Acena outubro2013

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O A Cena surgiu de um sonho há muito tempo “sonhado”. Ainda na faculdade de jornalismo já idealizava um jornal cultural e após oito anos o projeto sai do papel e se torna agora uma realidade. Um editorial não é o lugar mais correto para fazermos agradecimentos, mas não podia deixar de agradecer uma pessoa que com sábias palavras sem querer me estimulou a lançar o jornal. Essa pessoa me disse um dia, que temos que fazer o que amamos, trabalhar com aquilo que gostamos, assim poderemos ser felizes e sermos realizados sempre. Obrigada ao amigo Gil Gabriel pelo grande conselho. Não poderia deixar de agradecer a amiga e jornalista Sharlene Sarti, que abraçou o projeto como se fosse dela. É com muita alegria que lançamos a primeira edição de muitas, e queremos que você, leitor, nos ajude a fazer um jornal cada vez melhor, com dicas de matérias, fotos, eventos, entre outros. Acesse o site www.jornalacena.com.br e fique sempre ligado (a) nos eventos culturais da cidade. Nessa edição, o Jornal A Cena realizou entrevista exclusiva com o cantor e compositor Oswaldo Montenegro. Uma visita inusitada no Cemitério Municipal com a repórter Vanessa Ricetti Ricardo e confira ainda os talentos da música com o paranaense Marlos Soares e o paulista Cristiano Gouveia. Tenha uma boa leitura!!! Envie suas sugestões para contato@jornalacena.com.br A editora

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EDITORIAL

>> Opinião

FAROFADA NO RIVIERA Como Sá e Guarabyra já diziam na música “Apreciando a Cidade” do ano de 1974: “Não há estradas que eu não queira percorrer, nem madrugadas que eu não possa atravessar” assim fiz-me eu guerreiro de “Lápis” e “Borracha” nas mãos com escudo de ideias pus-me como um cavaleiro medieval a correr os mais diferentes locais dessa cidade, e assim através do “A CENA”, poderemos discutir o meio urbano de baixo para cima em circunflexos e agudos todas as derivas urbanas possíveis para esse pobre emissor de palavras, eu. Assim, preocupado para começar a escrever um texto sobre o “Jardim do Retiro” ou “Bom Social” indo pegar meu carro estacionado de maneira incorreta em uma área de Estar, vi uma bela e albiverde periquita colo-

>> Expediente Comercial comercial@jornalacena.com.br FACEBOOK.COM/ JORNALACENA 31562355 / 96543737 Foto Capa: Eduardo Enomoto

Site: www.jornalacena.com.br Jornalista Responsável: Vanessa Ricetti Ricardo DRT-PR: 6553 vanessa@jornalacena.com.br

Diagramação e Arte: Editora Exceuni Aldemir Batista (41) 3657-2864 exceuni@uol.com.br Tiragem: 10 mil exemplares Impressão: Press Alternativa (41) 3047-4511/ 3047-4280

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car uma multa em meu rubro-negro veículo, pois bem, após tentar questioná-la, vi que Leila (a periquita) trazia um sotaque sui generis, um “R” linguo dental que fazia “Portão” ser quase um “Porrrtão”, perguntei a ela (pensando nesse texto, claro), “de onde você é?”, assustada com tal pergunta ela me respondeu, “daqui, sou do Riviera”; Riviera? O Riviera é o menor bairro de Curitiba em população viva, isso porque é lá que está o Cemitério Islâmico da cidade, espremido entre o Orlans (BR277), CIC(Contorno Sul), Augusta e o Rio Passaúna (o mais selvagem e limpo dessa cidade ecológica), a principio um bairro de 203 habitantes não poderia trazer interesse algum a não ser a Periquita Leila, que todo dia deixa as ruas do lo-

cal para poder multar corações alheios. E para lá fui, o mais impressionante é ver o quão difícil era o acesso até lá, tentei primeiro ir pelo parque do Passaúna, não consegui, passei o Augusta e cheguei até o Ferraria, voltei e fui ao cemitério muçulmano por meio a plantações, também não obtive êxito, foi ai que resolvi ir até Campo Largo, pegar o retorno e entrar a direita ao lado de uma cancha esportiva, por lá fui vendo condomínios escondidos, gatos pretos no caminho, velhas de origem francesa que ganhavam a felicidade no aceno de mão a Rua Edmundo Eckstein parecia infinita até que consegui sair atrás do posto da Policia Rodoviária. O fato é aquele antigo bairro, tão francês para uma cidade européia, é a síntese do abrigo ecoló-

