CORPO EDITORIAL Diretora Maria de Fátima Fernandes das Neves Conselho Científico Pedro Balaus Custódio - Educação/Formação Maria Cláudia Perdigão Andrade - Comunicação e Ciências Empresariais Bartolomeu Paiva - Artes e Humanidades
Editores do Número Temático Ricardo Melo, Francisco Campos & Rui Mendes
Revisores Amador Lara, António Sérgio Damásio, Filipe Clemente, Francisco Campos, Gema Torres, Ricardo Gomes, Ricardo Melo, Rui Mendes, Susana Franco & Vera Simões Produção Execução gráfica - José Pacheco (NDSIM)
FICHA TÉCNICA EXEDRA: Revista Científica Publicação eletrónica semestral da Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra Periodicidade Semestral ISSN 1646-9526
Copyright A reprodução de artigos, gráficos ou fotografias da Revista EXEDRA só é permitida com autorização escrita do Diretor
Envio de artigos EXEDRA: Revista Científica Escola Superior de Educação de Coimbra Praça Heróis do Ultramar 3000-329 Coimbra, Portugal Tel: +351 239793120 | Fax: +351 239 401461 Setembro de 2016 exedra@esec.pt | www.exedrajournal.com
Número Temático - Desporto no Ensino Superior Número Especial - Deporte en la Educación Superior Special Issue - Sport in Higher Education
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ÍNDICE NOTA EDITORIAL ................................................................................................................ 3 Ricardo Melo, Francisco Campos & Rui Mendes ORIENTACIONES PARA EL FUTURO DEL DEPORTE EN LAS INSTITUCIONES DE EDUCACIÓN SUPERIOR .............................................................. 5 Carlos Hernando-Domingo & Óscar Chiva-Bartoll A MACRO-ORGANISATIONAL ANALYSIS OF UNIVERSITY SPORTS SERVICES ............................................................................................................. 24 Vicente Orga LA POSICIÓN DE LA NATIONAL COLLEGIATE ATHLETIC ASSOCIATION (NCAA) EN EL MODELO DEPORTIVO NORTEAMERICANO. NUEVOS RETOS Y REFORMAS PENDIENTES ........................................................................................................................ 37 Ramón Terol Gómez GORDURA CORPORAL, AUTO-CONCEITO FÍSICO GERAL, AUTO-ESTIMA E APARÊNCIA FÍSICA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS ............................................................................................................... 52 Sofia Silva, Catarina Vicente, Samuel Amaro & Francisco Campos BASEBALL, GAME OF INCHES: SUPERSTITIOUS BEHAVIOUR AND THE UNCERTAINTY HYPOTHESIS AMONG AMERICAN COLLEGE ATHLETES........................................................................................................ 64 Derek Van Rheenen, Ethan Guevin, Jason R. Atwood & Laura Pryor SOCIO-ECONOMIC INSECURITY, ANOMY AND RITUALS. SPORTS HABITS IN HIGHER EDUCATION STUDENTS OF THE OPAL COAST LITTORAL .................................................................................................. 77 Alessandro Porrovecchio, Eddy Zakhem, Kloé Warnault, Isabelle Caby, Philippe Masson, Carl Kuehn, Rémy Hurdiel, Thierry Pezé, Gautier Zunquin & Denis Theunynck
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HÁBITOS DESPORTIVOS E PERSPETIVAS DE PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES FÍSICAS DESPORTIVAS DOS ESTUDANTES DO POLITÉCNICO DE COIMBRA .......................................................................................... 94 Ricardo Melo & Francisco Campos MOTIVOS PARA O ABANDONO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE DESPORTIVA NO GINÁSIO IPC.....................................................................................109 Francisco Campos, Elisa Ângelo, Bruno Abrantes, Ruben Ferreira & Ricardo Melo
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NOTA EDITORIAL Desporto no Ensino Superior O desporto tem vindo a configurar-se como um importante elemento da esfera da vida social, sendo considerado como um dos mais relevantes fatores constituintes de um estilo de vida ativo e saudável, essencialmente pelas melhorias e benefícios associados à sua prática regular. A evolução recente do desporto e das práticas desportivas tem vindo a manifestar-se como um crescente desafio para quem desenvolve trabalho nesta área específica. Num tempo onde cada vez mais são debatidos os problemas relacionados com a saúde pública da sociedade atual (e.g., obesidade, doenças cardiovasculares), o elevado índice de sedentarismo e o baixo índice de hábitos de prática desportiva junto dos estudantes de ensino superior são questões complexas mas pertinentes, que merecem reflexão da comunidade científica. As instituições de ensino superior, especialmente as que enquadram nos seus planos curriculares cursos na área do desporto, devem ser pro-ativas na busca de respostas aos desafios colocados na atualidade, justificando dessa forma o seu papel educativo e social. Assim, Desporto no Ensino Superior é o tema principal desta edição da revista EXEDRA. Este número temático reúne um conjunto de oito artigos relevantes, relacionados com algumas destas problemáticas, produzidas por especialistas académicos. Carlos Hernando-Domingo e Óscar Chiva-Bartoll apresentam, no primeiro artigo, uma série de orientações para o futuro do desporto no ensino superior, partindo da análise da situação atual, caracterizada pela heterogeneidade dos modelos de serviços de desporto universitário. No segundo artigo, Vicente Orga apresenta uma análise macro-organizacional dos serviços do desporto universitário, tendo em consideração os membros das Universidades do Comité Espanhol do Desporto Universitário. Ao longo da análise, encontra-se uma grande percentagem de organizações de pequena dimensão e fundação recente, que apresentam diferentes problemas organizacionais e estruturais. Ramón Terol Gómez realiza uma reflexão sobre a posição da National Collegiate Athletic Association (NCAA) no modelo desportivo norte-americano. Neste terceiro artigo são salientados os novos desafios e as reformas pendentes apresentados por este modelo de desporto universitário. No quarto artigo, Sofia Silva, Catarina Vicente, Samuel Amaro e Francisco Campos apresentam um estudo sobre os estudantes da UCLM (Campus de Cuenca), comparando praticantes e não praticantes de atividade física desportiva regular, em relação à perceção de gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima, e aparência física. É realçado o impacto positivo da prática desportiva regular na saúde, em especial na perceção das dimensões estudadas. Derek Van Rheenen, Ethan Guevin, Jason Atwood e Laura Pryor, da Universidade de Berkeley - Califórnia, apresentam, no quinto artigo, um estudo sobre comportamentos supersticiosos e incerteza em atletas universitários norte-americanos. Este estudo sugere que o nível percebido de incerteza num contexto desportivo poderá ser um poderoso preditor de frequência e intensidade do uso de superstição entre os atletas universitários. O estudo realizado por Alessandro Porrovecchio, Eddy Zakhem, Kloé Warnault, Isabelle Caby, Philippe Masson, Carl Kuehn, Rémy Hurdiel, Thierry Pezé, Gautier Zunquin, e Denis Theunynck tem como objetivo descrever algumas características dos hábitos desportivos de uma população de estudantes de ensino superior do litoral de Opal Coast (França), no que diz
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respeito a insegurança socioeconómica, relação entre o consumo de álcool, hábitos desportivos, e comportamentos de risco. No sétimo artigo, da autoria de Ricardo Melo e Francisco Campos, são apresentados os resultados de um estudo sobre os hábitos desportivos e as perspetivas de participação em atividades físicas desportivas dos estudantes do Politécnico de Coimbra. Este estudo evidencia uma elevada taxa de sedentarismo entre os estudantes, e uma elevada procura potencial por atividades físicas desportivas, evidenciando a necessidade de criação de uma política de desenvolvimento desportivo baseada no “desporto para todos”. No último artigo, desenvolvido por Francisco Campos, Elisa Ângelo, Bruno Abrantes, Ruben Ferreira e Ricardo Melo, apresentam-se os resultados de um estudo sobre os motivos de abandono da prática de atividade desportiva no ginásio do Politécnico de Coimbra. Os resultados permitem refletir sobre a definição de medidas a implementar de forma a aumentar a qualidade percebida, satisfação e fidelização dos praticantes do serviço desportivo em causa. Os artigos aqui publicados apresentam, de forma isolada e em conjunto, um contributo diverso para a produção do conhecimento sobre o desporto no ensino superior, oferecendo ao leitor a oportunidade de refletir sobre esta temática em diversos contextos e diferentes abordagens. Ricardo Melo Francisco Campos Rui Mendes Politécnico de Coimbra Escola Superior de Educação
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ORIENTAÇÕES PARA O FUTURO DO DESPORTO NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
ORIENTACIONES PARA EL FUTURO DEL DEPORTE EN LAS INSTITUCIONES DE EDUCACIÓN SUPERIOR GUIDELINES FOR THE FUTURE OF SPORT IN INSTITUTIONS OF HIGHER EDUCATION
Carlos Hernando-Domingo* Universidad Jaume I de Castellón, España hernando@edu.uji.es Óscar Chiva-Bartoll Universitat de València, España oscar.chiva@uv.es *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Resumo O presente artigo oferece uma série de orientações para o futuro do desporto nas instituições de ensino superior. A análise da situação mostra uma grande heterogeneidade de modelos que fazem com que seja necessário definir e esclarecer, a priori, a missão que há-de dar sentido e legitimar a prática futura dos serviços de desporto universitários. A partir da definição desse bem interno, planeiam-se possíveis linhas para a sua gestão. A nível institucional são recolhidas e debatidas as diretrizes propostas pelo Informe de Deporte en la Universidad del Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte. Por outro lado, a nível organizacional, propomos uma série de linhas concretas cuja aplicação corresponderia a cada serviço desportivo em particular. Neste nível de especificidade abordamos núcleos de atuação como: a gestão da responsabilidade social, a criação e manutenção das instalações, o tratamento de atletas de alto nível, a promoção da investigação, a prática físico-desportiva como fonte de saúde e formação integral, e o perfil formativo dos trabalhadores. Palavras-chave: Desporto; Gestão desportiva; Serviço desportivo; Universidade. Resumen El presente artículo ofrece una serie de pautas para el futuro del deporte en las instituciones de educación superior. El análisis de la situación actual muestra una gran heterogeneidad de modelos que hacen necesario definir y esclarecer, a priori, la misión que ha de dar sentido y legitimar la práctica futura de los servicios de deporte universitarios. A partir de la definición de ese bien interno, se plantean posibles líneas de avance para su gestión. A nivel institucional se recogen y comentan las directrices propuestas por el Informe de Deporte en la Universidad del Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte. Por otra parte, a nivel organizativo, planteamos una serie de líneas concretas cuya aplicación correspondería a cada servicio de deportes en particular. En este nivel de concreción abordamos núcleos de actuación como: la gestión de la responsabilidad social, la creación y mantenimiento de instalaciones, el trato a los deportistas de alto nivel, la promoción de la investigación, la práctica físico-deportiva como fuente de salud y formación integral y el perfil formativo de los trabajadores. Palabras clave: Deporte; Gestión deportiva; Servicio de deportes; Universidad.
Abstract This article provides a series of guidelines for the future of sport in higher education institutions. The analysis of the current situation shows a great heterogeneity of models. Therefore, first, it is wise to define the mission that legitimizes the meaning and practice of the university sports departments in the future. From the definition of its mission, we will find out possible lines of progress for its management. At the institutional level, we collect and discuss the guidelines proposed by the Report of University Sport from the Comprehensive Plan for Physical Activity and Sport. Moreover, at the organizational level, we propose a series of lines whose application would be suitable for each sports department. At this level of specificity, we address action cores as management of social responsibility, creation and maintenance of
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facilities, treatment of high-level athletes, promoting research, physical activity as a source of health and comprehensive education, and educational profile of workers. Keywords: Sports; Sports department; Sports management; University.
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Introducción El hecho deportivo se ha extendido como una realidad de interés general que a día de hoy cumple un papel incuestionable en la sociedad. Tanto es así, que también en las instituciones de educación superior el deporte está experimentando un auge que conviene analizar. Sin ir más lejos, aunque los servicios de deporte universitarios están sujetos a las líneas estratégicas y políticas de la universidad, la existencia de una estructura organizacional propia, así como un bien interno exclusivo, los dota de autonomía y responsabilidad por las consecuencias de sus decisiones. Por todo ello se hace necesario reflexionar, en foros como los que plantea el presente monográfico, sobre del norte hacia el que dirigir su gestión. A grandes rasgos este trabajo consistirá, en primer lugar, en hacer una aproximación al estado actual de la situación. A continuación, dada la gran heterogeneidad de modelos existentes, se acometerá la delimitación del bien interno o misión sobre la que cimentar el proceso de crecimiento. Más adelante, una vez aclarado el bien interno que legitima y dota de sentido a su praxis, se abordarán diferentes líneas de avance con las que acometer la gestión del futuro. Por una parte se recogerán pautas de actuación a nivel institucional, es decir, del deporte en la universidad como realidad social con entidad propia; y posteriormente, en la línea de esas directrices, se propondrán medidas más concretas, de carácter organizacional, centradas en las prácticas de gestión que cada servicio puede efectuar por su cuenta. Situación Actual: Heterogeneidad de Modelos Definir la identidad actual del deporte en la universidad es un paso necesario para proponer el camino a seguir, ya que sin saber dónde estamos difícilmente sabremos cómo llegar al destino deseado. Actualmente sigue resultando una ardua tarea hablar del concepto de deporte en la universidad, ya que es un fenómeno que aún no goza de una identidad clara y definida (Canibe, 2011; Chiva & Hernando, 2014; López-Yeste, 1999, 2009; Martínez, 2006). El caso es que existen diferentes modelos y concepciones con diferencias significativas tanto a nivel estructural, como de políticas de gestión y de organización. Como ya avanzaban París y Lizalde (1996), hablar de modelos de deporte universitario puede llegar a parecer un atrevimiento ya que, a priori, existen tantos modelos de deporte diferentes como políticas estatales sobre las que éstos se desarrollan, o incluso llegando un poco más lejos, podría decirse que como universidades existen. La presencia de estándares o modelos queda a juicio de quien haga la clasificación, así como de los criterios que se tengan en cuenta. En este sentido, con el fin de generar criterios de diferenciación entre modelos, el Consejo de Europa (1999) defiende el uso de tres indicadores: la filosofía del deporte, la intervención legislativa y la intervención financiera. En cuanto a la filosofía del deporte, ésta puede abordarse desde diferentes puntos: alta competición o rendimiento, espectáculo, deporte-práctica basado en la salud, el ocio y la recreación, etc. En lo relativo a la intervención legislativa, se habla de dos polos clásicos: el modelo liberal y el modelo intervencionista. En el primero, el usuario decide el uso y orientación de su práctica, limitándose los servicios de deporte a ofrecer las instalaciones; y en el modelo intervencionista, el estado puede llegar a guiar incluso legislativamente la orientación y práctica del deporte que se ofrece en las universidades. Finalmente, en cuanto a la intervención financiera, las diferencias radican en el foco de aporte económico: financiación pública, apoyo de patrocinios, derechos de televisión, etc.
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A continuación recogemos a grandes trazos algunos ejemplos de referencia del deporte en las universidades de las sociedades occidentales. Para ello son de gran utilidad los siguientes estudios impulsados por el Consejo Superior de Deportes: Modelos de deporte universitario en Europa (Universidad de Valladolid, 2005) y Modelos del Deporte Universitario de Estados Unidos, Canadá y Australia de la Universidad de Alicante (Terol, 2005). De ellos se desprende que una de las características que no conviene pasar por alto es que todos estos modelos no presentan estructuras completamente homogéneas. Es decir, a pesar de que sí existen elementos comunes que ciertamente permiten hablar de modelos particulares, es de recibo aclarar que, paradójicamente, uno de los grandes puntos de convergencia es la heterogeneidad entre las diferentes universidades de dentro de cada modelo. El caso es que, siendo claramente un reflejo de la realidad social, existen en todos los modelos internacionales analizados dos enfoques deportivos dentro de las universidades. Por una parte aparece el deporte de alta competición, que sustenta al deporte-espectáculo; y por otra parte emerge cada vez con más fuerza el deporte-praxis o deporte para todos. El primero de ellos se encuentra perfectamente reglamentado y estructurado, siendo el que permite hablar de un modelo consistente dentro de cada país. Sin embargo, la estructuración del deporte para todos no tiene una red interuniversitaria que lo organice, por lo que da pie a la gestión autónoma por parte de cada universidad, cosa que dificulta sobremanera establecer análisis que se aproximen conjuntamente a su realidad actual. Por otra parte, de esos trabajos también emergen diferentes puntos que conviene recordar en relación a los tres factores del marco de análisis que propone el Consejo de Europa (1999), a saber, la filosofía deportiva, la estructura legislativa y la financiación. En general, tanto en los modelos europeos como en los norteamericanos y en el australiano, estos factores están fuertemente interrelacionados. En efecto, parece que la jugosa financiación inherente al modelo deportivo basado en la alta competición y en el deporte-espectáculo impone tanto la estructura legislativa como la filosofía deportiva de cada modelo. Es decir, el montante económico que se deriva del deporte universitario basado en el alto rendimiento acaba siendo tan atractivo para las universidades, que finalmente éstas terminan subordinando a ese interés económico tanto su estructura legislativa, como su orientación y filosofía deportivas. Esta realidad es más palpable en los modelos no europeos, en los que las organizaciones que gestionan el deporte universitario son entidades privadas de base asociativa, surgidas de la unión espontánea de las diferentes universidades. Asimismo, estas asociaciones no se entrometen en la acción interna de cada universidad, sino que asumen directamente la dirección de las competiciones interuniversitarias. Su visión del deporte universitario equivale al deporte competitivo de alto nivel realizado por universitarios. Con ello, su soporte financiero tiene dos vías: por una parte la asistencia institucional propia de las diferentes universidades, y por otra las aportaciones de empresas privadas a través de contratos de patrocinio, merchandising, derechos televisivos, venta de entradas, etc. Este hecho es menos claro en los modelos europeos, ya que en el viejo continente la financiación pública sigue siendo prioritaria. Sin embargo, podría decirse que en Europa el deporte en la universidad copia el modelo deportivo que impera en la sociedad, bien porque no existen estudios consistentes que orienten y definan cómo debería ser el modelo deportivo universitario, o bien porque la presión de la maquinaria económica relacionada con el deporte-espectáculo trata de perpetuar y expandir el modelo de deporte de competición, permitiendo a su vez como vía de escape un deporte para todos, gestionado autónomamente por cada universidad, pero que tampoco está siendo objeto de un análisis riguroso. En este sentido,
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sería deseable que existieran más estudios encargados de analizar cómo debe ser el deporte en la universidad, de forma que los servicios de deporte universitarios pudieran tomar las riendas de su gestión alineándola con las verdaderas funciones formativas del deporte en la universidad, en lugar de dejarse llevar por la corriente social imperante en el momento. En definitiva, ante tal diversidad de planteamientos y modelos, es difícil establecer un norte claro que guíe el tipo de práctica deportiva que legítimamente corresponde ofertar a la universidad. Si se quiere acometer un riguroso ejercicio en este sentido es necesario delimitar a priori el bien interno del deporte en la universidad, tratando de desvelar así cuál es su sentido o razón de ser. A ello se dedica el siguiente apartado. Delimitación del Bien Interno o Misión de los Servicios de Deporte Universitarios Para poder determinar directrices que guíen el futuro del deporte en las instituciones de educación superior, es imprescindible desvelar primero cuál es el bien interno o misión que legítima su praxis. El bien interno puede definirse como la meta que da sentido y legitimidad a la acción desempeñada (Cortina, 2013). Por poner algunos ejemplos, en la actividad empresarial el bien interno recae en la prestación de servicios a la sociedad, en la medicina el bien interno es definido por el cuidado sanitario, y en la institución universitaria éste consiste en la educación y la investigación. De manera que es evidente que quien se dedica a cualquiera de estos ámbitos de la práctica no puede proponerse una meta cualquiera, sino que ésta ya le viene dada. Así pues, el bien interno no es algo que decide una organización en particular, sino que le viene determinado y que, en consecuencia, es lo que marca el horizonte de acción ineludiblemente (Chiva & Hernando, 2014). La universidad es una institución social que no debe desligarse de la sociedad a la que sirve, siendo un elemento líder, crítico y formador del concepto de nuevo ciudadano, debiendo liderar el carácter de las actuaciones que realice convirtiéndose en el referente a mirar, reflejar y cotejar por parte del resto de la sociedad. Este concepto de liderazgo lo debe realizar en todas sus actividades o facetas orientándose hacia el tipo de ciudadano que se pretende lograr y por ello deberá tratar con la misma identidad todas sus actuaciones independientemente del campo a desarrollar. El deporte es una faceta más dentro de la universidad que debe cumplir todos los elementos que anteriormente se han citado y no debe perder su orientación formadora de ciudadanos con criterio, críticos, sociales, favorecedores de la integración, con identidad, sanos y con cultura. La manera de delimitar el bien interno del deporte en la universidad es analizar las funciones sociales que no le son propias. No debe olvidarse que, como señala López-Yeste (1999), la práctica de actividad física en la universidad no es obligatoria ni pertenece al ámbito de la investigación ni de la docencia, por lo que debe afrontarse como una dedicación opcional, cuya función, no deja por ello de considerarse formadora y enriquecedora. Desde esta premisa, los servicios de deporte universitarios no dejan de ser unidades de gestión de apoyo cuya función será la de complementar la formación universitaria a partir del desarrollo de actividades físicas y deportivas. Así, para esta autora, el objetivo marco de los mismos es el fomento de la práctica físico-deportiva con la intención de mejorar la calidad de vida y complementar la oferta de formación propia de la universidad. Recogiendo un nuevo matiz a lo expuesto hasta aquí, cabe recordar la necesidad de un enfoque diferenciador del deporte en la universidad. Un enfoque que lo aborde desde las coordenadas propias de la institución universitaria en las que se enmarca. Y es que, como afirma 10
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Yébenes (2011): “Del deporte universitario, queríamos afirmar que éste tiene personalidad propia, y que sus objetivos difieren de los otros paradigmas o modelos deportivos” (p.17). Este autor defiende como objetivo fundamental e identitario del deporte en la universidad la educación integral. Es decir, no debe entenderse como el deporte que se realiza en la universidad sin más, sino que debe poseer un elemento diferenciador propio basado en su sentido e intencionalidad educativa, que además, como indica Roca (2006), abierto a toda la sociedad. Desde la autonomía que les es concedida a los servicios de deporte universitarios, éstos tienen el deber de reflexionar, posicionarse de forma razonada y tratar de definir sus funciones teniendo claro que su marco de actuación es la universidad. Contribuir al desarrollo de las metas legítimas de la universidad debe ser uno de los objetivos primordiales, y si bien es cierto que las universidades tienen un papel determinante en la investigación y en la formación de los futuros profesionales, no es menos cierto que son un referente para la educación de las personas. Educación que debe ser entendida como la formación integral en los valores que defiende y ampara nuestra sociedad. Por tanto, y aunque sí existe una idea clara de que la formación integral es el camino a seguir, tanto el vigente dominio del modelo de deporte competitivo por una parte, como los rasgos que desde el Proceso de Bolonia se están imponiendo en el modelo de gestión empresarial del sistema universitario por otra, plantean una delicada situación en la que se corre el riesgo de que este interés legítimo de formación personal quede enterrado. En este sentido, cabe rescatar aquello que decían De Knop, De Mantelaer, Theeboom, Wittock, y Wylleman (1995) de que el desarrollo identitario y el papel del deporte en la sociedad dependería en el futuro de cuatro tendencias: la demografía, el mercado, el papel institucional en términos de privatización y descentralización, y finalmente, las variables socioeconómicas. Ciertamente conviene recordar esta advertencia, ya que si los servicios de deporte universitarios no ejercen la responsabilidad de perseguir sus funciones, serán las tendencias mercantiles guiadas por intereses económicos las que guiarán el destino del deporte en la universidad del futuro. Una proyección poco deseable ya que olvida por completo la verdadera misión del deporte en la universidad. Así como lo indicara Gallien (2007), siendo vicepresidente de la Federación Internacional de Deporte Universitario (FISU) en aquel momento, la universidad debe comprometerse a crear el futuro y las características de las nuevas épocas y no sucumbir a ser un mero reflejo de éstas. Hecho que nos alerta también de que la función del deporte en la universidad no se limita a responder satisfactoriamente a las demandas de la comunidad, sino que debe ofrecer el servicio en las condiciones y coordenadas para las que éste ha sido concebido. Siendo aquí donde el carácter diferenciador del deporte en la universidad respecto al deporte de otros servicios de deporte debe emerger con fuerza. Es decir, el servicio de deportes universitario no es simplemente un servicio de deportes que tiene la peculiaridad de estar emplazado en la universidad. La diferencia radical se halla en su función educadora. Para concluir este apartado de un modo lo más concreto posible, de lo dicho hasta el momento debe quedar la idea de que el bien interno del deporte en la universidad radica en promover un enfoque educativo y saludable del deporte en la universidad que impregne las propuestas de los servicios de deporte universitarios. Pero además, no debe olvidarse un importante enfoque social que permita expandir su radio de acción más allá del entorno universitario, siendo todo ello gestionado desde una perspectiva integradora a partir de su alineación con las legítimas metas de la institución universitaria.
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Orientaciones para la Gestión del Futuro Apoyándose en la anterior delimitación de la misión o bien interno del deporte en la universidad, el presente apartado pone el punto de mira sobre sus posibles líneas de avance. Estas proposiciones serán agrupadas en base a dos niveles, el primero de ellos atañerá al nivel de gestión institucional y el segundo al nivel organizacional. Para aportar luz sobre la diferencia institución-organización, García-Marzá (2013) indica por una parte que “las instituciones representan un sistema estable y duradero de valores y normas que se organiza en procedimientos, formales e informales, encargados de movilizar y coordinar la acción colectiva, esto es, tienen una estructura organizativa” (pp. 45-46). Mientras que por otra parte, las organizaciones se definen como “el resultado, fruto o expresión, que se constituye dentro de un entorno o esfera institucional que establece reglas del juego” (García-Marzá, 2013, p. 46). Como puntos destacados en el haber de las instituciones cabe remarcar la estabilidad de sus valores y normas, así como la existencia de una estructura organizativa asentada. Es decir, las instituciones se entienden como acuerdos sociales que definen un marco de sentido estable y una estructura más o menos fija. En este caso se entiende como institución al deporte en la universidad. Mientras que, por su parte, las organizaciones constituyen instancias particulares de ejecución de los acuerdos que rigen a las instituciones. En nuestro ámbito este nivel lo ocupan los servicios de deporte universitarios. Obviamente, la relación entre ambas realidades es inseparable dado que se complementan mutuamente: las instituciones son fuente de significado para las organizaciones concretas en lo relativo a su función social, su desarrollo y mecanismos de funcionamiento, etc., mientras que las organizaciones son las que en calidad de instancias particulares ponen en práctica estas disposiciones. Así pues, se presentan a continuación las líneas que, a nuestro juicio, han de ser la guía de referencia en ambos niveles. A nivel institucional se recogen y comentan las directrices del Informe del Deporte en la Universidad del Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte (Consejo Superior de Deportes, 2010). A tenor de ser un informe pensado para su aplicación en el estado Español, entendemos que es un buen ejemplo de reflexión sobre la prospectiva del deporte en la universidad, que perfectamente puede ser generalizable a otros contextos. Posteriormente, presentamos una serie de medidas entorno a núcleos de actuación organizacionales o propios de cada servicio de deportes. Informe del Deporte en la Universidad del Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte Este informe, coordinado por Hernando (2010a), plasma una serie de medidas, acciones y proyectos a realizar que determinan de un modo concreto los deberes que los servicios de deporte universitarios se plantean asumir en su gestión. Así pues, puede decirse que traza el horizonte normativo que los propios especialistas en la materia se marcan. La razón de ser del mencionado Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte, articulado bajo el liderazgo del Consejo Superior de Deportes (2010), es disponer de una herramienta que permita conocer la realidad de la práctica de actividad física y deportiva de la población española, de manera que se puedan proponer acciones de mejora. Dentro del plan se trata el impulso del deporte en la universidad como uno de los flancos de actuación. De esta manera, cada uno de los diferentes flancos (deporte en la universidad, deporte escolar, deporte en el ámbito laboral, etc) ha de identificar su espacio de acción y desarrollar una serie de proyectos en su gestión que permitan alcanzar el cumplimiento de sus deberes. 12
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En el caso de los deberes o proyectos que se identifican para el deporte en la universidad, tal como adelantábamos antes, existen cuatro núcleos principales: promover la formación integral, la salud y el bienestar a través de la práctica físico-deportiva; ofrecer formación continua para profesionales y practicantes de actividad física; desarrollar proyectos de investigación en el ámbito físico-deportivo; estrechar los márgenes de colaboración entre la Universidad y la sociedad. En el primero de ellos se propusieron hasta doce medidas diferentes que atendían a diferentes apartados, de manera que se consiguiera con su aplicación la mejora de este primer objetivo. Así se actuaba sobre: la oferta de actividades que debían ser propuestas desde los servicios de deportes; la financiación desde los órganos autonómicos y gubernamentales; la atención a colectivos especiales; la facilidad de acceso a la actividad física al estudiantado; el diseño y funcionalidad de las infraestructuras; la difusión de las actividades y el intercambio de información; la organización del deporte de carácter competitivo a nivel nacional. En el segundo de los objetivos a desarrollar, el grupo de trabajo, propuso 4 medidas de acción, éstas versaron en atender: la compatibilidad del estudiantado en la práctica de actividad física con sus estudios y reconociéndose ésta como créditos conducentes a la obtención del título académico; la atención a programas de formación orientados a profesionales especializados en materia deportiva, por un lado, y por otro, a la formación especializada a profesionales que desempeñan su labor en los diferentes servicios de deportes de las universidades españolas. El tercero de los objetivos lleva para su desarrollo un total de cinco medidas de acción, se pretende potenciar la investigación y el conocimiento para facilitar la toma de decisiones, así como actuar de manera transparente y con vocación de rendición de cuentas. Para ello se propone: realizar acciones encaminadas a conocer lo que está ocurriendo en el deporte en la universidad en la actualidad y, a su vez, crear un observatorio de carácter nacional del deporte en la universidad; potenciar la inclusión de los servicios de deportes en sistemas de gestión de calidad, de manera que se pueda medir y rendir cuentas a los diferentes agentes implicados en su gestión y uso; actuar sobre programas de investigación de actividad física y deportiva en la universidad y en la sociedad, apoyándolos, fomentándolos e incluso liderándolos, consiguiendo incrementar el conocimiento sobre este ámbito. Por último, el cuarto objetivo que plantea el grupo de trabajo, se orienta hacia la sociedad y hacia colectivos con dificultades para el acceso a la actividad física. Se pretende acercar la actividad física de manera que se logre su universalización con un marcado carácter propio. Para ello se proponen un bloque de cuatro medidas de acción, que desglosadas atienden a los siguientes retos: realizar programas de Universidad Abierta a la sociedad, tomando como base la actividad física y deportiva; facilitar acciones de voluntariado y cooperación a través de la actividad física y deportiva; explotar y profundizar los valores que posee y transmite el deporte en la universidad; fomentar programas universitarios que se orienten a la integración de colectivos con necesidades especiales a través de la actividad física y el deporte. El conjunto de las veinticinco medidas planteadas por el grupo de trabajo El Deporte en la Universidad fueron presentadas al Consejo Superior de Deportes (2010), el cual incorporó al Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte un total de dieciséis medidas propuestas, para hacer un total de cien medidas junto con las medidas aportadas por los otros ámbitos de trabajo (deporte escolar, salud, deporte en el medio laboral, deporte en personas adultas, la mujer en el deporte, deporte en personas con diversidad funcional y deporte en colectivos con riesgo de exclusión social).
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Para finalizar este apartado, antes de entrar en las acciones propias que debe realizar un servicio de deportes, afirmar que el trabajo llevado a cabo ha supuesto un antes y un después en el deporte en la universidad. La posibilidad de poder adentrarse desde dentro en los entresijos de este ámbito de trabajo, permitió a la universidad española, y en particular al deporte en la universidad, conocer sus fortalezas y debilidades y proponer pautas de actuaciones reales y ajustadas a la situación en la que se realizó el documento. La situación económica ha condicionado la implantación de este plan estratégico, pero también es conveniente reflejar que los cambios políticos pueden modificar las hojas de ruta que tanto esfuerzo se trazan, dejando en un cajón programas que parten de la realidad y que pueden aportar mucho al desarrollo de una faceta de la sociedad. No obstante, este documento sigue teniendo la fuerza de cuando se creó y sus propuestas son de una actualidad total, por ello consideramos oportuna su presentación ya que puede marcar pautas de actuación de carácter nacional en el deporte en las instituciones de educación superior. Propuesta de Acciones a Nivel Organizacional Más allá de la visión institucional que plantea el Consejo Superior de Deportes (2010), desde aquí planteamos nuevas propuestas sobre los que orientar a nivel organizacional la gestión diaria de los servicios de deporte universitarios. En particular agrupamos estas directrices entorno a los cinco núcleos siguientes: la gestión de la responsabilidad social, la creación y mantenimiento de instalaciones, el trato a los deportistas de alto nivel, la promoción de la investigación, la práctica físico-deportiva como fuente de salud y formación integral, y el perfil formativo de los trabajadores. Responsabilidad Social La responsabilidad social no debe concebirse como algo aparte o separado de las funciones normales de una entidad, sino que debe acometerse desde el ejercicio de sus funciones básicas (Doh & Guay, 2004; Filizöz & Mücahit, 2011; Smith & Westerbeek, 2007). Es decir, debe practicarse a diario en todos los ámbitos de la gestión, tanto en el cumplimiento del bien interno, como en la rendición de cuentas con todas las partes interesadas, entendiéndose entonces como un modelo de gestión que integre las expectativas de sus stakeholders o grupos de interés (Burrows, 2009; Doh & Guay, 2004; Filizoz & Mücahit, 2011; Gaete, 2012; Smith & Westerbeek, 2007). Sin duda, en tanto que poseen intencionalidad y posibilidad de decidir, puede afirmarse que los servicios de deporte universitarios son responsables por sí mismos de sus acciones, aunque pertenezcan a un nivel organizativo mayor como la universidad. Sin ir más lejos, una estructura organizacional propia, así como la existencia de un bien interno exclusivo, los dota necesariamente de responsabilidad por las consecuencias que puedan acarrear sus decisiones. Por lo que convendrá proponer un patrón de referencia para la reflexión, el diálogo y la posterior toma de decisiones de los servicios de deporte universitarios. Ahora bien, ¿quién conforma el servicio? ¿Cómo se toman las decisiones? ¿Qué se tiene en cuenta a la hora de decidir? La responsabilidad social exige responder ante los implicados por las consecuencias de las decisiones, luego es obvio que desde esta perspectiva las demandas e intereses de los afectados deben ser tenidos en cuenta.
