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Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano

Pastora, pastor, fortifica-te na graça que há em Cristo Jesus

contudo Paulo explica que, para perseverar em fidelidade, diante de lutas e provações, é necessário fortificar-se na graça que há em Cristo Jesus. É necessário trazermos a nossa memória que não temos forças em nossa própria capacidade, se assim agirmos, estaremos fadados ao fracasso. A ênfase da força e da vitória está em Cristo.

Paulo nos deixa um grande ensinamento quando compartilhou algumas instruções a Timóteo: “Fortifica-te – ouça – transmite para intuir outras pessoas – participa dos meus sofrimentos”. (2 Tm 2.1-3)

Portanto, pastoras e pastores, sejamos nós homens e mulheres atentos/as aos desgastes naturais inerentes ao ministério que exercemos com temor e tremor diante do Pai. Que possamos perceber quais situações estão minando nossas forças, nos enfraquecendo e gerando desânimo em nós. Que tenhamos o cuidado de manter em dia nossos exames de saúde. Qual foi a última vez que você fez um “check up”? Você tem se permitido ser pastoreado/pastoreada? Pastoreie e seja pastoreado/ pastoreada. Estenda a mão e ofereça um abraço, mas perceba que há uma mão e um abraço entendido para você também. Vamos nos pastorear, vamos nos cuidar, vamos nos fortificar na graça!

Que tenhamos felizes dias como pastoras e pastores metodista!

Revda. Rute Bertoldo Vieira Moraes Mestra em educação IM Monte Belo – 3ª RE

ao lado da filha, Júlia, do filho, Bernardo, e do marido, Rubens.

Já sentiu a sensação de estar perdendo suas forças? Como um motor que começa a enfraquecer e necessita de revisão para recuperar seu vigor? Assim somos muitos/as de nós, vamos perdendo nossas forças, nosso ânimo e potencialidades vão se esvaindo, e o pior, nem sempre percebemos que estamos fraquejando. Corremos o risco de perceber tarde demais, quando do aparecimento repentino e/ ou inesperado de uma enfermidade física, emocional, psicológica ou até espiritual, uma intervenção mais grave e invasiva. Se isso ocorrer, podemos considerar que o nosso corpo está gritando por socorro, pedindo ajuda.

Mas perder a força, sentir desânimo, cansaço, em diversos momentos, ser acometido/a por uma tristeza profunda faz parte da caminhada humana. O que não podemos permitir ou o que precisamos atentar é para que esses sentimentos, que minam nossas forças e alegria de viver e servir a Deus por meio de nossos dons e talentos, não se tornem sentimentos constantes, a ponto de acharmos que a caminhada é assim e ponto.

Não! A caminhada não tem que ser dolorosa, pois Cristo levou sobre si as nossas dores, nem tem que ser pesada, pois Jesus nos convida a lançar sobre Ele o nosso fardo.

Fazemos parte de uma comunidade de fé e esperança, amor e paz. Não estamos sós, há um irmão, uma irmã ao nosso lado. Pastoras e pastores que conhecem as nossas fragilidades comuns, nossos temores, nossas angústias e ansiedades, mas também sabem do desejo de nosso coração, como Corpo Pastoral, em servir ao Senhor com alegria, oferecer o melhor de nós e ver a Igreja do Senhor Jesus crescer, se multiplicar, dar frutos, espalhar a salvação, a santidade e servir.

Tenho tido a oportunidade de participar da Assessoria Regional do Pastoreio de Pastoras e Pastores na 3ª RE, juntamente com o Rev. Willian de Mello, e tenho testemunhado a maravilha que é viver o pastoreio de iguais de forma mútua e de estimular outras pessoas a essa prática. É gratificante promover encontros de pastoreio, motivar e incentivar pastoras e pastores a participarem de momentos singulares de partilha e cuidados mútuos. Confesso que muitas vezes nesses encontros me emocionei ao ouvir o testemunho de pessoas que já estão há anos no ministério e ainda não se tinham dado a chance de cuidar e ser cuidado, de dar e receber um abraço, uma palavra, uma oração, um sorriso e também acolher e enxugar uma lágrima.

