Mas como bons cientistas que somos, sabemos que usar a inteligência é melhor do que usar a força! Aliás, como diz o ditado: "a pena é mais forte do que a espada". Gerson, o mais forte dos três, foi justamente o mais racional e sensato! Quem diria, hein? Fazer um mapa que não possa ser percebido pelo guardião, parece uma boa ideia. A técnica de proteger informações escritas, escondendo-a ou utilizando códigos, é conhecida como criptografia. Esse nome vem das palavras gregas kryptós, "escondido", e gráphein, "escrita". Criptografar, portanto, é a arte de "escrever escondido". Não é de hoje que mensagens secretas, documentos confidenciais e mapas estratégicos são enviados para esconder informação preciosa. Os gregos e os romanos, por exemplo, já tinham sistemas de códigos para esconder seus projetos de guerra. Fosse para proteger seu conteúdo de um simples curioso, ou para impedir que a informação caísse em mãos erradas, o fato é que as pessoas sempre arrumaram uma maneira de fazer com que a missiva chegasse, secretamente, a quem interessasse. Nossos cientistas possuem alguns materiais necessários para fazer boa criptografia e passar pelo guarda sem perder o mapa. Mas, para que ela funcione, não basta que seja ilegível, é preciso que nosso receptor — e apenas ele — saiba decodificar a mensagem. Caso contrário, não adianta nada a estratégia criptográfica! Então, mãos à obra!
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Acredita-se que o uso mais antigo da criptografia venha do Egito antigo, encontrada na forma de hieróglifos presentes em monumentos. Mas, na verdade, não parece que neste caso a intenção era proteger mensagens, mas sim passar um aspecto de mistério e impressionar as pessoas que visitassem esses monumentos. A forma mais antiga de se proteger uma informação vem da Mesopotâmia em 1500 a.C.; tabuletas de argila criptografadas informavam sobre a receita para a criação de uma cerâmica de esmalte feita por um artesão com certo valor comercial.
Durante a Segunda Guerra Mundial, alemães, ingleses e norte americanos desenvolveram máquinas e sistemas poderosos para transmitir informação secreta sem que o inimigo descobrisse. Isso motivou o desenvolvimento de métodos para decifrar os códigos secretos, dando início a uma "corrida" entre esses países para o desenvolvimento de máquinas e sistemas para quebrar códigos e mensagens secretas. Muitos dos filmes de espionagem a que você assiste hoje em dia foram inspirados nessa época. O mais famoso deles é o 007. E você, já brincou de enviar mensagens secretas para os seus amigos? 27
Laranja
Dicas 1. Cuidado para não molhar demais o papel e acabar rasgando-o; 2. Muitas mensagens secretas só são reveladas quando entram em contato com outros materiais; 3. Essa experiência funciona melhor em dias quentes e secos.
Para brincar Troque mensagens secretas com os outros grupos da sua turma!
Você vai precisar de: Sal de cozinha 100g 1 copo descartável pequeno 2 cotonetes 1 colher de sobremesa 1 folha sulfite Grafite 2.0 mm Grafite em pó
Capítulo 3
Contrariando a gravidade
rio, sinistro e escuro: assim era o interior da caverna. Iluminada apenas por tochas que não geravam luz suficiente para se enxergar mais do que alguns passos à frente, os três seguiam enfileirados a maior parte do tempo, pois os túneis eram estreitos demais para caminharem lado a lado. Quando chegaram a uma bifurcação, onde havia um pouco mais de espaço, Merlim apareceu atrás deles e colocou a mão no ombro de Daniel! O susto foi tamanho que os três gritaram juntos e saltaram para longe do vulto. Passada a confusão, estavam novamente os quatro frente a frente. E assim conversaram um pouco mais. — Meus parabéns por ainda estarem vivos e seguirem na rota certa! Já perdi a conta de quantos desistiram, foram derrotados, ou desapareceram cavernas depois do encontro com o cavaleiro prateado — disse Merlim, já mais amistoso e continuou: — Vejo que estão aprendendo bem, mas digo que não