Soluções estratégicas em economia
Estruturação do mercado de reformas no Brasil Diagnóstico e Diretrizes São Paulo, junho de 2012
Objetivo
Propor diretrizes para a estruturação do mercado de reformas no Brasil, com base na situação atual e perspectivas para a economia brasileira e na experiência internacional.
Definição de Reforma Este trabalho considera Reforma como sendo melhorias habitacionais que incluam desde alterações estruturais (ampliação de cômodos; alteração de telhado, piso, parede, por exemplo) até apenas pintura e revestimento. Não inclui, portanto, a solução de áreas de risco (não há previsão de alteração de endereço, por exemplo) 3
Sumário Executivo
Importância
Desafios
Mercado de reforma é importante para o país tanto pela agenda social (superação do déficit habitacional e aumento da qualidade de vida), quanto pelo aumento efetivo e potencial do mercado (aumento do estoque de habitações). Melhoria habitacional enfrenta 2 grandes desafios: quantitativo (ampliação do mercado) e qualitativo (reforma com qualidade): crédito continuado para materiais e mão de obra
Diagnóstico
Diversas medidas já foram tomadas e linhas de crédito criadas para incentivar o mercado, entretanto, reforma ainda está muito aquém do necessário e desejável.
Diretrizes
Campanha envolvendo setor público, setor privado e sociedade civil a fim de concentrar informação sobre importância da melhoria habitacional e instrumentos e oportunidades disponíveis para reformar com qualidade.
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Estruturação do mercado de reformas no Brasil
Estrutura do Trabalho 1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Estruturação do mercado de reformas no Brasil
Estrutura do Trabalho 1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Estabilização e cenário internacional possibilitaram ciclo de expansão entre 2004 e 2008 Crescimento do PIB (%)
840,7 2004 a 2008: ciclo 2005
Fonte: Banco Mundial
6,0
6,1
5,7
5,2
4,3
4,0
Fonte: IBGE. Elaboração: LCA.
5,0 4,0
3,0
3,2
2,7
2,0 1,3
1,0
1,1
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
-1,0
2010
-0,3
0,0 2002
PIB per capita avançou a um ritmo de 3,6% ao ano
7,0
2001
Crescimento médio do PIB de 4,6%
7,5
8,0
2000
de expansão mais duradouro desde a década de 70
Crescimento deixa de ser intermitente Aumento da demanda global por commodities e fluxo positivo de investimentos externos aumentaram as reservas 7 internacionais em poder do Banco Central
Perspectivas: Crises financeiras recentes não afetaram expectativa de crescimento nos próximos anos Crise financeira mundial de 2008
Avanços dos fundamentos macroeconômicos permitiram a adoção de políticas anticíclicas como redução da taxa de juros Crise da dívida europeia Crescimento nacional foi de 2,7% em 2011 e espera-se avanço de 2,2% em 2012
8,0 7,0 6,0 5,0 4,0 3,0 2,0 1,0 0,0 -1,0
7,5
4,0% a.a. 5,2
4,9 4,0 2,7
4,1
3,7
3,9
2,2
-0,3
2008 2009 2010 2011 2012* 2013* 2014* 2015* 2016* 2017* 2018* 2019* 2020* 2021* 2022*
PIB brasileiro recuou 0,3% em 2009, mas houve retomada do crescimento no ano seguinte
Crescimento do PIB (%)
Fonte: IBGE. Elaboração: LCA. *Projeção: LCA.
Expectativa é que a economia brasileira tenha crescimento médio de 4,0% a.a. entre 2012 e 2022 8
Mobilidade social: ascensão da nova classe média Distribuição dos domicílios por classe social 9%
12%
43%
53%
13%
17%
58% 68%
26% 21%
17%
22%
14%
11%
9% 7%
2006
2011*
2014*
2020*
Classe E
Classe D
Classe C
Classes A/B
Fonte: LCA com base nos dados do IBGE. *Estimativa e projeção: LCA.
