EC de MAIO 2020: Igreja Virtual - Com se adaptar à nova realidade?

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Distribuição Gratuita

Jornal Oficial da Igreja Metodista | Maio de 2020 | ano 134 | nº 5

Para sua segurança: FIQUE EM CASA!

IGREJA VIRTUAL DRIVE-THRU E DRIVE-IN

Veja como a Igreja Central de Goiânia celebrou em tempos de pandemia! Página 6

Como se adaptar à nova realidade? Página 8

SÉRIE

As mulheres na Igreja de Corinto Página 12 CRIANÇAS: O desafio de ensinar às crianças em tempos de isolamento social. Página 15


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EDITORIAL Nos caminhos da missão servem com integridade

Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

COMENTÁRIOS Edição de Abril de 2020

Capa Sempre atual nosso jornal metodista. Acompanhando os acontecimentos da sociedade. Missão se faz lá fora e não somente dentro da Igreja. O tema de capa da Covid-19 será um marco histórico daqui a uns anos. Antonio Maria dos Santos Juiz de Fora/MG

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Carlos Barbosa de Jesus São Paulo/SP

Estimular o zelo evangelizador na vida de cada metodista, de cada igreja local;

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Revitalizar o carisma dos ministérios clérigo e leigo nos vários aspectos da missão;

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Infelizmente não pudemos abraçar aqueles/as que oram por nós. Foi um abraço virtual. Vocação pastoral não é para todos/as. Boas reflexões sobre o tema da família pastoral.

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Dia do Pastor e da Pastora

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Paulo Henrique Soares Belo Horizonte/MG

mundo virtual. Nesta edição abordamos essa temática da Igreja on-line. Será que após a pandemia, com o fim da quarentena, ela continuará presente na internet? Creio que não há mais volta, ela estará na internet, mas o saudoso abraço, o aperto de mão, o olhar pastoral ainda fazem das comunidades do Novo Testamento seu estilo próprio de ser. É preciso o reencontro! Continuemos com fé, esperança e amor. A teologia do tripé paulino para que as coisas se normalizem. Seguimos nesta edição com a penúltima publicação da série As mulheres na missão, além de algumas ações das Igrejas nesse tempo de pandemia e um caloroso abraço em todas as mamães que sempre são homenageadas nas Igrejas no Dia das Mães. No entanto, neste ano, devem receber apenas o abraço de seus familiares porque ainda estamos vivendo o distanciamento e isolamento social. PR

Estou gostando bastante da série sobre as mulheres na missão. Acho que o EC deveria ter sempre em suas editorias conteúdos voltados para estudos bíblicos. Está sendo muito edificante a leitura. Já pedi por e-mail a de Capelania completa.

os últimos dois meses, as igrejas, de modo geral, reinventaram-se devido à pandemia da Covid-19, que já deixou 5,1 mil mortos e 73,5 mil casos confirmados somente no Brasil até o fechamento desta edição. As redes sociais ganharam seu espaço. Lideranças clérigas e não clérigas foram para a internet assistir ou fazer lives. No início eram bem poucas, agora, principalmente aos domingos na hora dos cultos, a pessoa pode escolher participar da celebração da Igreja que ela deseja sem mesmo sair de casa. São os cultos on-line ao vivo, mas cada um/a em sua casa para manter a recomendação do Ministério da Saúde, o isolamento social. O Colégio Episcopal da Igreja Metodista também teve que se adequar. Reuniões virtuais foram mais frequentes. Cada Região Eclesiástica e Missionária teve as orientações episcopais por vídeos. A Coordenação Geral de Ação Missionária, a Cogeam, seguiu os mesmos passos – reuniões on-line. O fato é que o novo Coronavírus fez com que a Igreja, de certa forma, se expandisse pelo

da Igreja Metodista

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Série

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Igreja virtual

Ênfases missionárias

o discipulado 3 Promover na perspectiva da salvação, santificação e serviço;

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Fortalecer a identidade, conexidade e unidade da igreja;

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Implementar ações que envolvam a igreja no cuidado e preservação do meio ambiente;

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Promover maior comprometimento e resposta da igreja ao clamor do desafio urbano.

Que Deus nos ajude e nos abençoe! Pr. José Geraldo Magalhães

Editor-chefe | Expositor Cristão

OPINIÃO | IGREJA VIRTUAL

Laicato John Wesley sempre inspirou pessoas. Que bom saber e compartilhar que o fundador do metodismo tinha a prática de capacitar as pessoas não clérigas para a missão.

“Nesse tempo de pandemia, o Ministério de Ação Social tem trabalhado bastante na confecção de máscaras para a geração de renda para as famílias. Os/as irmãos/ãs da Igreja de língua espanhola estão recebendo vídeos devocionais gravados pela irmã Celena. Os vídeos têm fortalecido a caminhada da Igreja daqueles/as que não falam o idioma Português.”

“Entendemos que as famílias estão precisando desse momento de reencontro e congregação. Não dá para ficar só no on-line. As pessoas ligavam para a Igreja e agendavam o horário e, a cada dez minutos, elas paravam o carro no estacionamento da Igreja, numa tenda, então recebiam uma palavra pastoral e entregavam o alimento não perecível.”

Felisberto Soares Manaus/AM

Pr. Edinei Berteli Reolon | Goiânia/GO

Pastor Osvaldo de Oliveira Santos Jr. | São Paulo/SP

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"É importante celebrar virtualmente, mas o/a pastor/a deverá convocar uma reunião on-line com a Clam para tomar a decisão de reabertura dos templos. A reunião deverá ser registrada em ata e encaminhada ao SD. Se o/a pastor/a tem mais de 60 anos, deverá permanecer em quarentena. A retomada cem por cento dos trabalhos da Igreja deverá ocorrer em cinco ou seis meses.” Bispo Roberto Alves de Souza | Presidente da 4ª RE

“A mídia tem favorecido o engajamento dos membros da Igreja na tarefa ministerial, como incentivar a participação nos ministérios e nas células, inscrição nos eventos, nas ações solidárias que ajudam a coletividade, entre outras coisas. Da mesma forma, tem ajudado no alcance de novos discípulos/as, através da Palavra de Deus sendo disseminada aos quatro cantos.” Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves | Presidente da 1ª RE

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Expositor Cristão Presidente do Colégio Episcopal: Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa Bispa Assessora do jornal Expositor Cristão Hideíde Brito Torres Conselho Editorial: Camila Abreu, Patrícia Monteiro, Pr. Odilon Chaves

Jornal Oficial da Igreja Metodista Fundado em 1º de janeiro de 1886 pelo missionário John James Ransom

Editor e jornalista responsável: Pr. José Geraldo Magalhães (MTB 79517/SP) Produção Audiovisual: Rodrigo de Britos Foto de Capa: Katrinaku/istockphoto.com Arte: Fullcase Comunicação

Revisão: Adriana Giusti Tiragem: 15 mil exemplares Entre em contato conosco: (11) 2813-8600 | www.expositorcristao.com.br expositorcristao@metodista.org.br Av. Piassanguaba, 3031 - Planalto Paulista São Paulo/SP - CEP 04060-004

*A REDAÇÃO DO JORNAL EXPOSITOR CRISTÃO É RESPONSÁVEL POR TODAS AS MATÉRIAS NELE PUBLICADAS, COM EXCEÇÃO DE ARTIGOS E REFLEXÕES, QUE SÃO RESPONSABILIDADE DE SEUS/AS AUTORES/AS.

Oceano


NACIONAL

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PALAVRA EPISCOPAL Bispo Paulo Rangel dos Santos Gonçalves Presidente da 1ª Região Eclesiástica

Fazendo da internet um grande campo missionário “Erguei os olhos e vede os campos, pois já estão brancos para a ceifa” (Jo 4.35)

Há algum tempo a igreja tem sido desafiada a encarar a internet como um grande campo missionário. Movidos pelo desejo de pregar o evangelho, como o único caminho capaz de transformar a realidade do homem e da mulher aqui na terra, nós temos sempre procurado caminhos que facilitem essa ação de pregar a Palavra de Deus. Algumas igrejas estão unindo ao seu projeto de expansão ministerial os chamados ministérios de mídia. Tudo isso é fruto de um novo tempo, em que os aparelhos eletrônicos são sinônimos de comunicação rápida e efetiva. Inúmeras pessoas têm se capacitado para servir a Deus através deste ministério, algo muito louvável e inspirador. A mídia tem favorecido o engajamento dos membros da igreja na tarefa ministerial, como incentivar a participação nos ministérios e nas células, inscrição nos eventos, nas ações solidárias que ajudam a coletividade, entre outras coisas. Da mesma forma, tem ajudado no alcance de novos/as discípulos/as, através da Palavra de Deus sendo disseminada aos quatro cantos, ou seja, não somente restrita ao ambiente dos templos, nos horários determinados para a reunião pública, mas também nos diversos aparelhos que compõem a rede mundial de computadores, conhecida como internet. Com objetivo de engajar pessoas ao propósito da Igreja do Senhor, e fazer que elas sintam-se parte da tarefa missionária, muitas igrejas estão usando vários elementos importantes relacionados à comunicação. De uma forma prática, vejamos alguns desses elementos importantes para o cumprimento desta tarefa missionária:

Os cultos ao vivo

Muitas pessoas já ficam mais tempo na internet do que na frente da televisão, por isso a igreja deve transmitir as celebrações também na web. É importante que as igrejas procurem equipamentos que ofereçam a possibilidade de transmitir para a internet. Além da transmissão ao vivo, esses bons equipamentos são capazes de gravar o conteúdo em diversos formatos e assim disponibilizar em outros horários que não sejam exatamente dos cultos. A transmissão dos cultos on-line tornou-se um recurso essencial e está disponível a todos/as, pois, para iniciar essa forma de transmitir as celebrações, não se faz necessário grandes investimentos, uma vez que com apenas um celular ou câmera, um tripé e conexão com a internet é possível começar as transmissões. Sabemos que este segmento é muito amplo e com um pouco mais de investimento temos a possibilidade de ampliar a qualidade e realizar gravações de conteúdo para posteriormente disponibilizar em diferentes plataformas digitais. Além do mais, hoje a grande maioria das pessoas possui acesso à internet, onde elas podem assistir aos conteúdos nos momentos mais oportunos para elas.

Cabe destacar que, com a transmissão on-line, o alcance de pessoas se torna muito maior que os limites do templo, ou seja, através dessa ferramenta, temos a possibilidade de alcançar um número muito maior de pessoas, podendo chegar até mesmo a outros países, cumprindo assim o mandamento de levar o Evangelho até os confins da terra.