Entendemos que o processo propiciado pelo pastoreio de pastores e de pastoras é hoje um instrumento indispensável na vida de quem exerce o ministério pastoral. É por meio desse instrumento que nós, pastoras e pastores, encontramos a “graça que nos fortifica”, afinal, comunhão é um meio de graça. Assim como ser discípulos e discípulas nos caminhos da missão é viver em unidade.

Pastoreando Timóteo, Paulo o incentiva a perseverar e anunciar com fidelidade o evangelho da salvação, compartilhando sua própria vivência de lutas, sofrimentos e vitórias em Cristo. Timóteo é exortado a ser fiel,

Família pastoral, um ensinamento para as famílias

“Lembrem dos seus primeiros líderes espirituais, que anunciaram a mensagem de Deus a vocês. Pensem como eles viveram e morreram e imitem a fé que eles tinham (Hebreus 13.7); Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações. (1 Pedro 3.7)”

Gosto de pensar nos valores que existem em ser pastor/a. O/a pastor/a é responsável em zelar pelas qualidades éticas, morais e espirituais da Igreja. O/a pastor/a é chamado/a e aprovado/a por Deus e busca viver segundo o coração dEle. O/a pastor/a procura perante as escrituras encontrar em si o melhor do caráter e fidelidade a Deus, o/a pastor/a é responsável por sua intimidade com Deus.

Ser pastor/a é especial, ter uma família pastoral cuidada e amada por Deus e pela comunidade é elemento essencial da unidade cristã. Neste biênio a Igreja Metodista está falando muito sobre unidade, e a Escritura coloca uma grande ênfase na unidade familiar. Ao ler e orar, sempre queima em meu coração que o primeiro ministério do/a pastor/a deve ser para sua família. O/a pastor/a amado/a precisa de alegria, pastor/a triste não coopera para o bem-estar do rebanho. O ministro do evangelho é responsável pelo anúncio de Jesus, por isso precisa compreender que o “cargo” mais alto de um/a pastor/a não são as pregações/sermões, os atendimentos, o púlpito aos finais de semana, mas as instruções que são dadas a seus/as filhos/as, sua esposa, seus familiares e amigos/as todos os dias, isso sim reflete no púlpito, nas orações, nos sermões e nas famílias.

Os textos bíblicos apresentados anteriormente levam-nos a refletir que devemos muito ao pastor ou à pastora que nos apresentou os primeiros passos do evangelho, eles/as trouxeram aquilo que era necessário para firmarmos na fé, foram bons exemplos marcados na relação de comunhão e testemunhos firmados no serviço cristão.

É importante entendermos que quando falamos do/a pastor/a, salientamos o homem, a mulher, o amigo ou amiga, e na maioria das vezes o pai ou mãe da família e das multidões de famílias. O/a pastor/a precisa ser integral, por isso precisa de tempo para cuidar da família, assistir seus/as filhos/as a fazerem atividades escolares ou jogar futebol, nadar, correr e se divertir. O/a pastor/a precisa de tempo de qualidade, ser companheiro/a de sua/eu esposa/o, rir, sair, assistir a filmes, divertir-se, ir até mesmo às compras quando sobra algum dinheiro.

Agora, amados irmãos e irmãs, tudo isso é desafiador na vida do pastor e da pastora. Ressalto, não existe pastor/a e família de pastor/a saudável se não existir discipulado na família, o/a pastor/a cuida de vidas e famílias. Se do ponto de vista

© ARQUIVO PESSOAL

Pastor Gabriel Prado ao lado da família.

social a família é a “célula mater da sociedade”, do ponto de vista bíblico ela pode ser considerada a “célula principal da igreja”. Se a família do/a pastor/a está bem, existe uma grande possibilidade de aquela igreja onde ele/a pastoreia ficar bem. Porque a família é, de fato, o ambiente espiritual mais importante com que o/a pastor/a convive.

Sou casado, pai de dois filhos e tenho em minha família a base para tudo. Hoje ao ler este texto creio que comemorará com seu pastor ou pastora este dia, obedecendo aos vossos ensinamentos e fazendo com que ele/a e sua família festejem esta data com muita alegria. Feliz dia do pastor e da pastora, marcado de muitas histórias, alegria e amor. Gabriel Prado Pastor na Igreja Metodista em Jardim Colorado 3ª RE

Como John Wesley capacitou os leigos?