Aumento da renda acompanhado de melhora da distribuição e maior disponibilidade de crédito fizeram com que milhões de famílias brasileiras passassem a ter maior acesso a novos produtos e serviços
Classes D/E representavam 48% dos domicílios em 2006
Em 2011, sua participação foi de 35% Mais da metade dos domicílios constituía a classe C em 2011, a projeção é que em 2020 essa camada represente 68% da população 9
Estruturação do mercado de reformas no Brasil
1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Conjuntura macroeconômica e ações de estímulo têm impacto positivo no crédito habitacional
Crédito em 2011 foi 8,5 vezes maior que em 2005 Em 2005, apenas 46% do crédito habitacional provinha dos recursos da poupança
Em 2011, a participação da poupança no crédito imobiliário foi de 68%
Financiamento imobiliário com recursos da poupança e do FGTS* (em R$ bilhões de 2011) 118
120
100
SBPE
80
FGTS
97 80
60
52 35
40
20 0
14
23
6 7
12 11
2005
2006
35
58
60
38
23 12
17
20
2007
2008
2009
37
38
2010
2011
Fontes: BCB e CEF/FGTS. Elaboração: LCA. *SBPE – Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo: inclui crédito para aquisição de imóveis novos e usados e para construção de imóveis por pessoa jurídica ou física. FGTS – Fundo de Garantia do Tempo de Serviço: inclui empréstimo para imóveis novos e usados.
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Entretanto, ainda há espaço para expansão do crédito habitacional no Brasil Crédito habitacional como proporção do PIB (%) 80 70
72,7 65,5
62,0
60 50 40
37,4
36,7 30,6
30
24,3
20
14,0
13,0
12,5
6,0
10
4,8
2,4
0 EUA Portugal Espanha França Coréia África do Sul do Sul
Japão
Chile
China México Índia
Brasil* Rússia
Fonte: Apresentação do representante do Departamento de Normas do Sistema Financeiro – Denor do BCB, realizada no 2º Congresso Nacional de Promoção de Crédito no dia 18 de outubro de 2011. Elaboração: LCA. *Dados para o Brasil: BCB – dez/2011.
Outras economias em desenvolvimento, como China, México e Chile, possuem maior oferta de crédito habitacional
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Crédito como proporção do PIB (%) Pessoa Física
82
Habitação
49 5 31 2
28 5
10
23
18
15
10
...
2015*
2014*
2013*
2012*
2010
2009
2008
2007
2006
2005
2004
2003
2002
2001
18
43
33
29
19
2011
5
2000
15
62
2022*
Pessoa Jurídica
...
90 80 70 60 50 40 30 20 10 0
Crédito habitacional deve alcançar 15% do PIB em 2022
Fonte: BCB – Inclui crédito direcionado e livre. Elaboração: LCA.*Projeção: LCA.
Crédito deve continuar em expansão no Brasil
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Estruturação do mercado de reformas no Brasil
1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Benefícios da reforma: aspectos sociais e de saúde
Abrigo, garantia de segurança, armazenamento e consumo dos alimentos, uso dos recursos da higiene pessoal e saneamento, desenvolvimento da família, entre outros
Fonte: Organização Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), apud ROJAS et al(2008).
Iluminação natural, acústica e qualidade do ar inadequadas estão relacionadas com problemas diversos como proliferação de fungos, stress e doenças respiratórias
Alta densidade de moradores contribui para a disseminação de doenças contagiosas Reforma que melhore a estrutura física das habitações, através do uso de revestimentos adequados, boa circulação de ar, incidência solar apropriada deve ter impacto positivo em vários aspectos Fonte: Departamento de Saneamento e SaúdeAmbiental, Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz. 2004.
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Reforma tem papel importante para reduzir déficit habitacional Déficit habitacional e inadequação somavam 21,1 milhões de domicílios em 2009
Fonte: metodologia FJP aplicada a dados da PNAD/2009. Elaboração: LCA.