Por Elian Woidello (músico, compositor, agitador cultural, dramaturgo, produtor, escritor e jornalista)

gico que a cidade tenta impor em comerciais, mas que essa mesma cidade não é capaz de engolir. Para qualquer farofada que se diz preocupada com a igualdade urbana do Batel com os demais pontos da cidade, eis um bom lugar para um flashmob, povoar o Riviera, ou melhor fazer com que o Riviera também faça parte não só em estatística da cidade de Curitiba, é aproveitar o grande aparato Rural e Urbano profuso naquela localidade para que a “capital ecológica” possa ter mais um ponto de coesão sustentável, se não logo, logo, o local será tomado por derivas urbanas que trazem em si a favelização e a perda de característica e fique como um Isaac autofágico a vagar por bares da cidade. FAROFADA NO RIVIERA JÁ!


CEMITÉRIO MUNICIPAL: DO SILÊNCIO DO FIM AO ESPELHO DA ARTE Por Vanessa Ricetti Ricardo

Você já se imaginou fazendo um passeio no cemitério para ver esculturas, obras de arte e conhecer a história de sua cidade? Se não, comece a pensar nessa possibilidade. Algumas pessoas podem achar estranho ou até mesmo mórbido, mas é possível sim encontrar muita arte e muita história no cemitério. Durante alguns dias no mês de junho foi possível fazer um passeio guiado pelo cemitério mais antigo de Curitiba, o Cemitério Municipal São Francisco de Paula, inaugurado em 1854. Com tantos anos de existência, não é difícil se surpreender com inúmeras histórias. Às 15 horas de uma tarde ensolarada na capital paranaense, um grupo de aproximadamente 30 pessoas aguardavam na entrada para dar inicio à visita guiada pela pesquisadora Clarissa Grassi, que há 10 anos se dedica na análise do cemitério e aborda a arte tumular. Dessa pesquisa nasceu o livro “Um Olhar na Arte do Silêncio”, publicado em 2006, após três anos de estudo. “A obra foi toda trabalhada de forma a mos-

trar os detalhes das esculturas sem contextualizar o túmulo, justamente pra frisar esse discurso que existe sim beleza no cemitério que é só uma questão de olhar”, comenta Clarissa. Ao começar a escutar as histórias da pesquisadora que não são poucas, as pessoas começam a perceber a importância de estar participando de uma visita nada comum como aquela. Pois ali tem túmulos de pessoas que foram importantíssimas para a formação e crescimento do estado do Paraná. E histórias de fé, como de Maria Bueno e da menina Eunice que são consideradas milagrosas. Estão enterrados no cemitério grandes personalidades como o Barão do Cerro Azul, que foi fuzilado no quilometro 65 da estrada de ferro sentido Paranaguá. Seu corpo foi resgatado somente depois de um ano de sua morte. Como ele era considerado um traidor do estado foi enterrado às pressas durante a noite. “O mais legal não é saber quem está enterrado ali, a história a simbologia, e sim poder repassar isso para as pessoas. Eu mesma tinha um conhecimento pequeno sobre a história do Pa-

raná e hoje eu sei através da minha pesquisa. O passeio naturalmente desperta o interesse das pessoas sobre as histórias, personalidades que estão aqui e o que essas pessoas fizeram de bom para a nossa cidade. Então visitar o cemitério abre esse lado da beleza que existe e também para a conservação desse patrimônio. Então eu encaro a visita guiada não só como turismo, mas sim como a conscientização da conservação patrimonial”, defende a pesquisadora. Além da importância histórica, o cemitério Municipal pode ser considerado sim um museu ao céu aberto, pois é possível ver nos mais de 50 mil metros quadrados, esculturas trazidas da Europa feitas por grandes artistas. É de se lamentar que Curitiba não tenha uma lei de tombamento, ou seja, que reconheça o valor cultural de um bem, já que as esculturas estão se deteriorando pela ação do tempo e dos vândalos. TURISMO NO CEMITÉRIO Cemitérios como de Arlington em Washington e o Père Lachaise em Paris, recebem milha-

