EC de outubro 2020: aborda tema da inclusão

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EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA ARETÉ 2019

Distribuição Gratuita Jornal Oficial da Igreja Metodista | Outubro de 2020 | ano 134 | nº 10

FIQUE EM CASA!

MEMORIAL

Pessoas que faleceram de Covid-19 são lembradas por amigos/as e familiares. Página 5

EDUCAÇÃO

Dois colégios metodistas encerrarão as atividades. Página 13

INCLUSÃO Evangelho de João é traduzido em Libras Página 8

REFORMA OU PÓS-REFORMA: A IMPORTANTE CONTRIBUIÇÃO DO FUNDADOR DO METODISMO. PÁGINA 12


2018

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EDITORIAL Nos caminhos da missão servem com integridade

Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Inclusão

COMENTÁRIOS Edição de Setembro de 2020

Capa Projeto Cuidar nasceu no coração de Deus. Mesmo neste ano de pandemia, o projeto tem frutificado. As esposas de pastores merecem o melhor cuidado. Roberta Costa da Silva Ribeirão Preto/SP

Casa na Luz

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Elza Batista Ramos | Campinas/SP

Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local;

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Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;

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Muito esclarecedora a palavra do Colégio Episcopal publicada na edição passada. Não se consegue agradar todas as pessoas, nem podemos agradar. O que se precisa ter é obediência à Palavra de Deus com fé e sabedoria, como os bispos e bispas se pronunciaram!

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Pastoral

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Rosa Vieira Soares Belo Horizonte/MG

importantes, pois, quando as pessoas se referem à inclusão, normalmente associa-se a rampas e banheiros adaptados, mas não é só isso. A pessoa surda precisa de agilidade comunicacional, que se refere ao uso da Libras, Libras tátil, Braile e outros tipos que primem pela manutenção da comunicação interpessoal, virtual ou escrita. Mais detalhes desse trabalho você encontra em nossa matéria de capa e na página 11 desta edição. Importante destaque que apresentamos são os depoimentos de familiares, amigos/as e pastores/ as que conviveram com irmãos/ãs vítimas da Covid-19. Estamos preparando uma página no site para que essas pessoas, embora já eternizadas no coração de seus/as familiares, possam sempre ser lembradas por suas ações missionárias realizadas na Igreja Metodista. AR

Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. Ótimo artigo da professora Blanches de Paula. Cuidar antes da tragédia é sempre melhor. Que bom que o EC trata desses assuntos tão polêmicos.

da Igreja Metodista

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Prevenção

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m 25 de setembro foi lançado o primeiro livro da Bíblia Sagrada na Língua Brasileira de Sinais – Libras. A partir de agora, os mais de 10 milhões de brasileiros/as com deficiência auditiva poderão ter acesso ao evangelho de João em Libras. O lançamento foi on-line, pelos canais do DOT Brasil no YouTube e no Facebook. A Igreja Metodista já tem a tradição de incluir todos e todas em suas comunidades locais. Trouxemos para esta edição alguns relatos ocorridos em algumas comunidades que estão fazendo essa prática ao traduzir em Libras os cultos para as pessoas surdas. Na 8ª Região Eclesiástica, por exemplo, uma oficina que aconteceu no Conexão 3.16, em 2018, deu fruto a um curso de iniciação ao estudo da Libras na Igreja Metodista da 906 Norte, que, mesmo com a interrupção de eventos presenciais no momento da pandemia, manteve as aulas de forma remota. Praticar a inclusão nos vários espaços da sociedade é sempre um desafio. A Pessoa de referência da Pastoral de Inclusão da 8ª Região Eclesiástica chama atenção para algumas questões

Ênfases missionárias

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o discipulado 3 Promover na perspectiva da salvação, santificação e serviço;

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Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja;

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Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente;

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Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.

Pr. José Geraldo Magalhães

Editor-chefe | Expositor Cristão

OPINIÃO | INCLUSÃO

Excelente trabalho missionário com imigrantes e refugiados/ as acontecem em várias Igrejas Metodistas. O projeto Casa na Luz é um deles. Foi importante destacar na edição porque não podemos fazer acepção de pessoas, mas acolhê-las como faria o mestre Jesus. Joseane Soares Rêgo| Santos/SP

“Temos hoje sete pessoas surdas na comunidade e todas elas empolgadas com a volta da igreja presencial. Em 26 de setembro, Dia Nacional dos Surdos, fizemos uma live para comemorar esse dia que é muito especial para a comunidade surda no Brasil. A live teve presença de outros ministérios, como o da 4ª e 6ª Regiões Eclesiásticas.” Elisete Gomes | 4ª Região Eclesiástica

Hosana Seiffert | Mobilizadora do projeto DOT Brasil

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“Começamos a tradução do Livro de João em Libras no quarto Encontro Nacional DOT, em Brasília, em janeiro de 2019. Doze equipes de surdos/as e intérpretes trabalharam durante doze dias e conseguiram traduzir os 21 capítulos do Evangelho de João em um primeiro rascunho. No quinto encontro, em janeiro de 2020, iniciamos uma nova fase: a validação do texto traduzido, que se estendeu por mais de quatro meses, durante a pandemia.”

"Quando se fala em acessibilidade, rapidamente se pensa nas rampas e nos banheiros adaptados, ou seja, na acessibilidade arquitetônica. No caso da pessoa surda é preciso agilizar a acessibilidade comunicacional, que se refere ao uso da Libras, Libras tátil, Braile e outros tipos que primem pela manutenção da comunicação interpessoal, virtual ou escrita. Existem ainda outros tipos de acessibilidade: metodológica, instrumental, programática e atitudinal.” Magali Nicolau de Oliveira Araújo | 8ª Região Eclesiástica

“A inclusão social é algo muito abrangente. No primeiro momento, logo vem à mente as crianças com deficiências físicas, mas vai muito além. É um conjunto de ações e meios que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pelas diferentes classes sociais, educação, idade, deficiência, gênero, preconceitos social ou racial. A inclusão social é poder oferecer oportunidades iguais de acesso e bens a todos e todas.” Departamento Nacional de Trabalho com Crianças

http://bit.ly/ec-outubro-20

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Expositor Cristão Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Bispa Assessora do jornal Expositor Cristão Hideíde Brito Torres Conselho Editorial: Camila Abreu, Patrícia Monteiro, Pr. Odilon Chaves

Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom

Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP) Produção Audiovisual: Rodrigo de Britos Foto de Capa: Motortion/istockphoto.com Arte: Fullcase Comunicação

Revisão: Adriana Giusti Tiragem: 15 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004

*A REDAÇÃO DO JORNAL EXPOSITOR CRISTÃO É RESPONSÁVEL POR TODAS AS MATÉRIAS NELE PUBLICADAS, COM EXCEÇÃO DE ARTIGOS E REFLEXÕES, QUE SÃO RESPONSABILIDADE DE SEUS/AS AUTORES/AS.

Oceano


NACIONAL

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PALAVRA EPISCOPAL Logo do 21º Concílio Geral é disponibilizado para as Igrejas

Bispo Emanuel Adriano Siqueira Presidente da 7ª Região Eclesiástica

Uma Igreja inclusiva

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presentamos o logotipo aprovado para a identidade visual do 21° Concílio Geral, a ser realizado em Sorocaba/SP, de 11 a 18 de julho de 2021. A partir de várias e interessantes propostas desenvolvidas pela Comunicação Nacional, o Grupo de Trabalho de Organização escolheu e o Colégio Episcopal da Igreja Metodista aprovou o logotipo que deverá estar presente nas peças de divulgação relacionadas ao Conclave, tanto nos documentos oficiais quanto em publicações nas redes sociais. A imagem escolhida é composta do ano em que acontecerá o evento, 2021, destaque para a edição do Concílio com o número 21 em vermelho, o nome Igreja Metodista, a data, Município e Estado de realização, com duas versões de aplicação, sendo a segunda composta também do logo da Igreja Metodista, Cruz e Chama. Confira exemplos no site da Sede Nacional em www.metodista.org.br

Seminário Nacional de Homens on-line

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Confederação Metodista de Homens do Brasil, no dia 24 de outubro às 15 horas, realizará o Seminário Nacional de Homens on-line, com o tema Liderança Serva pelo canal do YouTube Nacional da Igreja Metodista. O seminário foi idealizado para capacitar as diversas lideranças de grupos societários, pequenos grupos, missionários, evangelistas ou qualquer um que sinta o desejo de realizar a obra de Deus com mais ferramentas. A programação está referenciada em Workshops de temas muito atuais e relevantes, como Liderança Serva, Racismo, Integridade, Missões e Projetos. Ainda durante o seminário realizaremos diversos sorteios. Basta mandar a palavra BRINDES e seus dados pessoais até o dia 20/10 no e-mail confederacaometodistadehomens@gmail.com