Os Aplicativos

A grande maioria da população adotou os smart­ phones como elementos essenciais para a informação. Através dos aplicativos, as informações ficam interligadas e assim as comunicações ficam facilitadas entres os/as irmãos/ãs envolvidos/as no serviço. Favorecendo a prestação de contas entre os mais diversos ministérios da igreja, favorecendo as informações advindas dos/as líderes que ajudam no trabalho de cuidado pastoral. Os aplicativos de videoconferência são uma tecnologia atual, amplamente disponível e que não demandam investimento inicial, visto que existem ferramentas grátis, com interfaces extremamente fáceis de usar. É cada vez maior o número de igrejas que estão empregando esta solução para aprofundar a comunicação e comunhão dos membros da igreja.

As redes sociais

As redes sociais deram oportunidade às pessoas de expressarem suas opiniões e repartirem seus testemunhos de vida e milagres, além de gerar edificação ao Corpo de Cristo, proporcionando crescimento através do partilhar de experiências poderosas com Deus. Ao mesmo tempo, permitiu que as redes de informações relacionadas a pedidos de orações pudessem chegar com mais agilidade aos irmãos e irmãs da igreja, aos ministérios de intercessão. Permitiu que as escalas de trabalho pudessem ser transmitidas pelos/as líderes e assim o tempo do serviço fosse agilizado. As ferramentas das redes sociais são muito importantes na interação entre os/as líderes ministeriais, mas também entre os/as líderes dos diversos grupos de discipulado e de classes da Escola Dominical. Precisamos fazer desses espaços ferramentas de interação e de compartilhamento mútuo da graça e do favor de Deus. Sem dúvidas, a impressão que temos é de que fomos lançados/as em algo que anteriormente queríamos viver e fazer, mas estávamos ocupados/as demais com o que sabíamos fazer. Pois sabíamos muito bem realizar os cultos presenciais e desta forma estávamos estabelecidos/as como tal. Os dias atuais nos empurraram para essa demanda. A demanda da mensagem virtual, que ainda não alcançou todos/as, mas já alcançou muitos/as. É fato que a igreja sempre teve interesse nessa tarefa de cumprir a chamada do evangelho, mas de

“A transmissão dos cultos on-line tornou-se um recurso essencial e está disponível a todos/as, pois, para iniciar essa forma de transmitir as celebrações, não se faz necessário grandes investimentos, uma vez que com apenas um celular ou câmera, um tripé e conexão com a internet é possível começar as transmissões.” uma forma intensa, precisamos arregaçar as mangas e investirmos na capacitação de pessoas para nos ajudar a levar a mensagem através dos aparatos tecnológicos. Nós podemos fazer isso, com segurança, responsabilidade e clareza de propósito. O alcance das plataformas, a agilidade e o dinamismo das estratégias ligadas à internet, sem dúvida nenhuma, vão nos fazer chegar a lugares e pessoas que antes não conseguíamos alcançar com o trabalho convencional. Por meio da tecnologia, existem diversas formas de o Evangelho ser comunicado e dessa forma expandido, e pela bondade de Deus, fazermos da internet um grande campo missionário.

© FÁBIO H. MENDES/EC

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NACIONAL Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Angular Editora lança e-books gratuitos e degustações digitais A

Angular Editora, publicadora oficial da Igreja Metodista, disponibilizou em seu site diversos conteúdos gratuitos, com o objetivo de atender as pessoas que estão vivenciando esse tempo de quarentena em distanciamento social e buscam literaturas cristãs de qualidade para estudo. Veja a seguir a lista completa de todos os materiais que você pode acessar gratuitamente ou ler trechos como degustação e comprar para receber em sua casa.

produzido pelo Departamento Nacional de Escola Dominical da Igreja Metodista atende exatamente a essa demanda. A editora também fez uma seleção que inclui oito livros com degustação literária, ou seja, é possível acessar e ler gratuitamente alguns capítulos para conhecer a obra. Veja abaixo.

Metodismo

Organizado pela Bispa Hideide Brito Torres. O livro fala sobre a origem, o desenvolvimento e estratégia do movimento metodista, e inclui capítulos sobre como o metodismo trabalhou o discipulado em grupos pequenos em âmbito pessoal, resgatando o papel transformador na sociedade de seu tempo. Em promoção no site da Angular, com preço final de R$ 18,00.

© KATE_SEPT2004 / ISTOCKPHOTO.COM

Redação EC

Corajosas

no Cenáculo Tenham Ânimo

São 30 reflexões diárias para edificação em tempos de dificuldades. O devocionário, indicado para ajudar pessoas em tempos de enfermidade ou dificuldades em geral, é ideal para atravessar os dias de isolamento e incentiva leitores e leitoras a confiarem no Deus que restaura o nosso ânimo, mesmo em momentos difíceis como esse. Tenham Ânimo é uma edição especial do devocionário no Cenáculo, uma publicação bimestral com reflexões diárias que acompanham pedidos de oração, leituras bíblicas e pensamentos, lido por milhares de pessoas no mundo inteiro.

Atividades bíblicas para crianças

Direcionado para as famílias que buscam atividades bíblicas para as crianças. Mães, pais e responsáveis vivenciam o desafio de encontrar materiais de qualidade para trabalhar a educação cristã com seus filhos e filhas nesse tempo de isolamento social, e o livro

Livro escrito pela Bispa Hideide Brito Torres. As histórias de dez personagens bíblicas, destacando a coragem e ousadia que tiveram em seu tempo. Este livro, de forma acessível e inspiradora, nos possibilita ler "além das letras". Uma obra que nos permite sentir, vivenciar, imaginar e receber inspiração para a vida. A versão impressa da publicação também está em promoção no site da Angular, com o preço final de R$ 16,00.

O Ministério pastoral e a vida devocional

Escrito pelo Bispo Nelson Luiz de Campos Leite, é uma publicação voltada para pastores e pastoras, ideal para refletirem sobre a importância da vida devocional. O autor defende que como cristãos e cristãs, a "vida devocional" reflete o nosso relacionamento para com Deus Pai, Filho e Espírito Santo e o nosso desejo de não apenas atribuir-lhe o Seu devido valor, mas manter com o Senhor um relacionamento íntimo, cujo fundamento maior encontra-se em "nosso interior". Em promoção no site da Angular, com preço final de R$ 16,00.

O Fator Mangabeira

Escrito pelo pastor Georg Emmerich, é uma publicação que fala sobre o processo de discipulado, inspirado na Mangabeira, árvore conhecida especialmente no Nordeste do Brasil. O conteúdo permite a releitura do discipulado de Cristo como a árvore frondosa, que acolhe à sua sombra, que alimenta a vida e só se perpetua na vivência comunitária. A versão impressa da publicação também está em promoção no site da Angular, com o preço final de R$ 16,00.

O caminho do discipulado

Escrito pela Bispa Hideide Brito Torres. A missão é o grande tema desta obra. Entenda a diferença entre conceitos e estratégias de discipulado. Segundo a autora, talvez as estratégias estejam nos dividindo, mas o discipulado nos une. Para melhor aproveitamento do tempo e da oportunidade de estudá-la, foi dividida em três seções: A missão e o discipulado, a missão e os sinais, e a missão e a comunidade. Em promoção no site da Angular Editora, com preço final de R$ 16,00.

Pais e mães que oram

Organizado por Soraya e Júnior Junker tem como foco colocar os filhos e filhas de toda essa geração no altar de Deus, através da oração de seus pais e responsáveis. O texto fala sobre como viver a graça em família e constrói, com referências bíblicas em todos os capítulos, um pensamento sobre uma família dedicada a motivar e incentivar pais e mães que decidem orar por seus/as filhos/as. Em promoção no site da Angular, com preço final de R$ 32,00.

Companheirismo em Cristo

Uma publicação no Cenáculo. A obra é resultado dos esforços de uma equipe de pessoas que tiveram uma visão em comum. Esse grupo de pessoas contribuiu generosamente com

seu conhecimento e experiência para desenvolver um recurso para pequenos grupos que engaja criativamente as pessoas em uma caminhada de crescimento e descoberta espiritual. Em promoção no site da Angular, com preço final de R$ 42,00.

Deus, minha bíblia e eu Escrito pela Bispa Hideide Brito Torres, o livro reúne crônicas e reflexões da espiritualidade cotidiana e revela ao público reflexões antes compartilhadas apenas com a rede de contato pessoal da autora, expondo pensamentos da vida cristã e ministério pastoral. O livro é um dos títulos da Angular Editora indicado para se trabalhar com grupos de discipulado ou momentos devocionais. Em promoção no site da Angular Editora com preço final de R$ 24,00. Acesse a página exclusiva da Angular Editora que reúne todo o conteúdo e faça download dos materiais. /// Acesse o site: angulareditora.com.br/ebooks


INTERNACIONAL

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Pastor Rafael Luna, 61 anos, faleceu em 10 de abril como resultado de complicações respiratórias causadas pela Covid-19. Luna era pastor do Centro Cristão de Louvor “O Remanescente” da Igreja Metodista Unida (IMU) na cidade de Denver, Colorado, nos Estados Unidos, e membro da Conferência Anual da Sky Mountain. Em entrevista ao MU News via zoom, a família do Pastor Luna compartilhou detalhes da experiência que eles viveram em meio à perda da família e ao risco latente de serem infectados pela Covid-19. “Ele ficou na cama por quatro dias e no domingo, 22 de março, depois de terminar o serviço virtual que estamos realizando, me pediu para levá-lo ao Hospital Saint Joseph, porque se sentia mal. Eles o examinaram, testaram o vírus e

deu negativo. No entanto, eles o diagnosticaram com pneumonia e depois o mandaram para casa com tratamento por três dias”, contou a sra. Eva Luna, viúva do Pastor Rafael. No segundo dia de tratamento, Luna teve uma recaída e precisou ser internado novamente no hospital em caso de emergência. “A partir desse momento, não pudemos vê-lo novamente, porque o deixaram hospitalizado, fazendo exames, e dois dias depois (26 de março) informaram que eles haviam detectado o vírus”, disse sua esposa. Os médicos pediram à família que se protegesse em quarentena, enquanto o pastor estava na unidade de terapia intensiva. “Nos disseram nos dias seguintes à sua entrada na UTI que ele estava estável, até sexta-feira, 10 de abril, quando nos informaram sobre seu óbito”, disse a

© ARQUIVO PESSOAL

Primeiro pastor metodista hispânico morre de Covid-19

viúva Eva ainda fragilizada pela perda. A família presume que o Pastor Luna possa ter sido infectado com a Covid-19 no hospital quando ele foi internado.

triagem, apesar de sua esposa, Eva, já ter sintomas da doença. A recomendação era que eles voltassem para casa e mantivessem uma quarentena rígida de duas semanas. Alejandra Corales, nora do Pastor Luna, lembra que recebeu com surpresa as indicações do hospital ao solicitar o exame do novo coronavírus. “Não apenas não fizeram o exame, mas nos