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Este hecho requiere aportar innovaciones en esta parte del modelo de gestión, de manera que se dé voz a las partes interesadas y se las integre dentro de los procesos estratégicos. Es decir, las cúpulas directivas de los servicios de deporte universitarios tendrán que dar cuenta de las demandas que en los diferentes ámbitos de acción puedan elevar los trabajadores, los usuarios, los proveedores, la comunidad local, las administraciones, la propia institución universitaria, las federaciones deportivas, etc. En este sentido, como indica (Carrol, 1991), el modelo de stakeholders planteado por Freeman (1984) tiende un puente entre la gestión estratégica y la responsabilidad social. Por lo que en la línea marcada por Filizoz y Mücahit, (2011) y Smith y Westerbeek (2007), este modelo se erige como el candidato ideal para proponer un avance en la gestión socialmente responsable de los servicios de deporte universitarios. De esta manera, aquellos servicios que opten por el modelo de stakeholders podrán alcanzar la integración de los intereses de cuantos se vean afectados por sus decisiones. El concepto stakeholder se define como grupo de interés que afecta y/o puede ser afectado por la toma de decisiones de la entidad. En el marco de los servicios de deporte en la universidad, algunos de los stakeholders más significados serían los usuarios, los trabajadores, la propia administración universitaria, los proveedores de productos y servicios, otras universidades y administraciones públicas, etc. Este planteamiento exige una relación bidireccional constante entre la entidad y los grupos de interés, ya que ésta se concibe pluralmente a partir de los mismos. Así, se integran los inputs o factores externos en los procesos de toma de decisiones, pensando en las consecuencias y lo efectos de las acciones sobre los stakeholders. Para conocer esos intereses y demandas, el servicio deberá abrir los canales de información y comunicación oportunos con sus afectados. En este punto, nos decantamos por su capacidad de ajuste con los servicios de deporte universitarios, por el modelo de responsabilidad social fundamentado por la ética discursiva que proponen González-Esteban & García-Marzá (2006). Desde su perspectiva, la responsabilidad se define a partir de diálogos periódicos con los afectados en el que se intentarán averiguar tanto los intereses que éstos comparten, y que por tanto son universalizables, como los intereses propios de cada grupo en particular (GarcíaMarzá, 2004; González-Esteban, 2002). Finalmente, para consolidar la gestión de la responsabilidad social es recomendable incrementar la transparencia y confianza entre los stakeholders. La vía que desde aquí sugerimos para ello es la implementación de buenas prácticas en la gestión de los servicios de deporte universitarios. Entre ellas destacamos como ejemplos de referencia la publicación de códigos éticos, la elaboración de cartas de servicio y la introducción de sistemas de acreditación y certificación de la calidad (Chiva, González-Esteban, & Hernando, 2014). Instalaciones Tanto la calidad como la cantidad de instalaciones deportivas de los servicios universitarios han sufrido un gran incremento en las últimas décadas. En España, por ejemplo, la evolución puede verse claramente reflejada al comparar el análisis de París y Lizalde (1996), con el más reciente estudio de Almorza, Yébenes, Bablé, Rivas, Ronquete, y Casadi (2011). A pesar de que las diferencias entre universidades pueden llegar a ser verdaderamente significativas, tanto por su variedad como por la calidad y por el número de metros cuadrados, las ins-
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talaciones deportivas han pasado a representar un importante eje de gestión para todos los servicios de deporte universitarios. Aunque este incremento se ha estancado en los últimos años como consecuencia de la crisis económica, la construcción, mejora y mantenimiento de instalaciones debe seguir progresando en un futuro no muy lejano. Principalmente la dificultad económica exige poner el foco en el cuidado y la eficiencia, teniendo en cuenta que la premisa a seguir debe ser la oferta de instalaciones asequibles y funcionales. En particular, el Consejo Superior de Deportes (2010), habla de fomentar en lo posible la accesibilidad de las instalaciones a colectivos en riesgo o en situación de exclusión social, así como de integrar y facilitar el acceso a las mujeres en aras de alcanzar la igualdad efectiva de uso. Como se ha dicho, los apuros económicos obligan a los gestores a centrarse más en el mantenimiento y cuidado de instalaciones, que en la planificación y edificación de nuevas infraestructuras. No obstante, en el caso de que se programen instalaciones de nueva construcción, es necesario alinear su disposición y estructura con el concepto de vida universitaria. Es decir, éstas deberán encajar en el estilo de vida universitaria, de manera que sean fácilmente accesibles y no impliquen grandes desplazamientos respecto al resto de instalaciones de los campus, tales como la biblioteca, los aularios, la cafetería, edificios de administración, etc. De esta manera, los usuarios podrán integrar y normalizar sin esfuerzo la práctica deportiva en su quehacer universitario. Asimismo, en el caso de planificar la construcción de nuevas instalaciones, estas deben estar alineadas con la misión de promocionar y democratizar la práctica deportiva. Dicha meta exige que las nuevas instalaciones estén pensadas para jugadores y practicantes, no para espectadores. Es decir, debe darse el protagonismo en todo momento a los espacios de práctica y no emular a las construcciones que, bajo la concepción del deporte-espectáculo, cuentan con grandes graderíos y zonas para espectadores. En resumen, algunas de las orientaciones planteadas radican en optimizar la ocupación de las instalaciones y en realizar un control y seguimiento que permitan una ejecución adecuada de su uso. De acuerdo con estas indicaciones, los servicios deben perseguir un máximo de ocupación de sus instalaciones, de forma que quede democratizado su uso y, por ende, la práctica deportiva en la universidad. Finalmente, no conviene olvidar que éstas deben ofrecerse en las condiciones necesarias para que la práctica desarrollada se cumpla con total normalidad y garantías. Deportistas de Alto Nivel El tratamiento a los deportistas de alto nivel también es un punto que conviene traer a colación en la gestión futura de los servicios de deporte universitarios. De entrada, es indiscutible la necesidad de articular fórmulas para compatibilizar el estudio de los deportistas de alto nivel con sus actividades deportivas, ya que es obvia la complicación que tiene un deportista de alto nivel para seguir sus estudios por motivos ajenos su capacidad académica. La universidad debe garantizar también en estos casos que los profesionales que forma sean los mejores. Los deportistas de alto nivel, por su parte, igualmente deberán cumplir con todas sus obligaciones si desean obtener un título académico, pero es cierto que la universidad puede crear programas que faciliten el seguimiento de sus estudios compaginándolos con su actividad deportiva de alto nivel. Cada universidad, impulsada por su servicio de deportes, debe 16
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realizar una apuesta valiente y actuar en beneficio de esos deportistas para que al finalizar su vida deportiva tengan una profesión que les permita ejercer una actividad profesional cualificada de rango universitario, conseguida durante su época de formación y de máximo rendimiento. Así pues, la universidad debe procurar los medios necesarios para la preparación técnica y el apoyo médico y científico necesitado por los deportistas de alto nivel, así como también su plena integración en el sistema educativo y en los entramados social y profesional. Asimismo, deben subscribirse compromisos a fin de que los deportistas de alto nivel puedan disfrutar de condiciones especiales en relación al acceso y permanencia en los estudios universitarios, poniendo en marcha, si es pertinente, medidas que faciliten traslados de expediente en el caso de cambio de residencia por motivos deportivos. En cuanto a la aplicación de este tipo de programas y su implicación en el día a día, es deseable la implantación de una normativa universitaria que regule mecanismos de flexibilización y cambios en el calendario de exámenes, incremento del número de convocatorias, ampliación de los criterios de permanencia en la universidad, facilitación en la elección de horarios y grupos para compatibilizar la asistencia a clase con la actividad deportiva, implantación de tutorías académicas para aquellos que tengan dificultades de mantener un ritmo normal de asistencia, obtención de créditos de libre elección por la participación en eventos deportivos universitarios, etc. Finalmente, se reclama también en este apartado la necesidad de que los organismos competentes de los diferentes países provean de ayudas a las respectivas universidades y servicios de deporte. Promoción de la Investigación La promoción de la investigación es otro de los avances que aquí se presentan como perspectiva de futuro deseable para los servicios de deporte universitarios. Se insta a que los servicios integren en su quehacer programas de apoyo a actividades de investigación relacionados con el ámbito deportivo. Por una parte, los servicios de deporte universitarios podrían llevar a cabo procesos de investigación-acción con el objeto de optimizar sus prácticas sociales y educativas, a partir de una mejor comprensión de las prácticas que ellos mismos realizan y de las situaciones en que éstas tienen lugar. Es decir, investigar con el objeto de mejorar la prestación de su servicio. Algunos de los pasos a seguir en el modelo de investigación-acción que planteamos, de acuerdo con los planteamientos de Lewin (1946), son: detección de áreas problemáticas y de necesidad de cambio, especificación del problema concreto a resolver, formulación de hipótesis para su mejora, ejecución de la acción y, finalmente, comprobación y evaluación de los efectos de la actuación. Por otra parte, también cabe tener en cuenta la promoción de la investigación a través de la colaboración con determinados departamentos universitarios. En este punto, los servicios de deporte universitarios pueden participar e incluso liderar iniciativas de investigación en temas relativos a la práctica físico-deportiva, así como la organización de encuentros, jornadas y congresos científicos. Estas acciones se beneficiarían, sin duda, de las sinergias entre los departamentos de las facultades y los servicios de deporte, repercutiendo en beneficio de ambos.
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Este campo, que aún es incipiente y no está siendo todo lo explotado que podría ser, es una de las apuestas que desde aquí se sugiere como línea de acción para el futuro. Sin duda, se trata de un punto determinante para crear una identidad propia que, además, distinguirá a los servicios de deporte universitarios de otros servicios o unidades no universitarios. La Salud Hemos visto que uno de los elementos clave en la misión del deporte en la universidad es la mejora de la salud, el bienestar y la calidad de vida. Actualmente, nadie duda de la importancia de tener un estilo de vida físicamente activo para consolidar un estado de salud deseable, entendido desde las diferentes dimensiones: biológica, psicológica y social (Delgado & Tercedor, 2002). En el caso español, cabe traer a colación la reciente creación de la Red Española de Universidades Saludables (REUS), que se constituye como el resultado de la integración de múltiples organismos e instituciones que tienen como objetivo la promoción de la salud en el contexto universitario. Los ejes sobre los que se centra esta red son: la participación, colaboración y elaboración de políticas saludables; la creación de ambientes saludables en los entornos universitarios; la incorporación de acciones destinadas a impulsar la salud en planes de estudios e investigación; la oferta de servicios y actividades; y el fortalecimiento de las organizaciones relacionadas con la promoción de la salud y la participación comunitaria. Dentro de estas líneas de acción, una demanda legítima que desde aquí se hace a los servicios de deporte universitarios es la creación de programas amplios de actividad física orientados a la salud. Mediante este enfoque se potenciará la mejora de la calidad de vida y se beneficiará a la comunidad universitaria facilitando la creación de hábitos higiénicos saludables, que mejoren los problemas de la sociedad actual, con predominio sedentario, a medio y largo plazo. Se trata de conseguir que además de practicar actividad física saludable se forme y conciencie a la población de lo importante que son elementos como la alimentación, el ejercicio adecuado, las formas óptimas y saludables del ejercicio en relación con cada sujeto, etc. En cuanto a los mecanismos de actuación de los servicios de deporte universitarios, cabe destacar la inclusión de actividades saludables dentro de su oferta. Especialmente deben tenerse en cuenta las actividades dirigidas, aunque es igualmente importante proveer de instalaciones adecuadas a los consumidores de actividades de uso libre. Algunos ejemplos representativos de actividades que ya están funcionando en un buen número de universidades son: yoga, el tai-chi, aeróbic, step, spinning, musculación, mantenimiento, body-weight, pilates, aero-box, fit-way, etc. La Formación Integral De acuerdo con el análisis del bien interno que presentamos al inicio del artículo, el deporte en la universidad debe contar con un carácter diferenciador y formativo que lo defina y que lo dote de una identidad propia. Desde la perspectiva de la educación no formal, la práctica deportiva puede enriquecer indiscutiblemente y desde diversas facetas la formación integral. No cabe duda de que la actividad física encierra un cúmulo de experiencias que forman al individuo no sólo a nivel físico, sino también a nivel social, emocional y moral. Cabe aclarar además que el radio de acción del deporte en la universidad no debe centrarse únicamente en los jóvenes estudiantes universitarios, ni tampoco en la comunidad uni-
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versitaria, sino que debe cumplir su función educativa con toda la población, enriqueciendo las posibilidades de la educación permanente desde una perspectiva no formal. Es decir, en el campo de acción de los servicios de deporte universitarios no sólo tienen cabida en los estudiantes o colectivos implicados laboralmente en el funcionamiento de la universidad, sino que éstos deben ampliar el radio de acción al entorno social (Morales, 2009; Roca, 2006). Por todo ello, apoyándonos en los análisis previos de Chiva y Hernando (2014), Hernando (2010b) y López-Yeste (1999), argüimos que dentro de la práctica deportiva desarrollada en la universidad, existen dos concepciones o formas de entenderla bien diferenciadas: (1) deporte en la universidad y (2) deporte universitario. Por una parte, como deporte en la universidad (1) se concibe al conjunto de práctica físico-deportiva que realiza tanto la comunidad universitaria (colectivo estudiantil y profesional), como también ciudadanos practicantes dentro de la oferta de la universidad. Se trata de una oferta que incumbe a un colectivo muy amplio cuya formación físico-deportiva no finaliza con los estudios de grado, sino que se sigue desarrollando a lo largo de toda la vida, independientemente de la edad y el enfoque de práctica (Chiva & Hernando, 2014). Desde esta perspectiva, puede decirse sin duda que el deporte en la universidad contribuye a la formación integral durante toda la vida. Por otra parte, reconociendo que el enfrentamiento deportivo es un actor esencial del entramado deportivo que no conviene eliminar, es necesario utilizar la competición deportiva universitaria para ensalzar los valores que transmite el deporte y erradicar la violencia, agresividad y la búsqueda del triunfo a cualquier precio. En este caso, la universidad se convierte en una plataforma ideal para lograrlo, consiguiendo deportistas implicados en los valores de la competición educativa y formadora, que transfieren esos valores a su forma de vida y los ponen en juego como ciudadanos críticos y comprometidos con la sociedad en la que viven. En este caso, al referirnos a un modelo de práctica deportiva competitiva-formativa, hablamos de deporte universitario (2), el cual puede delimitarse como el deporte que practican exclusivamente los estudiantes universitarios, en edades comprendidas entre los 18 y los 28 años (28 años es la edad límite de participación en actividades de la FISU). Como vemos, la competición bien entendida no está al margen de la educación integral. Para que así sea a los servicios de deporte universitarios corresponde crear una oferta competitiva en la que los valores del respeto al contrario y el fair-play sean el denominador común, propuesta cercana al concepto de “coopetición” que propone Isidori (2013). Esta oferta competitiva debe realizarse a tres niveles: intrauniversitario, interuniversitario e internacional. Todos ellos deben tener, sin embargo, los mismos objetivos, en los que la victoria dentro de los márgenes del reglamento y el respeto por los practicantes sean los referentes. Asimismo, debe perseguirse y eliminarse toda competición adulterada, de manera que el elemento formativo con el que se identifica el deporte universitario no se vea comprometido. En resumidas cuentas, tanto el deporte en la universidad como el deporte universitario no constituyen concepciones excluyentes de práctica físico-deportiva, sino todo lo contrario. El deporte universitario no deja de ser una más de las formas de práctica deportiva formadora que se lleva a cabo dentro de la concepción más global de deporte en la universidad.
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Perfil Formativo de los Trabajadores Un nuevo punto a tener muy en cuenta para ajustar la labor de los servicios de deporte universitarios a las exigencias futuras es la formación de sus trabajadores. Lógicamente, los servicios de deporte deben incorporar en sus filas personal cualificado que permita asegurar la política de actuación del deporte en la universidad. De ello depende en gran medida el cumplimiento y satisfacción de todos los objetivos socio-educativos que se les plantean. No obstante, el perfil formativo de los trabajadores debe ajustarse además a las necesidades cambiantes de cada momento. La formación de los trabajadores debe concebirse como una vía paralela de relación que éstos mantienen con los servicios de deporte universitarios. Es decir, a la vez que desempeñan sus funciones profesionales, deben seguir un proceso de formación permanente que les permita mantenerse actualizados en sus respectivas tareas. En lo relativo a estas acciones de formación permanente, conviene destacar planteamientos como la actualización en las respectivas áreas de trabajo, intercambios con otros centros, utilización de nuevas tecnologías y sistemas de gestión de la información, facilitación de la comunicación interna, formación en idiomas y plurilingüismo, dinámicas de reflexión y diálogo para conocer y participar de la filosofía corporativa, etc. A través de esta formación los trabajadores adquieren un perfil profesional idóneo que les sitúa como uno de los activos más importantes a la hora de alcanzar la misión de los servicios de deporte universitarios. Además, sugerimos que la participación de los trabajadores no se reduzca a un rol pasivo como meros receptores de la formación, sino que éstos asuman, siempre que sea posible, una responsabilidad activa en la instrucción de sus propios compañeros, potenciando así una formación aplicada y ajustada a la realidad del servicio. En definitiva, la adquisición de nuevas capacidades y competencias acordes a las demandas de cada momento repercutirá en la mejora de la realización profesional de los empleados, siendo este un hecho que sin duda redundará positivamente en su engagement, entendido como proceso positivo de afrontamiento de las nuevas demandas laborales (Ventura, Llorens, & Salanova, 2006). Conclusiones A lo largo del presente artículo ha quedado claro que la función de los servicios de deporte universitarios no debe limitarse a ofrecer instalaciones para practicar deporte sin más. Éstos deben proyectar un modelo deportivo concreto, basado en la promoción de actividad físico-deportiva con un carácter saludable y formativo, que los identifique y los diferencie de otras entidades deportivas. Es decir, no será suficiente satisfacer la práctica de los participantes a cualquier precio, sino que deberá generarse una intencionalidad educativa y formadora acorde al bien interno o misión que da sentido y legitima su praxis. Para ello, se han propuesto dos flancos de actuación, entendidos como dos niveles de concreción interconectados, sobre los que se han vertido una serie de orientaciones para el futuro. Un nivel más amplio de, carácter institucional, y otro más concreto, de carácter organizacional. A nivel institucional, apoyándonos en el Informe del deporte en la universidad del Plan Integral para la Actividad Física y el Deporte, se ha instado a promover acciones alineadas con la formación integral, la salud y el bienestar; la formación continua para profesionales y practicantes; el desarrollo de proyectos de investigación en el ámbito físico-deportivo; y el acercamiento entre la universidad y la sociedad.
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A nivel organizacional, por otra parte, se han propuesto medidas entorno a acciones como el afrontamiento de la responsabilidad social a partir del modelo integral de stakeholders; la creación y mantenimiento de instalaciones acordes con la coyuntura y necesidades actuales de crisis; el tratamiento e integración de los deportistas de alto nivel en la vida universitaria; la promoción de la investigación, ya sea entendida como investigación-acción sobre la que mejorar la propia praxis, o bien como colaboración con otros departamentos o facultades en materia deportiva; la promoción de práctica físico-deportiva como fuente de salud y de formación integral; y el perfil formativo de los trabajadores como medio de incrementar su realización profesional. Algunos de los fines comunes que se aspira alcanzar con la implantación de todas estas medidas son garantizar el acceso de un modelo de deporte formativo que contribuya al desarrollo integral del ser humano a lo largo de la vida, sin discriminación de ningún tipo; ofrecer la posibilidad de practicar deporte en instalaciones y entornos sanos y seguros; proporcionar un servicio a través de profesionales cualificados y laboralmente realizados; y posibilitar la mejora del rendimiento deportivo sin menoscabar el rendimiento académico de aquellos estudiantes que practican deporte de alto nivel. En definitiva, tras exponer el dónde estamos para determinar el a dónde vamos, el artículo se ha centrado en mostrar aquellos aspectos más relevantes desde los que poder construir una idea clara y fundamentada del deporte en la universidad del futuro. Referencias Almorza, D., Yébenes, A., Bablé, J., Rivas, R., Ronquete, J., & Casadi, I. (2011). Estudio diagnóstico del deporte universitario español. Cádiz: Universidad de Cádiz. Burrows, J. (2009). Going beyond labels: a framework for a profiling institutional stakeholder. Contemporary Education, 70(4), 5-10. Canibe, A. (2011). El papel del deporte en los campus de excelencia universitarios. Tándem, 35, 38-46. Carroll, A. (1991). The pyramid of corporate social responsibility. Toward the moral management of organisational stakeholders. Business Horizons, 34(5), 39-48. Chiva, O., & Hernando, C. (2014). El modelo español de deporte en la universidad: fundamentación, descripción y orientaciones para su gestión ética. RETOS, Nuevas tendencias en Educación Física, Deporte y Educación, 26, 5-8. Chiva, O., González-Esteban, E., & Hernando, C. (2014). Análisis de las buenas prácticas en la gestión del deporte español en la universidad. Revista Intercontinental de Gestión Deportiva, 4(1), 47-64. Consejo de Europa. (1999). Informe de la Comisión al Consejo Europeo con la perspectiva de la salvaguarda de las estructuras deportivas y el mantenimiento de la función social del deporte en el marco comunitario. Bruxelas: COM644. Consejo Superior de Deportes. (2010). Plan integral para la actividad física y el deporte. Madrid: Consejo Superior de Deportes. Cortina, A. (2013). ¿Para qué sirve realmente...? La ética. Barcelona: Paidós. De Knop, P., De Mantelaer, K., Theeboom, M., Wittock, H., & Wylleman, P. (1995). ¿Hacia un deporte universitario más hedonista y commercial? Unisport: El deporte hacia el siglo XXI. Málaga: Junta de Andalucía. Delgado, M., & Tercedor, P. (2002). Estrategias de intervención en educación para la salud desde la Educación Física. Barcelona: INDE.
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UMA MACRO-ANÁLISE DOS SERVIÇOS DO DESPORTO UNIVERSITÁRIO UN ANÁLISIS MACRO-ORGANIZATIVO DE LOS SERVICIOS DE DEPORTE UNIVERSITÁRIO
A MACRO-ORGANISATIONAL ANALYSIS OF UNIVERSITY SPORTS SERVICES Vicente Orga Universidad Politécnica de Madrid, España vicente.martinez@upm.es
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Resumo A estrutura organizacional dos Serviços Desportivos Universitários é o tema descrito neste artigo, tendo em consideração os membros das Universidades do Comité Espanhol do Desporto Universitário. A base científica da análise é estabelecida através do modelo de Mintzberg. Os resultados obtidos demonstram uma heterogeneidade de modelos com as suas peculiaridades na amostra utilizada (65 agentes), concluindo que a relação entre os parâmetros do design é claramente recíproca e não sequencial. Palavras-chave: Estrutura organizacional; Parâmetro do design; Serviços desportivos universitários. Resumen La estructura organizativa de los Servicios Deportivos Universitarios es el tema descrito en este artículo, teniendo en cuenta aquellas Universidades miembros del Comité Español de Deporte Universitario. La base científica del análisis se establece a través del modelo de Mintzberg. Los resultados demuestran la heterogeneidad de los modelos con sus particularidades en la muestra utilizada recogida (65 agentes), llegando a la conclusión de que la relación entre los parámetros de diseño son claramente recíprocos y no secuenciales. Palabras clave: Estructura organizativa; Diseño de parámetros; Servicios deportivos universitarios.
Abstract Organizational Structure of the University Sport Services is the subject that this article outlines, taking into consideration the Universities members of the Spanish Committee of University Sport. The scientific basis of the analysis is settled on the conceptual model of Mintzberg. The obtained results show a heterogeneity of models with their peculiarities in the sample made (65 agents) concluding the relation between the parameters of design is clearly reciprocal and non sequential. Keywords: Parameter of design; Organizational structure; University sport services.
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Introduction Much has been written about organisation and the organisational functions in many studies and projects of all types (Cameron & Whetten, 1983; Hall, 1996; Meyer, 1971; Peris, González & Méndez, 2001; Waterman, Peters, & Philips, 1980), pointing out both concepts are important for the success of both, entities and institutions. This article is the result of an organisation analysis research project, targeting the sports environment. Generally speaking, wherever sport has been democratised the university sports service is a body that, within the sports administration system, dominates as an organisational unit not only with respect to any of the sports environments or sub-systems, but also concerning university activities in general, which is why this article focuses on this particular entity as its analysis subject. Having compared the information provided by a number of different sources regarding organisation and the organisational function within the university sports services, it's proved that despite the existence of projects studying organisational factors, the design of the organisation is a case subjected to little or no analysis at all, which is the reason why the goals of this investigation are based on this issues. Conceptually speaking, this article is based on the theory of organisation (Blau & Schoenherr, 1971; Robbins, 1990) and, considering the many different ways of approaching the considered subject of study, a general macro-organisational approach was adopted. Bearing this in mind, the research work done regarding the formal design of the organisational structure forms the basis from which the organisational structure of the university sports services are analysed using a descriptive-type research design (Guerrero & Gómez, 1999) of the sports services members of the Comité Español del Deporte Universitario (CEDU). The analyzing process itself, based on Mintzberg’s conceptual development, turned to be proved and agreed as important scientific evidences taken from this area of knowledge were used. In such an analysis process the population parameters of the most important design variables or factors of the formal organisational structure are described and analysed, as are the contingency factors (Campos, 1996; De la Fuente, 1990; Rodríguez, 1986). The results presented meet the objectives set for the development of the research project, confirming as they do the existence of a characteristic type of structure common to an important majority of these services. Furthermore, they confirm the repercussion and importance of the organisational dimension within the structural configuration and, given the importance of the role of the environment within this contingency approach, the existence of different types of structure in accordance with environmental conditions is also confirmed. Organisations are an instrument for developing different social functions. Robbins (1990) defines the organisation as “a consciously coordinated social entity, with a relatively identifiable boundary, which functions on a relatively continuous basis to achieve a common goal or a set of goals” (p. 4). In the area of sport, organisation is a constant activity (Scott, 1992). The organisational factor has an extremely important impact on the results achieved by the sporting entities (Child, 1977), and this why every sporting organisation needs to develop an adequate structure using certain organisational principles. First and foremost, but not exclusively, the theory of organisation studies a system, namely the company, and it sets about analysing the organisation process using two main dimensions as its starting point: systematically (from the perspective of how its structure is de-
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signed and how it functions); behaviourally (from the perspective of the people who go to make up this system). Blau (1972) classifies organisations into four types: business or company; mutual benefit association; service organisation; community organisation; the service organisation is that in which the beneficiaries are the users of the organisation themselves (Hall, 1996). Within this category, García Ferrando (1990) lists four basic forms of organisation within the sports environment: the non-organised sports organisation; sports clubs; the commercial offer; sports services. The focus of the research into the organisational process can be directed towards specific objectives or areas which will form the focal point during the investigation: individual; group; organisation; organisational groups. The first two levels are considered as being microorganisational (or as organisational behaviour), and the second two levels fall within the macro-organisational approach, which is that corresponding to our purpose, given that it is the organisation as a whole that is being analysed. This approach places emphasis upon a group of variables that design the basic structure of the organisation or that contain the fundamental building blocks of the system. The contingencies approach is an expression of the general systems theory, reduced to three fundamental elements: the organisation as an open system; the influence of the environment, determining the organisation nature; there is no better way to organise statement. The contingency approach sets out to establish and/or analyse the relationships that exist between an organisation, its components and the means used to arrive at the proposal of organisational designs that are suitable for every situation or contingency. The best known work on the application of the contingency approach to organisational design is that of Mintzberg (1984), which presents a classification of structural configurations that uses different organisational variables as its starting point: organisational components; coordination mechanisms; organisational design parameters or variables; contingency factors. Organisational Design The task of designing a structure is governed by a series of general organisational principles that lead to further series of designing principles, stating how the organisation is structured. According to Mintzberg (1984), these design principles are: defining the jobs/tasks; defining the organisational units; ensuring that the units act in a coordinated and consistent way; defining the degree of centralisation-decentralisation. These principles take shape in a series of design variables that specify the questions or decisions of the formal organisational structure. Taking the previous proposal one step further, these variables are: specialisation, formalisation and preparation; the way the units are grouped and their size; planning and control systems and link-up devices; the decisionmaking system. The combination of internal and external organisational principles and variables gives a specific form to the organisational structure, model or structural configuration that is built in a formal design. With a systems-based approach, these combinations are seen as being “gestalts” or groups of closely interdependent relationships. These configurations enable the possible types of organisational structure that might be adopted by the university sports services to be explained and characterised. Burns and Stalker (1961) developed the characteristics of different models in their approach to the analysis of the organisational structure. Based on this, Mintzberg (1984) proposes a classification and 27
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defines models or mechanical structures (machine bureaucracy and professional bureaucracy) and organic models or structures (multi-divisional, adhocracy and new models). During the qualitative investigation phase it was decided that, given the general characteristics of the university sports services, the research process should concentrate upon three structures (Table 1). Table 1. Design principles and description of the basic composition of different structures. Type of structure
Simple Bureaucratic-professional Adhocratic - Minimal Specialisation - Specialisation - Specialisation - Non-formalisation - Formalisation - Little Formalisation - Non- Functional Departmentalisa- - Different departmentalisation Design Principles departmentalisation tion criteria - Non-existence of Staff - Administrative Comp. - Little Hierarchy - Centralised Structure - Decentralised Structure - Decentralised Structure Number of Operations Number of Operations and Basic Structure - Fundamental Part - Strategic Apex - Normalisation of Skills Staff - Coordination - Direct Supervision - Preparation and Specialisa- Mutual Adaptation Mechanism - Centralisation tion - Specialisation and Link-up - Fundamental - Young and Small - Certain Size and Age Devices Parameter - Simple/Stable Envi- Complex/Stable Environ- Diverse Age and Size - Contingency ronment ment - Complex/Dynamic EnvironFactors - Middle Line ment
Research Methodology In accordance with the research budgets and with the development of the theoretical framework, the objectives of this research project are: a) To prove whether the organisational structure that characterises the university sports services is the simple structure; b) Bearing in mind the importance of size as a contingency variable, to prove whether the size values of the sports services shows any relation with the complexity of the organisational structure; c) To prove whether the perception of the degree of stability and complexity of the environment influences the degree to which the structural configuration is more or less simple, bureaucratic or adhocratic. To illustrate this, a simple model has been formulated that helps to integrate the complex panorama of the open system that is university sports in order to analyse the formal organisational structure of the university sports service (Figure 1). Context Formal
- Environment - Identity
Mission and objectives
Organizational Structure
- Size
Figure 1. The formal organisational structure of the university sports service.
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This model is based on the contingency approach and it enables attention to be centred both on the individual elements and on the possible interactions between the different variables by being able to determine a type of configuration in accordance with the conditions of the context. This is a descriptive-type empirical investigation developed using the model presented. The tool designed to obtain the data has been applied to all the sports services pertaining to those universities recognised by the CEDU. On completion of the field work, a total of 65 universities had answered the questionnaire. The suggested design is a traditional organisational design analysis based on Mintzberg (1984) proposal, chosen because: it is adapted to the current conditions of the university sports services; it has a more descriptive character than others of a more analytical nature; it enables the multi-variable relationships between organisational structure variables and contingency factors to be analysed by checking types of association; it enables us to obtain results regarding structural configurations (organisational typologies). This design allows for few possibilities other than those suggested by the author, which is why the definition of the objectives has been extremely carefully chosen. The tool used to capture the data was the structured survey which was applied using two questionnaires. The first questionnaire requests job/task-related information and data regarding divisions within units and the organisational chart of the Service. The second questionnaire requests information regarding the remaining variables and dimensions defined for carrying out and developing the investigation. Results The design of the investigation and the analysis model used are of a descriptive nature, which is why more attention is paid to the content of the organisational design than to the process itself. In the descriptive analysis high typical deviation values were observed for the majority of variables. This shows a diversity of values in the design and contingency parameters, which in turn underlines a relative organisational diversity between the university sports services. On a general level, the structural analysis results confirm the basic design principles of the simple structure. Given that among themselves the configurations are not exclusive categories, the characterisation of the simple structure is subject to exceptions and to diverse conditions that are shared with configurations, as can be observed in the case study. The results of the co-relational analysis of the size variable with organisational complexity variables prove a high and positive relationship (0.87) between the size variable and the specialisation variable. This correlation can also be proved using the number of units or departments as well as the administrative component of the sports services. In the same way, a low and negatively biased relationship (0.31) between the size variable and the administrative intensity is proved, showing that this administrative component shrinks proportionally in accordance with the increase in size of the services. Eleven (11) university sports services meet these environmental conditions. On a general level, the results enable simple structure conditions to be identified, thus: the specialisation, formalisation and preparation of the jobs/tasks present low values; seven of the eleven services do not divide up the structure; seven of the eleven services do not measure results;
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only two of them have link-up devices; the size of 75% of these services is less than 20 jobs/tasks; the same percentage of these services are less than 10 years old; they do not have staff bodies, nor do they have middle line. Forty-one (41) university sports services meet these environmental conditions. On a general level, the results enable bureaucratic-professional structure conditions to be identified. When compared with the previous category, these cases present a higher level of formalisation in the design of jobs/tasks. From among those which differentiate their structure the most, three types of departmentalisation are observed: a departmental division lower than or equal to five units and lower than or equal to five sub-units (four sports services); a departmental division of more than five units and lower than or equal to five sub-units (seven sports services); a departmental division of more than five units and of more than five sub-units (eleven sports services). In general: seventy percent of services do not measure their results; there are diverse size categories and ages range from between 5 and 15 years; little apex and staff. The jobs/tasks are basically concentrated within the operational core. There are middle line jobs/tasks. Eleven (11) university sports services meet these environmental conditions. On a general level, results here enable adhocratic structure conditions to be identified, given that these cases present a higher degree of specialisation than those of the other two categories: there is no departmentalisation; if there is, it is functional or of the function-market type combination; forty percent of these services measure their results, although planning activity continues to be low (this category presents a greater amount of link-up devices than the others); different ages and sizes; the jobs/tasks here are concentrated in the operational core. There is a middle line and staff bodies. Two of the sports services have only one job/task registered. This case study has enabled the author to carry out quite a precise in-depth analysis of the content of the sports services’ organisational structure and to identify differences in the key aspects of each configuration. Discussion The Structural Characteristics of the University Sports Services The simple structure is that most used by the university sports services. However, the analysis carried out enables the fact that there exist other organisational structures that offer an alternative to this configuration to be confirmed. The simplicity with which the environment is perceived may be one of the causes of the low level of specialisation observed. This reduces the uncertainty related with the type of tasks undertaken and with the production needs. The preparation variable is one of the parameters that enable one to determine the structural movement from the simple structure towards a bureaucratic-professional or adhocratictype structure. This is because professional organisations require good skills and know-how. A third of the services studied do not divide up their structure, though a certain contradiction between the concept of departmentalisation and the material realisation thereof within the organisational chart is noticed. However, the way in which departmentalisation is carried out can be used as a good indicator when it comes to proposing a basic typology classification of the organisational structure of the services (Table 2).
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Table 2. Typology classification of the organisational structure of the services. Undivided services Basically divided services (1 to 4) Services divided into > 4 units
Elemental structure Basic structure More elaborate structure
The grouping criteria (functional, market-related or combined) are correlated with the Age of the organisation (0.60), which means that the age affects the type and conditions of the departmental division process. The organisation structure of the university sports services is characterised by the fact that it has very little apex, little or no middle line and little or no staff. In most of the cases, the tasks/jobs are concentrated in the operational core. From the analysis made regarding the distribution of the tasks/jobs within the structure of the services, it is observed that: a) With the exception of the bigger services (those with 10 or more units), no administrative components (apex and middle line) are present; b) The way in which the components of the structure develop would appear to follow the progression suggested by Starbuck and Nystrom (1981) in which first the production jobs/tasks are installed, followed by the marketing-related jobs/tasks and then others that give rise to the superstructure; c) The larger number of units, the more middle line figures exists. These cover almost all of the jobs/tasks that carry responsibility within the departments, but not in the sub-units. Three middle line demarcations are detected which correspond with the proposed departmentalisation indicator; d) The existence of four large areas of activity or departments within the services is proved: activities, administration, installations and maintenance; e) The inexistence of techno-structure (analysis and/or auditing jobs/tasks) is proved, which confirms the decision to base the approach to the study on the simple or unitary configuration forms to be the right one. Despite a low level of planning activity is observed, it's coherently structured and whenever any results are demanded, all control measures are set in place. Generally speaking, results are demanded on the initiative of the service’s management, providing a clear indication of organisational maturity and the degree of professionalism of the management process. Throughout the investigation, a general observation was made regarding an inverse relationship between centralisation and the degree of complexity. It was observed that size affects complexity and, in accordance with this parameter, the high decentralisation and complexity values noticed in many of the cases can be explained. There exists a total correspondence between priority and the percentage of usage of the control mechanisms. In small-sized services (those with less than 5 or 6 jobs/tasks) mutual adaptation (informal communication) prevails as the priority mechanism. Generally speaking, between 65% and 80% of directives related with the exercise of control and coordination tend to be verbally transmitted. Whenever coordination needs exceed the directive, mutual adaptation is also used. Generally speaking, it was observed that in decentralised structures such as the university sports service, hierarchical mechanisms such as direct supervision (monitoring and control) do not prevail. Despite the priority usage of mutual adaptation, the data observed confirmed that the use of the control mechanisms is quite compatible, given the fact that their choice is subject to matters that have little or nothing to do with the specifications of the configurations. It can be confirmed that the different configurations operate together with different mechanisms to 31
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provide support to the task of coordination. There is, therefore, no correspondence between the type of configuration and the type of mechanism; each director or directive, rather than using one mechanism, uses a combination of these depending upon the directive style as well as on the characteristics of the activities and/or tasks to be carried out. As far as the contingency factors are concerned, it was observed that the university sports services are generally young organisations (of between five and fifteen years old), small in size, and with two outstanding demarcations: between 1 and 20 jobs/tasks where the majority of services are located, and between 20 and 40 jobs/tasks where the services with the greater structural elaboration are located. All of the services present little external control or, what amounts to the same thing, a high degree of managerial autonomy. In general, a series of basic principles were observed that characterise the simple structure as the most characteristic organisational structure of the university sports services, but with three counterpoints: high decentralisation; concentration of the jobs/tasks in the operational core; compatibility in the usage of the control mechanisms. As expected, it can therefore be confirmed that this is not a pure structure, and this opens the door to another type of suppositions and possible explications regarding the way it is designed and what it is that is being discussed here. The Influence of Size upon the Organisational Design It has been proved that size is related with differentiation and structural elaboration, in other words that the increase in size is not merely an influx of staff, but that it is closely connected with the organisational design. The analysis enabled certain suppositions that bestow an important value upon this variable as regards the type of organisational structure that might be adopted by the university sports services to be confirmed. Confirmation that the relationship between size and degree of specialisation is a clear indicator of organisational complexity can be found in De la Fuente, García-Tenorio, Guerras, and Hernangómez (2000) and Robbins (1990). It can also be stated that the sports services of a size greater than that of 50 collaborators that show a high level of specialisation are relatively complex organisations. The relationship between size and other structural variables enables one to observe how the university sports services pass from one set of organisational structures to another. It also confirms and/or broadens suppositions regarding the way designs are carried out, given that as the services become increasingly structurally elaborate, they change from being a more or less pure simple structure into another more organisationally complex type of structure. The analysis undertaken has enabled certain relationships to be investigated more explicitly and to offer conjectures and/or suppositions regarding the impact this variable has both on individual values and on the structure as a whole. The reasons that might explain why the ratios between size and age (0.61) are not higher are the existence of a considerable number of elementary structures that do not develop organisationally or that present zero growth rates and the presumption that the rate of growth is not strictly quantitative or, put another way, once the organisational structure has been consolidated, the growth vector is more qualitative in character. In agreement with that stated by Meyer (1972) and Robbins (1987), it can therefore be assumed that organisational size is a determining factor in terms of organizational design.