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uando pensamos na mensagem do evangelho, pensamos nos termos de seu significado: uma mensagem de boas-novas; e ela é. Para as pessoas esgotadas e cansadas Jesus diz: vinde a mim e Eu os aliviarei; para a mulher samaritana que está indo ao poço buscar água diz que se ela beber da água que Ele der, ela nunca mais terá sede; para os desprezados e desprezadas diz que todo/a que for a Ele, de maneira nenhuma Ele lançará fora. Jesus ainda diz que veio para que tivéssemos vida e vida em abundância. Vemos nesses e em outros textos que relatam as palavras de Jesus que sua mensagem é mesmo uma boa-nova, e é estendida a todos e todas. Fica claro no evangelho que o convite vinde e vede, ou o vinde a mim, é para todos e todas que têm o desejo de, sinceramente, conhecer Jesus e andar com Ele. Além de convidar as pessoas a irem a Ele, Jesus também foi em direção às pessoas. Ele vai a lugares e participa de eventos que os mestres religiosos e doutores da lei da época não vão. Ele vai jantar na casa de Zaqueu, o publicano; senta para comer com publicanos/as e pecadores/as; isso parece tão corriqueiro no ministério de Jesus que os/as religiosos/as da época o apelidam, pejorativamente, de amigo de publicanos/as e pecadores/as. Quando as pessoas trazem as crianças para que Jesus as abençoe e seus/as discípulos/as começam a criar dificuldades para isso, Jesus os/as exorta que não criem embaraço para os/as pequeninos/as. Jesus é extremamente relacional, e Ele é tão acolhedor que estimula pessoas consideradas impuras, ou naturalmente desprezadas pelo judaísmo de sua época, a se aproximarem; caso da mulher hemorrágica de Lucas 8 ou da mulher cananeia (siro-fenícia) de Mateus 15.

Sua mensagem era impactante e relevante, os sinais que operava deixavam as pessoas maravilhadas, e o comentário geral era que nunca haviam conhecido alguém que operasse os sinais que Ele operava; e Ele era tão acolhedor e amoroso no trato com as pessoas que multidões o seguiam aonde fosse. Jesus era inclusivo em sua falta e prática, mas com critérios. Isso fica claro na mensagem que divulga: arrependei-vos; ou na declaração dada à pessoa encontrada na prática do adultério: vá e não peques mais. Se precisamos nos arrepender, nos santificar, é porque, por mais inclusivo que seja, Deus tem um padrão ao qual precisamos nos amoldar. A Igreja Metodista, como uma igreja que segue os ensinamentos de Jesus, é uma igreja inclusiva; isso fica claro em seus documentos e pastorais, à disposição na página da igreja nacional. Temos ministérios que levam a mensagem de Jesus às crianças; federações e confederações para trabalhar com juvenis, jovens, mulheres e homens; algumas regiões possuem pastorais para trabalhar causas específicas, como pastoral da terra, do racismo, indígena, da terceira idade, da inclusão, carcerária; ministérios para levar a mensagem de Jesus aos/às moradores/as de rua, a menores infratores/as, a áreas rurais e urbanas, a comunidades, para trabalhos com comunidades ribeirinhas. Como seguidores e seguidoras dos ensinamentos de Jesus, convidamos todos e todas que venham, mas também que se arrependam de conceitos e práticas que Jesus condena; convidamos todos e todas que, conhecendo a verdade, deixem a mentira, convertam-se e busquem uma vida de santidade bíblica.

“Como seguidores e seguidoras dos ensinamentos de Jesus, convidamos a todos e todas que venham, mas também que se arrependam de conceitos e práticas que Jesus condena”

© FÁBIO H. MENDES/EC

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NACIONAL Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

A pandemia não acabou Sara de Paula

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Departamento de Comunicação da área nacional da Igreja Metodista preparou uma série de ações para alertar os/as metodistas a respeito da pandemia de Covid-19. A #seproteja está sendo compartilhada nas redes socias, pois diante da pandemia de coronavírus, que ainda tem levado a óbito centenas de pessoas em nosso país, somos chamados e chamadas a olhar de forma consciente e responsável para esse problema. Por isso, promovemos uma mobilização nacional de conscientização. Junte-se a nós na campanha educativa “A pandemia não acabou”, que visa alcançar todo o território brasileiro através das nossas igreja locais, levando informação sobre as formas já conhecidas de evitar a propagação do vírus, enquanto ainda há possibilidade de contágio. De acordo com o último boletim epidemiológico do Mi-

publicada pelo Colégio Episcopal da Igreja Metodista em junho, ressalta que “Nós, povo metodista, não estamos isentos de toda esta situação, inclusive de ver membros de nossas comunidades e famílias morrendo, como tantas outras vidas preciosas partindo desta terra, sem ao menos a possibilidade de despedida”. Nessa realidade, é preciso lembrar a importância de continuar nos protegendo e protegendo as pessoas ao nosso redor. Mesmo com a possibilidade de redução de contágio, e sensação de retorno à normalidade, é preciso termos em mente que a pandemia não acabou e que permanecemos atentos/as.

Apoie a campanha

nistério da Saúde, o Brasil ainda ocupa o segundo lugar no ranking de número de casos acumulados e segundo lugar no

número de óbitos registrados, ultrapassando mais de 136 mil mortes. A carta pastoral “Oração, caminho de esperança”,

Seja um exemplo e #SeProteja. Mostre para as pessoas ao seu redor que atitudes simples como higienização correta das mãos, uso de máscara de forma adequada e distanciamento social fazem a diferença. Fale so-

bre isso e ajude a disseminação de boas informações. Use as hashtags #IgrejaMetodista #APandemiaNãoAcabou e #SeProteja para postar fotos e vídeos de como a sua igreja está promovendo um ambiente seguro e agindo no enfrentamento da pandemia, seja com projetos sociais, evangelísticos ou educativos. Baixe a apresentação sobre a Covid-19 em português produzida pela Saúde Global e compartilhe com a sua igreja no culto on-line ou presencial, caso a sua cidade já esteja em fase de reabertura dos templos. Também estão disponíveis no site da área nacional as imagens para redes sociais convidando todos e todas para saber mais informações. Evite o compartilhamento de notícias falsas e ajude com amor e acolhimento as pessoas que as compartilham. Confira no link abaixo algumas das imagens disponíveis para compartilhar em suas redes sociais, mas lembre-se de que você pode acessar todas em alta resolução e em diferentes formatos. /// http://www.metodista.org.br/material-de-apoio-seproteja-a-pandemia-nao-acabou

Vigília Nacional 2020 SEMEANDO A UNIDADE EM TODO TEMPO

EVENTO ON-LINE 12 DE OUTUBRO ÀS 18H45 (link disponível em breve no site da Sede Nacional)

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Vigília Nacional com as Crianças acontece anualmente no mês de outubro, nas comunidades metodistas, com objetivo de que as crianças aprendam a ter cada vez mais intimidade com DEUS e também sejam valorizadas, cuidadas e façam parte do corpo de Cristo. Orar com as crianças é tarefa importante da Igreja e da Família. O cuidado com as crianças no ato de alimentá-las, educá-las e no convívio propício é o que a maioria das famílias busca para os/as filhos/as, mas, além dessas iniciativas, é essencial colocarmos a vida das crianças na presença Daquele que realmente pode cuidar da vida delas. O Reino pertence às crianças e queremos que elas cresçam e permaneçam nele para usufruir da graça e do amor de Deus. Vigiemos sem cessar pela vida das CRIANÇAS, cuidemos com amor e carinho, pois esta é a vontade do Pai, que seus filhos e filhas se UNAM na Graça de Deus. Elaine Rosendal Siqueira da Silva Coordenadora do Departamento Nacional do Trabalho com Crianças da Igreja Metodista


MEMORIAL METODISTA Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

WLADIMIR GIACOMINI

CALVINO PEREIRA DA SILVA

Mizinho, como era chamado, era filho de Wladimir e Irma Giacomini, esta última membro de nossa igreja, já falecida. Seus familiares participaram da igreja em várias décadas e parte deles ainda participa; era sobrinho do Rev. Irineu Mendes Vieira, pastor da nossa região, precocemente falecido nos anos 70. Participou das atividades da igreja em sua mocidade e foi integrante do Coral Jovem Metodista, na década de 70, além de estar sempre presente nos mutirões de trabalho, no núcleo de ação social da igreja, nos anos 80. Deixa a esposa, Sueli, os filhos Rodrigo, Lígia e Lílian, as netas, Yasmim e Sofia, nora e genro, irmãos, cunhadas, sobrinhos e sobrinhos-netos”

Calvino Pereira da Silva viveu seus 76 anos carregando um testemunho de vida, uma história cuja Igreja Metodista, amigos e família puderam acompanhar. Foi membro ativo na Igreja Metodista em Parque São José em Fortaleza. Estava sempre disposto a ajudar. Durante anos representou a igreja em congressos e reuniões. Na caminhada de fé era metódico. Acordava às 4h30 da manhã todos os dias, fazia suas atividades matinais, lia a Bíblia e estudava periodicamente. Foi membro da Coream, Comissão de Justiça, delegado do Concíilio Geral e Regional, entre outras cargos. Que Deus, nosso Senhor, permita que nos encontremos novamente para a glória e louvor de seu santo e poderoso nome. Amém!”