me lembro de ninguém, exceto eu mesmo, ter conseguido superar o próximo desafio. Os jovens encararam Merlim preocupados, já esperando as pistas que os ajudariam a superar mais um desafio. — Vejo que estão com pressa. Pois bem, o que precisam saber a partir de agora é que um alquimista se adapta às condições de trabalho que encontra, e jamais deixa de carregar consigo seus componentes e artefatos mais importantes. Os quatro se entreolharam novamente e, então, Wilson perguntou: — Ué! Não vai desaparecer desta vez? Quer mais alguma coisa de nós? — Esperarei aqui, sigam em frente e nos veremos logo. Os três andaram mais um pouco e chegaram a um corredor diferente, em que havia uma porta cercada de chamas. As paredes eram verdes e o piso do local onde estavam e, próximo das chamas era amarelo. Ao lado da entrada havia um pequeno poço com água e alguns vasos de barro. 28
— Parece simples, devemos levar os vasos com água até o outro lado do corredor e apagar as chamas! — apontou Daniel. — Eu vou primeiro! — candidatou-se Gerson, enchendo um dos vasos e indo em direção à porta. Assim que deu o primeiro passo, algo muito bizarro aconteceu. Tudo à sua volta girou rapidamente, deixando Gerson "de cabeça para baixo", que se viu caminhando sobre o teto. Estranhamente, Wilson e Daniel continuavam sobre o chão. A água caiu do vaso, molhando os outros dois e Gerson voltou devagar, assustado. E agora? O que fazer? Será preciso caminhar pelo corredor, sem que a água caia. Mas como? 29
Como virar um copo sem deixar a água cair? Missão 3
Que situação inusitada! Ao observar e tentar cruzar essa sala esquisita, Gerson, Daniel e Wilson notam que, estranhamente, apenas a água não sofre o "efeito mágico da gravidade invertida". E, mais uma vez nessa história, é o fogo que precisa ser combatido porém, agora com água. O desafio é imaginar um jeito de transportar a água até o outro lado da sala sem deixar que ela caia. Merlim é esperto e deixou um pequeno pergaminho explicando todas as características da água, mas o trecho que mais chamou atenção dos cientistas foi: "A água, esse líquido aparentemente simples, possui propriedades fantásticas. Sua presença é base para toda e qualquer forma de vida conhecida. Na Química e na Alquimia, a água é utilizada para dissolver tantas substâncias que é chamada de solvente universal. Sobre sua superfície, alguns animais podem caminhar, sem afundar. De fato, alguns animais conseguem se descolar sobre a água sem que afundem. Vocês sabem como isso é possível?" As partes que compõem a água — ou seja, os átomos e moléculas — tem uma atração muito forte entre si. É como se fossem micro ímãs que querem ficar muito próximos uns dos outros. Essa atração é chamada de tensão superficial. A força da ligação entre as moléculas da água permite suportar um certo peso sobre elas, sem que se rompa. E é por isso que alguns insetos podem caminhar sobre a água. Mas não tente fazer igual a eles: se o peso for maior do que a tensão superficial, ela se quebra e você afunda.
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Vermelho
Dicas
Existe um tipo de lagarto muito interessante que possui uma habilidade incrível de correr sobre a água. O basilisco ou "lagarto Jesus Cristo", como também é conhecido, pode correr sobre a água a uma velocidade de 1,5 m/s. Ele consegue fazer isso pois possui membranas entre os dedos que dão maior sustentação, criando um bolsão de ar o que aumenta a superfície de contato entre suas patas e a água. Esses lagartos conseguem apoiar as patas sobre a água e caminhar distâncias de até 1,3 metros. Como é incrível a natureza não?
1. Utilize um papel grosso, pois ele demora mais para ficar encharcado; 2. Também é possível realizar esta experiência com uma peneira fina no lugar do papel cartão; 3. Faça essa experiência em lugares que possam ser molhados. Divirta-se com a água; 4. Seja rápido!
Dicas Desafie seus amigos. Quem consegue andar mais longe sem deixar a água cair?