res de turistas por ano. O de Paris é o quarto lugar mais visitado da cidade, pois lá foram sepultados Alan Kardec, Jim Morrison do The Doors e a cantora francesa Edith Piaf. As visitas guiadas no Municipal não acontecem com freqüência, mas estudos estão sendo realizados para viabilizar e inseri-las de vez no calendário do cemitério. “Eu gostei muito da visita, pois a Clarissa nos mostra uma visão totalmente diferente, da questão da arte e da arquitetura e seus elementos. Infelizmente a gente não para pra pensar no valor que isso tem como arte. Sem dúvida se tivesse mais visitas eu viria com certeza, pois aqui tem muita história a ser conhecida”, disse Kelly Munte Ferreira, estudante de biblioteconomia. Está previsto para o mês de novembro o lançamento do segundo livro de Clarissa Grassi. “O livro é um guia de visitação que tem projetos temáticos como políticos, os artistas e empresários. Então a pessoa vai poder vir ou não até o cemitério e conhecer um pouco a história dessas pessoas e fazer o trajeto que escolher”, finaliza a pesquisadora.

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Por Luana Batista

MÚSICA QUE VEM DE DENTRO

>> Música Autoral

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Marlos Soares é uma das maiores promessas musicais da atualidade. Cantor, violonista e compositor, ele se destaca pela criatividade: há quem diga que o curitibano nascido na Cidade Industrial de Curitiba é uma “máquina” de fazer música. Começou a compor aos 15 anos de idade e hoje já tem mais de 150 canções registradas. Em quase vinte anos de carreira, gravou seis álbuns: “Amar você e mais ninguém”, “Voz, violão e outros”, “Para o lado de dentro”, “Música para ninguém” e “Universo em construção”. O mais recente trabalho, “Mar de Dentro”, foi lançado em julho, no Bardo Tatára. O CD é composto por dez canções mais intimistas, românticas, pouco agressivas. Como define o artista, representa algo que vem de dentro e é grande e profundo como o mar. Acompanhado da cantora Dany Cesaro e do violonista Paulo Rodrigo de Souza, Marlos lotou o estabelecimento afamado por incentivar a produção autoral. Quem já conhece o músico, quis presenciar de perto a novidade porque já imaginava o que vinha por aí. Quem o ouviu pela primeira vez, não pôde esconder a emoção, demonstrada por meio de lágrimas e palmas ensurdecedoras. É incrível a maneira com que o artista consegue transpor seus pensamentos em versos e notas musicais. Não tem quem não se impressione com as letras marcantes e com o ritmo envolvente. Seu trabalho vem dando o que falar. E não apenas entre a legião de fãs já conquistada - uma multidão já sabe cantar suas músicas de cor – mas no próprio meio musical. Sua canção “Onde a gente mora”, será gravada pela banda de reggae Namastê e contará com a participação do cantor Zeca Baleiro. “É uma porta que se abre, não só para mim, mas para muita gente que merece reconhecimento”, diz. Para Marlos, que também é professor de Educação Física, muita música de qualidade é feita por aqui. “Pouco a pouco estamos garantindo a nossa posição no mercado artístico. Basta ver A Banda Mais Bonita da Cidade, Alexandre Nero, Léo Fressato”, destaca. Mas o que mais impulsiona o artista são os espaços de divulgação. “A Segunda Autoral, realizada no Bardo Tatára, é uma das maiores propulsoras da minha criação. Se não fosse essa iniciativa, certamente não teria a energia que tenho hoje para compor mais e melhor”. O trabalho do músico pode ser conferido pela internet. Facebook: Marlos Soares – Compositor; Youtube: marlosealua. O CD “Mar de Dentro” está disponível para download no site soundcloud.com/marlos-soares. nº 01 - nov.2013

FOTO DE LEO WAGNER

Cristiano Gouveia

TEATRO E MÚSICA: ARTES QUE SE COMPLETAM EM CRISTIANO GOUVEIA

Por Vanessa Ricetti Ricardo

O artista lançou seu primeiro CD “Amor e Outros Brinquedos”. O Brasil é um país privilegiado especialmente na questão cultural, de norte a sul, do Oiapoque ao Chuí, a música, o teatro e a dança estão presentes na vida dos brasileiros. O Brasil é conhecido e reconhecido pelos grandes artistas que passaram e passam pela terrinha, como Chiquinha Gonzaga, Vinicius de Moraes, Tom Jobim, Cartola, Caetano Veloso, Chico Buarque, entre tantos outros talentos. Fala-se e vê, principalmente nas mídias sociais, da decadência da música brasileira. É claro que jamais surgirão novos “Cazuzas”, “Maysas” ou “Cássias Ellers”, pois cada artista é único e incomparável, mas são muitos os músicos que valem a pena ouvir. Um desses artistas é o paulista de Santo André, Cristiano Gouveia. Cantor, compositor e ator que lançou seu primeiro CD “Amor e outros Brinquedos”, músicas que falam sobre a alma feminina. “Em 2012, ao revisitar algumas dessas canções que fiz para teatro, vi que algumas delas tinham algo em comum: eram canções onde figuras femininas falavam sobre o amor. Então, juntei estas canções, compus outras, e nasce assim o CD Amor e Outros Brinquedos”, conta Cris Gouveia. Cristiano faz parte de uma nova geração talentosa de artistas brasileiros. Ficou