Família infectada

Embora o Pastor Luna estivesse infectado pelo vírus, e sem contato com a família por vários dias, a equipe do hospital se recusou a realizar o teste de

disseram para ir para casa e que, se tivéssemos os sintomas do vírus, seriam tratados com Tylenol (acetaminofeno); e que iríamos ao hospital apenas em caso de problemas respiratórios”. A Revda. Lyssette Pérez, presidente do Grupo Metodista Hispânico-Latino Unido MARCHA (Metodistas Associados da Causa Hispano-Latino-Americana), está em contato com a família Luna. O grupo tem tomado várias ações para apoiar a família nas áreas pastoral, financeira e de saúde: “Estamos fazendo contato com os/ as pastores/as superintendentes e hispano-latinos da região, para ver o que pode ser feito a fim de garantir que o hospital teste toda a família quanto à Covid-19”, finalizou a Pastora Lyssette. Pastor Gustavo Vásquez United Methodist News

Metodistas do Brasil solidarizam-se com a Igreja Pentecostal Metodista do Chile Redação EC

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NOTA DE PESAR Faleceu também no dia 6 de abril, vítima de Covid-19, Adipe Miguel Junior. O Filho, Adipe Neto, transformou a perda do pai, em desabafo por meio de um post no Facebook. "Não pude velar nem pude ver o corpo dele, o que me ofereceram foi um saco preto lacrado com nome dele em cima. Não ritualizar essa passagem é doloroso e desumano", disse. Adipe Neto escreveu um logo texto na internet e lamentou por não ter recebido fisicamente os abraços dos amigos e parentes, mas principalmente dos familiares.

Falece aos 66 anos, vítima de Covid-19, Mário Salfate Chacana, Presidente da Corporação de Direito Privado da Igreja Metodista Pentecostal do Chile.

perda e confiamos que Deus concederá sua paz infinita a todos os membros da Corporação Metodista Pentecostal do Chile", assinou o Bispo Bernardo Venegas. Veja outras manifestações de membros e lideranças da Igreja chilena na página da Sede Nacional (www.metodista.org.br).

© ARQUIVO PESSOAL

Igreja Metodista brasileira se compadece de seus irmãos e irmãs chilenos/as, pelo falecimento de Mário Salfate Chacana, Presidente da Corporação de Direito Privado da Igreja Metodista Pentecostal do Chile. Ele faleceu no dia 14 de abril, aos 66 anos, na UTI do hospital de Los Andes, onde esteve internado desde o dia 26 de março, por infecção do novo Coronavírus. O Bispo Mário Salfate ocupava o cargo desde 2014 e contava com grande mobilização de oração convocada inclusive pelo atual presidente da IMPC, Bispo Bernardo Cartes Venegas, que manifestou suas condolências aos/às familiares e comunidade de fé. "A sua esposa, Diaconisa Mariana Sandoval Arlegui, filhos, netos e a congregação de Los Andes, reiteramos nossa solidariedade pela dor causada por essa

O Chile contabiliza até hoje 116 mortes de Covid-19. Ao noticiar o falecimento do Bispo Mário Salfate, a imprensa chilena destacou a importância do distanciamento social nas igrejas como forma de combate à Covid-19. A reportagem completa está disponível em nosso site.

"Não pude abraçar nem consolar minha mãe que teve contato com ele e está em quarentena. Não pude ficar ao lado do caixão como ele tinha me pedido e ir dizendo para ele o nome de todos que lá estiveram para o último adeus. Não pude dar a ele o último adeus e homenagens que ele merecia", finalizou. Adipe era membro da Igreja Metodista em Vila Mariana/SP, e teve uma longa história na vida da Igreja Metodista.

CUIDADOS A Igreja Metodista recomenda que todas os seus membros sigam as recomendações da OMS e dos Governos Municipais. Há vários materiais de apoio para líderes religiosos no site da Sede Nacional nesse tempo de pandemia. /// Acesse: www.metodista.org.br


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IGREJA E SOCIEDADE Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Culto solidário em estilo drive-in

Drive-thru

No mês de abril, a Igreja Metodista Central em Goiânia também foi tema da reportagem na TV local. Foi realizado um drive-thru para arrecadar alimentos em tempos de pandemia. Os/as irmãos/ãs realizaram o trabalho durante duas semanas no próprio estacionamento da igreja. O Pastor Edinei Berteli Reolon conta como foi. “As pessoas ligavam para a igreja e agendavam o horário, organizado a cada dez minutos. Então elas paravam o carro no estacionamento da igreja, onde havia uma tenda. Ali elas recebiam uma palavra pastoral, e o pessoal do Ministério de Ação Social (MAS) pegava os alimentos, limpava e levava para o Ação social. Também foi possível fazer doações em dinheiro ou entrega do dízimo, visto que a tesouraria também estava presente”, disse o pastor. Outro trabalho importante foi realizado pelos/as líderes das células, que foram até o drive-thru para levar o Quilo do amor das células. “Arrecadamos duas toneladas de alimentos. Conseguimos atender 130 famílias e continuamos cadastrando pessoas. Temos 60 famílias cadastradas. Ajudamos também casas de recuperação, e cerca de 25 famílias da creche do Distrito também foram beneficiadas”, finalizou o Pastor Edinei.

Igreja Metodista em Vila Maria produz máscaras para a comunidade Redação EC

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Ministério de Ação Social (MAS) da Igreja Metodista em Vila Maria, São Paulo, tem feito máscaras para atender a comunidade. Recentemente foi encomendado 2,3 mil reais em máscaras. A coordenadora do MAS, Débora Victória, compartilhou a notícia. “Recebi um telefonema da Sônia, uma indicação do Pastor Osvaldo, que estava conversando comigo há alguns

dias e fez o pedido de dois mil e trezentos reais em máscaras. Nós vamos ajudar várias famílias. Minha oração era exatamente isso. Ajudar as famílias! Louvo a Deus por isso. Deus é conosco. É a corrente do bem”, disse Débora. O Pastor Osvaldo de Oliveira Santos Junior disse que, somente no mês de abril, muitas pessoas foram beneficiadas com o trabalho das irmãs. “O grupo de mulheres bolivianas está fazendo máscaras e conseguiu vender uma boa quantidade. Esse é um trabalho do Ministério de Ação

© ART PHOTO / ISTOCKPHOTO.COM

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os últimos meses estamos vivenciando um tempo de distanciamento social por causa do novo Coronavírus. Igrejas fechadas, cidades no início da pandemia desertas, órgãos públicos de saúde sem leitos para atender pacientes e decretos governamentais são alguns exemplos do caos nos últimos 60 dias. A Igreja foi para a internet com os cultos on-line e lives, para as ruas, como é o caso da Igreja Metodista Central em Natal/RN, que não parou o trabalho com as pessoas em situação de rua. Outra Igreja que inovou os trabalhos, foi a Metodista Central em Goiânia/GO, que em parceria com a prefeitura da cidade, foi para o estacionamento de um shopping fazer cultos drive-in, uma vez que o decreto do governo estadual nº 9.653, de 19 de abril de 2020, permitiu que as celebrações pudessem acontecer, desde que respeitadas algumas condições, como limitação de pessoas, distanciamento e fornecimento de meios para higienização das mãos e calçados. Apesar da liberação, a Igreja Metodista Central em Goiânia optou por realizar um culto em estilo drive-in, ou seja, com as famílias dentro do carro. A celebração aconteceu no dia 26 de abril no estacionamento do complexo da Estação da Moda Shopping e contou com a presença de cerca de 90 veículos. As famílias ficaram dentro de s eus c arros e todos/as usando máscaras. Não foi permitido descer e, inclusive, eventuais saídas para o uso do banheiro foram controladas. As crianças gostaram do momento lúdico, em que teve buzinaço, como relembrou o Pastor Edinei Berteli Reolon. O pastor disse que a igreja contou com o apoio de outras pessoas. “Tivemos equipe de segurança, prefeitura municipal, manobristas da igreja, parceria com o pessoal do shopping e arrecadamos 500 quilos de alimento, que já ficaram no shopping para atender as famílias dos/as lojistas. Temos agora um comitê de crise, que é composto por uma médica, um advogado, um financeiro, um psicólogo e dois pastores. Assim que tivermos a autorização da prefeitura, faremos os cultos no shopping”, compartilhou o Pastor Edinei. A iniciativa marcou o reinício das atividades presenciais de forma mais inclusiva, uma vez que o decreto estadual não permite, no templo, a presença de pessoas com mais de 60 anos ou que fa-

çam parte de grupos de risco. “Nós entendemos que as famílias como um todo estão precisando desse momento de reencontro e congregação. Talvez ele seja até mais necessário justamente a quem tem mais risco de desenvolver a doença na forma mais grave em caso de contágio, pois elas ficam mais assustadas com essa nova realidade”, finalizou o Pastor Edinei.

© ARQUIVOS IMCG

Pr. José Geraldo Magalhães

Social e tem contribuído na geração de renda para estas famílias. Já foram mais de mil máscaras. Há pessoas comprando com o intuito de doar para a população em situação de rua, para vizinhos/ as e amigos/as", disse o pastor. Os/as irmãos/ãs da Igreja de língua espanhola estão recebendo vídeos devocionais gravados pela irmã Celena. Os vídeos têm fortalecido a caminhada na Igreja daqueles/as que não falam o idioma português.


IGREJA E SOCIEDADE

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Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

© MARTIN-DM / ISTOCKPHOTO.COM

Nada de novo sob o sol

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ma pandemia é algo excepcional? A pergunta se faz necessária porque uma pandemia acontece muito raramente; mas, também, porque uma pandemia gera situações tão extremas que favorece a ocorrência de excepcionalidades, nas pessoas e nas sociedades. É isso mesmo? Ou há somente a aparência de exceção? O primeiro impacto é humano, seguramente. A perda de pessoas toca profundamente a civilização. Não importa em nada saber sobre os números dos homicídios, acidentes de trânsito, cardiopatias, tuberculose ou câncer. A ausência de expectativa de morte decorrentes de uma doença “nova” é que produz o sentimento excepcional. Só por isso, já vale o questionamento sobre qual é exatamente nosso sentimento. Sentimos mesmo pelas mortes ou, simplesmente, estranhamos que haja algo novo sobre o qual não temos conhecimento e proteção suficientes? É angústia pela morte que visita a humanidade ou é simplesmente medo da minha morte? Essa pergunta cabe porque, por exemplo, a AIDS, considerada pandemia desde 1981, com quase 40 milhões de pessoas infectadas atualmente, causou pânico no início dos anos oitenta, mas esse sentimento foi se arre-

fecendo conforme os cuidados paliativos e preventivos foram se impondo. Ou, por exemplo ainda, no caso em que mortes de trânsito (em boa medida perfeitamente evitáveis) são naturalizadas como se fenômenos naturais fossem. A sensação que se tem é que até a nossa dor e nosso pânico são seletivos. O medo do desconhecido talvez seja a mola propulsora por trás dessa seleção que parece, mas não é, aleatória. Nesse quesito, ainda, vale registrar que o pânico, embora impulsionado pelo medo do desconhecido, é também inflamado pelo horror à equalização entre as pessoas. É claro que o vírus não escolhe um corpo em particular (rico ou pobre, branco ou preto, macho ou fêmea, por exemplo). Mas a probabilidade de as pessoas pobres serem suas vítimas preferenciais é óbvia. Condições de moradia, de saneamento, de transporte público, de alimentação e de acesso à rede de saúde são condicionantes que os/as tornam muito mais vulneráveis que os demais. A questão, todavia, é que esses “demais” são a minoria. E essa minoria não está disposta a correr o risco de se contaminar e ter que enfrentar um sistema de saúde colapsado pela multidão dos/as infectados/as entre os/as pobres.