A admissão em uma reunião na sociedade exigia um ingresso de reunião de classe. Nas bordas deste bilhete de 1814 existem vários lembretes de atos de piedade. Foto cortesia da Comissão Geral de Arquivos e História da Igreja Metodista Unida.

Quase todos/as os/as líderes das primeiras sociedades metodistas eram leigos/as. John Wesley estabeleceu um sistema para desenvolvê-los/as e capacitá-los/as, organizando-os/as em pequenos grupos, para prestar contas e apoiar a vida cristã. A intenção era ajudar as pessoas a se tornarem discípulas que vivem seu amor a Deus e ao próximo. A cada semana, os pequenos grupos – ou “classes” – de 12 a 15 membros de uma sociedade metodista se reuniam com seu/a líder para relatar como estavam vivendo sua fé quando respondiam à pergunta: “Como está sua alma?”, guiados/as pela regra metodista da vida, as Regras Gerais.

Os/as líderes de classe, nomeados/as por Wesley, eram mulheres e homens leigos/as que podiam confiar na formação espiritual e no cuidado de outras pessoas. Eles serviram como modelos, mentores/as e treinadores/as de discipulado para os/ as metodistas em sua busca pela santidade do coração e da vida. Os/as líderes de classe participaram do trabalho pastoral que precisava ser realizado quando o clero ou o/a coordenador/a do circuito estava ausente. Eles/as foram os/as discípulos/as que fizeram discípulos/as.

As Regras Gerais são práticas simples e diretas destinadas a ajudar as pessoas a viverem os ensinamentos de Jesus, conforme resumido em Mateus

“Exigir que todos/ as os/as metodistas se encontrassem semanalmente em sua classe e depois na reunião da sociedade, em geral no domingo à noite”

22.37-40 (NRSV): “Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com toda a tua mente”. Esse é o maior e primeiro mandamento. E um segundo é o seguinte: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Sobre esses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.

Os/as alunos/as formaram hábitos de (1) não fazer mal, evitando todo tipo de mal; (2) fazer o bem a todas as pessoas; e (3) participar de todas as ordenanças de Deus, como participar do culto, receber comunhão, ler a Bíblia, orar e jejuar.

Não fazer mal e fazer o bem ajudou os/as metodistas a amarem seus/as vizinhos/as como a si mesmos/as. Ao “cumprir todas as ordenanças de Deus”, eles/as aprenderam a amar a Deus com todo o coração, alma e mente.

E, ao se reunir dessa maneira toda semana, eles/as estavam “cuidando um do outro em amor”. Wesley observou: “Conselhos ou repreensões eram dados conforme a necessidade, disputas decididas, desentendimentos removidos: e depois de uma ou duas horas gastas nesse trabalho de amor, eles/as concluíam com oração e ação de graças”. (Um relato claro do povo chamado metodista II.6)

Exigir que todos/as os/as metodistas se encontrassem semanalmente em sua classe e depois na reunião da sociedade, em geral no domingo à noite, era a principal maneira de John Wesley equipar e capacitar os/as leigos/as. Essa disciplina semanal de responsabilidade mútua, incentivo e apoio para viver a vida cristã mudou a vida das pessoas e equipou os/as leigos/as a participar com Cristo na missão de Deus no mundo.

/// Fonte: www.umnews.org/pt

Honra a quem honra! P artiu para estar com o Senhor na tarde de domingo, 8 de março, a Dona Phyllis Diehl Dinkins, esposa do Dr. Burrell D. Dinkins. Ela estava em Cristo e partiu nEle, deixando seu esposo, Burrell, e seus filhos/as, Randy, Ruth, Walter, Susana e Paul.

O casal Dinkins serviu como missionários junto à Igreja Metodista no Brasil nos anos 1960 e 1970 nos estados do Paraná e São Paulo. No Paraná, eles serviram na Igreja Metodista de Apucarana e de Arapongas e em congregações menores ao norte e ao sul dessas cidades. Com o apoio amoroso e decisivo de D. Phyllis, o Dr. Dinkins tornou-se diretor- -geral do Instituto Filadélfia de Londrina. Em São Paulo, o casal morou em Rudge Ramos, São Bernardo do Campo, e exerceu ministério e magistério na Faculdade de Teologia.