Considerando expansão da infraestrutura básica, reforma reduzirá 22% do déficit habitacional e inadequação* (4,6 milhões de domicílios) * Que representam 1,9 milhão de moradias rústicas (sem paredes de alvenaria ou madeira aparelhada) ou com inadequações que podem ser resolvidas com reforma e 2,7 milhões de moradias rústicas ou com inadequações que além de reforma, carecem de infraestrutura (energia, coleta de lixo, esgotamento sanitário e abastecimento de água).
Domicílios com infraestrutura/serviços básicos (%) 3%
96,0 98,9
6%
77,8
82,8
18%
55,5 47,2 Esgotamento Sanitário
Água encanada 2000 2010
Iluminação
Fonte: Censo 2010. Elaboração: LCA.
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Déficit habitacional rural e urbano Inadequação de domicílios e déficit habitacional em 2009: rural e urbano 21,1 milhões de domicílios
7,6 mi
4,6 milhões de domicílios
13,5 mi
2,1 mi 2,5 mi Rural
Urbano
Fonte: metodologia FJP aplicada a dados da PNAD/2009. Elaboração: LCA.
Além de necessidade de reforma na área urbana ser mais representativa (54%), ação ganha maior importância na solução do déficit, por conta da escassez de terrenos disponíveis nas cidades
Reforma permite crescimento das cidades com maior sustentabilidade: Redução do tempo de deslocamento entre casa e trabalho – menor emissão de CO2 Melhor aproveitamento da infraestrutura já instalada (saneamento básico e transporte público, por 17 exemplo)
Além de compor solução para déficit habitacional, reforma precisa avançar na economia por conta do aumento do estoque de habitação Estoque bruto de capital residencial (R$ bilhões de 2009) 2.500
2.132*
2.000 1.500 1.000 500
2009
2005
2001
1997
1993
1989
1985
1981
1977
1973
1969
1965
1961
1957
1953
0
* Dado de 2009: estimativa LCA Fonte: Ipea. Elaboração: LCA.
Estoque bruto de capital cresceu 2,6% a.a. entre 2001 e 2009, necessidade de recursos para recomposição do estoque de capital residencial depreciado é crescente
Considerando que as habitações depreciem a uma taxa de 1,5% a.a., o volume anual de investimento necessário apenas para recompor a depreciação chegaria a R$ 32 bilhões – o que seria equivalente a 63% da autogestão* de 2009 *35% do PIB da Construção Civil em 2009. Contempla gastos com novas unidades, ampliação e melhorias, gastos de empresas no varejo da construção civil, além de reformas para repor 18 depreciação
Há outros fortes indícios de que reforma está aquém do mercado potencial 82% da população das classes D/E declaram necessidade de reforma no domicílio e menos da metade gastou com material de construção e serviço de reforma Fonte: LatinPanel, dados de 2008 e POF 2008/2009.
Necessidade e gasto com reforma por classes de renda 71%
77%
82%
42%
Necessidade de Reforma * classes A/B
39%
31%
Domicílios que gastaram com reforma ** Classe C
Classes D/E
*Fonte: LatinPanel , dados de 2008. **Fonte: POF 2008/2009. Elaboração: LCA.