A pandemia

Nesse aspecto ela não tem nada de excepcional – apenas aprofunda às raízes a desigualdade social e o ódio de classe. Se houver alguma garantia que os leitos e respiradores estarão a salvo para os/as do andar de cima, os/as do de baixo terão “autorização” para voltar a trabalhar. Isso parece cruel e desumano. Mas é exatamente o que ocorre. Prova disso é a condução da política econômica brasileira nesse momento. O benefício para desempregados/as e autônomos/ as (de R$ 600,00) e o da suspensão ou redução dos contratos de trabalhos (nos padrões do seguro desemprego) são, além de baixos e insuficientes, mostra da lógica que os subjaz. Se há um cofre capaz de partilhar esse volume financeiro todo entre milhões de brasileiros/as (sem que para isso se toque nas grandes fortunas e nos bancos – os maiores do mundo), é porque há matematicamente condições reais e concretas de garantir renda mínima de cidadania para a população permanentemente. Isso seria, além de mais inteligente do ponto de vista econômico (segundo especialistas liberais contemporâneos, inclusive), muito mais elevado do ponto de vista ético. A ausência de excepcionalidade da pandemia se revela

também nesse fator financeiro e social. Dinheiro na mão dos/ as pobres, nessa hora extrema, serve apenas para que eles/as,

proporcionalmente os/as maiores consumidores/as, mantenham vivas empresas e bancos. Quando há sandices nas ruas (dentro dos carros) pedindo a volta ao trabalho é exatamente seguindo essa lógica. A volta da massa para o chão das fábricas, lojas e escritórios. Esse clamor tem sentido. O Brasil é um entre os três países com mais leitos de CTI no mundo. O problema é que a maior parte deles está nas redes privadas de saúde, que atendem a uma minoria consideravelmente pequena dos/as brasileiros/as. A tese de que a pandemia nos iguala a todos/as é equivocada. A pandemia, infelizmente, reforça nossas desigualdades. Quando o sistema tiver compreensão e controle da situação, tudo voltará ao “normal”. Os/ as que mais morrem e os/as que mais vivem seguirão o curso normal de suas existências. Duas observações finais: o sistema não é impessoal (tem nome e CPF); se alguém quiser desestabilizá-lo, ou ao menos fazê-lo balançar, deve (se puder) ficar em casa. Com isso, as vísceras virão ainda mais à tona. E aí, talvez, alguma excepcionalidade possa ocorrer. No fundo, parece que a sabedoria antiga ainda permanece de pé, intocada: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se fará; de modo que nada há de novo debaixo do sol” (Eclesiastes 1, 9). Pastor Ricardo Lengruber Lobosco, Professor no Seminário de Teologia Metodista César Dacorso Filho

AÇÃO SOCIAL EM TEMPOS DE PANDEMIA O Ministério de Ação Social da Igreja Metodista em Catalão/ GO realizou, no início deste isolamento social, a campanha intitulada “Solidariedade entre Irmãos”, com o fim específico de arrecadação de alimentos para ajudar famílias que estão enfrentando momentos difíceis. Foram arrecadadas cestas básicas doadas pelos membros da igreja local e distribuídas a membros que necessitam e, também, a famílias carentes de conhecimento do referido Ministério que, além do alimento físico, receberam o alimento espiritual, oportunidade

de sentir o cuidado de Deus com a vida de cada um/a deles/as. Na mesma sintonia, foram confeccionadas máscaras de tecido, no total de 282 (duzentos e oitenta e duas) máscaras, sendo distribuídas entre os membros da igreja local na seguinte ordem: 1) Idosos/as; 2) Membros do Grupo de Risco; 3) Membros da Comissão de Frente; 4) Demais membros. Ficando assim, toda a igreja abastecida com as máscaras de tecido a serem usadas durante este período de pandemia. Fonte: www.8re.metodista.org.br/


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CAPA Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

A internet é nossa Paróquia

Pr. José Geraldo Magalhães

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os últimos dois meses, as igrejas, de modo geral, reinventaram-se devido à pandemia da Covid-19, que já deixou 5,1 mil mortos e 73,5 mil casos confirmados somente no Brasil até o fechamento desta edição. As redes sociais ganharam seu espaço. Lideranças clérigas e não clérigas foram para a internet assistir ou fazer lives. No início eram bem poucas, agora, principalmente aos domingos na hora dos cultos, a pessoa pode escolher participar da

celebração da Igreja que ela deseja sem mesmo sair de casa. São os cultos on-line ao vivo, mas cada um/a em sua casa para manter a recomendação do Ministério da Saúde, o isolamento social. O Colégio Episcopal da Igreja Metodista também teve que se adequar. Reuniões virtuais foram mais frequentes. Cada Região Eclesiástica e Missionária teve as orientações episcopais por vídeos. Jamais pensaríamos que a celebração da Páscoa seria pela internet. O Presidente do Colégio Episcopal, Bispo Luiz Vergílio Batista da Rosa, refletiu

sobre o texto para a ocasião e destacou: “A Páscoa se coloca no lugar em que nossa agenda é surpreendida por algo inusitado. Estamos vivendo um tempo em que estamos separados da realidade cotidiana que vivíamos antes da pandemia”. O Bispo Roberto Alves de Souza, Presidente da 4ª Região Eclesiástica, orientou os/as pastores/as quanto à retomada dos cultos e reabertura dos templos. “O/a pastor/a deverá convocar uma reunião on-line com a Clam para tomar a decisão de reabertura dos templos. A reunião deverá ser registrada

“Na Metodista Central em Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, convidados/ as de várias Regiões Eclesiásticas e Missionárias compartilham a Palavra de Deus durante a semana, além dos cultos ao vivo aos domingos” em ata e encaminhada ao SD. Mesmo com a decisão de retomada, devemos preservar as orientações do Ministério da Saúde. Sempre lembrando que é de responsabilidade de cada um/a estar presente ou não nesse tempo de Coronavírus. Se o/a pastor/a tem mais de 60 anos,

deverá permanecer em quarentena. A retomada cem por cento dos trabalhos da Igreja deverá ocorrer em cinco ou seis meses”, orientou o Bispo Roberto. Para o editor nacional do no Cenáculo, Bispo Adriel de Souza Maia, mesmo com a presença da Igreja na internet, há muito


CAPA

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Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

FERRAMENTAS DE APOIO O departamento nacional de comunicação da Igreja Metodista produziu vários vídeos com o objetivo de instruir as pessoas a fazer uso das ferramentas para transmissão de cultos ao vivo, criar designs, entre outros. É preciso aprender a usar as ferramentas adequadamente, caso contrário, pode-se correr o risco de tornar-se cada vez mais irrelevante em um mundo cibernético. Veja a lista de materiais de apoio para sua igreja estar presente na internet:

• Série de Vídeos como fazer transmissão ao vivo - Live

• Série de Vídeos como fazer transmissão ao vivo Computador com webcam e áudio da mesa

• WhatsApp: Dicas para se comunicar com a igreja local

• Como usar o Canva para criar designs para sua igreja

© CHBD / ISTOCKPHOTO.COM

• Canva: passo a passo da ferramenta

• Como fazer conferências e chamadas em grupo on-line

• Como usar o Google drive para organizar arquivos de sua igreja

• 4 recursos para sua igreja se comunicar usando o Instagram

• Série de Vídeos como fazer transmissão ao vivo - Celular

• Série de Vídeos como fazer transmissão ao vivo - Avançado

• Transmissão ao vivo | Passo a Passo

• Como utilizar o Canva no celular

• Facebook do zero para igrejas

• Wetransfer: Como usar a ferramenta para troca de arquivos

que se preocupar com o novo Coronavírus. “Estamos ainda no estágio do pronto-socorro cuidando da pandemia e com muitas dificuldades. O sistema de saúde está despreparado para os imprevistos. Não dá conta de atender às demandas do dia a dia do nosso povo. A chegada da pandemia coloca em risco todo o sistema de saúde. Temos um grande desafio diante de nós: pastorear o rebanho de Deus com o Espírito de sabedoria e entendimento”, frisou o Bispo Adriel. E nesse mesmo Espírito, a Igreja Católica também teve de se adaptar. O Padre e missionário espanhol Luis Miguel Modino aponta que a realidade sempre nos desafia a procurar alternativas, novos caminhos, também como Igreja. “Nestes dias, e se nada mudar, será até 23 de abril, de acordo com o decreto do arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Ulrich Steiner, estou celebrando missa em minha casa, como tantos outros padres em todo o mundo. Obviamente, faço isso sozinho, mas, na realidade, faço-o com um grupo de pessoas que participam comigo neste momento, a quem me sinto profundamente unido, cujos rostos, sem vê-los, passam pela minha mente quando oro junto com eles/as”, disse Modino. Não há bandeira religiosa, partido político de direita, esquerda, mas uma luta contra um inimigo invisível que venceremos pela fé em Deus, acreditando na ciência, como disse o profeta Daniel, que “até o fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e a ciência se multiplicará” (Dn 12.4). O mundo está à espera da ciência para combater o novo Coronavírus. Quantas pessoas estão alimentando seu espírito por meio de novas tecnologias hoje em dia, quantas pessoas estão sentindo a presença de Deus em suas vidas, quantas pessoas estão sendo ajudadas a resistir? O cenário é preocupante. Tanto que um colega pastor preocupado

com o momento da explosão do novo Coronavírus pediu uma palavra.