Phyllis, Burrell e filhos/as experimentaram os anos mais repressivos e violentos da ditadura militar brasileira e foram protagonistas de histórias admiráveis, dentre elas a proteção e ocultação de perseguidos políticos, de gente boa que, pela ação corajosa, dedicada e desprendida do casal, permanece viva até hoje. Nesse período, enquanto estavam na Faculdade de Teologia da Igreja Metodista, a igreja, sem voz profética, ambígua e culminando em si mesma tensões ideológicas vividas pela nação, expulsou 70 moços e moças seminaristas e fechou o Seminário em 1968, enquanto os Dinkins escolheram permanecer para dar apoio pastoral aos/às alunos/ as descontinuados/as.

No que tange a mim, conhecia o casal Dinkins desde meus 8 anos de idade, quando ainda estavam no Brasil. Mais tarde, quando fui fazer o mestrado e doutorado, D. Phyllis foi apoiadora incondicional, hospedeira, professora de inglês e corretora dos trabalhos acadêmicos nos primeiros meses de meus estudos na E. Stanley Jones School of World Mission and Evangelism do Asbury Theological Seminar, onde o Dr. Dinkins, hoje aposentado, foi professor, pesquisador e escritor na área de aconselhamento pastoral narrativo.

Após décadas de docência e liderança nos campi do Asbury de Wilmore (Kentuky) e Orlando (Flórida), o casal mudou-se

© ARQUIVO PESSOAL

para Atlanta (Geórgia), onde Vanice e eu moramos, possibilitando que voltássemos a conviver mais amiúde. Há algumas semanas fomos visitar D. Phyllis em Wilmore e, uma vez mais, fomos inspirados por sua fé e firmeza no Senhor. O enterro foi quarta-feira, 11 de março.

Qualidade de vida na execução do trabalho pastoral

As atribuições pastorais mudaram muito no decorrer do tempo, cada vez mais os/as pastores/as têm de possuir conhecimentos, habilidades e atitudes além da função de conduzir um culto e aconselhar pessoas. Simultaneamente cresce a pressão sobre o/a profissional e consequentemente sobre a pessoa do/a pastor/a, quando muitos/as, por não serem compreendidos/as, muito menos assessorados/as, acarretam sobre si síndromes psicológicas graves e até em alguns casos praticam o suicídio. A qualidade de vida no trabalho é fator essencial a toda organização, sendo ela privada, pública e/ou religiosa. O crescente número de suicídio de pastores/ as no mundo ano após ano estimula maior reflexão da sociedade e das igrejas sobre a qualidade de vida na execução do trabalho pastoral e como estes/ as trabalhadores/as estão suscetíveis a síndromes psicossomáticas e tendências ao suicídio. Ana Cristina França Limongi, uma das estudiosas a respeito do assunto, define qualidade de vida no trabalho como o conjunto de ações de uma empresa que envolvem a implantação de melhorias e inovações gerenciais e tecnológicas no ambiente de trabalho.

Idalberto Chiavenato relata que a qualidade de vida implica criar, manter e melhorar o ambiente de trabalho em suas condições físicas, psicológicas e sociais. Isso resulta em um ambiente de trabalho agradável, amigável e melhora substancialmente a qualidade de vida das pessoas na organização.

O trabalho pastoral é realizado diretamente com pessoas e, em muitos casos, os/as pastores/as possuem cargas horárias de trabalho excedentes à legislação, no atendimento interpessoal, aconselhamentos, reuniões. No meio pastoral, ou religioso, em geral, há muito desgaste, devido às demandas constantes pessoais e familiares relacionadas à congregação que pastores/as lideram, havendo uma relação entre exaustão emocional, física e espiritual. Exaustão e esgotamento emocional, físico e espiritual podem acarretar problemas crônicos e muitas vezes trágicos aos/às pastores/as, como a Síndrome de Burnout, ainda sendo esta última um gatilho ao suicídio. Síndrome de Burnout

O termo “Síndrome de Burnout” teve surgimento e ascen

“O trabalho pastoral é realizado diretamente com pessoas e, em muitos casos, os/as pastores/ as possuem cargas horárias de trabalho excedentes à legislação, no atendimento interpessoal, aconselhamentos, reuniões.”