EDITH LONG SCHISLER A Igreja Metodista de Passo Fundo lamenta, com enorme pesar, o falecimento da Sra. Edith Schisler, esposa do Rev. William Schisler”

30/09/2020 /// Informou: Igreja Metodista em Passo Fundo/RS

22/09/2020 /// Informou: Léa Leite David / Metodista Central em Taubaté/SP

JOSE MARIA DA SILVA Um irmão de coração ensinável que se envolveu ativamente no discipulado bíblico no Campo Missionário em Castelo Encantado. Ele tinha um amor muito grande pela missão de Deus através da Igreja e para com os irmãos e as irmãs”

20/04/2020 /// Informou: Pedro Henrique Moura / Campo Missionário do Ceará Metodista em Castelo Encantado

MEMORIAL METODISTA Separamos um espaço para compartilhar alguns depoimentos de amigos/as, pastores/as e familiares próximos das pessoas que faleceram durante a pandemia. Você pode conferir mais depoimentos em www.expositorcristao.com.br/ memorial-metodista

ELZA MARIA DOS SANTOS MENDES Aprouve ao Senhor recolher para si nossa irmã Elza no dia 21 de maio. Foi uma pessoa muito atuante na nossa comunidade de fé, em Jardim Miranda, Campinas. Há mais de 29 anos frequentando a comunidade juntamente com seus filhos, Marcos, Cristiane e Thais. Hoje todos casados e com filhos que frequentam a igreja. Elza foi um exemplo de vida Cristã e espelhou em seus filhos que hoje continuam o trabalho que um dia ela começou. Deixa esposo, Alfredo Mendes. Louvamos a Deus a vida da nossa irmã Elza, exemplo de cristã e amiga para todas as horas, sempre disposta a ajudar e amparar”

21/05/2020 /// Informou: Pra. Vanilda Botteon / Igreja Metodista Jardim Miranda, Campinas/SP - 5ª RE

14/07/2020 /// Informou: Pastor Emerson Valente de Oliveira / Igreja Metodista em Parque São José - Campo Missionário Ceará

ANDERSON DOS SANTOS TEIXEIRA Servo do Senhor, viveu um evangelho envolvido no Ministério de oração, e Conselheiro da mocidade na Igreja Local, deixou um legado para nós metodistas e sua Família. Exemplo de fé e força. Lutou até o fim, mas aprouve ao Senhor recolher, voltou para casa do Pai e está com ele. Um incrível servo de Deus, pessoa que viveu o verdadeiro evangelho genuíno, na sua íntegra e que nos deixou nesse período de pandemia”

17/05/2020 /// Informou: Pastora Ana Jarvis Carvalho / Metodista em Irajá/RJ

ALECIA DA SILVA OLIVEIRA MARIA DOS SANTOS GRILO Sem palavras para descrever o amor pela obra de Deus de nossa irmã Maria. Mulher de oração”

07/08/2020 /// Informou: Sanya Michelly Santana de Oliveira Sany / Igreja Metodista Central em Itaocara/RJ

Foi uma mulher ativa na nossa igreja, fazia parte da sociedade de mulheres e do Coral Vozes de Belém. Sua mãe foi uma das fundadoras da Igreja Metodista de Irajá. Agradecemos a Deus pelo privilégio de conhecer uma pessoa tão preciosa, que vai fazer muita falta para todos nós. Ela residia no asilo Metodista, em Três Rios, Carlota Pereira Louro”

07/06/2020 /// Informou: Pastora Ana Jarvis Carvalho / Metodista em Irajá/RJ

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IGREJA E SOCIEDADE Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Metodista morre após acidente no Paraná

Voz Missionária completou 91 anos em setembro

Redação EC

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ma professora morreu no final de setembro, dia 29, ao capotar o carro em uma estrada rural ao lado da PR-090, entre Ibiporã e Sertanópolis, no Paraná. A região é conhecida como Barra do Jacutinga. Idi Cachioni Rocha, de 63 anos, estava conduzindo um veículo Fiat Idea quando perdeu o controle da direção. Ela morreu dentro do automóvel. Era esposa do Pastor da Igreja Metodista no Setor Norte de Londrina, Jonas João Rosse, de 67 anos. Segundo familiares, Idi estava isolada em uma propriedade rural por causa da pandemia do coronavírus e estava levando seu marido para um tratamento no Hospital do Câncer. O Pastor Jonas foi encontrado deitado ao lado do carro aguardando atendimento dos/as socorristas do Siate. O pastor foi encaminhado ao Hospital do Coraçãozinho em Londrina com algumas escoriações pelo corpo. Segundo o Corpo de Bombeiros, estava confuso, perguntando pela esposa e

não conseguiu dar detalhes de como teria ocorrido a batida. Idi era conhecida na cidade por dar aulas em diversas escolas diferentes, inclusive na

Idi Cachioni era esposa do Pastor da Igreja Metodista no Setor Norte de Londrina, Jonas João Rosse, de 67 anos.

Escola Dominical da Igreja Metodista, sendo chamada carinhosamente por seus/as alunos/ as como tia Idi. A Igreja Metodista Setor Norte publicou uma nota. Segue trecho. “Sempre fomos ensinados a não temer a morte! Mas quando ela chega, sempre ficamos sem chão… Ela nos ensinou exatamente sobre isso, e como somos ETERNOS em seus milhares de aulas sobre a Bíblia. Nas horas que faltam as palavras, mas ela combateu o bom combate como recomenda II Timóteo 4.7-8”. /// Com informações Taborá News

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om o tema Conectando mulheres em tempo de distanciamento social, a Revista Voz Missionária completou 91 anos de publicação em terras brasileiras. Uma celebração especial transmitida pelo Canal do Youtube da revista, no dia 18 de setembro, marcou a data. "Foi uma live muito especial reunindo a redação e articuladores(as) da nossa publicação. Houve a participação da Bispa Hideide Brito Torres, Jornalista Percival de Souza, Marcia Moraes e Ivana Garcia", disse a pastora e editora Amélia Tavares.

IGREJAS E REGIÕES QUE PARTICIPARAM DA CELEBRAÇÃO: 1º Região Eclesiástica 2º Região Eclesiástica 3° Região Eclesiástica 4º Região Eclesiástica 5º Região Eclesiástica 6º Região Eclesiástica 7º Região Eclesiástica 8º Região Eclesiástica Região Missionária da Amazônia (REMA)

Saúde mental e emocional foram temas de palestras na 6ª Região Eclesiástica Roseli Künrich alertou sobre a necessidade de cuidar de quem cuida, a partir de sua vasta ex-

periência tratando pastores, pastoras diante de necessidade de cuidado de si. Essa palestra

contou com a participação das esposas e dos esposos de pastores e pastoras. © DIVULGAÇÃO

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Pastora Márcia Regina da Silva, Superintendente Distrital do Noroeste, na 6ª Região Eclesiástica, buscou parceria com o Cemetre para trabalhar o tema da saúde mental e emocional na vida pastoral durante o mês de setembro. Foram cinco palestras, sempre às terças-feiras do mês, por meio de uma plataforma digital. As falas aprofundaram o conhecimento sobre a psicologia e a teologia diante do sofrimento e dos desafios da vida. A primeira reflexão, que abordou a depressão, suas causas, sinais e ações de prevenção, foi feita pelo Pr. Flávio Artigas, que também é psicólogo. No dia 8 de setembro, o psicólogo Guilherme Falcão ministrou sobre a depressão e melancolia e os benefícios da abordagem da logoterapia no contexto pastoral. Na terceira semana, a psicóloga, escritora e conferencista

Centro Metodista de Treinamento (Cemetre) faz parceria com Distrito na 6ª Região.

O psicólogo e Pastor Luis Silvério sensibilizou os/as ouvintes para a necessidade de atenção séria aos sinais emocionais e de sofrimento que podem resultar em suicídio. E, encerrando o mês, a psicóloga e doutora em Teologia Karin Wondracek conduziu um tempo rico de reflexão sobre temas bíblicos e os estilos de vida ministerial que podem adoecer, desafiando a adoção de ritmos que expressam a fé e honram Deus. Com a parceria foram alcançados os propósitos de aprofundar o tema para o exercício ministerial e para uma revisão de sentimentos e práticas pessoais no ministério pastoral. Com isso, enfatizou-se a prevenção de situações de adoecimento e a possibilidade de encaminhamento quando necessário. Pr. Flavio Artigas 6ª Região Eclesiástica


INTERNACIONAL

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Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

O muro da separação do medo Pastor Metodista Unido conta como latinos/as estão sujeitos à dor e às consequências do racismo sistêmico nos EUA