Orientações episcopais

Algumas preocupações foram surgindo à medida que a quarentena se estendia. Uma delas era com a Celebração da Ceia. Como consagrar os elementos? Ofício fúnebre? Como fazer? Ouvindo várias demandas e a voz do Espírito Santo, o Colégio Episcopal publicou uma recomendação pastoral à Igreja Metodista. Dentre as orientações estavam: “Suspender, nacionalmente, todas as atividades da agenda geral que implicam reuniões de grupos nas próximas duas semanas, até uma nova consideração. Acompanhar as orientações e manifestações dos/as bispos e bispas, junto com suas lideranças, no âmbito de cada Região Eclesiástica e Missionária e suspender os cultos locais, realizando-os virtualmente conforme os recursos disponíveis. Lembrarmos que em hipótese alguma os pastores e pastoras podem suspender os cultos sem oferecer às pessoas uma forma concreta de estar espiritualmente ligadas como corpo de Cristo; para isto, as plataformas digitais serão de grande importância”, diz trecho do documento publicado no site da Sede Nacional.

Igreja on-line

A iniciativa de utilizar a internet como meio para alcançar mais pessoas não é de agora. Em 2012, o Jornal Expositor Cristão publicou uma reportagem sobre o assunto. “Chega o domingo. Você está na igreja, assiste à pregação do pastor, canta, ora. Tudo normal, não fosse por um pequeno detalhe: isso tudo é feito via internet”, enfatizava a abertura da matéria. O episódio aconteceu na Inglaterra, na Igreja Anglicana que já tinha na época, um “templo” na internet. No Brasil, sites e comunidades discutiam teologia e criavam redes de apoio na fé. Um artigo recente publicado na Unisinos questiona. Uma Igreja on-line é realmente uma Igreja? Cada Igreja deveria ter presença on-line, mas a presença física também é necessária. A opinião é do pastor norte-americano Ed Stetzer, professor visitante da Trinity Evangelical Divinity School e do Southeastern Baptist Theological Seminary. O artigo foi publicado no site Cristianity Today, em 2014, portanto, seis anos antes da Covid-19. “Se uma Igreja não estiver on-line, então ela não está se envolvendo com a cultura. A Igreja precisa ser o lugar onde as pessoas se reúnem, e elas es-

“O/a pastor/a deverá convocar uma reunião on-line com a Clam para tomar a decisão de reabertura dos templo. Mesmo com a decisão de retomada, devemos preservar as orientações do Ministério da Saúde”

Bispo Roberto Alves de Souza

tão on-line e em sites de mídia social”, dizia o texto. O centro de pesquisas Pew Research descobriu que 72% dos/as adultos/as on-line usam as mídias sociais. Cada faixa etária continua a experimentar crescimento, especialmente aqueles/as com mais de 65 anos, que triplicaram o seu uso nos últimos quatro anos. Apesar das tendências avassaladoras no uso de mídia social, o LifeWay Research descobriu que menos da metade de todas as Igrejas estão engajadas no Facebook. Um total de 40% delas não está usando nenhuma das ferramentas de redes sociais, pelo menos esse foi o resultado antes da Covid-19. Essa realidade mudou muito de março para cá. Uma Igreja on-line, no entanto, muitas vezes tem a intenção de ser uma forma alternativa nesse tempo de isolamento e distanciamento social, para que o rebanho continue recebendo alimentos sólidos da Palavra de Deus. É temporário, mas a Igreja estará para sempre na internet.

Há futuro para a Igreja on-line?

À medida que continuamos no caminho forjado pela revolução digital, as Igrejas do Novo Testamento vão funcionar em comunidades que incluem aspectos on-line. O aperto de mãos, os abraços, os olhares, as mãos que louvam, os olhos que choram fazem parte do cotidiano das Igrejas. O espaço virtual é mais uma ferramenta de evangelização para alcançar outros povos. O sociólogo Paulo Roberto Torres argumenta: “Após a pandemia, o ideal é que as Igrejas continuem com presença on-line, mas que incentivem fortemente a interação face a face, onde a mídia social reforça a comunidade ao invés de evitá-la. Ela pode ser mais uma ferramenta que temos para introduzir as pessoas a Jesus Cristo e à Sua Igreja. A mídia social não vai desaparecer tão cedo, então não podemos simplesmente ignorá-la”, destacou.


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ARTIGO Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Tempo de esperança em meio a

Dias das Mães, aniversários, datas comemorativas. Não vamos trancafiar a nossa humanidade

“Cem Anos de Solidão” A

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cabamos de celebrar a Páscoa e logo comemoraremos o Dia das Mães! Quero aqui refletir como a nossa postura mental, psicológica e espiritual pode nos ajudar nessa situação de enfrentamento da pandemia, especialmente para as pessoas que estão isoladas em casa e trabalhando em regime de teletrabalho, por conta da restrição social. A proposta simbólica da data festiva é que devemos entrar em isolamento social, mas sem trancafiarmos nossa humanidade. Escrevo essas linhas porque, para mim, nossa essência humana, com todas as suas vicissitudes, ainda nos faz mais interessantes do que quaisquer outros seres, inclusive os

Oferta Missionária 2020

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stá no ar o site da Cam- realizando a arrecadação a dispanha Nacional de Oferta tância, com a maioria das nossas Missionária 2020. Com o cidades vivendo um tempo de tema "Sua oração, sua doação, distanciamento social. uma Igreja", falamos sobre esse Você pode doar para a Oferta momento em que a Igreja se une Missionária por meio de transpara levantar uma oferta única ferência bancária ou através do direcionada à expansão missio- seu cartão de crédito utilizando nária nas Regiões Missionárias o Paypal, no site doacoes.metodo Norte e do Nordeste. dista. Basta preencher os dados Em 2020, celebramos 25 anos e o valor, selecionar a campade Oferta Missionária e nos ve- nha e concluir a doação. mos diante do desafio de alcanNo site da campanha você çar a expectativa nacional de encontra todo o material ne840 mil reais em doação, mesmo para realizar a mobilicartaz-Expositor-terço.pdf 1 01/05/2020cessário 14:40:28

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zação na sua igreja local de forma digital: publicações no formato de Facebook, Instagram, Story e Whats­ App; vídeos para as Regiões Missionárias e Eclesiásticas; Materiais para crianças, e mais. No site você também confere mais informações sobre a história da campanha, conhece as igrejas que receberam a oferta em 2019 e as que vão receber nossas doações em 2020.

angelicais. Acho que é porque temos consciência da própria finitude. Sentir o medo e a morte ao derredor faz com que tenhamos mais apego às nossas tradições, crenças, sonhos e à necessidade de nos relacionarmos para passar adiante nossa continuidade e existência. Por isso, pensei: diante do estar sozinho/a, por que comemorar? Lembrei-me então de meu autor latino-americano preferido e seus livros de realismo fantástico, o colombiano Gabriel García Márquez. Primeiro, porque para dar conta do que estamos vivendo hoje, somente um realismo fantástico muito imaginativo para prever tal situação de crise e de tempos difíceis. Segundo, por conta do paralelo dos sugestivos títulos dos livros mais famosos do “Gabo”: “Amor em Tempo de Cólera” e “Cem Anos de Solidão”. O contexto de crise socioeconômica e de relacionamentos distantes e sem contatos permeia suas obras-primas. Terceiro, o conceito que extraímos das narrativas é o amor que sobrevive ao caos e que alimenta a esperança de um mundo melhor. Trago comigo duas frases provocativas do autor que vejo como um reforço do porquê de comemorarmos as datas festivas: “o que é essencial, portanto, não é que você não acredite mais, mas que Deus continua a acreditar em você”. E “amor era o amor em qualquer tempo e em qualquer parte, mas tanto

mais denso ficava quanto mais perto da morte”. Paro por aqui de citá-lo para despertar em você a curiosidade de lê-lo. Mesmo que eu saiba da importância da rua e do convívio social para a troca de afetos, sensibilização do olhar e do cuidado com o outro, neste momento necessitamos da reclusão social como principal arma de prevenção contra o vírus. E devemos obedecê-la não apenas por causa de nós, como indivíduos, mas pelo bem da sociedade. Mas achei curioso que uma das coisas que mais me fazem falta agora em isolamento é deixar de ouvir meu próprio nome. Sem o afeto do outro em dias assim, corremos o risco de nos descaracterizarmos sem saber e de até perdermos nossa identidade e pertença. A convivência social é que também nos define como humanidade e desafia nosso egoísmo. O vazio, o silêncio e a solidão podem desalmar o ser humano. Já a convivência social floresce a alma. E o legal da convivência são os detalhes: a risada, o olho no olho, a testa franzida, o jeito de falar ou o arrumar o cabelo. Esse conceito foi reforçado em mim quando li Rubem Alves, escritor e educador brasileiro. Foi com ele que aprendi que “ostra feliz não faz pérolas” e que “a alma de toda pessoa deve ser colorida”. Hoje, sozinho em casa, eu concluo que quem pinta nossa alma para ficar colorida são os outros. São os/as amigos/as. São a mutualidade e reciprocidade, principalmente diante do sofrimento. Roney de Carvalho, Teólogo e Coordenador dos Cursos de Humanas da EAD Unicesumar


DOUTRINA

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Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

Participação leiga e sua importância para o

crescimento da igreja BIBLIOGRAFIA: CHO, Paul Yonggi. Muito mais que números. São Paulo: Vida, 1985. HORRELL, J. Scott (org.). Ultrapassando barreiras: igrejas inovadoras e métodos bíblicos que brotam no Brasil. São Paulo: Vida Nova, 1995. V. 2 PAES, Carlito. Igrejas que prevalecem: 24 princípios para um crescimento saudável e equilibrado. São Paulo: Vida, 2003.

© PEOPLEIMAGES / ISTOCKPHOTO.COM

SCHWARZ, Christian A. O desenvolvimento natural da igreja: guia prático para cristãos e igrejas que se decepcionaram com receitas mirabolantes de crescimento. Curitiba: Evangélica Esperança, 2003.