dência na década de 1970, por H. J. Freundenberger, nos Estados Unidos. Ele foi um médico psicanalista com uma vida profissional permeada de frustrações e dificuldades que o levaram à exaustão física e mental. Assim, motivado pela própria causa, decidiu estudar e se tornou o pioneiro a discutir sobre o tema.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cada 40 segundos há um suicídio no mun

do e para cada ato consumado há inúmeras tentativas. Muitos são os fatores que podem levar ao suicídio, mas o estigma ligado a transtornos mentais e suicídio significa que muitas pessoas se sentem incapazes de procurar ajuda. Assim também ocorre diretamente com os/as pastores/as de igrejas, que muitas vezes necessitam ser pastoreados/as, porém não encontram auxílio ou, ainda, temem pedir ajuda. Rogério Rodrigues da Silva destaca que o/a pastor/a, cada vez mais, é cobrado/a espiritualmente, como cumpridor de metas. Este/a tem de ser advogado/a, psicólogo/a, político, assistente social etc.

Lothar Hoch destacou em seu livro Algumas considerações teológicas e práticas sobre a pastoral de aconselhamento que o termo pastor/a nos dias atuais é muito geral e serve mais para descrever a atividade

Qualidade de vida na execução do trabalho pastoral

“O diálogo com pessoas de confiança pode ser uma boa estratégia para os/ as pastores/ as lidarem com a Síndrome de Burnout. Tal diálogo pode ser com outros/ as pastores/ as, membros da igreja, superiores/ as ou amigos/as.”

© RIDOFRANZ / ISTOCKPHOTO.COM

pastoral como um todo, desde a pregação, o ensino, até a administração de uma paróquia. A palavra “pastor/a”, portanto, não caracteriza a atividade específica daquele/a que se dedica à poimênica. O mesmo autor ainda conceitua poimênica como a atividade de alguém que pastoreia um rebanho.

No que diz respeito à qualidade de vida no campo pastoral, a organização religiosa moderna vem sofrendo transformações do mundo do trabalho, resultantes de uma política de mercado que igualmente atinge as organizações religiosas e que exige do/a trabalhador/a dedicação, competência e eficiência em todas as suas atividades.

Muito do que vem acontecendo com os/as pastores/as nos dias atuais, diante da expectativa de trabalho do/a pastor/a em início de atividade com a realidade na execução dos trabalhos, é dito similarmente por Mário César Ferreira e Ana Magnólia Mendes, diante da […] “discrepância entre a tarefa prescrita e atividade real, enquanto desencadeadora de um custo psíquico para o trabalhador, trazendo consequências para a organização do trabalho em termos da natureza da tarefa em si e das relações socioprofissionais, fazendo com que o sujeito se coloque em estado de esforço permanente para dar conta da realidade, muitas vezes, incompatível com seus investimentos psicológicos e seus limites pessoais, gerando sofrimento”.

Vimos que, embora as horas de trabalho ainda sejam longas e o salário inferior a um salário digno, os/as pastores/as ficam muito mais felizes com suas congregações e seus casamentos parecem mais fortes. As igrejas, na maior parte, tratam seus/ as pastores/as melhor do que vimos em estudos anteriores. Avanços significativos foram feitos. Os dados que coletamos apontam para as causas e motivações do estresse, esgotamento e disfunção da igreja. Algumas delas incluem noções de liderança equivocada do clero, leigos/as e liderança da igreja, bem como a falta de consciência de quais são os verdadeiros chamados e deveres de um/a pastor/a. As estatísticas não mostraram uma variação significativa. Muitas igrejas ainda colocam exigências irracionais aos/às pastores/as. Estes/as, por sua vez, estão se esforçando para apaziguar as expectativas da congregação e enfrentam apatia voluntária, críticas e medo de mudança. Burnout em pastores/ as: causas

Visando entender melhor o crescimento de síndromes psicológicas em pastores/as, tal como a Síndrome de Burnout, é necessário também entender que o/a pastor/a não é uma entidade, ele/a é um ser humano que tem necessidades físicas, psicológicas, emocionais e espirituais, como qualquer outra pessoa. E a atividade de “cuidar dos outros” muitas vezes não é correspondida à comunidade, e estes/as são julgados/as e não cuidados/as.