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However, the opposite statement is not true, a fact proved in some longitudinal studies (Daft, 2009; Nadler & Tushman, 1988). Organisational Design in Sports Services Results prove the existence of relatively diverse sports structures that form a consolidated part of all Spanish universities. This investigation has proved the existence of certain relationships, and although these are neither timeless nor universal, they can serve as a reference when it comes to learning more about organisational structure and, practically speaking, about the structural design of sports entities. Organisation is not only an activity that involves a high level of complexity, but it is also a central aspect as regards the long-term success of both entities and institutions. Therefore, organisational design becomes a decisive element for the achievement of objectives within the university sports services, and the organisational structure is the instrument used to make it possible to meet these objectives. An important conclusion is that it is not possible to describe a single basis upon which to build and develop the organisational design with respect to the university sports services. Furthermore, there is no one perfect structure for these, rather a number of possible combinations according to the conditions of each service. It has been proved that the environmental characteristics condition the type of structural configuration of the university sports services, although it has been observed that the environment-structure relationship is not a standard one and that it affects the different services in different ways. A greater or lesser degree of influence over the organisational structure has been observed depending on the type of environment. The results allow us to suggest that stable environments encourage the formation of bureaucratic-type structures by proposing that the relationship in question is asymmetric, in other words, that the dynamic conditions exercise a greater degree of influence within the structure than do their static counterparts, and that bureaucratic structures use their power to stabilise environments. Other proposals complementary to these are that instability reduces bureaucratisation and that stability makes adaptation difficult. Further Propositions to Help Understand Organisational Design in Sports Services Reaching an acceptable degree of know-how with respect to organisational structure has never been easy due to: the complexity of the relationships that might be established; the difficulty of delimiting the structure conceptually and operationally; the difficulty of establishing reliable measures that enable structural differences to be established. This research project includes a description of the most characteristic structural configuration of the university sports srvices in Spain using organisational design as its starting point. It also describes certain existing and latent structural differences that have enabled a whole series of proposals and suppositions to be developed, the intention of which is that of developing a research framework and providing a greater degree of conceptual breadth for future investigations. All attempts made to define the concept and the decisions associated with organisational structure must be understood as a part-being. This is because it can be considered as a whole
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set of approaches with longer of fewer validations trying to best reflect the analysis perspective. The organisational design does not tend to materialise in a vacuum. Rather it originates from knowledge of previous structures, and this is why certain similarities between structures created during a specific period are found. Structures do not change their composition overnight. They are better represented by stating that they pass through transitional phases (changes in the organisational parameters) that result in different configurations. Once the characteristics of the configurations have been presented, it is a matter of determining whether a model or yardstick exists that enables the characteristics of the sports services to be synthesised at different times and that helps predict the design in accordance with the most important parameters. Based upon the organisational life cycle (Cameron & Whetten, 1983; Peris et al., 2001; Quinn & Cameron, 1983), different organisational statuses are reflected according to periods. This model recognises the existence of four statuses or phases during the lifespan of all organisations: the statuses of creation, growth, consolidation and decline. These enable a certain type of structure to be characterised as well as allowing for certain structural differences to be accurately recognised. Whilst in each of these statuses organisations show different structural characteristics. The university sports services might well employ this model as a reference to both recognise and analyse the most suitable structural design for each of their status phases or during each of their periods of transition. The organisational design prepares the system in such a way that it works, but it is the task of strategic management to decide what has to be done and to qualify the results that must be achieved. The organisational design demands strategic basis in order to achieve the organisational and operational objectives and thereby ensure that the jobs/tasks and the activities all have a content that is both precise and coordinated. The choice of organisational structure, therefore, must be guided by the strategy, given that the initial grouping (the differentiation of activities) or primary structure must be carried out using the key success factors and the strategic contingencies as its starting point. The selection of structures and of their design is not merely a rational process, rather one that is subjected to the political power and decision making of individuals such as managers and directors. There is no such thing as a mechanical adaptation process. Generally speaking, the directors have more autonomy than that suggested by the defenders of contextual determinism. Those in charge of the organisations can choose from a wide range of structural possibilities that are compatible with the environment in which the entity is active. They can even go so far as to modify this environment via their actions and decisions in such a way that organisations are not condemned to always doing the same thing, nor to organise themselves in the same way. It is patently obvious that those who run the organisations enjoy a certain degree of autonomy when it comes to choosing the structural design that best suits their interests and their perception of the environment in which their entity is positioned. However, this design must take into account the external or contingency factors, if not as determining elements of the structure, then as agents that restrict it. Throughout the analysis, a high percentage of small-sized organisations was found, the majority of which have been recently created. Organisations such as these are faced with different organisational and structural problems. In small-sized organisations, those in charge have somewhat more limited structural design options than in larger organisations. The possible organisational problems or conflicts facing small organisations reduce their possibilities of
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finding a structural solution, which is why they show, as has been observed, greater degrees of correspondence regarding the values of the population parameters. Further longitudinal studies are necessary to clarify the relationships presented between the variables, enabling the propose of more explicative investigation designs. Merely by comparing the structural dimensions within time it is possible to determine the influence that they have on the organisational structure. Once these population parameters are known, initiatives to develop a different type of organisational investigations within the sports entities field can be faced from now on. One of the most important conclusions of this investigation is that the relationships between the design parameters are clearly reciprocal and not sequential. The design parameters form an integrated system of processes and decisions in which each and every one of them is linked with all the rest, meaning that any change or modification made to a design parameter implies or may imply changes in the rest of the variables. References Blau, P. (1972). Interdependence and hierarchy in organizations. Social Science Research, 1, 1-24. Blau, P., & Schoenherr, P. (1971). The structure of organizations. New York: Basic Books. Burns, T., & Stalker, G. (1961). The management of innovation. London: Tavistock. Cameron, K., & Whetten, D. (1983). Organizational effectiveness. A comparison of multiple models. New York: Academic Press. Campos, E. (1996). Organización de empresas. Estructura, procesos y modelos.Madrid: Piramide. Child, J. (1977). Organizational design and performance: Contingency theory and beyond. Organization and Administrative Sciences, 3,169-183. Daft, R., & Armstrong, A. (2009). Organizational theory and design. Toronto: Nelson. De la Fuente, J. (1990). La estructura organizativa de las empresas en Castilla y León. León: Celarayn. De la Fuente, J., García-Tenorio, J., Guerras, L., & Hernangómez, J. (2000). Diseño organizativo de la empresa. Madrid: Civitas. García Ferrando, M. (1990). Aspectos sociales del deporte. Una reflexión sociológica. Madrid: Alianza Editorial. Guerrero, A., & Gómez, O. (1999). El Deporte Universitario en España. Contexto general y tendencias. Revista Jurídica de Deporte y Entretenimiento, 2, 45-66. Hall, R. (1996). Organizaciones. Estructuras, procesos y resultados. New Jersey: PrenticeHall. Meyer, M. (1971). Some constraints in analizing data on organizational structures. American Sociological Review, 36, 294-297. Meyer, M. (1972). Size and structure of organizations: A causal snalysis. American Sociological Review, 434-444. Mintzberg, H. (1984). La estructuración de las organizaciones. Barcelona: Ariel. Nadler, D., & Tushman, M. (1988). Strategic organization design. Concepts, tools & processes. Glenview: Foresman Scott. Peris, F., González, T., & Méndez, M. (2001). Organización, diseño organizativo y comportamiento. Modelo conceptual y modelo analítico. Valência: Universidad de Valencia.
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A POSIÇÃO DA NATIONAL COLLEGIATE ATHLETIC ASSOCIATION (NCAA) NO MODELO DESPORTIVO NORTEAMERICANO. NOVOS DESAFIOS E REFORMAS PENDENTE
LA POSICIÓN DE LA NATIONAL COLLEGIATE ATHLETIC ASSOCIATION (NCAA) EN EL MODELO DEPORTIVO NORTEAMERICANO. NUEVOS RETOS Y REFORMAS PENDIENTES THE POSITION OF THE NATIONAL COLLEGIATE ATHLETIC ASSOCIATION (NCAA) IN THE US SPORTS SYSTEM. NEW CHALLENGES AND PENDING REFORMS
Ramón Terol Gómez Universidad de Alicante, Espanã ramon.terol@ua.es
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Resumo Neste estudo abordaremos qual é a posição do National Collegiate Athletic Association (NCAA) no contexto do modelo desportivo dos Estados Unidos, com referência tanto às suas origens como ao seu poder e influência. Tudo isto para destacar que as competições que organiza nos desportos de futebol americano e basquetebol são de nível tão elevado e geram tantas receitas, uma parte da indústria de entretenimento, que parece um contraditório que os estudantes-desportistas sejam amadores. Esta situação levou a diversos conflitos, embora o mais recentemente levantado por uma associação de estudantes-atletas possa terminar com o reconhecimento de estes como, e certamente, funcionários da universidade. Palavras-chave: Desporto universitário; Desportistas; Estados Unidos; Estudantes. Resumen En el presente estudio abordaremos cuál es la posición de la National Collegiate Athletic Association (NCAA) en el contexto del modelo deportivo de los Estados Unidos, con referencia tanto a sus orígenes como a su poder e influencia. Todo ello para poner de relieve que las competiciones que organiza en los deportes del fútbol americano y el baloncesto son de un nivel tan alto y generan tantos ingresos, una parte de la industria del entretenimiento, que resulta contradictorio que los estudiantes-deportistas sean amateurs. Esta situación ha llevado a diversos conflictos, aunque el más recientemente planteado por una asociación de estudiantesdeportistas puede terminar con el reconocimiento de estos como, ya sin duda, empleados de la universidad. Palabras clave: Deporte universitario; Deportistas; Estados Unidos; Estudiantes. Abstract In the present paper, we will address what is the position of the National Collegiate Athletic Association (NCAA) in the context of the United States sports model, with reference to both its origins and its power and influence. All of this in order to emphasize that the competitions of the NCAA in the sports of football and basketball are high level contests and generate much revenue, a part of the entertainment industry, which is contradictory that studentathletes are amateurs. This has led to various conflicts, although the most recently raised by an association of student-athletes can finish recognizing that they are, and certainly, university employees. Keywords: Athletes; United States; University sport; Students.
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Introducción El deporte universitario, en España, se considera como un subsistema dentro del modelo deportivo general (Palomar, 2011), que está caracterizado por una fuerte presencia de la intervención pública sobre las Federaciones Deportivas. En Estados Unidos, por el contrario, la influencia de las instituciones de enseñanza en el modelo deportivo es tan radical como única. Habiendo sido objeto de atención la estructura y régimen del deporte universitario en España en trabajos anteriores (Terol, 2004; 2006a; 2009a), aquí nos centraremos exclusivamente en resaltar los caracteres que hacen peculiar el modelo de deporte universitario de los Estados Unidos, prestando especial atención a la National Collegiate Athletic Association (NCAA), que es la asociación que aglutina a la mayor parte de las instituciones de enseñanza superior. Existen otras asociaciones, como la National Junior College Athletic Association (NJAA), fundada en 1937, y la National Association of Intecollegiate Athletics (NAIA), que se constituyó en 1940. También, existe una estructura organizativa que abarca todo el territorio de los Estados Unidos y que aglutina a las entidades y organizaciones de enseñanza secundaria a los efectos de organizar los correspondientes campeonatos estatales y nacionales: la National Federation of State High School Associations (NFSHSA), que comenzó a operar en 1922. Sin embargo, la NCAA no sólo es la más influyente y poderosa, como pondremos de relieve más adelante, sino que además es la que más instituciones de enseñanza superior integra y desde luego la más antigua, ubicándose sus orígenes en el origen mismo del deporte organizado en los Estados Unidos. Existe coincidencia en señalar como la primera competición interuniversitaria que existió la regata que enfrentó a una embarcación de Harvard y dos de Yale el 3 de agosto de 1852 en el Lago Winnepesauke, en New Hamphsire (Lewis, 1970; Smith, 1988), alzándose la Universidad de Harvard con la victoria y precediendo así a la constitución en 1858 de la College Rowing Association, que desde entonces celebra una regata anual. El fenómeno se extendió a otros deportes como el béisbol, deporte que en Estados Unidos está considerado el national pastime, considerándose que el primer encuentro entre universidades tuvo lugar en Massachusetts en 1859 entre las de Amberst y Williams (Carson & Rinehart, 2010), para después, en 1879, formarse la College Baseball Association (Smith, 1988). Lo mismo sucedió con el fútbol americano, deporte en el que en 1969 las universidades de Rutgers y Princeton celebraron su primer encuentro interuniversitario. Sólo 10 años antes de que se redactaran las reglas de este deporte al hilo de la constitución en Massachusetts de la Intercollegiate Football Association, cuyo principal objeto era ir revisando anualmente tales reglas (Smith, 1988). Junto a este fenómeno, que tiene que ver con el criterio del concreto deporte para organizarse, se asiste también en esa época a la creación de asociaciones constituidas por universidades próximas a los efectos de organizar sus propias competiciones, como en 1869 sucedió con la Big Ten Conference, o con la Ivy League, organizaciones todas estas que con la denominación de “Liga” o de “Conferencia” más tarde se integrarían en la NCAA. Centrándonos en el origen de la NCAA, el mismo está muy pegado a los inicios del fútbol americano, deporte de mucho contacto físico cuya práctica entre estudiantes universitarios arrojó el lamentable resultado de 18 muertos y 149 heridos graves en la temporada 19041905. Ello dio lugar a que el entonces Presidente de los Estados Unidos, Theodore Roosvelt, reconocido aficionado a ese deporte, convocara a una reunión a los rectores de las universidades de Harvard, Princeton y Yale a fin de abordar el problema e implantar en la práctica del fútbol americano unos principios éticos y de conducta directamente asentados en la condición de estudiantes universitarios de los deportistas (Terol, 2006b).
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A partir de ese momento se sucedieron las reuniones entre rectores, que culminaron con la constitución de la Intercollegiate Athletic Association of the Unites States, que celebró su primera asamblea el 29 de diciembre de 1906, uniéndose 39 universidades. Número que fue creciendo hasta que en 1910 adoptó la actual denominación de NCAA y, sobre todo, 1921, año en el que la asociación pasó de ser un foro de discusión que servía para unificar y establecer las reglas de las distintas disciplinas deportivas - y señaladamente del fútbol americano - a organizar sus primeros campeonatos nacionales en el deporte del campo a través (Falla, 1981; Smith, 2000). Desde entonces hasta ahora, la NCAA no ha hecho más que crecer, estando integradas en la misma algo más de 1.100 universidades y participando en sus campeonatos nacionales más de 430.000 estudiantes. Se organizan así por la NCAA 89 campeonatos nacionales, 44 para mujeres, 42 para hombres y 3 mixtos, en 23 deportes o modalidades deportivas tanto individuales como de equipo. Ya sólo este dato nos da idea de las considerables dimensiones de esta entidad y del consecuente peso específico que habrá de tener en el contexto del modelo deportivo norteamericano, y más si tenemos en cuenta que la afluencia de público a los encuentros que organiza la NCAA y el interés de los operadores televisivos por retransmitirlos dadas su importantes audiencias es sólo comparable al que despiertan las cuatro Ligas mayores de los Estados Unidos. Teniendo presente todo ello, y sin perjuicio de que la NCAA haya sido objeto de un monográfico trabajo anterior (Terol, 2006b), en el presente estudio pondremos de relieve las notas que consideramos distinguen a la NCAA como organización y la posicionan como una entidad absolutamente determinante del modelo deportivo de los Estados Unidos. Una organización, la NCAA, ciertamente controvertida cuyas competiciones de máximo nivel son además objeto de comercialización, y que en la actualidad está en la tesitura de considerar - o que los Tribunales de justicia lo hagan si no - que los estudiantes que protagonizan sus competiciones son algo más que deportistas y algo menos que estudiantes, pues cada vez es más complejo, por lo que más adelante veremos, considerar que quien participa en determinadas y rentabilísimas competiciones deportivas tiene prohibido obtener ingreso alguno. No es la primera vez, como también veremos, que la NCAA se ha sometido a un proceso de reforma y ha estudiado y analizado su propia estructura interna y fines. Lo novedoso es que los estudiantes-deportistas hayan acudido a las autoridades públicas en busca de un reconocimiento que, hasta la fecha, no han obtenido. Las Peculiaridades del Modelo de Deporte Universitario en los Estados Unidos y la Influencia de la Poderosa NCAA Una de las más relevantes notas distintivas del modelo deportivo norteamericano es, sin duda, el protagonismo de las instituciones de enseñanza. Las competiciones que se organizan tanto en el ámbito de las de enseñanza secundaria como en el de las universidades, tienen un extraordinario nivel competitivo y, desde luego, una importante repercusión entre los ciudadanos de las localidades donde están los distintos equipos. Tanto es así, que puede afirmarse que el más alto nivel competitivo existente en Estados Unidos previo a las competiciones que organizan las ligas profesionales está en las competiciones que organiza la NCAA. Y eso sucede con especial intensidad en los deportes del fútbol americano y el baloncesto. Lo mismo puede afirmarse respecto de deportes individuales como el atletismo, la natación o el tenis, donde el nivel de las competiciones de la NCAA es extraordinario.
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Ha de tenerse en cuenta que las denominadas ligas mayores norteamericanas están además de en esos dos deportes, sólo en el béisbol y en el hockey sobre hielo. Estas son la National Basketball Association (NBA), la National Football League (NFL), la Major League Baseball (MLB) y la National Hockey League (NHL), que tiene sus raíces en Canadá. Estas organizaciones tienen en lo que al presente estudio interesa la particularidad de que los equipos que conforman estas ligas, sobre todo en la NBA y la NFL, no cuentan con una estructura de cantera o con equipos dependientes de donde surgen nuevos talentos o donde pueden estos formarse. Asimismo, e incluso en los deportes donde existen ligas menores, como es el caso del béisbol y el hockey sobre hielo, el nivel competitivo de las competiciones de la NCAA poco tiene que envidiar. Siendo por tanto las competiciones de la NCAA la principal fuente de nuevos jugadores para las grandes ligas, y en términos generales, dado su importante nivel competitivo, es un dato objetivo que los deportistas universitarios son los que en más óptimas condiciones se encuentran para representar a los Estados Unidos en los Juegos Olímpicos, lo que otorga a las universidades un papel muy relevante en su preparación. Ese nivel competitivo de las competiciones de la NCAA, y que las ligas profesionales acudan a las mismas en busca de nuevos jugadores, no es más que el resultado de la decidida apuesta por el deporte que realizan las universidades norteamericanas. Tanto en términos organizativos, a través de los denominados Departments of Athletics como organizaciones especializadas en los distintos campus para la gestión del deporte, como de recursos tanto materiales - instalaciones e infraestructuras deportivas - como humanos, contando con los más reputados entrenadores, cuyos sueldos en los deportes del fútbol americano y el baloncesto bien poco tienen que envidiar a los mejor pagados de la NBA o la NFL. Desde luego que sostener estas estructuras organizativas y dotarlas de medios tiene un coste ciertamente extraordinario que asumen las propias universidades. Una muestra de ello está en que en 2009, las 100 universidades que más dinero han gastado en sus programas deportivos, gastaron un total de 5.045 millones de dólares. La que más gastó fue la Universidad de Texas (112 millones de dólares) y la que gastó menos fue la Universidad de Marshall (20 millones de dólares) (Clotfelter, 2011). Universidades, muchas de ellas privadas, que conviven junto con la mayoría que en cierto modo son públicas y de los distintos Estados. Tener la repercusión tanto mediática como social que proporciona el deporte a las distintas universidades justifica tan cuantiosas inversiones. Si las competiciones universitarias de la NCAA son de tan alto nivel, parece claro que también habrán de proporcionar cuantiosos ingresos a las universidades, y por ello no debe resultarnos extraño que exista un jugoso contrato televisivo a nivel nacional para retransmitir los encuentros universitarios. Así se puede calificar el actual contrato televisivo con CBS Sports and Turner Broadcasting, por 14 años y que comportan 10.800 millones de dólares sólo por los derechos de retransmisión televisiva cada año del campeonato masculino de baloncesto de la División I de la NCAA. Se trata la NCAA, en resumidas cuentas, de una entidad que genera mucho dinero y que cada vez genera más, si observamos la siguiente progresión de los ingresos (operating revenues) obtenidos por sus actividades desde la temporada 2006/2007, que no han hecho más que incrementarse: 2006/2007 (560.553.000$); 2007/2008 (602.255.000$); 2008/2009 (661.000.000$); 2009/2010 (749.800.000$); 2010/2011 (845.900.000$); 2011/2012 (871.600.000$); 2012/2013 (912.804.046$). Tampoco debe extrañar que la NCAA cuente con toda una estructura empresarial para la comercialización de diversos productos licenciados por ella misma, sin olvidar los ingresos que se obtienen por el patrocinio directo de diversas
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marcas multinacionales. De ahí que sea preciso que los distintos Departments of Athletics de las universidades implicadas en tales competiciones cuenten dentro de su estructura organizativa con áreas de gestión que se ocupa del marketing, la publicidad y la comercialización, en el más amplio de los sentidos, de los eventos deportivos y su imagen de marca. En otras palabras, resulta indudable que la NCAA ha entrado de lleno, y desde hace mucho tiempo, en la industria del entretenimiento. De hecho, a las competiciones de la máxima categoría universitaria, la División I en baloncesto y la I-A en el deporte del fútbol americano se las denomina Big Time, es decir, las de éxito. Ello tiene consecuencias de diverso orden, como que se aplique a las operaciones comerciales de la NCAA la legislación relativa a la defensa de la competencia contenida en la Sherman Act, y que cuando se trata de las competiciones Big Time resulte ciertamente difícil de justificar el carácter amateur de los deportistasestudiantes, pues en efecto, estos no perciben salario alguno por competir salvo las becas de estudios. Curiosamente, es un hecho que en existen al menos 32 entrenadores de baloncesto en las universidades, que tienen un suelo anual de más de 1 millón de dólares. El mejor pagado de todos es Mike Kryzewski de la Universidad de Duke con un sueldo de 10 millones de dólares al año. En el fútbol americano, otro tanto de lo mismo, pues entrenadores como Nick Saban, de la Universidad de Alabama, gana 5 millones de dólares, y no puede decirse que sea una excepción. Por el contrario, los deportistas no tienen sueldo. Este panorama, lleno de contradicciones y extremadamente competitivo, genera también un escenario en el que las universidades compiten unas con otras para becar a los mejores deportistas y llevarlos a sus campus, lo que se conoce como recruiting o proceso de reclutamiento. Asimismo, son cuantiosas las ocasiones en las que se han detectado fraudes e incumplimientos de la normativa al respecto por parte de las propias universidades, que han vulnerado las normas con la finalidad de obtener ventajas deportivas, ocasiones estas en las que se ha acreditado el poder coercitivo de la NCAA. Poder que, como resulta usual en Estados Unidos, ha sido discutido en los Tribunales de Justicia. Manejar esta estructura, en suma, es función de la NCAA, cuya principal labor es normativizar, establecer reglas para ordenar desde la competición hasta las relaciones entre las universidades, pasando obviamente por la explotación comercial de los encuentros, y desde luego fijar los requisitos que deben concurrir en los estudiantes para competir. No debe dejarse de lado que la NCAA, en resumidas cuentas y en términos estrictamente jurídicos, es una asociación privada sin ánimo de lucro, respecto de la cual su norma constitutiva en el apartado 3.1. del artículo 1. (Política Fundamental) establece que un objetivo básico de esta Asociación es mantener el deporte interuniversitario como una parte integral del programa educativo y a los deportistas como parte integral del grupo de los estudiantes y, al hacer esto, conservar una diferenciación clara entre el deporte universitario y el deporte profesional. Asimismo, y esto da una clara idea de cuál es el papel que entiende como plenamente asumido la NCAA, dispone en el encabezado del mismo precepto que los programas deportivos competitivos de las Instituciones Miembro están diseñados para ser una parte vital del sistema educativo. Si lo hasta ahora indicado es ciertamente peculiar, también lo es la existencia de unas políticas en materia de igualdad de género que son ciertamente determinantes del propio modelo deportivo de las universidades. Ello no es nada nuevo y deriva de la aplicación del denominado Title IX, que es como se conoce la reforma que se llevó a cabo en 1972, en la Civil Rights Act de 1964, en materia educativa, pues ni más ni menos que prohibía cualquier clase de discriminación sexual en los programas educativos que fueran financiados con fondos públicos, teniendo las previsiones de la norma una clara trascendencia respecto de la práctica
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deportiva que se realice en instituciones de enseñanza, y más si cabe con la aprobación de la Civil Rights Restoration Act de 1987, donde se extiende expresamente la exigencia de no discriminación a toda institución educativa, esté o no financiada con fondos públicos, por lo que a partir de ahí se produjeron exitosas batallas judiciales llevadas a cabo por mujeres exigiendo, incluso a instituciones educativas privadas, una equilibrada inversión entre programas deportivos masculinos y femeninos. Esto explica, directamente y sin ir más lejos, que hayan más campeonatos femeninos que masculinos en la NCAA. Junto a lo anterior, existen sobrados ejemplos que demuestran la influencia de la NCAA en la sociedad norteamericana y, sin duda, en los poderes públicos, existiendo reformas legislativas que se han dirigido a favorecer directamente la posición de la NCAA. Pongamos algunos ejemplos ciertamente relevantes de ello, que son objeto de nuestra atención en otros trabajos (Terol, 1998; 2009b; 2011) que aquí señalamos aunque sea de modo telegráfico: a) Cuando para solventar un problema que afectaba directamente a la NFL y se aprobó en 1961 la denominada Sports Broadcasting Act - que venía a proteger a las grandes ligas de la aplicación de las normas reguladoras de la libre competencia a los contratos de exclusiva que pudieran alcanzar para la retransmisión televisiva de encuentros - se aprovechó para prever en la norma la prohibición de la retransmisión de cualquier encuentro profesional ni en viernes por la tarde ni los sábados durante el período de tiempo comprendido entre el segundo viernes de septiembre y el segundo sábado de diciembre de cada año. Previsión que tiende claramente a proteger las competiciones de la NCAA; b) La regulación actual de los representantes de deportistas o agentes, tiene mucho que ver con la influencia que ha ejercido la NCAA. Siendo estos profesionales los que vienen a propiciar el tránsito de los deportistas desde la competición universitaria hasta la profesional, esto es lo que ha generado y genera muchos conflictos pues si por un lado la NCAA penaliza, con la pérdida del derecho a participar en sus competiciones a los deportistas que perciban algún salario o firmen algún contrato con clubes profesionales - como más adelante veremos - por otro, los agentes tienen en estos jugadores a sus principales y más prometedores clientes, lo que ha contribuido a ofrecer a la sociedad norteamericana una visión negativa de esta profesión, y hay que reconocer que no han sido pocos los casos en los que el mayor perjudicado ha sido el deportista (Mills, 2012; Shropshire & Davis, 2008; Telander, 1990). Sin entrar en mayores consideraciones, retengamos que el legislativo estadounidense aprobó a nivel federal el 24 de septiembre de 2004 la Sports Agent Responsability and Trust Act (SPARTA). Norma que, de acuerdo con Wong (2010), coloca bajo el escrutinio de la Federal Trade Commission las conductas que prohíbe, a la que apodera para perseguir a los agentes que en violación de las previsiones de la norma incurran en prácticas injustas y engañosas. Asimismo, apodera también a los fiscales generales de los Estados para demandar a los agentes ante los Tribunales Federales. SPARTA, en resumen, va principalmente dirigida a los agentes que acuden a las universidades al objeto de que deportistas se hagan con sus servicios, y prohíbe determinadas conductas como firmar un contrato de representación con un deportista valiéndose de falsedades o información no correcta así como hacerlo a cambio de regalarle algo de valor; predatar o post datar un contrato, o firmarlo sin aportar al estudiante un documento que contenga las consecuencias de tal firma con arreglo a la ley. Asimismo, se debe comunicar el contrato en el plazo de setenta y dos horas a la universidad, y se establecen sanciones por violar la ley así como la obligación de indemnizar por daños a las universidades;
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c) En materia de apuestas deportivas, hay que tener en cuenta que la NCAA en sus normas disciplinarias prevé fuertes sanciones a todo miembro de su organización que se involucre en actividades relacionadas con apuestas deportivas, pudiendo constatarse que ha desarrollado una intensa actividad en orden a proponer medidas legislativas contra las apuestas en sus competiciones (Grady & Clement, 2005). Por ello, no puede dejar de mencionarse a nivel federal la denominada Professional and Amateur Sports Protection Act de 1992, que considera ilegal para cualquier persona o autoridad gubernamental - lo que va referido principalmente a los Estados - patrocinar, operar, promocionar o promover apuestas, juegos de azar o una combinación de apuestas basadas, directa o indirectamente, en una o más competiciones oficiales en las que participan deportistas amateurs o profesionales, o están destinados a participar, o en una o más actuaciones de tales deportistas en tales encuentros. Esta norma va dirigida a los Estados y tiene la particularidad de que su aplicación se excepciona para aquellos que ya operaran apuestas deportivas con anterioridad al 31 de agosto de 1990 o bien que hubieran legalizado este tipo de apuestas entre el 1 de septiembre de 1989 y el 2 de octubre de 1991, previsiones estas que afectaron a Oregón y Delaware, así como a Nevada, que es el Estado que con más amplitud autoriza apuestas deportivas. Asimismo, se otorgó otra excepción para aquellos Estados que tuvieran autorizados casinos en los diez años anteriores a la entrada en vigor de la Ley - 1 de enero de 1993 - y aprobaran hasta esa fecha legislación que autorizada las apuestas deportivas, lo que se previó pensando en una futura legislación en New Jersey aunque este Estado finalmente no la aprobó. También quedaban exentas de la aplicación de esta Ley las apuestas mutuas en carreras de caballos y de galgos, así como el jaialai o frontón. Una particularidad importante es que esta ley apodera a las ligas profesionales y a la NCAA para acudir a los Tribunales frente a cualquier iniciativa que suponga la organización y comercialización de apuestas relacionadas con las competiciones que organizan. Iniciativas que, por cierto, suelen venir de los distintos Estados. Apuntadas las peculiaridades que encontramos en la NCAA, y apuntadas también algunas muestras que consideramos muy indicativas del poder e influencia de esta asociación de universidades, pasamos de inmediato a ocuparnos de dos cuestiones directamente vinculadas al aspecto económico de la competición. La primera, sobre la estructura organizativa misma de la NCAA. La segunda, en contraste con todo lo visto hasta ahora, con los requisitos que fija para que los estudiantes-deportistas puedan competir y, al hilo de ello, la contradictoria posición que ostenta en orden a la cerrada defensa del amateurismo de la que la NCAA hace gala. Sobre la Dimensión Económica y Organizativa de la NCAA y las Reglas de Elegibilidad. Negocio versus Amateurismo Formando parte de la NCAA más de 1.100 universidades, es claro que las competiciones que se organizan entre un colectivo tan heterogéneo son también de muy distinto nivel competitivo, que es lo que determina las necesidades bien diferentes para su buena gestión. De ahí que en 1973 se crearan dentro de la NCAA tres Divisiones, la I, la II y las III, a efectos tanto de gestión de las distintas competiciones como de regular las mismas, teniendo en cuenta además que en la I existen para el fútbol americano dos subdivisiones, la I-A y la I-AA, que se instauraron en 1978, quedando la División I-AAA para integrar a aquellas universidades de la División I que no tienen equipo de fútbol americano. La estructuración de la NCAA en Divisiones se forta-