conhecido pelo grande público interpretando o Teobaldo, no programa Quintal da Cultura, exibido pela TV Cultura. Lá ele tem a oportunidade de unir as artes que mais gosta, além de atuar é responsável pela trilha sonora. “Tanto a música quanto o teatro são bem importantes na minha vida. E não consigo separar mais os dois. Toda canção que componho busca elementos teatrais, narrativos, interpretativos. E toda peça que faço, que atuo, busco elementos musicais para me ajudar em cena”, comenta o músico. O artista resolveu que seguiria os caminhos da música e do teatro depois que entrou para a Escola Livre de Teatro, em Santo André. Quando se formou não parou mais de pesquisar e criar. “Gosto muito de compor canções para teatro, e de pensar como direcionar musicalmente uma peça. Como criar, escrever

uma dramaturgia musical, algo que seja narrativo, que acrescente, que discuta sonoramente o que acontece em cena”, explica. A peça mais recente para qual ele fez algumas canções chama-se “ENTRE RUINAS QUASE NADA”, do grupo paulista Teatro do Abandono. Cristiano começou a tocar violão e a compor com quase 20 anos, mas desde pequeno teve uma relação próxima com a música. “Sempre gostei de escrever desde os tempos de escola. Escrevia poemas, versos. Comecei a compor junto com outros amigos em Santo André. Estávamos todos aprendendo a tocar violão e criamos um método de aprendizado bem particular. A cada vez que íamos descobrindo novos “sons” no violão, criávamos uma canção. Guardo boas histórias, excelentes canções e amigos dessa fase”, relembra a compositor.

“Fui descobrindo novos sons, novos jeitos de escrever, de casar melodia e letra, de aprender com o outro. Foi um aprendizado bem importante mesmo! Hoje em dia não tenho apenas um processo de composição. Tudo pode inspirar. Um livro, uma história, algo que vivi. Tem canções que nascem pela letra, outras pela melodia. Outras já nascem com melodia e letras prontas. Gosto muito de compor em parceria. Tenho muitos parceiros, que geralmente escrevem a letra junto e eu harmonizo”, diz Gouveia. O Som de Cristiano Gouveia é de uma peculiaridade sonora e de uma delicadeza. Seus acordes e melodias são de uma elegância indescritível e faz confirmar que existe sim, muita música boa no Brasil, basta procurar. Conheça o som do músico e compositor. Acesse o site e baixe o EP www.jardimdampb.com.br/ cristiano-gouveia-2