Santos e Honório relatam, em seu artigo sobre as dimensões da Síndrome de Burnout em pastores/as presbiterianos/as, que os/ as pastores/as mais jovens são fortemente mais tendenciosos/ as à Síndrome de Burnout, eles/ as se queixam de forte exaustão emocional. Ou seja, muitos/as destes/as profissionais em início de carreira ainda não possuem maturidade suficiente para as pressões psicológicas sofridas na labuta ministerial.

Diante dos resultados da pesquisa realizada com pastores/ as, Oliveira expõe que a vocação principal para um indivíduo se tornar pastor é a vontade de “servir a Deus e seu chamado para o ministério”. Ainda nessa pesquisa, os/as pastores/as dizem ter amizade com a comunidade, porém sentem-se muito exigidos/as e sobrecarregados/ as. Os/as pastores/as pesquisados/as alegam, em maioria, que sentem dificuldade de administrar seu tempo. Ação da Igreja na prevenção

Ana Cristina Santos de Oliveira e Luís Carlos Honório realizaram uma pesquisa com pastores/as da Igreja Presbiteriana. Eles alertam que se as igrejas não fornecerem um ambiente de trabalho favorável à não instalação da Síndrome de Burnout; haverá muitos/as ministros/as exauridos/as emocionalmente, despersonalizados/as e com baixa realização profissional, o que certamente afetará sua saúde física e mental, bem como a vida dos membros, das famílias e, até mesmo, da sociedade.

Ana Maria Benevides, em seu livro Burnout: Quando o trabalho atrapalha o bem-estar do trabalhador, afirma que o ponto essencial da prevenção da Síndrome de Burnout é o conhecimento dos seus efeitos. A autora relata que pôr em prática estratégias de prevenção e intervenção é imprescindível, sobretudo no mundo atual onde as cobranças dos profissionais são extremas.

O diálogo com pessoas de confiança pode ser uma boa estratégia para os/as pastores/ as lidarem com a Síndrome de Burnout. Tal diálogo pode ser com outros/as pastores/as, membros da igreja, superiores/ as ou amigos/as. Porém, é preciso existir plena confiança entre estes/as para que o diálogo possa servir como uma válvula de escape e surtir o efeito desejado de não adoecer devido à alta demanda do trabalho ministerial do/a pastor/a evangélico/a.

Richard J. Krejcir destaca, diante de seus estudos, alguns itens testados e comprovados, que pastores/as, líderes e as igrejas podem fazer para oferecer melhores condições a tais profissionais, evitando assim problemas físicos e psicológicos, tais como a Síndrome de Burnout. Estas se resumem em:

Quanto ao/à pastor/a: • O/a pastor/a deve ter construção espiritual profissional antes de iniciar o ministério; • Ter no mínimo 2 dias de folgas semanais e não ultrapassar 50 horas semanais de trabalho aliados a 3 semanas de férias mínimas; • Receber salários dignos; • Saber administrar seu tempo, de modo a cuidar também de si.

Quanto à igreja: • Apoio da igreja nos trabalhos pastorais, auxiliando o/a profissional mesmo não gostando deste/a muitas vezes; • A igreja e seus membros devem evitar comparar o trabalho de seus/as pastores/as com pastores/as e trabalhos em outas igrejas; • Fazer reuniões necessárias e objetivas; • Respeitar a família do/a pastor/a, não exigindo que esta tenha de ser perfeita, sem erros. As causas do desenvolvimento da Síndrome de Burnout e suas respectivas medidas preventivas são variadas de caso a caso. Porém, cabe à igreja e ao/à pastor/a realizarem rotineiramente análises comportamentais pertinentes às suas ações e realizações de modo que ambos criem um ambiente saudável e produtivo de trabalho e desenvolvimento pessoal.