Há distância significativa entre a necessidade e o gasto efetivo em reforma
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Importância de estruturar mercado de reforma Reforma tem componentes sociais e de mercado relevantes Déficit Habitacional: Reforma é componente importante para redução do déficit e inadequação (22% pode ser resolvido com reforma aliada à expansão de serviços públicos) Sobretudo no que diz respeito à situação urbana, a reforma é essencial, pois há escassez de terrenos para construção de novas unidades habitacionais
Mercado potencial: Há fortes indícios de que reforma está aquém do necessário: − Gasto com reforma para recompor depreciação de imóveis é equivalente a 62% do total da autogestão – forte indício de que recursos de autogestão não estão sendo alocados de forma a atender a essa necessidade − Indícios de que há distância entre a necessidade de reforma habitacional das famílias e os gastos efetivos com reformas 20
Estruturação do mercado de reformas no Brasil
1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Argentina: Financiamento a famílias sem acesso ao mercado de crédito Programa Federal Mejor Vivir 80% das moradias necessitavam de melhorias ou expansões Programa criado em 2004 visava a melhoria de aproximadamente 1% das moradias Ações visam moradias com carência em ao menos um dos seguintes pontos: Instalação sanitária
Abastecimento de água Acabamento adequado de pisos, paredes e telhados Número de cômodos adequado
Em dezembro de 2011 havia 75,9 mil reformas concluídas e 34,7 mil em execução
Possui Equipes de Gestão de Projeto formadas por responsáveis técnicos e sociais que fiscalizam até 40 obras por vez Orçamento deve ter avaliação prévia da secretaria competente Empresas executoras têm de passar por licitação 22
México: programas de crédito subsidiado Programa Ésta es tu casa
Promover o acesso da população de menor renda ao financiamento habitacional Redução do déficit habitacional qualitativo
Subsídios para reforma da moradia e regularização da propriedade Exigida poupança prévia de 5% do valor do projeto Beneficiário não pode ser proprietário de outro imóvel ou já ter recebido algum subsídio habitacional Subsídios para melhorias e reformas – Governo México (R$ milhões) 103,3
96,9
49,6
46,8
42.783 reformas de 2008 a 2010
36,5
2007
2008
2009
2010
2011 - 1º sem
Fonte: CONAVI. Elaboração: LCA.
Objetivos
23
Chile: programa de subsídio direto
Destaca-se o Programa de Protección del Patrimonio Familiar, responsável por mais de 80% dos subsídios no setor
Subsídios para melhorias e reformas (R$ milhões) 388,6 362,6
331,8
107,8
2,0
2,9
4,0
2,7
2,7
2,2
Fonte: MINVU. Elaboração: LCA.
Mudança de foco a partir de 2006: aumento do incentivo à reforma, mas sem abandonar o financiamento de novas construções
18,9
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Programa de Protección del Patrimonio Familiar Subsídio para reparação e melhoria da moradia Abrange obras de segurança, habitabilidade, manutenção, dentre outras Exige assistência técnica, empreiteiro registrado e licença para construção para conceder benefício Projeto deve ser aprovado previamente pela Secretaria regional de serviços e habitação e urbanização
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Estruturação do mercado de reformas no Brasil
1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil
Pilares para a estruturação do mercado de reforma no Brasil Continuidade dos recursos
Reforma legal
Valorização da qualidade
Déficit habitacional e aumento do estoque de habitações impõem esforço constante para o mercado de reformas no Brasil
26
Recursos: situação atual
Falta de acesso à informação sobre linhas de crédito existentes Exemplo – Linhas de crédito da Caixa Econômica Federal: Construcard – FGTS Construcard – Caixa Carta de crédito – SBPE Carta de crédito individual – FGTS FIMAC (Financiamento de Material de Construção) – FGTS, entre outros.