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leció extraordinariamente a partir de 1997 constituyendo en la práctica un modelo descentralizado que otorga grandes potestades a cada una de ellas (Carter, 2000). Los criterios para acceder a una u otra División para nada tiene que ver con ni con méritos deportivos ni con un sistema de ascensos y descensos de una División a otra que se gane o pierda en el terreno de juego. Pertenecer a una u otra División depende de circunstancias de carácter objetivo como el número de deportes en los que se involucra cada universidad. De ese modo y por ejemplo, en la División I es preciso que cuenten con al menos 7 deportes femeninos y 7 masculinos, o 6 para hombres y 8 para mujeres; y si quieren ofrecer fútbol americano, en la subdivisión I-A deben contar con un mínimo de audiencia, en términos de espectadores de los encuentros, consistente en una media de 17.000 espectadores en los encuentros de casa, o 30.000 plazas en el estadio donde se disputen los encuentros. Aasimismo, en esta División es imprescindible acreditar suficiente financiación para sus programas deportivos, incluidas las becas a los estudiantes-deportistas, que no pueden ir más allá de unas cuantías máximas que la propia NCAA establece. Requisitos todos estos que brillan por su ausencia si se quiere pertenecer a la División III. En resumidas cuentas, la diferencia entre las Divisiones tiene que ver sobre todo en dónde se pone el énfasis, si en fomentar la participación de los estudiantes por encima de otras valoraciones o en, además de ello, ofrecer una competición atractiva para el público, que es lo que sucede en la División I. Y muy especialmente en las competiciones de baloncesto y fútbol americano que se dan en llamar Big-Time. La estructura de competiciones en esos dos deportes, queda absolutamente determinada por su extraordinario nivel competitivo o, mejor, por constituir un producto muy atractivo para su comercialización. Es más, en el caso del fútbol americano, el más rentable con diferencia de todos los deportes universitarios, el formato de sus competiciones está determinada por una Sentencia del Tribunal Supremo de 1984 que resolvió el caso NCAA vs. Board of Regents of the University of Oklahoma and Georgia Athletic Association. Se resolvió un conflicto por los derechos televisivos entre varias universidades y la NCAA al entender aquellas que las reglas de reparto de tales derechos fijadas por la NCAA eran restrictivas de la libre competencia. Fallando el Tribunal Supremo a favor de las universidades (Arico, 1986; Greenspan, 1988), desde ese año comenzó la tradición de los Bowl Games, esto es, trofeos que disputándose en un lugar determinado enfrentan a dos equipos de calidad contrastada, convirtiendo el evento en todo un acontecimiento deportivo, mediático y que congrega a un número importante de público. Dado que organizar un campeonato nacional generaría, por su comercialización, conflictos en la aplicación de las normas relativas a la libre competencia, este ha sido sustituido desde 1998 por la denominada Bowl Championships Series (BCS), que agrupa a los más importantes Bowl Games junto a las más poderosas conferencias de la NCAA y un miembro independiente que es la Universidad de Notre Dame, con mucha tradición en ese deporte, constituídas todas las universidades implicadas en la Football Bowl Association, que gestiona y reparte entre todas ellas los correspondientes y muy cuantiosos derechos televisivos (Grow, 2011). En el caso del baloncesto masculino de la División I, la competición sí es de la NCAA y consiste en una sucesión de eliminatorias a la que acceden sesenta y cinco equipos, de los que treinta y uno acceden automáticamente al proclamarse campeón de su Conferencia, siendo el resto seleccionado por el Comité de Baloncesto de la División I con arreglo a criterios preestablecidos a fin de determinar cuáles son los mejores equipos, sin limitación por razón de la Conferencia a la que pertenezcan, y mediante un sistema de votación entre los miembros del Comité. De acuerdo con este sistema, habrá una primera y una segunda ronda de la que
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resultarán vencedores dieciséis equipos, los cuales accederán a la competiciones regionales, que la constituyen cuatro grupos, de modo que los vencedores de cada uno de ellos pasa a la ya mítica final four. Todo ello tiene lugar en el mes de marzo, de modo que a los Campeonatos Nacionales de la NCAA se le conocen justificadamente como march madness, contando con un importantísimo contrato televisivo al que ya nos hemos referido. Esta realidad, con su estructura organizativa concebida al efecto, hay que reconocer que es ciertamente contradictoria con la defensa del amateurismo, de que los deportistas son más estudiantes que deportistas, que lleva a cabo la NCAA. Siendo la NCAA la entidad reguladora del deporte universitario y contando con gran autonomía de gestión cada División, el compendio de normas aplicables está en el Manual que para División, cada temporada, se edita por la propia NCAA. Allí se fija el carácter exclusivamente amateur del deportista, tal y como enuncia el artículo 12.1.1 del Manual para la División I (sólo un estudiante-deportista amateur es elegible para participar en competiciones interuniversitarias en un determinado deporte). Esto resulta consecuente con el objetivo básico de la propia NCAA, asociación que establece el artículo 1.3.1. del Manual al determinar que los programas deportivos competitivos de las Instituciones Miembro están diseñados para constituir una parte vital del sistema educativo. Un objetivo básico de esta Asociación es mantener el deporte interuniversitario como una parte integral del programa educativo y a los deportistas como parte integral del grupo de los estudiantes. Al hacer esto, se pretende conservar una demarcación clara entre el deporte universitario y el deporte profesional. Y ello se traslada también a los principios para la gestión del deporte interuniversitario del artículo 2. del mismo cuerpo normativo, donde a mayor abundamiento se dispone que los estudiantes-deportistas serán considerados amateurs en el deporte interuniversitario, y su participación deberá estar motivada especialmente por la educación y por los beneficios físicos, mentales y sociales que de éste se deriven. La participación de los estudiantes en el deporte interuniversitario es una afición, y debe evitarse que los estudiantes-deportistas sean explotados por parte de empresas profesionales y comerciales. Esta defensa a ultranza del amateurismo y el entender que la práctica deportiva forma parte inescindible de la educación superior en Estados Unidos parece un principio básico del modo de entender el deporte universitario. Y si bien ello es perfectamente predicable de la gran mayoría de las competiciones deportivas de la NCAA, sobre todo en deportes minoritarios e individuales, no puede decirse lo mismo de las máximas categorías competitivas de fútbol americano y baloncesto masculinos. Frente a ello, existe una prolija, extensa y detallada normativa de la NCAA que regula no sólo el alcance del amateurismo, sino también el reclutamiento de deportistas por parte de las universidades, y los requisitos de rendimiento académico de los deportistas, a fin de mantener su carácter indubitado de estudiantes. Esa ligazón entre formación académica y práctica deportiva universitaria se manifiesta claramente con la denominada regla de los cinco años del artículo 14.2. del Manual, ya que el máximo de temporadas en las que un deportista universitario puede competir es de cuatro, aunque se permite que si durante una temporada no lo hiciera, luego pueda participar en competiciones hasta agotar las cuatro. En cuanto al alcance del amateurismo, se establece en el artículo 12. del Manual que un estudiante-deportista perderá su estatus, de decir, su elegibilidad, si recibiera cualquier pago o promesa de pago por la práctica deportiva, declarando proscritos los contratos que pueda firmar para cuando termine su etapa de estudiante. Con arreglo al párrafo 2.3. del precepto pago es el recibo de fondos, premios o beneficios no permitidos por la legislación que gobierna la
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Asociación por la participación deportiva, y que las subvenciones administradas por una institución educativa no se considerarán pagos, siempre que no excedan de los límites establecidos por la Asociación (artículo 12.1.4). Asimismo, las veintidós páginas que comprende el artículo 15. del Manual se dedican a especificar bajo el título de ayuda financiera todos los tipos de ayudas y sus cuantías que las universidades pueden otorgar a sus deportistas. Otra norma en este sentido, no exenta de polémica, es la que establece el artículo 16.2.3. del Manual consistente en la prohibición de obtener beneficios extra a los estudiantes-deportistas por la práctica deportiva, entendiendo por tales aquellos que no están disponibles para los estudiantes de la institución. Otro grupo de normas que igualmente establece la NCAA para preservar el amateurismo y, también, reducir a la mínima expresión la competencia entre las distintas universidades miembros para hacerse con los mejores deportistas, están incluidas en el también extenso artículo 13. del Manual (reclutamiento), donde se regula desde quiénes son los habilitados por cada universidad para entrar en contacto con cada deportista hasta en qué períodos del año deben hacerlo, pasando por las condiciones en las que el futuro alumno-deportista habrá de visitar el campus y los gastos que ello puede o debe ocasionar. La violación de las normas que aquí se establecen supondrá (artículo 13.1.1.) la inelegibilidad del estudiante de que se trate para competir por la universidad infractora. De ahí que se regule también exhaustivamente la transferencia de un estudiante-deportista de una universidad a otra, estableciéndose la regla general de pérdida de un año de elegibilidad (artículo 14.5.), cuestión esta que fue discutida ante los Tribunales en English vs. NCAA, en 1983, resolviéndose que esa regla no era ni arbitraria ni discriminatoria (Terol, 2006b). Finalmente, otro grupo importante de normas tiene que ver con el rendimiento académico de los deportistas, de modo que se garantice que la práctica deportiva no resulta un obstáculo para lograr una buena formación y obtener unos aceptables resultados en los estudios que se cursen. Para ello se establecen unos estándares académicos mínimos que deben cumplir desde los estudiantes de primer año hasta los ya integrados en la universidad, para lo que se tienen en cuenta los resultados de su etapa en la High School, estando todo ello regulado al detalle en el artículo 14.3. y 4. del Manual. Evidenciada la contradicción que apuntamos entre ese carácter amateur de los deportistas y el rendimiento financiero de las competiciones que hemos denominado Big-Time, daremos cuenta seguidamente los conflictos que están en la actualidad encima de la mesa donde la NCAA ha de tomar decisiones, apuntando todo a una necesidad de reforma que en el momento presente parece cada vez más inaplazable. La Necesidad de Reformas. La Condición de los Estudiantes-deportistas y la Difícil Defensa del Amateurismo La contradicción apuntada lleva a que desde el mismo ámbito universitario se recomiende, como hace quien fuera Rector de la Universidad de Harvard - esta Universidad no está entre las 100 que más gastan en deporte - que los deportistas que participan en fútbol americano y baloncesto de la División I deberían recibir la compensación que merecen. Deberían poder asistir a las clases que elijan y las universidades deberían abandonar la pretensión de que los jugadores de fútbol americano y baloncesto son realmente estudiantes que van a las facultades principalmente a aprender y obtener el grado correspondiente (Bok, 2003). Incluso Walter Byers, que durante más de tres décadas desempeño cargos de la máxima responsabilidad dentro de la NCAA, cuando publicó sus memorias, acusó directamente a las universidades de explotar a los deportistas en busca del propio beneficio mientras a la vez 47
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propugnaban el fomento del amateurismo y los valores educativos del deporte en la universidad (Byers, 1997). En una línea similar tenemos también a James Duderstadt, que fue rector de la Universidad de Michigan (2003). Esta contradicción no es el único problema al que se enfrenta la NCAA ya que en un entorno tan competitivo, han sido muchas las ocasiones en que las propias universidades han vulnerado las normas preestablecidas a fin de obtener ventajas fuera de los terrenos de juego, recibiendo la correspondiente y ejemplar sanción por parte de la propia NCAA, lo que principalmente sucede respecto del reclutamiento de deportistas. La contradicción entre el amateurismo y la comercialización del espectáculo deportivo, en un contexto en el que se sostiene la primacía de los valores educativos, es algo que viene persiguiendo a la NCAA desde casi sus orígenes. Así lo puso de relieve ya en 1929 la Carnegie Foundation for the Advancemente of Teaching en un extenso informe titulado American College Athletics, donde ponía de relieve problemas que aún hoy existen, como que el reclutamiento de deportistas se había vuelto corrupto, que los profesionales habían reemplazado a los amateurs, que la educación había quedado relegada y que reinaba el comercialismo. A ello hacemos referencia en un trabajo anterior, donde además señalamos por relevante el trabajo que viene desarrollando la Commission on Intercollegiate Athletics que se constituyó en octubre de 1989 en el seno de la prestigiosa Knight Foundation, como reacción ante los extraordinariamente visibles escándalos que se sucedían en el deporte universitario y que alcanzaban en aquellos momentos notoriedad en los medios de comunicación. El último de ellos es de 2010 y se titula Restoring the Balance. Dollars, Values, and the Future of College Sports. En tales informes se detectan los problemas y se realizan concretas recomendaciones que, hasta la fecha, no han supuesto lo que desde la doctrina se reclama una reforma radical (Ross, 2012). Son numerosos los trabajos doctrinales en los que se señala bien a las claras que los deportistas universitarios son profesionales no remunerados (Zimbalist, 2001), reclamando tratar a estos estudiantes-deportistas de acuerdo o, de modo consecuente, con lo que aportan en las competiciones del máximo nivel (Givens, 2013; Shulman, 2012). Tras tantas reflexiones y estudios, parece que ha llegado el tiempo de actuar. O por lo menos eso es lo que han decidido los deportistas y ex deportistas que en 2001 fundaron la National Collegiate Players Association (NCPA). Asociación de deportistas universitarios que señala como misión y objetivos los siguientes: (1) minimizar el riesgo de lesiones cerebrales en los deportistas universitarios; (2) incrementar la cuantía de las becas; (3) evitar que los deportistas tengan gastos médicos relacionados con la práctica deportiva; (4) incrementar el número de deportistas que terminan sus estudios, que se gradúan; (5) proteger las oportunidades educativas de los estudiantes-deportistas; (6) prohibir a las universidades utilizar una lesión permanente sufrida por un estudiante con ocasión de la práctica deportiva como razón para reducir o eliminar una beca; (7) establecer y hacer cumplir normas de seguridad uniformes en todos los deportes que ayuden a prevenir lesiones graves y muertes evitables; (8) eliminar las restricciones a que los deportistas tengan un empleo, así como asegurar la capacidad de estos para beneficiarse directamente de oportunidades comerciales; (9) prohibir la sanción a deportistas que no hayan cometido una infracción, si esta la ha cometido el o los responsables de un equipo; (10) garantizar que a los deportistas universitarios se les permita competir aunque cambien de universidad sin renunciar a beca; (11) permitir a los deportistas de cualquier modalidad cambiar al menos una vez de universidad sin sanción alguna. El documento de referencia de la NCPA es un estudio que editó en 2012 titulado The $6 Billion Heist: Robbing College Athletes Under The Guise of Amauterism (Huma & Staurows-
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ky, 2012) donde se justifica con rigor y datos la posición de los deportistas, incluyendo recomendaciones que están en línea con los objetivos de la propia NCPA. A partir de ahí, destacar la campaña iniciada por la NCPA para llamar la atención de los medios y que llevó a que los jugadores de fútbol americano de varias universidades acudirán a la disputa de encuentros televisados portando camisetas con el logo All Players United (APU), en septiembre de 2013, y principalmente las acciones legales llevadas a cabo ante el National Labor Relations Board (NLRB). Ha de tenerse en cuenta que la relaciones empresario-trabajador, cuando se desenvuelven en una industria de ámbito interestatal, están reguladas en Estados Unidos por la National Labor Relations Act. Norma en la que se reconoce a los trabajadores, sustancialmente, el derecho a organizarse en sindicatos; a la negociación colectiva a través de representantes elegidos por ellos mismos, y el derecho a adoptar medidas de conflicto colectivo. El respeto a las previsiones de esa norma se encomienda a una agencia administrativa federal, el NLRB, cuya función es cuidar que la negociación colectiva se desarrolle dentro de los cauces legales, incluyendo la administración de los procesos electorales dentro de los sindicatos. Es además competente para determinar cuál es la unidad apropiada de negociación y para adoptar las medidas y, en su caso, las sanciones oportunas si empresarios y/o sindicatos realizan conductas prohibidas o en detrimento de la buena fe en la negociación colectiva. Entendiendo que los deportistas universitarios de fútbol americano y baloncesto son, en realidad, trabajadores, los estudiantes-deportistas del equipo de fútbol americano de la Northwestern University guiados por la NCPA presentaron una reclamación ante la oficina regional del NLRB en Chicago solicitando que se declarara que tales deportistas en cuanto receptores de una ciertamente peculiar beca deportiva son en realidad empleados o trabajadores de la mencionada universidad, y con arreglo a la National Labor Relations Act están legitimados para llevar a cabo una elección sobre si han de estar representados por un sindicato a los efectos de negociar un convenio colectivo con su empleador. El Director de la mencionada Oficina Regional resolvió el 24 de marzo de 2014 dar la razón a la NCPA, ordenando la celebración de elecciones sindicales entre los jugadores de fútbol americano de la universidad. Sin embargo, tal y como era de prever, tanto la como la NCAA recurrieron la decisión ante las oficinas centrales del NLRB, que el 24 de abril de 2014 admitió a trámite el recurso. Tal y como se previó, el pasado 25 de abril de 2014 se celebraron las mencionadas elecciones sindicales en las que habrían de concurrir 76 jugadores de fútbol americano de la Northwestern University. Sin embargo, las papeletas de voto deberán ser custodiados y el resultado de la votación secreto hasta que el NLRB emita una decisión final. Tal decisión tuvo lugar el 17 de agosto de 2015 y en la misma el NLRB vino a afirmar que carecía de jurisdicción para resolver sobre la cuestión planteada ya que no la tiene sobre las universidades estatales, que constituyen la mayoría de las que tienen equipo de fútbol americano, entendiendo que en la medida que la NCAA y la conferencia en que está la Northwestern University mantienen un control sustancial sobre los equipos individuales, la afirmación de jurisdicción sobre un solo equipo no promovería la estabilidad en las relaciones laborales en toda la liga. Todo ello sin perjuicio de lo que pueda determinarse en el futuro. Como vemos, no se ha cerrado el problema definitivamente, y por ello habrá que permanecer expectantes y estar atentos.
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GORDURA CORPORAL, AUTOCONCEITO FÍSICO GERAL, AUTO-ESTIMA E APARÊNCIA FÍSICA EM ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS GRASA CORPORAL, AUTOCONCEPTO FÍSICO GENERAL, AUTOESTIMA Y ASPECTO FÍSICO EN LOS ESTUDIANTES UNIVERSITARIOS BODY FAT, GENERAL PHYSICAL SELFCONCEPT, SELF-ESTEEM AND PHYSICAL APPEARANCE IN UNIVERSITY STUDENTS
Sofia Silva Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Portugal sofiia_r@hotmail.com Catarina Vicente Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Portugal catarinavicente@hotmail.com Samuel Amaro Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Portugal samuelhamaro@live.com.pt Francisco Campos* Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Portugal francicampos@esec.pt *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Resumo O objetivo do presente estudo é caracterizar e comparar os estudantes da UCLM (Campus de Cuenca) praticantes e não praticantes de atividade física desportiva regular, relativamente às dimensões: (1) gordura corporal; (2) auto-conceito físico geral; (3) auto-estima; (4) aparência física. Foi utilizado o Physical Self Description Questionnaire (PSDQ), de Marsh (1996), traduzido e adaptado para a cultura Espanhola (versão reduzida de 20 itens, agrupados em 4 dimensões). Participaram no estudo 266 estudantes, 175 praticantes de atividade física desportiva e 91 não praticantes, com idades compreendidas entre os 18 e os 35 anos (M ± DP = 21,80 ± 3,31). De acordo com a falsidade (gordura corporal, auto-estima) ou veracidade (autoconceito físico geral, aparência física) das respostas aos diferentes itens, é possível verificar que nas 4 dimensões existe uma maior positividade e uma melhor forma de encarar estes problemas pela parte dos praticantes de atividade desportiva [gordura corporal (M=2,27), autoconceito físico geral (M=4,49), auto-estima (M=1,67), aparência física (M=4,37)], havendo mesmo diferenças estatisticamente significativas, entre os dois grupos de participantes, em 3 das 4 dimensões: [gordura corporal (p=0,05), auto-conceito físico geral (p=0,02), auto-estima (p=0,01)]. Palavras-chave: Aparência física; Auto-conceito físico geral; Auto-estima; Gordura corporal.
Resumen Lo objetivo del presente studio es caracterizar y comparar los estudiantes de la UCLM (Campus de Cuenca) praticantes y no praticantes de la atividade fisica deportiva regular en las dimensiones: (1) la grasa corporal; (2) autoconcepto físico general; (3) la autoestima; (4) la apariencia física. Se utilizó el cuestionario Physical Self Description Questionnaire (PSDQ), de Marsh (1996) traducido y adaptado a la cultura española (versión reducida de 20 ítems, agrupados en cuatro dimensiones). En el estudio participaron 266 estudiantes, 175 practicantes de deporte y actividad física y 91 no practicantes, de edades comprendidas entre los 18 y los 35 años (M ± DP = 21,80 ± 3,31). De acuerdo con la falsedad (grasa corporal, autoestima) o veracidad (autoconcepto físico general, la apariencia física) de las respuestas a diferentes elementos, se puede comprobar que las 4 dimensiones hay una mayor positividad y una mejor manera de hacer frente a estos problemas por parte de los profesionales de la actividad deportiva [grasa corporal (M=2,27), autoconcepto físico general (M=4,49), autoestima (M=1,67), aspecto físico (M=4,37)], hay diferencias estadísticamente significativas entre los dos grupos de participantes en 3 de las 4 dimensiones: [grasa corporal (p=0,05), autoconcepto físico general (p=0,02), autoestima (p=0 01)]. Palavras clave: Aspecto físico; Autoconcepto físico general; Autoestima; Grasa corporal. Abstract The aim of this study is to characterize and compare the students of the UCLM (Campus of Cuenca) participants and not participants of sportive physical activity, on the dimensions: (1) body fat; (2) general physical self-concept; (3) self-esteem; (4) physical appearance. Is used the Physical Self Description Questionnaire (PSDQ), of Marsh (1996), translated and adapted to the Spanish culture (reduced version of 20 items, grouped into 4 dimensions), applied to 266 university students - 175 participants of sportive physical activity and 91 not participants - with an age between 18 and 35 years old (M ± SD = 21,80 ± 3,31). According to not veracity
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(body fat, self-esteem) or veracity (general physical self-concept, physical appearance) of the answers to the different items, is possible to confirm that, in the 4 dimensions, there are a more positive and a better “way of looking” of these problems, by the participants of sporting physical activity [body fat (M=2,27), general physical self-concept (M=4,49), self-esteem (M=1,67), physical appearance (M=4,37)], and there are even differences statistically significant between the two groups of participants, in 3 of the 4 dimensions: [body fat (p=0,05), general physical self-concept (p=0,02), self-esteem (p=0,01)]. Keywords: Body fat; General physical self-concept; Physical appearance; Self-esteem.
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Introdução O “estilo de vida” refere-se a comportamentos habituais ou quotidianos que caracterizam um modo de encarar e vivenciar o dia-a-dia (da parte de um individuo, grupo de indivíduos ou de uma sociedade em termos gerais) que permanece ao longo de um determinado período temporal (Fernández del Valle, 1996). A conceptualização do que é, efetivamente, um estilo de vida saudável tem vindo a alterar-se ao longo dos últimos anos, de certa forma afetada pela evolução constante da própria sociedade (Pastor, Balaguer, & Garcia-Merita, 1998). No domínio da saúde mental de jovens e adolescentes, os estilos de vida adotados na atualidade relacionam-se com alguns problemas de grande relevância e impacto negativo (e.g., auto-conceito de um individuo, o qual se configura constantemente através das interações sociais tidas com os outros) (Goñi & Fernández, 2009). De acordo com Mosquera, Stobäus, Jesus, e Hermínio (2006), auto-imagem e autoestima são entendidas de uma forma diferente, comparativamente com o auto-conceito. Os mesmos autores consideram a auto-imagem como o reconhecimento que fazemos sobre nós mesmos, o que sentimos e como sentimos as nossas potencialidades, atitudes e ideias. Relativamente à auto-estima, esta é entendida, de uma forma geral, como o quanto gostamos de nós próprios e nos apreciamos enquanto pessoas. No entanto, e apesar dessa possível diferenciação em termos de conceptualização teórica, tanto a auto-imagem como a auto-estima estão intimamente relacionadas com o processo de formação de identidade que, de um certo modo, formam a estrutura pessoal e lógica de interinfluência que ajuda o indivíduo a ter coerência e consistência pessoal nas suas ações, nos mais variados contextos (Mosquera et al., 2006). A imagem corporal pode ser definida como a representação mental da identidade do corpo, as emoções internas, integridade e fragilidade de cada individuo (Tavares, 2003). Assim como a aparência física, esta pode ser interpretada considerando a opinião dos outros indivíduos ou a sua própria opinião acerca de si mesmo (Cash & Pruzinsky, 1990). O padrão de beleza é construído pelo imaginário social, adaptando-se e modificando-se consoante os diferentes contextos históricos ou sociais. O cuidado com a imagem sempre esteve associado a uma imagem de poder. Mesmo que se tenha em mente que o importante é a essência e a integridade em termos de personalidade - o que em termos sociais é bastante comum ouvir na verdade, aparência e beleza são aspetos bastante importantes e valorizados (Andrade & Bosi, 2003; Pereira, Graup, Lopes, Borgatto, & Daronco, 2009). A satisfação com a aparência física pode estar associada, entre outras dimensões, às expectativas de pais ou amigos para ser mais magro, à localização geográfica (residência), à depressão ou comportamentos de saúde (auto-estima, comportamento alimentar, perceção equivocada do peso corporal), à idade, ou a razões pessoais para perda de peso (aparência, saúde ou estética) (Coqueiro, Petroski, Pelegrini, & Barbosa, 2009). O Ensino Superior é um espaço onde os estudantes aprendem, trabalham, socializam, aproveitam o seu tempo de lazer e utilizam os seus serviços. Assim, estas devem criar espaços ou opções de prática de atividade física desportiva dentro das próprias instituições, pois sustenta-se que é insensato que estudantes não realizem atividade física desportiva durante a sua “estadia” no Ensino Superior (Mello, Moysés, & Moysés, 2010). Num estudo realizado com estudantes universitários, com o objetivo de investigar o que estes pensam sobre a sua própria imagem corporal (e.g., silhueta ideal, insatisfação pelo excesso de peso, insatisfação pela magreza) (Silva, Saenger, & Pereira, 2011), denotou-se que 63% dos estudantes do género masculino e 67% dos estudantes do género feminino apresentavam insatisfação para com a imagem corporal, embora por razões distintas (os estudantes do
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género feminino encontravam-se insatisfeitos devido ao excesso de peso e os estudantes do género masculino devido ao índice de magreza). Em outra investigação (Queiroz, Lima, Escudeiro, & Machado, 2011), realizada no mesmo âmbito (a insatisfação com a imagem corporal em estudantes universitários), foi possível constatar que 66% dos estudantes encontravam-se insatisfeitos com a imagem corporal e desejavam modificá-la. Tal como no primeiro estudo apresentado, essa insatisfação pode ser originada pelo excesso de peso ou pelo índice de magreza. Neste segundo trabalho (Queiroz et al., 2001) foi possível verificar que 48% dos participantes apresentavam o desejo de reduzir o tamanho da sua silhueta - considerando que teriam excesso de peso - enquanto 18% acreditavam que precisavam a aumentar - pelo excesso de magreza. O exercício físico e a atividade física desportiva têm sido utilizados para reduzir ou aumentar o peso corporal, e assim alterar a aparência física de indivíduos insatisfeitos com a sua própria imagem (Damasceno, Vianna, Lacio, Lima, & Novaes, 2006; Hausenblas & Fallon, 2006). Os indivíduos com uma imagem corporal negativa tanto podem diminuir a motivação para a prática de exercício e atividade desportiva como, pelo mesmo motivo, aumentar a mesma (Hart, 2000). Para Tavares (2003), o exercício físico (pressupondo a regularidade em termos de prática) deve proporcionar vivências que possibilitem um desenvolvimento positivo da sua noção de imagem corporal, o que implica em última instância, tornar-se consciente dos seus próprios sentimentos e reações fisiológicas em relação ao seu corpo, respeitando as suas possibilidades e limitações de índole físicas e motoras. Universidad Castilla La Mancha (UCLM) A Universidad Castilla La Mancha (UCLM) é uma instituição de Ensino Superior de Espanha, constituída por vários Campus (Cuenca, Toledo, Albacete, e Ciudad Real). O apoio às atividades desportivas nos vários Campus da Universidade é da responsabilidade do Gabinete de Desporto da UCLM, tendo cada Campus autonomia na gestão e operacionalização de diferentes atividades desportivas. Em termos gerais, o Gabinete de Desporto objetiva aumentar os índices de prática desportiva (através da oferta da possibilidade de prática de um elevado número de atividades desportivas), promover a melhoria da saúde e bem-estar (através dos benefícios físicos, mentais e sociais inerentes á prática desportiva regular) e fomentar hábitos de vida ativos e saudáveis junto da comunidade da UCLM (incutindo-os de forma a prevalecerem ao longo da vida, tornando-os pessoas com mais saúde e melhor qualidade de vida) (Universidad Castilla La Mancha, 2016). Pelas problemáticas associadas aos estilos de vida atuais (e.g., auto-conceito, aparência física) de jovens e adolescentes estudantes do Ensino Superior Universitário, e pelos inúmeros benefícios advindos da prática desportiva regular, objetiva-se com a presente investigação, caracterizar e comparar os estudantes da UCLM (Campus de Cuenca) praticantes e não praticantes de atividade física desportiva regular, relativamente às dimensões: (1) gordura corporal; (2) auto-conceito físico geral; (3) auto-estima; (4) aparência física. Pela análise dos resultados obtidos será possível verificar, dentro dos grupos de praticantes e não praticantes, qual o que apresenta índices mais elevados em relação às diferentes variáveis em estudo, e comparálos de forma a confirmar se existem diferenças significativas entre os grupos.
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Métodos Instrumento Considerando o objetivo previamente definido, foi utilizado o Physical Self Description Questionnaire (PSDQ), de Marsh (1996), traduzido e adaptado para a cultura Espanhola. Foi utilizada uma versão reduzida, de apenas 20 itens, os quais são agrupados, de acordo com a versão original do instrumento, em quatro dimensões [gordura corporal (6 itens), autoconceito físico geral (6 itens), auto-estima (4 itens) e aparência física (4 itens)]. Importa referir que cada item é avaliado através de uma Escala de Likert de 6 pontos, de grau de concordância, de 1 (totalmente falso) até 6 (totalmente verdadeiro). Seguidamente são apresentados os diferentes itens da versão adaptada do PSDQ utilizado, tal como as suas respetivas dimensões (Tabela 1). Tabela 1. Versão reduzida e adaptada à cultura Espanhola do PSDQ. Item Estoy demasiado gordo Mi cintura es demasiado ancha Tengo demasiada grasa en mi cuerpo Peso demasiado Mi barriga es demasiado grande La gente piensa que estoy gordo Físicamente estoy satisfecho con el tipo de persona que soy Físicamente, me siento contento conmigo mismo Me siento satisfecho con mi apariencia y con lo que puedo hacer físicamente Físicamente, me siento satisfecho conmigo mismo Me siento satisfecho con quién soy y con lo que puedo hacer físicamente Estoy satisfecho con cómo soy físicamente Siento que mi vida no es demasiado útil En general, tengo mucho de lo que sentirme orgulloso En general, soy un fracaso Nada de lo que hago parece salir bien Teniendo en cuenta mi edad, soy atractivo Tengo una cara agradable Soy más guapo que la mayoría de mis amigos Soy guapo Fonte: Marsh (1996).