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atual discussão pública sobre racismo nos Estados Unidos é muito bem-vinda e pode ter muitos resultados positivos. É importante reconhecer a cobertura da mídia sobre a história e dinâmica dos/as negros/as e brancos/ as. No entanto, é lamentável que outras pessoas de cor sejam geralmente ignoradas e esquecidas. Os/as latinos/as estão entre aqueles/as que são amplamente ignorados/as. Eles/as também estão sujeitos/as à dor e às consequências do racismo, racismo sistêmico e uma história sombria de marginalização e violência. O massacre de El Paso, há apenas um ano, é um exemplo da violência que trouxe medo aos corações dos/as latinos/as em todo o país. O “Muro”, promovido e endossado por muitos/as, corta mais fundo do que simplesmente servir como uma fronteira nacional. É mais do que um muro físico entre os Estados Unidos e o México, bem como com o resto da América Latina. O Muro reflete e é um símbolo do medo dos/as imigrantes latinos/as e, por extensão, de outros/as latinos/as que vivem nos Estados Unidos. O desdém público e as atitudes negativas que o acompanham em relação aos/ as imigrantes latinos/as afetam a população latina em nosso país. Os/as imigrantes latinos/ as voltaram a se esconder, e os/ as outros/as latinos/as que não estão se escondendo são suspeitos/as e muitas vezes são vistos/ as e tratados/as como imigrantes indesejados/as.

a linguagem tenha desempenhado um papel importante no desenvolvimento de estruturas e congregações separadas, a Igreja tem participado da fuga dos/as brancos/as, deixando seus antigos bairros que se tornaram bairros pobres. Em vez de abraçar os/as novos/as latinos/as, muitas igrejas simplesmente fugiram da nova população em busca de áreas mais brancas, especialmente nos subúrbios. Em vez de se ajustar às novas realidades dos bairros urbanos em transição para mais diversidade, a Igreja abandonou essas áreas e buscou áreas brancas mais compatíveis. Há quem sugira que tal ação da Igreja não era racista, nem seus membros eram racistas, a Igreja estava simplesmente seguindo sua próxima geração, que estava se mudando para os subúrbios. Foi reconectar famílias como um esforço para sobreviver. A conversão foi percebida e promovida como parte do mandato de evangelização. Nossa Igreja realmente tomou medidas para responder às questões raciais, estabelecendo agências e integrando equipes em âmbito nacional. Em âmbito local, tanto em nível de

/// Traduzido do site www.umnews.org/ pt por Sara de Paula Rev. David Maldonado Aposentado da antiga Conferência Anual do Rio Grande e da Escola de Teologia Perkins.

Rev. David Maldonado. Imagem retirada da reportagem em vídeo "La Iglesia Etnica", publicada no canal IMULATINA no YouTube da Notícias MU.

devem ser vistos/as e tratados/as. Eles/as são estrangeiros/as e diferentes; eles/as não pertencem ao local. Eles/as vão mudar nossas comunidades e nação. Esse medo amplo e resistência aos/às latinos/as é uma injustiça e desa-

“O Muro reflete e é um símbolo do medo dos/as imigrantes latinos/as e, por extensão, de outros/as latinos/as que vivem nos Estados Unidos.” No cerne da atitude e do tratamento anti-imigrante está o senso de superioridade branca, o medo do/as estrangeiro/as e como os/as imigrantes mudarão a cultura desta nação. Em outras palavras, o medo de que a minoria se torne a maioria étnica alimenta muitas das ações e atitudes contra os/as imigrantes latinos/as, que trazem consigo sua língua e cultura. O Muro é um símbolo de medo e separação, uma barreira física que diz muito sobre como os/as latinos/as

associação quanto em igrejas locais, a Igreja iniciou “Ministérios Hispânicos”. No entanto, muitos deles continuam a separação durante uma longa parte do nosso passado. E ele se arrastou. Enfrentar o racismo requer mais do que resoluções e ministérios especializados para as minorias. Superar o sentimento de superioridade branca exigirá que a Igreja mais ampla olhe para dentro como congregações e como estruturas de conexão. Este não é um simples apelo para declarações de arrependimento, mas um apelo para tomar medidas intencionais para abraçar a população hispânica, especialmente o/a imigrante. A Igreja deve ir além das declarações públicas de apoio e justiça diante do que está acontecendo em nossas ruas hoje. Ela não pode viver em negação cega. Não deve partir do pressuposto da superioridade dos/as brancos/as para a supremacia dos/as brancos/as. Deve abraçar a criação diversa de Deus e a comunidade humana como uma família com seus princípios teológicos e sociais orientadores. Isso exigirá um novo coração.

fia os valores e crenças centrais de nossas fundações cristãs. Essas atitudes e ações não são novas. A história nos lembra o Manifest Destiny (Destino Manifesto) e como ele levou à conquista do sudoeste e à apropriação de territórios ao longo do caminho, tanto nativos quanto hispânicos, impondo a cultura, religião e estruturas sociais/ políticas dos/as americanos/as brancos/as. Destino Manifesto é solidamente fundado na noção de que a população branca

americana era o povo escolhido de Deus, chamado para conquistar, povoar e controlar o continente. Historicamente, os/as hispânicos/as experimentaram linchamento, opressão racial, segregação e marginalização social/política. A Igreja era parte integrante do Destino Manifesto. Isso incorporou a noção de que as populações ao longo do caminho não eram apenas racialmente inferiores, mas também suas religiões e culturas. O catolicismo romano foi definido como uma religião inferior e ignorante e, portanto, era importante converter a população latina ao protestantismo. O protestantismo foi trazido para os territórios conquistados, primeiro como um serviço à população anglo e depois como uma missão. O trabalho missionário tinha como objetivo converter os/as hispânicos/as e como meio de aculturação. Como Igreja, somos desafiados/as por nossa história de separação racial e étnica. Embora

COMUNICADORES DA AMÉRICA LATINA E CARIBE REÚNEM-SE No dia 3 de setembro aconteceu a oficina on-line da Rede de Comunicadores da América Latina e Caribe. O encontro teve apoio e organização dos Ministérios Globais da Igreja Metodista Unida. Na ocasião houve a oportunidade de compartilhar os trabalhos e publicações que estão sendo feitos para orientar a Igreja e combater o novo coronavírus. Entre essas ações foram destacados os conteúdos publicados na área nacional, as publicações do Departamento Nacional de Escola Dominical e as cinco últimas edições do Expositor Cristão, que abordaram o tema da pandemia e o memorial para reconhecimento da missão de metodistas que vieram a óbito por Covid-19. Um dos participantes, Leonardo Félix da ALC, fez uma apresentação sobre a situação da pandemia no continente e ressaltou problemas como desigualdade social e conflitos políticos. Ele também falou sobre a importância da Comunicação da Igreja como fonte confiável em meio à propagação de Fake News no Brasil e em outros países. Articular melhor a rede de comunicação com o compartilhamento de conteúdos também foi destaque do encontro, que durou aproximadamente duas horas. A página no Facebook para acompanhar as notícias publicadas pelos comunicadores da América Latina e Caribe é www.facebook.com/REDCOM2019. Para assistir ao encontro, basta acessar o canal no YouTube https://youtu.be/ZjnPbSud8fY.


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CAPA Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Surdos brasileiros lançam o Evangelho de João em Libras

Pr. José Geraldo Magalhães Phelipe Marques Reis*

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m 25 de setembro foi lançado o primeiro livro da Bíblia Sagrada na Língua Brasileira de Sinais – Libras. A partir de agora, os mais de 10 milhões de brasileiros/as com deficiência auditiva poderão ter acesso ao evangelho de João em Libras. O lançamento foi on-line, pelos canais do DOT Brasil no YouTube e no Facebook. Um dos grandes diferenciais do projeto é que a tradução foi feita pelos/as próprios/as surdos/as, envolvendo uma equipe com surdos/as tradutores/ as, intérpretes ouvintes, teólogos/as, gramáticos, linguistas e pessoal de apoio. A iniciativa é do projeto DOT (Deaf Owned Translation – Tradução Bíblica Própria dos Surdos), uma metodologia desenvolvida pela missão Wycliffe Associates. O projeto começou no Brasil em julho de 2017, com o primeiro Encontro Nacional de Tradução DOT, que contou com a participação de mais de cinquenta pessoas. Nos últimos três anos, aconteceram cinco Encontros Nacionais e foram formadas equipes regionais, que se dedicam sistematicamente ao trabalho de tradução e validação bíblica. "Mais de cinquenta por cento do Novo Testamento já está traduzido, mas o material em vídeo precisa passar pela validação técnica, teológica e gramatical", conta um dos facilitadores da Dot Brasil, Sergio Seiffert. Um dos grandes desafios para a continuidade do projeto e a conclusão de tradução de toda a Bíblia é o envolvimento da igreja brasileira no suporte às equipes regionais de tradução. O alvo é ter, no mínimo, cinco equipes de tradução, uma em cada região do Brasil, com quatro pessoas (2 surdos/ as e 2 intérpretes).