Há também insetos que conseguem ficar sobre a água. Neste caso, o que os impede de afundar é a tensão superficial da água. A força que une as moléculas de água é maior que o peso do inseto. Alguns tem pelinhos bem finos na ponta de suas pernas, que não "furam" a superfície da água e os ajudam a permanece suspensos e caminhar sobre ela. Você já viu um inseto assim? 31
Você vai precisar de: 1 copo acrílico 200ml 1 jarra 1 peneira bem fina Papel-cartão Tesoura
Capítulo 4
Dreno Flamejante
ansados e molhados, os três continuaram seguindo pelos túneis indicados no mapa. Caminharam até chegar a uma sala redonda com uma enorme pira, isto é, uma tocha muito grande no centro. Havia também uma fina camada de água que lhes cobria os pés. Daniel reparou que a água no final da sala tinha uma profundidade muito maior e que havia algo submerso. Seria uma porta? Sim! Era uma saída! Mas como fariam para passar? — Estranho. Até agora Merlim nem sequer apareceu para nos instruir ou dar mais uma de suas dicas, mesmo que na forma de metáforas — observou Wilson. 32
— Creio que ele ache que devamos passar pelos próximos desafios sem sua ajuda — respondeu Daniel. Os três vasculharam o ambiente para verificar o que tinham à disposição. Espantaram-se ao perceber que acima da gigante pira central, havia uma espécie de vaso de vidro com a boca para baixo, preso a uma corrente. Gerson observou a corrente e reparou que ela conectava a abóbada de vidro a uma alavanca em uma das paredes. Sem esperar pela aprovação de ninguém, Gerson correu até a alavanca e puxou-a. — Gerson! Você está maluco? — exclamou Daniel. Antes que Wilson manifestasse sua bronca, a alavanca tinha acionado um mecanismo que começou a ranger. A abóbada de vidro desceu vagarosamente, repousando sobre o chão molhado e cobrindo completamente a grande pira. Mas, para a surpresa de todos, nada mais aconteceu. Os rapazes, então, se puseram a repensar: como resolver o quebra-cabeça com o que estava disponível? — Vamos revisar, então: embaixo d’água há uma porta, mas abri-la nessa condição é impossível — ponderou Wilson. — Além disso, há essa pira no centro da sala coberta por essa abóbada. Vamos tentar acendê-la e ver o que acontece? — completou Daniel. Gerson acionou a alavanca mais uma vez para levantar a cúpula de vidro, que subiu fazendo muito barulho. Eles então acenderam a pira usando uma das tochas que tinham. Novamente nada aconteceu, exceto a luz que iluminou todo ambiente. — Muito bem, já decifraram os elementos necessários. Basta agora, produzir a experiência desejada. Usem a criatividade própria dos cientistas — a voz de Merlim parecia vir de todos os cantos, mas ele não estava visível na sala. — Ele está começando a me irritar — desabafou Gerson. — Deixe disso, Merlim só está bancando o professor durão. Não é a primeira vez que lidamos com isso — respondeu Wilson, acalmando o amigo. — Mas ele me ajudou a entender o desafio. Nós precisamos passar pela porta e ela está submersa. Assim, tudo o que devemos fazer é retirar a água de lá de alguma forma, para que possamos descer até a altura certa, abrir a porta, e passar por ela — raciocinou Daniel. 33
Como encher um copo sem usar as mãos? Missão 4
Se antes era um problema, desta vez o fogo poderá ser a solução para os nossos cientistas. Vejamos a situação em que eles se encontram: a porta está submersa e, para abrir esta passagem, primeiro será preciso retirar a água. "Mas como?", os rapazes se perguntam, olhando a sala à procura de uma pista. Ao centro, uma grande tocha, uma redoma de vidro presa a uma corrente e água por todo lado. A ideia de Wilson é acender a tocha e ver o que acontece. Daniel está desconfiado de que isso não irá funcionar. Por que Wilson quer acender a tocha? Sabemos que quando o ar é aquecido, ele se expande aumentando o seu volume; e de forma inversa, quando a temperatura cai, ele se retrai e diminui em volume. E não é apenas o volume que varia neste caso. O ar existente em uma garrafa fechada, por exemplo, quando aquecido por uma fonte de calor, irá se expandir e fazer pressão "de dentro para fora" do recipiente. Quando esse calor diminui, o ar esfria, criando uma pressão "de fora para dentro" da garrafa. Essa variação acontece por causa de uma coisa chamada pressão atmosférica, que é a força que a gravidade exerce sobre o ar, puxando-o para a superfície terrestre. Um dos jeitos de perceber que a pressão atmosférica existe é quando tomamos suco com canudinho. Ao tomar o suco, "puxamos" o ar que está dentro do canudo, diminuindo a pressão no seu interior. Ao mesmo tempo, a pressão atmosférica "empurra" o suco que está no copo para dentro do canudo, fazendo com que ele suba. Humm, será que isso irá resolver o problema dos nossos amigos?
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Violeta
Em altitudes elevadas, a força da gravidade torna-se mais fraca, e as moléculas de ar ficam mais distantes umas das outras. Portanto,, quanto mais alto uma pessoa estiver, menor a pressão atmosférica e, como o há menos moléculas de ar, fica bem mais difícil respirar!
Dicas 1. Cuidado! Esta experiência envolve fogo. Faça junto com um adulto; 2. Para grudar a vela no pires, basta aquecer um pouco sua base; 3. O corante é útil para visualizar melhor o que acontece durante a experiência.
Para brincar Faça o teste com velas de diferentes tamanhos e verifique se há diferenças no resultado!
Quanto mais próximos do nível do mar e do centro da Terra, maior a pressão atmosférica e, consequentemente, a concentração de moléculas de ar é maior.