/// Leia o artigo completo em nosso site: www.expositorcristao.com.br

Luís Felipe Marques Lima Metodista e pós-graduando em Gestão Estratégia de Pessoas e Psicologia Organizacional pela UMESP

REFERÊNCIAS

ALBUQUERQUE, Lindolfo Galvão de; FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Estratégia de Recursos Humanos e gestão da Qualidade de vida no trabalho: o stress e a expansão do conceito de qualidade total. Revista de Administração. São Paulo, abr./jun. 1998, volume 33, nº2, p. 40-51. BENEVIDES, Ana Maria T. Pereira. Burnout: Quando o trabalho atrapalha o bem-estar do trabalhador. 4 eds. Casa do psicólogo. São Paulo, 2014. CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações .4. ed. Barueri, SP: Manole, 2014.

FERREIRA, Mário César. MENDES, Ana Magnólia. Só de pensar em vir trabalhar, já fico de mau humor: atividade de atendimento ao público e prazer-sofrimento no trabalho. 2001. 12 f. Trabalho de conclusão de curso-Universidade de Brasília, Brasília, 2001. FRANÇA, Ana Cristina Limongi. Qualidade de vida no trabalho – QVT: conceitos e práticas nas empresas da sociedade pós-industrial. 2ª ed. São Paulo: Atlas, 2010. FREUDENBERG, H.J. Staff burn-out. Journal of Social Issues, 1974, vol. 30 (1), p. 159-165.

HOCH, Lothar. Algumas considerações teológicas e práticas sobre a pastoral de aconselhamento.1980. p. 88. KREJCIR, Richard J. Statistics on pastors: 2016 update. Research on the happenings in pastor’s personal and church lives. Francis Schaeffer Institute of Church Leadership Development. Church Leadership 2016. Disponível em: http:// churchleadership.org. Acesso em: 25 abril 2019. MENDES, Ana Magnólia Bezerra; SILVA, Rogério Rodrigues da. Prazer e sofrimento no trabalho dos líderes religiosos numa organização protestante neopentecostal e noutra tradicional. Psico-USF, v. 11, n. 1, p. 103-112, jan./jun. Brasília,2006.

OLIVEIRA, Roseli Margareta Kuhnrich de. Cuidando de quem cuida: propostas de poimênica aos pastores e pastoras no contexto de igrejas evangélicas brasileiras. 2004.142 f. Dissertação (Mestrado em Teologia) – Programa de PósGraduação em Teologia, Instituto Ecumênico da Escola Superior de Teologia, São Leopoldo, 2004. SANTOS, Ana Cristina de Oliveira; HONÓRIO, Luís Carlos. As Dimensões da Síndrome de Burnout no Trabalho dos Pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil em Minas Gerais. Rio de Janeiro ,2014. SILVA, Rogério Rodrigues da. Profissão de Pastor: prazer e sofrimento. Uma análise psicodinâmica do trabalho de líderes religiosos neopentecostais e tradicionais. Brasília, 2004.

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GIRO DE NOTÍCIAS

O QUE FOI DESTAQUE NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO

Expositor Cristão

RÁPIDAS

AGENDA NACIONAL

A maior capacitação nacional metodista para treinamento de líderes jovens já está com suas inscrições abertas. Este ano acontecerá a 4ª Edição do Treina Jovem, que será na 3ª Região Eclesiástica, na cidade de Arujá, em São Paulo, de 11 a 13 de junho de 2020.

CORONAVÍRUS

O Colégio Episcopal da Igreja Metodista emitiu uma carta às Igrejas Metodistas em tempos de perturbação mundial fem face do surgimento da Covid-19, que tem alcançado a população mundial e que se instala em nosso país, a exigir de nós comprometimento e solidariedade social na preservação da vida e da saúde de nossos concidadãos e concidadãs.

ORAÇÃO: Com o objetivo de mobilizar pessoas a orarem semanalmente e diariamente pelos propósitos selecionados pela área nacional da Igreja Metodista, convidamos você a participar da campanha EM ORAÇÃO. O versículo que conduz a campanha lembra a importância da oração para fazer qualquer coisa: ... porque sem mim nada podeis fazer. (João 15.5b).

DICAS : São muitas notícias sobre o coronavírus chegando até nós. Todo cuidado é pouco e precisamos agir com fé, razão e sabedoria. Desde o dia 18 de março, a página oficial do Departamento Nacional de Escola Dominical no Facebook tem compartilhado posts com algumas orientações para você e sua igreja.