U

m dos princípios que têm caracterizado o crescimento saudável de várias igrejas de referência ao redor do mundo é, definitivamente, a participação séria e criativa dos/as leigos/as. São igrejas que envolvem seus membros nos diversos ministérios, abrindo, assim, espaço para a participação de todos/as, incluindo os/as novos/as convertidos/as. Entretanto, observa-se que essa participação tem se dado de forma planejada e com uma visão clara de capacitação. Compreende-se, desta maneira, que a tarefa principal do ministério cristão deve ser a preparação ou capacitação dos/ as leigos/as para o cumprimento da missão de Deus no mundo. Dentro deste propósito, é necessário atentarmos para alguns princípios bíblicos, objetivando um crescimento saudável. O primeiro deles é que cada crente deve ser instruído/a acerca do papel que desempenha no corpo de Cristo. Quando aceitamos Jesus, somos chamados/as para atuar em sua missão. Para tanto, Ele nos agracia com dons, que devem ser colocados em prática no Reino (Ef 4.11,12). Cada um pode contribuir de alguma

maneira, pois possui, pelo menos, um dom dado por Deus. Descobrir, desenvolver e usar os seus dons com excelência são atos de boa mordomia e de serviço a Deus. Desta maneira, a formação dos/as cristãos/ãs para o ministério e a mobilização dos membros como ministros/as constituem o segredo do crescimento saudável da igreja e tarefa principal dos/as pastores/as e lideranças. Os/as novos/as convertidos/ as devem ter a oportunidade de participar ativamente dos ministérios da igreja. Esse é o segundo ponto. Não deve existir quarentena em nossas igrejas impedindo que os/as novos/as crentes sirvam a Deus. Certamente, alguns ministérios requerem uma qualificação e um amadurecimento maior. Entretanto, outros ministérios e atividades podem ser plenamente desenvolvidos por eles/as. Uma das marcas das igrejas maduras e em crescimento é a capacidade que têm de desenvolver o vigor, a alegria e a motivação dos/as novos/as convertidos/ as para a participação ativa na vida da igreja. Não se pode permitir que os novos membros sejam apenas espectadores/as, pessoas passi-

vas na vida eclesial. Se não lhes forem dadas responsabilidades, eles/as se tornarão crentes acomodados/as, satisfeitos/as em sua zona de conforto, sem assumir a urgência e a visão da missão. Com o treinamento apropriado, os/as novos/as convertidos/as podem se tornar instrumentos eficazes na obra de Deus. Enquanto se desenvolve o treinamento, é importante que o/a pastor/a e a liderança assumam o compromisso de enfatizar alguns pontos importantes que serão muito úteis na consolidação da formação desse novo membro: 1. Mostrar o quanto são importantes para a igreja como um todo. Deve-se imprimir no novo membro um sentimento de utilidade. 2. Reconhecer seu esforço e a alegria com que realiza o trabalho do ministério trará vigor no desempenho de sua função. 3. Celebrar seus avanços e crescimento é outro ponto importante e que deve ser observado. 4. Por fim, deve-se elogiá-lo/a sempre. O elogio traz senso de dignidade e melhora a autoestima.

É necessário, dentro do projeto de capacitação de leigos/ as (membros mais antigos e novos/as convertidos/as), um programa de treinamento bem engrenado para satisfazer às suas necessidades e proporcionar crescimento. Nesse sentido, é importante que a Escola Dominical ofereça uma grade curricular bem estruturada, com cursos definidos, objetivos claros, que proporcionem resultados plausíveis. A formação de uma Escola de Líderes é outro caminho que pode ser adotado dentro do processo de formação bíblica. É fundamental afirmar que não se pretende preparar pastores/as, mas treinar leigos/ as para torná-los/as mais eficazes no processo de ser e fazer discípulos/as. Deve-se, portanto, adotar uma postura prática na dinâmica de formação, e não de caráter puramente técnico e teórico. Por fim, é necessário construir uma visão ministerial integrada, pastor/a e leigo/a, para que o crescimento seja saudável. Ao desenvolverem essa visão, os/as pastores/as se sentirão menos exaustos/as e frustrados/ as, e os/as leigos/as, mais realizados/as e satisfeitos/as como parte do corpo de Cristo. Desta

maneira, se retornará a um paradigma vital para o cumprimento do ministério da igreja, qual seja: uma maior participação do/a leigo/a nas atividades da igreja e a integração dos seus esforços aos do/a pastor/a. Ao treinar os santos para servir e desenvolver a missão de forma integrada, a igreja atingirá o potencial pleno do propósito de Deus para ela. Sob a coordenação do/a pastor/a, os/ as leigos/as podem atuar nos pequenos grupos ou células (proporcionando o surgimento de novos/as líderes; abertura de campos missionários e o crescimento da igreja); na evangelização, nos novos pontos missionários e congregações; nos diversos ministérios reconhecidos pela igreja e grupos societários; nas programações específicas, como "Um dia para Jesus", programa de aconselhamento, evangelização em hospitais e cadeias, projetos missionários. Portanto, a participação dos/as leigos/as potencializa o ministério pastoral à medida que se encontra integrado a este. A participação dos/as leigos/ as, inclusive dos/as novos/as convertidos/as, na dinâmica de crescimento saudável da igreja, é uma necessidade bíblica e prática nas atividades do Corpo de Cristo, pois o/a leigo/a é o melhor e maior potencial da igreja. Pastor Jonas Mendes Barreto, Igreja Metodista no Butantã


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SÉRIE Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

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O papel das mulheres na Igreja de Corinto

Pr. José Geraldo Magalhães

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as duas últimas edições, publicamos dois temas da série as Mulheres na Missão: a) Uma Carta à comunidade de Coríntios e as mulheres nas Cartas Paulinas e b) As mulheres cooperadoras na missão. Nesta edição vamos abordar o papel das mulheres na Igreja de Corinto. As séries estão sendo publicadas no site do Expositor Cristão e podem ser utilizadas livremente desde que a devida fonte seja citada. A primeira carta aos Coríntios tem acordado o empenho de vários/as pesquisadores/as, principalmente porque situa os/as leitores/as em uma conjuntura sociorreligiosa da comunidade coríntia e a prática do cabelo solto.1 1 Nas práticas tradicionais da Grécia clássica, as profetisas e “oradoras” negligenciavam a influência do deus ou do espírito mântico ao soltar os cabelos. Com a chegada das religiões orientais e a ploriferação de culturas religiosas, as mulheres costumavam soltar os cabelos quando possuídas

Isso permite um diagnóstico mais acurado de um dos temas de maior protuberância atualmente: a questão do gênero ali existente. Essa investigação parte de uma classificação de diferentes discursos sobre o escrito paulino de I Co 11.2-16 e o deuteropaulino de Ef 5.22-33, que será abordado no próximo capítulo. Para chegar a uma possível conclusão se há uma igualdade de gênero nos escritos paulinos com o escrito deuteropaulino de Efésios, foi preciso situar a mulher nas Cartas autênticas de Paulo2 e nos escritos deuteropaulinos,3 assim pelo deus ou a deusa. No caso do culto à deusa Ísis (deusa muito estimada em todo o oriente do Império), as mulheres usavam os cabelos soltos no culto de louvor. O judaísmo apresenta um forte contraste com essas práticas. Nas sinagogas a tendência era reunir as mulheres em uma seção separada, e a sua dignidade deveria ser manifestada através da utilização do “véu” ou cabelo (algo que cobrisse a cabeça). (Cf.: FOULKES, 1999, “Problemas pastorales en Corinto…” p. 56-57 e 285). 2 I Ts, Gl, Fp, Fl, I e II Co e Rm são cartas datadas entre os anos de 50-64 d.C. 3 Cl, II Tm, I Pd, Tg e Mc datadas entre os anos 67 e 90 d.C. As cartas de II Ts, Ef, I Tm, Jd, Hb, Mt, Lc, At são datadas entre 90 e 100 d.C. e, por último, as cartas de Tt, as Epístolas Joaninas e Ap datadas

como seu papel de liderança e suas funções nas comunidades até o final do primeiro século. A proposta é destacar a experiência de mulheres dentro da comunidade coríntia, que pelas práticas teológicas ocasionaram controvérsias de gênero e poder na confissão cristã no início do cristianismo. Por essa razão, pelo tema e pela conduta dessas mulheres, deve ser levada em consideração a forte cultura existente na época como tópico de interesse e importância na primeira carta de Coríntios. Ao examinar os escritos paulinos em I Coríntios, tanto homem como mulher recebem o dom do Espírito e Sabedoria (Sofia). Portanto, tanto os homens como as mulheres oravam e profetizavam.4 entre 100 e 110 d.C. 4 Fiorenza afirma que tais práticas são autorizadas por Paulo (v. 2), porque os/as integrantes da comunidade (homem e mulher) haviam conservado a tradição como ele ensinou. Entretanto, a autora enfatiza que estes ensinamentos de Paulo encontraram resistência na comunidade coríntia (14.37-40): “Paulo, e não os Coríntios, que está tentando rotular ou mudar a conduta pneumática

A resistência a essas doutrinas, segundo a teóloga e pesquisadora Elizabeth Schussler Fiorenza, deve-se a diversas causas: primeiro, ao “véu”5 das mulheres (11.2-16), que, conforme certas evidências arqueológicas, ou da comunidade”; ao mesmo tempo Paulo se encontra em uma posição difícil, uma vez que inicialmente lhes tinha falado sobre a nova vida no Espírito e a liberdade cristã que dela nasce. Para abranger melhor esse contexto, Fiorenza faz uma análise dos capítulos 11.2-16 e 14.33-36 de I Coríntios. FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 263-274. 5 É bom lembrar que a palavra “véu” é uma interpretação do Almeida, pois no texto grego avkataka,lupton (v. 13) cujo significado é: descoberto, sem véu; aparece somente uma vez. A falta de uma palavra que se refira literalmente a véu tem gerado a interpretação de que Paulo se refere a “cabelo preso” quando diz avkataka,lupton, v. 6 (cobrir, com o sentido específico de amarrar), pois acredita-se que o cabelo longo e desalinhado era sinal do comportamento profético e de êxtase associado ao culto de outras divindades, como o culto a Ísis que admitia mulheres e escravos com base na completa igualdade com os homens. Acredita-se também que a bagagem judaica (midraxe) de Paulo poderia tê-lo levado a associar cabelos longos e destacados com impureza e por isso ordena que as mulheres amarrem os cabelos. Porém, segundo Brendan Byrne em sua obra Paulo e a mulher cristã (São Paulo: Paulinas, 1993. p. 49), é uma afirmação inconsistente, visto que a frase kata. kefalh/j e;cwn é uma referência ao uso do véu ou algum tipo de cobertura para a cabeça. No v. 10 – evxousi,na, literalmente quer dizer autoridade, liberdade, poder sobrenatural, governo.