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Você vai precisar de: 1 copo de vidro 1 prato plástico descartável Tesoura 2 canudos de vitamina (dobrável) 2 bolinhas de isopor Régua Corante Fósforo Régua
Capítulo 5
Sala dos ventos uivantes
a aventura prosseguia e, percorrendo os túneis da caverna, perceberam que estavam dentro de uma de montanha. Subiram por uma longa e cansativa escada entalhada na pedra. Os degraus eram úmidos e escorregadios. Um passo em falso e tudo estaria perdido. Caminharam assim por quase uma hora. Ao chegar ao final da escada, esgotados, encontraram uma porta. Estava semiaberta e uma luz fraca iluminava o interior. Dentro da sala, o ambiente encontrava-se em total desordem. Jogada no chão havia uma ossada com chifres enormes de alguma criatura desconhecida. As paredes e o teto estavam quebrados com pedaços por todo o lugar. Fragmentos de espadas e armaduras corroídas pelo tempo cobriam boa parte da sala, mas sem nenhum vestígio humano. Tudo estava coberto com poeira. — Parece que alguém enfrentou uma fera por aqui. E a sala não resistiu muito bem — disse Gerson, examinando uma espada semiderretida. — Não acho que um combate com uma fera seja um teste para 36
alquimistas. Eu arriscaria que alguns dos famosos Cavaleiros da Távola Redonda estiveram aqui — disse Daniel, examinando os brasões nos escudos e armaduras largados enquanto se recordava dos desenhos que vira no livro sobre as Cruzadas. — Não tem teste nenhum aqui! Acho que os problemas já foram resolvidos — palpitou Gerson andando para o meio da sala. Mal terminou de falar e foi surpreendido por uma forte lufada de vento, que fez um barulho como um assobio. O vendaval foi tão intenso que arrastou-o para o lado e quase levou sua mochila embora. Em seguida, repararam que a sala era cheia de aberturas, e que uma forte corrente de vento percorria aquela “colmeia” de buracos. Observaram melhor e perceberam que as rajadas se repetiam de tempos em tempos, criando uma espécia de sinfonia. — Que coisa mais estranha! Acho difícil isso ter sido produzido por uma batalha. Parece planejado — disse Wilson, olhando as aberturas e soltando um avião de papel para acompanhar a corrente de vento. — É realmente um trabalho de mestre da arquitetura e física, mas sinto que está faltando alguma coisa nesta sala — acrescentou Daniel, intrigado. — Gente, segundo o mapa deve haver uma porta em algum lugar que nos levará ao próximo corredor. Onde está? — perguntou Gerson, olhando ao mesmo tempo o mapa e o outro lado da sala. Revistaram tudo até que encontraram uma porta que estava bloqueada, atrás de uma das pedras que haviam se desprendido das paredes. Juntos tentaram empurrar, puxar e rolar a rocha para fora dali, mas ela era pesada demais e nem se moveu. — E agora, como faremos? E se usarmos aquele chifre como uma alavanca? — sugeriu Wilson. — Pelo que vejo, ele é oco. Não deve aguentar para alavancar todo esse peso — replicou Gerson, examinando o chifre. — Oco? Já sei! Corte a ponta desse chifre e traga-o até aqui, Gerson! Talvez não tenhamos força para mover a pedra, mas esses ventos sim! Teremos de nos coordenar no tempo certo, mas creio que funcione — afirmou Daniel, pedindo aos colegas para posicionarem o chifre entre a pedra e uma das aberturas na parede. Será que o vento pode mover um objeto mais pesado do que o ar? Vamos conferir! 37
Como fazer uma bolinha flutuar no ar? Missão 5
Pelo visto, a solução encontrada pelos aventureiros é uma prova da pressão do ar. Uma das coisas interessantes a respeito a pressão do ar é permitir que objetos mais pesados do que o ar, voem. Mas não se engane: o ar, apesar de não parecer, é um elemento muito poderoso. É por causa da pressão do ar que o avião e os pássaros conseguem voar! O avião percorre a pista, ganhando velocidade. Assim, suas asas cortam o ar, de maneira que a pressão abaixo dela torna-se maior que acima, empurrando as asas e todo o avião para o alto, fazendo a máquina decolar e voar. Sustentação
Maior velocidade Menor pressão
Fluxo de ar
Menor velocidade Maior pressão
Remover a grande rocha que está bloqueando o caminho seria muito pesado para apenas três pessoas. Por sorte, podemos contar com a Ciência. Dentro da Sala dos Ventos Uivantes, onde as correntes de ar são extremamente potentes, talvez seja possível usar a força do ar para movimentar as pedras. Será que funciona? Nunca subestime o poder dos ventos. Vamos tentar!