Inclusão na Igreja Metodista

A Igreja Metodista tem um pastor e uma pastora com deficiência visual, o Pastor Enoque

Rodrigo de Oliveira Leite, da 3ª Região Eclesiástica, que ocupa também o cargo de Pessoa de Referência da Pastoral da Inclusão, e a Pra. Kary Janaína, da 5ª Região Eclesiástica. Ambos foram pioneiros com deficiência visual na Faculdade de Teologia, a Fateo, em São Bernardo do Campo, que teve que se adaptar para receber o/a acadêmico/a nos anos de 2006 a 2008. Atualmente, a instituição está com uma aluna surda, Heronice Cordeiro, da Igreja Metodista Central em Belo Horizonte/ MG. É um desafio, mas a “Casa dos Profetas” tem se adaptado também a essa nova realidade para que a Igreja tenha a primeira pastora surda no Brasil. A Igreja na capital mineira desenvolve atividades com os/ as surdos/as. “Temos hoje sete pessoas surdas na comunidade e todas elas empolgadas com a volta da igreja presencial”, conta a coordenadora do Ministério com Surdo Metodista, Elisete Gomes, que trabalha junto com o esposo, Eduardo. Ambos eram membros na Metodista em Santa Tereza e aceitaram o convite do Pastor Pontes para assumirem o Ministério com Surdo na Igreja Metodista Central em Belo Horizonte, desafio que está dando certo. As atividades com surdos e surdas na igreja acontecem todas as quartas-feiras e sábados com encontros virtuais. “Em 26 de setembro, Dia Nacional dos Surdos, fizemos uma live para comemorar esse dia que é muito especial para a comunidade surda no Brasil. A live teve presença de outros ministérios, como o da 4ª e 6ª Regiões Eclesiásticas. O Bispo Roberto e o Pastor Giovane de Guarapari, atual Coordenador da Pastoral da Inclusão na 4ª Região, também participaram”, finalizou Elisete. Na 8ª Região Eclesiástica, o trabalho com surdos e surdas iniciou em uma oficina regional, o Conexão 3.16, em 2018, com uma oficina de Libras. “Como resultado desse esforço

Oficina realizada em janeiro desse ano, em Brasília, com mais de 60 surdos, tradutores, intérpretes e pessoal de apoio.

surgiu um curso de iniciação ao estudo da Libras na Igreja Metodista da 906 Norte, que, mesmo com a interrupção de eventos presenciais no momento da pandemia, manteve as aulas de forma remota”, disse a Pessoa de referência da Pastoral de Inclusão da 8ª Região Eclesiástica, Magali Nicolau de Oliveira Araújo. Magali chama atenção ainda para algumas questões importantes. “Quando se fala em acessibilidade, rapidamente se pensa nas rampas e nos banheiros adaptados, ou seja, na acessibilidade arquitetônica. No caso da pessoa surda é preciso agilizar a acessibilidade comunicacional, que se refere ao uso da Libras, Libras tátil, Braile e outros tipos que primem pela manutenção da comunicação interpessoal, virtual ou escrita. Existem ainda outros tipos de acessibilidade, tais como: metodológica, instrumental, programática e atitudinal”, disse Magali, que conta mais detalhes desse trabalho na página 10. Já na 3ª Região Eclesiástica, Osmar Roberto Pereira (in memorian) ficou especialmente comovido quando, em uma devocional de sua igreja, a Igreja Metodista Central de Santo André/SP, leu o texto bíblico que descrevia como Jesus curava um homem surdo e gago (Marcos 7.31-37). O pai e a mãe


EXPOSITOR

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Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br A Live do lançamento do Evangelho de João teve participantes de várias partes do país.

Hosana Seiffert e Sergio Seiffert, facilitadores da Dot Brasil.

de Osmar são surdos. Osmar começou um curso na Primeira Igreja Batista de Santo André, que tem um ministério com surdos há 23 anos, e terminou em 2003. Osmar trabalhou como intérprete da Língua Brasileira de Sinais (Libras). Fez a interpretação dos cultos não apenas para seus pais, mas para um grupo de cerca de treze surdos/as, que, graças a este trabalho, começou a frequentar a Igreja Metodista Central de Santo André e deu continuidade após seu falecimento, em 2013.

MOBILIZADORA DO PROJETO DOT BRASIL FALA SOBRE A TRADUÇÃO E OS DESAFIOS DA TRADUÇÃO DO EVANGELHO DE JOÃO EM LIBRAS Quando começou a tradução do evangelho de João para Libras e como será o lançamento? HOSANA SEIFFERT – Começamos a tradução do Livro de João em Libras no quarto Encontro Nacional DOT, em Brasília, em janeiro de 2019. Doze equipes de surdos/as e intérpretes trabalharam durante doze dias e conseguiram traduzir os 21 capítulos do Evangelho de João em um primeiro rascunho. No quinto encontro, em janeiro de 2020, iniciamos uma nova fase: a validação do texto traduzido, que se estendeu por mais de quatro meses, durante a pandemia, de forma remota. Libras é uma língua espaço-visual. A tradução é feita em vídeo. Os/as tradutores/as surdos/as sinalizam o texto bíblico literal em Língua Brasileira de Sinais. Estamos orando e trabalhando para termos também um aplicativo para celular com todo o material. O acesso ao conteúdo da Bíblia DOT será absolutamente gratuito. Este é um dos diferenciais desse projeto: a distribuição gratuita, com direitos autorais abertos sob a licença Atribuição Compartilhada Igual 4.0 Internacional (CC BY-SA 4.0) e produção colaborativa. O outro grande diferencial do projeto DOT Brasil é o protagonismo surdo. Este é considerado o terceiro paradigma de tradução bíblica, quando o próprio povo assume o projeto de tradução e conta com a força missionária como apoio e suporte técnico, logístico, gramatical e teológico.

© MOTORTION / ISTOCKPHOTO.COM

O que o lançamento do evangelho de João em Libras representa para a Igreja e para o movimento missionário brasileiro? HOSANA SEIFFERT – Os/as surdos/as são considerados/as um dos oito segmentos menos evangelizados no nosso país. De acordo com o IBGE, quase 10 milhões de pessoas têm algum tipo de deficiência auditiva no Brasil. Mais de 2 milhões são surdos profundos e menos de 1% da comunidade surda ouviu falar de Jesus. Ao mesmo tempo, a desinformação cria vários mitos, e um dos maiores é de que os/as surdos/as, uma vez na escola, compreendem perfeitamente o português. Isso não é verdade. Cerca de 80% dos/as surdos/as apresentam problemas de alfabetização e dificuldade para ler e escrever nas línguas escritas. Além disso, eles/as se sentem como estrangeiros/as em

seu próprio país. Poucas pessoas falam Libras, e os/as surdos/as têm dificuldades de comunicação nos serviços públicos, em hospitais e até mesmo em escolas. Libras é uma língua com estrutura gramatical própria. Não existem tempos verbais, artigos ou conectivos. Os sinais, gestos e expressões faciais e corporais são imprescindíveis, e a organização das ideias tem uma sequência própria, diferente do português. Ter a Bíblia traduzida para sua própria língua é um dos grandes desafios para o alcance da comunidade surda com o Evangelho de Cristo. Para ter uma ideia, são conhecidas hoje cerca de 400 línguas de sinais no mundo. Apenas uma delas, a norte-americana, tem toda a Bíblia traduzida. O projeto de tradução para Libras será um grande avanço, que necessita do envolvimento da igreja brasileira.

Quais os principais desafios para a conclusão deste trabalho? HOSANA SEIFFERT – O maior desafio é o envolvimento de novos/as parceiros/as. Durante três anos o projeto funcionou como um movimento de voluntários/as. Os custos dos cinco encontros foram graciosamente oferecidos pela missão Wycliffe Associates, que criou, desenvolveu e ensinou a metodologia DOT de tradução para a comunidade surda brasileira. A partir de abril de 2019, o DOT se transformou em um projeto acadêmico de extensão e pesquisa, administrado pela UniEvangélica, de Anápolis. O maior desafio hoje é o envolvimento da igreja brasileira no suporte às equipes de tradução. O alvo é termos, no mínimo, cinco equipes de tradução, uma em cada região do Brasil, com no mínimo quatro pessoas (2 surdos/as e 2 intérpretes) trabalhando 12 horas por semana. Esses/ as tradutores/as são treinados/as na metodologia e se envolvem ministerialmente com o processo de tradução.