>> Entrevista

OSWALDO MONTENEGRO: NO CENTRO DA ALMA DE ARTISTA, COMO SE FOSSE EM QUALQUER LUGAR

Por Elian Woidello

Quando surgiu no ce- criatura, você se vê transnário nacional, Oswaldo formado em uma obra Montenegro pegava a tran- sua? A exemplo do espesição entre a MPB e o táculo e filme “Leo e Bia”, Rock Nacional na grande até onde é possível ver mídia. Graças a isso pode- Oswaldo e Madalena ali? mos considerá-lo o primeiOswaldo - Na persoro artista da “invasão can- nagem “Marina”, no filme, danga” dos anos 1980, não Madalena está inteira. Acho só por incorporar várias que estou retratado no vertentes que o Planalto “Léo” e no “Encrenca”. O Central confere aos artis- resto, mesmo quando é tas que lá atuam, mas tam- verdade, são coisas que bém por sintetizar em si a car- misturei de tempos e cidaga de um trovador viajante. des diferentes. É muito diNos anos subsequentes fícil dizer o quanto de nós Oswaldo percorreu o País está em nossa obra. Não afim de sintetizar em sua podemos abdicar da imagiobra vários eixos e várias nação, do que vimos, do maneiras até que descobriu que nos contaram. Curitiba, que foi pauta em A CENA – É sabido uma entrevista cedida por que você tem talento Oswaldo Montenegro ao para um trovador, onde Jornal A Cena: esse tipo de poesia é visA CENA – Olá, tudo ta em sua obra? bem? Para começarmos Oswaldo - Em toda gostaria de fazer uma ela. Sinto-me sempre almódica pergunta, qual guém que anda por aí condesses “Brasis” lhe ren- tando suas histórias, cantandeu maior inspiração, do aquilo que lhe aconteSão João Del Rey, Brasí- ceu ou que presenciou. Se isso lia ou Curitiba? Por quê? é um trovador, acho que sou Oswaldo sim. Eu acho que "Acho que os A CENA foi a mistura – O QUE de São João curitibanos MAIS TE Del Rey com CHAMA Brasília. Mais sempre ATENÇÃO do que mistu- falam de sua NA CENA ra, choque. A A T UA L serenata doce cidade como HOJE EM DIA? POR e barroca de QUÊ? Minas Gerais se ela e seu Oswaldo colidiu com a - A diversifiaridez da cida- povo fossem cação. Um de e do rock de frios. Jamais novo tempo Brasília. Minha surgiu. Todo arte é o resul- senti isso." mundo, atratado disso. A CENA – Quando vés da internet, tem seu vem a Curitiba, quais jornal, sua TV, sua gravadessas músicas lhe reme- dora. E cada vez mais é fátem mais a você hoje, cil falar pra pouca gente e “Drops de Hortelã” ou difícil falar pra todo mun“Dama do Lugar Co- do. A CENA – VOCÊ mum”? Por que? Oswaldo - Eu acho ACHA QUE CURITIque Drops de Hortelã. Ela BA SEJA UMA ILHA? Oswaldo - Acho que retrata uma oscilação emocional que ainda tenho, uma os curitibanos sempre favida de viajante que ainda lam de sua cidade como se levo e o carinho por Gloria ela e seu povo fossem friPires, para quem fiz a música, os. Jamais senti isso. É uma capital sem mar, que tenta que ainda conservo. A CENA – Sobre a recusar o mito do brasileiquestão criador versus ro que dá um “jeitinho” e

tenta não incensar o herói mau caráter e preguiçoso. No mais, são brasileiros como todos nós. A CENA – CONHECE ALGUMA COISA DA MÚSICA CURITIBANA? Oswaldo - Conheço alguma coisa, mas tenho, nos últimos vinte anos, me ausentado da chamada música popular, como ouvinte. Não tenho ouvido quase nada há muito tempo. Ouço obsessivamente trilhas instrumentais feitas para cinema. A CENA – Sem dúvidas você é um artista completo, pois transita em diversas áreas da arte. Entre o teatro, a música e mais recentemente o cinema, qual deles te chama mais a atenção? Por quê? Oswaldo - Disparado a música. Sou um compositor popular que começou como instrumentista e se apaixonou por outras artes que apenas circundam a arte mãe que, no meu caso, é e sempre será a música. A CENA – Quando você surgiu como cantor com aquela música “Guerreiro das Sombras” no Fantástico, em 1979, era a transição de dois períodos da música brasileira, logo depois com Bandolins e Agonia a figura do “cantor” fora aos poucos sendo substituída para a figura das bandas.

Como você conseguiu orientar sua carreira mediante a esse contexto de mercado e a o que principalmente deve isso? Oswaldo - Nunca pensei de forma prática sobre a condução da minha carreira e como ela se dava em relação à época em que estava vivendo. Fiz o que deu na minha cabeça, dei

sorte e sou muito grato à vida por isso. Exerço a liberdade de forma radical e não acho que isso seja nem um mérito, nem um exemplo, nem uma regra, e sim apenas como eu decidi viver. A CENA – Como é para você compor? Falo em questões de arranjos e estruturas, você até

que ponto se influência com a música de raiz? Brasília te deu esse lado ou apenas o lado do rock? Oswaldo - Brasília me deu os dois lados. Convivi profundamente com a música nordestina e Antônio Balbino, um repentista que conheci lá, me iniciou nas artes do improviso e do repente. A cultura popular está em todas as minhas bases, no samba de breque que meu pai cantava e nas serestas que ouvi em São João Del Rey. Brasília realmente entrou com a música nordestina. A CENA – O que é Curitiba para você? Oswaldo - Uma cidade em que me sinto bem. Gosto de estar em teatros em que a estrutura funciona, em que os horários são respeitados. Não suporto a ideia de ligar talento à indisciplina e impontualidade. Curitiba alivia os artistas nestas questões.