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Não se pode falar na força dos ventos sem mencionar os tornados. Um tornado é uma coluna de ar que circula violentamente, destruindo boa parte do que passa por seu caminho. Ele tem a forma de um funil, sendo que a parte de baixo está conectado com a terra e a parte superior ligado a uma nuvem. A maioria dos tornados pode atingir velocidades de até 175 km/h e chegam a ter 75 metros de altura. Os tornados se deslocam por muitos quilômetros até se dissiparem e, os mais violentos, podem chegar a 480 km/h, com mais de 3 km de largura.
Azul
Dicas 1. Não se afobe! Essa experiência requer treino e persistência; 2. O sucesso da experiência não depende apenas da força com que você assopra; 3. Pense em uma maneira criativa de aumentar a área que dará suporte à bolinha.
Para brincar
Não são apenas desastres o que os ventos podem causar. Sua força tem sido aproveitada desde a Antiguidade para mover os barcos a vela ou para fazer funcionar a engrenagem de moinhos, ao girar suas pás. Nos moinhos de vento, a energia eólica é transformada em mecânica, utilizada na moagem de grãos ou para bombear água. Mais recentemente, a força dos vento é usada para produção de energia elétrica, que não polui o meio ambiente por ser renovável. Além disso, está sempre disponível, pode ser produzida em qualquer região, é limpa, não produz gases de efeito estufa durante a produção, e não precisa de áreas muito grandes para ser gerada.
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Tente andar, mantendo a bolinha no ar! Quem da turma consegue ir mais longe?
Você vai precisar de: Tesoura 2 canudos de vitamina (dobrável) 2 bolinhas de isopor Régua
Capítulo 6
Símbolo da superação
epois de mais alguns lances de escadas, os três cientistas chegaram a outra porta. Por entre uma janela lateral esculpida na pedra, podiam ver que estavam muito alto, e que tinham subido além do que imaginavam. A porta de madeira à sua frente era comum, sem apresentar nenhum grande desafio. Eles a observaram devagar e em detalhes, antes de tentar abri-la. — Está aberta — disse Gerson, empurrando a porta adiante e entrando em uma espécie de laboratório, cheio de mesas e prateleiras com frascos, colheres, potes e caldeirões. Ao fundo, uma estante repleta de livros grossos e empoeirados mostrava que ali era um local de estudos e experimentações. Uma pequena vela mal iluminava o salão e, sentado em uma cadeira de madeira rústica, estava Merlim. À sua frente havia uma mesa com três cadeiras vazias. — Sejam bem-vindos! Sentem-se e bebam um pouco de água. Comam se tiverem fome — disse, mostrando alguns pães, geleias e maçãs. Os três rapazes sentaram-se para descansar e comer, soltando as mochilas no chão. Enquanto comiam, observavam o mestre da alquimia. Esperavam alguma outra tarefa ou então uma resposta a respeito de sucesso ou fracasso nos testes. Após terem terminado, Merlim se pronunciou: — Bem, agora que já comeram e repousaram, vamos ao que interessa. Vocês foram aprovados e são oficialmente alquimistas iniciantes. Eu quero parabenizar a todos pelo esforço e pelo raciocínio rápido e eficaz. — Uau! Obrigado Merlim, foi trabalhoso, mas aprendemos muito no processo — respondeu Daniel. — Há apenas mais uma tarefa para vocês. É tradicional que cada alquimista possua uma identificação pessoal e única, uma forma de poder ser reconhecido como tal e manter sua individualidade — explicou o mestre das poções. 40
— Algo como um registro profissional — arriscou Wilson. — Nunca ouvi esse termo, nós o chamamos de Distintivo de Alquimista, ou Brasão Alquímico. — E cada um de nós terá um desse? — questionou Gerson. — Exato. Fornecerei a vocês o material adequado para a criação de seus brasões. Tenho uma seleção de tintas de diversas cores e papéis variados. O importante é que criem algo que represente o aprendizado que ganharam como alquimistas e a personalidade de cada um. — E quando terminarmos, o senhor nos levará até o famoso Elixir? — perguntou Wilson. — Sim! Então apressem-se. Estou curioso para ver o que farão com o Elixir quando o tiverem em suas mãos. 41
Como fazer uma pintura sem usar pincel? Missão 6
O brasão é um tipo de símbolo que surgiu por volta do século XI e foi muito usado no decorrer da Idade Média. Era utilizado para identificar clãs, famílias, regiões, reinos e certas ordens de cavaleiros. Com o passar do tempo e com o fim da Era Medieval, seu uso passou a ser atribuído a países, comércios e às primeiras corporações da Sociedade Moderna. Assim, os brasões deram origem ao que conhecemos hoje como logotipos ou logomarcas. Você sabia disso? Todos temos uma maneira de identificar algo que fizemos. Alguns assinam, outros deixam marcas pessoais, como a escolha de uma cor, uma palavra ou um gesto específico. Também é possível ter uma identificação para um grupo, um time, uma equipe. Os times de futebol, por exemplo, usam brasões e escudos para os identificar. Merlim quer que o seu grupo crie uma marca de alquimistas. Que tal caprichar nesse símbolo para dar um toque especial à sua equipe e deixá-la diferente dos outros grupos? Junto com o brasão do seu grupo, você pode criar também um grito de guerra ou uma frase bacana que demonstre quem são. Você poderá usar o brasão durante o ano todo junto com seus colegas. Afinal, a aventura está só começando e você vai precisar de uma boa equipe ao seu lado. Então, crie um nome, um símbolo e uma rima bem bonita para o seu time!