Como pessoas e igrejas podem se envolver ou apoiar este projeto? HOSANA SEIFFERT – Principalmente em intercessão. Sabemos que nada é feito na terra se não for primeiro ligado no céu. Precisamos de intercessores/as que lutem diariamente pelos/as surdos/as tradutores/as, pelos/as intérpretes ouvintes, pelos/ as teólogos/as bilíngues, por gramáticos e linguistas com conhecimento em Libras e pelas equipes de apoio. Também precisamos do envolvimento de parceiros/as, igrejas, empresas e instituições que viabilizem o envolvimento e o trabalho sistemático das equipes de tradução. /// Saiba mais sobre o projeto DOT Brasil. https://dotbrasil.org/ *Missionário e colaborador do Portal Ultimato


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ARTIGO Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Acessibilidade vai além de rampas e banheiros adaptados

“Com a reedição do evento Conexão 3.16, agora em outubro, haverá uma nova oficina de Libras de forma remota”

© ARQUIVO PESSOAL MAGALI NICOLAU

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mês passado foi muito significativo para a comunidade surda de todo o Brasil. São diversas datas que nos fazem lembrar que todos os dias são dias de favorecer a inclusão: 23/09 é o dia internacional das Línguas de Sinais, 26/09 é o dia do Surdo e 30/09 é o dia do Tradutor e Intérprete de Línguas de Sinais. O mês de setembro é conhecido como Setembro Azul. Durante a II Guerra mundial os/as nazistas agrupavam as pessoas de acordo com suas características; assim como os/ as judeus/as usavam uma estrela no peito, os/as deficientes, os/ as negros/as também usavam fitas com cores para identificação; aos/às surdos/as coube o uso de uma fita azul. Com o passar dos anos a cor azul adquiriu uma nova roupagem, sendo revestida com os ares da resistência e orgulho na construção de uma sociedade menos preconceituosa e mais inclusiva. Quando se fala em acessibilidade, rapidamente se pensa nas rampas e nos banheiros adaptados, ou seja, na acessibilidade arquitetônica. No caso da pessoa surda é preciso agilizar a acessibilidade comunicacional, que se refere ao uso da Libras, Libras tátil, Braile e outros tipos que primem pela manutenção da comunicação

interpessoal, virtual ou escrita. Existem ainda outros tipos de acessibilidade, tais como: metodológica, instrumental, programática e atitudinal. Ciente da necessidade de inclusão e do papel da igreja no acolhimento de Pessoas com Deficiência (PcD), a 8ª Região Eclesiástica organizou uma oficina de Libras no evento Conexão 3.16, ocorrido em novembro de 2018. Como resultado desse esforço, surgiu um curso de iniciação ao estudo da Libras na Igreja Metodista da 906 Norte, que, mesmo com a interrupção de eventos presenciais no momento da pandemia, manteve as aulas de forma remota. O planejamento de um ano do curso foi cumprido e existe a previsão de implantação do Ministério de Surdos na igreja local e o retorno ao curso presencial no próximo ano. É preciso destacar, também, que a Igreja 906 Norte, no momento anterior à pandemia, recebia de forma esporádica a visita de surdos/as em suas programações, o que contribuiu para o aumento no interesse pelas aulas de Libras. Pode-se declarar que na 8ª

Região haverá continuidade de novas oficinas com intuito de preparar as igrejas para acolher pessoas surdas no seio da igreja. Com a reedição do evento Conexão 3.16, agora em outubro, haverá uma nova oficina de Libras de forma remota. O intuito continua sendo o de facilitar a evangelização de surdos/as em nossa região. Sabe-se que o Brasil tem mais de dois milhões de surdos/as e que apenas 1% do total de surdos se declara cristão e, ainda, que os/as surdos/as integram a lista dos oito grupos menos evangelizados do país. A Libras tem assumido muita visibilidade e tem recebido amparo da legislação no sentido de sua valorização, garantindo, dessa forma, acesso a uma comunicação plena à comunidade surda. Como igreja, somos desafiados/ as todos os dias a combater o preconceito, lutar por uma sociedade mais inclusiva e garantir uma igreja acessível a todos e todas, independentemente de sua particularidade. Magali N. de Oliveira de Araújo Pessoa de referência da Pastoral de Inclusão da 8ª Região - Agente Regional da Voz Missionária da 8ª Região


MISSÃO

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Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Metodismo no Norte e Nordeste

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omo a Campanha Nacional de Oferta Missionária, que está em sua 25ª edição, tem como finalidade arrecadar recursos para a implantação do trabalho metodista no Nordeste e na Amazônia, muitos/as podem pensar que o trabalho metodista naquelas regiões é relativamente recente. Ledo engano. Vejamos um pouco de nossa história. Em agosto de 1835 chega ao Rio de Janeiro o Rev. Fountain Pitts, com a incumbência de verificar a possibilidade de implantação de trabalho metodista no Brasil. O relatório, em sua volta aos Estados Unidos, em 1836, mostrou grandes possibilidades. Nesse mesmo ano veio o Rev. Justin Spaulding, que começou o trabalho metodista no Rio de Janeiro. Logo depois se junta a ele o Rev. Daniel Kidder, mas este em 1840; depois de perder a esposa, retornou para os Estados Unidos. Em seguida, em 1841, foi a vez do Rev. Spaulding voltar à sua pátria. Houve então uma interrupção de 25 anos na implantação do movimento metodista no Brasil. Essa interrupção foi causada pelas amargas questões que surgiram na Igreja Metodista nos Estados Unidos com relação à escravidão. Primeiro foi uma divisão na Igreja Metodista em 1844, surgindo as Igrejas Metodistas do Norte e do Sul. Em 1860, também em função da questão da escravidão, irrompeu uma guerra de quatro anos entre o Norte e Sul escravagista. Somente em 1867 a Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos enviou o Rev. Junius Newman como missionário ao Brasil, e o Metodismo se desenvolveu no triângulo Rio, São Paulo e Minas Gerais. Quem introduziu o Metodismo na Região Norte foi o Rev. Guilherme Taylor, que chegou em 1880, trazendo o Rev. Justus Nelson, que se instalou em Belém do Pará. O trabalho ali realizado pertencia à Igreja Metodista Episcopal do Norte dos Estados Unidos, enquanto que o da Região Sudeste era da Igreja Metodista Episcopal do Sul dos Estados Unidos. Não havia intercâmbio entre esses dois grupos de ramos diferentes do Metodismo, não só pelas questões políticas, mas também pela distância e dificuldade de comunicação. O trabalho metodista no Norte alcançou algumas cidades, como Manaus, Recife e Salvador, mas onde mais se desenvolveu foi em Belém do Pará.

com a maioria das nossas cidades vivendo um tempo de distanciamento social. Você pode doar para a Oferta Missionária por meio de transferência bancária ou através do seu cartão de crédito utilizando o Paypal, no site doacoes.metodista. Basta preencher os dados e o valor, selecionar a campanha e concluir a doação.

https:// ofertamissionaria. metodista.org. br/2020

O trabalho no Recife esteve sob os cuidados do Rev. George O. Nind, que traduziu vários hinos do “Salmos e Hinos”. Mais tarde ele voltou para sua pátria e o trabalho acabou. O Rev. Nelson atuou 45 anos no Pará sem ajuda financeira da igreja americana. Para seu sustento dava aulas de inglês e alemão. Em 1926 se aposentou e voltou para seu país. Não houve interesse da Igreja Metodista Episcopal em manter o trabalho, então as famílias metodistas se filiaram a outras igrejas evangélicas. Em 1926, enquanto o Metodismo da Região Sudeste comemorava seu cinquentenário, o Metodismo no Norte cerrava suas portas. Talvez a diferença fosse que, no Sudeste, o projeto era de uma igreja e, no Norte, de um missionário. Só bem mais tarde a Igreja Metodista se estabeleceu no Nordeste: em Salvador, Recife e Aracaju. Agora estamos contribuindo para assegurar a expansão do Metodismo no Nordeste e na Amazônia. Toda essa história pode ser lida nos livros “Histórias da História do Metodismo no Brasil”, do Rev. Isnard Rocha, e em “Histórias do Metodismo no Brasil”, de José Gonçalves Salvador, publicado pelo Centro Editorial Metodista de Vila Isabel. Ambos estão disponíveis na página de nossa igreja: www. metodistavilaisabel.org.br Além de conhecer a história, podemos cooperar contribuindo e orando pelos/as pastores/as e irmãos/ãs que se dedicam ao trabalho missionário naquelas regiões, que lutam com a dificuldade do isolamento entre as igrejas as quais, muitas vezes, estão a centenas de quilômetros de distância. Participe. Ore. Contribua! Airton Campos Igreja Metodista em Vila Isabel/RJ

OFERTA MISSIONÁRIA NACIONAL Está no ar o site da Campanha Nacional de Oferta Missionária 2020. Você pode doar até o Dia da Reforma Protestante, em 31 de outubro. Com o tema “Sua oração, sua doação, uma Igreja”, falamos sobre esse momento em que a Igreja se une para levantar uma

oferta única direcionada à expansão missionária nas Regiões Missionárias do Norte e do Nordeste. Em 2020, celebramos 25 anos de Oferta Missionária e nos vemos diante do desafio de alcançar a expectativa nacional de 840 mil reais em doação, mesmo realizando a arrecadação a distância,

Encontro Nacional de Motivação Missionária acontece em outubro

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Câmara Nacional de Expansão Missionária (CNEM) realizará no dia 8 de outubro de 2020 (quinta-feira) o ENCONTRO NACIONAL DE MOTIVAÇÃO MISSIONÁRIA (EMM). O objetivo é proporcionar a motivação através de um espaço de interação, alinhamento e sinergia entre pessoas de referência, ministérios e organizações que promovem a expansão missionária a partir da Igreja Metodista no Brasil em diferentes áreas de ação. As áreas são: Discipulado; Empreendedorismo (BAM); Evangelismo; Comunicação e Mídias Digitais; Missões Transculturais; Missões Urbanas (e Obras de Misericórdia); Plantação de Igrejas. Queremos convidar você para se juntar a nós no EMM. Entendemos que o trabalho que temos desenvolvido está contribuindo de forma significativa para a expansão missionária. Sua presença nos permitirá conhecê-lo/a ainda mais e nos proporcionará a oportunidade de conexões que vão potencializar o avanço missionário. O evento acontecerá das 10h às 16h de forma virtual, através do aplicativo ZOOM, e terá vagas limitadas.