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>> Lazer

CONHECER ANTONINA É UM PASSEIO AO PASSADO Antonina é uma das cidades mais charmosas do litoral com suas ruas tranqüilas de paralelepípedos e suas casas antigas. O litoral paranaense é parada obrigatória para quem gosta de estar em contato com a natureza. Afinal, quem não gosta de pelo menos “lagartear” no sol durante horas sentindo a brisa que vem do mar? Muitos diriam que não existe programa melhor. O Jornal a Cena irá visitar e mostrar as principais cidades do litoral paranaense e suas histórias. Para abrir essa coluna escolhemos Antonina, pequena cidade do litoral situada bem próxima à estrada da Graciosa. Sem dúvida Antonina é uma das cidades mais charmosas do litoral com suas ruas tranquilas de paralelepípedos e suas casas antigas. Conhecer a cidade é voltar ao passado e saber um pouco mais da história do Paraná. A cidade que fica há 77,5 quilômetros da capital curi-

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tibana é uma das mais antigas do Paraná. Foi fundada em 1714, tendo autonomia municipal no ano de 1797. Segundo historiadores, a ocupação efetiva da região aconteceu em 1648, quando o Capitão Povoador da Nova Vila (Paranaguá) Gabriel de Lara doou a Antonio de Leão, Pedro Uzedo e Manoel Duarte terras para produção. Esses foram os primeiros povoadores da cidade. A data de fundação de Antonina se dá juntamente com a inauguração da Capela Nossa Senhora de Pilar. No entorno da Igreja começa a se formar uma nova povoação, conhecida como Capela, sendo os moradores da cidade chamados até hoje de capelistas. Antonina teve grande importância para o desenvol-

Por Vanessa Ricetti Ricardo

vimento econômico do estado. No início do século passado, o porto Barão de Tefé era uns dos mais importantes portos do litoral sul, ajudando e contribuindo para o crescimento do estado Paranaense. Difícil quem ainda não ouviu nada sobre a cidade, pois é lá que é realizado o mais famoso e um dos melhores carnavais de rua do Paraná. É durante o carnaval que o bloco mais antigo desfila pelas ruas da cidade, o Bloco Boi do Norte, fundado em 1920. É também em Antonina que é realizado todos os anos no mês de julho o Festival de Inverno da UFPR , que reúne durante oito dias alunos e turistas com uma extensa programação cultural. Por ser uma das cidades mais antigas do estado, é pos-

sível ver por aonde anda as heranças arquitetônicas coloniais. O centrinho de Antonina é um de muitos cartões postais da cidade, com casas coloridas e calçadas de pedras. Outro ponto muito visitado pelos turistas é as ruínas de um antigo porto, que era responsável pelo escoamento da erva mate. PONTOS TURÍSTICOS Igreja Matriz, Ponta da Pita, Estação Ferroviária, Fonte da Carioca, Mercado Municipal, Praça Feira-Mar, Igreja São Benedito, Theatro Municipal, Complexo Matarazzo. GASTRONOMIA É impossível falar de Antonina sem mencionar o tradicional barreado, prato típico do litoral paranaense. Segundo estudiosos, a origem do prato é atribuída aos portugueses no século XVII. A receita que tem aproximadamente 300 anos é feita hoje da mesma maneira que era feita lá nos primórdios. A simplicidade do prato é um dos motivos de que a receita não foi alterada com o passar dos anos. O barreado é feito com uma ou mais carnes cozidas em panela de barro vedada, cozinhadas por aproximadamente 20 horas, o que garante a carne desfiada e macia. O prato é servido com farinha de mandioca. O Jornal a Cena provou e aprovou o barreado feito pelo restaurante Le Bistrô, localizado na Travessa Sete de Setembro número 25, que tem uma bela vista para a Baia de Antonina. O barreado do Le Bistrô é acompanhado com rodízio de frutos do mar. CURIOSIDADES Foi filmado em Antonina algumas cenas do primeira longa metragem do Paraná, o Lance Maior, em 1968, de Sylvio Back, com os atores Reginaldo Faria e Irene Stefânia. O nome da cidade é uma homenagem ao príncipe da Beira Dom Antonio e da Dona Carlota Joaquina. Antonina é tombada pelo IPHAN(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) Agradecimento: Restaurante Le Bistrô


Foto: Imagem do filme Limite de Mario Peixoto

VIVA AO CINEMA BRASILEIRO Por Vanessa Ricetti Ricardo

Para quem gosta e admira o cinema como eu, essa é mais uma oportunidade de rever e relembrar as histórias que envolvem o cinema brasileiro. E quem não é muito habituado a ver os filmes que são produzidos aqui, é uma excelente oportunidade de conhecer um pouco mais sobre o nosso cinema. A primeira exibição de um filme no Brasil aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 8 de julho de 1896, quase um ano depois da primeira exibição feita pelos irmãos Lumière em Paris. A exibição aqui no