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Historicamente, as origens os brasões remontam aos tempos das cruzadas. Eles foram criados para distinguir os participantes durante os combates pois os seus rostos estavam cobertos por capacetes de ferro e aço. Portanto, os brasões tem suas origens na prática militar e na necessidade de distinção dos reinos daquela época. Apesar de terem sido criados há mais de 900 anos, os brasões ainda são muito utilizados hoje em dia. Quase toda cidade e país tem um brasão.
O brasão do nosso país foi criado em 19 de novembro de 1889, quatro dias após a proclamação da República. Ele não é muito parecido com os brasões de outros países. Tem um escudo redondo sobre uma estrela de cinco pontas, onde há cinco estrelas menores, representando o Cruzeiro do Sul. As 27 estrelas representam os Estados e o Distrito Federal. Ao lado do escudo há dois ramos: um de café e um de tabaco, plantas importantes para o país naquela época. O primeiro brasão brasileiro foi criado em 1500, quando ainda éramos uma colônia de Portugal e outros brasões foram usados durante o período da Monarquia, entre os anos de 1822-1889.
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Verde
Dicas 1. Para que a tinta permaneça flutuando na água, é preciso que você a coloque com bastante cuidado; 2. Seja criativo, use mais de uma cor; 3. Use objetos delicados, como um palito de dentes, para misturar as cores e fazer os desenhos.
Para brincar Crie um brasão para sua equipe e outro para sua escola!
Você vai precisar de: 1 forma 2 folhas sulfite Palitos de dente 3 palitos de sorvete 2 copos acrílicos 65 ml Tintas para tecido Conta gotas ou seringa Jarra Régua
Conclusão
O que realmente importa?
rasões produzidos, os três podiam, finalmente, considerar-se alquimistas de verdade. Merlim entregou a cada um deles um pergaminho similar a um diploma, que eles guardaram com orgulho dentro de suas mochilas. — Então, sem mais demora deixe-me apresentar-lhes o prêmio da sua jornada — o mestre da alquimia abriu um armário e, de dentro, retirou um velho baú de madeira com armações de ferro fundido. Fez surgir uma chave prateada e, vagarosamente, abriu o baú. De dentro, tirou um pequeno vidro contendo um líquido de coloração púrpura, e o colocou sobre a mesa. Os três cientistas encaravam o frasco no centro da mesa, sem conseguir desviar o olhar. A forma com que o líquido brilhava era hipnotizante tornando impossível tirar os olhos daquele frasco. Wilson conseguiu se concentrar o suficiente para perguntar: — Mas, é só isso que tem? É tão pouco líquido, que acho insuficiente para nós três tomarmos. No máximo, daria para apenas um de nós. — Poderíamos tomar um gole cada... — E ele nos dará todo o conhecimento? Nunca mais teríamos dúvidas, indagações e lições complexas? — questionou Daniel. 44
— Sim, todo o conhecimento será de quem beber o Elixir da Sabedoria. — Isso parece fácil demais. Você poderia, então, nos dar a resposta certa para qualquer pergunta? — testou Gerson. — Não, eu não poderia dar a resposta correta para todas as perguntas que me fizerem. Mas esse líquido é único e aquele que o beber certamente poderá fazê-lo — respondeu o velho sábio. — Espere, isso significa que você não bebeu o Elixir! Você poderia ter obtido todo o conhecimento e não o fez. Isso não faz sentido! — exclamou Daniel. — Tive direito à mesma escolha que vocês e tomei minha própria decisão. Vocês têm de pensar nas razões para tomar o Elixir e decidir, por vocês mesmos, se o farão. O trio decidiu que seria melhor discutir a questão com calma. — Se tivermos todo o conhecimento, poderemos compartilhar ao máximo com outras pessoas. Formar as melhores escolas e os melhores laboratórios do mundo! — sonhou Wilson, esperançoso. — Seremos a principal atração de todas as convenções científicas e poderemos debater teorias com as maiores autoridades cientificas e políticas do mundo e apresentar soluções para os principais problemas mundiais. Resolver todos os problemas ambientais — disse Daniel, empolgado. Se esticou para pegar o frasco e já ia tirando a tampa para tomar o Elixir quando Gerson interferiu: — Espere — acho que não vai valer a pena. — Por quê? — quis saber Daniel. — Até hoje, tudo o que sabemos, aprendemos através de processos científicos. Nós observamos, formulamos hipóteses e testamos, fazendo e refazendo experimentos até confirmar ou negar nossas ideias. Se bebermos algo que nos dará o conhecimento supremo de bandeja… — explicou Gerson. — ... Estaremos negando e invalidando nossos próprios métodos — completou Wilson. — Métodos nos quais acreditamos e que ensinamos a muitas pessoas. E que trazem não apenas os conhecimento, mas a comprovação sobre tudo o que sabemos — continuou Daniel, voltando à razão. — E além disso, se não houver nada mais para saber, descobrir, ou nos inspirar a conhecer e explorar , o que será de nós? Qual será a nossa motivação? — continuou Wilson. 45