Linhas de crédito já disponíveis podem ser mais acessadas se adequadamente divulgadas
27
Recursos: situação atual
Linhas focam material de construção: crédito para mão de obra é menos acessível Há necessidade de ampliação de crédito Há indícios de que gastos com reforma estão aquém do necessário: gastos para recompor, melhorar e expandir estoque residencial podem ser ampliados com expansão de crédito
Lojas de material de construção podem ser ponte entre o banco e o consumidor
Faltam garantias para viabilizar o aumento do volume de microcrédito para reforma Construir mecanismo que viabilizem a entrada de bancos médios no mercado de reforma 28
Ação: divulgação e manutenção das linhas já existentes Elaboração de material educativo sobre os benefícios da reforma e divulgação das linhas de crédito existentes para reforma e ampliação da moradia Cartilha para informar a população os incentivos já existentes, bem como os benefícios que a reforma pode proporcionar em termos de saúde e bem-estar, além da importância de contratar profissionais qualificados Linhas de crédito existentes para o setor devem ser mantidas para viabilizar a expansão do mercado: necessidade crescente de reforma impõe manutenção dos incentivos já existentes
Comunicação pode ser elaborada pela iniciativa privada para ser distribuída em lojas de material de construção, além de bancos que oferecem crédito, como a CEF e potencializada com comunicação 29 Federal
Ação: Fomento do mercado de crédito para reforma Facilitação e barateamento da alienação fiduciária para que a casa possa ser utilizada como garantia em empréstimos para reforma
Altos custos de alienação impossibilitam o uso da casa como garantia em pequenos empréstimos
Criação de Fundo de aval para microcrédito
Fundo de aval permite a complementação das garantias no empréstimo tomador pagaria uma taxa adicional para participar do fundo
Proposições visam a aumentar o número de famílias com acesso ao mercado de crédito
30
Pilares para a estruturação do mercado de reforma no Brasil Continuidade dos recursos
Reforma legal
Valorização da qualidade
Mercado de reforma precisa ser estruturado de maneira formal e com incentivos à regularização fundiária (valorização do patrimônio familiar)
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Formalização: Situação atual
2,4 milhões de domicílios carecem de regularização fundiária*
Solução privada (regularizador social) necessita de crédito para viabilizar aumento da escala Já existe legislação para viabilizar adequação fundiária, entretanto, poderia haver maior divulgação dos processos e mecanismos facilitadores poderiam ser criados *Morador do domicílio tem a propriedade da moradia, mas não a do terreno (ou da fração ideal de terreno no caso de apartamento). Fonte: LCA com base na PNAD 2009.
32
Ação: incentivos para regularização fundiária e do imóvel Divulgação das exigências e iniciativas, como mutirão cartorário
Escolha de comunidades/ bairros com parcela significativa de domicílios irregulares
Difundir (entre público e autoridades) Leis como Estatuto da Cidade que facilitam a regularização
Lei estabelece regras diferentes em casos de interesse social
Maior facilidade na obtenção dos documentos necessários para conseguir financiamento
Divulgação e apoio ao regularizador social
Divulgação da atividade de regularizador social: mediação de conflitos entre proprietário e residentes para dar celeridade ao acordo entre partes
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Ação: Aumento do crédito para regularização fundiária Financiamento a empresas de regularização social e a indivíduos Necessário aumentar o crédito para regularização de fácil acesso à população Aumento dos indivíduos com acesso à recursos de bancos comerciais, diminui necessidade do regularizador social como agente financiador Criação de linhas de crédito subsidiado para regularizadores sociais permite aumento da escala do serviço e, consequentemente, o atendimento de mais áreas
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Pilares para a estruturação do mercado de reforma no Brasil Continuidade dos recursos
Reforma legal
Valorização da qualidade Estruturação do mercado de reforma precisa ser acompanhado da valorização da qualidade: mão de obra qualificada acessível a todo o mercado 35
Qualidade: Diagnóstico
Escassez de mão de obra Carência de qualificação dos profissionais Falta de acesso à informação sobre programas de qualificação já existentes Pouca valorização da qualidade de projetos e materiais de construção Como incentivar a adesão de novos profissionais e tornar a profissão constantemente atraente? Como incentivar reformas com qualidade?
36
Ação para qualificação: Divulgação de iniciativas existentes para qualificar a mão de obra no setor Divulgação de programas governamentais de qualificação para que profissionais da área aprendam novas técnicas e haja atração de mão de obra para o setor Exemplo: PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego) O programa foi criado ao final de 2011 com objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos de Educação Profissional e Tecnológica – Prevê a criação de 8 milhões de vagas em quatro anos, até abril/2012 haviam sido criadas 141 mil
– Público alvo: estudantes e trabalhadores com diversos níveis de escolaridade – Até 2014, deverão ser investidos R$ 24 bilhões
Diversos cursos diretamente ligados à construção, por exemplo: cursos de mestre de obras, instalador hidráulico residencial, pedreiro de alvenaria estrutural, aplicador de revestimento cerâmico, entre outros.