As inscrições se encerram no dia 5 de outubro de 2020, ou até o preenchimento de todas as vagas. Acesse o QR no link abaixo.

http://www. metodista.org.br/ encontro-nacionalde-motivacaomissionaria-2020

No site da campanha você encontra todo o material necessário para realizar a mobilização na sua igreja local de forma digital: publicações no formato de Facebook, Instagram, Story e WhatsApp; vídeos para as Regiões Missionárias e Eclesiásticas; Materiais para crianças, e mais. No site você também confere mais informações sobre a história da campanha, conhece as igrejas que receberam a oferta em 2019 e as que vão receber nossas doações em 2020.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO: • 10h10 - Reflexão Bispo João Carlos • 10h30 Salas Virtuais (Por áreas)* • 12h00 Almoço • 14h00 Salas Virtuais (Por áreas)* • 15h30 Seguimento e Fechamento - Pastor Paulo Pontes *Nas salas virtuais acontecerá uma palestra sobre o tema, bem como a partilha de boas práticas (testemunhos) e propostas de seguimento.


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METODISMO Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

A importância dos pequenos grupos para o movimento metodista

© WILLIAM HAMILTON / DOMÍNIO PÚBLICO / COMMONS.WIKIMEDIA.ORG

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m dos pastores metodistas que marcaram o século 20 no Brasil foi o Rev. John Inácio da Silva. Iniciou sua vida pastoral em inesquecível pastorado na Igreja Metodista em Jericó, interior de São Paulo. Deixou não apenas um legado maravilhoso no município, mas, especialmente, deixou um Ponto Missionário na cidade que viria a se tornar a Igreja Metodista Central em Cunha. Outro grande legado desse pastor e de sua esposa, dona Iracema, são seus nove filhos/as. Nove seguidores/as da Palavra, nove homens e mulheres de Deus! Alguma semelhança com outro pastor, de três séculos atrás, chamado Samuel? Sim! Este, com dona Susana, não teve apenas nove filhos. Tiveram dezenove! Ambos têm em comum a garra pelo Evangelho, o desprendimento de coisas materiais, a pureza e santidade no casamento e na vida em geral. Com parcos recursos, foram pastores que lutaram pela vida, com muitas bocas para alimentar. Pastores que faleceram cedo, deixando crianças para autênticas mulheres de Deus que, viúvas, persistiram vitoriosamente com seus/ as filhos/as na melhor educação e melhor preparo para a vida. Nessa família inglesa iniciada no século 17, nasceu John Wesley. Seu nascimento se deu no século 18: em 1703. Foi o 15º filho. Família unida em torno do pai, pastor consagrado, e da mãe, um dos maiores exemplos da história de mãe sábia e retrato perfeito da “mulher virtuosa” de Provérbios 31. O Rev. Samuel sonhava com uma Igreja inglesa avivada. A Anglicana havia esfriado. Patrimônio rico, vitalidade pobre. Crentes acomodados. Mal sabia ele que dois de seus dezenove filhos trariam o avivamento sonhado! Mas, nesta vida terrena, nunca soube: morreu bem antes da “Experiência do Coração Aquecido” de John Wesley, em maio de 1738. Charles Wesley, com sua música, e John, com o gênio da organização e coração inflamado na pregação, foram os filhos daquele pastor anglicano que fizeram diferença. Nosso saudoso Rev. Duncan Alexander Reily gastou uma aula (meados dos anos 1970) e inúmeros argumentos para rebater falatórios levianos, que tentavam diminuir a importância do “24 de maio” na vida de John Wesley. Nossa turma de teologia ouviu e reteve essa preciosa dissertação do professor de História. Realmente toda a vida e obra desse avivalista inglês foram moldadas e motivadas a partir daquela experiência na Rua Aldersgate, em Londres. Seus 800 sermões por ano, seus 175 mil quilômetros percorridos em mais de 50 anos de mi-

nistério e, enfim, os/as duzentos mil metodistas na Inglaterra e nos EUA por ocasião de sua morte são resultado contundente de uma vida de intensa busca e inquirição espiritual. Glorioso 17 de junho de 1703! Uma criança comum, um menino a mais em pródiga família, um “tição tirado do fogo” em tenra idade, essa criança sobrevivente não só de incêndio, mas de duras condições de vida, viria a se tornar talvez o mais importante expoente de avivamento da História da Igreja. Lembrado no mundo todo, admirado em qualquer denominação evangélica, seus escritos e seu exemplo são o melhor parâmetro que possibilita a qualquer Igreja alcançar a fidelidade ao Evangelho. Vale a pena ressaltar uma prática wesleyana que hoje (sem o nome “wesleyano”) é tão aplicada. No início de meu pastorado, o Sepal (Serviço de Evangelização Para a América Latina) estimulava evangélicos/as brasileiros/as a ganharem a visão do Discipulado e dos “Pequenos Grupos”. Ainda não os denominavam “células”. Na Semana Wesleyana de 1981, o pastor Mércio Meneghetti introduziu o assunto “Discipulado” e, na ocasião, obteve NADA de aceitação. Porém, mais de duas décadas depois, a Igreja em todo o Brasil assumiu (finalmente) o Discipulado não apenas como bênção em sua prática, mas, muito mais, como obrigatoriedade na vivência pastoral e eclesial. Pois bem. Hoje é palpitante, necessário, vital, o assunto “células”, que nada mais são que o discipulado atendendo a pequenos grupos. Outras denominações levam tão a sério o assunto que nem afirmam “ter” células, mas, sim, “são Igrejas em células”. Por que estou afirmando tudo isso ou relembrando a caminhada metodista a respeito? Simplesmente porque o Discipulado, extremamente bíblico e cristão, foi a mola propulsora do metodismo inglês no século 18. Foram as “classes” ou “pequenos grupos” organizados por Wesley que disseminaram, aprofundaram, equiparam, os leigos e leigas metodistas para que houvesse autênticas vidas cristãs. Hoje nem é muito lembrado quanto Wesley tem a dizer sobre “células”. Enquanto eu afirmo que ele é um Reformador que, trazendo essa sadia prática cristã, pode ser chamado “o Pai do movimento celular”! Glória a Deus pelo Avivamento Metodista. Pelos 140 países onde o Metodismo abençoa populações. E… Glória a Deus por aquele longínquo 17 de junho, 317 anos atrás, quando Deus concedeu ao mundo aquele pequenino presente. Flávio Moraes de Almeida Pastor da Igreja Metodista Central em Santos


EDUCAÇÃO

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Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Dois colégios metodistas anunciam encerramento das atividades

Atividades serão interrompidas no colégio a partir de dezembro deste ano. Centro Universitário, no entanto, será mantido em 2021 © ARQUIVO EC

Redação EC

I

Trajetória

A longa trajetória de 116 anos não bastou para sustentar o colégio, que se encontra há alguns anos em um caminho de falência.

Escola centenária anunciou encerramento das atividades.

“Mudança em gestão, enxugamento de quadro administrativo, medidas não operacionais, aperfeiçoamento de uma proposta pedagógica cada vez mais enriquecedora e atrativa, bem como redução nas mensalidades, não foram suficientes”, declarou a direção. A partir do próximo ano, a sede do Colégio Izabela Hendrix pertencerá, por meio de aluguel, à Rede Decisão, que, de acordo com a Educação Metodista, concentra mais de 6 mil alunos/as em instituições de Belo Horizonte e também de São Paulo. Em contrapartida à notícia do encerramento das atividades do colégio, que atende desde o maternal até o ensino médio, a instituição responsável pelo colégio declarou que o Centro Universitário Izabela Hendrix será mantido para o próximo ano e outras duas graduações serão inauguradas: em Farmácia e em Engenharia. “O Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix seguirá firme em seu propósito de formar profissionais cidadãos, capacitados e preparados para os desafios adversos”, esclareceu por meio de nota. O pronunciamento é encerrado com agradecimentos a pais, alunos/ as, ex-alunos/as, funcionários/ as e professores/as que atuaram na história do colégio.