Ruínas do Templo Appollo em Corinto seja, a “devoção das mulheres à Sofia-Espírito em relação ao culto de Ísis”,6 as mulheres devotas à deusa deveriam usar os cabelos descobertos, ondulados e longos com laço na testa e cachos caindo nos ombros. Em contrapartida, os homens iniciantes deveriam raspar a cabeça. Daí a afirmação de Paulo (v. 5) de que as mulheres que soltam os cabelos, isto é, que oram ou profetizam com a cabeça descoberta, é o mesmo que ter os cabelos cortados rente à pele. Nos sistemas de convicções judaicos e helenísticos, as mulheres são consideradas inferiores aos homens, portanto com todos os “direitos limitados”. Daniel Patte em sua obra7 de6 FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 265. 7 PATTE, Daniel. Paulo sua fé e a força do evangelho:


SÉRIE

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Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br fende que a tradição judaica helenística é encontrada na perícope em estudo neste capítulo. Pois, nesse sentido, Paulo diz que é válida a ideia de que as mulheres estão sujeitas aos homens (v. 3), mas para Paulo esta subordinação deve ser entendida entre Deus e Cristo. De acordo com Romanos 12.4-5, segundo aponta James D. G. Dunn em sua obra,8 dificilmente podemos supor que a visão paulina da comunidade carismática incluía somente homens como membros do corpo de Cristo. Dunn defende uma evidência clara de que Paulo “estava embaraçado a pelo menos alguns aspectos de tal ministério das mulheres”. Dunn concentra-se em duas passagens: “I Co 11.2-16 e 14.33b-36, reforçadas pela posterior de I Tm 2.12-14, que diz: ‘Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem’”. Fiorenza considera as mulheres coríntias com seus cabelos longos e soltos um sinal de êxtase com o Espírito-Sabedoria. Isso era um marco no desempenho profético. Para Paulo, o verdadeiro sinal do Espírito é a edificação da comunidade através da proclamação missionária, e não um comportamento entusiástico. Dentro deste mesmo contexto, basicamente, como afirma Foulkes, era o adorno do cabelo que regia o costume judaico e também da sociedade greco-romana. Entretanto, o cabelo solto podia significar muitas outras coisas, por exemplo, “era considerado um estímulo erótico, que somente o esposo deveria observar em particular”.9

A mulher podia profetizar na Igreja de Corinto?

Pelas ocorrências nas Sagradas Escrituras, sim, desde que estivesse com algo sobre a cabeça. Paulo não é machista. Em I Co 11.10, encontramos o sinal da dependência da mulher; para ele a mulher tem autoridade10 – Introdução estrutural às cartas de São Paulo. São Paulo: Paulinas, 1987. Conforme a tradição judaica, e possivelmente a helenística, as mulheres devem cobrir a cabeça quando “rezam ou profetizam (11.47, 10.13-15). Isso mostra que os homens têm posição prioritária em relação ao divino. Essa relação de autoridade é demonstrada em plena história da criação no Gn (cf. 11.8-9 alude Gn2), porém essa subordinação é redefinida nos versos 11-12: “no Senhor”, isto é, mulheres e homens têm a mesma condição diante de Deus. P. 454. 8 DUNN, James D. G. A Teologia do apóstolo Paulo. São Paulo. Paulus, 2003. (Biblioteca de estudos Bíblicos). p. 663. O autor deixa clara a surpresa existente entre I Co 11.2-16 e I Co 14.33b36. Trataremos dessa questão de interpolação do trecho do capítulo 14.33b-36 mais adiante. 9 IRENE, Foulkes, 1996, “Problemas pastorales en Corinto…” p. 284. Fiorenza, nesse sentido, concorda com Foulkes, recordando o texto da XXL (Nm 5.18 e Lv 13.45), que uma mulher com o cabelo solto era considerada uma grande ofensa e a legislação estabelecia que uma mulher acusada de adultério deveria soltar o cabelo publicamente como sinal de vergonha. FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 265-266. 10 STRONG, James. Sociedade Bíblica do Brasil: Léxico Hebraico, Aramaico E Grego De Strong. Sociedade Bíblica do Brasil, 2005.

o mesmo que Jesus –, não é autoridade marital, mas carisma, a mulher que tem carisma usa o cabelo preso. Nesse sentido, Paulo percebe a necessidade de as mulheres cobrirem a cabeça por causa dos anjos,11 como sinal de autoridade. O cabelo atado para a mulher, segundo Fiorenza, significava um controle espiritual de sua cabeça, que tem um duplo sentido: a cabeça real e a cabeça do homem (cf. 11, 3), portanto, se a mulher cobrir seu cabelo, ela adquire também, com essa prática, o poder de profetizar. Para a investigadora, Paulo desenvolve na comunidade coríntia a profundidade do conhecimento, pois no texto em análise o apóstolo levanta um grande problema, isto é, a hierarquia citada nos versos 3 a 5: Deus, Cristo, homem e mulher; sendo o homem criado à imagem de Deus, a mulher é a glória do homem e o cabelo, a glória da mulher.12 Se Paulo levantou ou criou um problema de hierarquia, no verso 11 ele destaca a igualdade de gênero entre homem e mulher “no Senhor”. Segundo o apóstolo, tanto o homem como a mulher procedem de Deus. Deve haver uma reciprocidade; ambos são dependentes um do outro, isto é, “como provém a mulher do homem, assim também o homem é nascido da mulher; e tudo vem de Deus” (v. 12). Por outro lado, Paulo não poderia contradizer o que tinha dito à comunidade em Gálatas. Para o apóstolo, não havia grego nem judeu, escravo ou liberto homem ou mulher, mas todos/as são um em Cristo13 (cf. Gl 3.28). A interpretação e datação de Paulo da declaração batismal de Gálatas 3.28 em suas cartas à comunidade de Corinto, segundo Fiorenza, afirma inequivocadamente a igualdade e a dotação carismática das mulheres e dos homens na comunidade cristã. Sendo assim, tanto as mulheres como os homens são profetas, profetisas e líderes do culto da comunidade. Como afirma a pesquisadora, “tanto as mulheres como os homens têm vocação a uma vida livre de ca11 Foulkes indica que há muitas propostas para interpretar “por causa dos anjos”, por exemplo, “os anjos são os guardiões da criação e velam por manter a hierarquia cristã entre o homem e a mulher. Alguns associam o termo ‘anjos’ como uma referência a algum tipo de mensageiro procedente de outras igrejas, que é mencionado no verso 16, um estilo de saudações de Apocalipse capítulos 2 e 3 como o ‘anjo’ de cada igreja”. FOUKES, 1996, “Problemas pastorales en Corinto…” p. 295-296. 12 FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 267. 13 Idem p. 245. Fiorenza considera essa fórmula gnóstica, Paulo não repete essa fórmula em I Co 11.12-13, segundo a pesquisadora, porque Paulo tinha problemas específicos a serem tratados na comunidade de Corinto devido às consequências gnósticas e entusiásticas de que as mulheres derivavam de Gl 3.28. Por essa razão, Fiorenza afirma que o objetivo da retórica paulina não é diferenciar os gêneros, mas em favor do costume de usar cabelos atados, como “símbolo do poder profético-carismático das mulheres”. P. 245.

samento e direitos e obrigações mútuas dentro das relações sexuais do casamento”. John Dominic Crossan advoga que “as mulheres e os homens são iguais na família, na assembleia e no apostolado cristão”. Para Crossan, a desigualdade cristã não pode mais existir. Ao defender a igualdade na família, Crossan concentra suas pesquisas no capítulo 7 de I Coríntios, que trata acerca do casamento. Assim, ele cita quatro tópicos de reciprocidade em forma de igualdade: relações sexuais (7.35), divórcio (7.10-16), virgindade (7.25-28) e preocupações e ansiedades (7.33-34). O assunto central não era igualdade ou desigualdade, mas casamento ou celibato. Contudo, “Paulo trata de igual maneira homens e mulheres”.14 Helmult Koester aponta para a condição de igualdade entre homens e mulheres que é correspondida pela “relativização da condição de pessoas circuncidadas e incircuncidadas e de senhores/as e escravos/as (cf. Gl 3.28), embora escravos/as que pudessem tornar-se livres deviam usar ainda mais a liberdade recém-obtida para o serviço do Senhor (I Co 7.17-24); a interpretação de que Paulo aconselha esses/as escravos/as a permanecer na escravidão não se sustenta”.15 A intenção de Paulo era, na verdade, diminuir a impressão de loucura e excitação violenta tão típica dos cultos orgíacos de Corinto. Dar um novo horizonte ao caráter da conduta comunitária exigia das mulheres profetisas e carismáticas estar ativamente nos cultos e ter uma aparência “correta”. Assim, Paulo faz um argumento16 convincente para o uso “correto” do estilo de cabelo como símbolo cultual dos poderes espirituais e igualdade de gênero “no Senhor” (v. 11). Para Elliott17, a defesa de Fiorenza e Antoinette Clark Wire de uma “reconstrução feminista das origens cristãs”, baseada na análise das pesquisadoras, “é seriamente falha, porém, em vista de sua aceitação de I Co 14, 34-35, genuína”. Muitas 14 CROSSAN, John Dominic. Em busca de Paulo: como o apóstolo de Jesus opôs o Reino de Deus ao Império Romano / John Dominic Crossan e Jonathan L. Reed; [Tradução: Jaci Maraschin]. – São Paulo: Paulinas, 2007 – (Coleção Bíblia e arqueologia) p. 110. 15 KOESTER, 2005, “Introdução ao Novo Testamento…” p. 138. Entretanto, Crossan, afirma que se levar em consideração o que o apóstolo disse em Gl 3.28, existe uma dicotomia e torna­-se difícil entender I Co 11.2-16. O melhor que Paulo pôde fazer para discutir essa questão de igualdade de gênero em I Co 11.2-16, na visão de Crossan, se expressa nos versículos de 12 a 16. Esse texto enfaticamente não é sobre desigualdade hierárquica, mas “igualdade diferenciada”; Paulo pressupõe uma igualdade entre homens e mulheres na assembleia. P. 113. 16 A finalidade da argumentação de Paulo, segundo Fiorenza, não é “reforçar as diferenças sexuais, mas a ordem e o caráter missionário da comunidade litúrgica”. P. 268. 17 ELLIOTT, Neil. Libertando Paulo: a justiça de deus e a política do apóstolo / Neil Elliott; [tradução João Resende Costa]. – São Paulo: Paulus, 1998. – (Biblioteca de estudos bíblicos), p. 74.