Brasil foi realizada em uma sala do Jornal do Commercio, onde foram projetados oito pequenos filmes, com duração de um minuto cada. Um dos primeiros filmes a serem feitos no país aconteceu dia 19 de junho de 1898, gravado pelo cinegrafista italiano Afonso Segreto, que fez imagens da Baia da Guanabara enquanto estava a bordo de um navio. O italiano Pascal Segreto foi o primeiro a realizar um filme de ficção. “Os Estranguladores” se tornou na época um sucesso nacional. Os brasileiros gostaram tanto da novidade que em 1908 já existiam mais de 20 salas

de cinema só no Rio de Janeiro, fazendo surgir também diversas companhias de cinema, que produziam os filmes. No ano de 1914 é produzido o primeiro longa metragem brasileiro “O Crime do Banhado”, criado pelo português Francisco Santos. Em 1915 acontece mais um grande passo para o cinema brasileiro, com o filme “Transformista Original”, de Paolo Benedetti, um musical que utilizava discos de músicas que eram sincronizados com as imagens que passavam na tela. Outra grande novidade veio acontecer em 1917, quando o desenhista Álvaro Seth Marins re-

alizou o primeiro filme de animação chamado “Kaiser”. Só em 1929 foi lançado o primeiro filme sonorizado “Acabaram-se os Otários”. Mas o filme que se tornou um marco para o cinema brasileiro, lembrado e estudado até hoje, foi lançado em 1931 e se chama “Limite”, do cineasta Mario Peixoto. Na época o filme não teve sucesso e importância para o público, mas nos dias de hoje é considerado um marco para o cinema brasileiro no que se diz cinema experimental. Confira na próxima coluna a história de Humberto Mauro, o pai do vídeo clip.

Fonte: http://ocinemabrasil.blogspot.com.br/WWW.wikipedia.com.br

ALFRED HITCHCOCK

DIRETOR DE EMOÇÕES Cineasta inglês naturalizado norte-americano, Alfred Hitchcock teve uma longa carreira, entre 54 longa-metragens, três curtas e 127 episódios de séries de TV. Impôs-se como o incontestável mestre do cinema policial de suspense, misturando sempre o “humor” em contraponto a angustia e tensão psicológica. Tinha a capacidade de amedrontar o público e foi dando atenção a tais efeitos e detalhes que o diretor aperfeiçoou um gênero cinematográfico considerado de categoria inferior até então. E com isso, criou clássicos do cinema. Seu primeiro filme foi

The Pleasure Garden (1925, produção anglogermânica). Em 1940, foi para Hollywood, estreando sua fase americana com Rebecca, a Mulher Inesquecível, um grande sucesso. Na 2ª Guerra Mundial, fez filmes para a França como os dois curtametragens Aventure Malgache e Bom Voyage. Hitchcock era conhecido como cameo (camafeu), por fazer aparições especiais em seus próprios filmes. Dentre os 39 longas dos quais participou, ele já foi de tudo: trausente. Fotógrafo, passageiro, músico, caubói, doente, curioso, entre outros. Os figurantes mais notáveis que fez en-

Por Tacy de Campos

DANÇANDO NO ESCURO

>> Cineclub

Filme do diretor Lars Von Trier, lançado em 2000, conta a história de Selma Jezkova, interpretado pela cantora Björk. Selma sofre de uma doença hereditária que a faz perder a visão. Então ela sai da Tchecoslováquia e vai morar nos Estados Unidos com seu filho Gene (Vladan Kosting), que sofre da mesma doença. Ela sai de seu país natal, pois na América existem médicos que podem operar seu filho e curá-lo da doença. Ela trabalha muito e guarda praticamente todo o seu dinheiro para a cirurgia do filho. Seus vizinhos, Bill (David Morse), Linda (Cara Seymour) e sua colega de serviço Kathy (Catherine Deneuve), a ajudam no que é possível. Mas quando seu vizinho Bill, passa por enormes dificuldades financeiras rouba o dinheiro de Selma. Este roubo é o estopim para acontecimentos trágicos.