— Bravo! Não pensei que seriam tão sábios, dada a pouca idade de vocês. Então, vocês resolveram não tomar o Elixir neste momento? — perguntou o velho mestre. — Era um truque. Você queria descobrir se nós entenderíamos a verdadeira natureza do conhecimento — disse Daniel, olhando Merlim nos olhos. — Na verdade, o direito ao Elixir é realmente de vocês. Não cabe a mim decidir qual a forma correta de obter o conhecimento, estou aqui apenas para testar o quanto aprenderam e se sabem a alquimia na prática. — Então nós poderíamos realmente tomar este líquido mágico? Não é uma pegadinha? — disse Wilson, olhando para o frasco como quem não sabe o que fazer. — Sim, vocês podem. Mas deram as melhores razões para não beber o Elixir, ou será que mudaram de ideia? Após um minuto de silêncio desconfortável, Gerson guardou o frasco de volta no baú e o devolveu a Merlim. — Agradecemos pela oferta, mas não vamos beber o Elixir — Gerson sorriu para o Mestre, diminuindo o clima tenso. — Admirável, mas até que outros alquimistas superem os mesmos obstáculos que vocês, o único frasco existente do Elixir continua sendo seu por direito. Quando quiserem, podem vir buscá-lo aqui. — Não precisa manter a chave do baú por perto. Quando voltarmos, será para aprender com o senhor, do nosso jeito — disse Wilson, agora mais calmo. — Acredito em vocês. Mas toda vez que um alquimista produz uma substância ele tem de se responsabilizar pelo seu uso e consequências. Vocês, como donos do Elixir por direito, tem o dever de cuidar para que ele não seja utilizado para o mal. — O senhor está dizendo que “com grandes poderes vêm grandes responsabilidades”? — perguntou Wilson, sorrindo. — Exatamente. Bela frase, rapaz, é de algum sábio de seu tempo? — Algo assim... um homem bastante conhecido por seus pensamentos heroicos — respondeu Wilson, o fã de quadrinhos. — De qualquer forma, noto que é hora de nos despedirmos, meus caros aprendizes. Sinto que Artur, o novo rei da Inglaterra, precisa de meus conselhos. E nem mesmo eu posso estar em dois lugares ao mesmo tempo. 46
— Tudo bem, creio que já tomamos tempo demais. Obrigado! — disse Daniel, apertando a mão do sábio alquimista. — Até breve — Wilson abraçou de leve o alquimista-mór. — Nos vemos por aí — acenou Gerson. Merlim então arremessou um frasco azulado ao chão e os três cientistas foram cobertos por uma fumaça densa e adocicada. Quando voltaram a enxergar, estavam em frente à cabana abandonada, próximos da Corujola. A viagem de volta foi tranquila, e a querida nave estava em plenas condições de voo quando embarcaram. Enquanto viajavam através do tempo e espaço, os três rapazes pensavam a respeito de tudo o que aprenderam e sobre como foram difíceis os testes de Merlim. As experiências nas terras de Avalon haviam lhes ensinando muito, mas acima de tudo, traziam consigo o orgulho de ter defendido a Ciência e o aprendizado, recusando um atalho para o conhecimento. 47
Corujola: a máquina viva
Passarola Gravura original de Bartolomeu de Gusmão, 1722
No Século XVIII, Bartolomeu de Gusmão, conhecido como o Padre Voador, o inventor do balão de ar quente e de outros engenhos, projetou uma espécie de aeronave chamada Passarola. Esse invento, apesar de não ter nunca sido construído, foi a inspiração usada para a Nau voadora dos nossos protagonistas do Ciência em Show: a Corujola. Inspirada no formato de uma coruja, tem asas, controles, um balão e diversas engrenagens, fruto da tecnologia moderna. Aprimorada com o auxílio dos mestres e das descobertas realizadas pelos três cientistas viajantes, a Corujola é a nave que transporta Wilson, Gerson e Daniel em viagens através do tempo e espaço e os ajuda a encontrar os mestres da tecnologia e da natureza. A Corujola é também o veículo que irá transportar todos aqueles interessados em desvendar o universo da Ciência, seus mistérios, aventuras e aprendizados. 48
O trio Ciência em Show
Daniel
Gerson
Wilson
O mais observador entre os três protagonistas, Daniel é mais formal e tem um ar de professor, o que o diferencia dos colegas mais sociáveis e afetivos. É o mais centrado, racional, e o menos inclinado a agir por impulso, sempre pensando e planejando bem antes de agir. É muito inteligente e bastante respeitado pelos colegas e pelas pessoas em geral.