Dimensão
Gordura Corporal
Auto-conceito Físico Geral
Auto-estima
Aparência Física
Participantes Os participantes na presente investigação são todos estudantes universitários da UCLM Campus de Cuenca). Considerando o objetivo estipulado, foram divididos em 2 grupos distintos: praticantes de atividade física desportiva (n=175); não praticantes de atividade física desportiva (n=91). No total, fazem parte desta estudo 266 estudantes universitários do Campus de Cuenca da UCLM, com uma média de idades de cerca de 22 anos (Tabela 2). Tabela 2. Caracterização dos participantes. n 175 91 266
Praticantes de atividade física desportiva Não praticantes de atividade física desportiva
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Idade (M ± DP) 22,00 ± 3,40 21,50 ± 3,12 21,80 ± 3,31
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Procedimentos Este trabalho foi desenvolvido por um grupo de estagiários do curso de Licenciatura em Desporto e Lazer, da Escola Superior de Educação do Politécnico de Coimbra. O seu Estágio foi operacionalizado no Gabinete de Desporto da UCLM (Campus de Cuenca) e, como parte do mesmo, foi-lhes proposto a realização de um trabalho de investigação que se focasse nas problemáticas atuais ao nível da saúde, bem-estar e qualidade de vida (e sua relação com a prática desportiva), ao nível dos estudantes do Ensino Superior. Numa fase prévia contatámos formalmente o Gabinete de Desporto do Campus de Cuenca, da UCLM, via e-mail, expondo o problema, objetivo e âmbito da investigação. Após esse contato e a devida autorização, contatámos alguns professores, de uma forma aleatória, no sentido de solicitar a sua colaboração e agendar a aplicação do questionário e respetiva recolha de dados. No próprio dia da aplicação e recolha de dados, todos os inquiridos (estudantes universitários do Campus de Cuenca da UCLM) foram informados e contextualizados igualmente acerca do problema, objetivo e âmbito da investigação. Para além do referido, foram sensibilizados para que fornecessem respostas conscientes e verdadeiras, de forma a garantir a validade dos dados recolhidos e as conclusões formuladas a partir dos mesmos. Análise dos Dados Numa primeira análise é pretendido confirmar a estrutura fatorial da versão reduzida adaptada do PSDQ - 20 itens distribuídos por 4 dimensões (gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima, aparência física) - via análise fatorial exploratória (AFE). A AFE objetiva a definição de um modelo que correlacione as variáveis observáveis (itens), pressupondo existir um número menor de variáveis não observáveis (fatores), que expressam o que existe de comum nas variáveis originais (Hill & Hill 2002; Marôco, 2007; Pestana & Gageiro, 2008). Neste caso específico, a AFE, através da análise das componentes principais, irá permitir verificar se a estrutura fatorial da versão reduzida do PSDQ, adaptada à cultura Espanhola, respeita a estrutura fatorial do instrumento original, mais precisamente no que concerne à distribuição dos itens pelas dimensões originais. A estrutura fatorial é aceite considerando os critérios indicados em Hill & Hill (2002), Marôco (2007) e Pestana e Gageiro (2008): a) Força da relação existente entre as variáveis (itens) superior a 0,6, mensurada através da aplicação dos testes de Kaiser-Meyer-Olkin (KMO) e esfericidade de bartlett; b) Comunalidades extraídas, representando a percentagem da variância comum entre variáveis (itens) e fatores extraídos, superiores a 32%; c) Percentagem total da variância comum que é explicada pela solução fatorial superior a 40% ou com eigenvalue (valor próprio) igual ou superior a 1; d) Peso fatorial, via correlação da variável (item) com o fator, igual ou superior a 0,4. O grau de confiança tido na informação obtida (fiabilidade) é avaliado através da consistência interna (alfa de cronbach). Esta fornece coeficientes superiores à estabilidade temporal pois os dados não sofrem influência de circunstâncias quotidianas, que por vezes determinam oscilações normais aquando da aplicação de um questionário (Almeida & Freire 2003). O coeficiente de consistência interna de 0,80 ou mais é considerado bom (Pestana & Gageiro,
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2008). Para realizar a AFE e avaliar a consistência interna (através do valor do alha de cronbach) foi utilizado o software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) 21. Numa segunda análise, para além dos valores da média e desvio-padrão para efeitos de caracterização de cada grupo, comparámos as diferenças existentes entre os dois grupos (praticantes e não praticantes de atividade desportiva) através das diferenças de médias e do teste ANOVA oneway, o qual permite verificar a possível existência de diferenças significativas entre os grupos, em cada uma das 4 dimensões estudadas (gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima, e aparência física). O teste ANOVA oneway é um teste paramétrico, adequado para comparar duas ou mais médias populacionais a partir de amostras aleatórias independentes (Marôco, 2010). A análise de dados foi realizada através do software SPSS 21, considerando um nível de significância estatística de 5% (p value ≤ 0,05). Apresentação e Discussão dos Resultados Em relação à primeira análise, o valor da Medida de Adequação da Amostra (MAA) de KMO está bastante acima do índice mínimo aceite (0,913), o que permite concluir sobre a possibilidade de uma análise fatorial aos dados com qualidade muito boa. No que concerne ao teste da esfericidade de bartlett, é possível rejeitar a hipótese nula de não existir correlação entre as 20 variáveis (itens). Em todas as variáveis (itens), os valores das comunalidades são superiores a 60%, valores muito acima do sugerido (32%) por Tabachnik & Fidell (2006). Para determinar o número de fatores a reter utilizou-se o critério de Kaiser, tendo sido retidos 4 fatores, os quais explicam 77% da variância total observada nas 20 variáveis extraídas. Pela análise da matriz dos componentes, após aplicação do método de rotação varimax, é possível verificar que as saturações das variáveis (itens) em cada fator (dimensão) são todas superiores ao mínimo recomendado (0,4). Por estes resultados e pelos apresentados anteriormente, é possível aceitar a estrutura fatorial da versão reduzida e adaptada do PSDQ utilizado (Tabela 3). Tabela 3. Matriz dos componentes após aplicação do método de rotação varimax. Item Estoy demasiado gordo Mi cintura es demasiado ancha Tengo demasiada grasa en mi cuerpo Peso demasiado Mi barriga es demasiado grande La gente piensa que estoy gordo Físicamente estoy satisfecho con el tipo de persona que soy Físicamente, me siento contento conmigo mismo Me siento satisfecho con mi apariencia y con lo que puedo hacer físicamente Físicamente, me siento satisfecho conmigo mismo Me siento satisfecho con quién soy y con lo que puedo hacer físicamente Estoy satisfecho con cómo soy físicamente Siento que mi vida no es demasiado útil En general, tengo mucho de lo que sentirme orgulloso En general, soy un fracaso Nada de lo que hago parece salir bien Teniendo en cuenta mi edad, soy atractivo Tengo una cara agradable Soy más guapo que la mayoría de mis amigos Soy guapo
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F1 0,88 0,84 0,86 0,88 0,83 0,86
F2
F3
F4
0,75 0,82 0,84 0,85 0,75 0,82 0,76 0,79 0,80 0,74 0,75 0,80 0,83 0,79
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Através da análise ao apresentado na Tabela 3, confirma-se que os fatores 1 (gordura corporal) e 2 (auto-conceito físico geral) são constituídos por 6 itens. Por outro lado, os fatores 3 (auto-estima) e 4 (aparência física) são constituídos apenas por 4 itens. Relativamente à consistência interna, a qual permite garantir a fiabilidade dos dados recolhidos, esta foi avaliada através do alfa de cronbach, sendo obtidos os seguintes índices: gordura corporal (0,960); auto-conceito físico geral (0,849); auto-estima (0,948); aparência física (0,823). Os resultados indicam valores de consistência interna muito boa (Hill & Hill, 2002; Pestana & Gageiro, 2008), no entanto, os valores obtidos na dimensão gordura corporal (0.960) podem remeter para uma possível redundância e fraca discriminação dos itens, pelos seus valores de alta fiabilidade (> 0,950). Iniciamos a segunda análise, esta efetivamente relacionada com o objetivo definido, caracterizando os resultados obtidos em cada uma das dimensões, através dos valores da média e desvio-padrão da totalidade dos participantes inquiridos (n=266), e de acordo com os dois grupos estudados (praticantes e não praticantes de atividade física desportiva) (Tabela 4). Tabela 4. Média e desvio-padrão, da totalidade dos inquiridos e por grupo estudado, e nível de significância. Fator 1 - Gordura corporal Fator 2 - Auto-conceito físico geral Fator 3 - Auto-estima Fator 4 - Aparência física
Total (n=266) M ± DP 2,37 ± 1,18 4,36 ± 1,00 1,70 ± 0,83 4,28 ± 0,91
Praticantes (n=175) M ± DP 2,27 ± 1,14 4,49 ± 0,97 1,67 ± 0,83 4,37 ± 0,92
Não praticantes (n=91) M ± DP 2,56 ± 1,23 4,12 ± 1,02 1,74 ± 0,82 4,11 ± 0,88
p value 0,05* 0,02* 0,01* 0,50
* p value ≤ 0,05
Considerando que cada item é avaliado através de uma escala de Likert de 1 (totalmente falso) até 6 (totalmente verdadeiro), não existindo um item intermédio de resposta neutra, é possível verificar que o fator 1 (gordura corporal) e o 3 (auto-estima) apresentam valores que remetem para a falsidade das afirmações contidas nos itens que estão correlacionados com estas dimensões. Uma resposta média de 2,37 a itens como “estou demasiado gordo” ou “peso demasiado”, em relação à dimensão gordura corporal, ou uma média de 1,70 a itens como “em termos gerais sou um fracasso” ou “nada do que faço parece sair-me bem”, relativamente à dimensão auto-estima, permite depreender que gordura corporal e auto-estima apresentam valores positivos para a totalidade dos participantes no estudo. Comparando os resultados entre o grupo de estudantes praticantes e o grupo de não praticantes de atividade física desportiva, ainda em relação aos fatores 1 (gordura corporal) e 3 (auto-estima), é possível verificar que os praticantes apresentam um valor médio de resposta mais baixo [gordura corporal (2,27); auto-estima (1,67)], comparativamente com os participantes que não praticam atividade física desportiva [gordura corporal (2,56); auto-estima (1,74)]. Por estes resultados, sabendo que quanto mais baixo é o valor médio de resposta maior é a falsidade dos itens em avaliação, é possível afirmar que os praticantes de atividade física desportiva apresentam índices de maior positividade em relação à sua gordura corporal e à sua auto-estima. No que concerne ao fator 2 (auto-conceito físico geral) e 4 (aparência física), estes apresentam valores que, ao contrário dos fatores 1 e 3, remetem para a veracidade das afirmações contidas nos itens correlacionados com estas dimensões. A resposta média de 4,36 a itens como “estou satisfeito como sou fisicamente” ou “fisicamente sinto-me contente comigo mesmo”, em relação à dimensão auto-conceito físico geral, ou uma média de 4,28 a itens como “sou mais lindo que a maioria dos meus amigos” e “tendo em conta a minha idade, sou
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atraente”, relativamente à dimensão aparência física, permite depreender que o auto-conceito físico geral e aparência física apresentam, tal como nos fatores 1 e 3, valores positivos na totalidade dos participantes. Comparando resultados entre os praticantes e os não praticantes de atividade física desportiva, relativamente aos fatores 2 (auto-conceito físico geral) e 4 (aparência física), é possível verificar que o grupo de estudantes praticantes apresenta um valor médio de resposta mais alto [auto-conceito físico geral (4,49); aparência física (4,37)], comparativamente com o grupo de não praticantes [auto-conceito físico geral (4,12); aparência física (4,11)]. Pelos resultados obtidos, sabendo que quanto mais elevado é o valor médio de resposta maior é a veracidade dos itens avaliados, é possível afirmar que os estudantes praticantes de atividade física desportiva apresentam, a exemplo do sucedido com a gordura corporal (fator 1) e a autoestima (fator 3), índices de maior positividade em relação ao seu auto-conceito físico geral e à sua aparência física. Por fim, em relação à possibilidade de existência de diferenças significativas (p value ≤ 0,05) entre os grupos estudados, em cada uma das quatro dimensões, confirma-se que existem diferenças significativas em três das quatro dimensões do PSDQ: gordura corporal (p=0,05), auto-conceito físico geral (p=0,02), e auto-estima (p=0,01). Estes dados, de forma objetiva, permitem perceber que gordura corporal, auto-conceito físico geral e auto-estima são conceitos percecionados de forma diferenciada entre praticantes e não praticantes de atividade física desportiva, com diferenças estatisticamente significativas, apresentando os praticantes índices de positividade mais elevados, tanto nestas dimensões onde as diferenças são significativas (gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima) como na dimensão aparência física. Considerações Finais A atividade física desportiva tem assumido um papel fundamental ao longo dos últimos anos, pelas melhorias provocadas nos mais diversos parâmetros de saúde (físicos, mentais, sociais). A importância atribuída a estilos de vida saudáveis e fisicamente ativos, neste caso específico em jovens e adolescentes estudantes de ensino superior de Espanha, torna adequada e pertinente a presente investigação. Os estudantes de ensino superior, tal como toda a sociedade em geral, apresentam índices de participação desportiva cada vez mais baixos, sendo importante perceber e reforçar a importância da prática desportiva como forma de melhoria da saúde e qualidade de vida. Estas foram as principais questões que estiveram na base deste estudo, no qual pretende-se caracterizar e comparar praticantes e não praticantes de atividade física desportiva regular, estudantes da UCLM (Campus de Cuenca), relativamente a: (1) gordura corporal; (2) auto-conceito físico geral; (3) auto-estima; (4) aparência física. A primeira conclusão a retirar é que em relação a todas as dimensões em estudo (gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima, aparência física), podemos considerar que existe uma forma positiva de as encarar. Os valores médios de resposta da totalidade dos estudantes que participaram neste estudo [gordura corporal (2,37); auto-conceito físico geral (4,36); auto-estima (1,70); aparência física (4,28)] permitem-nos concluir que os mesmos apresentam uma atitude positiva em relação ao peso do seu corpo (gordura corporal), à satisfação com a pessoa que efetivamente são (auto-conceito físico geral), ao orgulho que sentem em si próprios (auto-estima) e ao sentimento de beleza de si mesmos (aparência física). Estes resultados contrariam o apresentado por Queiroz et al., (2011) e Silva et al., (2011), os quais concluíram a existência de uma elevada insatisfação em estudantes de ensino superior, ao nível da sua imagem corporal. 61
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Uma segunda conclusão a retirar desta investigação é o facto de, em todas as dimensões analisadas, e através da comparação do valor médio de resposta, ser possível verificar que os praticantes regulares de atividade física desportiva apresentam melhores índices comparativamente com os não praticantes, havendo diferenças estatisticamente significativas em 3 das 4 dimensões [gordura corporal (p=0,05), auto-conceito físico geral (p=0,02), auto-estima (p=0,01)]. A interpretação destes resultados remete-nos para a importância que efetivamente deve ser atribuída à prática regular de atividade física desportiva. De forma objetiva, e direta, podemos afirmar que os praticantes regulares de atividade física desportiva encaram de uma forma mais positiva e lidam melhor com possíveis problemas, ao nível da gordura corporal, auto-conceito físico geral, auto-estima e aparência física. Sabendo que estes podem ser problemas, que afetam o estilo de vida de qualquer jovem ou adolescente (Goñi & Fernández, 2009), é importante reduzir e minimizar os mesmos, sendo a prática desportiva um meio para atingir tal fim. Existem evidências claras, comprovadas cientificamente, da importância da prática regular de atividade física e das melhorias daí resultantes, em vários níveis da condição humana (American College of Sports Medicine, 2014). A prática de atividade física regular, seja ou não de cariz desportivo, deve ser assumida como regra, fazendo parte da vida quotidiana de todas as pessoas, sejam elas crianças, jovens adolescentes ou idosos. Os anos escolares representam um período crítico no desenvolvimento de hábitos de atividade física e posterior transição para a vida adulta (Castillo & Balaguer, 2001; Gutiérrez, 2000) e para uma consequente determinação da qualidade de vida adulta e da velhice (Buckworth, 2001). Pelo referido, a prática regular e sistemática induzirá melhorias ao nível da auto-estima ou aparência física, como comprovado neste trabalho, aspetos extremamente importantes para uma boa saúde mental e que permitem igualmente, em termos sociais, que as pessoas se sintam mais confortáveis no estabelecimento ou manutenção de relações interpessoais com os seus pares. É considerando estes aspetos que os serviços desportivos prestados pelas diversas instituiçõe de Ensino Superior, em Espanha ou Portugal, devem definir objetivos, e orientar a sua intervenção, consciencializados do impacto positivo e benéfico que a prática desportiva pode ser na saúde e qualidade de vida dos seus estudantes. Referências American College of Sports Medicine. (2014). ACSM guidelines for exercise testing and prescription (9th ed.). Philadelphia: Wolters Kluwer - Lippincott Williams & Wilkins Health. Almeida, L., & Freire, T. (2003). Metodologia da investigação em psicologia e educação (3a ed.). Braga: Psiquilíbrios. Andrade, A., & Bosi, M. (2003). Mídia e subjetividade: o impacto no comportamento alimentar feminino. Revista de Nutrição, 16(1), 117-125.Buckworth, J. (2001). Exercise adherence in college students: Issues and preliminary results. Quest, 53, 335-345. Cash, T., & Pruzinsky, T. (1990). Body images: development deviance and change. New York: The Guilford Press. Castillo, I., & Balaguer, I. (2001). Dimensiones de los motivos de práctica deportiva de los adolescentes valencianos escolarizados. Apunts. Educación Física y Deportes, 63, 2229.Coqueiro, R., Petroski, E., Pelegrini, A., & Barbosa, A. (2009). Insatisfação com a imagem corporal: avaliação comparativa da associação com o estado nutricional em
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BASEBOL, JOGO DE POLEGADAS: COMPORTAMENTOS SUPERSTICIOSOS E A HIPÓTESE DA INCERTEZA ENTRE ATLETAS UNIVERSITÁRIOS AMERICANOS BÉISBOL, JUEGO DE PULGADAS: COMPORTAMIENTO SUPERSTICIOSO Y LA HIPÓTESIS DE INCERTIDUMBRE ENTRE LOS ATLETAS UNIVERSITÁRIOS AMERICANOS
BASEBALL, GAME OF INCHES: SUPERSTITIOUS BEHAVIOUR AND THE UNCERTAINTY HYPOTHESIS AMONG AMERICAN COLLEGE ATHLETES Derek Van Rheenen* University of California, Berkeley, USA dvr@berkeley.edu Ethan Guevin University of California, Berkeley, USA ethanguevin@gmail.com Jason R. Atwood University of California, Berkeley, USA jasonatwood@gmail.com Laura Pryor University of California, Berkeley, USA lspryor@berkeley.edu *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Resumo Poucos estudos examinaram de forma empírica a proposição comum de que o basebol, comumente referido como o jogo das polegadas, promove mais comportamentos supersticiosos e rituais entre os seus jogadores do que em outros desportos. Este estudo analisou o uso de comportamento supersticioso em 334 atletas universitários da Divisão I dos Estados Unidos. Especificamente, comparámos jogadores de basebol universitários com atletas de outras equipas na mesma instituição e verificámos que os jogadores de basebol universitários da Divisão I exercem mais comportamentos supersticioso do que os atletas de outros desportos. Além disso, os jogadores universitários de basebol são significativamente mais propensos a envolverem-se em comportamentos supersticiosos para afetar o seu desempenho individual, para afetar o que acontece com a sua equipa, e para fazer algo de bom acontecer em comparação com outros atletas de outros desportos. Os resultados suportam a hipótese de incerteza entre os atletas universitários de forma ampla e especificamente entre jogadores de basebol. Como tal, este estudo sugere que a perceção do nível de incerteza num contexto desportivo pode ser um poderoso preditor da frequência e da intensidade da superstição entre os atletas universitários. Palavras-chave: Atletas universitários; Basebol; Comportamento supersticioso; Hipótese de incerteza. Resumen Pocos estudios examinaran de forma empírica la propuesta común de que el béisbol, comúnmente referido como el juego de las pulgadas, promueve más comportamientos supersticiosos y rituales entre sus jugadores que cualquier otro deporte. Este estudio analizó dicho comportamiento supersticioso en 334 atletas universitarios de la primera división de los Estados Unidos. Específicamente, se compararon jugadores de béisbol universitario con atletas de equipos pertenecientes a la misma institución, verificándose que los jugadores universitarios tienen un comportamiento más supersticioso que atletas de otros deportes. Además, los jugadores universitarios de béisbol fueron significativamente más propensos a generar comportamientos supersticiosos para aumentar su rendimiento individual, influenciar al devenir del equipo, o para intentar llamar a la suerte; al menos comparativamente con otros atletas de diferentes deportes. Los resultados corroboran la hipótesis de incertidumbre entre los atletas universitarios de forma general, y específicamente entre los jugadores de béisbol. Como tal, este estudio sugiere que la percepción del nivel de incertidumbre en un contexto deportivo puede ser un poderoso indicador de la frecuencia y de la intensidad de la superstición entre los atletas universitarios. Palabras clave: Atletas universitarios; Béisbol; Comportamiento supersticioso; Hipótesis de incertidumbre. Abstract Few studies have empirically examined the commonly held proposition that baseball, commonly referred to as the game of inches, promotes more superstitious behaviours and rituals among its players than occur in other sports. This study examined the use of superstitious behaviour among 334 Division I college athletes in the United States. Specifically, we compared college baseball players with varsity athletes from other teams at the same institution and
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found that Division I college baseball players exercise more superstitious behaviour than varsity athletes from other sports. Additionally, college baseball players were significantly more likely to engage in superstitious behaviour to affect their individual performance, to affect what happens to their team, and to make something good happen compared to other varsity athletes. Findings provide support for the uncertainty hypothesis among college athletes broadly and baseball players specifically. As such, this study suggests that the perceived level of uncertainty in a sports context may be a powerful predictor of the frequency and intensity of superstitious use among college athletes. Keywords: Baseball; College athletes; Uncertainty hypothesis; Superstitious behaviour.
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Introduction Superstitious beliefs and behaviours have existed for thousands of years and within numerous cultures and communities. Scholars have sought to understand the function and meaning of these widespread beliefs and behaviours, suggesting that superstitious behaviours or rituals primarily function to alleviate uncertainty and its associated anxieties (Frazer, 1922; Malinowski, 1948; Vyse, 2013). From this perspective, Womack (1992, p. 192) defines superstitious rituals as “unusual, repetitive, rigid behaviour that is perceived to have a positive effect by the actor, whereas in reality there is no causal link between the behaviour and the outcome of an event”. To the extent that these rituals have no actual bearing on the success of an event, they can be characterized as helping to maintain an illusion of control (Brevers, Dan, Noel, & Nils, 2011; Rudski & Edwards, 2007). This psychological placebo (Neil, 1982) may take place even when individuals doubt the efficacy of their superstitious behaviours or rituals. Schippers and Van Lange (2006) suggest that while no apparent causality exists between the use of superstition and outcome, superstitious behaviour functions as a tensionregulating mechanism, which may in turn increase the chances of a positive outcome. Scholars have cautioned against assuming that observance implies belief in the efficacy of superstitious behaviours (Mullen, 1969; Palmer, 1989). As Palmer (1989, p. 61) argues, “identifying the belief of subjects is necessary to testing the anxiety explanation because it is the belief in the efficacy of the taboo that allegedly relieves the anxiety”. This has led others to distinguish between causal and coincidental superstitious behaviours, where the former is explicitly associated with a conscious belief and the latter represents behaviour induced by the accidental sequence of response and reinforcement (Jahoda, 1969). In the acquisition of superstitions, Skinner (1948; 1953) referred to adventitious events to describe reinforcement that occurred by chance rather than as a causal relationship. As such, adventitious or chance events help account for the acquisition of some superstitious behaviour since reinforcement of the behaviour is temporally understood. Just because reinforcement coincides temporally with a response does not mean that it is contingent upon the response. For example, when a favourable outcome coincides with a particular set of behaviours, it may serve as coincidental reinforcement. Such reinforcement leads to a belief in the construction of a causal relationship between the two. If coincidental connections are made between behaviour and favourable outcomes, these practices may be maintained even when these behaviours do not create the desired reinforcement (Todd & Brown, 2003). Based upon this understanding of superstitions, and framed within a larger anxietyritual theory, the uncertainty hypothesis posits that the more individuals attribute outcomes to chance or luck, the more likely they are to use superstitious behaviour (Kluckholm, 1965; Radcliffe-Brown, 1965). Examples in support of the uncertainty hypothesis include findings of increased superstitions among citizens during uncertain times, such as war or economic downturns (Maller & Lundeen, 1934; Padgett & Jorgenson, 1982; Stouffer, 1965), and among people engaged in activities deemed unpredictable or dangerous (Malinowski, 1954; Poggie & Pollnac, 1988). Scholars have found that superstitious behaviours are particularly prevalent among certain occupations and social groups, such as actors (Gross, 1961; Hand, 1974), gamblers (Griffiths & Bingham, 2005; Joukhador, Blaszczynski, & Maccallum, 2004), sailors and fishermen (Hole, 1967; Mullen, 1969, 1978; Shay, 1951; Walton, 1955), college students (Conkin, 1919; Lewis & Gallagher, 2001) and athletes (Burger & Lynn, 2005; Womack, 1979). Each of these groups engages in activities with heightened levels of chance and uncertain outcomes.
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Sport, Superstitious Behaviour and the Uncertainty Hypothesis One of the central criteria of sports is the uncertainty of outcome (Guttmann, 1978; Loy, 1983). As such, it is perhaps no surprise that athletes are a superstitious social group. The more parity that exists between two opposing sides, the greater the level of uncertainty in the outcome. While the greater uncertainty created in a sports competition between contestants of equal skill often translates into a greater potential for fan excitement, increasing the entertainment value and corresponding revenue, the greater uncertainty of outcome likewise creates an increased potential for athletes’ psychological tension or anxiety. Because of the inherent uncertainty within sport, many athletes practice some form of superstitious behaviour to provide themselves with a sense of control within these competitive contexts (Becker, 1975; Brevers et al., 2011; Schippers & Van Lang, 2006). Though this control may be illusory, the prevalence of superstitious behaviours among athletes in various sports settings has been well documented (Bleak & Frederick, 1998; Fischer, 1997; Gregory, 1973; Neil, Anderson, & Sheppard, 1981; Todd & Brown, 2003). Past research has identified several factors related to the use of superstitious rituals and behaviours in sport, including type of sport (Ciborowski, 1997; Lee, 1964; Neil, 1982; Van Raalte, Brewer, Nemeroff, & Linder, 1991), type of superstition (Coffin, 1971; Gmelch, 2003; Gregory & Petrie, 1975), age and number of years of participation on a team (Buhrmann & Zaugg, 1981; Neil et al., 1981), difficulty of task and level of competition (Rudski & Edwards, 2007; Todd & Brown, 2003; Wright & Erdal, 2008), participants’ perceived loci of control (Matute, 1994; Schippers & Van Lange, 2006), participants’ sense of pessimism (Rudski, 2004), and participants’ athletic identity, ego-involvement, and personality type (Brevers et al., 2011; Neil et al., 1981). The present study focuses on type of sport and perceived level of uncertainty, with particular focus on college baseball. Baseball and Superstitious Behaviours While scholars have identified sport, in general, as a breeding ground for superstitious behaviour, American laypeople and the media often claim that the game of baseball fosters more superstitious behaviour among its participants than is witnessed in other games and sports (McCallum, 1988; Webster, 2012). Superstitious behaviours have been reported as part of the culture of the national pastime throughout the sport’s history in the United States and at all levels of competition, from Little League to the professional ranks (Fine, 1979; Gmelch, 2003). At the collegiate level, Gregory and Petrie (1975) noted that athletes listed twice as many superstitions associated with sport than non-athletes, but they did not include collegiate baseball players in their study. Ciborowski (1997) found that the superstitious behaviours of college baseball players were unremarkable despite evidence that these players engaged in higher levels of superstitious activity and labelled themselves more superstitious in practice and intensity than non-athletes. In support of the uncertainty hypothesis, some scholars (Burger & Lynn, 2005; Felson & Gmelch, 1979; Neil, 1982) have suggested that superstitious behaviour in baseball is particularly prevalent because chance and luck play such a pivotal role in determining baseball outcomes. Examples of chance dictating outcome in baseball are easy to find at both the individual and team level. Many plays are so close that the outcome is highly unpredictable or out of the hands of the players themselves. A pitcher makes an excellent pitch on the corner of the plate, but the umpire’s decision to call it a ball or strike could arguably impact that particular
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at-bat, the inning and/or even the outcome of the game. A batter hits the ball as hard as he can, only to have the line drive directed towards a well-placed fielder for an easy out. This is perhaps the reason why the best pitchers win only 60-70% of their games. Conversely, the best hitters fail to get a hit nearly 70% of the time, leading some to call hitting in baseball the single most difficult task in all sports (Gmelch, 2003). Critics might argue that all sports involve elements of chance, and of course this is accurate; however, no other sport has been consistently referred to as the game of inches, reflecting something unique about baseball as a popular culture practice. Despite the common claim that baseball involves more luck or chance than other sports, few studies have empirically tested the ways in which baseball players behave within this particular sports context. The current study seeks to fill this void in the literature. Specifically, this study compares college baseball players with college athletes from other sports, examining whether player’s perceptions of uncertainty within their sport provide a possible explanation for differences in the frequency of superstitious behaviour. As such, we tested the following three hypotheses: H1: College baseball players are more superstitious than other college athletes based upon the frequency of use of such behaviours; H2: College baseball players believe superstitious behaviours have a greater impact on individual and team outcomes than other college athletes; H3: In support of the uncertainty hypothesis, college baseball players report a stronger relationship between perceived levels of luck or chance and the use of superstitious behaviours than other varsity athletes. Methods Participants Three hundred and thirty four varsity college athletes (n=334) from a large Division I public university on the west coast of the United States participated in the study. Among this sample population, 37 varsity baseball players (11% of the total participant pool) were selected as a subgroup to compare with the 297 other varsity athletes at this institution (89% of the total participant pool). The university competes in the Pacific-12 athletic conference and consistently ranks among the top intercollegiate athletic programs in the United States, based upon the NACDA Learfield Sports Directors’ Cup national rankings. The university offers a broad-based intercollegiate athletic program, comprised of 30 varsity sports and over 800 active college athletes. Baseball is one of the oldest of the varsity sports at this Division I institution, established in 1892. Instruments and Procedures Through the principal investigator’s institutional position, all active varsity athletes at the institution were invited to participate in this study via email. The email included a link to an online survey hosted by a third-party website. To encourage participation, the survey was brief and able to be completed within 10-15 minutes. Participation was voluntary and confidential. Participants were not compensated. In order to address potential limitations in distinguishing between superstitious behaviour and ritual, we borrowed from Burger and Lynn (2005, p. 73) and defined superstitious behaviour within the survey instrument. Prior to an-
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swering survey questions, participants read the following: “superstitious behaviour is anything that you do that you feel might bring good luck during a game… some common examples of superstitions are wearing lucky clothes, sitting in lucky spots, not mentioning certain things, eating certain foods, and entering the field/pool/court a certain way.” We asked all participants a series of four questions, adapted from Burger and Lynn (2005), about the frequency and perceived impact of performing such superstitious behaviour. First, they were asked, “How often do you engage in superstitious behaviour?” and chose an answer from a 5-point Liker-type response scale (1 = never, 2 = only occasionally, 3 = a lot of games, 4 = most games, and 5 = every game). Second, survey respondents were asked, “How much impact do you feel superstitious behaviour has on your performance or the outcome of the game?” Here, too, they selected an answer from a 5-point Likert-type response scale (1 = no impact, 2 = hardly ever, 3 = sometimes, 4 = often, and 5 = always). Third, participants responded to the following prompt: “I engage in superstitious behaviour(s) to (check all that apply): a = make something good happen, b = keep something bad from happening, c = affect my athletic performance, d = affect what happens to the team, and/or e = help prevent injuries. Fourth, and finally, survey respondents were asked, “How much of the time does luck affect what happens in a game or competition?” As earlier in the survey, they chose one response from among five possible answers: 1 = none of the time, 2 = very little of the time, 3 = some of the time, 4 = a lot of the time, and 5 = most of the time. In order to test the first two hypotheses statistically, two-sample t-tests of equal variances were performed to evaluate the mean scores between baseball student athletes and all other varsity athletes. Regarding the uncertainty hypothesis, two-sample t-tests of equal variances were also performed. This allowed us to compare the proportion of affirmative answers yielded by baseball players relative to all other college athletes. In addition, Fisher r-to-z transformations were performed to allow us to compare the correlations of two variables between these two populations. Four ordinal logistic regression analyses were also conducted in order to address the uncertainty hypothesis. The rationale for these additional statistical tests was to analyze the strength of the effect that different independent variables have on the dependent variable. The first two models used responses to the question “How much of the time does luck affect what happens in a game or competition?” as the outcome or dependent variable. Responses were represented by a Likert-type scale from one to five, with one being the lowest. The independent variable was the responses to the question: “How often to you engage in superstitious behaviour?” Responses were also represented by a Likert-type scale from one to five, with one being the lowest. The first model was restricted to the baseball student athlete population while the second model was restricted to all other college athletes. The second set of models had the same outcome (dependent) variable but used responses to the following question as the independent variable: “How much impact do you feel superstitious behaviour has on your performance?” Responses were also represented by a Likert-type scale from one to five, with one being the lowest. Given limitations with sample size, the correlation results and ordinal logistic regression results are both included to provide complementary evidence toward analyzing the uncertainty hypothesis. Results As illustrated in Table 1, college baseball players engage in sport-specific superstitious behaviour significantly more often than other college athletes (t=-2.98, p<0.01). This con70
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firms our first hypothesis. Baseball players are also more likely to believe that such behaviours impact their performance or outcome of a game, though this difference was not statistically significant. Table 1. Number, frequency, and perceived impact of superstitious behaviour(s) among superstitious varsity college athletes.
3.72 (n=36, sd=1.65)
College varsity athletes, excluding baseball players 2.86 (n=266; sd=1.63)
2.56 (n=36; sd=1.25)
2.17 (n=264; sd=1.18)
College baseball players Mean score for frequency of engaging in superstitious behaviour Mean score for the perceived impact of superstitious behaviour on individual performance or team outcome
Two-sample t-test with equal variances t=-2.98, p<0.01 t=-1.84, p=0.07
Although the practice of superstitious behaviour is common among college baseball players, they are not as confident in the power of their superstitions as their behaviour might suggest. The mean score on the item regarding perceived impact of superstitious behaviour on individual performance or the outcome of the game, for example, was 2.56 (sd=1.25), which places the average response between hardly ever and sometimes. Other college athletes were even less confident in the impact of superstitious behaviour (x=2.17, sd=1.18). Nearly one quarter or twenty-two percent of college baseball players said superstitious behaviour always or often had an impact. As illustrated in Table 2, however, American college baseball players were significantly more likely to engage in superstitious behaviour to make something good happen (t=-2.33, p<0.05), affect athletic performance (t=-2.69, p<0.01), and affect what happens to the team (t=-4.20, p<0.00) compared to other varsity athletes. Table 2. Number and percentage of superstitious varsity college athletes agreeing with perceived impact of superstitious behaviour. “I engage in superstitious behaviour(s) to (check all that apply)…” Make something good happen Keep something bad from happening Affect my athletic performance Affect what happens to the team Help prevent injuries
College baseball players n = 37 n=21 (57%) n=12 (32%) n=19 (51%) n=15 (41%) n=6 (16%)
College varsity athletes n = 297 n=110 (37%) n=73 (25%) n=88 (30%) n=41 (14%) n=39 (13%)
Two-sample t-test of proportions results t=-2.33, p<0.05 t=-1.03, p=0.30 t=-2.69, p<0.01 t=-4.20, p<0.00 t=-0.52, p=0.61
Findings for our second hypothesis are mixed based upon college baseball players’ responses. While college baseball players engage in superstitious behaviour to affect individual performance and team outcomes significantly more often than other varsity athletes, baseball players do not believe these behaviours have a significant impact, nor are their responses in this regard significantly different than other college athletes. While college baseball players may be skeptical as to whether or not their superstitious behaviours make an impact on the outcome of a game, they are significantly more likely to engage in superstitious behaviours to impact outcomes, as compared with other college athletes. This suggests that college baseball players hope that their superstitious behaviours impact outcomes more than other college athletes. Our third and final hypothesis addressed the uncertainty hypothesis. We anticipated a positive correlation between college athletes’ strength of belief that chance or luck affects the outcome of a game or competition and their perceived impact of superstitious behaviours on
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their performance or outcome of competition. As shown in Table 3, the correlations were higher among college baseball players than for college athletes from other teams. However, using the Fisher r-to-z transformation, we found that the difference in correlations between baseball and non-baseball college athletes was not statistically significant. Table 3. Correlations with perceived impact of luck on outcomes for superstitious varsity college athletes. Frequency of engaging in sport-specific superstitions before or during competition Perceived impact of sport-specific superstitious behaviour on individual performance of team outcome
College baseball players r=0.35, p<0.05 (n=36)
College varsity athletes r=0.26, p<0.01 (n=263)
r=0.42, p<0.05 (n=36)
r=0.32, p<0.01 (n=261)
Fisher r-to-z transformation results, one-tail p z=0.58, p=0.29 z=0.63, p=0.26
Regarding the four ordinal logistic regression analyses conducted in order to test the uncertainty hypothesis, all odds ratios were significant. The results of the ordinal logistic regression show that the more college athletes feel luck is associated with the outcome of a game or competition, the more likely they engage in superstitious behaviours; for all models, coefficients were higher among college baseball players as compared with other college athletes. The first model was restricted to the college baseball population while the second model was restricted to college athletes from other varsity sports teams. As shown in Table 4, an increase in the amount of engagement with superstitious behaviour for college baseball players was associated with an increase in the belief in the amount of time luck affects what happens in a game or competition by about 50%. For the non-baseball college athlete population, this association was approximately 34%. A z-test was conducted to assess if the odds ratio for college baseball players was significantly higher than for all other college athletes; the results were not significant (z=0.51, p=0.30). Table 4. Ordinal logistic regression results exploring the uncertainty hypothesis. Variable Engagement-SBP (n=36) Engagement-SNBP (n=263) Impact-SBP (n=36) Impact-SNBP (n=61)
Est. odds ratio (Std. Err.) 1.50 (0.30) 1.34 (0.10) 1.98 (0.57) 1.69 (0.18)
95% Confidence interval Lower Upper 1.01 2.23 1.16 1.55 1.13 3.47 1.38 2.08
p-value <0.050 <0.001 <0.050 <0.001
Additionally, an increase in the amount of impact a college baseball player believes superstitious behaviour has on performance was associated with an increase in the belief in the amount of time luck affects what happens in a game or competition by about 98%. For the non-baseball college athlete population, this association was approximately 69%. A z-test was conducted to assess if the odds ratio for college baseball players was significantly higher than other varsity athletes; the results were not significant and similar to the first two models (z=0.30, p=0.38). While not statistically significant, the correlations and ordinal regressions both trend toward showing that the uncertainty hypothesis is stronger among college baseball players, as opposed to other college athletes.
Discussion Findings in this empirical study confirm the widely held belief that superstitious behaviours are common among college athletes, and that these practices are particularly prevalent
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among college baseball players. Additionally, the current study found that college athletes engage in superstitious behaviours often, despite reporting that these behaviours may have limited impact on athletic performance or outcome. Though these participants acknowledged that no causal link seems to exist between these behaviours and influencing events, they nonetheless engage in superstitious practices. While it is widely acknowledged that rituals serve to calm athletes by providing a predictable routine without distractions (Lobmeyer & Wasserman, 1986), the distinction between sport rituals and superstitions can become blurred when superstitious behaviours function to relieve tension among athletes. In baseball, for example, coincidental superstitions have been associated with the unconscious rituals of players, such as batters shrugging their shoulders or pulling the cap or helmet down in a specific manner before each pitch (Ciborowski, 1997). On the other hand, this cognitive process of response and reinforcement has been described elsewhere as “win stay-lose shift” (Olton, Handelmann, & Walker, 1981), suggesting that individuals remain consistent with strategies related to successful outcomes but shift to other behaviours when the strategy no longer works. The blurring of beliefs and behaviours may be a limitation of the methodology utilized in this study, as the survey relied on individual, abstract reflection outside the context of sport. On the other hand, qualitative methods such as interviewing athletes about their superstitious behaviours can yield problematic findings too, as these beliefs and behaviours may be covert (Becker, 1975; Neil, 1982) and intended to remain so by the athletes themselves. Nonetheless, various methods should be utilized across sports contexts to further illuminate the individual and collective meanings of these practices. As such, there is a continued need to build on empirical studies to demonstrate that sport superstitions in their many forms serve to regulate tension and potentially provide a psychological placebo (Brevers et al., 2011). This placebo effect may lead to increased levels of control, confidence and self-efficacy among athletes, ultimately improving their performance (Damisch, Stoberock, & Mussweiler, 2010; Schippers & Van Lange, 2006). Such findings may be utilized by practitioners, such as coaches and sport psychologists, who work with athletes in a variety of uncertain and stressful contexts. On the other hand, it is evident from this study that a greater sense of uncertainty leads to increased superstitious behaviours as a coping mechanism, suggesting that practitioners might work with college athletes to reduce anxiety within the sports context. Other methods of stress relief, such as visualization, meditation and the practice of pre-competition routine may likewise reduce the use of superstitious behaviours among this population. In summary, the current study provides comparative analyses of college athletes’ superstitious beliefs and behaviours, finding significant differences by sport. Specifically, Division I college baseball players were found to exercise more superstitious behaviour than varsity athletes from other sports, despite their lack of confidence in the efficacy of these behaviours. It is possible that superstitious behaviours and rituals are a significant part of baseball culture historically, relative to other sports contexts, regardless of competitive level. We must remain cautious, however, as these findings at the Division I collegiate level may not be generalizable in other sport settings and at other educational institutions. While the current study did not manipulate perceptions of control among participants, we found support for the uncertainty hypothesis among college athletes broadly, and baseball players specifically. Follow-up studies that include larger sample sizes would help decipher the extent to which the uncertainty hypothesis differs between college baseball players and other college athletes. Overall, how-
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ever, this study suggests that the level of perceived uncertainty in a sports context may be a powerful predictor of the frequency and intensity of superstitious use among college athletes. References Becker, J. (1975). Superstition in sport. International Journal of Sport Psychology, 6, 148152. Bleak, J., & Frederick, C. (1998). Superstitious behavior in sport. Levels of effectiveness and determinants of use in three collegiate sports. Journal of Sport Behavior, 21, 1-15. Brevers, D., Dan, B., Noel, X., & Nils, F. (2011). Sport superstition: Mediation of psychological tension on non-professional sportsmen’s superstitious rituals. Journal of Sport Behavior, 34, 3-24. Buhrmann, H., & Zaugg, M. (1981). Superstitions among basketball players. An investigation of various forms of superstitious beliefs and behavior among competitive basketballers at the junior high school to university level. Journal of Sport Behavior, 4, 163-174. Burger, J., & Lynn, A. (2005). Superstitious behavior among American and Japanese professional baseball players. Basic and Applied Social Psychology, 27, 71-76. Ciborowski, T. (1997). Superstition in the collegiate baseball player. Sport Psychologist, 11, 305-317. Coffin, T. (1971). The old ball game. New York: Herder and Herder Publishers. Conkin, E. (1919). Superstitious belief and practice among college students. American Journal of Psychology, 30, 83-102. Damisch, L., Stoberock, B., & Mussweiler, T. (2010). Keep your fingers crossed! How superstition improves performance. Psychological Science, 21(7), 1014-1020. Felson, R., & Gmelch, G. (1979). Uncertainty and the use of magic. Current Anthropology, 20, 587-589. Fine, G. (1979). Small groups and culture creation. The idioculture of Little League baseball teams. American Sociological Review, 44, 733-745. Fischer, G. (1997). Abstention from sex and other pre-game rituals used by college male varsity athletes. Journal of Sport Behavior, 20, 176-184. Frazer, J. (1922). The golden bough: A study in magic and religion. New York: Macmillan. Gmelch, G. (2003). Baseball magic. The cultural study of work. Oxford: Rowman and Littlefield. Gregory, J. (1973). Superstitions among male and female intercollegiate athletes and nonathletes of the University of Western Ontario. Unpublished master’s thesis, University of Western Ontario - Canada. Gregory, J., & Petrie, B. (1975). Superstitions of Canadian intercollegiate athletes: An intersport comparison. International Review of Sport Sociology, 10, 59-68. Griffiths, M., & Bingham, C. (2005). A study of superstitious beliefs among bingo players. Journal of Gambling Issues, 13, 1-13. Gross, D. (1961). Folklore of the theater. Western Folklore, 20, 257-263. Guttmann, A. (1978). From ritual to record: The nature of modern sports. New York: Columbia University Press. Hand, W. (1974). Folk beliefs and customs of the American theater. A survey. Southern Folklore Quarterly, 38, 23-48. Hole, C. (1967). Superstitions and beliefs of the sea. Folklore, 78, 184-189. Jahoda, G. (1969). The psychology of superstition. London: Allen Lane The Penguin Press.