Diversas iniciativas do sistema S 37
Ação para valorização: Certificação de profissionais do setor Certificação dos profissionais do setor, atestando conhecimentos da mão de obra que opera no setor Realização de avaliações pelo sistema S e pela rede Certific do MEC para cada função, certificando o profissional que já atua no setor, mesmo que não tenha passado por qualificação formal Aumento da rede Certific: maior número de instituições participantes e divulgação mais ativa viabiliza mais certificações Divulgação dos profissionais certificados em sites públicos (exemplo: rede Certific) e privados (exemplo: SOS aqui e Pintor Profissional - ABRAFATI)
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Ação para Formalização: Divulgação de benefícios e facilidades a microempreendedores Divulgação e estímulo à adesão de municípios à REDESIM – Rede Nacional para Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios Mecanismo que unifica o cadastro de dados e documentos para a formalização de empreendedores individuais (redução da duração do processo de 150 dias para 30 dias) Municípios que aderem ao programa contam com centrais de atendimento que auxiliam no registro, dando informações à população e operacionalizando cada pedido
Divulgação de outros benefícios existentes, por exemplo, a contribuição previdenciária menor de microempreendedores e a tributação do Simples Nacional Contribuição previdenciária do Microempreendedor individual é de 5% do saláriomínimo (R$ 27,25) Simples Nacional proporciona carga tributária menor e progressiva de acordo com a receita da empresa, as duas menores faixas, por exemplo, têm tributação abaixo de 10% 1ª faixa Até R$ 120.000
6,0%
2ª faixa De R$ 120.000,01 a R$ 240.000
8,2%
39
Crédito para mão de obra: Proposição para aumentar formalidade e qualificação no setor
Proposição Aliar benefícios de microempreendedores formalizados a programas de qualificação de mão de obra
Ação Oferta de microcrédito e aumento dos incentivos fiscais para microempreendedores com mão de obra qualificada/certificada por iniciativas como o PRONATEC, sistema S, Pintor Profissional – ABRAFATI, entre outros 40
Proposição: Crédito para mão de obra
Como incluir a contratação de mão de obra em financiamentos? Crédito condicionado a certificações, por exemplo, profissionais envolvidos na obra devem ser formados pelo PRONATEC ou certificados por outras iniciativas (Exemplo: ABRAFATI – pintor profissional, Rede Certific etc.) Governo deve ter banco de dados público com profissionais certificados que a população pode contratar utilizando crédito de bancos públicos e privados
41
Ação para viabilizar oferta de Assistência Técnica gratuita para famílias com renda de 0 a 3 salários mínimos Disponibilização de recursos
Viabilização dos profissionais
Uso de recursos do FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) para assistência técnica de acordo com Lei 11.888/08
Uso de horas de trabalho como opção de pagamento ao FIES (como já é o caso para médicos e professores que trabalham na rede pública *) para arquitetos e engenheiros
Famílias com renda de até 3 salários mínimos, ao fazerem empréstimo ou tomarem microcrédito para reforma, recebem Assistência Técnica de rede credenciada Recursos são repassados ao banco que remunera os profissionais cadastrados na rede nacional
pode aumentar o número de profissionais disponíveis para prestar serviços de Assistência Técnica à população de 0 a 3 salários mínimos.