vezes entende-se I Co 14.33-36 como se tratando das mulheres em geral, contradizendo, nesse sentido, o texto anterior (I Co 11.2-16), em que as mulheres oram e profetizam na comunidade.18 A passagem que urge que “as mulheres se calem nas igrejas” (I Co 14.34-35) é considerada, por alguns estudiosos,19 interpolações. O sentido óbvio dessa passagem, segundo Elliott, contradiz I Co 11.2-16, em que Paulo espera que as mulheres orem e profetizem no culto público.20 Por outro lado, o autor leva em consideração que há vários pseudoepígrafos no Novo Testamento dentro das Cartas de Paulo. Fiorenza considera que o trecho de I Co 14.33b-36 não pode ser excluído por motivos críticos-textuais, e é mais correto aceitá-los exegeticamente como afirmações originais paulinas, explicando-os dentro de seu contexto, que excluí-los.21 No entanto, a maioria dos/as autores/as pesquisados/ as para este capítulo advoga que o trecho de I Co 14.33b-36 “são seguramente interpolações”, como afirma Elliot.22 A regra da comunidade de I Co 14.34-36 pressupõe que, dentro da comunidade cristã, houve casos de esposas que questionavam o marido de outras mulheres ou apontavam alguns erros do próprio marido. Isso tudo ocorria durante a interpretação na Assembleia 18 Fiorenza entende esses dois textos como um conjunto (11-14) que fala do culto pneumático, portanto ela dialoga com os dois textos paralelamente. FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 263. 19 Dentre eles: Neil Elliott, Irene Foulkes, John Dominic Crossan, Helmut Koester. Ao que tudo indica, Carlos Mesters, defende uma posição contrária, pois ele coloca em pé de igualdade os seguintes textos: I Co 11.2-16; I Co 14.14-35; Ef 5.21-24; I Tm 2.9-15, como um “resumo das palavras de Paulo contrárias à participação da mulher (…) são frases da Bíblia! Não temos o direito de cortá-las. Temos o direito, porém, de tentar entendê-las (…) por isso, temos que ver o que Paulo quis dizer de fato”. MESTERS, 2008, “Paulo Apóstolo: um trabalhador…” p. 96-97. James D. G. Dunn concorda com Mesters e Fiorenza, pois a “falta de forte apoio da tradição textual, a hipótese de interpolação deve ser de último recurso. É melhor ver a tensão entre as duas passagens como reflexo do pensamento do próprio Paulo sobre o assunto”. DUNN, 2003, “Teologia do apóstolo…” p. 664. 20 ELLIOTT, 1998, “Libertando Paulo…” p. 41. 21 FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 268. Como Fiorenza entende os capítulos 11 a 14 como um único bloco, ela afirma ainda que “Paulo busca persuadir os coríntios, pois a decência e a ordem deviam ser mais estimadas do que o status e exercício espirituais de inspiração individual. Ao passo que os coríntios parecem ter valorizado a glossolalia acima de tudo, Paulo se pronuncia em favor da profecia e a interpreta em termos da razão, ordem e missão (14.4-5, 19)”. A interpretação de Fiorenza é que Paulo tinha interesse em proteger a comunidade cristã, e não o comportamento das mulheres. P. 268-271. 22 Op. Cit. p. 41. Elliot defende, como Crossan, Koester e Foulkes, que este trecho do capítulo 14 contradiz inteiramente a I Co 11.2-16, “onde Paulo espera que as mulheres orem e profetizem no culto público”. Para Koester as instruções para os serviços de culto na comunidade são mais uma vez dirigidas contra a “demonstração de dons religiosos especiais”. O falar em línguas não edifica nem pode ser compreendido pelo/a leigo/a ou pelo/a descrente (14.1-33a e 37-40). “Os versos 33b-36 contradizem a prática paulina, muitas vezes comprovada a participação plena das mulheres em todas as funções, atividades e cultos da igreja. Além disso, eles interrompem o contexto e devem ser vistos como interpolação posterior”. P. 140.

das Escrituras e da profecia. Daí a resposta de Paulo no verso 35. No entanto, o texto não expressa que a mulher deve subordinar-se, seja à liderança comunitária, seja aos maridos, mas pede simplesmente que se calem e permaneçam sujeitas na assembleia da comunidade.23 Na visão paulina, a comunidade cristã não podia submeter-se a cultos orgíacos e secretos, pois no segundo ou terceiro século um tratado neopitagórico havia se firmado: “A Lei pública proíbe as mulheres de participar nestes ritos (cultos secretos e orgias cibelinas), sobretudo, nos ritos que encorajam a bebedeira e o êxtase”.24 23 A interpretação de Fiorenza é que Paulo tinha interesse em proteger a comunidade cristã, e não o comportamento das mulheres. FIORENZA, 1992, “As origens cristãs a partir da mulher…” p. 71. 24 LEFKOWITZ e FAUTUM apud FIORENZA, Elizabeth Schüssler. As origens cristãs a partir da mulher: uma nova hermenêutica / Elizabeth Schüssler Fiorenza; [Tradução João Rezende da Costa] – São Paulo: Edições Paulinas, 1992. – (Biblioteca de estudos Bíblicos) p. 271.


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O Colégio Episcopal da Igreja Metodista emitiu uma carta às Igrejas Metodistas em tempos de perturbação mundial em face do surgimento da Covid-19, que tem alcançado a população mundial e que se instala em nosso país, a exigir de nós comprometimento e solidariedade social, na preservação da vida e da saúde de nossos concidadãos e concidadãs.

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ORAÇÃO: Com o objetivo de mobilizar pessoas a orar semanalmente e diariamente pelos propósitos selecionados pela área nacional da Igreja Metodista, convidamos você a participar da campanha EM ORAÇÃO. O versículo que conduz a campanha lembra a importância da oração para fazer qualquer coisa: (…) porque sem mim nada podeis fazer (João 15.5b).

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PRONUNCIAMENTO : A Aliança Cristã Evangélica Brasileira emitiu pronunciamento no final de março a respeito da Covid-19. “Igreja é convidada a discernir e perceber além do jogo político. Não podemos ficar reféns da miopia de governantes que apostam na divisão como estratégia política. Repudiamos toda tentativa de ganho político na exploração da crise ou na diminuição dela. Tais estratégias são desumanas, destruidoras, desagregadoras e diabólicas.”

Diante da pandemia da Covid-19, o Colégio Episcopal tem intensificado as reuniões, mas virtualmente. Os encontros virtuais são para momentos de oração e de encaminhamentos pastorais, diante da realidade e excepcionalidade deste momento de quarentena, provocado por medidas necessárias para truncar o processo de transmissão do novo Coronavírus.

Redação

Nos dias 16 a 18 de outubro de 2020, teremos o nosso 3º Encontro Nacional do Departamento Nacional de Música e Arte (DNMA) com o tema “arte com identidade”. Presença confirmada de Gabriel Guedes, bispos/as da Igreja Metodista e muito mais. No salmo 150, vemos um mandamento de Deus para nós, seus/as filhos/as, para O louvarmos com música, instrumentos e dança. Em Êxodo 31.3, vemos Deus derramando capacidade artística sobre Bezalel, para executar trabalhos em madeira, pedra e diversos materiais. Em Jeremias 18.2, vemos o texto do vaso na mão do oleiro, e em outras passagens bíblicas tantas outras formas que podemos utilizar para louvar e adorar ao nosso Criador. Esse Encontro visa termos um foco claro como Igreja, de caminharmos em unidade com o Senhor e com o Corpo de Cristo através da “ARTE COM IDENTIDADE”, seja na música, na dança, na fotografia, na pintura, na arte digital e em tantas outras formas, para o louvor da Sua Glória! Teremos oficinas específicas sobre temas importantes, ministrações de palavra, momentos artísticos e muita comunhão. Se você possui um trabalho artístico, um CD gravado, fotografias, escultura e outros tipos de arte, você terá um espaço de exposição, para que seu trabalho seja conhecido e possa glorificar ao Senhor (Mateus 5.16). Entre em contato pelo e-mail dnmarte07@gmail.com. Separe este tempo e se programe para estarmos juntos/as.

EDITORES/ AS REALIZAM REUNIÃO ON-LINE Na manhã de quarta-feira, 25, os/as editores/ as dos Selos da Angular Editora e funcionários/as da Sede Nacional da Igreja Metodista reuniram-se virtualmente com a Secretária para a Vida e Missão da Igreja para alinhar ações nesse tempo de quarentena. O grupo sugeriu ideias e ações que podem ser realizadas para combater a Covid-19 nesse tempo em que as pessoas estão em casa.

A transmissão dos cultos on-line tornou-se um recurso essencial e está disponível a todas as pessoas BISPO PAULO RANGEL DOS SANTOS GONÇALVES

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AS MATÉRIAS MAIS ACESSADAS NO PORTAL EXPOSITOR CRISTÃO Para sua segurança:

Espaços distintos dos campi Taquaral (Piracicaba) e Santa Bárbara d’Oeste da Universidade Metodista de Piracicaba foram disponibilizados pela Reitoria da universidade e pela Igreja Metodista às prefeituras de Piracicaba e Santa Bárbara d’Oeste para ações de combate à Covid-19. O Campus Vergueiro em São Bernardo do Campo também foi disponibilizado à prefeitura da cidade do ABC.

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Jornal Oficial da Igreja Metodista | Abril de 2020 | ano 134 | nº 4

COVID-19

"Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração" Página 8

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EC DE ABRIL: Esta é uma edição histórica. O tempo dirá que o mundo paralisou para combater uma pandemia. Informações e orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o atual surto de doença por coronavírus (Covid-19), para ficar em casa e sair somente em casos de extrema urgência para que o vírus não se espalhe, alteraram a agenda de muitas igrejas Metodistas, Sedes Regionais e Nacional.

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UNIMEP E IGREJA METODISTA

/// Confira a programação completa no link abaixo: http://bit.ly/3encontrodmarte


CRIANÇA Maio de 2020 | www.expositorcristao.com.br

O desafio de ensinar às crianças em tempos de isolamento social D esde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, a maioria se viu em frente a um novo desafio: como levar a Palavra de Deus às pessoas, visto que neste momento o melhor remédio é o isolamento social e não podemos mais estar fisicamente nas igrejas. Facebook, YouTube, Instagram foram as soluções encontradas por pastores/ as, ministérios/as de comunicações para realizar as transmissões de atividades de adoração ao Senhor (Cultos, Escola Dominicais, Células, Cultos de Oração e outros), o que tem dado certo. Cultos de adoração e cultos de Santa Ceia já foram feitos com sucesso pela internet, mas esses momentos são totalmente voltados para o público juvenil e de adultos. Conhecemos pouquíssimos casos de igrejas que mantiveram o culto voltado para ministrar às crianças, e, nas que conhecemos, esses momentos acontecem como abertura da ED. Precisamos ensinar às nossas crianças que devemos ser igreja o tempo todo e ter

respeito e reverência pela Palavra de Deus. Sem o momento na linguagem delas, fica mais difícil ensinar a Palavra de Deus. Isso se multiplica quando não temos classes para crianças na ED de forma on-line, para podermos ensinar mais da Palavra do Pai. Existem meios, materiais e, com certeza, pessoas dispostas a levar a Palavra às nossas crianças. No canal do YouTube (https://is.gd/dntcyoutube), no nosso Instagram (https:// is.gd/dntcinsta) e no nosso espaço das crianças no site (https://is.gd/dntcsite), você encontra vários materiais para utilizar, ou pegar as ideias. Não vamos deixar nossas crianças sem uma Palavra de Deus específica para elas, que estão sedentas por conhecimento. Muitos/as que não ministram a Palavra estão usando isso neste momento, para distraí-las da verdadeira luz. Por isso precisamos unir forças e trocar ideias. Só depende de nós! /// Equipe DNTC

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