PALAVRA DE BISPOS E BISPAS

Dirigimo-nos a toda a Igreja nesses tempos turbulentos em que todos os dias nos chegam novas notícias alarmantes acerca do novo Coronavírus. Nossa intenção, além de orientar, é despertar-nos a todos e todas para as ações que podemos tomar com fins preventivos, bem como mobilizar-nos em oração pela bênção de Deus e sua proteção sobre todas as pessoas.

É tempo de pastorear! Este é um tempo significativo para contribuirmos para a diminuição dos casos do novo Coronavírus, bem como de treinamento caso a situação realmente se configurar pior COLÉGIO EPISCOPAL

AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃOMAIS LIDAS

MUITA AVENTURA

O Departamento Nacional de Trabalho com Crianças (DNTC) criou uma série de figuras com a turma dos Aventureiros em Missão, dando dicas sobre como cuidar da saúde nesses dias. Leia mais em nosso site.

EC DE MARÇO:

Abrimos a edição com a Palavra Episcopal destacando o trabalho das mulheres na vida da Igreja – tema que norteia toda a edição do jornal. Na matéria de capa, tendo em vista o Dia Internacional da Mulher, trouxemos um artigo que abriu a série As mulheres na missão. A série terá mais três estudos voltados para o tema, que poderá ser aproveitado em estudos em grupos. Leia mais em nosso site!

EXPOSITOR CRISTÃO, ELEITO O MELHOR JORNAL CRISTÃO DO BRASIL E PREMIADO NA ARETÉ 2019

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Março de 2020 | ano 134 | nº 3

JOVENS Juventude planeja ações para 2020! Página 5

DOUTRINA Metodistas e suas crenças fundamentais. Página 13

Distribuição Gratuita

MÚSICA E ARTE Redação Nos dias 16 a 18 de outubro de 2020, teremos o nosso 3º Encontro Nacional do Departamento Nacional de Música e Arte (DNMA) com o tema “arte com identidade”. Presença confirmada de Gabriel Guedes, bispos/as da Igreja Metodista e muito mais!

No salmo 150, vemos um mandamento de Deus para nós, seus filhos/as, para o louvarmos com música, instrumentos e dança. Em Êxodo 31.3, vemos Deus derramando capacidade artística sobre Bezalel, para executar trabalhos em madeira, pedra e diversos materiais. Em Jeremias 18.2, vemos o texto do vaso na mão do oleiro, e em outras passagens bíblicas tantas outras formas que podemos utilizar para louvar e adorar ao nosso Criador. O objetivo desse Encontro é termos um foco claro como Igreja de caminharmos em unidade com o Senhor e com o Corpo de Cristo através da “ARTE COM IDENTIDADE”, seja na música, na dança, na fotografia, na pintura, na arte digital e em tantas outras formas, para o louvor da Sua Glória!

Teremos oficinas específicas sobre temas importantes, ministrações de palavra, momentos artísticos e muita comunhão.

Se você tem um trabalho artístico, CD gravado, fotografias, escultura e outros tipos de arte, você terá um espaço de exposição para que seu trabalho seja conhecido e possa glorificar ao Senhor. (Mateus 5.16). Entre em conto pelo e-mail dnmarte07@ gmail.com Separe este tempo e se programe para estarmos juntos.

Dia do Pastor e da Pastora Metodista

Neste mês de abril, co- memoramos o dia do pastor e da pastora me- todista. Pastores e pastoras são homens e mulheres capacita- dos/as por Deus para uma mis- são muito especial.

Eles/as aprenderam, com os ensinamentos de Jesus, a aco- lher as crianças, dando atenção, carinho, instrução e respeito. Acolhem as crianças à comu- nhão da Igreja pelo batismo e as incluem na família da fé, entre outras coisas, pela Ceia do Se- nhor. A Ceia é um momento muito importante na Igreja, pois simboliza a união com as pessoas e também com Jesus. Além disso, o pastor e a pas- tora oram e sempre têm uma palavra de otimismo e ânimo baseada nos ensinos e nas expe- riências com a Palavra de Deus. Eles/as estão sempre ensinando que podemos confiar em Jesus em todos os momentos da nos- sa vida.

Neste mês, comemore o dia do pastor e pastora metodista, dê um abraço especial no seu pastor ou na sua pastora.

Agradeça a Deus por sua vida!

/// Equipe DNTC

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