*abatimento de 1% da dívida por mês trabalhado – Lei nº 12.202/10
42
Ação para aumento da qualidade: projeto e material Incentivo à realização de projetos por profissionais qualificados: Garantia de segurança da edificação e qualidade da obra
Incentivo ao uso de materiais em conformidade técnica e certificação de lojas de material de construção (ABNT): Garantia de atendimento ao cliente e qualidade do material vendido
Importância da qualidade da moradia e urbanização devem fazer parte da educação do cidadão Introdução de discussão sobre o assunto no Ensino Fundamental e Ensino Médio 43
Estruturação do mercado de reforma no Brasil
Campanha: Reforma Brasil
Continuidade dos recursos
Reforma legal
Valorização da qualidade
44
Estruturação do mercado de reformas no Brasil
1. Economia brasileira 2. O setor habitacional no Brasil 3. Reforma habitacional no Brasil 4. Mercado de Reforma: Experiência internacional 5. Diretrizes para a estruturação do mercado de reforma no Brasil 6. Anexos
Ainda há elevada desigualdade no acesso a serviços públicos
Atendimento de serviços básicos varia entre regiões
Elaboração de políticas de desenvolvimento sevem ser condizentes com as diferentes necessidades Domicílios com ligação à rede de água (%)
Apesar do avanço na provisão de serviços públicos, carências ainda são muitas – necessidade de investimentos públicos Fonte: Censo 2010. Elaboração: LCA.
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Setor de habitação vem recebendo diversos estímulos desde 2004
Lei nº 10.931/04
Maior segurança jurídica com a alienação fiduciária de imóveis
Estímulo ao crédito habitacional (Os bancos que não Resolução nº 3.177/04 do CMN converterem no mínimo 65% dos recursos da poupança em (atualizado na Resolução nº3932/10) crédito habitacional deverão sofrer penalidades pelo CMN) Criação do Sistema Nacional de Habitação de Interesse Social (SNHIS) e do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social Lei nº 11.124/05 (FNHIS), com o objetivo de centralizar e gerenciar os recursos para o SNHIS Leis nº 11.977/09 e 12.424/11
Instituem o Programa Minha Casa, Minha Vida, definindo as faixas de renda atendidas e as condições do crédito
Resolução nº184/12 do Conselho Curador do Fundo de Desenvolvimento Social
Estabelece metas para aplicação dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Social no Programa Minha Casa Minha Vida – entidades em 2012 (R$ 850 milhões)
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Programas específicos para reforma são regionais Melhoria das Condições de Habitabilidade - Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) –
Decreto que institui Minha Casa, Minha Vida estabelece a reforma como uma das finalidades
Repasse a gestores de estados e municípios para assentamentos precários operado pela Caixa
Algumas secretarias estaduais desenvolvem programas, por exemplo: São Paulo: Programa Especial de Melhorias (PEM) – Atende famílias com renda entre 1 e 5 s.m. – recursos da Secretaria da Habitação estadual, a fundo perdido, com previsão de contrapartida municipal
Tocantins: Cartão Moradia
No entanto, melhorias não são enquadradas no MCMV*
– Fonte de recurso: ICMS estadual – Atende famílias com renda de até 3 s.m. – Famílias com renda entre 3 e 6 s.m. podem receber até 60 % do valor global da obra
Rio Grande do Norte: Cartão Reforma – Atende famílias com renda per capita familiar igual ou inferior a ½ s.m. – Recursos de até R$1.500,00 *Fonte: Site da Caixa Econômica Federal
48
Gastos com autogestão somaram R$51 bilhões em 2009 A autogestão representou cerca de 35% do PIB da Construção Civil* Fonte: FGV/Sinduscon-SP.