CURIOSIDADES Ganhou em 2000 a palma de ouro no Festival de Cannes como melhor atriz – Björk Após o término das filmagens de Dançando no Escuro, Björk declarou que esta seria sua primeira e última participação como atriz em um filme.

tão em Um Barco e Nove destinos (1944), Os Pássaros (1963) e Trama Macabra (1976). Indicado seis vezes aos Oscar – cinco como Melhor Diretor e uma como melhor Produtor – Hitchcock morreu aos 80 anos, de insuficiência renal, na sua casa em Los Angeles, em 29 de abril de 1980. Sua obra permanece viva conquistando fãs no mundo inteiro.

Usou a virtuosidade de sua técnica à serviço das mais bem organizadas intrigas criminais.

Para a filmagem das sequências musicais foram usadas 100 câmeras, que capturaram em um único take todo o percurso da cena.

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>> Garagem

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THE BEATLES

Garagem desde mês não poderia ser com outra banda que não fosse os Beatles. No mês de Outubro, o ex baterista e vocalista dos Beatles, Ringo Starr, fez apresentação inédita em Curitiba. E também por ser uma das maiores bandas de todos os tempos. Em 1957, John Lennon formou a banda The Black Jack, composta por colegas do colégio. Depois trocaram o nome para The Quarrymen (em homenagem à escola). Nesse mesmo ano Paul McCartney ingressou na banda. No ano seguinte em 1958 foi a vez de George Harrison e em 1961, Ringo Star. Formação essa que durou até o fim nos anos 70. Pelo fato de Paul e George estudarem em outra escola não tinha mais o porquê do nome da banda, tiveram vários nomes até chegarem no The Beatles. No inicio dos anos 60 o grupo já tinha notoriedade nos pub londrinos. Com o lançamento do single Love Me Do, viajaram pelo país, onde se tornaram ainda mais conhecidos. 21 de fevereiro de 1961, numa terça feira, os Beatles apresentaram-se pela primeira vez no Cavern Club. Entre 1961 e 1963 o grupo subiu no palco do famoso clube 292 vezes. Em 1962, o single Love Me Do alcançou a lista dos 20 melhores da revista Mersey Beat e em 1º de dezembro de 1963 entrou na lista dos compactos mais vendidos da revista Billboard.

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No final de 1962, o grupo gravou seu segundo single Please Please Me, que também atingiu o primeiro lugar na Inglaterra. Foi no mesmo ano que eles se apresentaram pela primeira vez na televisão. O sucesso era tanto e a histeria também, principalmente pelo publico feminino, que a imprensa britânica apelidou toda aquela empolgação de Beatlemania. Em 4 de novembro de 1963, os Beatles fizeram uma apresentação no Royal Variety Performace, em Londres, na presença da família real britânica. Foi nessa apresentação que Lennon disse: “Para a próxima música vamos pedir ajuda da plateia. As pessoas que estão nos lugares baratos, aplaudam. O resto pode chacoalhar as joias”. Brian Epstein empresário da banda procurou o presidente da gravadora

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Capitol Records para lançar o sigle da música I Want To Hold Your Hard. Foi durante a mesma época que ele conseguiu fechar um contrato com o apresentador da televisão americana Ed Sullivan, para que os Beatles fossem se apresentar em seu programa. A CBS apresentou um documentário de cinco minutos sobre o fenômeno da beatlemania na Inglaterra, no programa CBS Evening News. O sucesso foi tanto que várias estações de rádios de Nova York começaram a tocar I Want to Hold Your Hand, se espalhando para outras cidades. No inicio de 1964, John, Paul, George e Ringo partiram pela primeira vez para os Estados Unidos. Em 9 de fevereiro o grupo fez sua primeira aparição ao vivo na televisão americana, do programa de Ed Sullivan. 74 milhões de espectadores, me-

tade da população americana da época assistiu os Beatles pela televisão. Em 1966 gravaram Revolver no estúdio 3 da Abbey

Road Studios. Após sete meses do lançamento de Revolver, eles retornaram ao Abbey Road para a gravação do oitavo disco e um

dos mais aclamados até hoje Sgt Pepper’s Lonely Hearts Club Band, lançado em junho de 1967 Em 1968 a banda lançou o décimo álbum chamado The Beatles, mais conhecido como The White Album. O Álbum Branco é considerado o décimo melhor disco de todos os tempos. Em 1970 os Beatles chegam ao fim. Com o fim da banda os músicos partem para trabalhos solos. Em 1980 John Lennon foi baleado e morto, George Harrison morreu de câncer em 2001. Paul e Star continuam ativos. McCartney está prestes a lançar o seu mais novo álbum intitulado New e Ringo está em turnê com sua banda All Starr Band. Fonte: Wikipédia


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