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INSEGURANÇA SOCIO-ECONÓMICA, ANOMIA E RITUAIS. HÁBITOS DESPORTIVOS NOS ESTUDANTES DE ENSINO SUPERIOR DO LITORAL DE OPAL COAST INSEGURIDAD SOCIOECONÓMICA, ALIENACIÓN Y RITUALES. HÁBITOS DEPORTIVOS EN ESTUDIANTES DE EDUCACIÓN SUPERIOR DEL LITORAL DE OPAL COAST
SOCIO-ECONOMIC INSECURITY, ANOMY AND RITUALS. SPORTS HABITS IN HIGHER EDUCATION STUDENTS OF THE OPAL COAST LITTORAL Alessandro Porrovecchio* Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France alessandro.porrovecchio@gmail.com Eddy Zakhem Physical Education Department, Faculty of Liberal Arts and Human Sciences, University of Balamand, Kelhat, ElKoura, Lebanon Kloé Warnault Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France Isabelle Caby Faculty of Sports and Physical Education, Artois University, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-62800, Liévin, France *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Philippe Masson Faculty of Sports and Physical Education, University of Lille 2, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59000 Lille Carl Kuehn Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France Rémy Hurdiel Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France Thierry Pezé Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France Gautier Zunquin Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France Denis Theunynck Sports Sciences Department, University of the Littoral Opal Coast, EA 7369 - URePSSS - Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport Santé Société, F-59383 Dunkirk, France
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Resumo O objetivo deste artigo é descrever algumas características dos hábitos desportivos de uma população de estudantes de ensino superior do litoral de Opal Coast (França). Como parte das atividades do observatório Universanté (Universidade de Littoral Opal Coast, Universidade de Artois e Universidade de Lille 2), este trabalho foi realizado num subconjunto de cerca de 800 estudantes da área de Opal Coast. Iremos abordar os aspetos relacionados com o contexto macroscópico. O primeira refere-se à região de Nord-Pas de Calais, em particular a área litoral do Opal Coast; a segunda é desenhada a partir dos dados de pesquisa do observatório Universanté. Os dados recolhidos identificam o perfil sociodemográfico dos estudantes do litoral de Opal Coast, e permitem-nos focar algumas características e algumas das principais situações críticas relativas à prática desportiva dos estudantes de ensino superior desta área: insegurança socioeconómica, relação entre o consumo de álcool e hábitos desportivos, comportamentos de risco. Em particular, vamos salientar a importância da quantidade de participantes em causa por episódios de consumo de álcool pontuais, regulares e de risco, cruzando esses dados com a participação desportiva: aqueles que declaram beber 6 copos de bebidas alcoólicas uma vez por mês ou mais é de 42,4% dos entrevistados. Iremos propor algumas medidas interpretativas para enquadrar este fenómeno. A primeira medida interpretativa está relacionada com o ambiente social, a segunda com a uma nova conceção de risco emergente em subculturas juvenis. Palavras-chave: Comportamentos de risco; Consumo de álcool; Determinantes de saúde; Hábitos desportivos; Juventude; Rituais. Resumen El objetivo de este artículo es describir algunas características de los hábitos deportivos de una población de estudiantes de educación superior de la Opal Coast (Francia). Como parte de las actividades del Observatorio Universanté (Universidad del Litoral Opal Coast, Universidad de Artois y Universidad de Lille 2), este trabajo se realizó en un subconjunto de unos 800 estudiantes del área de la Costa de Ópalo. Se abordaron aspectos relacionados con el contexto macroscópico. La primera preocupación es la región de Nord-Pas de Calais, en particular, la zona costera de la Costa de Ópalo; la segunda es consecuencia de los datos de investigación obtenidos por el observatorio Universanté. Los datos recogidos para identificar el perfil socio demográfico de los estudiantes de la costa de Opal Coast nos permiten centrarnos en algunas características y algunas de las principales situaciones críticas relacionadas con el deporte de los estudiantes de educación superior en esta área: la inseguridad socioeconómica, la relación entre el consumo de alcohol y hábitos deportivos, o los comportamientos de riesgo. En particular, observamos la importancia del número de participantes afectados por episodios de consumo de alcohol puntual, regular y de riesgo, cruzando estos datos con la participación deportiva: los que se declaran beber 6 vasos de alcohol una vez al mes o más es del 42,4% de los encuestados. Vamos a proponer algunas medidas interpretativas para enmarcar este fenómeno. La primera interpretación se relaciona con el entorno social, la segunda con un nuevo entendimiento de los riesgos emergentes en las subculturas juveniles. Palabras clave: Comportamientos de riesgo; El consumo de alcohol; Determinantes de la salud; Hábitos deportivos; La juventud; Rituales.
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Abstract The aim of this paper is to describe some features of sports habits among a population of higher education students of the Opal Coast littoral (France). As part of the Universanté observatory’s activities (University of the Littoral Opal Coast, Artois University and Lille 2 University), this work has been carried out on a subset of approximately 800 students of the Opal Coast area. We will refer both to some aspects related to the macroscopic context, and to some mesoscopic ones. The first concern the Nord-Pas de Calais region, in particular the Opal Coast littoral area; the second are drawn from the Universanté research data. The data collected depicts the socio-demographic profile of the Opal Coast littoral’s students, and allows us to focus on some features and some of the main criticalities concerning this area’s high education students’ sport practice: socio-economic insecurity, the relationship between alcohol consumption and sports habits, risky behaviours. In particular, we will stress the importance of the amount of the participants concerned by regular and risky punctual alcohol consumption episodes crossing this data with sports club participation: those who declare to drink 6 glasses of alcoholic beverages one time per month or more are 42.4 % of the respondents. We will propose some interpretative keys to frame these phenomena. The first interpretative is related to the social environment, the second one to a new conception of risk emerging in youth subcultures. Keywords: Alcohol consumption; Health determinants; Risky behaviours; Rituals; Sports habits; Youth.
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Introduction: Sports and Society Sport attracts European citizens, with a majority of people taking part in sporting activities on a regular basis. It generates important values such as team spirit, solidarity, tolerance and fair play, contributing to personal development and fulfilment. It promotes the active contribution of EU citizens to society and thereby helps to foster active citizenship. The Commission acknowledges the essential role of sport in European society, in particular when it needs to bring itself closer to citizens and to tackle issues that matter directly to them. However, sport is also confronted with new threats and challenges which have emerged in European society, such as commercial pressure, exploitation of young players, doping, racism, violence, corruption and money laundering (Commission of the European Communities, 2007). The Commission of the European Communities shows clearly the characterization of sport as a cultural fact. Sports, in its media expression, produce daily concepts and representations that society embodied to the point of being talked about a progressive “sportivisation of culture”: it seems that sport is becoming one of the prevailing frames of interpretation of contemporary symbolic practices (Bausinger, 2006), an element holding society together (Bausinger, 2006) and an omnipresent pervasive phenomenon (Tirocchi, 2011). It is clear that contemporary sports are changing, as concerns both their practice and their representation: this phenomenon should be framed within the wider transformation of contemporary societies and culture. Contemporary culture is generating a wide range of spectacular media products that sometimes degenerate into trash, for example wrestling, a typical “mediasport” (Wenner, 1998). Contemporary culture, in the last decades, engendered some new and alternative practices, for example extreme sports (Ferrero Camoletto, 2005); some new ways of interacting with spaces, for example parkour, are becoming increasingly visible, and more and more important as an object of study of social sciences. Finally, in some other cases, contemporary culture can produce some complex and sometimes controversial mass phenomena as for example macdonaldization of sport and leisure (Jary, 1999; Ritzer, 1993). This last phenomenon goes together with the expansion of sports’ demand that is seemingly leading to a sort of democratization of access to sports and physical activities. This last point will be at the core of our paper. The “white paper on sport” should be framed within the context that we have just described. Its aim was to emphasize, in a perspective of social promotion, the aptitude of sports and physical activities to promote values. Thus, the “white paper on sport” would like to enforce and promote some good practices to help the development of personal and collective identity, and, in a broader social dimension, to promote active citizenship (Tirocchi, 2011). The importance of values in sports is strongly tied with its importance both as an agent and as an environment of socialisation. As such, sports can provide some rules, some models, some behaviour patterns and some directions for the development of a growing awareness of the social context. Starting from this premise, it is clear that sports practice can offer a preferential point of view to analyse many features of a socio-cultural context: as a cultural fact it can provide a lot of information on its values, its characteristics, its sub-cultures, its weaknesses, its socio-economic profile, its global health and so on. As concerns this paper, we will propose a double perspective. As we will see, we will refer both to some aspects related to the macroscopic context, and to the mesoscopic one. The first one concerns the Nord-Pas de Calais region, in particular the Opal Coast littoral area; the second one is drawn from the Universanté research data, built through the analysis of some
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health and socioeconomic determinants (biomedical, social, psychological, etc.) concerning higher education students. We should spend a couple of words on this last topic. The interaction between physical activity and health has been extensively investigated in several studies (Powell, Paluch, & Blair, 2011). Health is determined by several factors, which can be summarized in five categories: biological factors; demographic and socio-cultural factors; psychological, cognitive and emotional factors; behavioural attributes and skills; physical environment. In this paper we will focus both on behavioural attributes and on demographic/socio-cultural factors. This paper should be framed within the “Universanté” research. Universanté started in 2008, including an observatory monitoring students’ health and promoting healthy behaviours. It is led by the Unité de Recherche Pluridisciplinaire Sport, Santé, Société (URePSSS) laboratory of the University of Lille Nord de France centre, which includes some units coming from the University of the Littoral Opal Coast (ULCO) and Artois University and Lille 2 University. The URePSSS laboratory carries on some researches on the three following areas: sports, health, society and their links. At this moment, Universanté is being carried out on a wider sample of approximately 3000 students, both at regional (Nord-Pas de Calais: ULCO and Artois University, Lille 2 University), inter-regional (Rouen University) and international level (University of Chicoutimi, Canada and University of Balamand, Lebanon). Methodology and Field As concerns the aim of this paper, we will refer primarily to a part of the Universanté data regarding the students of the ULCO and of a couple of paramedical training sites. In particular, we will refer to a sample of 812 students (of which 20.8% come from the ULCO, aged 17-35 years, who participated to Universanté between October and December 2013. Universanté’s data were collected transversally: the URePSSS laboratory organised some “Journées Universanté” (Universanté days) at the beginning of each academic year (October-November), from 2008 to the present day. Participation was optional, but the students were strongly encouraged to give their contribution. The participants complete, in the same unit of time and place, a self-administered questionnaire and follow a circuit composed of some physical and anthropometrical measurements. The data have been analysed using R©, after the correction or elimination of incomplete or incorrect dossiers. The significance level adopted was 5%, (p-value lower than 0.05). The questionnaires were anonymous and contained no information to identify students. Data collection was anonymous and confidential and was the subject of a systematic consent of the student. The study design was approved by the “Comission Nationale de l’Informatique et des Libertés” (CNIL). The questionnaire is divided into 8 different areas: personal and social data; anthropometric data; nutrition (including the consumption of tobacco, alcohol and psychoactive substances); well-being; physical activity; physical and biological tests; media consumption; sleep; social life. Therefore the questionnaire is structured into several sections, each of which consists of tools that have been validated internationally, and are ordinarily used in some similar researches. This means that the results of the analysis of the different areas of Universanté are potentially comparable with those of any other research that has made reference to the same indicators. We will focus on the following components of the questionnaire: a) Will be analyze the physical activity and the well-being area, in particular we will highlight some of the results of both the Exercise Dependence Scale-Revised (EDS82
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R) questionnaire (Kern, 2007) and the Global Physical Activity Questionnaire (GPAQ) (Bull, Maslin, & Armstrong, 2009); b) Will be take into account and we will mention some of the results of the first analysis concerning alcohol habits (Porrovecchio, Caby, et al., 2014), based on the AUDIT questionnaire (Saunders, Aasland, babor, De la Fuente, & Grant, 1993). This is a synthetic indicator of alcohol consumption and risky behaviours based on alcohol habits; c) Some of the founder members of Universanté (Philippe Masson, Carl Kuehn and Thierry Pezé) built a synthetic questionnaire concerning the individual’s social life. We will base our analysis also on some parts of this questionnaire and on its first results (Porrovecchio, Masson, et al., 2014). The data collected shows clearly the socio-demographic profile of the Opal Coast littoral students, and allows us to describe some features and some of the main criticalities concerning this area’s high education students’ sport practice. An important part of this paper is based on the distinction between those who are licensed in a sports club and those who are not: in this second category are included those who do not have any exercise practice and those who practice in an autonomous way. The data collected unfortunately do not allow us to divide the data in 3 different variables (non practitioners, autonomous practitioners, licensed practitioners). However, we are aware of the increasing importance of the non-institutional sport practices, as for example street sports or the personal ones focused on individual’s well-being (Duret, 2004). Unfortunately our data do not provide us any useful information on the specific typology of sport or physical activity practiced. This because we are using the data provided by an observatory (Universanté), and its research activities, until the present day, do not focus on this typology of information. This limits partially our possibility to compare our data with those of some other institutions. We will then make comparisons between the frequencies of some traits within each group. For this reason, as concerns the tables 2, 3, 4, 5 and 6, only the rows indicate the total of 100%. The columns are comparable only as concerns the internal composition of the two groups (licensed in a club and not licensed in a club): for this reason the sum of the percentages in the columns is not 100%. In the last part of this paper (discussion) we will not refer anymore to the distinction between licensed and non-licensed, focusing on the overall sample of our research. The Case Study: High Education Students of the Opal Coast Littoral Universanté has been led in the Opal Coast littoral area. This area counts more or less 850000 residents. It is located in the Nord-Pas-de-Calais region (France), overlooking to the English Channel, from the Belgium border to the Berck and Le Crotoy areas. In this area are located both the ULCO, a multi-site university of 10000 students, and the 7 paramedical training sites (1800 students) that have been involved in this phase of Universanté. The Opal Coast littoral’s population is particularly sensitive, both from a socioeconomical point of view and in terms of sociology of deviance: in addition to an overall critical rate of unemployment (14.0%, compared to 10.5% of metropolitan France) (INSEE, 2013), a rate of suicide attempts higher than the national average (6.0% vs 5.0% in 2010 for the 15 to 30 year old) (Beck & Richard, 2013), our first analysis identified a proportion of individuals who engage in binge drinking much higher than the rest of the French population
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(Beck & Richard, 2013) . These issues clearly indicate the presence of a complex condition of malaise and anomy (Le Breton, 2007). No institutional or demographic data exists on the Opal Coast littoral area’s sport practice. For this reason, to frame our analysis we must refer to the data provided by the Direction Régionale de la Jeunesse, des Sports et de la Cohésion Sociale (DRJSCS) of the Nord-Pas-deCalais. In this region, in 2012, 8432 sports clubs were affiliated to a federation, 3183 of these clubs were affiliated to a multi-sport federation, 3650 to an Olympic uni-sport one, 1599 to a non-Olympic uni-sport one. In the aggregate, the region hosts a population of 916261 licensed sports practisers, of which 33.2% are women. As concerns the regional population, 22.7% were enrolled in a club affiliated to a federation, a figure slightly lower than the national average: in France, 23.9% of population were enrolled in a sports club belonging to a federation. Physical Activities Profile In this section, we will rely on some parts of the area dedicated to physical exercise, of the questionnaire Universanté: the GPAQ (Bull et al., 2009), which is placed on the first part of the questionnaire, a series of items concerning sports practice and the EDS-R (Kern, 2007), placed on the third part. In a first phase we will introduce some socio-demographic features of our sample. Then we will focus in its sports practice. Overall, 812 students were involved in the survey, as concerns Universanté 2013 (67.8% girls, 32.2% boys). Their average age was 21.6±5. Of these, 63.1% of them were enrolled in the nursing courses, 13.2% in the sports sciences ones, the rest were coming from physiotherapy, ergotherapy, law, etc. Some of the main socio-demographic features of our sample can be found on Table 1. Table 1. Samples features. Age 17-19 19-21 >21 Sex Males Females Jobs No Yes Scholarships No Yes High Level Practisers No Yes
n 292 137 379 n 262 550 n 705 96 n 457 340 n 791 16
% 36.1 17.0 46.9 % 32.2 67.8 % 88.0 12.0 % 57.4 42.6 % 98.0 2.0
Licensed in a sport club No Yes Area Nursing Sports Sciences Physiotherapy Ergotherapy Economics and Management Law Sciences and Technology Lifelong Learning Human Sciences, Humanities and Languages Other
n 490 317 n 511 107 72 58 17 13 11 10 6 5
% 60.7 39.3 % 63.1 13.2 8.9 7.2 2.1 1.6 1.4 1.2 0.7 0.6
Only 2.0% of the participants (16, 6 girls and 10 boys) were high level athletes, and 39.3% were enrolled in a club. As we have seen, the second value indicates a quota of participants enrolled in a club above the national average 39.3% vs 23.9%): this data can be strongly influenced by the fact that our population is younger than the average national one: according to the INSEE data, France’s mean age is 40.8, the median one is 39.8. In addition, an important part of our population comes from the sports sciences area (13.2%): this feature certainly influences our values. Only the 30.8% of the girls of our sample were licensed in a club; conversely, the majority of boys were licensed (56.9%). This could mean that sports club practice is some kind of masculine peculiarity. 72.3% of the participants (73.2% of girls and 70.4% of 84
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boys) declare to cycle or walk at least 10 minutes per day, irrespective of working or sporting activities. Our sample declares to walk at least 10 minutes per day, on average 4.8 times per week. 49.7% of the participants declare that they usually practice a moderate physical activity (47.0% of girls and 55.4% of boys), which implies a small increase in breathing and/or heart rate, such as brisk walking, biking, playing volleyball, for at least 10 minutes per day. They declare to practice this kind of activity, on average 1.9 times per week. In fine, sports as fitness or recreational activities that require intensive significant increase in breathing and/or heart rate, like running or playing football, for at least ten minutes per day, concern 58.8% of our sample (49.4% of girls and 78.6% of boys). They declare to practice this kind of activity, on average, 2.3 times per week. First Critical Aspect: a Condition of Economic Insecurity The students that took part in the Universanté survey come mainly from the middle and working classes (table 2). An important part of the student’s families come from the employees’ (24.2%), intermediary professionals’ (10.3%) or middle managers/intellectual professionals’ (22.2%) contexts. The most important quota of the families comes from the working class (24.8%), and an important quota of mothers is unemployed (19.2%), not mentioned on table 2. Compared to the overall population of France (Moisan, 2013), our students mostly come from the lower and middle class. We notice also the underrepresentation of middle managers, intellectuals and intermediary professions. Table 2. Fathers jobs. Farmers, Artisans, Middle merchants Managers, and company intellectuals managers Non licensed in a Club Licensed in a Club Total France
Intermediary professions
Employees
Working class
Unemployed
Total
17.3%
17.3%
10.6%
23.5%
26.8%
4.6%
100%
11.0%
26.5%
9.1%
25.9%
23.9%
3.9%
100%
14.6% 10.1%
22.2% 30.7%
10.3% 12.0%
24.2% 11.6%
24.8% 10.6%
3.9% 11.5%
100% 100%
If we focus on club memberships, we see that the data become even more interesting: it seems clear that there is some significant link between club memberships and socioprofessional categories. Among those who practice in a club we can see that 25.9% come from the employee’s area and 26.5% from the middle managers and intellectual’s one. This data is superior compared to internal composition of the non-licensed group (23.5% and 17.3%). As concerns those who do not practice in a club, the working class presence is important (26.8%), superior both to the national data (10.6%) and to the licensed one (23.9%). We highlight also a significant data regarding the presence of farmers, artisans, merchants and company managers among the non-licensed population (17.3% vs 11.0%). Socio-professional category could be an interesting indicator of the socio-economic condition of our sample, but our survey offers us some other opportunities to depict its socio-economic profile. One of the most interesting indicators is the amount of students having a scholarship based on social equity criteria: 42.6% of our students had a scholarship (44.4% of the licensed, 41.4% of the non-licensed), a figure much higher than that of the whole French students’ population: 35.2% (Moisan, 2013). Another indicator of the socio-economical condi-
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tion is the amount of working students: 12.0% of the participants had a job (50.5% of the licensed and 37.8% of the non-licensed had one). 25.0% of those who had a job declared to do it from necessity. The majority of those who have a job (66.7%) gain less than 400 euros per month. This data do not consider students’ summer jobs: 66.3% of the sample had a student job last summer, and this concerned all the socio-economical categories. As concerns this part of the sample, 20.1% had a summer job to pay their university studies. This data should be coupled with those on table 3: in some way 21.8% of the respondents limit their leisure because of some financial problems. In particular, 9.5% of the respondents have always to consider their financial condition. If we focus on the licensed ones, 13.3% of the respondents declare to limit their leisure because of some financial problems. This quota is strongly different compared to the one declared by the non-licensed: 27.3%. Table 3. I limit my leisure for financial problems? Always Non licensed in a Club Licensed in a Club Total
12.1% 5.5% 9.5%
From the 10th of the month 3.4% 1.3% 2.6%
From the 20th of the month 11.8% 6.5% 9.7%
Never
Total
72.7% 86.8% 78.3%
100% 100% 100%
Starting from this first overview, we can say that our data confirm the results of some recent research on the same topic: economic barriers can be a major limitation to participation and the choice of sports activity (Kirk et al., 1997); young people from wealthier families seem to be more likely to practice a physical activity (in a club) compared to those who come from families and situations of economic hardship (Gordon-Larsen, McMurray, & Popkin, 2000; La Torre et al., 2006; Tuinstra, Groothoff, Van den Heuvelm, & Post,1998). It is clear that there is an important difference on sports access, basing on social and socio-economic determinants. This hypothesis is confirmed also by the Pearson's chi-squared test (x2=22.07, df=3, p-value=6.294e-05), applied on the relationship between the limitation of leisure and club licenses. In our future studies we will try to build more precise assumptions regarding the interaction between these aspects. Second Critical Aspect: Alcohol and Sports The focus that we propose in this paragraph poses several questions as regards the construction of an intervention strategy, especially as concerns the role of sport practice (Porrovecchio, Caby et al., 2014). As concerns our sample, 9.0% declared that they have never consumed alcohol, 89.0% declared that they consumed alcohol at least one time in their life, 2.0% preferred not to answer to this question. Among those who declared having consumed alcohol beverages, if we erase non-significant values, they declared that they started drinking between 13 and 23 years old. In the following parts of this paper we will refer to the students who answered to this part of the questionnaire. Our aim, in this context, is to differentiate the consumption styles to focus our analysis on the part of the population whose alcohol habits could be defined as “risky”: the one characterized by some frequent (6 or more glasses of alcoholic beverages one time per month or more) punctual important alcohol abuse (in French, “Alcoolisations Ponctuelles Importantes”, API). The area of the Universanté survey concerning alcohol habits is based on a couple of questions taken from the AUDIT questionnaire: an episode of punctual alcohol consumption is characterized by the consumption of 6 or more glasses of beer or other alcoholic products. Basing on the following tables (tables 4, 5 and 6), we will analyze alcohol habits of our sam-
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ple, focusing on the habits of the two groups (licensed and non-licensed), and then on the differences between the two groups. Table 4. I What is the frequecy of your alcohol consumption? Non licensed in a Club Licensed in a Club Total
1 per month 35.6% 27.7% 32.3%
2-4 per month 51.3% 58.1% 54.1%
2-3 per week 10.9% 13.1% 11.8%
More than 4 per week 2.2% 1.0% 1.7%
Total 100% 100% 100%
The table 4 introduces a very first overview of the frequencies of alcohol consumption among the Universanté survey participants. 1.7% of the participants (1.0% of the licensed and 2.2% of the non-licensed) drink alcohol regularly (more than 4 times per week). This number rises to 13.5% if we consider those who declare drinking more than 2 times per week. If we just take a look at this data, there is no significant difference between licensed (14.1%) and non-licensed (13.1%). If we compare our data with the ones concerning the French population illustrated in the Barométre Santé, we realize that the youth of our sample seems to drink less they could be defined as people with weak chronically risky consumption (1.7% vs 2.5%) (Beck & Richard, 2013). But this comparison can’t be taken for granted because the Barométre Santé’s data refer to the 15-to-30 year old and the authors stated that the frequency of consumption rises in parallel with the age (Beck & Richard, 2013). Table 5. How many drinks do you drink in a typical drinking day? Non licensed in a Club Licensed in a Club
1 or 2 40.5% 33.7%
3 or 4 29.4% 25.3%
5 or 6 17.6% 20.1%
7 or 8 8.0% 10.8%
10 or more 4.6% 10.1%
Total 100% 100%
Total
37.7%
27.7%
18.6%
9.1%
6.8%
100%
Basing on our definitions, we can say 34.5% of the participants experienced some punctual alcohol consumption episodes: 41.0% of the licensed and 30.2% of the non-licensed. In particular, 10.1% of the licensed declare that in a typical day they drink 10 or more drinks. Table 6. At which frequency do you drink more tan 6 glasses of alcohol beverages? Never Non licensed in a Club Licensed in a Club Total
37.1% 26.5% 32.8%
Less than 1 per month 26.7% 22.0% 24.8%
Once per month 23.8% 31.7% 27.0%
Once per week 12.4% 19.9% 15.4%
Almost everyday 0.0% 0.0% 0.0%
Total 100% 100% 100%
On the table 6, the most important one concerns to the most critical aspect of this feature. Through this table we can identify exactly the amount of people concerned by regular and risky punctual alcohol consumption episodes among our population: those who declare to drink 6 glasses of alcoholic beverages one time per month or more are 42.4% of the respondents: namely 51.6% of the licensed and 36.2% of the non-licensed. This population - oversimplifying - could be defined “risky”, and will be at the core of our subsequent analysis. No one declares to drink 6 or more alcohol beverages almost everyday, so - basing on some classic definitions (Baiocco, D’Alessio, & Laghi, 2008) - no one can be framed within the heavy drinker’s population. Though the data concerning heavy drinking are not alarming from a quantitative point of view, if we compare our data with the ones proposed by the Barométre Santé, we can see that from a national point of view 10.8% of the 15-to-30 year olds manifest risky or addictive alcohol habits: those are men drinking more than 21 alcoholic beverages per week, women drinking more than 14 alcoholic beverages per week or people drinking more than 6 glasses of alcohol beverages more than once a week. As concerns our
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sample, the data are much more alarming: the ones that drink more than 6 glasses of alcohol beverages more than once a week are the 15.4% of the sample (19.9% of the licensed, 12.4% of the non-licensed). The interaction between the two factors (licensed/non-lcensed vs drinking habits) is confirmed also by Pearson's chi-squared test (x2=22.07, df=3, p-value=6.294e05). Before we start focusing on the population that could be framed as “risky”, we should clarify some aspects. It is important to explain that having experienced some punctual alcohol consumption episodes (drinking 5/6 or more glasses of some alcoholic beverage) does not necessarily mean being in a condition of constant risk. This only means that among one’s pattern of consumption, this kind of experience happened. For this reason, the fact that the two tables refer to two different aspects of the phenomenon [5/6 or more glasses (table 4); 6 or more (table 5)] does not affect our discussion. We will now focus on a last feature characterizing the “risky” population: physical activities. As concerns this feature, at a first glance, some interesting data show that the “risky” drinking population declared that they - on average - engage more on both high-intensity physical activity (2.41 vs 1.58 days per week) and medium-intensity physical activity (3.14 vs 2.58 days per week) during their job. This is the same concerning their leisure’s physical activity: they train more in both high-intensity physical activity (2.41 vs 2.10 days per week) and medium-intensity physical activity (2.03 vs 1.91 days per week). Furthermore, the risky ones that are licensed in sports clubs are proportionally more numerous than the non-risky (49.3% vs 34.2%) (table7). Finally, the global score concerning the physical activities (EDSR) of the risky is higher than the one of the non-risky (13.68 vs 15.02). Table 7. Licensed or not licensed in one or more sports club. Non risky Risky Total
Non licensed 65.8% 50.7% 59.4%
Licensed 34.2% 49.3% 40.6%
Total 100% 100% 100%
If we take a look at the data concerning the EDS-R (Kern 2007), we can see that the risky sample’s overall profile is closer to a condition of addiction to sports. All the 20 items of the EDS-R show that the risky sample’s values are significantly higher than those of the nonrisky one (p-value=0.03). These data do not say anything as concerns the causes and the implications, namely they do not say anything as concerns the direction of the correlation. But they highlight an overall condition of malaise that is going towards a precise direction: the risky profile tends to come in parallel with the one of those presenting a condition closer to sports addiction, or mass media addiction. Discussion: Social Environment and Imaginary Our data do not say much about some possible solution concerning the critical issues and the malaise highlighted. As concerns the interaction between physical activity and alcohol habits, our data show that the risky overall profile is closer to a condition of addiction to sports, but we do not exactly know why. We can propose some hypothesis that must be verified (Porrovecchio, Masson, et al., 2014) by some further study, complementing our research strategy with some qualitative spin-offs. At the moment, we can propose two main interpretative frames concerning the sociological causes of this condition. Since there frames are mainly interpretative, will not be refered to the variables (licensed or non-licensed) that we used in the previous analysis.
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The Social Environment As concerns the social environment, our data depicts a complex condition: our population is characterized by a difficult economic condition, by a very important quota of punctual important alcohol abusers and by a strange interaction between alcohol habits and physical activities. If we proceed our analysis, we can see that it is a population suffering from a condition of isolation. To analyze this feature, we can focus on three main aspects: the housing problem, the transport problem and students’ external activities. As concerns the housing problem, 27.6% of the sample live alone, 7.7% live with some people who do not belong to their own family. The remaining part of the sample lives with their partner (15.6%) or their parents/family (49.1%). 30.4% of the sample receives housing assistance from the local government, because of their socio-economic condition. Only 2.7% live in a university hosting structure (alone or with some other students). As concerns their general condition, 1.1% declared to live in a precarious condition, 0.5% declared to be actually homeless, and so they must find some solutions to their housing situation, which is particularly severe. Finally, 4.6% declared to be unsatisfied of their housing condition. The housing condition should be coupled with the transport one. 80.7% of the respondents have a drivers’ license, and 73.8% have a personal mean of transport. This, of course, does not mean that they (can) use it to go to the university. In the Universanté survey we have another question concerning the areas of housing and transport: “The public transport network allows me to participate in the activities I choose” (table 8). Table 8. The public transport network allows me to participate in the activities I choose. Completely disagree 27.8%
Disagree 19.7%
Agree 22.5%
Completely agree 28.4%
The data shows clearly that 47.5% of the respondents are not satisfied of the public transport quality: probably they perceive it as not efficient, and so they must find some different solutions to move to the university, or to participate on the activities they want. More specifically, 47.8% of those who do not have a personal mean of transport do not agree with the sentence “The public transport network allows me to participate in the activities I choose”. This leads us directly to another area, the one of the environmental aspect: the activities outside of the university. As concerns “social life”, as we wrote in the methodology part of this paper, some researchers of the URePSSS produced a specific questionnaire. In this questionnaire, we can find some questions concerning the perception of some aspects of the respondents’ life. The data analysis of this part of the survey shows that 41.5% of the sample considers their life mediocre or poor. In particular, 3.5% consider their life definitely poor. Concerning social life, 24.4% of the participants meet some people outside their university or job occasionally or less. 5.2% declare to be substantially isolated. Only 17.1% of the sample always practice some activities that make them leave their housing (not considering university lessons or jobs), while 3.9% never leave their housing for this kind of activity. Therefore, our data highlights some alarming situations of isolation, characterizing students who live alone, who consider that the transport network will not let them move properly, and do not feel good with themselves. They are substantially isolated from a geographical, economical, social and psychological point of view. This condition is not so far from Durkheim’s “anomy” (1897). This sociopathic condition is very complex, and goes with some particular features concerning risky and addictive behaviours and socioeconomic insecurity
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Rituals and Risky Behaviours Starting from this framework, when we discuss about young people’s habits and behaviours we must take into account the fact that the changes who occurred in western societies in the last decades have been significant and led to a sort of deregulation of values: the transformations involving the family and the other socialization agencies (Porrovecchio, 2012a; 2013) have rapidly affected youth (sub)cultures and their socio-cultural forms. In this context, the social interaction codes and the needs of social integration and recognition take on new shapes and leave ample room to individuals’ initiative (Le Breton, 2007; Porrovecchio, 2012a). In particular, there is a set of rituals which have a special and decisive role in the path for adulthood (Van Gennep, 1909) that have lost their power: like other social forms, they have undergone some changes that transformed them significantly: Western societies no longer recognize collectively established rites of passage (Goguel d’Allondans, 2005) as necessary steps for adulthood. Contemporary societies, in fact, leave to the individual the honour and responsibility to build and shape the path of their existence through the creation of intimate rites of passage (Le Breton, 2007): some new kinds of rituals performed in a relatively solitary way. This “need for rituals”, according to Le Breton (2007) can be one of the most important factors that determine a wide range of phenomena connected to risky behaviours, from particularly unscrupulous lifestyles (as for example those who lead to a condition of sport addiction) to unhealthy habits (as for example risky alcohol consumption). ) In some cases, the new rituals tend to go against the established social ethics (“risky” behaviours). In the next stages of our research, we intend to analyze this idea. Unfortunately, at the present time our data do not focus enough on this aspect. In our hypothesis risky attitudes and behaviours could be connected to a substantial revaluation of the acceptability of risk: a new conception of risk is emerging, and it’s characterized by the repositioning of adolescents’ guidelines from safety objectives to more flexible goals: individuals must be able to risk, because risk is an indispensable condition to get ahead in life and to be somebody (Le Breton 2007). This aspect is evident if we take a look at table 9, which highlights an important condition of risk, especially as concerns the frequent punctual alcohol consumers. Table 9. Have you ever been in a means of transport driven by someone who had drinking (include yourself)? At which frequency do you drink more than 6 glasses of alcohol beverages? → Have you ever been in a means of transport driven by someone who had been drinking (include yourself)? ↓ Never Sometimes (less than 1 time per month) Usually (more than 1 time per month) Together
Never
Less than 1 per month
Once per month
Once per week
37.1% 17.8% 25.0% 32.4%
26.5% 22.1% 6.2% 25.0%
24.4% 34.4% 37.5% 27.0%
12.0% 25.8% 31.2% 15.6%
Conclusion In our opinion the “need for ritual” is the main interpretative key to understand a wide range of social phenomena and cultural forms such as the problematic use of alcohol or psychoactive substances and sports addiction. These elements and aspects have been highlighted during the first analysis of the Universanté data, but should be analyzed further through some more systematic and deeper studies, to verify our main hypothesis. Taking a distance from the
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specific case of the risky punctual alcohol consumption episodes, our main hypothesis is that these behaviours and attitudes can be an important indicator of the reconsideration of the acceptability of risk. Risk itself becomes a cultural factor, linked to the perception of the reversibility of choices: abuse of alcohol, consumption of soft drugs and high speed driving are not associated solely or necessarily to conditions of disadvantage or deprivation, but to some generalized features characterizing the evolutionary processes of youth culture. Some scholars, in particular Le Breton (1991), defined the actual widespread diffusion of risky behaviours passion of risks. Another interpretative key is related to the conditions closer to sports addiction and their link with alcohol habits. It’s a phenomenon strongly linked to the “need for rituals”, and it is reinforced by our sample’s social condition (isolation, anomic environment, economic insecurity). We should take in mind that training is a ritual (Andrieu, 1999). It’s a ritual marked by times, spaces, procedures, gestures, body hexyses (Porrovecchio, 2012b). It reproduces itself starting from a stable nucleus, changing some parts depending on the situation. On the one hand it’s rooted on the desires of the practitioner; on the other it meets the needs of physical training and the rules of the game. Its objectives can be diversified in some different valuescales: the pursuit of success, the cult of performance, management of the body, the assertion of self or a mere desire to escape from the routine. In a condition of important “need for ritual”, it’s possible that hard and problematic training becomes one of the solutions for - for example - the assertion of self through the creation of some intimate rituals. At the same time, alcohol consumption is a fundamental actor in the creation of collective rituals (Beccaria & Sande, 2003). Our analysis shows clearly the merger of these two aspects. Concluding, we can say that the issue of social determinants can be seen from different points of view. In a context like that of the Opal Coast littoral, the social differences affect the construction of different lifestyles, and through them, of global health. Lifestyles have a central role in determining the state of health or well-being of young people. The modern approach to health promotion identifies public health research, political actions and education programs as some important and diverse area of intervention to understand and manage social and health conditions of young people. If lifestyles affect people’s health, then it is possible to identify some possible areas of direct and effective intervention. Lifestyles, and their behaviour’s patterns, are not static. They are exposed to the dynamics of transformation of attitudes, habits and social integration. They are in fact continually assessed and re-interpreted within the relational network made up of individual choices and variables stimuli produced by the environment. People (even more so young people) can change their lifestyles. Some aspects of lifestyles have positive or negative consequences for the health and well-being of the population: it will be important to face all the conditions that interact in the creation and preservation of these patterns of behaviours, in order to support the change (World Health Organization, 1998). Starting from this perspective, we think that the researcher’s role is to develop some intervention strategies, for example through physical activity. Although our fist analysis shows a significant interaction between risky alcohol consumption and sport addiction, it’s undeniable that this interaction can be managed through some intervention strategies: physical activity may be a moderator or conversely an accelerator regarding alcoholic consumption, thanks to its influence on lifestyles. This issue is one of the main objectives of our future research programs.