Autogestão (R$ 51 bilhões) Novas unidades Ampliação e melhorias Gastos de empresas no varejo da construção civil Reforma para manter condições do estoque de moradias * O PIB do setor foi de R$ 146 bilhões e o valor adicionado pelas construtoras foi de R$95 bilhões, o restante é considerado autogestão (R$ 51bilhões)
Estes gastos contemplam diversos tipos de obra realizados por famílias ou empresas, expressos no gráfico ao lado 49
Desenvolvido pelo Instituto Atlântico em parceria com o governo do estado
Projeto Cantagalo (Rio de Janeiro) Facilitação de regularização fundiária no Bairro do Cantagalo Objetivo era acelerar a regularização de imóveis para tornarem-se elegíveis a recursos para obras disponibilizados pelo governo
Suporte financeiro do Instituto Gerdau e assessoria de advogados à ação de usucapião para a doação dos terrenos pelo estado
Mobilização e capacitação dos moradores sobre passos necessários para obtenção da propriedade
Após inscrever o título de propriedade no Registro Geral de Imóveis (RGI), o morador deve regularizar a construção e registrar o Habite-se há complicações, pois habitações do morro foram, em sua maioria, construídas fora do padrão permitido 50
Programa da Secretaria Municipal de Urbanismo do Rio de Janeiro
POUSO- Posto de Orientação Urbanística e Social Postos avançados da Prefeitura dentro dos aglomerados subnormais beneficiados pelo programa Favela Bairro
Objetivo: consolidação destes bairros e sua integração à cidade Elaboração de legislação de uso e ocupação do solo específica para a área e entrega de "habite-se" às unidades habitacionais
Plantão de um arquiteto ou engenheiro para prestar orientação nas novas obras, além de fiscalizar o novo bairro
51
US$ 10 milhões de recursos
Programa Habitar Brasil/BID – recursos do BID e do Governo (encerrado)
Dividido em dois subprogramas Subprograma de Desenvolvimento Institucional –DI, com objetivo de capacitar as prefeituras em todos os aspectos pertinentes à gestão do setor habitacional urbano, e desenvolver ações de capacitação e estudos setoriais de interesse do âmbito da política nacional Subprograma de Urbanização de Assentamentos Subnormais – UAS, que trata da implantação e execução de projetos integrados para urbanização de assentamentos subnormais. (foco: famílias com renda mensal de 0 a 3 salários mínimos)
Defendia a revisão da Lei nº 6766/79 (parcelamento do solo urbano), que estabelece como área mínima para lotes residenciais, 125 m2, o que acaba por inibir a oferta de lotes para a população de baixa renda 52
Programa desmarginalização (Colômbia)
Terrenos irregulares: prefeitura promoveu acordo entre proprietário e morador para acertar preço de venda
Colômbia
O valor foi pago pelo governo federal por meio de projeto que oferece subsídios para famílias de baixa renda comprarem casas
Regularização dos bairros: zonas de favela e demais que não cumpriam normas de planejamento da cidade 35% dos bairros de Bogotá eram irregulares em 1998 (falta de serviços como energia, água potável, esgoto, parques escolas etc.), hoje são 20%
Prefeitura ofereceu casas em locais regularizados àqueles cujo bairro não pôde ser urbanizado 53
Programa de Urbanização e Regularização de Loteamentos
Resolo (São Paulo) Departamento de Regularização do Parcelamento do Solo (Resolo) – Parte da secretaria Municipal de Habitação (SEHAB)
Criado em 1990, é responsável pela regularização urbanística e fundiária dos loteamentos irregulares ou clandestinamente implantado
Entre 2005 e 2009 o Resolo regularizou 30 mil lotes, beneficiando 40 mil famílias
54 Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/habitacao/programas/index.php?p=3376
Proposições para estruturação do mercado de reforma
Utilizando instituições e programas já existentes e tomando como base a referência internacional no setor de reforma é possível dividir as proposições encaminahdas em 3 públicos-alvo
1
Mercado Famílias que possuem recursos que potencialmente podem ser alocados em reformas
2
Ação Conjunta Famílias que necessitam de crédito parcialmente subsidiado pelo Governo para reformar a moradia
3
Ação Pública Direta Famílias do cadastro único, que necessitam de recursos diretos do governo para reforma de domicílios
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Incentivos à reforma: ações direcionadas de acordo com a renda Mercado
Ação Pública Direta Grupo 1
Grupo 2
Grupo 3
Divulgação das linhas de crédito para reforma e ampliação da moradia Fomento do mercado de orientação técnica: incentivo à formalização e qualificação de mão de obra, incentivo à realização de reforma por profissionais especializados
Incentivos para regularização fundiária e do imóvel Microcrédito e crédito subsidiado para estímulo à reforma Recursos diretos a famílias do cadastro único (0 a 3 sm)
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