© LUIZA MORAES

nstituição centenária em Belo Horizonte/MG, o Colégio Izabela Hendrix, anunciou que fechará as portas após o encerramento do ano letivo no mês de dezembro. O comunicado feito dia 28 de setembro. O Presidente da 4ª Região Eclesiástica, Bispo Roberto de Sousa Alves, conversou com o jornal Expositor Cristão e lamenta que duas insitutuições centenárias esqueceram de seus ideais missionários ao longo dos anos. "Infelizmente os dois colégios metodistas que surgiram no século passado com ideais missionários de levar às mulheres brasileiras, uma formação cristã de qualidade para que elas fizessem a diferença na sociedade, foram perdendo, ao longo dos anos, seus ideais missionários. Por outro lado, foram tornando colégios de mercado que promovem educação com o objetivo de ganhar dinheiro", disse o Bispo Roberto. O Bispo destacou a perda de identidade missionária e o distanciamento de Deus. "Observamos que esse processo de perda de identidade missionária e cristã, consequentemente, reflete na perda e visão e ideal na formação de lideranças capacitadas que fariam diferenças na sociedade. É uma pena, pois levou ao longo dos anos com a perda desses ideiais e com administrações amadoras, sem captação e, até mesmo corruptas com várias práticas de insjustiças sociais e cristãs, ao distanciamento da Igreja e, logo, ao distaciamento de Deus. Muito triste saber que abandonamos os ideiais norte americanos que sempre levaram no movimento metodista a presença da Igreja e das escolas", finalizou. A notícia da brusca interrupção na história do Izabela Hendrix gerou comoção entre alunos/as e ex-alunos/as nas redes sociais. Grande parte lamenta o encerramento da trajetória do colégio fundado em 5 de outubro de 1904, o primeiro para mulheres na recém-criada cidade de Belo Horizonte.

COM 133 ANOS DE HISTÓRIA, COLÉGIO BENNETT ANUNCIA O FIM DAS ATIVIDADES A direção da instituição de ensino afirmou que evasão escolar e inadimplência durante a pandemia contribuíram para decisão. O tradicional Colégio Bennett, no bairro do Flamengo, na Zona Sul do Rio, anunciou que vai encerrar as atividades no fim deste ano. A unidade de ensino enviou um comunicado aos pais e aos/às funcionários/ as informando a decisão, a escola alegou motivos

financeiros para o fechamento e explicou que outra rede de ensino vai funcionar na mansão centenária. A instituição foi fundada em 1887 por missionárias metodistas americanas. Em reunião virtual com a comunidade escolar, a direção afirmou que o aumento da evasão escolar e da inadimplência, durante a pandemia, contribuiu para a decisão. O segmento mais afetado foi o da educação infantil: o colégio, que chegou a ter 250 alunos/ as na pré-escola, atualmente tem apenas 23. Hoje, o Bennett oferece turmas da creche ao ensino médio. O antigo braço universitário da instituição já havia sido vendido em 2017, dando lugar à Univeritas.


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MÍDIA Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

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GIRO DE

NOTÍCIAS

O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

Expositor Cristão PANDEMIA

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Diante da pandemia de coronavírus, que ainda tem levado a óbito centenas de pessoas em nosso país, somos chamados e chamadas a olhar de forma consciente e responsável para esse problema. Por isso, promovemos uma mobilização nacional de conscientização. Junte-se a nós na campanha educativa “A pandemia não acabou”, que visa alcançar todo o território brasileiro através das nossas igrejas locais, levando informação sobre as formas já conhecidas de evitar a propagação do vírus, enquanto ainda há possibilidade de contágio.

EDITAL PARA EXAME DA ORDEM PRESBITERAL Está publicado no site da Sede Nacional da Igreja Metodista o Edital para o Exame da Ordem Presbiteral Metodista. A seguir, segue trecho do documento.

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SETEMBRO AMARELO: Em 10 de setembro lembramos o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Para marcar a data, disponibilizamos imagens que podem ser compartilhadas nas redes sociais, todas com uma frase objetiva: eu estou aqui para conversar com você. O Expositor do mês também publicou artigo da Dra. e Pastora Blanches de Paula.

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RÁPIDAS

CGCJ A Comissão Geral de Constituição e Justiça emitiu algumas decisões no mês de setembro. Uma delas trata-se de ação declaratória ingressada pela irmã Valesca Athayde de Souza, membro leiga da Igreja Metodista do Izabela Hendrix, da 4ª Região Eclesiástica, tendo em vista o pronunciamento do Colégio Episcopal, ocorrido no dia 18 de agosto de 2020. O referido ato foi postado no site oficial da Igreja Metodista.

EM ORAÇÃO: Com o objetivo de mobilizar pessoas a orar semanalmente e diariamente pelos propósitos selecionados pela área nacional da Igreja Metodista, convidamos você a participar da campanha EM ORAÇÃO. O versículo que conduz a campanha lembra a importância da oração para fazer qualquer coisa: … porque sem mim nada podeis fazer (João 15.5b).

ESCOLA DOMINICAL São 184 anos desde que a primeira escola dominical metodista chegou ao Brasil. De setembro até a segunda semana de outubro, o departamento está promovendo eventos e lives que são transmitidos no canal Educação Cristã Metodista, no YouTube, e na página da Escola Dominical, no Facebook. Você ainda pode enviar seu próprio vídeo sobre o Dia da Escola Dominical com um filtro exclusivo do Instagram.

Uma igreja saudável pratica o amor, a misericórdia e a justiça, mas não abdica da essência do Evangelho COLÉGIO EPISCOPAL

MAIS LIDAS

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EC DE SETEMBRO: A caminhada da família pastoral é formada por vários momentos, alguns que realmente marcam a vida do/a pastor/a e outros que, às vezes, alguns/as líderes preferem esquecer. Diante disso, temos uma personagem que certamente é conhecida apenas como a “esposa do pastor”, que precisa de cuidado, precisa se abrir com alguém, chorar no ombro de uma amiga quando necessário. Nesse sentido, nasceu o Projeto Cuidar.

SIL STÃO DO BRA JORNAL CRI

NA ARETÉ 2019 E PREMIADO

CÂNON BÍBLICO ita Distribuição Gratu

Igreja Jornal Oficial da

bro de Metodista | Setem

2020 | ano 134

| nº 9

A! FIQUE EM CAS

EDUCAÇÃO CRISTÃ

ã Educação crist avança on-line em tempos to men de isola 6 social. Página

SETEMBRO AMARELO

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EIXO I - HISTÓRIA DO METODISMO EIXO II - TEOLOGIA DO METODISMO. EIXO III - GOVERNO DA IGREJA.

AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO ITO O MELHOR CRISTÃO, ELE EXPOSITOR

O Colégio Episcopal convoca os/as candidatos/as à Ordem Presbiteral para realização de Exame para Ingresso na Ordem Presbiteral, no dia 11 de novembro de 2020, quarta-feira, das 13h às 17h, horário de Brasília, no local estabelecido pela Comissão Ministerial Regional. Esta exigência contempla os artigos canônicos 27, item V, 119, item XIII e 92 § 3º, o Regulamento da Ordem Presbiteral e as Normas do Exame da Ordem Presbiteral. Fica estabelecida a metodologia para o exame da Ordem Presbiteral em quatro eixos como base para estudo dos/ as candidatos/as.

r Projeto Cuida a Mais esperanç ra pa e alegria as esposas de res

A noção de canonização é a mesma tanto para a Bíblia hebraica/Tanak (“Primeiro Testamento”) quanto para o Novo Testamento. Foi em sua “Carta de Páscoa” do ano 367 que Atanásio impôs o termo cânon (“vara”; “regra”) para designar os livros inspirados reconhecidos pela Igreja. Portanto, deve-se distinguir entre “Escritura” e kânon.

EIXO IV - MISSIONÁRIO - PASTORAL – GESTÃO ADMINISTRATIVA Leia o documento na íntegra no site da Sede Nacional.


CRIANÇA Outubro de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Ide por todo o mundo “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16.15)

A

parte em destaque tem um significado muito profundo, que nos faz refletir; principalmente quando se refere às crianças. Na contramão das práticas de “exclusão social” está a “inclusão social”, que engloba nossas crianças. Como assim? Do que realmente estamos falando? O que a Igreja tem feito com relação a isso? A inclusão social é algo muito abrangente. No primeiro momento, logo vem à mente as crianças com deficiências físicas, mas vai muito além. Segundo a Wikipedia, “é um conjunto de ações e meios que combatem a exclusão aos benefícios da vida em sociedade, provocada pelas diferentes classes sociais, educação, idade, deficiência, gênero, preconceitos social ou racial. A inclusão social é poder oferecer oportunidades iguais de acesso e bens a todos e todas”. A Palavra de Deus, no capítulo 2 da Carta de Tiago, nos orienta a não fazer acepção de pessoas. Quando Jesus abençoa as crianças (Mt 19.14), Ele demonstra todo o seu amor por elas, aceitando-as indistinta e indiscriminadamente, sem nenhum preconceito. O Evangelho que não inclui todas as crianças não é o verdadeiro Evangelho, não expressa plenamente o amor de Deus. Devemos amar como Jesus amou, pois o amor quebra não só barreiras como também preconceitos.

A Igreja de Cristo não pode “fechar os olhos” diante dessa realidade, não pode perder mais tempo. Nossos Departamentos de crianças devem atentar para essa realidade. Investir em pessoas e em recursos como literaturas em braile; cursos de Libras; facilitar os acessos para cadeirantes; multimídias e outras ferramentas essenciais para o ensino. Também garantir que crianças de diversas origens sociais encontrem-se igualmente aceitas em nossos eventos, garantindo presença, participação e protagonismo. Facilitar o aprendizado é nossa obrigação e o direito delas. Vamos incluir, nunca excluir! /// Equipe DNTC

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