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Acknowledgements The Universanté project was built thanks to some private and public funding. In particular, in addition to some of the facilities offered by the University of the Littoral Opal Coast, a portion of the funding was offered by the region Nord Pas de Calais, in which the research is conducted, and by the Mutualité Française (private agency that participates in the French Health System). References Andrieu, B. (1999). Les rituels médicaux du sportif. Corps et culture. Etudes critiques, 4. Baiocco, R., D’Alessio, M., & Laghi, F. (2008). I giovani e l’alcol. Il fenomeno del binge drinking. Rome: Carocci. Bausinger, H. (2006). Sportkultur. Tubingen: Attempto. Beccaria, F., & Sande, A. (2003). Drinking ga:mes and rite of life projects. A social comparison of the meaning and functions of young people's use of alcohol during the rite of passage to adulthood in Italy and Norway. Youth, 11(2), 99-119. Beck F., & Richard J. (2013). Les comportements de santé des jeunes. Analyses du Baromètre Santé 2010. Saint-Denis: Inpes. Bull, F., Maslin, T., & Armstrong, T. (2009). Global physical activity questionnaire (GPAQ). Nine country reliability and validity study. Journal of Physical Activity & Health, 6(6), 90-804. Commission of the European Communities. (2007). White paper on sport. Brussels: European Comission. Duret, P. (2004). Sociologie du sport. Paris: Payot. Durkheim, E. (1897). Le suicide. Etude de sociologie. Paris: Felix Alcan. Ferrero Camoletto, R. (2005). Oltre il limite. Il corpo tra sport estremi e fitness. Bologna: ilMulino. Goguel D’Allondans, T. (2005). Les sexualités initiatiques. La révolution sexuelle n'a pas eu lieu. Paris: Belin. Gordon-Larsen, P., McMurray, R., & Popkin, B. (2000). Determinant of adolescent physical activity and inactivity patterns. Pediatrics, 105(E83). INSEE. (2013). Enquête employ. Taux de chômage localisé, 3. Jackson, E. (2005). Constraints to leisure. Cato Ave: Venture Publishing. Jary, D. (1999). The macdonaldization of sport and leisure. In B. Smart (Ed.), Resisting macdonaldization (pp. 116-134). London: Sage. Kern, L. (2007). Validation de l’adaptation française de l’échelle de dépendance à l’exercice physique: l’EDS-R. Pratiques psychologiques, 13, 425-441. Kirk, D., Carlson, T., O’Connor, A., Burke, P., Davis, K., & Glover, S. (1997). The economic impact on families of children’s participation in junior sport. Aust J Sci Med Sport, 29, 27-33. La Torre, G., Masala, D., De Vito, E., Langiano, E., Capelli, G., & Ricciardi, W. (2006). Physical activity and socio-economic status collaborative group. Extra-curricular physical activity and socioeconomic status in Italian adolescents. BMC Public Health, 31, 22. Le Breton, D. (1991). Passions du risque. Paris: Métaillé. Le Breton, D. (2007). En souffrance. Adolescence et entrée dans la vie. Paris: Métaillé. Moisan, C. (2013). Repères et références statistiques sur les enseignements, la formation et la recherche. Paris: RERS.
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HÁBITOS DESPORTIVOS E PERSPETIVAS DE PARTICIPAÇÃO EM ATIVIDADES FÍSICAS DESPORTIVAS DOS ESTUDANTES DO POLITÉCNICO DE COIMBRA HÁBITOS DEPORTIVOS Y PERSPECTIVAS DE PARTICIPACIÓN DE LOS ESTUDIANTES DEL POLITÉCNICO DE COIMBRA SPORTS HABITS AND PARTICIPATION PERSPECTIVES OF STUDENTS FROM POLYTECHNIC OF COIMBRA
Ricardo Melo* Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal ricardo.es.melo@gmail.com Francisco Campos Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal francicampos@esec.pt *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Resumo A atividade física desportiva tem vindo a ser considerada como um dos mais importantes elementos constituintes de um estilo de vida ativo e saudável. Consequentemente, um estilo de vida ativo apresenta benefícios de saúde nas dimensões física, mental e social. Em geral, estudos anteriores evidenciam um elevado sedentarismo por parte dos estudantes do ensino superior, sugerindo que estes estudantes não estão preparados para a transição de um sistema em que a realização de atividades física é obrigatória para um outro em que ela passa a ser voluntária e autónoma, sendo necessário que as instituições de ensino superior e os seus órgãos responsáveis desenvolvam intervenções eficazes. Para o efeito torna-se importante caracterizar e compreender a situação desportiva. Neste sentido, este estudo apresenta dois objetivos: em primeiro lugar, caracterizar o perfil de participação em atividades físicas desportivas dos estudantes do Politécnico de Coimbra e, em segundo lugar, caracterizar a perspetiva de participação dos mesmos em atividades físicas desportivas que potencialmente poderão vir a ser organizadas pelo Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra. Para este efeito foi aplicado um inquérito por questionário a 408 estudantes do Politécnico de Coimbra. Os resultados evidenciam um baixo índice de participação em atividades físicas desportivas, mas um grande potencial de procura por atividades físicas desportivas. No final do artigo são apresentadas algumas recomendações para a gestão e para o desenvolvimento de uma política de desenvolvimento desportivo no contexto do Politécnico de Coimbra, baseado no “desporto para todos”. Palavras-chave: Desenvolvimento desportivo; Ensino superior; Estilo de vida; Hábitos desportivos; Política desportiva.
Resumen La actividad física deportiva ha sido considerada una de las componentes más importantes de un estilo de vida saludable y activo. En consecuencia, un estilo de vida activo tiene beneficios para la salud en los aspectos físico, mental y social. En general, los estudios anteriores han mostrado un estilo de vida sedentario entre los estudiantes de educación superior, lo que sugiere que dichos estudiantes no están preparados para la transición entre un sistema en el que realizar actividades físicas es obligatorio hacia otro donde ésta se convierte en voluntaria y autónoma, así se requiere que las instituciones de educación superior y sus correspondiente organismos desarrollen intervenciones eficaces en este aspecto. Para tal efecto es importante caracterizar y entender la situación deportiva. En este sentido, este estudio tiene dos objetivos: en primer lugar, evaluar el perfil de la participación en actividades deportivas físicas de los estudiantes del Politécnico de Coimbra y, en segundo lugar, evaluar las expectativas de participación en aquellas actividades físicas deportivas que potencialmente pueda estar organizado la Oficina de Deportes del Politécnico de Coimbra. Para este propósito se realizó un cuestionario a 408 estudiantes del Politécnico de Coimbra. Los resultados muestran una baja tasa de participación en actividades deportivas físicas, pero una gran potencial en cuanto a la búsqueda de actividades físico-deportivas. Al final del artículo siguen algunas recomendaciones para
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gestionar y desenvolver una política de desarrollo deportivo en el contexto del Politécnico de Coimbra, basado en el "deporte para todos". Palabras clave: Actividad física deportiva; Desarrollo del deporte; Educación superior; Estilo de vida; Hábitos deportivos; Política de desarrollo deportivo.
Abstract Sports physical activity has been considered one of the most important constituents of a healthy and active lifestyle. Consequently, an active lifestyle presents health benefits in physical, mental and social dimensions. In general, previous studies have shown a high inactivity of students in higher education, suggesting that these students are not prepared for the transition from a system in which the realization of physical activity is required for another where it becomes voluntary and autonomous. For a good transition is important that higher education institutions and their bodies can develop effective interventions, requiring that those can understand the sports situation. This study has two objectives: first, to characterize the participation profile of students from Polytechnic of Coimbra in sports physical activities and, secondly, to characterize their prospect of participation in sports physical activities that could potentially be organized by the Polytechnic of Coimbra Sports Office. For this purpose, a survey by questionnaire was applied to 408 students of Polytechnic of Coimbra. The results show a low rate of participation in sports physical activities, but a great potential demand for those activities if they were developed by the Polytechnic of Coimbra Sports Office. At the end of the article some recommendations are made for management and for the development of a sports development policy in the context of the Polytechnic of Coimbra, based in “sports for all”. Keywords: Higher education; Lifestyle; Sports development policy; Sports habits; Sports physical activity.
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Introdução A forma de viver que uma pessoa ou grupo adota, a forma de ocupar os seus tempos livres, o consumo, os costumes alimentares e os hábitos higiénicos, são elementos configuradores daquilo que se entende por estilo de vida (Pastor, Balaguer, & Garcia-Merita, 1998). Consequente, alguns desses elementos (maus hábitos alimentares, tabagismo e inatividade física) podem contribuir para o surgimento de alguns dos principais fatores de risco (níveis elevados de pressão arterial e de colesterol, excesso de peso e obesidade) responsáveis por doenças não transmissíveis, como as doenças cardiovasculares, a diabetes tipo II, e alguns tipos de cancro (Instituto do Desporto de Portugal, 2011). Salienta-se ainda que estes fatores de risco são responsáveis por 60% dos 56 milhões de mortes anuais e por 47% das doenças em todo o mundo (Instituto do Desporto de Portugal, 2011; World Health Organization, 2004). De entre os fatores associados a um estilo de vida saudável, destaque para a prática de atividade física que, desenvolvida de forma estruturada e regular, resulta em benefícios psicológicos, bem-estar pessoal e uma ótima qualidade de vida (Balaguer & Castillo, 2002). O grau de envolvimento em atividades físicas desportivas, como comportamento, pode ser caracterizada e quantificada através de diversos métodos (e.g. inquérito por questionário, observação direta, sensores do movimento, cardio-frequencímetros, calorimetria direta e indireta, etc.), cada qual com as suas vantagens e desvantagens (Instituto do Desporto de Portugal, 2011). No entanto, a aplicação de questionários tem sido a metodologia mais frequente devido ao seu baixo custo e à elevada adesão dos participantes (Calfas, Sallis, Lovato, & Campbell, 1994; Côrte-Real et al., 2008; Dias et al., 2008; Instituto do Desporto de Portugal, 2011) Os primeiros estudos epidemiológicos conhecidos, utilizando o inquérito por questionário como método de recolha de dados, foram realizados nos anos 1950s por Jeremy Morris, incidindo o seu âmbito sobre a atividade física e a saúde dos trabalhadores dos transportes de Londres, estendendo-se mais tarde aos funcionários públicos ingleses (Instituto do Desporto de Portugal, 2011). Estes e outros estudos posteriores, usando a mesma metodologia, vieram a confirmar a importância da atividade física regular na melhoria da saúde, resultando na primeira recomendação para a prática de atividade física no âmbito de saúde pública, publicada em 1995 nos EUA pelo Centers for Disease Control (CDC) e pelo American College of Sports Medicine (ACSM) (American College of Sports Medicine, 2014; Instituto do Desporto de Portugal, 2011). Esta recomendação salienta a importância de se acumular pelo menos 30 minutos de atividade física de intensidade moderada por dia, na maioria dos dias da semana para que se possa obter um bom nível de saúde (American College of Sports Medicine, 2014; Instituto do Desporto de Portugal, 2011). Apesar do reconhecimento dos benefícios da prática, o número de pessoas que não pratica atividade física ou exercício físico na União Europeia (UE) é crescente (European Comission, 2014). Portugal, neste contexto, apresenta uma das maiores taxas de inatividade física no conjunto dos países da União Europeia (a média da UE é de 42%, enquanto em Portugal 64% da população não se exercita ou pratica desporto), salientando-se um aumento de 9% (dados de 2013) face ao estudo anterior (realizado em 2009 (European Comission, 2014). Outra evidência importante a salientar é o facto de vários estudos apontarem para uma diminuição da prática de atividade física com o aumento da idade, em especial no final da adolescência (entre os 15 e os 18 anos) e início da idade adulta (entre os 20 e os 25 anos), altura em que se fixam comportamentos de sedentarismo (European Comission, 2014; Matos, Simões, Carvalhosa, & Canha, 2003; Stephens, Jacobs, & White, 1985; United States
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Department of Health and Human Services, 1996). A este respeito, tem-se vindo a verificar uma diminuição dos níveis de atividade física nos estudantes dos Estados Unidos da América (EUA) quando terminam o ensino secundário e entram no ensino superior (Calfas et al., 1994; United States Department of Health and Human Services, 1996), e um elevado sedentarismo por parte da população estudantil do ensino superior espanhol (Ruiz, Garcia, & Gómez, 2005; Sanz, 2005, Varela-Mato et al, 2012), e português (Côrte-Real et al., 2008; Gomes, 2005). Um estudo recente, realizado em 23 países, também evidenciou elevadas taxas de inatividade física nos estudantes de ensino superior (Pengpid et al., 2015) A prática regular de atividade física em idades mais baixas, em especial no contexto escolar é o garante de hábitos regulares de prática na idade adulta (Castillo & Balaguer, 2001; Gutiérrez, 2000), assegurando consequente uma melhoria da qualidade de vida na idade adulta e sénior (Buckworth, 2001). As orientações para o desenvolvimento das práticas de atividade física em contexto escolar devem por isso sustentar-se, para além da prática, na transmissão e aquisição de conhecimentos sobre a manutenção e elevação da condição física e da importância da prática regular de atividade física. Estes dados levam a considerar que os estudantes do ensino superior, de uma forma geral, não estão preparados para a transição de um sistema em que a realização de atividade física desportiva é obrigatória para um outro em que ela passa a ser voluntária e autónoma (Côrte-Real et al., 2008; Dias et al., 2008; Sallis & Mckenzie, 1991). Associado a esta problemática, existem diversos impedimentos ou constrangimentos à prática de atividade física desportiva, em especial associados à falta de tempo e de dinheiro (Gomes, 2005; Jackson, 2005), que tornam, em última instância, as instituições de ensino superior, e os seus órgãos de gestão, responsáveis pelo desenvolvimento e promoção de condições para o aumento dessa prática (Côrte-Real et al., 2008). Neste sentido, para que as instituições e os seus órgãos responsáveis possam desenvolver intervenções eficazes, é necessário caracterizar e compreender a situação desportiva desse contexto, incluindo os elementos desportivos como a participação desportiva (Paz, 1973; Pires, 2005). Para atingir este objetivo, este estudo pretende, em primeiro lugar, caracterizar o perfil de participação em atividades físicas desportivas dos estudantes do Politécnico de Coimbra (IPC) e, em segundo lugar, caracterizar a perspetiva de participação dos mesmos em atividades físicas desportivas que potencialmente poderão vir a ser organizadas pelo Gabinete de Desporto do IPC.
Metodologia Para efeitos deste trabalho foi aplicado um inquérito por questionário aplicado in situ, entre Maio e Junho de 2014. O questionário foi dividido em 4 secções: i) caracterização sociodemográfica dos inquiridos; ii) caracterização da participação desportiva; iii) perspetiva de participação nas atividades físicas desportivas do IPC; iv) perspetiva de participação nas atividades de fitness do ginásio do IPC. Cada questão permitia diversos tipos de resposta, incluindo respostas abertas e fechadas. No último caso, foram usadas escalas nominais, ordinais e de razão. O questionário foi validado por pré-teste e pela consulta a um grupo de experts. A versão final incluiu 25 questões, com um tempo médio de resposta estimado em 10 minutos. O questionário foi aplicado in situ a uma amostra representativa e estratificada por unidade orgânica de ensino do IPC (excluindo-se a ESTGOH por não se tido a oportunidade de
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aplicar os inquéritos in situ), por curso e ano do curso (optou-se por aplicar apenas aos estudantes de 1º e 2º ano, no caso das licenciaturas de 3 anos; e ao 1º, 2º e 3º ano, no caso das licenciaturas de 4 anos porque serão estes os estudantes que permanecerão nos próximos anos letivos no IPC), e género. Excluíram-se ainda os estudantes dos cursos de pós-graduação e mestrado. Obtiveram-se um total de 408 questionários válidos, o que corresponde a cerca de 7% da população do IPC definida (composta por 5599 estudantes). Os dados obtidos através do questionário foram sujeitos a tratamento estatístico através do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS, v.20; SPSS Inc, Chicago, IL). Os resultados foram apresentados através da análise estatística descritiva, usando médias e desvios-padrão para as variáveis contínuas, e percentagens para as variáveis nominais e ordinais. As medidas de associação basearam-se no teste do Qui-quadrado, estimando-se o grau de associação entre as variáveis através do Coeficiente de Contingência e do V de Cramer, tal como descrito em Marôco (2010). Os resíduos ajustados, na forma estandardizada (RAE), foram utilizados para identificar as células da tabela de contingência com comportamentos significativamente diferentes do comportamento esperado entre as variáveis. Para explicar a relação existente entre as categorias das variáveis usaram-se os resíduos inferiores a -1,96 ou superiores a 1,96 (Pestana & Gageiro, 2003, p. 140). Resultados Caracterização da amostra A amostra foi constituída por 408 estudantes do 1º, 2º e 3º ano das licenciaturas de 5 das 6 unidades de ensino do IPC, tal como se verifica na Tabela 1. Do total de estudantes inquiridos, 51.7% são do sexo feminino (211) e 48.3% do sexo masculino (197), com a moda da idade situada nos 20 anos (M=20.3; SD=± 2.5). Os pais dos inquiridos são maioritariamente indivíduos com uma escolaridade abaixo do nível superior (74.8%), a trabalhar por conta de outrem (65.0%) e com rendimentos mensais (do agregado familiar) situados predominantemente no escalão abaixo dos €2000 (54.9%). Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos inquiridos. Total
Características Sociodemográficas Sexo Feminino Masculino Idade Moda Média Desvio Padrão Unidade Orgânica ESAC ESEC ESTeSC ESTEGOH ISCAC ISEC
n
%
211 197
51.7 48.3
20 20.34 2.5 54 111 79 0 80 84
99
13.2 27.2 19.4 0.0 19.6 20.6
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Tabela 1. Caracterização sociodemográfica dos inquiridos (cont.). Total
Características Sociodemográficas Ano Curricular 1º ano 2º ano 3º ano Escolaridade dos Pais 9º ano ou menos Nível secundário (12º ano) Ensino superior (bacharelato/licenciatura) Estudos pós-graduados (mestrado ou doutoramento) Situação perante o trabalho dos pais Trabalhador por conta de outrem Trabalhador por conta própria ou isolado Patrão Pensionista ou pessoa que aufere rendimentos Outras situações Rendimentos do agregado familiar Sem rendimentos <€500 500-€1000 €1001-€2000 €2001-€3000 ≥€3001 Não sabe / Não responde Total
n
%
208 177 23
51,0 43,4 5,6
152 153 86 17
37.3 37.5 21.1 4.2
265 79 36 19 9
65.0 19.4 8.8 4.7 2.1
4 13 42 165 76 54 54 408
1.0 3.2 10.3 40.4 18.6 13.2 13.2 100
Participação Desportiva Em relação à participação em atividades físicas desportivas (Tabela 2), 28.7% dos estudantes inquiridos assume que não pratica qualquer atividade, enquanto apenas 35.2% o faz de forma regular (duas ou mais vezes por semana). Dos inquiridos que indicam que realizam atividade física desportiva (291), a maioria (74.9%) pratica num âmbito não federado, geralmente com os amigos ou colegas (72.5%), nas instalações de um clube/associação desportiva (39.5%) ou noutro local não identificado (32.6%), maioritariamente durante mais de 45 minutos (63.9%), ao longo de todo o ano (70.1%). Adicionalmente, os estudantes inquiridos referem que despendem em média 17.8 euros (SD=±28.3) mensais em atividades físicas desportivas. Tabela 2. Participação em atividades físicas desportivas. Total
Características da participação Frequência da Prática de AFD (n=408) Não Pratica 1 a 3 vezes/mês 1 vez/semana 2-3 vezes/semana 4 ou mais vezes/semana Âmbito da Prática (n=291) Federado Não Federado Atleta Universitário Outro
100
n
%
117 80 67 100 44
28.7 19.6 16.4 24.5 10.7
47 218 3 23
16.2 74.9 1.0 7.9
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Tabela 2. Participação em atividades físicas desportivas (cont.). Total
Características da participação Companhia (n=291) Sozinho Com os colegas da Escola/Instituto Com familiares Com os amigos/vizinhos (fora da Escola/Instituto) Com colegas de treino/equipa Com outros Duração da Prática (n=291) Menos de 20 minutos Entre 20 e 45 minutos Mais de 45 minutos Local de Prática (n=291) Nas Instalações de um Clube / Associação Desportiva Nas instalações da Escola/ Instituto Ginásio / Health Club Noutro Local Regularidade da Prática (n=291) Ao longo de todo o ano Mais na Primavera/Verão Mais no Outono/Inverno Dispêndio com AFD (n=291) Moda Média Desvio Padrão
n
%
46 96 17 115 8 9
15.8 33.0 5.8 39.5 2.7 3.1
13 92 186
4.5 31.6 63.9
115 58 23 95
39.5 19.9 7.9 32.6
204 79 8
70.1 27.1 2.7
10 17.8 28.3
Considerando as atividades físicas desportivas mais praticadas (Tabela 3), verifica-se que o futebol/futsal são as modalidades mais praticadas pelo maior número de estudantes inquiridos (32.4%), seguidos da natação (6.4%) e do atletismo (5.9%). Tabela 3. Atividades físicas desportivas mais praticadas. Total
Atividades físicas desportivas Andebol Atletismo/ Corrida Basquetebol BTT Canoagem / Remo Ciclismo (estrada) Danças (de salão, Hip-hop, …) Desportos de Combate (Judo, Karaté, Taekwondo, …) Desportos de Mar (Surf, Bodyboard, Kitesurf, …) Desportos de Raquete (Ténis, Badminton, …) Futebol/ Futsal Hóquei em Patins Desportos de Montanha (Montanhismo, Escalada, Rappel,…) Natação Patinagem Râguebi Voleibol Outras Total
n 4 24 11 13 1 11 11 11 1 6 132 1 1 26 2 2 7 27 291
% 1 5,9 2.7 3.2 0.2 2.7 2.7 2.7 0.2 1.5 32.4 0.2 0.2 6.4 0.5 0.5 1.7 2.9 100
Das atividades físicas desportivas consideradas, constata-se, como seria de esperar, uma maior tendência de participação em atividades de dança (de salão, hip hop, etc.) por parte das
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estudantes femininas (RAE=3.4), não se evidenciando outras diferenças de participação nas restantes atividades físicas desportivas. Os itens associados à saúde (ter saúde, ter bem-estar psicológico, manter-me em forma, combater o stress e descontrair) são os motivos mais valorizados para a prática de atividade física desportiva, enquanto a carreira desportiva é o motivo menos valorizado, tal como se pode observar na Tabela 4. Tabela 4. Motivação para a prática de atividades físicas desportivas. Motivos (n= 291)
Mo 5 3 4 4 4 1 4 4 4 4 3 3 3 4 4 3
Ter saúde Emagrecer Ter bem-estar psicológico Gosto pela competição Manter-me em forma Ter uma carreira desportiva Passar o tempo Estar com os amigos Melhorar a aparência física Combater o stress e descontrair Ter experiências novas Evadir-me Aprender novas habilidades Ter alguma ocupação Diversão Pertencer a um grupo
Total M 4.4 3.0 4.2 3.4 4.2 2.1 3.2 3.5 3.7 4.1 3.4 3.0 3.4 3.4 4.1 2.6
DP 0.8 1.2 0.9 1.3 0.8 1.3 1.1 1.2 0.9 0.9 1.1 1.1 1.1 1.0 1.9 1.2
Perspetiva de Participação nas Atividades Físicas Desportivas do IPC Relativamente à participação em atividades físicas desportivas no âmbito do Gabinete de Desporto do IPC, 298 indivíduos (87.5%) estaria disponível para participar em pelo menos uma atividade (Tabela 5). Das atividades físicas desportivas considerados pelos estudantes, o futebol/futsal são as atividades com maior potencial de procura, sendo uma das três primeiras opções para 200 inquiridos (49,0%), seguidas da natação (25.0%), do voleibol (15.7%), e das danças (15.2%). Considerando as diferenças entre o sexo masculino e feminino, verifica-se uma maior preferência pelo BTT (RAE=3.3), desportos motorizados (RAE=2.8), futebol/futsal (RAE=2.2), hóquei em patins (RAE=2.1), e rugby (RAE=2.0) pelos estudantes masculinos, e as danças (de salão, hip hop, etc.) (RAE=4.7), natação (RAE=2.6), e voleibol (RAE=3.2) pelas estudantes do sexo feminino. A análise por unidade orgânica evidencia uma perspetiva de participação superior em dança (de salão, hip hop, etc.) (RAE=2.4) e de orientação (RAE=2.3) na ESEC, de golfe (RAE=2.1) e voleibol (RAE=2.3) na ESTeSC, e de BTT (RAE=4.5) no ISEC, comparativamente com as restantes unidades orgânicas. Considerando a primeira opção de participação em atividades físicas desportivas sob a égide do gabinete de Desporto do IPC, maioritariamente (53.7%) participaria de forma regular mas não formal (Tabela 6). A maioria (73.3%) perspetiva participar duas ou mais vezes por semana, preferencialmente ao final do dia (58.2%), e disponíveis para pagar uma mensalidade para praticar atividade física desportiva (84.3%), com a moda a situar-se em 10 euros (M=13.1; SD=±12.4).