Atlético, amistoso e apressado, Gerson é o mais esportivo e "mão-na-massa” dos três: não tem "tempo ruim"! Está sempre disposto a testar pessoalmente as ideias dos colegas e contribuir para a resolução de problemas. Nossa "cobaia" não é de falar muito, mas age sempre que necessário e, às vezes, até mesmo se adiantando mais do que deveria.
Eterno questionador e o mais curioso, Wilson é também o mais emocional e falante do grupo. Apesar da fama de atrapalhado e de ser um pouco desastrado, Wilson é bastante perspicaz e observador. Sua necessidade de aprendizado e compreensão é grande, e quase nunca se dá por satisfeito até achar a resposta para as questões que foram levantadas.
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Este livro foi composto em Sentinel, desenhada por HF&J, derivada da Clarendon esta que, por sua vez, foi projetada por Robert Besley em 1845, tendo sido a primeira fonte patenteada da História. Foi muito utilizada em cartazes no Velho Oeste americano. Além da Sentinel, o livro é composto pelas fontes Phaeton, de Kevin Cornell e Randy Jones e que é inspirada nos rótulos de produtos da Era Vitoriana; e pela fonte Abraham Lincoln, desenhada pela designer Frances Macleod a partir de cartazes de 1864 (um ano antes da morte do então presidente americano que dá nome à fonte). Seu uso é livre e está disponível em: www.losttype.com. As capitulares deste livro foram inspiradas nos trabalhos de Jessica Hische e geradas a partir da fonte Apex Lake pela designer Gabriela Ferreira. Todas as gravuras utilizadas neste livro, são de domínio público ou de uso livre (royaltie free) e foram obtidas nos seguintes sites: • Graphics Fairy: www.thegraphicsfairy.com • Wikimedia Commons: www.commons.wikimedia.org • Retro Vectors: www.retrovectors.com • Biblioteca do Congresso Americano: www.loc.gov • Bibliodyssey: www.bibliodyssey.blogspot.com.br
Esta edição foi impressa sobre papel Triplex 250g/m2 (capa) e Pólen Bold 90g/m2 (miolo), na gráfica Garilli, São Paulo, em abril de 2014. Tiragem: 2600 exemplares.
m antigo pergaminho, encontrado durante uma escavação arqueológica, desperta a curiosidade e o instinto investigativo dos nossos divertidos cientistas. Eles viajam então para a antiga Britânia, a fim de resolver a misteriosa mensagem e conhecer mais sobre a época dos cavaleiros da távola redonda. Neste lugar mágico e perigoso, os três encontram dragões, cavaleiros, e seguem em busca de um elixir que lhes dará toda a sabedoria do mundo. Na expedição, se deparam com um personagem misterioso mas que os ajudará muito: Merlim, o maior alquimista de todos os tempos. Será que eles terão sucesso nessa missão? A Coleção “Nau dos Mestres” é uma forma criativa e divertida para você aprender sobre ciências e artes. Os livros da coleção acompanham um laboratório de ciências composto por quatro caixas: Merlim, Leonardo da Vinci, Apolo e Gaia — os Mestres. Dentro de cada caixa, você encontrará os materiais necessários para superar os desafios e completar as missões mirabolantes. Use a sua inteligência e criatividade para ajudar os jovens cientistas a completar as missões para avançar na história. As aulas na escola nunca mais serão as mesmas depois que você entrar para o time da Nau dos Mestres!