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Tabela 5. Potencial de procura de atividades físicas desportivas no IPC. Atividades desportivas Andebol Atletismo Basquetebol BTT Canoagem / Remo Ciclismo (estrada) Danças (de salão, Hip-hop, etc.) Desportos de Combate (Judo, Karaté, …) Desportos de Mar (Surf, Bodyboard,…) Desportos Motorizados Desportos de Neve (Ski, Snowboard,…) Desportos de Raquete (Ténis, Badminton,…) Futebol/Futsal Golfe Hóquei em Patins Desportos de Montanha (Montanhismo, Escalada, Rappel,…) Natação Orientação Patinagem Râguebi Voleibol Outras Nenhuma Total
1ª Opção n % 22 5.4 12 2.9 28 6.9 13 2.9 15 3.7 9 2.2 30 7.4 28 6.9 8 2.0 7 1.7 0 0.0
2ª Opção n % 15 3.7 11 2.7 7 1.7 7 1.7 10 2.5 9 2.2 25 6.1 22 5.4 11 2.7 9 2.2 4 1.0
3ª Opção n % 7 1.7 6 1.5 11 2.7 2 0.5 12 2.9 3 0.7 7 1.7 9 2.2 19 4.7 6 1.5 5 1.2
Total n % 44 10.8 29 7.1 46 11.3 22 5.1 37 9.1 21 5.1 62 15.2 59 14.5 38 9.4 22 5.4 9 2.2
23
5.6
17
4.2
5
1.2
45
11.0
113 1 4
27.7 0.2 1.0
56 0 1
13.7 0.0 0.2
31 0 0
7.6 0.0 0.0
200 1 5
49.0 0.2 1.2
2
0.5
6
1.5
6
1.5
14
3.5
44 2 6 7 21 3 10 408
10.8 .5 1.5 1.7 5.1 0.7 2.5 100
43 3 7 4 24 1 116 408
10.5 0.7 1.7 1.0 5.9 0.2 28.4 100
15 4 2 3 19 3 233 408
3.7 1.0 0.5 0.7 4.7 0.7 57.1 100
102 9 15 14 64 7 -----
25.0 2.2 3.7 3.4 15.7 1.6 -----
Comparando a natureza do envolvimento na prática de atividade física desportiva, os estudantes masculinos apresentam uma maior tendência para a participação de uma forma regular e formal para participar nos campeonatos da Federação Académica do Desporto Universitário (FADU) (RAE=4.6) ou em eventos/torneios pontuais (RAE=2.3), enquanto as estudantes femininas apresentam uma maior tendência para uma participação de forma regular mas não formal (RAE=5.9), quando comparado com o sexo oposto. Em relação aos horários, as estudantes femininas apresentam uma maior tendência para a participação no horário das 18.00h-20.00h (RAE=3.2) enquanto os estudantes masculinos apresentam uma maior tendência de participação no horário das 20.00h-22.00h (RAE=3.7). Tabela 6. Perspetiva de participação nas atividades físicas desportivas do IPC. Total
Características da participação Âmbito (n=397) Forma regular e formal para participar nos campeonatos da FADU Forma regular mas não formal Eventos/Torneios Pontuais Outros Frequência (n=397) Menos de 1 vez por semana 1 vez por semana 2-3vezes/semana 4 ou mais vezes por semana
103
n
%
129 213 53 2
32.6 53.7 13.4 0.6
29 113 228 27
7.3 28.5 57.4 6.9
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Tabela 6. Perspetiva de participação nas atividades físicas desportivas do IPC (cont.). Total
Características da participação Horário preferencial (n=385) 7.00h-9.00h 9.00h-12.00h 12.00h-14.00h 14.00h-18.00h 18.00h-20.00h 20.00h-22.00h Mensalidade para praticar AFD no IPC (n=299) Moda Média Desvio Padrão
n
%
10 24 7 61 224 59
2.6 6.2 1.8 15.8 58.2 15.3
10 13.1 12.4
Perspetiva de Participação em Atividades de Fitness no Ginásio IPC A maioria (61.3%) dos inquiridos não conhece o ginásio do IPC (Tabela 7). No entanto, uma larga maioria (73.3%) estaria disposta a praticar alguma atividade de fitness no ginásio, em especial musculação/cardiofitness (34.6%), zumba (18.8%), aeróbica/aerodance (18.0%) e kombat (16,9%) (Tabela 8). Destes resultados salienta-se uma maior tendência para a participação das estudantes femininas (RAE=3.0). Verifica-se ainda que, ao comparar os resultados por sexo, a generalidade das atividades de grupo como a aeróbica (RAE=3.7), aerodance (RAE=2.4), ioga/pilates (RAE=2.9), e zumba (RAE=5.2), são preferidas pelas mulheres, enquanto que a musculação/cardiofitness (RAE=7.5) e o TRX (RAE=2.4) são atividades cuja preferência é maioritariamente masculina. Tabela 7. Perspetiva de participação em atividades de fitness no ginásio IPC. Total
Características da participação Conhece o Ginásio IPC (n=408) Sim Não Disposição para praticar no Ginásio (n=408) Sim Não Mensalidade (livre trânsito) (n=299) Moda Média Desvio Padrão Horário preferencial (n=288) 7.00h-9.00h 9.00h-12.00h 12.00h-14.00h 14.00h-18.00h 18.00h-20.00h 20.00h-22.00h Horário preferencial (n=297) Menos de 2 vezes por semana 2-3vezes/semana 4 ou mais vezes por semana
n
%
158 250
38.7 61.3
299 109
73.3 26.7
20 19.9 11.7 16 38 11 39 156 28
5.6 13.2 3.8 13.5 38.5 6.9
97 175 11
32.7 58.9 8.4
Dos 299 indivíduos que estaria disposto a participar nas atividades de fitness do ginásio, apenas 39 (9.5%) não estaria disposto a pagar 10 euros ou mais por uma mensalidade no ginásio, sendo que a moda de resposta se situa nos 20 euros (M=19.9; SD=±11.7). O horário
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preferencial para praticar atividade física desportiva no ginásio é das 18.00h às 20.00h (38.5%), com uma periodicidade entre 2 a 3 vezes por semana (58.9%). Comparando os resultados obtidos por sexo, nestes itens, não existem diferenças nem na frequência nem na preferência de horário. Tabela 8. Potencial de procura de atividades de fitness no Ginásio IPC. Atividades de fitness Aeróbica AeroDance GAP Hidroginástica Hip-Hop Ioga/ Pilates Indoor Cycling Kombat Localizada Musculação/Cardio Fitness TRX Zumba Outra Nenhuma
1ª Opção n % 37 9.1 7 1.7 7 1.7 15 3.7 10 2.5 21 5.1 18 4.4 33 8.1 9 2.2 82 20.1 12 2.9 38 9.3 8 1.8 111 27.2
2ª Opção n % 13 3.2 4 1.0 6 1.5 10 2.5 9 2.2 18 4.4 15 3.7 25 6.1 21 5.1 46 11.3 14 3.4 16 3.9 4 1.0 207 50.7
3ª Opção n % 10 2.5 2 0.5 9 2.2 14 3.4 6 1.5 10 2.5 9 2.2 11 2.7 17 4.2 13 3.2 8 2.0 23 5.6 5 1.1 271 66.4
Total n % 60 14.8 13 3.2 22 5.4 39 9.6 25 6.2 49 12.0 42 10.3 69 16.9 47 11.5 141 34.6 34 8.3 77 18.8 17 3.9
Conclusões e Recomendações A amostra deste estudo é composta essencialmente por indivíduos jovens, de ambos os sexos, predominantemente pertencentes à classe média, com os pais a apresentarem uma escolaridade ao nível do ensino secundário, trabalhando maioritariamente por conta de outrem, e em categorias profissionais pouco qualificadas. Estes dados poderão justificar o baixo índice de participação em atividades físicas desportivas dos estudantes do IPC, sendo concordantes com os estudos que evidenciam um maior índice de participação em atividades físicas desportivas nos indivíduos com um maior volume de capital (em especial de capital cultural) (Pociello, 1995). Estes resultados são, no entanto, consonantes com os resultados encontrados noutras instituições de ensino superior em Portugal (Côrte-Real et al., 2008; Gomes, 2005), Espanha (Ruiz, Garcia, & Gómez, 2005; Sanz, 2005; Varela-Mato et al., 2012), EUA (Calfas et al., 1994; USDHHS, 1996), e noutros países (Pengpid et al., 2015), que revelam uma elevada taxa de inatividade física dos seus estudantes. Adicionalmente, este estudo evidencia também um índice de participação superior dos estudantes do sexo masculino, em relação às suas congéneres do sexo feminino, tal como o confirmado noutros estudos (e.g., European Comission, 2014). Estes resultados evidenciam também uma diferenciação por tipologia de atividades realizadas, que se caracteriza pela participação em atividades mais energéticas (e.g., futebol, natação, atletismo/corrida, rugby, etc.) próprias dos indivíduos detentores de um volume mais baixo de capital, em relação aos indivíduos detentores de um mais elevado volume de capital (em especial de capital cultural), baseado em atividades mais ecológicas e contemplativas (e.g., surf, pedestrianismo) (Melo, 2013; Pociello, 1995). Dos estudantes inquiridos que indicam que realizam atividade física desportiva, apenas uma pequena parte refere que o faz de forma regular (duas ou mais vezes por semana) e, quando participa, fá-lo principalmente num contexto informal, geralmente com os amigos ou colegas (da e fora da instituição de ensino), salientando-se aqui a importância da sociabilida105
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de, em especial do grupo de pertença, para a prática de atividade física (Côrte-Real et al., 2008). Salienta-se ainda que os principais motivos para a prática de atividades físicas desportivas dos estudantes inquiridos estão relacionados com os itens associados à saúde (ter saúde, ter bem-estar psicológico, manter-me em forma, combater o stress e descontrair). Estes dados permitem evidenciar a crescente preocupação e consciencialização social da importância da prática de atividade física e desportiva para a obtenção de ganhos de saúde, e a crescente perceção da necessidade de ser ativo para conseguir tal desígnio (American College os Sports Medicine, 2014). Relativamente à participação em atividades físicas desportivas no âmbito do Gabinete de Desporto do IPC, a grande maioria dos estudantes inquiridos estaria disponível para participar em pelo menos uma atividade física desportiva, em especial no futebol/futsal, natação, voleibol, e danças, verificando-se aqui um grande potencial de procura não satisfeita por atividades físicas desportivas. Salientam-se também algumas diferenças de intenção de participação por sexo, verificando-se uma maior preferência de participação em BTT, desportos motorizados, futebol/futsal, hóquei em patins, e rugby, pelos estudantes masculinos, e as danças (de salão, hip hop, etc.), natação, e voleibol, pelas estudantes do sexo feminino. Em relação ao Ginásio do IPC, os principais resultados da aplicação do questionário indicam que um elevado número de estudantes não conhece esta instalação desportiva, e que uma grande maioria de estudantes estaria disposto a participar em atividades de fitness (e.g. musculação/cardiofitness, zumba, aeróbica/aerodance e kombat). Estes resultados sugerem, assim, que o Ginásio do IPC poderá ter um grande potencial de procura, caso as condições físicas, de apetrechamento e a existência de recursos humanos specialistas nas atividades procuradas sejam ajustadas para dar resposta a estes potenciais praticantes. Neste sentido, parece evidente a necessidade de conceber, organizar e desenvolver um programa de atividades físicas desportivas diversificado e adequado às necessidades e preferências dos estudantes, respondendo a esta procura não satisfeita. Essas ações poderão permitir um aumento do índice de prática de atividade física e desportiva e, consequentemente, através desta, a promoção de estilos de vida ativos e saudáveis que fomentem a melhoria da saúde e bem-estar dos indivíduos da comunidade IPC. Para o efeito será necessário constituir uma equipa multidisciplinar composta por técnicos de exercício físico, que possam conceber, organizar e enquadrar os diferentes programas de atividades físicas e desportivas, sob a supervisão e coordenação técnica do gabinete de desporto do IPC. Recomenda-se também que sejam desenvolvidas medidas e ações de promoção das atividades físicas desportivas e das instalações desportivas do IPC (em especial do Ginásio) utilizando-se as plataformas de divulgação digital (e.g., website, página de facebook), entre outras ações de promoção (e.g., masterclasses de atividades de fitness, distribuição de flyers). Por fim, recomenda-se que alguns espaços e equipamentos desportivos, como o ginásio e o campo polidesportivo sejam (re)organizados e adaptados às novas necessidades e novas atividades físicas desportivas (e.g., crossfit, bootcamp), e que alguns espaços sejam dotados de equipamentos para a prática de atividade física desportiva informal, como por exemplo, a criação de um circuito de manutenção no parque desportivo do IPC. Em suma, este estudo apresenta uma caracterização do perfil de participação em atividades físicas desportivas dos estudantes do IPC, e o levantamento da procura potencial e de participação em atividades (que potencialmente poderão vir a ser organizadas pelo Gabinete de Desporto do IPC), contribuindo-se assim para a caracterização de alguns elementos da situação desportiva do IPC. Como resultado, este estudo vem evidenciar a necessidade de criação 106
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de uma política de desenvolvimento desportivo baseada no “desporto para todos” (Comissão Europeia, 2007; Conselho da Europa, 1992), que se centre na criação de oportunidades de participação, em atividades físicas desportivas, generalizada da comunidade estudantil (e não só) do IPC. Salienta-se, por fim, que uma política de desenvolvimento desportivo só será possível de concretizar através da manipulação e configuração dos chamados fatores de desenvolvimento desportivo (Pires, 2005), entre os quais se destacam: financiamento, recursos humanos, apetrechamento, instalações, marketing, promoção e atividades. Referências American College of Sports Medicine. (2014). Guidelines for Exercise Testing and Prescription. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins. Balaguer, I., & Castillo, I. (2002). Actividad física, ejercicio físico y deporte en la adolescencia temprana. In I. Balaguer (Org.), Estilos de vida en la adolescencia (pp. 37-63). Valencia: Promolibro. Buckworth, J. (2001). Exercise adherence in college students: Issues and preliminary results. Quest, 53, 335-345. Calfas, K., Sallis, J., Lovato, C., & Campbell, J. (1994). Physical activity and its determinants before and after college graduation. Medicine, Exercise, Nutrition and Health, 3, 323334. Castillo, I., & Balaguer, I. (2001). Dimensiones de los motivos de práctica deportiva de los adolescentes valencianos escolarizados. Apunts. Educación Física y Deportes, 63, 2229. Comissão Europeia. (2007). Livro Branco sobre o Desporto. Bruxelas: Comissão das Comunidades Europeias. Conselho da Europa. (1992). Carta Europeia do Desporto. Rhodes: Conselho da Europa. Côrte-Real, N., et al. (2008). Prática desportiva de estudantes universitários: o caso da Universidade do Porto. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 8(2), 219-228. Dias, C., et al. (2008). A prática desportiva dos estudantes universitários e suas relações com as autopercepções físicas, bem-estar subjectivo e felicidade. Estudos de Psicologia, 13(3), 223-232. European Comission. (2014). Special Eurobarometer Sport and physical activity. Brussels: European Comission. Gomes, R. (2005). Tempos e lugares de lazer desportivo dos estudantes universitários de Coimbra. In R. A. Gomes (Org.), Os lugares do lazer (pp. 55-76). Lisboa: Instituto do Desporto de Portugal. Gutiérrez, M. (2000). Actividad física, estilos de vida y calidad de vida. Revista de Educación Física, 77, 5-14. Instituto de Desporto de Portugal. (2009). Livro Verde da Actividade Física. Lisboa: IDP. Jackson, E. (2005). Constraints to leisure. State College: Venture Publishing. Marôco, J. (2010). Análise Estatística com o PASW Statistics (ex-SPSS). Lisboa: Report Number. Matos, M., Simões, C., Carvalhosa, S., & Canha, L. (2003). Saúde e estilos de vida em jovens portugueses: Estudo nacional da rede europeia HBSC/OMS (1996). Lisboa: Faculdade de Motricidade Humana, Universidade Técnica de Lisboa. Melo, R. (2013). Desportos de Natureza e Desenvolvimento Local Sustentável: Análise dos Praticantes e das Organizações Promotoras dos Desportos de Natureza. Tese de Dou-
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MOTIVOS PARA O ABANDONO DA PRÁTICA DE ATIVIDADE DESPORTIVA NO GINÁSIO IPC RAZONES PARA EL ABANDONO DE LA PRÁCTICA DE ACTIVIDAD DEPORTIVA EN EL GIMNASIO DEL IPC REASONS FOR THE SPORTIVE PRACTICE DROPOUT IN THE IPC GYM
Francisco Campos* Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal francicampos@esec.pt Elisa Ângelo Politécnico de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal elisa.angelo83@gmail.com Bruno Abrantes Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal babrantes93@hotmail.com Ruben Ferreira Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal rubenbferreira@gmail.com Ricardo Melo Politécnico de Coimbra, Escola Superior de Educação de Coimbra, Gabinete de Desporto do Politécnico de Coimbra, Portugal ricardo.es.melo@gmail.com *Correspondência com autor / Correspondencia con autor / Corresponding author
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Resumo São várias as investigações que permitem perceber quais aos motivos de abandono da prática em atividades de fitness. A especificidade do serviço prestado pelo Ginásio IPC faz com que seja bastante importante a análise destes trabalhos, tal como a sua adaptação a este contexto específico. Pelo referido, são objetivos deste estudo: (1) identificar os principais motivos de abandono da prática desportiva no Ginásio IPC; (2) perceber se existem intenções de retorno e, caso não existam, identificar os motivos para essa desistência definitiva; (3) solicitar recomendações com o intuito de melhorar a qualidade do serviço prestado. Foram aplicadas, via telefone, entrevistas a utilizadores que abandonaram a prática após os meses de abril, maio e junho de 2015 (n=116). Após aplicação da técnica estatística análise de conteúdo, é possível verificar que os principais motivos para abandono estão relacionados com a falta de tempo (50.86%) e o final do ano letivo (29.31%). Dos ex-utilizadores entrevistados, 95 (81.90%) mantêm a intenção de regressar à prática desportiva na mesma organização (Ginásio IPC). Em relação às principais recomendações para melhoria do serviço prestado, destaque para a melhoria da qualidade da instalação física (38.10%) e dos equipamentos utilizados (21.43%). Os resultados permitem uma reflexão acerca da temática em estudo e a definição de medidas a implementar de forma a aumentar a qualidade percebida, satisfação e fidelização dos praticantes, coadunando o serviço prestado com os objetivos do Gabinete de Desporto IPC. Palavras clave: Abandono; Fidelização; Fitness; Ginásio IPC; Qualidade; Satisfação. Resumen Hay varias investigaciones que permitan entender los argumentos del abandono de las prácticas de actividad físicas. La especificidad del servicio proporcionado por el gimnasio del Politécnico de Coimbra (IPC) hace que sea muy importante analizar estos estudios, así como su adaptación al contexto específico. Por eso, son objetivos de este estudio: (1) identificar los principales motivos de abandono del deporte en el gimnasio del IPC; (2) entender si hay intención de retorno y, si no, identificar las razones del abandono definitivo; (3) reunir recomendaciones a fin de mejorar la calidad del servicio. Se realizaron entrevistas telefónicas con los usuarios que han abandonado la práctica después de los meses de abril, mayo y junio de 2015 (n = 116). Tras análisis estadístico de contenido, se puede comprobar que las principales razones para el abandono están relacionados con la falta de tiempo (50.86%) y el final del año (29.31%). De esos antiguos usuarios entrevistados, 95 (81.90%) mantienen la intención de volver a la práctica deportiva en el mismo lugar (gimnasio del IPC). En cuanto a las principales recomendaciones para la mejora del servicio, se centran en la mejora de la calidad de la instalación física (38.10%) y equipo disponible (21.43%). Los resultados permiten una reflexión sobre el tema estudiado y la definición de las medidas a aplicar con el fin de mejorar la calidad percibida, la satisfacción y fidelización de los participantes, conciliando el servicio prestado a los objetivos de la Oficina de Deportes del IPC. Palabras clave: Abandono; La fidelización; Gimnasio; Gimnasio del IPC; La calidad; Satisfacción.
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Abstract There are several investigations that allow to understand the reasons for the practice dropout in fitness activities. The specificity of the service provided by IPC Gym makes it very important the analysis of these studies, as their adaptation in this specific context. By that, the aim of this study are: (1) to identify the main reasons for the sportive practice dropout in the IPC Gym; (2) understand if there are return intentions and, if there are not, identify the reasons for this definitive dropout; (3) request recommendations with the aim of quality improving of the provided service. Were applied, by phone, interviews to users who have dropout the practice after the months of april, may and june of 2015 (n=116). After the application of the content analysis statistical technique, it is possible to verify that the main reasons for dropout are related with the lack of time (50.86%) and the end of the school year (29.31%). Of the interviewed participants, 95 (81.90%) have the intention to return to the sportive practice in the same organization (IPC Gym). In concern to the main recommendations for the service improvement, the highest values are related to the improvement of the physical installation (38.10%) and of the used material (21.43%). The results allow a reflection about the theme under investigation and the strategies definition to implement in order to increase the perceived quality, the satisfaction and the loyalty of the participants, conciliating the provided service with the main goals of the IPC Sports Office. Keywords: Dropout; Loyalty; Fitness IPC Gym; Quality; Satisfaction.
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Introdução Um serviço pode ser definido como uma atividade económica em que o resultado final não é um produto físico mas sim algo que é consumido simultaneamente em relação à produção (Zeithalm, Berry, & Parasuraman, 1996). É qualquer ato, ação ou desempenho que uma parte pode oferecer, essencialmente intangível, que não resulta na propriedade de um objeto concreto (Porter, 1998). A qualidade do serviço corresponde ao nível de eficácia com que vai ao encontro da expectativa do consumidor (Grönroos, 2000), podendo ser determinada por três motivos: experiência anterior num determinado serviço, necessidade pessoal do consumidor, e comunicação entre organização e consumidor. É fundamental perceber o que o consumidor procura e como avalia a qualidade do serviço prestado. Quando uma organização interioriza como a qualidade é avaliada pelo mercado consegue gerir melhor a prestação do serviço e, com isso, influenciar os consumidores (Grönroos, 2000), induzindo-lhes maior motivação, satisfação e intenção de fidelização (Campos, 2015). Satisfação, fidelização, lealdade, adesão, abandono, retenção ou qualidade são conceitos cada vez mais referenciados na investigação realizada na área do fitness (Afthinos, Theodorakis, & Nassis, 2005; Barros & Gonçalves, 2009; Fernandéz, Carrión & Ruíz, 2012; Howat, Crilley, & McGrath, 2008; Nuviala, Pérez-Ordás, Osuna, Grao-Cruces, Nuviala, & Jurado, 2012; Rahmati & Honari, 2013; Theodorakis, Alexandris, Rodrigues, & Sarmento, 2004). Franco, Pereira e Simões (2008) indicam como motivos mais referidos para abandonar a prática em atividades de fitness: (1) falta de tempo; (2) não gostar do instrutor; (3) horário da atividade não ser compatível com o horário laboral atual; (4) falta de tempo por questões profissionais; (5) não ter capacidade económica; e (6) não oferta de atividades complementares específicas. A International Health, Racquet & Sportsclub Association (IHRSA) (2010), uma das principais organizações mundiais na indústria do fitness, apresentou os seguintes resultados em relação aos motivos de abandono em atividades de ginásio: (1) elevado número de praticantes na instalação; (2) insatisfação com os funcionários; (3) falta de atenção por parte dos funcionários; (4) insatisfação com os programas e atividades oferecidas; e (5) inacessibilidade ou ausência de resposta por parte da coordenação. A qualidade assume assim um papel de destaque tornando-se dos principais fatores a contemplar nos serviços prestados na área do fitness (Barreira & Carvalho, 2007). Para suprimir o problema do abandono, Franco et al. (2008) recomendam aos ginásios o desenvolvimento de estratégias de forma a aumentar a perceção de qualidade dos seus utilizadores e, por inerência, a sua satisfação e intenção de fidelização para com o serviço que é prestado. O Instituto Politécnico de Coimbra (IPC) é uma instituição de ensino superior politécnica pública constituída por várias Escolas [Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH), Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra (ESTeSC)], Institutos [Instituto Superior de Engenharia de Coimbra (ISEC), Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra (ISCAC)] e Serviços [Serviços da Presidência (SP), Serviços de Ação Social (SAS)]. O objetivo dos SAS do IPC é favorecer o acesso ao ensino superior e a prática de uma frequência bem-sucedida a todos os estudantes, com uma “discriminação positiva” em relação aos estudantes economicamente mais carenciados e deslocados, proporcionando melhores condições de estudo através da prestação de serviços e concessão de apoios ao nível de: bolsas de estudo e auxílios de emergência; alojamento; alimentação em cantinas e bares; serviços de saúde; e apoio a atividades desportivas e culturais (Instituto Politécnico de Coimbra, 2016). O apoio às atividades desportivas é da re-
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sponsabilidade e competência do Gabinete de Desporto IPC, sendo coordenado pela Área de Educação Física e Desporto da ESEC. O Gabinete de Desporto objetiva, por sua vez, aumentar o índice de prática desportiva, promover a melhoria da saúde e do bem-estar, e criar hábitos de vida ativos e saudáveis na comunidade do IPC. Para tal, para além de várias atividades desportivas regulares (Basquetebol, Futsal, Ginástica Laboral, Voleibol, Escalada, Marcha e Corrida), é prestado um serviço no âmbito do fitness e das atividades de ginásio (Ginásio IPC). No Ginásio do IPC é possível praticar atividades individuais (Cardiofitness, Musculação, Treino Funcional), atividades de grupo (Local, Stretching, Kombat, Dance, Step, Local Step, Boot Camp, ABS e GAP) e usufruir de um serviço de Avaliação Física e Prescrição do Exercício, considerando as características, restrições e objetivos individuais. De abril a julho de 2015 inscreveram-se 304 praticantes no Ginásio IPC (206 do sexo feminino e 98 do sexo masculino). A grande maioria dos 304 inscritos é estudante (279), estando os restantes 25 repartidos por funcionários não docentes (12), docentes (5), exestudantes (4) e familiares (4). A maior afluência ocorreu em abril, com 213 inscrições, sendo que à medida que o ano letivo foi-se aproximando do final os praticantes com a situação regularizada foi diminuindo (133 em maio, 87 em junho e apenas 30 em julho). Considerando estes dados, assim como o recomendado pelo American College of Sports Medicine (ACSM) (2014) (a administração do ginásio deve avaliar as expectativas dos seus praticantes para que, de forma a corresponder ao pretendido, se organize e delineie o serviço dentro de padrões expectáveis), são objetivos deste trabalho: (1) identificar os principais motivos de abandono da prática desportiva no Ginásio IPC; (2) perceber se existem intenções de retorno e, caso não existam, identificar os motivos para tal desistência definitiva; (3) solicitar sugestões/recomendações de melhoria da qualidade do serviço prestado. Métodos Uma das formas de investigação mais frequente em Ciências Sociais é a investigação qualitativa, dirigida à compreensão e/ou descrição de fenómenos comportamentais (Almeida & Freire, 2003). De acordo com Tuckman (2005), existem três formas de recolher dados que podem ser utilizadas como fonte de informação em investigação qualitativa: observação, análise documental, inquérito oral (entrevista) ou escrito (questionário). O inquérito oral mediante aplicação de entrevista pode ser analisado e posteriormente interpretado através da técnica de análise de conteúdo. Para Bardin (2008), esta é uma das técnicas mais utilizadas em Ciências Sociais, a qual visa obter a descrição do conteúdo de mensagens e/ou indicadores que permitam a inferência de conhecimento. Instrumento Considerando os objetivos definidos foi construído o guião de entrevista. A entrevista é definida como um processo de interação social, na qual o entrevistador objetiva obter informação da parte do entrevistado (Guerra, 2006). Utilizámos a entrevista semi-estruturada, com perguntas abertas, para dar ao entrevistado a possibilidade de opinar livremente acerca da temática em discussão. É constituída por 3 questões abertas: (1) qual o principal motivo para abandonar o Ginásio IPC; (2) pensa voltar a inscrever-se no Ginásio IPC e, caso responda não, qual o principal motivo para tal desistência definitiva; (3) gostaria de apresentar alguma sugestão ou recomendação de melhoria e, caso responda sim, qual a sua principal sugestão. 113
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O guião incluía um texto introdutório com algumas “orientações” para auxiliar o entrevistador na aplicação das entrevistas: apresentação individual e institucional, confirmação da disponibilidade do entrevistado para aplicação da entrevista, apresentação dos objetivos do estudo e da entrevista em causa, e informação acerca do anonimato no que concerne à divulgação dos dados recolhidos. Em relação à diretividade na condução das entrevistas foi considerado o recomendado por Guerra (2006): quanto menor a intervenção do entrevistador maior a riqueza dos dados recolhidos, dado que a lógica e racionalidade do informante será mais intacta e menos influenciada pelas questões. Participantes O universo do presente estudo é constituído por 274 ex-praticantes que abandonaram a prática no final dos meses de abril, maio e/ou junho de 2015. A recolha de dados decorreu durante o mês de julho de 2015. Todos os os ex-praticantes foram contactados. No entanto apenas foram obtidas resposta de 116 (42.34%) ex-praticantes. Procedimentos Para aplicação das entrevistas foi constituída uma equipa de colaboradores, todos com formação superior na área das Ciências do Desporto. Foi-lhes aplicado um protocolo de treino, por forma a estarem familiarizados e preparados para a condução das entrevistas (Frey & Oishi, 1995): envio do guião com algumas anotações específicas para uma primeira familiarização com o processo de aplicação; observação da aplicação de uma entrevista; esclarecimento de dúvidas; e aplicação de uma entrevista de forma a verificar o cumprimento do protocolo de aplicação estipulado. Análise Estatística Para efeitos de análise de dados usou-se a análise de conteúdo, que é um técnica de análise estatística que permite, neste trabalho específico, a categorização das respostas fornecidas pelos ex-utilizadores do Ginásio IPC segundo os objetivos definidos anteriormente. Para tal foi considerado o recomendado por Bardin (2008). Optou-se pela análise categorial, a qual funciona por operações de desmembramento do texto em categorias, segundo reagrupamentos analógicos. Importa referir que todas as categorias definidas respeitam um conjunto de características: exclusividade, homogeneidade, pertinência, fidelidade, objetividade, e produtividade (Bardin, 2008). São compostas por um termo-chave, que resume o significado principal e o campo semântico do conceito a apreender (Bardin, 2008; Guerra, 2006). A codificação das entrevistas foi efetuada recorrendo ao software QSR NVIVO 8. A fiabilidade dos resultados reflete o grau de confiança que é possível ter na informação obtida, estando relacionada, entre outros, com o processo de codificação (Fink, 1995). Assim, foi testada a fiabilidade inter-codificador e intra-codificador recorrendo ao Kappa de Cohen, um dos índices de acordo mais utilizado (Fonseca, Silva, & Silva, 2007). Antes da codificação, o codificador foi submetido a um processo de treino (codificando 10 entrevistas) por forma a, em caso de dúvidas quanto à codificação de uma determinada unidade de texto, pudesse esclarecer as mesmas e/ou trocar ideias no sentido de uniformizar e sistematizar o processo. Em termos de fiabilidade inter-codificador, foram codificadas 10 entrevistas por 2 codificadores, sem terem contacto e separados espacialmente, e posteriormente calculado o re-
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spetivo índice de acordo. Em relação à fiabilidade intra-codificador, as 10 entrevistas previamente analisadas foram recodificadas pelo investigador posteriormente envolvido na codificação das 116 entrevistas recolhidas (para efeitos de análise e discussão dos resultados obtidos), com um desfasamento temporal de 15 dias (Hill & Hill, 2002). Foram calculados os índices de acordo inter-codificador (98,72%) e intra-codificador (97,81%), o que segundo a literatura são resultados excelentes (Fonseca et al., 2007), garantindo desta forma a fiabilidade dos dados recolhidos e, por consequência, a validade das conclusões a retirar. Apresentação e Discussão dos Resultados Iniciamos a apresentação e discussão dos resultados com a estratificação dos participantes, segundo as variáveis género, idade e Unidade Orgânica (Tabela 1). Tabela 1. Caracterização dos participantes. Género Feminino Masculino Idade ≤20 anos 21-30 anos ≥31 anos Unidade Orgânica ESAC ESEC ESTEsC ESTGOH ISCAC ISEC Total
N
%
Idade (M±SD)
83 33
71.55% 28.45%
22.75±7.04 25.76±8.93
42 61 13
36.20% 52.59% 11.21%
19.57±0.50 22.25±2.51 43.00±9.15
34 14 12 0 53 3 116
29.31% 12.07% 10.34% 0.00% 45.67% 2.59% 100.00%
23.31±6.03 24.46±5.94 21.92±7.37 00.00±0.00 23.86±5.06 26.64±8.81 23.60±7.71
Em relação ao principal motivo de abandono da prática no Ginásio IPC, considerando a resposta de todos os entrevistados (n=116), foram obtidos os seguintes resultados (Tabela 2). Tabela 2. Principal motivo de abandono da prática desportiva no Ginásio IPC. N 59 34 4 4 3 3 3 2 2 2 116
Falta de tempo Final do ano letivo Horário desajustado Restrição de saúde Má qualidade da instalação Falta de dinheiro Falta de motivação Mensalidade elevada Falta de transporte Má qualidade dos equipamentos Total
% 50.86% 29.31% 3.45% 3.45% 2.59% 2.59% 2.59% 1.72% 1.72% 1.72% 100.00%
A falta de tempo foi o principal motivo indicado para o abandono da prática, por mais de metade dos entrevistados (50.86%). O facto de a larga maioria dos utilizadores serem estudantes do IPC (Tabela 1) faz com que nesta época específica a sua prioridade seja a preparação para a parte final do ano letivo (maio) ou para a época de exames (junho e julho). Igualmente relacionado com esta característica (época do ano) está o segundo motivo apresentado (o final do ano letivo), por cerca de um terço dos inquiridos (29.31%). O facto de, após o término do ano letivo, muitos estudantes regressarem à sua área geográfica de residência de 115
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origem, abandonando a área de abrangência do Ginásio IPC (Coimbra), aumenta o valor da taxa de abandono devido a essa condicionante. Com menores valores percentuais, mas igualmente importantes a considerar na análise, surgem: os horários desajustados às necessidades ou intenções dos praticantes (3.45%), os motivos de saúde que, por limitação ou proibição, os obriga a abandonar a prática (3.45%), a má qualidade da instalação em termos de tamanho ou piso da sala de atividades de grupo, dos balneários ou da má ventilação por falta de ar condicionado (2.59%), e as dificuldades financeiras pois, tal como referido anteriormente, a grande maioria dos utilizadores são estudantes sem fonte de rendimento próprio (2.59%). Por fim, os motivos com os índices mais baixos (1.72%) estão relacionados com o facto de a mensalidade ser considerada elevada (apesar desta ter um preço “social” de 10.00€), com a falta de transporte (devido à localização periférica do Ginásio IPC, em relação a 2 das unidades de ensino do IPC - ESEC e ISEC), e com a má qualidade dos equipamentos disponibilizados (e.g. máquinas de Cardiofitness e Musculação, pesos livres ou barras para prática de musculação). De seguida são apresentados e discutidos os resultados obtidos considerando o segundo objetivo. Em relação à questão se pensaria voltar a inscrever-se no Ginásio, 95 entrevistados responderam sim (81.90%) e 21 (18.10%) responderam não. Em relação aos ex-utilizadores que responderam não, os principais motivos para o não retorno são apresentados na Tabela 3. Tabela 3. Principal motivo para o não retorno à prática desportiva no Ginásio IPC. N 9 6 3 1 1 1 21
Incompatibilidade de horário Mudança de zona geográfica de residência Situação financeira Estado de saúde Não existência de serviço complementar Mediocridade dos equipamentos Total
% 42.86% 28.57% 14.29% 4.76% 4.76% 4.76% 100.00%
O primeiro aspeto a realçar é o facto de mais de 80% dos ex-utilizadores (81.90%) manifestarem intenção de voltar a inscrever-se no Ginásio, se determinadas condições assim o proporcionarem. No caso dos ex-utilizadores que não pensam voltar a inscrever-se, a incompatibilidade de horário (42.86%) e a mudança habitacional de área geográfica (28.57%), principalmente pelo término do primeiro ciclo de estudos (licenciatura) e entrada no mercado profissional e/ou início do segundo ciclo de estudos (mestrado) noutra área geográfica que não da abrangência do Ginásio (Coimbra), são os motivos mais referenciados. A situação financeira (14.29%), o estado de saúde (4.76%), a não existência de um serviço complementar onde deixar os filhos aquando da prática desportiva (4,76%), e a má qualidade dos equipamentos utilizados (4.76%), apesar de apresentarem valores mais baixos, são motivos igualmente referenciados pelos ex-utilizadores. Por fim, são apresentados e discutidos os resultados considerando o terceiro objetivo. Em relação à questão, se gostaria de apresentar algumas sugestões ou recomendações de melhoria, 74 dos 116 entrevistados responderam não (63.79%) e 42 (36.21%) responderam sim. Relativamente aos entrevistados que responderam sim, a principal sugestão e/ou recomendação para a melhoria do serviço prestado pelo Ginásio IPC é apresentado na Tabela 4.
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Tabela 4. Principal sugestão e/ou recomendação para melhoria do serviço prestado pelo Ginásio IPC N 16 9 8 7 2 42
Qualidade da instalação Qualidade dos equipamentos Oferta de novos serviços Horário mais alargado Enquadramento técnico Total
% 38.10% 21.43% 19.05% 16.67% 4.75% 100.00%
Dos inquiridos que apresentaram recomendações visando a melhoria do serviço, a grande maioria está relacionada com a qualidade da instalação (38.10%), através do aumento do tamanho e das condições dos balneários, do aumento do tamanho e das condições da sala para as atividades de grupo, e da melhoria do sistema de ventilação (arranjo das janelas e sistema de ar condicionado). De seguida foram indicadas recomendações de melhoria ao nível da qualidade dos equipamentos (21.43%), através da aquisição de mais e melhores máquinas para atividades individuais (Treino funcional, Cardiofitness e Musculação), permitindo a realização do treino com maior segurança na execução dos exercícios e maior diversidade para obtenção dos objetivos estipulados. A oferta de novos serviços complementares (19.05%), através de novas atividades de grupo, de atividades realizadas em contexto outdoor, de atividades de grupo realizadas no período da manhã ou de um serviço de treino personalizado (personal training). A possibilidade de frequentar o Ginásio num período mais abrangente (16.67%), através do aumento do número de dias em que está aberto ao público no período da manhã (10.00h-13.00h) ou abertura no período de almoço (13.00h-15.00h), foi outro dos motivos apresentados pelos ex-utilizadores inquiridos. Por fim, como motivo menos indicado temos as sugestões relacionadas com o enquadramento técnico (4.75%), através de uma maior diversidade técnica nas diferentes atividades de grupo e uma melhoria dos planos de treino. Conclusões Considerando os resultados obtidos é possível concluir que estes, em grande parte, são similares aos principais motivos de abandono indicados por Franco et al. (2008) (falta de tempo, horários desajustados, capacidade financeira, e não oferta de atividades complementares) e pela IHRSA (2010) (insatisfação com os programas e atividades oferecidas). Há outros motivos indicados pela especificidade do serviço analisado (ginásio de cariz social com um público-alvo essencialmente jovem e estudante): final do ano letivo, mensalidade elevada, e falta de transporte. Não gostar dos instrutores (Franco et al., 2008), o elevado número de praticantes na instalação, a insatisfação com os funcionários, a falta de atenção da parte dos funcionários, e a inacessibilidade ou ausência de resposta por parte da coordenação (IHRSA, 2010) não foram motivos apresentados pelos ex-utilizadores auscultados. Concluímos por estes dados que a insatisfação com os recursos humanos não faz parte dos principais motivos de abandono da prática desportiva no Ginásio IPC, sendo uma mais-valia em termos de qualidade percebida, satisfação e intenção de fidelização. Os recursos humanos são uma das principais valências do serviço que uma organização pode e deve “trabalhar” no sentido de garantir a qualidade percebida pelos seus utilizadores (Campos, 2015). Independentemente dos motivos apresentados para abandono é importante perceber que a grande maioria dos entrevistados, que entretanto abandonaram o Ginásio IPC, têm a intenção de voltar à prática nessa mesma organização (81.90%). Depreendemos por este resultado que a qualidade do serviço prestada pode ser entendida como elevada. Considerando os se117
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gundo e terceiros objetivos (identificar os motivos de abandono dos utilizadores que não manifestaram intenções de retorno, e solicitar sugestões/recomendações com intuito de melhorar a qualidade do serviço prestado), é possível apresentar medidas estratégias no sentido de reduzir a elevada taxa de abandono e, por consequência, aumentar a qualidade percebida, sensação de satisfação e intenção de fidelização: (1) melhoria da instalação física, com principal destaque para os balneários, sala de atividades de grupo e sistema de ventilação (ar condicionado); (2) melhoria dos equipamentos utilizados, com enfoque na aquisição de mais equipamento para as atividades individuais (e.g. caneleiras, discos, pesos, barras, máquinas para realização de alguns exercícios específicos); (3) oferta de serviços complementares, como a “implementação” de um espaço para deixar os filhos dos funcionários aquando da prática desportiva (e/ou a oferta de atividades para estes, em simultâneo com os pais) e o acompanhamento personalizado para os utilizadores com mais dificuldades e/ou que assim o prefiram (personal trainer); (4) oferta de um horário mais alargado através da abertura ao público em mais períodos da parte da manhã (10.00h-13.00h) e no período de almoço (13.00h-15.00h). Estas medidas irão aumentar a satisfação dos praticantes, diminuindo a sua intenção de abandono por fatores controláveis, da responsabilidade da coordenação do Ginásio IPC. Só desta forma será possível alinhavar o serviço prestado considerando os objetivos gerais do Gabinete de Desporto IPC: aumento dos índices de prática desportiva, promoção da melhoria da saúde e do bem-estar, e criação de hábitos de vida ativos e saudáveis junto da comunidade do IPC. Referências ACSM. (2014). ACSM's guidelines for exercise testing and prescription (9th ed.). Philadelphia: Wolters Kluwer - Lippincott Williams & Wilkins Health. Afthinos, Y., Theodorakis, N., & Nassis, P. (2005). Customers expectations of service in greek fitness centers. Gender, age, type of sport center and motivation differences. Managing Service Quality, 15(3), 245-258. Almeida, L., & Freire, T. (2003). Metodologia da investigação em psicologia e educação (3a ed.). Braga: Psiquilíbrios. Bardin, L. (2008). Análise de conteúdo (5a ed.). Lisboa: Edições 70. Barreira, C., & Carvalho, A. (2007). A realidade portuguesa do conforto em instalações de fitness. O que mudar? Revista Motricidade, 3(2), 69-8. Campos, F. (2015). A qualidade do instrutor em atividades de grupo de fitness. Tese de Doutoramento não publicada, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) - Vila Real. Fernandéz, J., Carrión, G., & Ruíz, D. (2012). La satisfacción de clientes y su relación con la percepción de calidad en centro de fitness: utilización de escala CALIDFIT. Revista de Psicología del Deporte, 21(2), 309-319. Fink, A. (1995). The survey kit: the survey handbook. Thousand Oaks: SAGE. Fonseca, R., Silva, P., & Silva, R. (2007). Acordo inter-juízes: o caso do coeficiente kappa. Laboratório de Psicologia, 5(1), 81-90 Franco, S., Pereira, L., & Simões, V. (2008). Dropout motives in exercise. Presented at the Congress of European College of Sport Science, Estoril - Portugal. Frey, J., & Oishi, S. (1995). The survey kit: how to conduct interviews by telephone and in person. Thousand Oaks: SAGE.
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